Você está na página 1de 1

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe.

São Paulo: Penguin Classics Companhia das


Letras, 2010.

É difícil realizar um estudo sobre ciência política sem se deparar com o


magnum opus de Nicolau Maquiavel, “O príncipe". A importância da obra para a
história da sociologia é imensurável e, mesmo que não de cunho especificamente
jurídico, é semelhantemente importante para o estudo do direito ao se analisar que a
ciência do justo, assim como as demais, é definida por sua evolução histórica . O
tratado é uma espécie de “manual” direcionado a Lorenzo de Médici, com o objetivo
de “ensiná-lo” a como governar propriamente.
Independentemente da possível concordância do leitor com a ideologia
apresentada na obra, é fundamental entender as contribuições realizadas por ela no
escopo político moderno, principalmente ao considerar a atividade prática da política
e como ela se apresenta na realidade, não bastando postulações teóricas, o tratado
maquiavélico se embasa na em acontecimentos reais da época, fazendo com que a
obra sirva como uma lente para como o jogo político outrora funcionava e como
evoluiu até seu estado contemporâneo.
Além de elucidar o leitor sobre as categorias de estado e como cada um
desses principados deveria funcionar e seus graus de eficácia, Maquiavel postula,
com especial destaque, a moralidade do príncipe governante, o que se culmina na
máxima “é melhor ser temido do que amado”, além de versar sobre a natureza do
acaso no espaço político cimentando ainda mais o papel da obra como um dois mais
importantes tratados políticos da história moderna, sendo que suas lições (com as
alterações devidas a um espaço majoritariamente democrático contemporâneo)
ainda são utilizadas por diversos governantes e acadêmicos políticos ao redor do
globo.

Léo Carrasco Moreschi

Você também pode gostar