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Psicologia da Educação

Motivação na sala de aula

• Docente: Dilce Sá Nogueira


• Discentes:
• Carla Cardoso
• José Carlos
• Luisa Pires
• Mirsa Silva
• Queila Carvalho
Introdução
A motivação é amplamente pertinente e relevante nos trabalhos, na sociedade, nas
vivências dos homens, no ensino/educação e a muito tempo vêm a ser estudado no
âmbito da psicologia, não havendo um consenso entre diversos autores sobre a sua
caracterização e o conceito.

Conceito
• A motivação é um termo derivado do latim movere/motivus que significa
movimento de algo. Assim pode se dizer que a motivação derivou da palavra
“motivo” mais o sufixo “ação” que quer dizer atuação ou manifestação de uma
força uma energia ou um agente.
• Para Chiavenato (1999), a motivação é o desejo de exercer altos níveis de
esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados
pela capacidade de satisfazer objetivos individuais.
• Para Davidoff (2001), a motivação é um estado interno que pode resultar de
uma necessidade, demanda, ele ativa e desperta o comportamento em busca
necessidade (deficiência).
Podem ser chamados também de impulsos, quando relacionados a das necessidades
básicas de sobrevivência e fisiologia ou motivos (estados interiores iniciantes).
• Segundo Abraham Maslow a motivação pode ser definida como o impulso que
o ser humano tem de satisfazer suas necessidades. Essas necessidades estão
distribuídas hierarquicamente em forma de pirâmide, começando pelas
necessidades mais básicas, como comer e beber, até atingir necessidades
superiores de autorrealização.
Muitas vezes encontramos alunos que não se esforçam nem parecem mostrar
interesse pelo que a escola oferece, a pergunta que fazemos é:
• Que fazer para os motivar?
• A questão é saber o que é que há no contexto imediato ou remoto que define o
significado da atividade escolar para o aluno, que resulta motivante para alguns
alunos em determinados momentos e desmotivante para outros. e porquê?
• Porque que os conteúdos, o modo como são apresentados, as tarefas, o modo
como os professores as colocam, a forma de organizar a atividade, o tipo e forma
de interação, os recursos, as mensagens que o professor dá, a avaliação (a pessoa
que a faz, a forma como a faz e o contexto em que se inscreve), umas vezes
motiva motivam os alunos e outras não.
• Todas estas variáveis dão ao aluno informações que influenciam de um modo ou
outro a ideia que faz sobre as metas que se pretende que atinga, o que têm de
atrativo ou não para ele, que possibilidades têm de conseguir atingi-las, a que
custo, que outras metas estão em jogo, etc
• Essa ideia, determina a motivação – a aceitação ou recusa da tarefa, a
persistência na realização da mesma, ou o retorno a ela sem nenhuma força
coerciva – que os professores têm estado a observar nos alunos.

Teorias de motivação
• As Teorias da Motivação buscam compreender como se dá o desencadeamento
de determinados comportamentos por parte das pessoas, e quais variáveis
serviriam de “gatilhos” para tais comportamentos. Dispõe da compreensão
acerca de quais motivos direcionam a uma ação do indivíduo.
Os principais autores que desenvolveram teorias da motivação ao longo da história
são:
Abraham Maslow: defende a teoria da Hierarquia das Necessidades, que diz que as
pessoas têm necessidades hierarquizadas em cinco níveis e que as suas satisfações
dessas necessidades são importantes no fator motivacional.
 Esta teoria tem algumas particularidades no que diz respeito as etapas que
devem ser levadas em consideração como:
 Uma etapa necessita de ser saciada, pelo menos em partes, para que o
individuo passe para a próxima etapa da hierarquia.
 As necessidades da última etapa (autorrealização)nunca são saciadas, sempre
que uma necessidade se sacia, surgem novas ânsias e objetivos.
A teoria de ERG é uma das teorias que veio contrariar a teoria do Maslow Clayton,
observou durante os seus experimentos que as necessidades humanas descritas por
Maslow não seguiam a hierarquia proposta, observou que as necessidades eram
simultâneas e condensou a hierarquia de necessidades de Maslow de cinco fases para
três fases.
Necessidades de existência
• segundo Clayton, as necessidades de existência estão relacionadas a
sobrevivência e satisfazem as necessidades fisiológicas e de segurança da
pirâmide de Maslow.
• Para que o individuo exista, todos precisam de valores extrínsecos como: comer,
beber, habitação(moradia) e roupas, Clayton afirma ainda que as necessidades de
existência são obvias e que formam a base da existência humana.
Necessidade de relação
• Nesta segunda fase se concentram as necessidades de relacionamento. Os seres
humanos são “animais sociáveis” (seres sociáveis) e precisam do
reconhecimento das pessoas diretamente envolvidas em suas vidas como:
familiares, amigos, colegas e empregadores.

• Essa necessidade satisfaz com as necessidades sociais estima extremas de


Maslow. Para Clayton as relações interpessoais são importantes para o status
social de uma pessoa pois nos sentimos bem connosco e mesmo com base no
que os outros pensam sobre nós.

Necessidades de crescimento
• Esta fase se concentra na necessidade das pessoas crescerem e se
desenvolverem. Aqui esta se a procura de crescimento e desenvolvimento
pessoal através da realização de um trabalho de alta qualidade e significado.

Esta necessidade corresponde a parte interna das necessidades de estima de
Maslow e a categoria de auto realização.
Para Freud a motivação não é o resultado do acaso. Todo o comportamento é
psiquicamente determinado e tem origem em desejos inconscientes.
• A origem real da motivação humana apenas seria revelada por meio dos sonhos,
hipnose e a psicanálise.
• No entanto todo o comportamento seria dirigido para um objetivo, mesmo no
caso de comportamentos neuróticos e lapsos da fala.

Tipos de motivação
• Segundo Balancho e Coelho (1996: 19-20) estipulam os tipos motivação:
 Quanto ao aluno,
 Quanto ao objeto
 Quanto à natureza ou ao modo de atuação.
Quanto ao aluno
• Podem distinguir-se a automotivação e a heteromotivação
• A automotivação diz respeito ao tipo de motivação na qual o aprendente
procura atingir um certo objetivo e fá-lo através dos seus próprios meios.
• A heteromotivação pressupõe o facto de este não se sentir motivado para as
matérias, aulas ou objetivos. Assim, é o docente que tem de estimular o aluno
para a aprendizagem.
Quanto à sua natureza ou ao modo de atuação
• Podem ser de natureza positiva ou negativa.
• A motivação é positiva se leva o discente a agir num determinado sentido,
normalmente do aperfeiçoamento.
• É conseguida através do elogio, do incentivo e do exemplo.
• A motivação negativa aquela que provoca uma reação desagradável e é feita
através de repreensões, ameaças, castigos ou gritos.
Quanto ao objeto da motivação
• Distinguem-se a motivação intrínseca e extrínseca.
• Motivação intrínseca tem origem no aluno,
• Motivação extrínseca provém dos fatores exteriores a este, é introduzida de
forma propositada numa determinada situação e é estranha para o aprendente.
(Os prémios e as recompensas, entre outros, são muitas vezes os métodos
motivadores para que os alunos executem uma determinada tarefa).
Motivação intrínseca e extrínseca segundo outros autores.
Motivação intrínseca
  A motivação intrínseca surge quando a realização de uma tarefa é acompanhada pelo
prazer e satisfação que dela podem ser retirados e representa o nível mais elevado de
auto-determinação pessoal e afirmação do estado de competência
• Para a teoria humanista (Maslow) os factores são intrínsecos sob a forma de
satisfação de necessidades do ser e de auto-realização.
• Para a teoria cognitiva (Festinger, Weiner), os factores são intrínsecos sob a
forma de consistência pessoal, atribuições, causais e expectativas.
• Para as teorias da aprendizagem social (Atkinson, Bandura), os factores são
intrínsecos como as expectativas e o sentimento de eficácia pessoal e em parte
extrínsecos tendo em conta o valor dos objetivos em si, para além daquilo que a
pessoa lhes atribui.
Motivação extrínseca
• A motivação extrínseca ocorre quando uma pessoa obtém uma recompensa
agradável ou evita uma situação desagradável na realização de uma tarefa
Por exemplo, estudar o suficiente para obter uma classificação que permita passar
(recompensa) e evite reprovar (evitação).
Deci e Ryan distinguem quatro tipos de motivações extrínsecas:
• regulação externa
• Introjecção
• identificação
• integração  
Deci e Ryan distinguem três tipos de motivações intrínsecas:
• estados de conhecimento elevado
• estados de realização
• estados de sensação e paixão
• Para as teorias beavioristas (Hull e Skinner) os factores motivacionais são
extrínsecos sob a forma de reforços e punições.
 Os professores devem ser capazes de identificar qual é a orientação motivacional
principal na realização de uma tarefa, se é intrínseca ou extrínseca.
Papel do professor como agente motivador
O papel do professor em relação à motivação dos alunos teria duas funções:
• A remediadora- que seria recuperar alunos desmotivados e reorientara-los;
• A preventiva e permanente- implementando e mantendo a motivação para
aprender”. (MACHADO, 2006)

• Promover a autonomia e a criatividade


• Trabalhar não de forma autoritária ou por obrigação
• Promover estímulos para ficar bem claro onde serão capazes de chegar com a
aprendizagem que irão adquirir
• Desenvolva atividades relacionadas com os interesses dos alunos
• Ser inovador
• Evitar o distanciamento afetivo e promover do diálogo
• Valorizar seu aluno, a cultura e sociedade que ele vive e os seus saberes

Perceção dos Professores

Questionário
1. Qual é a perceção do senhor(a) em relação a motivação?
2. Utilizas com frequência a motivação na sala de aula? se sim, que tipo?
3. Para o(a) senhor(a) qual é a maior causa da desmotivação nos seus alunos?
4. Qual é a importância da motivação na sala de aula para senhor(a)?

Professor A:

As atividades de motivação que podem ser utilizadas na sala de aula


são sobejamente conhecidas:
a) filmes e vídeos – os filmes e os vídeos são uma das principais atividades de
motivação utilizada nas aulas. A facilidade da sua apresentação aos alunos e a sua
recetividade por parte destes faz destas atividades umas das mais cativantes para estes.
b) música – a música é uma atividade motivacional que precisa de ser muito bem
pensada, pois os alunos são sensíveis aos gostos musicais e uma música escolhida pelo
professor pode não os cativar.
Por outro lado, a música pode também, ao contrário do objetivo do professor, ser uma
fonte de distração e não de motivação.

Impactos da motivação na aprendizagem


Ao refletirmos sobre o processo de aprendizagem percebemos que este é um processo
complexo e que no decorrer do tempo vai se desgastando devido as dificuldades que vão
aparecendo, neste caso a motivação tem como papel principal, fazer com que os
objetivos que até então, não tinham mais sentido se tornem uma necessidade na qual
não se pode viver sem alcançá-la.
O contexto da sala de aula influencia a motivação dos alunos e as atitudes dos
professores também influenciam em grande medida o comportamento e a aprendizagem
dos seus alunos. Está nas mãos dos mesmos a construção de ambientes de sala de aula
produtivos ( locais onde os alunos trabalhem cooperativamente com o professor e com o
seu grupo de turma e evidenciem um elevado nível de motivação para o sucesso e
envolvimento nas tarefas escolares).
A motivação faz com que os alunos:
• dediquem mais tempo ao estudo;
• prestem mais atenção nas aulas;
• tirem melhores notas;
• aprendam mais;
• fiquem com mais interesse na matéria.
• obtenham boas notas;
• adquiram novos conhecimentos;
• deêm sempre o máximo;
• participem nas aulas;
• não faltem às aulas;
• desenvolvam os seus talentos e capacidades;
• organizem bem os seus estudos;
• estejam a par da matéria.
Impactos da Desmotivação na aprendizagem
É importante referir que sem a motivação a aprendizagem torna-se um objetivo distante,
que pode ser difícil de atingir, devido à sua complexidade e por depender de vários
fatores que a rodeia.
Fatores de desmotivação na aprendizagem:
• falta de ajuda por parte do • notas baixas;
professor;
• matéria difícil;
• um professor pouco simpático e
• um professor demasiado
pouco afetuoso;
exigente;
• um professor pouco exigente;
• falta de interesse por parte dos
• medo de ser avaliado; pais;
• aulas pouco interessantes; • notas injustas;  
• preguiça; • falta de autoconfiança;
• demasiado trabalho para casa; • outro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista que a atividade escolar se realiza de forma coletiva e em um contexto
social, o professor deve criar um ambiente motivador. Isto significa desenvolver em sala
de aula situações de aprendizagem em que o aluno tenha papel ativo na construção do
conhecimento, usando adequadamente os recursos didáticos, a avaliação formativa, as
estratégias de ensino e o conteúdo, proporcionando atividades desafiadoras.

Referencia bibliográficas
• CARMEN, Aparecida Cardoso Maia Camargo; CAMARGO, Marcio Antonio
Ferreira; SOUZA Virginia de Oliveira. A importância da motivação no processo
ensino aprendizagem. Revista Thema, v.16 n.3 p.598-606 2019
• OLIVEIRA, Cynthia Bisinoto Evangelista de; ALVES, Paola Biasoli. Ensino
fundamental: papel do professor, motivação e estimulação no contexto escolar.
Paidéia (Ribeirão Preto) [online], Ribeirão Preto, v.15, n.31, p.227-238, ago.
2005.

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