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THOMAS MORUS: Utopia e projetos - uma educação radical para a intervenção

“Aos pés da cultura agonizante dos novos bárbaros, florescem, apesar deles, humanidades
outras, em mundos outros, na periferia. A beleza, a grandeza – e quiçá a última chance que
teremos no planeta de sobrevivência da dignidade – esteja no fato de este mundo conter
muitos outros mundos (Eduardo Galeano) para além do nosso. E, nesses mundos, foi e será
ainda a educação o grande instrumento da construção de uma cultura para uma humanidade
autônoma, esperançosa, afirmativa e audaciosa. Não se fará, contudo, sem nós, os educadores
. (Passos, In: Retratos da Escola no Brasil - CNTE 2004: p. 59

A questão: Temos ouvido, frequentemente, que as utopias morreram. Fim da história! O poder
presente se definitizou. Não é preciso esperar nada mais, além do que temos. Isso é o tudo.
Sonhar em trazer o paraíso à terra, constitui uma violência, dirá Popper. É preciso acordar do
sonho. Não há qualquer sentido para a luta. A humanidade foi um sonho de Deus que não deu
certo, aliás, um grande fracasso... Apesar disso, toda a filosofia contou com a lógica das
utopias. U (negação)- topos (lugar): aquilo que não acha lugar, no sentido etimológico e
ontológico. O que não é do tempo e do espaço. Prefiro dizer, aquilo que não tem ancoragem
histórica. Contudo, as Utopias dizem, por isso mesmo, da falta que sentimos, do desejo, do
sonho, do que embora não esteja aqui (hic et nunc – aqui e agora) poderia, em outras
circunstâncias, em outros tempos – especialmente tempos futuros ou tempos míticos no
passado – vir a ter ou ter tido lugar. Significa que toda a história é lugar também de certa
frustração, que nos impulsiona à busca permanente da esperança que continua a fazer o que
espera. Nossa vida está circunscrita no conflitivo, na procura, no imponderável, na abertura. A
Utopia é necessária. Por isso, toda a cultura contemporânea tende à distopia , isto é, dizer que
sonhos de mudança e transformação do sistema econômico, político e cultural é inútil. Nada
muda. Que a utopia, como o homem é uma “paixão inútil”. Não há esperanças. Viva o fim da
história – diz o Império.

“Oque mais paralisante e estúpido a ideologia pode fornecer à pessoa humana, é a castração
antecipada; a impotência previamente deduzida, de que o futuro está fechado, de que a
mudança é impossível, que só vale a resignação! Tal crença desarma qualquer aceno de luta.
Não raramente enfoques apocalípticos fetichizadores de um progresso automático da História,
ou do crescimento automático das contradições, e seu amadurecimento numa “Revolução”
sem atores, conseguiram sumariamente, acreditar num fatalismo teleológico que dispensava
esforços humanos. Nem estas condições por si mesmas permitem saltos qualitativos na
história humana, nem a vontade, indômita orientada pelo desejo. O tempo está aberto para
ambos. E, não dispensa estratégias de inteligência para mudança e para consolidação da Paz”

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