Você está na página 1de 2

Édipo

A partir de Cristina Nogueira

- O que é um pai?  pai sedutor; da horda primitiva; pai da fantasia.


- A autora foca mais no Édipo no menino, em função de sua pesquisa, e percorre os
casos clínicos Homem dos ratos (Notas sobre um caso de neurose obsessiva, 1909),
Pequeno Hans (Análise de uma fobia em um menino de cinco anos)1909, e comenta
Dostoiévski e o parricídio (1928).
- Nas correspondências com Wilhelm Fliess Já esboça a questão do amor e mal-estar da
cr/ em relação aos pais. Na carta 71 fala sobre o amor do menino pela mãe e da menina
pelo pai. Na 75 reconhece a importância da sexualidade infantil como fato normal e
universal.
- Lenda do rei Édipo, filho de Laio e Jocasta, o oráculo e a esfinge; tragédia do destino
de amar e odiar, proibições
- Vem o exemplo do jovem (em A interpretação dos sonhos) que preparava álibis para
eventualidade de ser acusado de crime não cometido, a partir de experiência com um pai
severo. Mas ele duvidava disto...
. Vem Hamlet, de Shakespeare, e sua “loucura” para vingar o pai que, como um
fantasma, vive a fantasia de que seu outro filho, agora casado com sua viúva, o havia
assassinado.
-----
- Em 1908 Freud comenta que as cr/ se ocupam com a busca e construção de respostas
para o primeiro grande problema de sua vida: de onde vêm os bebês?
. Teoria da premissa universal do pênis
. Teoria cloacal
. Teoria sádica do coito.
- Constata o que considerou a apresentação das pulsões sexuais como anárquicas,
dispersas, em satisfação autoerótica: a cr/ é um perverso polimorfo, no sentido de
prazer do órgão. Nota a fase narcísica, supondo certa unificação do corpo e possível
investimento em objeto externo. Isto se deve também à interdição do gozo com o
próprio corpo e o complexo de castração está no centro desta problemática, e surge com
o temor da realização das ameaças paternas.
- Na sequência a autora traz o Homem dos ratos, mostrando a raiz edipiana do conflito
(ver p. 158). Ali ele considera que aos 6, 7 anos, a neurose estava instalada, inclusive
apresentando o desejo de olhar (escopofilia). Sempre que era acometido destes desejos
(coisas sexuais) vinha o pensamento que o pai morreria. Vários pensamentos
obsessivos. Custou a aceitar a morte do pai. Ver a cena da surra por masturbação, na p.
160, e toda articulação com o sofrimento diante da história dos ratos. Ver a história da
mãe e do pai.
- Qdo teve que decidir se ficaria com a jovem pobre ou rica, adoeceu (desencadeou sua
neurose). Foi sua forma de resolver o conflito.

- Lacan, relendo o caso, em O mito individual do neurótico, aborda 2 fases neste mito:
. a primeira que presidia sua pré-história, seu destino;
. a segunda do pp Homem dos ratos.
- Daí a autora vai ao Pequeno Hans (Análise de uma fobia em um menino de cinco
anos), suas curiosidades sexuais sobre o pipi e a fala de sua mãe qdo o viu tocando no
membro: se fizer de novo vou chamar o Dr. A para cortar e aí como vc vai fazer pipi?
Para Freud, surgindo o complexo de castração que a castração da mulher desencadeia.
Ver sua história com o pipi da irmã ser pequenino. Qdo ela crescer ele vai crescer... e a
confirmação da mãe. A fobia surgiu como proteção diante de sua ambivalência. Há
sofrimento diante da possibilidade da morte do cavalo. Sua mãe o fez seu falo
imaginário. E pq ele não se subjetivou como um perverso? O sintoma da cr/ é
testemunha da “verdade do par familiar, ensina qual tipo de mãe e qual tipo de pai se
tem.”
- Texto: Um tipo de escolha especial de objeto feita pelo homem (1910). Aqui aparece
pela primeira vez a expressão “Complexo de Édipo.” A mulher amada pertence a um
terceiro. Desejos hostis atualizados na puberdade, a partir da possibilidade real de
concretização do incesto.
- Na p. 169 há novamente um percurso histórico sobre os textos mais importantes.
- A importante questão do pai ambivalente, pai de mal-estar e amor. História do Édipo
positivo simples, p.169. Questão da bissexualidade.
- Menção importante ao supereu e ideal do eu, p.169 e 170.
- Complexo de Édipo exerce função normativa em relação à assunção do sexo pelo
sujeito, não simplesmente na sua estrutura moral, nem nas suas relações com a
realidade. Sua função essencial liga-se à virilidade e à feminização, questões
relacionadas com a função do ideal do eu.
- O caso Dostoiévski e a pulsão de morte: pai rígido, impunha sua vontade, levou
Dostoiévski a fazer engenharia na Academia militar. Somente após sua morte pode ser
escritor, mas a culpa o maltratava constantemente, em posição masoquista evidente. Os
irmãos Karamazov trata de assassinato de um pai, e os filhos são suspeitos do crime. A
questão com o pai é vivida em escritos, personagens. A ambivalência na relação com o
pai é evidenciada em sua vida pessoal e na obra. O ódio pelo pai permanece
alimentando sua culpa e na vertente do amor determina sua posição masoquista.

Você também pode gostar