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Editora

Paula Perin

Comitê Editorial
Ana Paula Oliveira Santana (UFSC)
Aline Rodrigues Nogueira (URCA)
Aucélia Vieira Ramos (UFPI)
Dannytza Serra Gomes (UFC)
Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC)
Fabiana dos Santos Lima (IFCE)
Hérica Paiva Pereira (UFCG)
Maria João Broa Martins Marçalo (Universidade de Évora, Portugal)
Maria Lúcia de Souza Agra (URCA)
Palmira Virgínia Bahia Heine Alvarez (UEFS)
Sandra Maia Farias Vasconcelos (UFC)

Preparação dos originais e Revisão


Ana Célia Clementino Moura
Mônica de Souza Serafim

Capa, projeto gráfico e diagramação


George Henrique Soares Almeida

Este material foi produzido gratuitamente e sua distribuição é livre, desde que citada a fonte.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Oficinas de oralidade na sala de aula [livro


eletrônico] / [organização] Ana Célia Clementino
Moura, Mônica de Souza Serafim. -- Juazeiro do
Norte, CE : Editora Perin, 2022.
PDF

Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-84826-08-3

1. Comunicação oral 2. Educação 3. Fala


4. Linguagem 5. Língua portuguesa – Estudo e ensino
6. Oralidade 7. Professores – Formação 8. Sala de
aula – Direção I. Moura, Ana Célia Clementino.
II. Serafim, Mônica de Souza.

22-133103 CDD-407
Índices para catálogo sistemático:

1. Práticas de oralidade em sala de aula :


Linguística 469.7

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Editora Perin
Rua Augusto Dias de Oliveira, 1554
Novo Juazeiro, CEP 63031-760
Juazeiro do Norte - CE
Telefone +55 (88) 99278-7987
SUMÁRIO

Apresentação ..................................................................................................................... 7
Elaine Cristina Forte-Ferreira

Vamos falar sobre a oralidade na sala de aula? ............................................................. 8


Ana Célia Clementino Moura
Mônica de Souza Serafim

Oficina 1: Da escrita para a fala a partir das histórias em quadrinhos....................... 11


Gabriel de Souza Ribeiro
Ícaro Victor Custódio Lyra
Luiz Thomas Galucio da Silva

Oficina 2: O boletim noticiário no cotidiano da sala de aula ....................................... 15


Ariane Magalhães da Silva
Maria de Jesus Freires Moura
Monalisa Alves Fernandes Pimenta

Oficina 3: Crônica, Retextualização & Cafezinho ........................................................ 18


Gabriel de Souza Ribeiro
Ícaro Victor Custódio Lyra
Luiz Thomas Galucio da Silva
Ruan Beserra Moreira

Oficina 4: Vamos ao debate na sala de aula? ................................................................. 22


Ádina Melo da Silva
Ana Beatriz Uchoa Nogueira
Claryne Gomes Monteiro
Renata Freitas Fernandes

Oficina 5: Da escrita para a fala: em foco o gênero textual seminário........................... 25


Juan Pablo de Oliveira Dantas
Rômulo Reinaldo Santos do Nascimento

Oficina 6: Comédia e cultura japonesa: o gênero textual rakugo na sala de aula.......... 28


Ana Beatriz dos Santos Alves
João Victor Anastácio de Oliveira
Victoria de Fatima Vasconcelos da Silva
Victória Oliveira Albuquerque
Oficina 7: O conto contemporâneo em áudio-book na sala de aula ............................ 31
Bárbara Vieira Lima
Isabela Araújo Ramos
João Pedro Fernandes Misquita
Lara Dynah Ferreira de Moraes

Oficina 8: Vamos de Cordel na sala de aula? ................................................................. 38


Ana Larissa Mendes do Nascimento
Francisco Wesllen Ribeiro da Silva
Leticia Sampaio da Silva

Oficina 9: Batalha na sala de aula? Só se for de Slam! ................................................ 42


André Mesquita Saraiva Verçosa
Gersilton Fernandes Nobre
Hayra Celeste Barreto Rocha
Sarah Guimarães Portela

Oficina 10: De reconto em reconto.... eu aumento um ponto! ..................................... 46


Adriana Negreiros de Almeida Morais

Oficina 11: Oralizando: Jogo no PowerPoint com os gêneros textuais orais .................. 51
Emiliane Cristina Cruz Matias Alves

Oficina 12: Quem canta seus males espanta: a canção na sala de aula ......................... 55
Amanda Andrade de Menezes
Raquel Costa Araújo

Oficina 13: O Sarau e a representação do indígena na literatura ............................... 60


Lara Dynah Ferreira de Moraes
Sayari Alves de Sousa

Oficina 14: A Missa do Galo em conto, roteiro e teatro na sala de aula ..................... 67
Isabela Araújo Ramos
João Pedro Fernandes Misquita

Oficina 15: Drummond e Portinari em diálogo ............................................................ 72


Ana Maria Azevedo de Oliveira
Jonas dos Santos Monteiro

Oficina 16: O que é a felicidade? Clarice Lispector responde...................................... 77


João Pedro de Andrade Sousa
Marina Rodrigues Falcão
Rodrigo Barreto de Meneses

Oficina 17: O Auto da Barca do Inferno: o teatro medieval português na sala de aula.. 80
Felipe Augusto Pinheiro
APRESENTAÇÃO

Elaine Cristina Forte-Ferreira


(Docente da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA)

Pensar em caminhos, dirimir barreiras, refletir acerca da relação intercambiável entre fala e
escrita na busca pela ampliação de uma prática socialmente presente em grande parte das interações
são ações possíveis de encontrar nessa obra que reúne propostas de oficinas para o desenvolvimento
da oralidade em sala de aula.
Os/as discentes do estágio em docência da Universidade Federal do Ceará, orientados(as)
pelas professoras Mônica de Sousa Serafim e Ana Célia Clementino Moura, elaboraram oficinas para
trabalhar a oralidade, pensando na relação entre fala, escrita e leitura, por meio de gêneros como de-
bate, seminário, contação de histórias, cordel, poesia slam, reconto oral, canção, roteiro, peça teatral,
esquete teatral, paródia, conto, histórias em quadrinhos, notícia e crônica, por exemplo. Todas essas
propostas estão amparadas na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), com campos de
atuação definidos e relacionados aos gêneros escolhidos para as habilidades que devem ser desenvol-
vidas nas alunas e nos alunos do Ensino Fundamental.
A pouca atenção dada à oralidade é um fato, mas também é importante destacar que as pes-
quisas acerca desse fenômeno têm crescido, e esse é um grande avanço. Contudo, quando pensamos
nesse ensino, ainda encontramos lacunas que dizem respeito a como proceder com essa prática em
sala de aula. Como decorrência dessa questão, temos um problema recorrente nas salas de aula, que é
a dificuldade de produção de gêneros, que acaba se estendendo para as outras esferas de atividade em
que atuamos e agimos por meio da fala.
Quando refletimos acerca dessa questão, não temos como deixar de pensar em como o reflexo
dessa dificuldade pode reverberar nas ações humanas. Bakhtin (2016) já dizia que interagimos por
meio de gêneros que atuam como respostas às ações que ocorrem em sociedade. Logo, se nossos e
nossas discentes têm dificuldades de agir por meio da fala e da escrita e consequentemente não sabem
como produzir o gênero adequado a uma determinada situação, teremos aí um problema, que pode
gerar uma série de dificuldades.
Pensando nesse contexto, percebemos a necessidade de propiciar possibilidades de o/a aluno/a
desenvolver suas produções de gêneros dentro de ambientes institucionalizados como a escola e a
academia, pois experiências como essas podem contribuir para o desempenho satisfatório nas mais di-
versas práticas cotidianas formais ou informais, uma vez que é a prática que torna o indivíduo seguro
para agir interativamente em diferentes ações sociais.
Em suma, este e-book é um passaporte para desbravar uma terra que todos sabem da sua
importância e da sua riqueza, mas, por não ser tão explorada, poucos sabem como agir sobre ela. Eu
particularmente sempre fui apaixonada pela área e fico feliz quando encontro belas novidades pelo ca-
minho. Por isso, convido você para embarcarmos nesta obra, que é uma excelente oportunidade para
diminuir essas lacunas na sala de aula e consequentemente na vida fora dos muros da escola. Vamos
juntos?

7
Vamos falar sobre a
oralidade na sala de aula?

Ana Célia Clementino Moura


Professora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em
Linguística da Universidade Federal do Ceará

Mônica de Souza Serafim


Professora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em
Linguística da Universidade Federal do Ceará

O surgimento e a aceitação da língua escrita é uma tradição social que trouxe como principal
consequência a transformação desta modalidade da língua em uma habilidade que historicamente
tornou-se sinônimo de detenção de conhecimento, primeiramente literário, depois clássico, e, final-
mente, científico. Isso fez com que a língua oral fosse menos valorizada pela sociedade. No entanto,
a língua é uma parte da cultura, uma parte tão importante que a cultura se molda por meio dela, ou
seja, é por meio do uso da língua que podemos perceber melhor as características não só linguísticas,
mas também socioculturais de um falante ou de um grupo de falantes. Além disso, a língua reflete a
visão de mundo do falante, suas crenças, atitudes e ideologias. Certamente essa supervalorização da
escrita afetou profundamente a língua oral, atribuindo à fala o lugar do erro, do informal, segundo
Fávero (2001).
Talvez seja pela valorização de uma modalidade da língua em detrimento de outra desde o
início, que hoje temos a mesma atitude, mas agora é a escrita que se sobrepõe à fala. Pensando nesta
situação em termos de escola, tal postura pode ter desencadeado a visão dicotômica entre fala e escri-
ta. Marcuschi (2001) chama a atenção para este fato. Conforme o autor (op. cit.), não se deve analisar
as relações entre língua oral e escrita em uma perspectiva dicotômica, pois assim estaríamos atribuin-
do à modalidade escrita um caráter explícito, planejado e elaborado, ao passo que à modalidade oral
caberia a implicitude, o não-planejamento e a falta de elaboração. Tal visão ainda prejudicaria o tra-
balho do professor, pois este não discutiria com os alunos a possibilidade de existir textos formais em
língua falada, como uma palestra, por exemplo, e textos informais em língua escrita, como o bilhete.
Conforme Risso (1994), mais importante que o conhecimento factual ou científico das relações entre
oralidade e escrita são as implicações teóricas e pedagógicas desse conhecimento no ensino de uma
língua, que não pode ser concebida como código, mas como um lugar de interação.
Corrobora com esta mesma ideia Neves (2003), para quem o que mais importa na escola é ver
a língua em funcionamento, o que significa avaliar as relações entre fala, escrita e leitura como prá-
ticas discursivas, todas elas como usos da língua, nenhuma tratada de forma secundária em relação a
outra e cada uma delas servindo como objeto de reflexão. Seguindo os autores citados neste trabalho,
acreditamos que as modalidades oral e a escrita não podem ser vistas como estanques e o papel da
escola é o de discutir com os alunos esses dois modos de representação cognitivo e social, sem reduzir
a oralidade a algo menor e nem postular superioridade à escrita.
Sobre tal questão, Dolz e Schneuwly (2004, p. 174) enfatizam que na escola a oralidade é
tratada, muitas vezes, de forma reducionista: ou é relacionada ao “falar do dia a dia” ou à leitura em

8
voz alta de textos escritos. Tal orientação, além de ser contestada pelos teóricos menciona-
dos aqui e por tantos outros também é contestada pelos documentos que regem o ensino de lín-
gua portuguesa, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2017). Este último docu-
mento, evidencia a necessidade de um trabalho intencional e sistemático da escola em relação à
oralidade, proporcionando aos alunos situações em que eles vivenciem diferentes papéis, em di-
ferentes situações comunicativas com esta prática de linguagem, tais como planejar um texto
oral que será veiculado em diferentes canais de comunicação, declamar um texto escrito, de for-
ma que o aluno saiba dar ritmo e entonação adequada ao texto, solicitar informações em espa-
ços públicos, realizar seminários, debates; entre tantas outras possibilidades (BRASIL, 2017).

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília: Ministério da Educa-


ção, Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Edu-
cação Fundamental, 2017.
MARCUSCHI, Luis Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cor-
tez, 2001.
NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática se usa na escola? São Paulo: Contexto, 2004.
SCHNEUWLY, B. e DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado de Letras,
2004.

9
Oficina 1
Da escrita para a fala a partir
das Histórias em Quadrinhos

Gabriel de Souza Ribeiro


Ícaro Victor Custódio Lyra
Luiz Thomas Galucio da Silva

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 6 horas/aula

Gênero textual Histórias em quadrinhos


literário

Campo de Todos os campos de atuação


Atuação

(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração,


revisão, edição, reescrita/redesign (esses três últimos quando não for
Habilidade(s)
situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, consi-
desenvolvida(s)
derando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à for-
(BNCC)
ma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática
e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala,

11
tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade,
respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal,
movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato
de olho com plateia etc.
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionan-
do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes ob-
jetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –,
romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas
brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas
de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos,
mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), ví-
deo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação
sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas,
autores.
(EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de lin-
guagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação,
hipérbole, dentre outras.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação
entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e ci-
nésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz,
as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos
por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as
aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura
corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações
musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros
poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de
linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, meto-
nímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos
de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denota-
tivas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordina-
das adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo
sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e
ações próprios de cada gênero narrativo.
Material impresso das histórias em quadrinhos (presente no TD),
pincel.
Material

1ª aula
1. Será apresentado aos alunos o gênero história em quadri-
Passos para
nhos, relatando e escrevendo no quadro:
aplicação a) Sua origem no início do século XX, até o surgimento da pri-
meira história de aventura e do primeiro super herói, Superman, em
1930; b) Diferenciar os tipos de história em quadri-
nhos (cartum, charge, tirinha e mangá) de acordo com as suas carac-
terísticas;
c) Resgatar o histórico dos quadrinhos no Brasil, comentando
sobre os maiores cartunistas brasileiros, Maurício de Sousa e Ziral-
do.

12
2. Perguntar para a classe quais são os quadrinhos favoritos de-
les, independentemente do tipo, a fim de gerar uma maior participa-
ção da turma na aula.

Associar o tema da aula às figuras de linguagem presentes nas histó-


rias em quadrinhos, como a metáfora, a comparação e a metonímia
(pois são presentes na linguagem coloquial, utilizada em HQs). Não
podendo esquecer da onomatopeia, por ser o principal meio que qua-
drinhos tem de transmitir a emissão de um som.
2ª aula
4. Distribuir o TD para a classe de modo que resolvam as ques-
tões propostas no material escrito, com fim de avaliar o aprendizado
dos discentes em sala de aula.

5. Corrigir as questões em sala de aula, focando e reiterando os


tópicos que os alunos tiverem dificuldade.
3ª aula
6. Pedir que cada grupo de alunos traga uma História em Qua-
drinhos para a sala de aula para um trabalho de retextualização.
7. Apresentar uma lista com gêneros textuais para os grupos
escolherem o texto oral que irão apresentar (videorresenha, paródia,
entrevista, esquete, spot, notícia, podcast, vlog, vídeo-minuto, den-
tre outros). Esses textos devem ser produzidos a partir das crônicas
que os alunos fizeram em sala de aula, para que possam ser retextu-
alizados.
8. Explicitar para os alunos as condições de apresentação dos
textos orais escolhidos: tempo de apresentação, quantidade de parti-
cipantes, data da apresentação, local da apresentação.

13
Explicitar os critérios de avaliação da apresentação dos gê-
neros textuais orais: integração entre os membros, tem-
po de apresentação, uso adequado do espaço para a apre-
sentação, fala audível, atendimento à estrutura do texto oral
escolhido, dentre outros critérios que o professor julgar necessário.

A avaliação dos alunos se dará tanto pela participação


por meio de perguntas e de participações durante a aula,
Avaliação da
mas principalmente pela resolução do Trabalho Dirigido.
aprendizagem

ALMANAQUE DA MÔNICA. São Paulo: Panini Brasil, n.14, mar.


2009.
Referências
Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
cular. Brasília, 2017.

14
Oficina 2
O boletim noticiário no cotidiano
da sala de aula

Ariane Magalhães da Silva


Maria de Jesus Freires Moura
Monalisa Alves Fernandes Pimenta

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 6 h/a

Gênero textual Notícia

Campo de atuação Campo jornalístico/midiático

Conteúdo Planejar e produzir notícias


(de acordo com a
BNCC)

(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, pod-


casts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jor-
Habilidade
nais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis , relativos
Desenvolvida
a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais
(BNCC)
de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, cultu-
rais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, consideran-
do o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.

15
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elabora-
ção, revisão, edição, reescrita/redesign (esses três últimos quan-
do não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/
ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que fo-
ram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a cla-
reza, progressão temática e variedade linguística empregada, os
elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, en-
tonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos
cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualida-
de significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.

Computador, Datashow, caixa de som, programas de edição de


Material
vídeo (Filmora9, Shotcut).

Encontro 1: Na aula introdutória, o professor deverá apresentar o


gênero notícia e explicar sua estrutura (título, lide, linguagem ob-
Passos para
jetiva, impessoal, tempo presente, narração em terceira pessoa);
aplicação (con-
Em seguida, exibirá notícias curtas que exemplifiquem o que
dução, comando,
foi abordado, apontando os aspectos estruturais, os cinésicos e
ordenamento)
os elementos relacionados à fala encontrados em cada notícia;

Após isso, o professor irá propor que a turma busque por aconteci-
mentos cotidianos que serão convertidos em um boletim de notícias.
Por fim, o professor irá explicar as orientações da atividade: Divisão
da turma em duplas; delimitação do tempo (máximo de dois minutos)
do tema (assuntos cotidianos) e do número de notícias (uma a três).

links das notícias:


🡺 https://g1.globo.com/g1-em-1-minuto/video/g1-em-1-mi-
nuto-greve-acaba-em-sp-apos-acordo-entre-motoristas-de-onibus-
-e-empresas-10668531.ghtml
🡺 https://www.youtube.com/watch?v=qvaJbLlttUM

Encontro 2: Nesse dia, a turma irá trazer os acontecimentos que ob-


servaram. O professor irá orientar cada dupla sobre como estruturar
as notícias que irão apresentar e encaixá-las em um boletim de, no
máximo, dois minutos.

Em seguida, cada dupla irá discutir e organizar sua(s) notícia(s),


adequando-as ao gênero.

Encontro 3: Apresentação das duplas, seguida de comentários e


avaliações do professor.

16
Três critérios de avaliação:
- Apresentação da notícia; (4 pontos)
Avaliação da
- Adequação ao gênero e à linguagem; (3 pontos)
aprendizagem
- Demonstração de desenvoltura, postura e clareza durante a fala.
(3 pontos)

BRASIL. Ministério da Educação. Base Na-


cional Comum Curricular. Brasília, 2017.
Referências
NERY, Alfredina. Redação – notícia – A estrutura do tex-
bibliográficas
to jornalístico. UOL, 2022. Disponível em: https://educa-
cao.uol.com.br/disciplinas/portugues/redacao---noticia-a-es-
trutura-do-texto-jornalistico.htm. Acesso em 22 jun. 2022.

QUAL é a diferença entre lide e linha fina. Universo de Negócios,


2021. Disponível em: https://universodenegocios.com.br/qual-
-e-a-diferenca-entre-lide-e-linha-fina/. Acesso em 14 jun. 2022.

17
Oficina 3
Crônica, Retextualização &
Cafezinho

Gabriel de Souza Ribeiro


Ícaro Victor Custódio Lyra
Luiz Thomas Galucio da Silva
Ruan Beserra Moreira

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 6 horas/aula

Gênero textual Crônica


literário

Campo de atuação Artístico – literário

(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, po-


dcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs,
Habilidade(s)
jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, rela-
desenvolvida(s)
tivos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos
(BNCC)
orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, cultu-
rais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, consideran-
do o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.

(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração,


revisão, edição, reescrita/redesign (esses três últimos quando não
for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo,

18
considerando sua adequação aos contextos em que foram produ-
zidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza, pro-
gressão temática e variedade linguística empregada, os elementos
relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo,
altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos,
tais como postura corporal, movimentos e gestualidade sig-
nificativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes


formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesi-
vos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes,
a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos
cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos
tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e
das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) emprega-
dos, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se
estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido
decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracteri-
zação dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e
psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de persona-
gens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva,
palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso
de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crôni-


cas visuais, mini contos, dentre outros, com temáticas próprias ao
gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais
e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e,
no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

Material Material impresso da crônica Cafezinho, quadro, pincel.

Aula 1
1. Será apresentado (ou reapresentado, dependendo da série) o
Passos para
gênero Crônica
aplicação
a) As características do gênero;
b) Os tipos de Crônica (jornalística, humorística, histórica);

2. Será lido um exemplo de crônica: Cafezinho, de Rubem Braga


https://contobrasileiro.com.br/cafezinho-cronica-de-rubem-braga/

3. Após a leitura, os alunos terão de responder as


seguintes questões:

19
a) Quais características do gênero crônica encontraram no tex-
to?
b) Que tipo de crônica se encaixa no texto lido?

4. Depois de responderem as perguntas, será iniciada uma dis-


cussão sobre o texto lido, os alunos devem reler a crônica e disserta-
rem sobre seu entendimento da obra.

Aula 2
5. Após a discussão, os alunos serão indagados a responderem
o que seria o “sair para tomar um cafezinho” deles, ou seja, a ativi-
dade que eles realizam para aguentar a rotina de estudos, seja um
hobby ou uma atividade física. Por ser uma pergunta simples, toda a
classe poderá participar desse momento da aula.

6. A seguir, os alunos terão de fazer uma crônica narrando a


atividade que realiza para se divertir e sair da rotina (“tomar um ca-
fezinho”, parafraseando a obra escolhida para essa aula). Por tratar-
-se de algo que ocorre no cotidiano deles, se encaixa dentro do gêne-
ro crônica. Podem usar o texto lido em sala de aula para se espelhar.
A atividade deve conter minimamente 10 linhas. (o tempo restante
da segunda aula e deve ser terminado em casa).

7. Os alunos lerão suas respectivas crônicas em classe, e, como


forma de dinâmica, utilizarão a crônica do colega, alterando o final
da obra.

8 Após a leitura das crônicas, o professor apresenta uma lista


com gêneros textuais para os grupos escolherem o texto oral que irão
apresentar (videorresenha, paródia, entrevista, esquete, spot, notícia,
podcast, vlog, vídeo-minuto, dentre outros). Esses textos devem ser
produzidos a partir das crônicas que os alunos fizeram em sala de
aula, para que possam ser retextualizados.

9 Explicitar para os alunos as condições de apresentação dos


textos orais escolhidos: tempo de apresentação, quantidade de parti-
cipantes, data da apresentação, local da apresentação.

20
10 Explicitar os critérios de avaliação da apresentação dos
gêneros textuais orais: integração entre os membros, tempo de
apresentação, uso adequado do espaço para a apresentação, fala au-
dível, atendimento à estrutura do texto oral escolhido, dentre outros
critérios que o professor julgar necessário.

O professor, após receber as produções da turma, poderá aplicar um


TD com questões que evoquem reflexão sobre o gênero estudado nas
Avaliação da
últimas aulas. Assim, identificar possíveis deficiências no processo
aprendizagem
de escrita e analisar se as características do gênero foram atendidas
se tornará possível observando os resultados.

BRAGA, Rubem.O conde e o passarinho. São Paulo: Global Edi-


tora, 2002 .
Referências
bibliográficas
BRAGA, Rubem. Cafezinho. Disponível em
(https://contobrasileiro.com.br/cafezinho-cronica-de-rubem-braga/ )

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-


lar. Brasília, 2017.

21
Oficina 4
Vamos ao debate na sala de
aula?

Ádina Melo da Silva


Ana Beatriz Uchoa Nogueira
Claryne Gomes Monteiro
Renata Freitas Fernandes

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 4 aulas

Gênero textual Debate

Campo de atuação Jornalístico-midiático

(EF89LP14) Analisar, em textos argumentativos e propositivos, os


movimentos argumentativos de sustentação, refutação e negociação
Habilidade
e os tipos de argumentos, avaliando a força/tipo dos argumentos
desenvolvida
utilizados.
(BNCC)
(EF89LP15) Utilizar, nos debates, operadores argumentativos que
marcam a defesa de ideias de diálogo com a tese do outro: concor-
do, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na
perspectiva aqui assumida etc.
(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em con-

22
versações e em discussões ou atividades coletivas, na sala de aula e
na escola e formular perguntas coerentes e adequadas em momen-
tos oportunos em situações de aulas, apresentação oral, seminário
etc.

● Notebook;
Material
● Projetor;
● Vídeos sobre a Maioridade Penal.

AULA 01
● O professor apresentará dois vídeos curtos sobre a redução
Passos para
da maioridade penal na sociedade brasileira:
aplicação (con-
➢ https://www.youtube.com/watch?v=BmpWjuXtVZA&ab_
dução, comando,
channel=DrauzioVarella
ordenamento)
➢ https://www.andremourase.com.br/video/76/proposta-de-re-
ducao-da-maioridade-penal
● Em seguida, o professor vai fazer um momento de reflexão
com a turma, através de algumas perguntas a serem respondidas
oralmente:
➢ Já pensaram alguma vez sobre esse assunto?
➢ Pensando agora sobre isso, vocês são a favor ou contra a
maioridade penal? Por quê?
➢ Vocês acham que pode haver um outro meio de se solucionar
essa questão no Brasil ou essa redução é necessária?

● Após essa discussão, deve ser proposto que a turma seja divi-
dida em dois grupos para realização de um debate na aula seguinte;
● O professor deve orientar as equipes para que reúnam argu-
mentos para serem apresentados na outra aula, tanto quem ficou a
favor quanto quem ficou contra e dar um tempo para que as equipes
elaborem argumentos para usar no momento do debate.
AULA 02
● Realização do debate: um grupo ficará a favor da redução da
maioridade penal e outro ficará contra essa medida;
● Cada equipe terá de 20 a 25 minutos para defender seu ponto
de vista, levantando hipóteses e argumentos em defesa do seu ponto
de vista, levando em consideração elementos do vídeo apresentado
na aula anterior e a reunião de argumentos que foi feita em casa;
● Os minutos restantes da aula serão para observações do pro-
fessor e considerações finais.
● Verificar se os alunos puseram em prática a força argumenta-
tiva e apelativa na construção de suas ideias;
Avaliação da
● Observar se os alunos respeitaram o turno de fala de cada
aprendizagem
grupo e individualmente no decorrer do debate;
● Avaliar os recursos utilizados na construção da argumenta-
ção para o debate: figuras de linguagem, verbos no modo imperativo

23
se estabeleceu um público-alvo, construção do argumento, elemen-
tos prosódicos e cinésicos.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-


cular. Brasília, 2017.
Referências
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_
bibliográficas
EF_110518_versaofinal_site.pdf

VARELLA, Drauzio. Redução da Maioridade Penal. Youtube,


2015. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=BmpWjuXtVZA&ab_chan-
nel=DrauzioVarella Acesso em: 27 jun. 2022.

MOURA, André. Proposta de Redução da Maioridade Penal. You-


tube, 2011. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=E24cfdFsp34&t=30s&ab_
channel=Andr%C3%A9 Acesso em: 27 jun. 2022.

24
Oficina 5
Da escrita para a fala: em foco
o gênero textual seminário

Juan Pablo de Oliveira Dantas


Rômulo Reinaldo Santos do Nascimento

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 4 aulas de 50 min cada

Gênero textual Seminário

Campo de atuação Campo de estudo e pesquisa

(EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em


uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de
Habilidade
agremiações e outras situações de apresentação de propostas e de-
desenvolvida
fesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas al-
(BNCC)
ternativas e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala
previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando
sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciado-
res envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao
modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à va-
riedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à cons

25
trução da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gê-
nero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão,
edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda
do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as
produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações,
correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editan-
do imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes,
acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

Pincel, lousa, projetor (datashow), textos impressos.


Material

Aula 01:
Passos para
- Os estudantes trabalharão com o gênero seminário para a ofi-
aplicação (con-
cina. Apresentações dos trabalhos em grupos de 4 pessoas;
dução, comando,
- Os alunos deverão apresentar por meio da leitura, em até 10
ordenamento)
minutos, de uma análise linguística sobre uma crônica ou um conto
de autores brasileiros da literatura de suas escolhas;
- Esta análise deverá conter aspectos sobre a língua portugue-
sa, tais como questões de entonação durante a leitura, o pragmatismo
abordado nas obras e noções de narratologia (como tipo de narrador
e funções da linguagem, por exemplo).

Aula 02:
- Apresentação das equipes, em sala de aula;

Aula 03:
- Solicitação de relatórios a respeito das apresentações (uma
equipe fará um relatório sobre a apresentação de outra equipe). O
relatório deverá conter título, introdução, referências, desenvolvi-
mento, conclusão e sugestões;
- Análise conjunta das equipes em forma de debate sobre as
obras abordadas;

Aula 04

- Relatório final feito pelo professor sobre as apresentações.

Avaliação de
Autoavaliação oral; Seminário; Discussão oral; Relatórios.
aprendizagem

26
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
cular. Brasília, 2017.
Referências
bibliográficas
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades
de retextualização. 2. ed. São Paulo: Cortez. 133p. 2001. Disponí-
vel em:

<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5779001/mod_resource/
content/1/Oralidade%20e%20letramento%20-%20Da%20fala%20
para%20a%20escrita-%20MARCUSCHI%2C%20Luiz%20Ant%-
C3%B4nio.pdf>

27
Oficina 6
Comédia e cultura japonesa: o gênero
textual Rakugo na sala de aula

Ana Beatriz dos Santos Alves


João Victor Anastácio de Oliveira
Victoria de Fatima Vasconcelos da Silva
Victória Oliveira Albuquerque

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto Duas aulas (01 h e 30 min)

Gênero textual Contação de história (baseado no gênero japonês Rakugo)

Campo de atuação Campo Artístico-Literário

Conteúdo (de acor- Gêneros Textuais


do com a BNCC)

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-


nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
Habilidade desen-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
volvida (BNCC)
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.

28
Material Lousa, pincel, notebook e caixa de som.

1ª Aula:
1. Apresentação do gênero textual a ser abordado. (30 min)
Passos para
1.1. Interação com os alunos sobre gêneros da cultura japonesa e
aplicação
sobre a diferença destes com os gêneros textuais brasileiros.
1.2. Vídeo de exemplificação do gênero (Grim Reaper)
*sugestão: esta atividade pode ser realizada de forma interdiscipli-
nar, envolvendo professor de teatro e professor de língua inglesa.
Junto com o professor de língua portuguesa, todos vão procurar
trabalhar e analisar as linguagens utilizadas (por exemplo, a corpo-
ral, para o professor de teatro; a língua inglesa, para o professor de
inglês).
1.3. Mangá (Akane-banashi)
1.4. Contexto-histórico e as diferenças históricas entre Brasil e
Japão
1.5. Gêneros orais, cultura oral brasileira
*sugestão: variação na atividade, fazer recortes de ambos os con-
textos. Neste momento, se o professor tiver organizado a turma
em grupos, cada grupo poderá pesquisar sobre algum aspecto a ser
socializado.
2. Instrução para a apresentação (30 min)
2.1. Textos que poderiam ser trabalhados (Exemplos: Fábulas,
Contos etc.)
2.2. Como cada aluno conduziria a sua apresentação
2.3. Auxiliar os alunos com as escolhas e a produção dos textos
2ª Aula:
1. Apresentação dos alunos (de 10 a 15 min)
*sugestão: adaptação da atividade dependente do número e do per-
fil dos estudantes: se a turma for mais tímida, grupos maiores em
que apenas um integrante fará a apresentação para o público.
2. Discussão sobre o que foi apresentado
2.1. Como foi criar a sua apresentação?
2.2. Qual história te tocou mais? Por quê?

O professor irá observar durante a apresentação do aluno se ele utili-


zou de elementos paralinguísticos, elemento característico do gêne-
Avaliação da
ro apresentado. (2,5)
aprendizagem
Avaliar se durante a discussão final os alunos compreenderam as
histórias que foram apresentadas. (5,0)
Analisar o processo criativo da confecção, observando como o alu-
no estruturou a sua contação de história, seja ela autoral ou adapta-
ção. (2,5).

29
AKANE-BANASHI. Tóquio: Shueisha. Capítulo 001, 2022. Dis-
ponível em: https://mangaplus.shueisha.co.jp/viewer/1012853
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
bibliográficas
cular. Brasília, 2017.
KYOTARO YANAGIYA: GRIM REAPER RAKUGO PERFOR-
MANCE ENGLISH SUBTITLES. Youtube: Andrew Greig, 2020.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=P4PCds4tlT4&t=5s&ab_chan-
nel=AndrewGreig
RAKUGO COMÉDIA TRADICIONAL DO JAPÃO. Youtube:
Japan Video Topics - Português, 2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Q3T8lV7JvxA

30
Oficina 7
O conto contemporâneo em
áudio-book na sala de aula

Bárbara Vieira Lima


Isabela Araújo Ramos
João Pedro Fernandes Misquita
Lara Dynah Ferreira de Moraes

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 4 aulas - 200 minutos

Gênero textual Áudio-book

Campo de atuação Campo artístico-literário

Conteúdo Oralidade
(de acordo com a
BNCC)

(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em pai-


néis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de pro-
Habilidade
dução, o tempo disponível, as características do gênero apresentação
desenvolvida
oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas,
(BNCC)
ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralin-
guísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de es-
tudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamentoe
da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada, com
apoio da leitura ou fala espontânea.

31
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como con-
tos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, hu-
morísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (comparti-
lhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como
romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura
infantojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral
(causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor,
contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição
literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto
por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite
o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela
pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como ne-
gritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou
esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de
audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras
dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas
diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras,
sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos,
paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pre-
tendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e pro-
longamentos, o tom e o timbre vocal, bem como eventuais recursos
de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à
situação de compartilhamento em questão.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação
entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e ci-
nésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz,
as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos
por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as
aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura
corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações
musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros
poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de
linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, meto-
nímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos
de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denota-
tivas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordina-
das adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo
sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e
ações próprios de cada gênero narrativo.

Primeira Aula: Quadro, pincéis, slide com os exemplos de produ-


ções narrativas na oralidade, projetor.
Material
Segunda Aula: Caixa de som e cópias do conto a ser apresentado
em sala.

32
Terceira Aula: Quadro, pincéis, os contos e crônicas impressos,
projetor para exemplificar em slides.
Quarta Aula: Caixa de som e pen drives com os arquivos a serem
reproduzidos em sala.

Primeira Aula: Revisão acerca dos gêneros narrativos e apresenta-


ção das suas características quando modalizados no eixo oralidade.
Passos para
Objetivos:
aplicação (con-
- Compreender o conceito de gênero narrativo (em especial o
dução, comando,
conto) a partir do eixo oralidade.
ordenamento)
- Compreender a importância de outras linguagens e semioses
na composição de narrativas oralizadas.
- Conhecer exemplos de produções narrativas oralizadas e a
evolução tecnológica e histórica dessas produções.
Conteúdos:
- Texto narrativo - Gênero textual: Conto.
- Narração no eixo oralidade: Modalização da voz, Gestuali-
dade, Sonoplastia.
- Exemplos de produções narrativas na oralidade: roda de con-
tação de histórias, radionovela, podcast, audiobook.
Desenvolvimento/Condução:
- Acolhida: cumprimentar a turma, reservando um tempo para que a
sala esteja organizada. (Entre 5 e 10 minutos).
- Momento Inicial: Converse com a turma sobre o que eles conse-
guem definir ou apontar acerca do conceito de texto narrativo, uti-
lizando perguntas mediadoras: “Quais são as características de um
texto narrativo? Quais assuntos o texto narrativo pode abordar? Re-
cordam algum exemplo?”
- A partir das respostas, revisar com a turma as principais caracte-
rísticas do gênero - narrador, personagens, situação inicial, clímax,
resolução. Anotar no quadro algumas dessas características.
- Momento intermediário: Introduzir discussão sobre como o gêne-
ro narrativo pode ser transposto para a oralidade. Questionar com a
turma quais características do texto narrativo no eixo escrito podem
permanecer - como narrador e personagens - e quais novos aspectos
de modalização do gênero surgem quando ele é transposto para o
gênero oral (Citar a modalização da voz - principalmente quando há
mais de um personagem -, a importância da gestualização do corpo,
a figura do narrador, a sonoplastia e a trilha sonora - sinalizando a
ausência dessas semioses nas narrativas escritas).
- Incentivar a turma a discutir sobre a trajetória e a evolução das
narrativas orais. Mediar com perguntas norteadoras - por meio das
perguntas, buscar contemplar também o universo digital em que os
estudantes estão inseridos - : “Nas redes sociais (instagram, tik tok)
vocês já ouviram uma história de mistério sendo contada? Pessoas
utilizando áudio para compor narrativas?”.

33
- Explicar a evolução histórica das narrativas orais (rodas de conta-
ção de histórias, pelas radionovelas, pelos podcasts e pelos audio-
books).
- Ressaltar que, em audiobooks e em contação de histórias, normal-
mente o gênero textual narrativo trabalhado eram contos. Revisar
brevemente as características do conto.
- Momento final: A partir das respostas, convidar a turma a conhecer
esses exemplos, preparando a projeção em sala da tela de computa-
dor ou slide: nele, mostrar rádio novela famosas (Em busca da Feli-
cidade) e, como exemplos atuais, apresentar os podcasts Paciente 63
e A mulher da Casa Abandonada, disponíveis, respectivamente hein:
https://open.spotify.com/show/4oh9G7rQXhTjI0mrXuuKm1
https://open.spotify.com/show/0xyzsMcSzudBIen2Ki2dqV
e áudio livros narrativos, como o do livro Harry Potter e a Pedra
Filosofal, disponível hein:
https://www.youtube.com/watch?v=uOs6Gp0XzGo
sem necessariamente passar os trechos, mas apresentando visual-
mente seus nomes para nortear a turma. Perguntar se eles já ouviram
falar de algum deles e abrir o momento para dúvidas, sugestões e
comentários em geral.
- Encerramento: explicar para a turma que o projeto de língua por-
tuguesa vai trabalhar com o gênero narrativo a partir da oralidade.
Informar que a turma deve se organizar em grupos e que a proposta
é que eles façam um pequeno audiobook de um conto narrativo - es-
colhido a partir das discussões que irão ser feitas nas aulas seguintes
-, visando trabalhar justamente com as características comentadas
(modalização, voz, narração, sonoplastia).
Segunda Aula:
Exposição de audiobook do conto “Restos de carnaval”, do canal do
youtube: “Conto um conto” (disponível em: https://youtu.be/btEK-
C8BFpN8) e discussão das características de um audiobook.
Objetivo:
- Compreender as características de narrativas oralizadas.
Conteúdo:
- Texto narrativo na modalidade oral.

Desenvolvimento/condução:
- Cumprimentar a turma, reservando um tempo para organização da
sala.
- Explicar que será apresentado o audiobook com a leitura do conto
“Restos de carnaval”, de Clarice Lispector e que o texto impresso se-

34
rá entregue para que os alunos possam acompanhar.
- Distribuir as cópias do conto para os alunos.
- Reproduzir o audiobook.
- Indagar à turma, depois de encerrada a transmissão do audiobook,
sobre o que eles acharam do texto e do modo como este foi narrado.
- Conversar com a turma sobre as características do audiobook, refor-
çando a narração, a modalização da voz e a sonoplastia, a partir do
exemplo exposto em sala.
- Explicar para a turma que o exemplo apresentado em sala é o modo
como a oficina “É contando que se aprende”, que eles irão desenvol-
ver, deve ser elaborado, levando em consideração as características
do audiobook expostas na aula.
- Finalizar a aula, explicando que, no encontro seguinte, serão apre-
sentados contos diversos para leitura em sala e serão divididas as
equipes para que possam dar início ao trabalho.
Terceira Aula: Apresentar as possibilidades de contos para serem
oralizados no trabalho, exemplificar com um conto e recomendar ou-
tros. Explicar sobre o gênero crônica e formar as equipes.
Objetivo:
- Desenvolver melhor as noções sobre o conto e a crônica.
Conteúdo:
- Texto narrativo - Gênero textual: Conto.
- Texto narrativo - Crônica
Desenvolvimento/Condução:
- Após os cumprimentos iniciais e a organização da sala, reto-
mar o que já foi visto sobre o conto, utilizando como exemplo o texto
Felicidade Clandestina de Clarice Lispector. Disponível em:
- https://contobrasileiro.com.br/felicidade-clandestina-conto-
-de-clarice-lispector/
- Citar outros autores como Machado de Assis, Rubem Fonseca, Ly-
gia Fagundes Telles…
- Explicar sobre o gênero crônica e exemplificar com as crôni-
cas Insônia feliz e infeliz de Clarice Lispector e O fim do mundo de
Cecília Meireles, disponíveis hein:
https://www.culturagenial.com/cronicas-famosas-comentadas/
- Formas as equipes para o trabalho: cada grupo terá 5 pessoas,
levando em conta que a turma tem por volta de 30/35 alunos.
- Após isso, os textos serão sorteados entre as equipes:
Vendedor de seguros (Rubem Fonseca), Dizem que os cães veem coi-
sas (Moreira Campos), Mineirinho (Clarice Lispector), Primeiro bei-
jo (Clarice Lispector), Um apólogo (Machado de Assis), O encontro

35
(Lygia Fagundes Telles), Continuidade dos parques (Julio Cortázar),
Fala, amendoeira (Drummond), Ciao (Drummond), Meu ideal seria
escrever (Rubem Braga), Cafezinho (Rubem Braga). Disponíveis,
respectivamente hein:
https://contobrasileiro.com.br/o-vendedor-de-seguros-conto-de-ru-
bem-fonseca/
http://www.tirodeletra.com.br/conto_canino/Dizemqueoscaesveem-
coisas1-MoreiraCampos.htm
https://www.geledes.org.br/mineirinho-por-clarice-lispector/
https://claricelispector.blogspot.com/2007/11/o-primeiro-beijo.html
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.
br/conteudo/machadodeassis/umapologo.htm
https://armazemdetexto.blogspot.com/2020/09/conto-o-encontro-
-lygia-fagundes-telles.html
https://www.deolhonotexto.com.br/um-conto/
https://armazemdetexto.blogspot.com/2018/03/cronica-fala-amen-
doeira-outonear21-de.html
https://www.culturagenial.com/cronicas-famosas-comentadas/
https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/11511/meu-ideal-seria-es-
crever
https://www.culturagenial.com/cronicas-famosas-comentadas/
Quarta Aula: Neste último momento do projeto, os alunos deverão
levar para a escola os celulares ou pen drives com as gravações.
Como cada grupo terá o tempo máximo de 10 minutos para apre-
sentar seu trabalho, pressupõe-se que o tempo de uma hora/aula seja
suficiente.
As apresentações deverão ser realizadas no auditório ou na quadra
da escola, como forma de mostrar a todos os estudantes e à equipe
de professores a importância de se realizar projetos assim. Esses,
além de trabalharem o entendimento das crianças sobre o conteúdo
programado, também incentivam a conscientização dos jovens sobre
a necessidade da democratização da literatura, visto que os audio-
books foram uma alternativa criada para a inclusão de pessoas com
deficiência visual.
Enquanto desenvolvem-se os áudios, o professor considera os crité-
rios de correção.
Objetivo:
- Expor e avaliar imparcialmente todos os trabalhos.
Desenvolvimento/Condução:
- Após os cumprimentos iniciais, e explicação dos fundamen-
tos do projeto para os presentes, o(a) professor(a) organiza o som pa-

36
ra reproduzir os áudios das equipes, que se apresentarão na ordem
que determinar o sorteio.

Depois das apresentações, o professor vai avaliar os seguintes


critérios de correção: desenvoltura na fala, divisão de tarefas entre
Avaliação da
todos os participantes, uso do tempo, fidelidade ao texto original e
aprendizagem
sonoplastia. Cada um deles valerá de 0 a 2 pontos, o que resultará
em uma nota geral de 0 a 10.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Continuando a mentir. In: De


notícias & não notícias faz-se a crônica. São Paulo: Companhia das
Referências
Letras, 2013.
bibliográficas
ANDRADE, Carlos Drummond de. Fala, amendoeira. In: Fala,
amendoeira. Rio de Janeiro: Record, 2004.
BRAGA, Rubem. Cafezinho. Disponível hein:
https://www.culturagenial.com/cronicas-famosas-comentadas/
BRAGA, Rubem. Meu ideal seria escrever. Disponível hein:
https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/11511/meu-ideal-seria-es-
crever
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
cular. Brasília, 2017.
CAMPOS, Moreira. “Dizem que os cães vêem coisas”. In: Dizem
que os cães vêem coisas. 4. ed. Fortaleza: UFC, 2012.
CORTÁZAR, Julio. “Continuidade dos parques”. In: Final do Jogo.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
FONSECA, Rubem. “O vendedor de seguros”. In: A Confraria dos
Espadas. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
LISPECTOR, Clarice. Todos os Contos. Rio de Janeiro: Rocco,
2016.
RESTOS DE Carnaval, [S. I.: s. n.] 1 vídeo (10 min e 23 seg). Publi-
cado pelo canal Conto um Conto. Disponível em:
https://youtu.be/btEKC8BFpN8 Acesso em: 6 jul. 2022.
TELLES, Lygia Fagundes. O encontro In: Os contos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2018.

37
Oficina 8
Vamos de Cordel na sala de
aula?

Francisco Wesllen Ribeiro da Silva


Ana Larissa Mendes do Nascimento
Leticia Sampaio da Silva

Série 1° ao 3º ano do ensino médio

Tempo previsto 4 aulas de 50 minutos

Gênero textual Cordel

Campo de atuação Artístico-literário

● Desenvolvimento da oralidade através de um texto literário.


Conteúdo
● Valorização do Nordeste por meio da literatura de cordel.

(EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corpo-


rais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenô-
Habilidade
meno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos
desenvolvida
contextos de uso.
(BNCC)
(EM13LP47) Participar de eventos (saraus, competições orais, au-
dições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes
de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), in-
clusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e
suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists
comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserin-
do-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo.
(EM13LP52) Produzir apresentações e comentários apreciativos e

38
críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e
dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísti-
cos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.).
(EM13LP53) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias
– mediante seleção e apropriação de recursos textuais e expressivos
do repertório artístico –, e/ou produções derivadas (paródias, estili-
zações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou
subjetivamente com o texto literário.

Aulas presenciais: Quadro branco, pincel, apagador, projetor multi-


mídia, disponibilizar cordéis e folhas em branco.
Material
Aulas remotas: Computador e programa para produzir e apresentar
os slides.

PRIMEIRA AULA
1. No primeiro encontro, o professor irá destinar o momento
Passos para
inicial para uma apresentação mais geral e para tratar da métrica,
aplicação
enfatizando que, quando alguém canta ou declama versos de cordel,
o ritmo vai se repetindo ao longo da história. Esse ritmo é resultado
da métrica, ou seja, os versos precisam ser construídos com o mes-
mo número de sílabas. No cordel, os versos possuem 7 sílabas. O
professor irá demonstrar a métrica através de exemplos separados
previamente.
2. Após isso, o docente deverá abordar um pouco sobre a histó-
ria e a origem da Literatura de Cordel. Para essa parte da aula pode
ser sugerido que os próprios alunos façam pesquisas. Traçar um pa-
norama até chegar nos dias atuais, com exemplos dos principais cor-
delistas e dos contemporâneos. Importante que o professor também
apresente cordelistas femininas, ressaltando como essas mulheres
estão buscando ativamente visibilidade nesse meio.
3. Devem ser esclarecidas as eventuais dúvidas que os alunos
tiverem.
SEGUNDA AULA
1. Na segunda aula, o professor irá iniciar com a apresentação
do vídeo “O Sumiço do Nordeste’’, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4wEIec7fwJg e a a música de
Elba Ramalho “Nordeste independente”, disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=hcYDUQTpRxY. Após a apresentação
do vídeo e da música o professor irá conduzir uma discussão a res-
peito do conteúdo para, assim, fazer uma ponte com a produção que
ocorrerá na aula seguinte, A discussão deve girar em torno da te-
mática nordeste, alguns temas sugeridos: preconceitos para com o
Nordeste, valorização da cultura do Nordeste, estereótipos nor-
destinos, a luta do Nordeste.

2. No momento da discussão, o professor deverá instigar os

39
alunos para que eles participem com suas visões a respeito da temá-
tica.

TERCEIRA AULA
1. Na terceira aula, o professor irá trazer exemplos de cordéis
produzidos a respeito de temáticas nordestinas para que os alunos
possam ter base para realizar as suas produções escritas, um exem-
plo escrito por Bráulio Bessa:

Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura


Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão


Ariano e Patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser

Disponivel em: https://www.letras.mus.br/arriba-saia/ser-nordesti-


no/
1. Através dos exemplos, o professor deve abordar como a tra-
dição oral se dá nos textos. Quais as especificidades líricas e ele-
mentos de oralidade presentes. No artigo “A oralidade do cordel no
ensino de literatura”, de Claudia Zilmar da Silva Conceição e Carlos
Magno Gomes, há algumas sugestões de como abordar esse aspecto.
2. Após realizar a métrica dos cordéis com os alunos, discutir o
tema, os exemplos e a questão da oralidade, o professor irá distribuir
folhas para que os alunos realizem suas respectivas produções, indi-
vidualmente, em dupla ou em grupos.
O professor pode distribuir cordéis na sala para que os alunos te-
nham contato com o material do cordel, para que eles conheçam.

40
QUARTA AULA
1. Para finalizar a oficina, os alunos irão socializar suas produ-
ções com a turma, declamando seus cordéis e contando um pouco
sobre o processo de escrita. O professor deverá guiar esse momento.

2. O professor também pode abrir uma roda de conversa ao fi-


nal para que os alunos comentem sobre a oficina no geral, o que
aprenderam, o que conheceram através da oficina, entre outros pon-
tos pertinentes ao assunto.

Essa etapa pode ser totalmente adaptada a depender do que o profes-


sor venha a preferir, uma das formas pode ser avaliar a produção, a
Avaliação da
participação e a discussão de acordo com os seguintes critérios:
aprendizagem
● 0 a 3 pontos para a participação na discussão sobre a temáti-
ca abordada na aula 1 e 2.
● 0 a 3 pontos para a produção e apresentação nas aulas 3 e 4.
● 0 a 4 pontos para a abordagem da temática na sua produção,
levar em conta a inovação e a apreensão do que foi abordado na ofi-
cina.

BESSA, Bráulio. Ser Nordestino. Disponível em: https://www.le-


tras.mus.br/arriba-saia/ser-nordestino/. Acesso em: 16 de jun. 2022.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
bibliográficas
cular. Brasília, 2017.
CONCEIÇÃO, Claudia Zilmar da Silva; GOMES, Carlos Magno.
A oralidade do cordel no ensino de literatura. Terra roxa e outras
terras: Revista de Estudos Literários, Londrina, v. 31, p. 94-106,
dez. 2016. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.
php/terraroxa/article/view/27167.
Acesso em: 17 de jun. 2022.

41
Oficina 9
Batalha na sala de aula?
Só se for de Slam!

André Mesquita Saraiva Verçosa


Gersilton Fernandes Nobre
Hayra Celeste Barreto Rocha
Sarah Guimarães Portela

Série 1º ao 3º ano do Ensino Médio

Tempo previsto 2 aulas de 50 minutos

Gênero textual Poesia Slam (Slam Poetry)

Campo de atuação Campo artístico – literário

Conteúdo Gêneros textuais


(de acordo com a
BNCC)

(EM13LP13) Analisar, a partir de referências contextuais, estéticas


e culturais, efeitos de sentido decorrentes de escolhas de elementos
Habilidade
sonoros (volume, timbre, intensidade, pausas, ritmo, efeitos sonoros,
desenvolvida
sincronização etc.) e de suas relações com o verbal, levando-os em
(BNCC)
conta na produção de áudios, para ampliar as possibilidades de cons-
trução de sentidos e de apreciação.
(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/
escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histó-
rico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de

42
vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso
etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos
e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situa-
ções.

(EM13LP47) Participar de eventos (saraus, competições orais, au-


dições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes
de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), in-
clusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e
suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists
comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserin-
do-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo.

Material Projetor, caixa de som, notebook, material impresso.

PRIMEIRA AULA
1. Atividade prática de contato com o gênero (5 min):
Passos para
a. Os alunos são organizados em grupos e recebem trechos de
aplicação (con-
textos pré-selecionados pelo professor;
dução, comando,
b. A proposta é que os alunos separem os trechos em dois gru-
ordenamento)
pos: retirados de textos poéticos x retirados de textos não-poéticos;
c. A origem dos trechos selecionados deve ser: trechos origi-
nais de slam poetry (gênero em questão); trechos de poesia clássica
(ou poesia de linguagem notadamente rebuscada); trechos de textos
não-literários (cartas, receitas, diários, etc)
2. Discussão sobre linguagem, oralidade e informalidade (10
min):
a. O professor guia os alunos por uma discussão sobre os resul-
tados alcançados com a atividade precedente;
b. A proposta é que se questione o uso da linguagem cotidiana,
informal e linguisticamente simples (não rebuscada) em representa-
ções artísticas como a poesia.
3. Apresentação de vídeo com a representação do gênero slam
poetry (5 min):
a. O professor apresenta um exemplo real de produção do gêne-
ro;
b. Sugestão de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=x-
d9WeYNfUVQ
4. Questionamento e discussão sobre o gênero (5 min):
a. O professor levanta a pergunta: “Por que o slam poetry faz
uso de um vocabulário informal e cotidiano para se manifestar?”;
b. A proposta é que os alunos reflitam sobre o uso da linguagem
e seus objetivos na composição do gênero em questão.
5. Apresentação de vídeo sobre o gênero slam poetry (5 min):

43
a. Para orientar a discussão, o professor apresenta um vídeo
que explica o gênero em questão;
b. Link para o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=x-
d9WeYNfUVQ
c. Ao final, sugere-se que o professor organize as ideias discu-
tidas pelos alunos para a conclusão de que o objetivo do gênero slam
é expressar uma identidade socialmente marginalizada que quer ser
vista e ser reconhecida, quer ter voz e vez de ser ouvida.
6. A estrutura do gênero - receita para próxima aula (20 min):
a. O professor complementa o apresentado no vídeo, contextu-
alizando o surgimento do slam poetry e situando o gênero na atuali-
dade;
b. O professor antecipa para os alunos que na aula seguinte ha-
verá uma batalha de slam poetry e que eles produzirão suas próprias
poesias;
c. Para orientá-los em suas produções, o professor perpassa as
minuciosidades da estrutura textual do gênero;
d. Sugerem-se, também com a possibilidade de participação
dos alunos, temas para serem trabalhados nas poesias na aula se-
guinte.
e. Para auxiliar o professor na compreensão do gênero slam po-
etry, separamos uma produção bastante esclarecedora, que perpassa
desde o surgimento do gênero até as situações atuais de produção.
Link para a produção:

SEGUNDA AULA
1. Produção dos textos (25 min):
a. A sala é organizada em grupos de 5-7 alunos (a depender da
quantidade de alunos, o professor tem toda a liberdade para organi-
zar grupos maiores ou menores, mantendo atenção especial à gestão
do tempo);
b. Cada grupo escolhe um tema para trabalhar em sua poesia;
c. Durante 25 minutos, os grupos irão produzir seus textos e
ensaiar para a batalha.
2. Batalha de slam poetry (10 min)
a. Cada grupo tem 3 minutos para apresentar sua poesia.
3. Discussão e avaliação (15 min):
a. Assim como numa verdadeira batalha de poesia slam, que
envolve pessoas aleatórias da plateia sendo escolhidas como juradas
das apresentações, o professor escolhe dentre os alunos (3, 4, ou
mais, de acordo com o contexto da sala) aqueles que vão votar na ...

44
poesia que mais gostaram. A poesia que obtiver mais votos ganha a
batalha;
b. O professor orienta a discussão para compreender o porquê
de cada voto, analisando os motivos de cada escolha e incentivando
a argumentação e o senso crítico dos alunos: o que funcionou e o
que não funcionou em cada texto e se todos os textos se encaixam
no gênero;
c. O professor finaliza a aula perguntando como os alunos se
sentiram ao produzir e reproduzir aquele gênero e ouvindo suas im-
pressões sobre as próprias realizações em sala.

OBSERVAÇÕES:
- Este plano de aula é uma sugestão ao professor. Ressaltamos
que o mesmo pode e deve adaptá-lo de acordo com a situação de
cada sala de aula.
- Uma sugestão para enriquecimento da oficina é que o pro-
fessor sugira aos alunos pesquisarem sobre o projeto Alunos que
Inspiram. Em uma situação ideal, o professor poderia inscrever as
produções dos alunos no evento e levá-los para participar (como
competidores ou como audiência). Essas experiências mudam a vida
de um aluno que nunca esteve em um evento cultural, e cabe à escola
proporcionar momentos de ampliação de horizontes como esse.
Participação durante a aula (posicionamento sobre questões levanta-
das e comentários sobre o proposto) e produção do gênero oral (eles
Avaliação da
mesmos irão avaliar as produções, reproduzindo o funcionamento de
aprendizagem
uma real batalha de poesia slam).

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-


cular. Brasília, 2017.
Referências
MORAES, Mayara M. Plano de aula: Slam, poesia falada. Insti-
bibliográficas
tuto Claro Educação, 2019. Disponível em: <https://www.instituto-
claro.org.br/educacao/para-ensinar/planos-de-aula/plano-de-aula-s-
lam-poesia-falada/>. Acesso em: 20 de junho de 2022.
SLAM: CONHEÇA A “BATALHA DE POESIA”. Youtube: Se-
cretaria Especial da Cultura, 2019. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=xd9WeYNfUVQ. Acesso em: 21 de junho
de 2022.
EU SOU A MENINA QUE NASCEU SEM COR. Youtube: Manos
e Minas, 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-
v=o6zEZP7pudQ&feature=youtu.be .Acesso em: 21 de junho de
2022.

45
Oficina 10
De reconto em reconto....
eu aumento um ponto!

Adriana Negreiros de Almeida Morais

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 03 aulas de 50 minutos cada.

Gênero textual Reconto oral

Campo de atuação Artístico-literário

Conteúdo Gêneros Orais

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-


nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
Habilidades
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
desenvolvidas
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
(BNCC)
contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/
recepção de obras literárias/ manifestações artísticas, como rodas de
leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leitu-
ras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cine-
clubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes
sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre
outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e a-

46
fetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e
resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de
expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts cultu-
rais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfi-
cs, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer
honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de
apreciação e de manifestação da cultura de fãs.
(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de li-
vros de literatura e por outras produções culturais do campo e re-
ceptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que
representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e
suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas lin-
guísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas
orientações dadas pelo professor.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, consideran-
do, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e
paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações,
entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os
gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquia-
gem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do ce-
nário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como con-
tos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, hu-
morísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (comparti-
lhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como
romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura
infantojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral
(causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor,
contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição
literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto
por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite
o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela
pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como ne-
gritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou
esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de
audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras
dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas
diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras,
sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, pa-
ralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido preten-
didos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolonga-

47
mentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de
gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à
situação de compartilhamento em questão.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da intera-
ção entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos
e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de
voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem,
obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de lingua-
gem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre
outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poe-
mas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa
quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do
emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora,
personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo
e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de pala-
vras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções
adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam
como modificadores, percebendo sua função na caracterização
dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero
narrativo.

● Quadro branco para possíveis observações;


● Exemplares do livro “Contos da infância e adolescência”, do
Material
escritor brasileiro Luis Vilela;
● Folhas de ofício com o conto “Corisco” impresso; marcador
de tempo (pode ser relógio, ou cronômetro de algum dispositivo,
como o celular);
● Pincel e apagador para o registro da participação das equi-
pes.

1. Antes do início da aula, o professor deverá preparar o am-


biente e organizar os materiais necessários para a aplicação da ativi-
Passos para
dade. (exemplares do livro “Contos da infância e adolescência”, do
aplicação
escritor brasileiro Luis Vilela, e folhas de ofício com o conto “Co-
risco” impresso, transcrito do referido livro, para todos os alunos da
turma).
2. No primeiro momento, com os alunos já em sala, o professor
fará questionamentos sobre o que é contação de histórias, acionando
suas memórias sobre o assunto. Deverá estimular o grupo a contar
suas experiências sobre o tema, deixando claro que a contação de
história preza pela espontaneidade da oralidade e da linguagem colo-
quial. Essas perguntas serão feitas oralmente, antes da apresentação

48
da apresentação da atividade.
3. É importante que o professor destaque como todos são po-
tenciais contadores de histórias, uma vez que já costumamos fazer
isso em nosso dia a dia quando falamos com amigos e familiares.
4. No segundo momento, o professor deverá contextualizar o
conto “Corisco” de Luis Vilela. Ressaltar que a história faz parte do
livro “Contos da infância e adolescência”, o qual traz histórias sobre
a infância, a adolescência e a transição de uma fase para a outra, o
que inclui todas as suas alegrias e angústias, seus ganhos e suas per-
das. Além disso, mostrar que o autor traz em sua escrita a influência
da oralidade, e explicar como suas histórias se fixam em nós como
se fossem nossas próprias lembranças. Essa contextualização deverá
feita oralmente.
5. Quanto ao conto, o professor poderá tecer comentários, an-
tes da leitura compartilhada, sobre a história. No conto “Corisco”,
um menino criado para ter uma profunda reverência pelo pai, de
repente descobre nele sentimentos que estavam escondidos, apesar
da imagem de pessoa dura, rude, que ele tenta passar. Só que essa
descoberta tem um preço: a perda do animalzinho de estimação da
família, que entristece a ambos.
6. Dando continuidade, o professor fará uma leitura comparti-
lhada do conto, conversará com os estudantes sobre a história lida e
as suas interpretações para treinar sua oralidade e pedirá que a turma
se organize em equipes para a execução da atividade.
7. Em seguida, após a leitura compartilhada e a divisão das
equipes, o professor estabelecerá um tempo para que as equipes fa-
çam uma leitura do conto entre seus integrantes.
8. Após o tempo estabelecido, o professor, que será o respon-
sável por conduzir a atividade e a ordem das apresentações, deverá
recolher as folhas com o conto impresso e pedir que as equipes re-
contem a história. O professor deverá, ainda, acionar um cronômetro
para computar o tempo da realização da recontação da história por
cada equipe (nesse momento o professor pode sugerir um sorteio, ou
as equipes podem ser numeradas para uma melhor organização do
andamento da atividade).
9. A situação envolve o gênero oral recontação de histórias e
exige da equipe um planejamento antes da execução do desafio, por
esse motivo, são destinados alguns minutos para o cumprimento da
tarefa. No entanto, somente após o entendimento do que se pede na
atividade, é que o professor deve acionar um cronômetro para com-
putar o tempo da tarefa.

49
10. A seguir, cada equipe apresentará para a turma a recontação
do conto “Corisco” e, se realizar tudo de forma correta e organizada,
conquistará o sucesso nessa parte da atividade.
11. Após as recontações, o professor deverá comentar as diferen-
ças que aparecem entre ler e recontar uma história e conversar com
os alunos sobre quais elementos do texto mais apareceram e quais
foram subtraídos pelas equipes durante as recontações do conto.
12. Todas as situações, se cumpridas de forma correta e organi-
zada, valem a mesma quantidade de pontuação, logo, após as apre-
sentações das recontações e o debate acerca das semelhanças e das
diferenças encontradas nas recontações, as equipes serão pontuadas
por todas as etapas.
13. A atividade finalizará quando as equipes tiverem cumprido
todas as etapas da atividade.
14. Segue o link para acessar o conto “Corisco”, do escritor Luis
Vilela:
https://www.veredasdotexto.com/single-post/2016/04/21/corisco
https://www.youtube.com/watch?v=27Mlk0SiMQs

A avaliação da turma será feita, inicialmente, pelo professor, atra-


vés de suas observações durante a aplicação da atividade, que levará
Avaliação da
em conta a participação dos alunos, sua interação com as equipes,
aprendizagem
sua motivação, seu empenho em ajudar seu grupo. Posteriormente,
após o término da atividade, o professor realizará um momento de
conversação com a turma para saber dos alunos: o que acharam da
atividade; se acreditam ter compreendido as características do que é
a contação de histórias; se gostaram e acharam pertinente praticar a
oralidade durante a recontação do conto “Corisco”. Por fim, os alu-
nos serão convidados a fazerem uma autoavaliação de sua participa-
ção, de forma individual, atribuindo para si, uma nota de 0 a 10.
CARVALHO, Robson Santos de.; FERRAREZI Jr., Celso. Orali-
dade na educação básica: o que saber, como ensinar. 1.ed., São
Referências
Paulo: Parábola, 2018
MAGALHÃES, T. G.; LACERDA, A. P. DE O. Concepções e prá-
ticas de oralidade na escola básica na perspectiva dos docentes.
Horizontes, v. 37, p.e019004, 15 mar. 2019.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades
de retextualização. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MARCUSCHI, Luiz; DIONÍSIO, Angela P. Fala e escrita. 1. ed.,
1. reimp. — Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-
lar. Brasília, 2018.

50
Oficina 11
Oralizando: Jogo no PowerPoint
com os gêneros textuais orais

Emiliane Cristina Cruz Matias Alves

Série 3ª série EM

Tempo previsto 02 aulas de 50 minutos cada. (geminadas)

Campo de atuação Escuta e fala

Conteúdo Gêneros Orais

(EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e


circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer esco-
Habilidades
lhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.
desenvolvidas
(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em con-
(BNCC)
ta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e
discursos em diversos campos de atuação social.
(EM13LGG301) Participar de processos de produção individual e
colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e ver-
bais), levando em conta seus funcionamentos, para produzir sentidos
em diferentes contextos.
(EM13LGG302) Compreender e posicionar-se criticamente diante
de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes
linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circu-

51
lação.
(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social,
analisando diferentes argumentos e opiniões manifestados, para ne-
gociar e sustentar posições, formular propostas, e intervir e tomar
decisões democraticamente sustentadas, que levem em conta o bem
comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional e global.
(EM13LGG304) Mapear e criar, por meio de práticas de lingua-
gem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural
para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo seus princípios e
objetivos de maneira crítica, criativa, solidária e ética.
(EM13LGG401) Analisar textos de modo a caracterizar as línguas
como fenômeno (geo)político, histórico, social, variável, heterogê-
neo e sensível aos contextos de uso.
(EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o
estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlo-
cutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas
por esse(s) interlocutor(es) e combatendo situações de preconceito
linguístico.
● Quadro branco para projeção do jogo (slides)
● Datashow
Material
● Notebook
● Caixa de som
● Marcador de tempo (pode ser um relógio, ou cronômetro de
algum dispositivo, como o celular, tablet...)
● Pincel e Apagador para o registro da pontuação das equipes

1. Antes do início da aula, o professor deverá preparar o am-


biente e ligar os equipamentos necessários para a aplicação da ativi-
Passos para
dade. (notebook, datashow, caixa de som)
aplicação
2. No primeiro momento, com os alunos já em sala, o profes-
sor fará questionamentos sobre os gêneros orais que eles conhecem,
acionando suas memórias sobre o assunto. Essas perguntas serão fei-
tas oralmente, antes da apresentação do jogo.
3. No segundo momento, o professor convidará os alunos a par-
ticiparem de um jogo criado no programa de slides, PowerPoint, para
treinar sua oralidade e pedirá que a turma se divida em 03 grupos.
4. Em continuidade, após a divisão das equipes, o docente or-
ganizará a turma numa logística, em que os alunos estejam reunidos
em seus grupos e de frente para o quadro branco, onde ocorrerá a
projeção do jogo.
5. Em seguida, o professor, que será o responsável por conduzir
os slides do jogo, iniciará a apresentação. No slide inicial, as equipes
terão a indicação de que cada uma deverá escolher um dos botões
que trazem situações-problemas (nesse momento o professor pode ...

52
sugerir um sorteio, ou as equipes podem ser numeradas de 1 a 3,
associando assim, as situações que já estão numeradas a cada grupo
correspondente).
6. Cada situação envolve um gênero oral diferente e exige da
equipe um planejamento antes da execução do desafio, por esse mo-
tivo, são destinados alguns minutos para o cumprimento da tarefa.
No entanto, somente após a leitura e o entendimento do que se pede
no desafio, é que o professor deve acionar um cronômetro para com-
putar o tempo da tarefa.
7. Finalizado o tempo, a equipe precisará apresentar para toda a
turma a solução encontrada para o desafio e, se realizar tudo de for-
ma correta, conquistará a quantidade de pontos que já é indicada no
slide da situação.
8. Depois que a primeira equipe cumprir seu desafio, inicia-se o
da próxima, até que as três tenham se apresentado. É importante exi-
gir das demais equipes que, enquanto uma esteja concentrada e re-
alizando sua situação-problema, elas precisarão colaborar, de forma
silenciosa e atenta, pois o julgamento do merecimento da pontuação
oferecida naquele desafio será feito tanto pelo professor, quanto por
elas.
9. Todas as situações, se cumpridas de forma correta, valem a
mesma quantidade de pontuação, logo, após as apresentações das
equipes, o jogo só finalizará, se somente uma equipe conseguir pon-
tuar. Caso nenhuma pontue, ou se duas ou mais equipes realizarem
tudo conforme as exigências, haverá um empate, exigindo a con-
tinuidade do jogo, com novos desafios para que se chegue a uma
equipe vencedora.
10. Para os casos apresentados anteriormente, que necessitam de
desempate, o professor terá na tela inicial do jogo a indicação de 09
balões com outras situações para que as equipes tentem pontuar. No
entanto, nem todos os balões trazem situações valendo pontos extras,
alguns simplesmente apresentam mensagens informando que a equi-
pe não pontua.
11. O jogo finaliza quando houver uma equipe com um somató-
rio de pontos maior do que as demais.
12. Quanto ao manuseio do jogo, o professor, para não ter difi-
culdades, deverá utilizar-se do mouse e não das setas do teclado, isto
porque para se locomover na sequência correta dos slides adequados
é necessário clicar nos botões indicados.
13. Segue o link para acessar a pasta com o jogo ORALIZAN-
DO. É recomendado que se realize o download da pasta inteira e que

53
se tenha instalado no computador o programa PowerPoint. Em se-
guida, abrir a pasta e clicar 2x sobre o jogo, pois somente assim, será
possível obter o jogo configurado de forma completa, com todos seus
comandos, efeitos, animações e áudios. Outra possibilidade é

https://drive.google.com/drive/folders/1oNfR-KyKO2FVLXVsu-
1fhI2wfSAM9qXKw

Obs: Caso o arquivo seja aberto pelo google slides, muitos recursos
não serão ativados, atrapalhando o andamento do jogo.
A avaliação da turma será feita, inicialmente, pelo professor, atra-
vés de suas observações durante a aplicação do jogo, que levará em
Avaliação da
conta a participação dos alunos, sua interação com as equipes, sua
aprendizagem
motivação, seu empenho em ajudar seu grupo. Posteriormente, após
o término do jogo, o professor realizará um momento de conversa-
ção com a turma para saber dos alunos: o que acharam da ativida-
de; se acreditam ter aprendido com as situações propostas no jogo;
se gostaram e acharam pertinente praticar a oralidade nas diferentes
situações indicadas. Por fim, os alunos serão convidados a fazerem
uma autoavaliação de sua participação, atribuindo para si uma nota
de 0 a 10.
● CARVALHO, Robson Santos de.; FERRAREZI Jr., Celso.
Oralidade na educação básica: o que saber, como ensinar. 1.ed.,
Referências
São Paulo: Parábola, 2018
● MAGALHÃES, T. G.; LACERDA, A. P. DE O. Concepções
e práticas de oralidade na escola básica na perspectiva dos do-
centes. Horizontes, v. 37, p.e019004, 15 mar. 2019.
● MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: ativi-
dades de retextualização. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
● MARCUSCHI, Luiz; DIONÍSIO, Angela P. Fala e escrita.
1. ed., 1. reimp.
— Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
● BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília, 2018.

54
Oficina 12
Quem canta seus males espanta:
a canção na sala de aula

Amanda Andrade de Menezes


Raquel Costa Araújo

Série 1º ao 3º ano do Ensino Médio.

Tempo previsto 2 aulas de 50 minutos.

Gênero textual Canção

Campo de atuação Todos os campos de atuação social.

Conteúdo Figuras de linguagem: ironia, metáfora, hipérbole e antíte-


(de acordo com a se.
BNCC)

(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expres-


sivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou expres-
Habilidade
sões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre
desenvolvida
outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de
(BNCC)
uso crítico da língua.
(EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos de criação auto-
rais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes
visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas intersecções entre

55
elas, recorrendo a referências estéticas e culturais, conhecimentos de
naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e expe-
riências individuais e coletivas.

Material Material impresso e caixa de som.

AULA 1 (50 minutos)


Exposição inicial (5 minutos)
Passos para
O(A) professor(a) deve iniciar a aula com os seguintes questiona-
aplicação (con-
mentos para os alunos:
dução, comando,
● O que vocês entendem por figuras de linguagem?
ordenamento)
● Para vocês, qual a função das figuras de linguagem?
Em seguida, o professor deve distribuir aos alunos um material im-
presso com um texto que introduz o conceito e função das figuras de
linguagem. O(A) professor(a) deve propor uma leitura coletiva.

Divisão de equipes e funções (5 minutos)


Após a exposição dialogada, o(a) professor(a) deverá montar equi-
pes de até 4 estudantes por meio da contagem aleatória. Método da
contagem aleatória: o(a) professor(a) distribuirá para cada aluno um
número condizente com a quantidade de equipes, todos que tiverem
números iguais devem unir-se para formar uma equipe.

Em seguida, o(a) professor(a) deve solicitar que as equipes se orga-


nizem de acordo com as seguintes funções:
● Coordenador (responsável por mediar as discussões inter-
nas);
● Relator (responsável por sintetizar e compartilhar as ideias
do grupo);
● Mediador do tempo (responsável por administrar o tempo in-
terno para as atividades propostas);
● Mediador do silêncio (responsável por controlar os ruídos
que possam atrapalhar os grupos vizinhos).
Cada estudante dentro das equipes deverá ter uma das funções acima.

Trabalho individual (5 minutos)


O(A) professor(a) deverá distribuir textos explicativos para as equi-
pes. Cada texto deve conter a explicação e exemplos das figuras de
linguagem que serão trabalhadas na aula: ironia, metáfora, hipérbole
e antítese. Cada estudante ficará responsável pela leitura atenta de 1
texto.

Compartilhamento em grupo (5 minutos)


Após a leitura individual, o(a) professor(a) deverá solicitar que cada
estudante compartilhe uma explicação sobre o texto que leu apenas ..

56
para os colegas em sua equipe. Enquanto isso, o professor deve cir-
cular entre as equipes a fim de auxiliar nas explicações dos alunos ou
sanar possíveis dúvidas.

Momento do diálogo (10 minutos)


Neste momento, o(a) professor(a) deve promover um momento de
diálogo sobre o conteúdo e as explicações em equipes. Exemplos de
questionamentos para esse momento:
● Os estudantes responsáveis pelo texto 1 / texto 2 / texto 3 /
texto 4 sentiram alguma dúvida no momento da explicação?
● Há alguma dúvida sobre o texto 1 / texto 2 / texto 3 / texto 4?
● Vocês conseguem pensar em outros exemplos do uso de iro-
nia, metáfora, hipérbole ou antítese?

Atividade coletiva (20 minutos)


O(a) professor(a) deverá explicar aos estudantes que eles escutarão
algumas canções e deverão identificar quais figuras de linguagem
estão presentes. Em seguida, o(a) professor(a) deverá distribuir as
letras impressas das canções que serão trabalhadas, sendo estas “50
reais”, de Naiara Azevedo (uso de ironia e antítese) e “Supera”, de
Marília Mendonça (uso de metáfora e hipérbole). Após a reprodução
das canções, o(a) professor(a) deverá trabalhar o uso das figuras de
linguagem por meio de questionamentos que suscitam a reflexão dos
alunos.

O(a) professor(a) deverá reproduzir “50 reais”, de Naiara Azevedo, e


fazer as seguintes perguntas aos alunos:
● Quais figuras de linguagem vocês conseguiram identificar na
canção?
● Por que vocês acham que no trecho “Bonito! / Que bonito! /
Que cena mais linda! / Será que eu estou atrapalhando o casalzinho
aí?” há o uso da ironia? E por que você acha que a cantora utilizou a
figura de linguagem ironia?
● Por que você acha que no trecho “E por acaso esse motel / É
o mesmo que me trouxe na lua de mel / É o mesmo que você me pro-
meteu o céu / E agora me tirou o chão” há o uso da antítese? E por
que você acha que a cantora utilizou a figura de linguagem antítese?

Em seguida, o(a) professor(a) deverá reproduzir “Supera”, de Marí-


lia Mendonça, e fazer as seguintes perguntas aos alunos:
● Quais figuras de linguagem vocês conseguiram identificar na

57
canção?
● Por que você acha que no trecho “Ele tá fazendo de tapete o
seu coração” há o uso da metáfora? E por que você acha que a canto-
ra utilizou a figura de linguagem metáfora?
● Por que você acha que no trecho “Para de insistir, chega de
se iludir / O que cê tá passando, eu já passei e eu sobrevivi” há o uso
da hipérbole? E por que você acha que a cantora utilizou a figura de
linguagem hipérbole?

AULA 2 (50 minutos)

Exposição inicial (10 minutos)


O(A) professor(a) deve revisar as figuras de linguagem que foram
apresentadas na aula anterior e expor aos estudantes que as figuras
de linguagem foram estudadas a partir de um texto oral, as canções.
Agora, os estudantes devem produzir os seus próprios textos orais
através de esquetes. O(A) professor(a) deverá perguntar aos estudan-
tes:
● Vocês sabem o que é uma esquete?
● Vocês sabem como produzir uma esquete?
O(A) professor(a) deve explicar o que é uma esquete e como organi-
zá-la em uma estrutura de diálogo.

Meta coletiva (15 minutos)


O(A) professor(a) deve agrupar os alunos nas mesmas equipes da
aula anterior. Em seguida, o(a) professor(a) deverá explicar que os
alunos precisarão elaborar uma esquete com um diálogo curto, nes-
se diálogo deverá ter a presença de uma das figuras de linguagem
estudadas na aula anterior: ironia, metáfora, hipérbole ou antítese.
As equipes terão a figura de linguagem escolhida através de sorteio.
O(A) professor(a) deverá informar que cada equipe terá 15 minutos
para elaborar sua esquete e 3 minutos para apresentá-la no final da
aula.

Fechamento (25 minutos)


Os estudantes deverão apresentar suas esquetes, e em seguida, o(a)
professor(a) comentará as produções dos estudantes a fim de promo-
ver uma reflexão sobre as figuras de linguagem dentro do contexto
oralizado.
O docente avaliará se os alunos:
● Compreenderam o que são as figuras de linguagem;
Avaliação da
● Realizaram as dinâmicas em equipe e individualmente;
aprendizagem
● Participaram das discussões ao longo das aulas;
● Adequaram as suas esquetes às figuras de linguagem traba-
lhadas.

58
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
cular. Brasília, 2017.
Referências
MENDONÇA, Marília. Supera. Rio de Janeiro: Som livre: 2019.
bibliográficas
Disponível em: : https://www.letras.mus.br/marilia-mendonca/supe-
ra
Acesso em: 12 abr. 2022.
AZEVEDO, Naiara. 50 reais. Mato Grosso do Sul: MM Music: 2016.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/naiara-azevedo/50-reais/
Acesso em: 05 abr. 2022.

59
Oficina 13
O Sarau e a representação do
indígena na literatura

Lara Dynah Ferreira de Moraes


Sayari Alves de Sousa

Série 6º ao 9º anos

Tempo previsto 10 h/a

Gênero textual Poema e Sarau


literário

Campo de atuação Artístico-literário

(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionan-


do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes ob-
Habilidade(s)
jetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –,
desenvolvida(s)
romances infanto-juvenis, contos populares, contos de terror, lendas
(BNCC)
brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas
de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos,
mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), ví-
deo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação
sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas,
autores.
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando
procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes obje-
tivos e levando em conta características dos gêneros e suportes - ro-

60
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionan-
do procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes
objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes
– romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contempo-
râneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas
visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poe-
mas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoe-
ma, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabe-
lecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-
nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando,
na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e para-
linguísticos da (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação
e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os
deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elabo-
rando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha
sonora e da exploração dos modos de interpretação.

Material Textos impressos, folha,caneta, notebook, projetor e caixa de som.


TD - https://www.canva.com/design/DAFFGcwwWdk/view

Aula 1
1. O professor irá introduzir o tema ativando os conhecimen-
Passos para
tos prévios dos alunos com o questionamento/ indagação “Qual a
aplicação (con-
imagem que você possui em relação à representação do indígena na
dução, comando,
literatura? Alguma obra vem à mente? Se sim, qual?”. Após os re-
ordenamento)
tornos, o docente irá questionar sobre o conhecimento dos alunos no
que diz respeito a ter uma literatura que, além de retratar a imagem
do indígena, também seja escrita por um. De acordo com as respos-
tas obtidas, ele irá apresentar o poema “Índio Eu não sou”, da autora
indígena Márcia Kambeba, disponível em:
https://guatafoz.com.br/indio-eu-nao-sou-poema-de-marcia-kambeb
a/. Após a leitura em voz alta, o professor deverá suscitar um deba-
te sobre a leitura do poema, dando enfoque na temática e na forma
como foi abordada através de perguntas norteadoras, como:

● “Você conhecia essa autora?”


● “ O que mais chamou atenção no poema?”
● “Após a leitura, você consegue compreender melhor o título
do poema? Consegue relacionar as informações com outras leituras...

61
ou familiarizar-se com o tema?”

2. Depois que os alunos manifestarem suas opiniões e comen-


tários, o professor explicará a proposta da oficina. Seguindo pela te-
mática do poema de introdução, ele irá estabelecer que existe uma
diferença entre uma literatura sobre o indígena e uma literatura de
autoria indígena, e como ter o conhecimento da diferença entre essas
produções contribui para uma melhor compreensão sobre a história
do Brasil e dos povos originários.
3. O docente irá finalizar o primeiro encontro questionando so-
bre a percepção dos alunos em relação à diferença apontada e cer-
tificando que os textos da autora Márcia Kambeba serão utilizados
como base para tal reconhecimento, juntamente com as produções de
autorias não pertencentes à nação indígena.
Aula 2
1. Inicialmente o professor deverá avaliar os conhecimentos prévios
dos alunos sobre a possível temática retratada em textos produzi-
dos por escritores indígenas, tendo como base o poema da Márcia
Kambeba apresentado no primeiro encontro e através de perguntas,
como:
• “Pela temática do poema lido no último encontro e pela breve
discussão realizada em sala, você sabe quais temáticas constituem a
literatura de autoria indígena? ”
• “Você acha que é possível haver algum conteúdo que faça
parte do seu cotidiano? ”
2. Em seguida, irá passar um trecho da animação brasileira “Uma
História de Amor e Fúria”, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=iLmDxLd5crE, optando pelos
20 minutos iniciais, em que narra o período da colonização do Brasil
pelo ponto do indígena Abeguar. Logo após, o docente deverá levan-
tar uma discussão sobre os acontecimentos observados e se notaram
alguma diferença na forma que estão sendo contados no filme e em
como aparecem nos livros didáticos.
3. Como complemento da discussão iniciada após o fragmento
do filme, o professor irá passar trechos do livro “O Guarani”, do
autor José de Alencar. A obra está à disposição no acervo online do
Domínio Público, disponível em: http://www.domi-
niopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf
e é considerada um dos romances destaques com essa temática. Após
leitura em voz alta dos trechos, o docente já irá seguir com a leitura
do poema “Minha memória - Meu legado (Homenagem ao Tuxuava
Valdomiro Cruz), da autora indígena Márcia Kambeba, presente no...

62
livro “Ay Kakyri Tama (Eu moro na cidade) que também está à dis-
posição no acervo online da Biblioteca Curt Nimuendajú, no site da
Fundação Nacional do Índio (FUNAI), disponível em:
http://biblioteca.funai.gov.br/media/pdf/LIVROS/MFN-45661.pdf.

4. Para apurar a análise, os textos estarão disponíveis no mate-


rial dado em sala. O foco será na representação do indígena e na for-
ma como descrevem o contexto, levantando perguntas sobre como
os diferentes pontos de vista influenciam na forma que a história é
contada e vista, induzindo produção de conteúdos distorcidos e pro-
duções com perspectivas diferentes da narrativa verdadeira.

Aula 3

1. Iniciando com a consulta do material elaborado, disponibili-


zado para que os alunos consultem os poemas da Márcia Kambeba
e trechos de livros que abordam a temática indigena. Partindo de
dois poemas da escritora, “Ritual indígena” e “Território ancestral”,
disponíveis na mesma obra apresentada na aula anterior, o docente
deverá separar um tempo para a leitura individual e silenciosa.

2. Após acabar o tempo concedido, o professor irá realizar a lei-


tura em voz alta e depois suscitar um debate sobre a temática aborda-
da nos dois poemas, momento em que os alunos deverão expor suas
opiniões e comentários. Para que seja mais proveitoso, o docente
pode levantar questões, como:

Primeiro poema:

● “Por que a palavra ritual está em letras maiúsculas?”


● “Quem é o ‘branco’ citado no poema?”
● “ Qual seria o motivo do uso de palavras pertencentes à lín-
gua indígena?”

Segundo poema:

● “ A que acontecimento ela se refere quando diz ‘Do encontro


entre o “índio” e o “branco”?
● “ Quem é o ‘homem’ citado no poema e por qual motivo a
palavra está destacada?
● “Após a leitura, você conseguiu identificar um tom de denún-

63
cia no poema? Por quê?”
4. Em seguida, o professor deverá realizar uma breve análise e re-
lacionar com trechos de leituras conhecidas, como “A carta de Pero
Vaz de Caminha”(1500) e “Juca Pirama” (1851), que estarão no ver-
so do material. Após a leitura dos trechos, o docente poderá iniciar
um debate em relação aos conteúdos produzidos com as temáticas
abordadas por esses dois pontos de vista, além de discutir sobre a
imagem insultuosa que é construída do indigena quando se consome
apenas um lado da literatura.
Aula 4:
1. O professor poderá fazer uma retomada do que foi aborda-
do nas aulas anteriores para, em seguida, explicar que, nessa aula,
dará continuidade à análise de produções indígenas, em contraste
com textos de autoria não indígena. Será pedido que a turma pegue
o material com os textos entregue na aula anterior, o qual contém os
poemas que serão utilizados para essa aula, e leia o intitulado “Os
filhos das águas de Solimões”, da autora Márcia Kambeba, dispo-
nível no livro da autora citado na aula anterior. Após a leitura do
texto, o docente abrirá espaço para discussão, a partir de perguntas
norteadoras, como “o que o poema expressa?” e “o que chamou a
atenção de vocês no texto?”. Depois que os alunos compartilharem
suas impressões acerca do poema, o professor irá tecer considerações
para complementar a análise do texto, podendo reforçar como a au-
tora expressa com sensibilidade a relação entre a vida e a natureza e
que denuncia, a partir de uma linguagem poética, que o contato do
colonizador com o povo Kambeba trouxe o desaldeamento ao grupo.
2. Em seguida, o professor apresentará a leitura de um trecho
da Carta de Pero Vaz de Caminha, disponível em domínio público.
Decorrida a leitura, o professor deve iniciar uma discussão sobre o
texto, pondo-o em contraste com o texto lido anteriormente na aula.
Para isso, pode-se realizar as seguintes perguntas norteadoras: “o que
podemos perceber nesse trecho da carta?”, “é possível notar diferen-
ças e semelhanças entre esse texto e o poema da Márcia Kambeba?
Quais?”, “vocês notam uma diferença entre a perspectiva indígena e
a de Caminha, expressa nesse trecho da carta? Como são as perspec-
tivas de cada texto?” e “quais pontos da relação entre os dois textos
lidos chamou a atenção de vocês?”
3. Concluída a discussão do texto, o professor abordará outro poema
de Márcia Kambeba, no caso, “União dos Povos”. Partindo da lei-
tura do texto, o professor irá implementar a discussão na turma, por
meio de perguntas sobre a temática. Em seguida, é interessante que o
docente finalize a aula reforçando que a autora expressa, no texto, a
união dos povos para preservar suas culturas e sua história.
Aula 5
1. O professor iniciará a aula reforçando a temática trabalhada

64
nos encontros anteriores. Nessa direção, será apontado que, confor-
me visto nos textos lidos em sala anteriormente, há uma diferença no
modo como as culturas, crenças e vivências de povos originários são
retratadas por autores indígenas e por autores não indígenas, desta-
cando que este apresentou obras envoltas em preconceito e em uma
imagem estereotipada do indígena, enquanto aquele põe em evidên-
cia a perspectiva indígena e a crítica às violências vividas por povos
originários, destacando, também, a cultura e a resistência.

2. Em seguida, o professor irá propor à turma a montagem de


um sarau com poemas indígenas. Perguntará à turma se eles sabem o
que é um sarau e, levando em consideração os comentários dos alu-
nos, definirá como será, onde será e a que horas será o evento, bem
como quem serão os convidados. Solicitará que os alunos se reúnam
em pequenos grupos para iniciarem suas produções.
3. No momento seguinte, o professor, juntamente com a turma,
poderá produzir um convite, de modo coletivo, a fim de exercer tam-
bém a escrita e de pensar a realização de todas as etapas do sarau.

*Após o dia da realização do sarau, o docente promoverá um mo-


mento para partilha sobre a atividade entre os alunos. Nesse sentido,
será proposto que os alunos comentem o que acharam do evento e
dos poemas escolhidos. Para finalizar, o professor irá comentar que
a oficina promoveu uma percepção sobre as diferenças da represen-
tação indígena na literatura e como conhecer produções indígenas é
relevante para a valorização de suas culturas e da própria história de
povos originários.

A avaliação será a apresentação do sarau de poemas indígenas e o


processo de organização do sarau. Toda a oficina, além de propor
Avaliação da
a produção de um gênero textual oral, deve ter por objetivo que os
aprendizagem
alunos perceberam como se dá a representação indígena na literatu-
ra, bem como perceber as diferenças entre a perspectiva de autores
indígenas e de autores não indígenas.
ALENCAR, José de. O guarani. 20ª ed., São Paulo: Ática, 1996
Disponível em http://www.educacional.com.br/classicos/obras/O_
Referências
guarani.pdf
bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
cular. Brasília, 2017. Disponível em: http://basenacionalco-
mum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.
pdf
CAMINHA, P. V. Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei D. Ma-
nuel sobre o Achamento do Brasil. Texto integral. São Paulo: Mar-
tin Claret, 2003. Disponível em: http://objdigital.bn.br/
Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf
DIAS, A. G. I-Juca Pirama, Os timbiras e outros poemas/ Gon-

65
çalves Dias. .3. Ed. São Paulo: Martin Claret, 2012. Disponível em:
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/jucapira-
ma.pdf
KAMBEBA, M. W. Ay Kakyri Tama: Eu Moro Na Cidade. 1ª
Ed. Manaus: Grafisa Gráfica e Editora, 2013. Disponível em:
http://biblioteca.funai.gov.br/media/pdf/LIVROS/MFN-45661.pdf
Uma história de Amor e Fúria. Direção de Luiz Bolognesi. Produ-
ção de Caio Gullane. [S.I.]: Buriti Filmes, Gullane/Lightstar Stu-
dios. Europa Filmes, Legendmain Filmes. 2013. Digital. Disponível
em https://www.netflix.com/watch/81503928?source=35. Acesso
em: 03 jul. 2022.

66
Oficina 14
A Missa do Galo em conto,
roteiro e teatro na sala de aula

Isabela Araújo Ramos


João Pedro Fernandes Misquita

Série 6º ao 9° ano

Tempo previsto 200 minutos (4 aulas)

Gênero textual Roteiro e peça teatral


literário

Campo de atuação Artístico-literário

(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de


mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas)
Habilidade(s)
entre os textos literários, entre esses textos literários e outras mani-
desenvolvida(s)
festações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, mú-
(BNCC)
sica), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o
texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, víde-
os-minuto, vidding, dentre outros.
(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de li-
vros de literatura e por outras produções culturais do campo e recep-
tivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que re-

67
presentem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas
experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísti-
cas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orien-
tações dadas pelo professor.
(EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de roman-
ces, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, bio-
grafias romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas
para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a
caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos
de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de
narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, re-
gistros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento,
textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista as restri-
ções temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos
e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido,
o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e
considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao
texto literário.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando,
na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralin-
guísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entona-
ção e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos
e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e
elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da
trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.
1° Aula: texto impresso ou em pfd com o conto “Missa do Galo”
(em quantidade suficiente para toda a turma), pincel, quadro.
Material
2° Aula: texto impresso para a discussão, pincéis e, caso necessário,
um projetor para exemplificar em slides.
3° Aula: texto impresso com o conto “Missa do Galo”, papéis com
a anotação sobre a divisão dos grupos, quadro, pincel e canetas,
tesouras, cola.
4° Aula: os roteiros de cada equipe para que os colegas e o profes-
sor possam acompanhar.

1° Aula: Revisão do gênero conto a partir da leitura de “A Missa do


Galo”, de Machado de Assis.
Passos para
Objetivos:
aplicação (con-
- Compreender as características do gênero conto.
dução, comando,
- Apropriar-se das estratégias de leitura individual e coletiva.
ordenamento)
Conteúdos:
- Leitura do texto narrativo: conto.
- Produção literária de Machado de Assis.
Desenvolvimento/Condução:
- Acolhida: cumprimentar a turma, reservar alguns minutos para
que os alunos se organizem nas cadeiras (entre 5 e 10 minutos).

68
- Momento Inicial - Aplicar as estratégias de compreensão leitora
para antes da leitura:
- Conversar com a turma sobre as características do gênero conto
(narrativa curta, poucos personagens…), mediar com perguntas: “O
que é o conto? O que se espera de narrativas do gênero? Que exem-
plos de conto vocês gostariam de destacar?” .
- Anotar, a partir das respostas, algumas das características no qua-
dro.
- Distribuir o conto “Missa do Galo” em material impresso para os
alunos. Finalizada a revisão sobre as características do gênero,
(Link de acesso ao conto: http://www.biblio.com.br/defaultz.as-
p?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/machadodeassis/missa-
dogalo.htm)
- Perguntar à turma, após a distribuição do conto, o que eles esperam
da leitura a partir dos referentes paratextuais, mediar com perguntas:
“Vocês já leram esse conto antes? O nome do autor diz algo sobre
essa leitura para vocês? Quais expectativas vocês possuem a partir
dessas características e informações?”
- Aprofundar a discussão sobre Machado de Assis, ressaltando carac-
terísticas típicas de sua escrita e das temáticas abordadas, explicando
como o autor se tornou referência na produção de contos nacionais.
Ressaltar brevemente o contexto histórico e a importância do autor
para a literatura, mediando a explicação com perguntas: “O Machado
de Assis é associado a escola literária do realismo, seus contos ti-
nham um tom muito crítico sobre a sociedade brasileira, o que vocês
esperam da leitura cientes desses contextos?”
- Momento intermediário - Aplicar as estratégias de compreensão
leitora para durante a leitura:
- Orientar a turma a fazer uma leitura silenciosa do conto, dispondo
de um tempo delimitado para que os alunos possam se concentrar.
- Solicitar, após o fim do tempo, que agora a turma faça uma leitura
coletiva, iniciando a leitura e incentivando que os alunos deem con-
tinuidade a cada três parágrafos.
- Momento final - Aplicar brevemente as estratégias de compreen-
são leitora para depois da leitura:
- Questionar brevemente o que eles acharam do conto, a nível de
fruição da leitura. Utilizar questionamentos mediadores: “O que vo-
cês acharam do conto? Acharam o conto divertido, instigante, curio-
so…?”
- Explicar aos alunos que na próxima aula haverá um debate mais
aprofundado sobre o conto.

69
- Incentivar a turma a pesquisar acerca da história para trazer apon-
tamentos, dúvidas e opiniões na aula seguinte.

2° Aula:
Objetivos:
- Discutir as estratégias de depois da leitura do texto
- Separar as equipes em grupos com 5 pessoas, levando em
consideração 30 alunos na sala.
Desenvolvimento e condução:
Acolhida: cumprimentar a turma e organizá-la.
Momento inicial - Aplicação de estratégias de compreensão leitora
para depois da leitura, perguntar o que acharam do conto e qual o
significado da história.
Momento intermediário - Aprofundar as discussões sobre as
temáticas abordadas na narrativa, falar sobre o contexto literário,
demonstrar as intertextualidades presentes na história, já que o au-
tor cita as obras A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, e Os
três mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Logo em seguida, debater
se a história condiz com o estilo do autor e sem ela ainda tem rele-
vância atualmente.
Momento final - Discutir sobre as possibilidades que poderiam ter
acontecido na história, explicar o objetivo do trabalho e separar as
equipes.
3° Aula: Confecção mediada dos trabalhos.
Objetivos:
- Confeccionar ou finalizar os roteiros para o trabalho.
- Solucionar as dúvidas acerca do projeto.
- Ensaiar as apresentações.
Conteúdos:
- Prática escrita (roteiro).
- Intertextualidade entre o roteiro e a leitura do texto literário
(conto).
- Prática do texto teatral e da encenação.
Desenvolvimento/Condução:
- Acolhida: cumprimentar a turma (entre 5 e 10 minutos).
- Momento Inicial: Solicitar que os alunos se dividam nos grupos
organizados para o trabalho, formando pequenas rodas para cada
grupo na sala.
- Momento intermediário: Explicar que a aula tem o objetivo de
permitir a confecção ou finalização dos roteiros, bem como é uma
aula para tirar as dúvidas.

70
- Incentivar as equipes a ensaiarem entre si os roteiros produzidos.
- Passar entre os grupos para mediar as confecções e sanar dúvidas.
- Momento final: Reforçar as informações e instruções para a apre-
sentação dos trabalhos.
4° Aula: Apresentações
Objetivo:
Avaliar as apresentações dos alunos.
Momento inicial - Organizar a turma e as equipes.
Momento intermediário - Apresentar os roteiros e as encenações
das equipes, cada equipe terá, no máximo, 10 minutos.
Momento final - Ao fim das apresentações, discutir o que eles tira-
ram do trabalho, o que eles aprenderam com a transposição da narra-
ção para a encenação.

Avaliação baseada na observação da participação dos alunos no pro-


jeto como um todo, envolvendo a compreensão das discussões e lei-
Avaliação da
tura em sala, participação na confecção e escrita dos roteiros e na
aprendizagem
prática teatral promovida pela oficina.

ASSIS, Machado de. Missa do Galo. In: Contos Consagrados. 3. ed.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
Referências
Disponível no site:
bibliográficas
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.
br/conteudo/machadodeassis/missadogalo.htm
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-
cular. Brasília, 2017.
ZAVAM, Áurea; SERAFIM, Mônica de Souza. Nota de aula sobre
Níveis de compreensão leitora.

71
Oficina 15
Drummond e Portinari em
diálogo

Ana Maria Azevedo de Oliveira


Jonas dos Santos Monteiro

Série 6 ao 9º ano

Tempo previsto 05 aulas

Gênero textual Paródia, esquete teatral, cordel e debate


literário

Campo de atuação Artístico-literário

(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos per-


tencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança,
Habilidade(s)
exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog
desenvolvida(s)
cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações
(BNCC)
artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s
etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhe-
cendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção
cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for
o caso. (p. 157)

(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de


recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), se-
mânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (dis-
tribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o ..

72
texto verbal. (p. 159)

(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de


mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas)
entre os textos literários, entre esses textos literários e outras mani-
festações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, mú-
sica), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o
texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, víde-
os-minuto, vidding, dentre outros. (p. 187)

Material impresso com o Poema Sagração do autor Carlos Drum-


Material
mond de Andrade, quadro, pincel, projetor e celular.

AULA 01-
Passos para
- Nesta primeira aula será feito o primeiro contato dos alunos
aplicação (con-
com a temática do poema a ser trabalhado, para isso será mostrado
dução, comando,
a imagem do Desenho de Portinari em que retrata a cena de Dom
ordenamento)
Quixote. QR CODE PARA ACESSO A IMAGEM:

- Em seguida, serão feitas algumas perguntas para ativar os co-


nhecimentos prévios dos alunos, tais como:
1. O que eles conhecem da obra?
2. O que está sendo representado?
3. Qual o entendimento deles sobre os cavaleiros na literatura?
Já ouviram falar de alguma obra específica?
4. O que eles conseguem entender da figura? Quem são? Onde
estão? Qual a relação entre as personagens?
- Após esses comentários gerais dos alunos, os quais partici-
parão de forma individual expressando os seus pensamentos e im-
pressões, será concluída a aula com informações a respeito da obra e
também sobre o autor (de forma breve).

AULA 02-
- Será feita a entrega do poema impresso em folhas para todos
os estudantes.

73
QR CODE PARA ACESSO AO MATERIAL IMPRESSO

- Após receberem o texto, os alunos farão a primeira leitura


de forma silenciosa;
- Após isso, os alunos serão agrupados em trios e trabalha-
rão na interpretação do poema juntos, ou seja, cada um do trio irá
explicar qual foi seu entendimento para o outro, assim por diante,
no formato de aprendizagem cooperativa (com base em Lopes
& Silva (2009) e outros autores que versam sobre esta temática.
Entendemos por Aprendizagem Cooperativa a estratégia de ensino
e de aprendizagem que consiste em dividir a turma em pequenos
grupos formados por alunos que, embora com diferentes níveis de
aprendizagem, recebe uma função e busca cumpri-la de modo que
todos colaborem com o processo de aprendizagem, ajudando uns
aos outros a compreender melhor os assuntos abordados.);
- Dando prosseguimento, será feita a leitura em voz alta com
os alunos e cada trio irá comentar qual foi o entendimento a partir
dos comentários do colega;
- Feita a socialização e compilando os comentários a respeito
do poema, haverá o momento dos questionamentos, tais como: Qual
a estrutura do poema? A temática principal? A relação do quadro
estudado na aula passada com o poema? Quais foram as impressões
dos alunos?
- Para finalizar a aula, será feita a leitura da página 32 do livro
Dom Quixote.
SEGUE ACESSO AO QR CODE QUE CONSTA O LIVRO:

74
- Após a leitura, será retomado desde o quadro a este trecho do
livro o entendimento geral do poema, e também, será questionado:
Como os alunos conseguem relacionar as diferentes expressões artís-
ticas, os diferentes gêneros textuais? Como a relação é estabelecida?
Quais as características de cada modalidade? Quais as que eles mais
gostam: leitura? pintura? etc.

AULA 03 -

No primeiro momento da aula, será apresentada uma música, com a


qual os alunos, mais uma vez, tentarão relacioná-la ao poema visto
anteriormente.

Dom Quixote - Humberto Gessinger


https://www.youtube.com/watch?v=84r_TfSgDXY

Segue o QR code da música a seguir:

- Visto que os alunos foram expostos a diferentes gêneros textuais


e expressões artísticas, será feita a divisão e explicação do método
avaliativo dessa oficina, o qual consiste em uma releitura do poema
lido por meio de diferentes gêneros textuais orais, como paródia, es-
quete teatral, cordel, debate etc.

- Após a divisão de equipe e a escolha da forma de apresen-


tação, os alunos poderão se reunir e discutir sobre o trabalho a ser
apresentado.

AULA 04 -

- Será feita a apresentação dos trabalhos de metade da turma.

AULA 05 -

75
- Será feita a apresentação dos trabalhos da outra metade da
turma;
- Mediante a todas as apresentações, será feito o encerramento
da oficina com comentários e feedbacks;
- Após isso, será feita a festinha de encerramento.

- Participação em sala de aula (leitura e participação nos diálogos);


- Assiduidade (Frequência nos encontros);
Avaliação da
- Artistagem: consiste em um trabalho final, no qual os alunos esco-
aprendizagem
lherão alguma forma artística para fazer uma releitura do poema que
estudaram, por exemplo:

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curri-


cular. Brasília, 2017. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
Referências
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
bibliográficas
D. Quixote – Portinari e Drummond: releituras de Cervantes.
DE CERVANTES, M. Dom Quixote de la Mancha. Leya, 2015.
LOPES, J. & SILVA, H. S. (2009). A Aprendizagem Cooperativa
Na Sala De Aula - Um Guia Prático Para o Professor. Lisboa: Lide.

76
Oficina 16
O que é a felicidade?
Clarice Lispector responde

João Pedro de Andrade Sousa


Marina Rodrigues Falcão
Rodrigo Barreto de Meneses

Série 6º ao 9º anos

Tempo previsto 3 aulas de 50 minutos

Gênero textual Sarau


literário

Campo de atuação Artístico-literário

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-


nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
Habilidade(s)
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
desenvolvida(s)
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
(BNCC)
contexto social e histórico de sua produção.

(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras


manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais
e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos,
quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.

(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de


mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) ...

77
entre os textos literários, entre esses textos literários e outras mani-
festações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, mú-
sica), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o
texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, víde-
os-minuto, vidding, dentre outros.

Data-show; caixa de som; vídeo baixado no pendrive; disponibilizar


Materiais
o conto impresso; pincel; lousa; apagador.

I - Contextualizar vida e obra da autora Clarice Lispector a partir do


curta “Clandestina Felicidade”, de Beto Normal e Marcelo Gomes -
Passos para
20 minutos;
aplicação (con-
II - Aplicar a atividade ao longo da aula, discutindo e respondendo
dução, comando,
suas perguntas;
ordenamento)
III - Fazer perguntas sobre os assuntos que serão abordados no conto
e no curta, a fim de entender quais os conhecimentos prévios dos
alunos sobre esses assuntos - 20 minutos;
● O que seria uma felicidade clandestina?
● Você é feliz?
● O que te deixa feliz?
IV - Ler coletivamente o conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice
Lispector - 20 minutos
V - Retomar a leitura com um comentário professoral, propondo
questões aos alunos, parando para questioná-los sobre a construção
das personagens, um elemento que chama atenção no conto - 40
minutos;
● Quem são as personagens do conto?
● Como as meninas são construídas/retratadas?
● O que essa construção tem a ver com o enredo do conto?
● Que outros contos de Clarice Lispector aparecem no texto?
VI - Questionar os alunos, novamente, sobre o significado de “felici-
dade clandestina”, desta vez relacionando-o ao conto e ao curta - 25
minutos
VII - Comentar sobre as problemáticas do texto, assim aproximando
a discussão ao cotidiano dos alunos - 25 minutos
● Qual o maior desejo da menina loura?
● O que a leitura do texto significou para você?
VIII – Pedir aos alunos que escolham poemas sobre a felicidade para
a organização de um sarau.
● Professor, lembre-se dos seguintes elementos para a organi-
zação do sarau: quantidade de poemas a serem apresentados, tema,...

78
público, local, data e divulgação do evento.

No link abaixo, o professor terá acesso à avaliação sobre o texto que


foi abordado em sala de aula.
Avaliação da
https://bit.ly/AvaliaçãoClariceLispector
aprendizagem
A avaliação deve ser feita também levando-se em consideração os
elementos cinésicos e paralinguísticos necessários à apresentação
do sarau (as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as
pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, a postura
corporal e a gestualidade)

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Cur-


ricular. Brasília, 2017. Disponível em http://basenacionalcomum.
Referências
mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
bibliográficas
LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: LISPECTOR, C.
Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. Disponível em https://
aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/318112/mod_resource/content/1/
Felicidade%20Clandestina%2C%20Clarice%20Lispector.pdf

LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: LISPECTOR,


C. Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. Texto resumido.
Disponível em
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4926123/mod_resource/
content/4/FELICIDADE%20CLANDESTINA.pdf

MARGLEICE PIMENTA. Clandestina Felicidade. Youtube, 06 de


jun. 2022. Disponível em <Clandestina Felicidade>.

79
Oficina 17
O Auto da Barca do Inferno:
o teatro medieval português
na sala de aula

Felipe Augusto Pinheiro

Série 6º ao 9º ano

Tempo previsto 3 aulas de 50 minutos

Gênero textual Auto (peça teatral)


literário

Campo de atuação Artístico-literário

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e huma-


nos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhe-
Habilidade(s)
cendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre
desenvolvida(s)
as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
(BNCC)
contexto social e histórico de sua produção.

(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de


mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas)
entre os textos literários, entre esses textos literários e outras mani-
festações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música)

80
quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto
original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-mi-
nuto, vidding, dentre outros.

(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender - selecionando


procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes obje-
tivos e levando em conta características dos gêneros e suportes - ro-
mances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâ-
neas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas
visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poe-
mas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoe-
ma, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabe-
lecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando,


na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralin-
guísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entona-
ção e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos
e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e
elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da
trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos


de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorís-
ticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas
ou não com o professor) de livros de maior extensão, como roman-
ces, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infan-
tojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos,
contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de
encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária es-
crita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio
de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as
pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação
quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos,
caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/re-
conto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks
de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas
com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos,
tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, li-
ras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísti-
cos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como

81
o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom
e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e
pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de com-
partilhamento em questão.

(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação


entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e ci-
nésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz,
as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos
por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as
aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura
corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações
musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros
poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de
linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, meto-
nímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos
de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denota-
tivas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordina-
das adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo
sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e
ações próprios de cada gênero narrativo.

Pincel, quadro, folhas de ofício e texto impresso.


Material

Momento um: Mencionar o filme O auto da compadecida https://


www.youtube.com/watch?v=sdIZawErCNg e perguntar aos alunos
Passos para
“-vocês já assistiram a esse filme? Se sim, qual relação vocês acredi-
aplicação (con-
tam que o filme possa ter com o texto que em seguida será trabalha-
dução, comando,
do?”. (20 minutos)
ordenamento)
Momento dois: Explicar aos alunos as características gerais do gêne-
ro auto e apresentar alguns pontos convergentes entre as duas produ-
ções artísticas. (20 minutos)

Momento três: Propor uma leitura individual silenciosa. (20 minutos)

Momento quatro: Propor uma leitura coletiva entre os alunos em que


cada qual fique responsável pela leitura das falas de uma persona-
gem. (20 minutos)

Momento cinco: Realizar atividade de compreensão leitora. (20 mi-


nutos)

● Questão 1: Quais personagens entram na barca rumo ao céu?

82
● Questão 2: Quais personagens entram na barca rumo ao infer-
no?
● Questão 3: Selecione uma personagem que adentrou a barca
do céu e explique o percurso traçado por esta até esse desfecho.
● Questão 4: Selecione uma personagem que adentrou a barca
do inferno e explique o percurso traçado por esta até esse desfecho.
● Questão 5: Existe no texto uma forte crítica a certos valores
morais que atua como tema central da obra. Utilizando exemplos do
texto, explique como essa crítica é construída.

Momento seis: Organizar os alunos em grupos e propor a eles como


atividade a adaptação do auto para o cordel. (50 minutos)

Observação do engajamento dos alunos na resolução das atividades


propostas bem como os elementos cinésicos e paralinguísticos ne-
Avaliação da
cessários à apresentação do sarau (as variações no ritmo, as modula-
aprendizagem
ções no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da
linguagem, a postura corporal e a gestualidade).

AUTO da compadecida. Direção: Guel Arraes. Rio de Janeiro: Glo-


bo Filmes, 2000. DVD. Disponível em https://www.youtube.com/
Referências
watch?v=sdIZawErCNg. Acesso em: 30 jun. 2022
bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Cur-
ricular. Brasília, 2017. Disponível em http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 05 jul. 2022

VICENTE, Gil. Auto da Barca do Inferno. São Paulo: A Biblio-


teca Virtual do Estudante Brasileiro, c1996. online. Disponível
em:http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.
do?select_action=&co_obra=1815 Acesso em: 30 jun. 2022.

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