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RESUMO - Este trabalho reristra a relevância dos cursos ptíblicos do Musett Nacional
110 século XIX. para o ensino da s ciências naturais na época. Ao longo de todo o período
imperial, o Museu Nacional desenvolveu, além de práticas científicas. atividades de
apoio ao e11si110 das ciências 11at11rais em diversas i11stit11ições. A sistematização. poré111,
do ensino príblico de especialidades do Museu como a botânica, agricultura. zaologia,
mineralogia, geologia e antropologia, somente teve início em 1876. Os cursos públicos
foram populares 11a época do Império. freqiiememente gerando polêmicas em relação à
posições antagônicas dos palestrantes em temas filosófico-científicos.
ABSTRA CT - The work reco rds lhe relevance of the public lecwres of 11i11etee111lt-
centuT)• Museu Nacio11alfor tlte teachi11g ofnatural history•at tlte ti11 !Jesides its trivial
activities. the Museu provided material and logistic s11pport to i11s111111ions devoted to
teachi11g 11a111ral ltistOly d11ri11g ali ofthe Imperial period. The syste111at1c teachi11g o/ the
M11seu111 :\· most characteristic dfa ciplines, such as botany, agriculture, :.oolog)\ mi11eralogy,
geology w1d anthropolog): 111as on/y initiated i11 1876. The public lecw res were popular
in Bruzif 's /111perial times, and f requently generated pole111ics due ro cmtago11istic 11iews
regarding phylosophicaf and scie11tific subjecrs.
Introdução
&te trabalho. parte do "Projeto Memória de> Musc:u N:idonnl". coordenado pelo profcl>S• r Arn:ildo Campo> Santo>
Coelho, 1eve uma pn111c1m versão apresentada no congresso "Rcílexõcs sobre Ane.. e Ciêncm. no Peraodo d:i Mon:irqu1:i
no Brasil (1808-1889). Rio, UFRJ. Fórum de Ciência e Cuhurn, 27-29/Nov11995 O lev:uuamcnto de dado~ contou. cm
parte. i:om o auxilio da bolsista do CNPq, J.Jcaara Medeiros. da pesquisa coordenada pcl profcssorn M:arn1 Amcha
M Dante... "Os Projetos Modcmw1dor~ no Bnisil" Agradecemos ainda a Alfredo TTolmasqum pcl;i leitura e 'ugcstõc:.
Decreto de c:nação do Museu por D Jo:lo VI CAAHC-MN. Pasta OI. Doe. 2. 1818)
"Concebo, observando L1ue as análises devem ser ícitas pe lo rel-pectivo diretor (da ::.eção
mineralógica), cujos tra balhos no Museu não são de ordem tal que lhe não deixem tempo
para este serviço, tanto n 1uito quanto é certo que nenhum dos di retores do Museu satisfazem
a obrigação que lhes im pôs o Regulamento de 1842 de fazere m cursos públicos sobre os
assuntos de suas respect ivas seções" (Arq. Nae. IE7 64, 3 de fevereiro de 1874).
/\ cobrança do Ministrn desencadeou o processo que, por mais de uma década, havia marcado o
cenúrio da educação popular n;t área das ciências naturais na sede do Império.
/\p6s Ladis lau Neuo ter co nseguido, j unto ao Minis tro, a liberação da sala do Museu ocupada por
máquinas da Soc iedade Auxil iad ora da Indústria Nacional, em 6 de j ulho Jc 1875 foi finalmente iniciado o
programa de " Cw·sos Públicos cJo Museu Nacional". E m ofício dirigido ao Ministéà o da Agricultura em 5
de j ulho de 1875 , L. Ne llo comu nicava:
"Te nho a honra de participar a V. Exa. que amanhã 3ª feira às 8 horas da noite. na presença
de Sua M aj estade o lmpc n1dor, cumprir-n11: -á o dever. na q ualidade de Diretor deste Museu.
de dar princípio ao c urso público que nos e imposto pelo regulamento vigente, devendo
2. Frei Custódio Alves Scrrão ( 1799- 1873). Mamnlicnsc. fommd o pela U111vcrs1dndc de Coimbra. ingressou no Museu cm
l 82H pnra exercer o cargo de dire or, onde n1uou :ué 1847. Foi u1111bC111 profcs~o1 du Acndernin Mihlur de 1826· I !147.
(Rhein boldt. 1994:8 1).
:i. Parn mníorcs dernl lics ver Rhcin boldt, op.cil.
4. Lndislnu Netto j:í em 1870, publicou um livro sobre n limórin do Museu com ênfase no acervo d:l ms11tu11;ão Er:I cn1ão
suu inh:nção divu lgar o Museu intcrn ucionnlmcntc. (Nctto, 1870)
5. Documentnção referente às an:ílis1:s q1111111cus fc11ns no Museu cs1:i dcpos11ndn no Arquivo Admm1stra11vo 1hstóm:o·
C1cn1ífico da l n~ti1 uiçiio, Pasaas de: nº 1 n 6
Assim sendo, entre 6 de j ulho e 7 de outubro daquele ano. foram ministradas no Museu Nacio nal 4
palestras sobre botânica, 4 sobre zoologia, 2 sobre arqueologia e etnografia e 1 sobre mineralogia que,
segundo Ladislau Ncllo, não pode se r terminada por problemas c.le saúde do palestrante, o " ilustrado Sr.
Dr. J. M. da Silva Coutinho" (Arq. Nac. IE7 65, l 5.X.1875).
A repercussão junto ao público e à imprensa foi extremamente favorável, tendo deixado Ladislau
Nello entusiasmado com essa nova função do Museu. Em ofício dirigido ao ministério e le agradece a
"acertada deliberação tomada pe lo Governo Imperial de mandar por em exec11ção este curso
determinado pelo reg11la111e11to vige11te... "(Arq. Nac. IE7 65, l 5.X.1875).
Em fevereiro de 1876 foi inserid o no novo Regulamento d o Museu, no Capítulo referente a c ursoi.
públicos, prazo para o início e ténn ino dos mesm os ( 1º de março e 31 de outubro, respectivamente).
havendo ainda as recomendações de que cada matéria fosse ministrada ao menos uma vez por semana e
q ue o Lema da aula fosse previamen1e anunciado no Diario Oficial (Regulamento nº 6 11 6 de 9.Il. 1876).
Note-se que, durante os anos segui nces, os cursos populares do Museu re presentaram para Ladislau
Nello uma das aiividades prioritárias da instituição.
Em 10 de março de 1876, foi anunciado no Jornal d o Commerc io:
" Os cursos públicos de hist<1ria natural, au1orizados na recente org anização do Museu
Nacional, serão inaugurados noje, às 7 horas da noite, pe lo Sr. Dr. Ladislao Nctto, diretor
geral do Museu Nacional e professor da cadeira de botânica d o mesmo Museu."
"Estes cursos, de que já houve um ensaio ano passado. são dest.n. dos à instrução das
classes estranhas ao estudo eia história natural, das senhoras, dos homens de letras, dos
empregados públicos, do povo, enfim, que poderá utilizar desce modo uma hora desocupada
da noite em proveito da sua instrução.
"Perante numeroso auditório no qual <;e viam aJgumas senhoras, fez o Sr. Dr. Hartt ... a -.ua
primeira conferência sobre esta ciência (geologia). Narrando a hfatória da terra anlcs de sua
fonnação, mostrou o professor que no principio era a terra uma massa gasosa que se
desprendera do sol ... seguindo as grandes idéias que têm dado à ciência moderna um
caráter eminentemente sério e racional , fez ver que o estado atual do nosso globo não é
senão o resultado ele uma evolução extremamente lenta, gradual e progressiva ... Por meio
de desenhos assaz claros, conquanto toscos e incorretos, como não poderiam deixar de ser
em semelhante ocasião, mostrou o ilustre professor como se lê esse livro geológico... e
Analisando o resumo da confe rência de Hartt, pode-se avaliar o nível de exce lênc ia que se procurou
dar às preleções. A preocupação de trazer à público novas idéias e conceitos c ientíficos foi uma constante
na administração do então d iretor do Museu, que no Regulamento interno da Instituição de 1879 ,
es pecificava no artigo 36° o se.;\uinte:
"Os pro fessores Sl..rno obrigados a tratar da matéria ou matérias compreendidas c m suas
cadeiras no seu mais moderno e elevado desenvolvimento ... "
Cabe registrar que o rigoroso proj e to de Ladislau Netto, de incumbi r cada uma das Seções de urna
palesLra semanal, não pode ser levado adiante em virtude do curto intervalo entre as preleções que não
pennitia tempo hábil para a preparação adequada das mesmas. Em decorrência d isto, em de 25 de abril de
1876, Ladislau NetC> dirigiu um ofício ao Ministério solicitando que as preleções se realizassem a intervalos
maiores
Às conferências polularcs que, como mencionado acima, ti veram início cm pc1íodo de reformas políticas
e sócio-culturais no Brasil , originaram discussões relativas às novas teorias científicas lançadas à época,
principalme nte a teoria da transformação das espécies, proposta pelo naturalisia inglês C harles Darwin
( 1859; 1872) (Collichio, ibid.). Neste contexto, darwinistas como o médico Miranda de Azevedo, o professor
de botânica da Escola de Medicina, Jo aquim Monteirn Caminhoá, o cdil01 da Revista de Horticultu ra,
Frederico de Albuquerque, ou o douto r João Joaquim P izarro, diretor da Seção de Zoologia do M use u
Nac ional. tiveram oportunidade de exp or - e defender - a teoria sobre o e vol ucio nism o bio lógico que
estava então sendo calorosamente disc utido na Europa e nos Estados U nidos.
Em seu curso de Zoo logia, o palcsLra ntc do Museu N acional, J. Pi~arro, como exce lente orador que era,
costumava escandalizar o audilório d uran te as suas preleções sobre a "Teoria da Evolução", enfa Lizando
as scmelhançru; entre o homem e o macaco. Segundo Lacerda ( 1905: 60), o impacto produzido em algumas
das senhoras presentes fazia-as ..desenar do Museu", e com isso comprovar a '·impossibil idade de
reconciliar-se a ciênc ia com a vaidade feminina e com os preconceitos humanos".
Já Ladislau Neuo, um deíensor das 11Jéias uansformis tas de Lamarck (vide Ncuo, 1878), foi d uramente
crü icado durante suas palestras cm ani gos da Revista de Horlicultura , publicados pelo ed itor F rederico
Al buquerque\ que qucsLionava principalme nte as crít icas do d ire tor d o Museu Nacional ao Lrabalho de
Charles Darwi n e Joseph Hooker sobre plantas carnivoras7 • De fato , numa de suas preleções, Neu o teria
a rinnaclo contundentemente sobre os dois célebres naturalistas ingleses:
" ... que os sáhios mais respe itávds têm todos o seu ponto vulnerável, quando só Lrabalham
para apoio ele uma idéia fixa, de Jm sistema que defendem. Tudo lhes serve de argumento,
que a ignorância e o charlatanis1110 exageram se mpre ..." (A lbuquerque. 1876: 63 ).
Ao escrever sua c rônica para a Rc' ista de Hortic ultura, Albuquerque saiu em defesa dos ingle cs.
questionando até mesmo os conhcc1mc ntos botânicos de L. Nello e dirigindo- he as seguintes críticas·
6. Fn:c.km.:o Albuquerque. natural th Rio Grau le do Sul. trabalhou .:orno ndj unto cln Sc<;ão de Bot5nicn do Museu Nnc1on:ll
cm 1875 l-'01 ro:d:uor da Rc\lsta de llomcuhurn durnm e os anos de t 876-1 879 Paro m:u orcs detalhe~ ver L:iccrd:i
<1905). e Blakc (ICJ70J
7 Segundo l\lhuqucrquc ( 1b76; 6·h. Ncuo não cnu.:ou o bolfuu co mglcs Joseph llookcr por .:u rcconhccu.lo conhc:c1mcmo
hotámco. m;i- :ipcnai. pm seu 1ral\alh1 •uhr pl:inl:h c:imí\'ora~ :ipn;,,cntaJ u nu Bril1\h A• ~ciauon of Bdfrua cm 187-1
As restrições que Albuquerque fazia à Ladislau foram novamente levadas à público cm 1878, quando
o primeiro volLou a criticar duramente a cadeira de botânica do curso do Museu:
" Da outra cadeira, a de B otânica, também assistimos a uma lição ... sentimos não poder
dizer a respeito desse cu1 :.0 o mesmo que do de Agricultura; se este pode e deve prestar
serviço ao país, aquele só promete serviços aos seus assistentes; a prime ira condição do
pro fessorado é, sem d úvida alguma, que o pro fessor conheça a matéria que vai lecionar, e
sem procurar atuar na opinião de que goza entre nós o Sr. Ladislau Netto, força é reconhecer
que ele não é mais competente para ocupar o lugar onde, por ordem natural d as nossas
coisas, foi colocado por graça... do nosso governo... a nossa terra é o país do absw·do. e o
S r. Netto é a mais prova dessa verdade..." (Albuquerque, 1878: 82).
Paralelamente ao c urso de Nctto, cm 1876 era oferecido o c urso popular de botânica nos salões das
Escolas da Glória, pelo profossor Joaquim Monteiro Caminhoá. Para promover este curso, o Jornal do
Commercio de 9 de agosto de 1876 anunciava:
"Te m lugar amanhã às 6 1/2 da tarde 11os salões do edifício das Escolas da Freguezia da
Glória, o primeiro ele u m instrulivo curso popular e prático de botânica, do qual e ncan egou-
se o iluslrado professor de botânica da Faculdade de Medicina, o Sr. Dr. Joaquim Monteiro
Caminhoa. Haverá u01a preleção por semana sempre que se anunciar. O fim deste curso é
estudar as aplicações da botânica e seus usos econômicos. medic inais e agrícolas. Toma-
sc portanto um complemento do curso geral do Museu" .
Confro ntando, no entanco, os resumos da'i preleções de Caminhoá, publicados no Jornal du Cornmercio
de agosto a outubro de 1876. com os do curso de Ladislau Nello, verifica-se que ambos igualavcun-sc
nilidarncn lc cm conteúdo, sugerindo assim que as preleções de Cam111hoá objelivavam, em realidade,
questionar as r osições cie n1 fficas de L. Neuo. Este úllimo, cm 1876, abordou em seu curso Lemas
relacionados à anata m ia e morfologia vege1al (Arq. Nac. IE7 65, J 3.V.1 877), assuntos igualmente discuudos
por Carninhoá em suas pre leções nas Escolas <la G lória naq ue le mesmo ano.
As po lêm icas geradas à época dos cursos - eventos que, como registrou Lacerda ( 1905 ), eram
prestigiados por ··uma sociedade disrinra e escolhida. sendo ra ro q11e ali faltasse com a sua presença e
animação o l111perado1; profa•ssores. depwados, senadores, altos fimcionário.1·plÍblicos, damas da a/Ili
sociedade, [que} lá iam nos dias marcados ouvir sobre os diferemev ramos das ciências naturais" -.
foram gradati vamcntc pcrden do o impacto em • iriude da descontinuidade das preleções proferidru. pelos
funcionários do Museu Naci onal. Para atender suas obrigações como naturalistas do Museu Nacional
(como atividades de pcsquisr1e a organização das coleções). os paleMrantes gradualmente deixaram de
priorizar os c ursos públicos, o que oconeu apesar da boa receptividad!! que tiveram os mesmos por parte
do público e tia imprensa, e do esforço do diretor do Museu que. inclusive, havia providenciado a
melhoria das acomodações para a audiência. Em 1882, as preleções furam suspensas por um ano devido
aos prepanui vos para u inaugl1ração, cm j ulho daquele ano, da Exposição Antropológica Brasileira que se
realizaria no Museu. A regularidade dos cursos se tornou cada vez mais problemática. comprometendo-se
Devido às di liculdades par 1 promcwcr as preleções regularmente, Ladislau e tto propôs a substituição
dos "cursos regulares" por •·conferên..:ias extraordim1ri ns'', em que ··cada professor se limitasse a expor
trabalhos próprios 0 11 a aprese111ar sinopses gerais dos mais elevt1dos assuntos de ciência tra11sce11de11te
aruai" (Neuo, 1886 apud Lopes, 1993 ).
Desta forma, L. Neuo conseguiu que. no novo Regu lamento do Museu Nacional de 25 de abril de 1888,
fossem extintos os cursos públicos e apenas promovida<> conferênc ias extraordinári as. Somente na
República, em 1911 , por iniciativa dú então diretor. João Batista de Lacerda o~ cursos públicos foram
novamente inseridos no estatuto do Museu (Decreto n. 9.2 11 de 15 de Dezembro de 19 1 J).
i\ forte reperc ussão dos cursos ..,úhlicos de c iê ncias naturais ministrados pelos diretores e sub-
<l1rcturcs no Museu Nacional. bem co-no as polêmicas que suscitaram junto a<)s seus pares, como se pode
observar nos pen6dicos da época, demonstra o forte apelo que alcançavam os temas científicos. Seria
mesmo o tempo do cientilicismo no Brasil? Segundo a conc lusão do d iretor do Museu no início deste
século, João Batbta de Lacada, os curso públicos inscreviam-s e nos objeri vos institucionais e, o Museu
Nacional vinha desempenhan do plenamente o seu papel c ie ntífico e cultur.11. e nquanto promotor das
ciências naturais a nível popular. No seu livro sobre a história do Museu Nacional publicado em 1905.
Lacerda. referindo-se aos museu de história natural e antropologia, sublinhava: ,
·•Os museus não são unicamente destinados a ex ibir coleções, mais ou menos bem coordenadas e
classilicadas. Eles visam também inst ruir o público com o auxJlio dessas c1 leções, e a maneira de tornar
efetiva essa instrução, baseada no conheciment o prático dos objetos. é da-la mediante conferência~
públicas... "
ALBUQUER QUE, Frederico de. Curso do museo.Rel'i.1·w de Horticultura, v. I n.4,p.61-64; v. I. n.5. p.81 -
84, 1876.
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LACERDA. João Batista tlc. Fastos tio Museu Nacional. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1905, 188 p.
MAGALlROMERO SÁ é Dou tom em Filosofiu da Ciência pela Uni\ ersily of Durham, Inglaterra
Endereço: Museu da Vida/COC/FIOCRUZ. Av. Brasil. 4635. 2 1040-360- Rio de Janeiro, B rasil
Tel: (5521 ) 5984343 R. 2201:!21
HELOISA MARTA BERTOL DOMINGUES é Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo.
USP/SP
E ndereço: Museu de Astronomia e Ciências Alins/MAST/CNPq. Rua General Bruce, 586 - 2092 1-030
Rio de Janeiro, Brasil
Te!: (55 21)5807010 R. 216
Revis ta da SBH C, n. 15, p. 79-88, 1996
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