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Motivação e Projeto de Vida

Este ebook foi desenvolvido pela KUAU, uma


empresa de educação que acredita no Projeto de
Vida como fonte de inspiração na escola.

Com este material, você vai entender melhor como


funciona a motivação, quais fatores influenciam seu
desenvolvimento e como a escola pode trabalhar no
sentido de promover a motivação dos alunos.

Vamos lá?
Introdução

A motivação é fundamental para o sucesso em


diversas áreas da vida, especialmente na escola.

É necessário que a escola crie estratégias adequadas


para manter os alunos engajados, contribuindo para
um bom desempenho escolar.

Porém, essa pode ser uma tarefa muito desafiadora.


Por isso, reunimos aqui informações importantes
para aprofundar o seu conhecimento sobre o tema
da motivação e o projeto de vida.
1. O que é Motivação?

Índice a.
b.
Teoria da Autodeterminação
Motivação autônoma e controlada

2. Motivação na Escola
a. Fatores que influenciam na motivação
○ Crença de auto-eficácia
○ Estilo motivacional do professor
○ Autonomia
b. Práticas facilitadoras da motivação

3. A motivação na construção do Projeto de VIda


a. A BNCC
b. Transformando motivação em projeto
c. Motivação e protagonismo juvenil
d. Os limites da motivação

4. Conclusão

5. Referências Bibliográficas
Capítulo 1

O que é Motivação?
O que é motivação?
De forma simples, é possível definir a motivação como
uma energia que leva a ação.
“Motivação é a energia
A motivação é uma condição que influencia o modo de
para a ação. É o que te
agir. E por se tratar de algo interno, só pode ser percebida
através do comportamento. levanta de manhã e te
Neste material, vamos aprofundar o conceito da move ao longo do dia.”
motivação utilizando como base a Teoria da
Autodeterminação, proposta pelos psicólogos Richard M. Edward L. Deci
Ryan e Edward L. Deci.
Teoria da Autodeterminação
Ao refletir sobre a motivação, é comum pensar que ela varia de intensidade de uma pessoa para
a outra, certo? Algumas pessoas são mais motivadas e outras menos.

Esse pensamento não está errado, entretanto, os fundadores da teoria chegaram a conclusão de
que além da quantidade de motivação presente em alguém, também é preciso se atentar ao tipo
de motivação existente.

Segundo os pesquisadores, a motivação pode ser autônoma (intrínseca) ou controlada


(extrínseca), e esses dois tipos de motivação podem ocorrer em maior ou menor grau, variando
de acordo com cada contexto de nossas vidas.

Vamos entender melhor?


Motivação Extrínseca (Controlada)

A motivação controlada surge em situações em que


algo é feito por necessidade, medo de punição ou
porque haverá alguma recompensa.

Realizando uma atividade estando motivado


extrinsecamente, o sujeito não sente satisfação
relacionado à tarefa em si, mas às suas consequências.

Podemos citar como exemplos: lavar a louça do almoço


por ser uma obrigação ou fazer a lição de casa para ter
uma nota boa no boletim.
Motivação Intrínseca (Autônoma)

Em contrapartida, a motivação autônoma está presente em


contextos nos quais determinada atividade é realizada com
interesse e foco na própria realização, porque ela gera
algum tipo de prazer.

Uma pessoa é motivada intrinsecamente quando sai de


casa para jogar com os amigos, quando vai ao cinema ver
um filme ou fazer aulas para aprender a tocar um
instrumento musical que acha interessante.
Comportamento Autodeterminado
- +
+ ANSIEDADE + SUPERFICIAL
ACREDITA QUE É + INICIATIVA
Como o aluno se + SENTIMENTO DE + BUSCADE
POR + INTERESSE
AGENTE MUDANÇA
comporta? INEFICÁCIA PRESTÍGIO SOCIAL + RESPONSÁVEL

O que pensa NÃO ACREDITA QUE PODE NEM SEMPRE SE VÊ ACREDITA QUE É
PROMOVER MUDANÇAS COMO AGENTE DE AGENTE DE MUDANÇA
sobre si? MUDANÇA

Como o aluno é MOVIDO POR MOVIDO POR


INATIVIDADE BENEFÍCIOS E VALORES E
estimulado? COERÇÃO INTERESSES

Tipo de SEM MOTIVAÇÃO


MOTIVAÇÃO MOTIVAÇÃO
CONTROLADA AUTÔNOMA
motivação?

Baseado em RYAN, R. M.; DECI, E. L. Self-determination theory and the facilitation of intrinsic motivation, social
development and well-being. American Psychologist, Washington, v. 55, n. 1, p. 68-78, 2000b.
Capítulo 2

Motivação na Escola
A influência da autoconfiança

É importante destacar: existem alguns fatores que influenciam


“A questão em sala de
bastante na motivação, sendo a crença de autoeficácia (ou
autoconfiança) um dos pontos mais importantes. aula não é se o aluno
possui ou não capacidade
Ela diz respeito a convicção que a pessoa tem de ser capaz de
realizar uma tarefa específica, das mais simples às mais para realizar as tarefas,
complexas. mas se ele acredita que é
É a autoconfiança que incentiva o aluno a agir, influencia o capaz de realizá-las.”
quanto de esforço emprega nas tarefas e como cultiva a
perseverança.
A influência da autoconfiança

“No contexto acadêmico, um aluno motiva-se a envolver-se nas


atividades de aprendizagem caso acredite que, com seus
conhecimentos, talentos e habilidades, poderá adquirir novos
conhecimentos, dominar um conteúdo e melhorar suas habilidades”

(BZUNECK, 2009)
Como estimular a Autoconfiança

Nesse sentido, a escola pode contribuir para o desenvolvimento da crença de autoconfiança, que se dá
através de 4 fatores que veremos a seguir. É em função desses fatores que os alunos avaliam seu grau de
eficácia no início e decorrer das atividades.

Experiências de êxito: esse é o fator mais importante para o desenvolvimento da autoeficácia. Obter
sucessos contínuos em tarefas similares dão ao aluno a informação de que ele é capaz de realizar uma
nova tarefa que está por vir. Dessa forma, ao se deparar com um fracasso em meio aos êxitos, essa
experiência negativa não terá tanto impacto na motivação.

É importante frisar que o feedback do professor pode contribuir bastante para que o aluno entenda seu
desempenho.
Como estimular a Autoconfiança

Observação de pares: vendo que os colegas conseguem se sair bem nas tarefas, há a tendência de que
o aluno entenda que ele também pode dar conta de realizar as atividades e, assim, se motive a fazê-las.
Da mesma forma, caso perceba que os demais não estão tendo sucesso, pode concluir que ele também
não terá, deixando de se empenhar na tarefa.

Persuasão verbal: também é possível desenvolver a autoeficácia quando alguém de muita confiança
para o aluno o comunica que ele é capaz de realizar uma atividade. Dessa maneira, ouvir de um
professor querido frases como “Eu acredito que você consegue!” pode gerar um efeito positivo na
motivação para realizar a tarefa.
Como estimular a Autoconfiança

Estados fisiológicos: as funções orgânicas do aluno


também podem influenciar no quão eficaz ele se sente. Ao se
deparar com sintomas de ansiedade, por exemplo, é possível
que o aluno sinta-se vulnerável e, assim, se perceba também
menos capaz de desempenhar as tarefas. Por outro lado, um
estado de bem-estar pode promover a crença de
autoconfiança.

Esse ponto reforça a necessidade do debate sobre saúde


mental dentro das escolas, bem como trabalhar a
identificação de sentimentos e emoções nos alunos.
A influência do professor

Além disso, estudos têm apontado que o estilo motivacional


que o professor assume em sala de aula tem influência direta “O estilo motivacional
na motivação autônoma dos alunos. do professor está
Alunos de professores que são promotores da autonomia, ou relacionado tanto à sua
seja, aqueles que incentivam seus alunos a fazerem escolhas, personalidade quanto
participar das tomadas de decisão e apoiam seus interesses, ao contexto em que está
tendem a apresentar melhor desempenho, mais criatividade
e motivação intrínseca.
inserido.”
A influência do professor

Já professores com estilo motivacional autoritário, que não


permitem a participação dos alunos nas decisões, impõem
atividades sem considerar seus interesses e esperam que os
jovens ajam de acordo com seus critérios, tendem a ter alunos
mais ansiosos, regidos pela motivação extrínseca e com
rendimento mais baixo.

Você já refletiu sobre seu estilo motivacional?


A influência do professor
Compassivo

Promotor de
Permissivo Autonomia
Pouco
Exigente
Exigente

Negligente Autoritário

Pouco
Compassivo
Fonte: Grit: The Power of Passion and Perseverance
A influência da autonomia

Somada aos fatores já citados, a autonomia também


“Lembre-se: quanto mais desempenha um papel importante na motivação.
competente e autônomo Seguindo essa lógica, ao promover atividades que
o aluno se sentir, maior é a permitam aos alunos sentirem-se capazes e
chance dele se manter autônomos, também se está estimulando a
motivação.
motivado de forma
intrínseca.” Assim, a equipe da KUAU separou algumas práticas
facilitadoras da motivação que podem ajudar em
suas aulas.
Práticas facilitadoras da motivação
➔ Tornar a sala de aula um ambiente de descobertas de interesses, potencialidades e
desafios a serem superados;

➔ Criar condições para que o espaço escolar seja cooperativo e acolhedor;

➔ Oferecer feedbacks positivos, elogiando a execução das tarefas;

➔ Dar suporte aos alunos caso não consigam desempenhar as atividades propostas, porém
ainda deixando-os assumirem postura ativa e autônoma diante das tarefas em questão;

➔ Sempre que possível, incluir os estudantes nas tomadas de decisões, bem como aceitar
suas sugestões e propostas de atividades.
Capítulo 3

A Motivação na construção
do Projeto de Vida
O que diz a BNCC?

A Base Nacional Comum Curricular confere à escola um grande


papel no desenvolvimento de competências socioemocionais
dos alunos, assim como a sua autonomia.

Segundo a BNCC, os educadores devem trabalhar com o


intuito de estimular a resiliência do jovem para enfrentar
desafios e situações do dia a dia e, da mesma forma, instigar a
determinação dos mesmos para seguir com princípios éticos
de responsabilidade e cidadania.
O que diz a BNCC?

De acordo com a Teoria da Autodeterminação, a medida que o


aluno se percebe atuante e competente, passa a aceitar novos
desafios em busca de mais saberes e habilidades.

A medida que se sente autônomo e responsável pelas próprias


ações, o aluno consegue ampliar o seu empenho.

Logo, a determinação e a resiliência andam de mãos dadas


com a motivação.
Transformando a motivação em projeto

Conforme amplia seu autoconhecimento, é normal que o


“Conhecer suas aluno passe a cultivar interesses e motivações por
aspirações é conhecer as diversos temas e com diferentes graus de
comprometimento.
possibilidades de investir
em si mesmo e em seu O Projeto de Vida ajuda o aluno a desenvolver habilidades
e competências necessárias para transformar suas
projeto de vida .”
vontades, ambições e desejos em planos com objetivos e
metas.
Cultivando Interesses

O Projeto de Vida na Escola deve apoiar o aluno a


cultivar seus interesses através de um processo
estruturado que permita ao aluno:

➔ Identificar suas vontades ou interesses;

➔ Definir objetivos e metas;

➔ Agir de acordo com o que precisa ser feito.


Cultivando interesses

“As pessoas ficam muito mais satisfeitas com o trabalho quando fazem
algo que coincida com seus interesses pessoais. E mais, pessoas cujos
trabalhos coincidem com seus interesses pessoais em geral são mais
contentes com a vida como um todo.”

(Duckworth, 2016)
Motivação e Protagonismo Juvenil
O Protagonismo Juvenil trabalha no sentido de desenvolver a cooperação e a consciência social
dos jovens, assim como fortalecer a sua autonomia.

Ao se enxergar como o personagem central de sua vida e sentindo-se mais autônomo, o aluno
tem a possibilidade de encontrar com mais facilidade os focos de interesse que deseja investir
sua atenção e esforços.

Além disso, praticando atividades de forma protagonista e colaborativa surge o senso de


pertencimento social.

Assim, o protagonismo pode estimular a motivação do jovem tanto intrínseca quanto


extrinsecamente, já que envolvem recompensas e gratificações, internas e externas.
Limites da motivação

A motivação é o que impulsiona os desejos e as ambições. No


entanto, quando falamos a respeito de Projeto de Vida, é
importante que a motivação esteja alinhada a realidade de
quem a vive.

É preciso que as fronteiras existentes entre o querer e o fazer


sejam demarcadas pelos princípios morais, os quais precisam
ser internalizados pelo adolescente e, além disso, é necessário
que se respeite também as limitações próprias da idade do
estudante.
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R

R
Programa completo de Projeto de Vida

A KUAU criou uma solução inovadora de Projeto de Vida. Essa


solução inclui material didático completo para o Ensino
Fundamental e Ensino Médio.

Um dos nossos diferenciais é a plataforma digital. Os alunos


perpassam por uma jornada de vídeos e conteúdos
inspiradores, de forma totalmente personalizada, que os
permitem refletir sobre temas relacionados ao Projeto de Vida.

Além disso, os estudantes desenvolvem sua narrativa de vida e


aprendem a fazer a autogestão de seus sentimentos por meio
do Diário de Bordo.
Materiais gratuitos

Aproveite para aprofundar seus


conhecimentos sobre Projeto de Vida
com materiais especiais desenvolvidos
pela equipe de especialista da KUAU.

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do seu colégio para trabalhar o Projeto de Vida de forma estruturada?

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Com esse material, você conseguiu entender melhor o
Conclusão que é a motivação e quais aspectos influenciam essa
força tão importante em nossas vidas.

Importante para o desempenho acadêmico e para o


desenvolvimento integral dos indivíduos, a motivação
está ligada principalmente aos seus interesses e
desejos.

Com o Projeto de Vida, a intenção é que seja possível


transformar a motivação em garra, construindo
repertório para que a motivação se mantenha durante
os processos necessários até a tão sonhada realização
pessoal.
● DUCKWORTH, Angela. Garra: o poder da paixão e da
perseverança. Editora Intrínseca, 2016.

● BZUNECK, José Aloyseo. As crenças de auto-eficácia


e o seu papel na motivação do aluno. A motivação

Referências do aluno: contribuições da


contemporânea, v. 2, p. 116-133, 2001.
psicologia

Bibliográficas ● LOURENÇO, Abílio Afonso; DE PAIVA, Maria Olímpia


Almeida. A motivação escolar e o processo de
aprendizagem. Ciências & Cognição, v. 15, n. 2, 2010.

● Promoting Motivation, Health, and Excellence.


TEDxFlourCity. Ed. Deci, 2013.
● BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
Comum Curricular. Brasília, 2018.

● RUFINI, Sueli Édi Guimarães; BORUCHOVITCH, Evely.


O Estilo motivacional do professor e a motivação
intrínseca dos estudantes: uma perspectiva da teoria

Referências da autodeterminação. Psicologia: Reflexão e Crítica,


v. 17, n. 2, p. . 143-150, 2004.

Bibliográficas

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