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Grupo de orientação para pais em vulnerabilidade social

“Promove pais no Flor de Liz”

Psicóloga: Taize de Oliveira


CRP: 06/142414
Vínculo com a Associação Regional Flor de Liz:
Psicóloga social voluntária

Bauru, abril 2018.


Resumo
O desenvolvimento de habilidades sociais é aspecto fundamental para a
promoção de relacionamentos sociais saudáveis e promoção de saúde. O
treino de habilidades parentais objetiva desenvolver habilidades sociais
especificas da relação parental. Seus principais objetivos são: a prevenção do
desenvolvimento de transtornos infantis; promoção de saúde e bem-estar na
família; diminuição de práticas educativas punitivas; aumento de práticas
parentais positivas; e desenvolvimento maximizado de pais e filhos. Pais que
estão em situação jurídica de recuperação da guarda de seus filhos (processos
de destituição do pátrio poder) buscam auxilio de associações como medida
que os favoreçam no processo, é deste modo que chegam na associação
buscando grupo de pais. A intervenção grupal permeia por habilidades
parentais especificas, tais como expressão de sentimentos, feedbacks positivos
e elogios, comunicação assertiva, entre outros. A intervenção é promovida por
psicóloga voluntária em uma ONG regional d interior paulista que realiza ações
sociais em processos de adoção e com crianças em condições de acolhimento.
A atuação da psicóloga social se baseia no programa de intervenção de
orientação para pais da Alessandra Turini Bolsoni-Silva (2006), no entanto, é
adaptado para as particularidades da população especifica que frequenta a
associação, posto que a maioria dos participantes são analfabetos, e suas
crianças estão em abrigos. Não podendo realizar tarefas de casa, por tais
motivos, estas foram retiradas do programa e transformadas em técnicas de
role playing na sessão, buscando acolher demandas espontâneas de
habilidades sociais para além das habilidades parentais.
O desenvolvimento de habilidades sociais é aspecto fundamental para a
promoção de relacionamentos sociais saudáveis e promoção de saúde social.
O treino de habilidades parentais objetiva desenvolver habilidades sociais
especificas da relação parental, entre pais e filhos. Seus principais objetivos
são: a prevenção do desenvolvimento de transtornos infantis; promoção de
saúde e bem-estar na família; diminuição de práticas educativas punitivas;
aumento de práticas parentais positivas; e desenvolvimento maximizado de
pais e filhos.

Programas de intervenções grupais que auxiliem pais a repensar suas


práticas e contribuírem para o desenvolvimento saudável de suas crianças se
mostra como relevante ação social a ser promovida para o bem-estar dos
envolvidos, diminuindo práticas parentais negativas e punitivas, e aumentando
práticas mais humanizadas, em diferentes contextos sociais. Bolsoni-Silva
destaca essa importância:

Este procedimento parece promissor para a utilização por órgãos


públicos, pois atendeu aos seus objetivos de aumentar habilidades
sociais de pais e de crianças e reduzir problemas de comportamento
e práticas parentais negativas. Desta forma, parece contribuir com a
ética (Abib, 2002) no que se refere a ampliar práticas culturais mais
reforçadoras que punitivas [...] (BOLSONI-SILVA, p.133, 2007)

O grupo se baseará no programa de intervenção de orientação para pais


da Alessandra Turini Bolsoni-Silva (2006), destacado acima, e identificado
atualmente como “promove pais”. No entanto, será adaptado para as
particularidades da população especifica que frequenta a associação, posto
que a maioria dos participantes são analfabetos ou analfabetos funcionais,
algumas tarefas de casa, por exemplo, serão retiradas do programa e
transformadas em técnicas de role playing na sessão.

O grupo será realizado em 10 semanas, com o máximo de 12 membros


por grupo, podendo ocorrer novos grupos a posteriori. Os objetivos serão
específicos para cada um dos encontros, sendo:

Objetivos:
1º Encontro: Apresentação dos membros; conhecer expectativas do grupo;
abordar sobre regras do grupo, sigilo e responsabilidade na escuta aos
depoimentos dos colegas; iniciar discussão sobre o tema: comunicação;
entregar tarefa de casa; e fazer avaliação do encontro.

2º Encontro: Retomar conversa sobre comunicação (iniciar e manter conversa,


e fazer e responder perguntas) e relacionar o tema com situações cotidianas na
relação parental. Iniciar sobre expressão de sentimento positivos, diferenciação
entre expressão de sentimentos para crianças e para adultos, e compartilhar
modelos de como elogiar, dar feedbacks positivos e expressar sentimentos em
diferentes contextos.

3º Encontro: Iniciar conversa sobre conhecer direitos humanos básicos;


identificar modelos de direitos humanos respeitados e expressados na relação
parental e conjugal; E relacionar o tema de direitos humanos com o
comportamento de ouvir e expressar opiniões, também na relação parental e
conjugal.

4º Encontro: Conversar sobre comportamento habilidoso e comportamento


não habilidoso ativo e passivo.

5º Encontro: Conversar sobre expressão de sentimentos negativos e feedback


negativos; retomar sessão de elogios, feedback positivo e expressão de
sentimentos positivos diferenciando dos anteriores e identificando a
importância da frequência desse último ser maior.

6º Encontro: Conversa sobre fazer e recusar pedido; troca de experiências e


modelos sobre os manejos necessários e mais apropriados a uma crianças;
diferenciação entre o fazer e recusar pedidos em relação conjugal e em relação
parental; diferenciar autoridade de autoritarismo.

7º Encontro: Conversa sobre como lidar com críticas, como identifica-las,


recebe-las e como realiza-las; ensino da técnica da crítica sanduiche, por
modelos e role playing; conversar também sobre como admitir erros e pedir
desculpas, diferenciando relação conjugal e relação parental; troca de modelos
dos pais.

8º Encontro: Conversa sobre estabelecimento de limites; consistência parental


e importância de cumprir e manter promessas para a mudança de
comportamento dos filhos.

9º Encontro: Continuar conversa sobre estabelecimento de limites abordar


sobre importância de estabelecer regras, como estabelecer e como cumprir;
abordar sobre a importância da negociação e da expressão de atenção e afeto
em momentos adequados como ferramentas que promovem mudanças de
comportamentos.

10º Encontro: Acolhimento dos pais e encerramento do grupo.

O grupo utilizará como material para discussões a cartilha de orientação


para pais da Alessandra Turini Bolsoni-Silva, os exemplares utilizados foram
doados pela autora da cartilha. Em anexo está disponibilizada a cartilha
(ANEXO 1). O acesso é público e pode ser encontrado para download no site:
http://betara.ufscar.br:8080/pesquisa/rihs/armazenagem/pdf/livros/cartilha-
informativa-orientacao-para-pais-e-maes

Referências:

BOLSONI-SILVA, A. T. Intervenção em grupo para pais: descrição de


procedimento. Temas em Psicologia. Vol. 15, no 2, 217 – 235, 2007.
ANEXO 1:

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