UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO E TRANSPORTES

CONSERVAÇÃO DA VIA

Disciplina: Infra Ferro-hidro-aero-dutoviária (ENG 09030)

Prof. Letícia Dexheimer

CONSERVAÇÃO DA VIA

Objetivo de um plano de conservação de via

Manter o traçado em planta e perfil, sem defeitos que

prejudiquem o tráfego, mantendo-se uma plataforma
estável e bem drenada, um lastro limpo, um
alinhamento e nivelamento perfeitos, com as curvas
bem “puxadas” e com a superelevação correta.

1
CONSERVAÇÃO DA VIA

Defeitos que aparecem na via em conseqüência do tráfego

a) No plano horizontal
• Diferenças na bitola
• Afrouxamento da fixação
• Deslocamento transversal das tangentes
• Deslocamento das curvas
• Arrastamento dos trilhos
• Deslocamento dos dormentes

CONSERVAÇÃO DA VIA

Defeitos que aparecem na via em conseqüência do tráfego

b) No plano vertical
• desnivelamentos na plataforma
• desnivelamento nos trilhos
• desnivelamentos nas juntas dos trilhos
• defeito na superelevação

2
CONSERVAÇÃO DA VIA

Defeitos que aparecem na via em conseqüência do tráfego

c) Outros defeitos
• crescimento de vegetação de médio e grande porte na
faixa de domínio
• apodrecimento dos dormentes
• defeitos de drenagem
• entupimento ou destruição das valetas de escoamento

3
ANTES DEPOIS

4
5
CONSERVAÇÃO DA VIA

Serviços mais freqüentes na conservação da via

• limpeza da faixa de domínio

• retificação da bitola
• substituição de dormentes
• reforço da fixação (pregação e repregação)
• puxamento das tangentes
• puxamento das curvas
• nivelamento da linha
• nivelamento das juntas
• construção de valetas de contorno nos cortes
• limpeza e recomposição do lastro

CONSERVAÇÃO DA VIA

Serviços mais freqüentes na conservação da via

• substituição dos trilhos gastos ou defeituosos

• recuperação das cercas da faixa de domínio
• reparação dos AMV’s
• reparação, limpeza e pintura das obras de arte (pontes,
túneis, etc..)
• limpeza de bueiros, valas, etc ...
• serviços de verificação da linha, principalmente após
chuvas fortes

6
7
8
CONSERVAÇÃO DA VIA

Tipos de trabalho feito na via em função de sua deterioração

• conservação propriamente dita

eventual (corretiva)

metódica (preventiva)

• remodelação da via

CONSERVAÇÃO DA VIA

Conservação eventual

• consiste na reparação dos defeitos a medida em

que vão aparecendo
• os serviços acontecem aleatoriamente a medida
em que a necessidade vai aparecendo
• é o método mais rudimentar de conservação

9
CONSERVAÇÃO DA VIA

Conservação metódica

• obedece a uma programação dos serviços e a um controle

rigoroso de produtividade e custos
• os trabalhos são programados obedecendo a ciclos de
repetição das operações
• é composto pelas fases de: programação, organização,
execução e controle

CONSERVAÇÃO DA VIA

Conservação metódica: fase de programação

• deve-se apurar a quantidade de serviços a executar, a

localização dos mesmos, a época do ano em que cada tipo de
serviço deve ser executado e a produção a ser obtida
• é feito um levantamento completo das necessidades dos
materiais a serem substituídos, bem como dos homens-horas
necessários para cada tarefa utilizando-se índices de
produtividade previamente conhecidos
• cada trecho da ferrovia, constituindo uma residência de
obras ou seção de obras é dividido em subtrechos, de modo a
se fazer em cada ano uma revisão completa num subtrecho
• o número de anos para que um trecho de linha seja
considerado totalmente revisado, é chamado ciclo de revisão
total

10
CONSERVAÇÃO DA VIA

Conservação metódica: fase de programação

• o ciclo é estabelecido em função da fadiga da linha e da

densidade de tráfego no trecho
• o ciclo mais comum é de 3 ou 4 anos
• as demais frações da residência de obras ou seção de obras
que estejam fora da programação de revisão total, terão
apenas o serviço de manutenção rotineira, para manter a
segurança de circulação dos trens enquanto aguarda seu
período de revisão total

CONSERVAÇÃO DA VIA

Conservação metódica: fase de organização

• dimensionamento das turmas de serviço e elaboração do

cronograma de trabalho

• distribuição dos materiais nos locais onde os serviços

serão efetuados, montagem dos acampamentos, cantinas,
etc

11
CONSERVAÇÃO DA VIA

Conservação metódica: fase de controle

• com os trabalhos em execução, organiza-se um sistema de

controle, através dos boletins de serviço nos quais são
lançadas diariamente as quantidades de serviço realizadas e
o número de homens-horas gastos em cada operação

• a comparação dos índices de produtividade obtidos com os

índices médios previamente conhecidos, indicará se a
produção está satisfatória ou se há medidas a serem
tomadas para melhoria da produtividade

CONSERVAÇÃO DA VIA

Remodelação da via

• conforme o estado de desgaste atingido pelos materiais da via

permanente ou o aumento do tráfego dos trens, não só quanto
ao volume transportado, mas também quanto ao peso por eixo
dos vagões e locomotivas, poderá ser necessária uma
renovação dos materiais da superestrutura ferroviária como:

substituição total dos trilhos por outros de maior peso

troca de uma maior quantidade de dormentes

substituição total ou parcial do lastro

12
CONSERVAÇÃO DA VIA

Ferramentas manuais utilizadas no serviço de conservação

• alavancas
• trados
• entalhadeiras
• picareta de soca
• marreta de pregação
• chave de tirefond
• arco de serra para trilhos
• broca para trilho
• chave de parafuso

13
14
CONSERVAÇÃO DA VIA

Equipamentos mecânicos leves utilizados no serviço de

conservação

• socadoras individuais
• furadeiras de dormente
• entalhadeiras de dormente
• tirefonadeiras
• aparafusadoras
• batedores de prego
• furadeiras de trilho
• esmirilhadeira de trilho

CONSERVAÇÃO DA VIA

15
CONSERVAÇÃO DA VIA

Equipamentos mecânicos médios e pesados utilizadas no

serviço de conservação

• desguarnecedora / limpadora do lastro: máquina

autopropulsionada, montada sobre um truque ferroviário, que
faz a retirada do lastro velho, por meio de caçambas
montadas sobre uma correia, elevando o material até uma
peneira vibratória que limpa e seleciona o lastro,
recolocando-o na linha. Esse material é posteriormente
“socado” sob os dormentes pelas socadoras
• socadoras: máquinas dotadas de lâminas vibratórias que
acomodam o lastro sob o dormente. Existem socadoras
múltiplas, pesadas, de avanço automático, que atingem
produção de até 600 m/hora. Existem também máquinas
niveladoras e puxadoras, que além do nivelamento, por
possuírem garras que se prendem ao boleto do trilho, são
capazes de fazer o puxamento da linha, para correção em
planta

CONSERVAÇÃO DA VIA

Equipamentos mecânicos médios e pesados utilizadas no

serviço de conservação

• reguladora de lastro: são máquinas pesadas, que dispõem

de lâmina frontal e caixas laterais, que acertam os taludes
do lastro, retirando o excesso de pedra britada e dando a
via o perfil projetado para o lastro
• carro controle: fazem um levantamento completo do
estado da linha em planta e perfil, permitindo que a
programação da correção geométrica da via seja feita em
bases reais e não apenas na impressão visual ou em
demorados levantamentos topográficos. Existem
equipamentos deste tipo que medem variações da bitola, as
flechas das curvas, a superelevação e nivelamento
longitudinal e transversal

16
CONSERVAÇÃO DA VIA

Equipamentos mecânicos médios e pesados utilizadas no

serviço de conservação

Equipamento montado sobre um veículo rodoferroviário de

medição utilizado no exame das condições dos trilhos e
dormentes, além da geometria da Via Permanente. É
capaz de avaliar até 40 Km de via em uma hora fazendo a
identificação dos pontos de risco à circulação de trens,
através de um sistema que "pinta" a região com
problemas. Então, os locais marcados recebem a
manutenção e a correção necessárias.

CONSERVAÇÃO DA VIA

Equipamentos mecânicos médios e pesados utilizadas no

serviço de conservação

Utilizado no tratamento do boleto dos trilhos,

corrigindo defeitos superficiais e pequenas fissuras na
linha. Desta forma, ele reduz os gastos com aquisição
e manutenção de rodas e trilhos, através da obtenção
de um perfil otimizado.

17
18