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4.3- capacidade de carga de estacas sujeitas à tração (esforço de arrancamento)
- exemplos: torres de transmissão de energia e de telefonia (fixa e móvel); estacas submetidas a esforços horizontais
ou de flexão como pontes, estruturas off-shore, cais
A capacidade de carga à tração de uma estaca de seção uniforme pode ser determinada pela soma de duas
parcelas:
a- resistência lateral
b- peso da estaca
Há basicamente 2 tipos de ruptura para estacas submetidas a tração: ruptura na interface solo-estaca e rurtuta
segundo uma superfície cônica. Estudos mais recentes apontam que o método de ruptura segundo uma superfície
cônica apresenta resultados mais próximos daqueles obtidos em provas de carga à tração.
Os métodos de cálculo da resistência lateral das estacas sujeitas à tração podem ser os mesmos já vistos para os
casos de estacas que trabalham à compressão.
CUIDADO: quando estaca é comprimida, ocorre confinamento do solo, quando estaca é tracionada, ocorre
desconfinamento do solo.
Recomendação de Velloso, 2002 p.134: reduzir o atrito lateral calculado como compressão (Tf = Qf x70%) ou
usar FS maior (2,5).
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Fonte:WWW.verticebr.com.br
Fonte:WWW.verticebr.com.br
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Tipos, instalação e emenda de estacas metálicas helicoidais (Contagem MG). Fonte: Tsuha, 2007
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~pjra/Arquivo21.pdf
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Quando as estacas estão muito próximas: a capacidade de carga do grupo pode não ser a soma das capacidades de
carga das estacas individuais. Motivo: toda a massa de solo encerrada pelo grupo tende a ser puxada para cima. Assim,
Tomlinson, 1977 sugere os seguintes métodos para o cálculo da capacidade de carga de grupo de estacas submetido a
tração:
- distribuição aproximada da carga com ângulo de espraiamento com a vertical tipo 1:4
- peso do volume de terra que tende a ser puxado pode ser adotado como a capacidade de carga do grupo na tração
- peso específico submerso é empregado quando o solo está abaixo do NA
- coeficiente de segurança pode ser unitário
Figura: Grupo de estacas sujeitas a tração em solos granulares. Fonte: Tomlinson, 1977 p. 213
Tr 2 L B H su W
Figura: Grupo de estacas sujeitas a tração em solos coesivos. Fonte: Tomlinson, 1977 p.214
Entretanto, a capacidade de carga calculada pelos métodos anteriores para o grupo deve ser inferior à soma das
capacidades de carga calculadas para cada estaca.
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4.4- atrito negativo em estacas
O atrito negativo ocorre em estacas executadas em áreas de aterros, solos granulares ou solos coesivos muito
compressíveis. Um detalhe importante: as estacas executadas nesses materiais devem ter sua ponta apoiada numa
camada com boa capacidade de suporte (solo firme ou rocha).
Ocorre um movimento descendente do solo (recalque) em relação à estaca, causado principalmente pela ação de
sobrecargas ou devido a esforços de cravação. O movimento do solo fará desenvolver uma força, que tende a fazer a
estaca penetrar no terreno, denominada atrito negativo. No trecho do fuste onde o recalque do solo é maior que o
recalque da estaca, ocorre a atrito negativo.
O atrito negativo aumenta o esforço de compressão que a estaca como elemento estrutural está submetida, e por isso, a
estaca pode chegar a ruptura seja por compressão ou seja por flambagem (Lopes e Velloso p.351)
- atrito negativo em solos granulares: técnicas já apresentadas para o cálculo do atrito lateral
- atrito negativo em solos coesivos: movimento relativo (estaca-solo) muito lento em comparação com a velocidade de
carregamento da estaca
Exemplo: cálculo da força de atrito unitária ( a ) negativa em solos coesivos, para baixa velocidade de deslocamento
do solo em relação à estaca (de acordo com Bjerrum):
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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a k'v ,
- a força de atrito negativo pode ser muito grande, podendo superar a carga de serviço da estaca (capacidade de carga
do elemento estrutural). Exemplo: Bjerrum mediu força de atrito negativo, em estacas de aço cravada através de 53 m
de argila até encontrar estrato rochoso, da ordem de 1750 kN
- capacidade de carga, método das tensões admissíveis, ( Q ) para uma estaca sujeita ao atrito negativo: (item
5.8.1 NBR6122/2010)
Q p Ql
Q Qn
FS
Q p = resistência de ponta da estaca
Ql = resistência lateral do trecho do fuste sem atrito negativo
Q n = força de atrito negativo
FS = fator de segurança global
- efeito de grupo: as estacas do centro sofrem menor influência (ver Hachich, 1996 p. 299)
Esse efeito que também ocorre em solos muito compressíveis e que é provocado por sobrecargas unilaterais na
superfície. Sobrecarga vertical assimétrica provoca esforços horizontais nas estacas e deslocamentos que podem levá-
la a ruptura.
Essa situação aparece nos seguintes casos: fundações próximas a aterros executados assimétricos sobre solos muito
compressíveis; tanques e galpões de armazenamento como silos e caixas d´água.
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4.5- Mecanismo de transferência de carga no sistema estaca-solo
- carga aplicada à cabeça da estaca é transferida ao solo adjacente: através do atrito ou adesão ao longo do fuste, e
através de sua ponta à profundidade L
Q wp wf
- relação entre estas parcelas depende: características geotécnicas do solo, das dimensões da estaca, do processo
executivo e da magnitude das cargas aplicadas
- carga na estaca aumentada gradualmente: veja figura
- para pequenas cargas ( Q1 ), nenhuma parcela da carga será transferida para a base da estaca
- para uma carga maior ( Q3 ), haverá, simultaneamente, mobilização das parcelas de resistência lateral e de ponta
- na condição de ruptura, serão mobilizados toda a resistência de ponta ( Q p ) e resistência lateral ( Q f ):
Q r Q p Qf .
- mecanismo de transferência de carga do sistema solo-estaca: inicialmente o fuste da estaca é responsável pela
transmissão de toda carga aplicada
- somente após um certo recalque da estaca, é que a resistência de ponta da estaca começa a ser mobilizada
- a relação Qr Qp Qf pressupõe a condição de que tanto a ponta da estaca como todos os pontos ao longo do
fuste da estaca, deslocam-se suficientemente em relação ao solo, de modo a desenvolver simultaneamente, as
resistências de ponta e de atrito lateral
- resistência lateral é mobilizada para um recalque relativamente pequeno (cerca de 5 a 15 mm; 0,5 a 2% para solos
argilosos, 1 a 3% para solos granulares do diâmetro da estaca)
- resistência de ponta só é totalmente mobilizada para um recalque relativamente elevado (cerca de 15% do diâmetro
da ponta para estaca cravada e de 30%, para estaca escavada; média 20%)
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4.6- Grupos de estacas
- espaçamento entre as estacas: minimizar efeito inchamento do solo causado pela cravação em material compacto e
do amolgamento de solos argilosos
- o espaçamento entre as estacas não deve ser muito grande para evitar blocos de coroamento muito caros
- cravação das estacas: do centro do grupo para fora de modo a evitar o confinamento do solo no interior do grupo
- NBR 6122: espaçamento é condicionado por razões de ordem executiva e econômica
- eficiência: relação entre a capacidade de carga do grupo e a soma das capacidades de carga de cada estaca,
consideradas isoladamente
Q rg
Q ri
-“a eficiência do grupo depende da forma e tamanho do grupo, do espaçamento entre as estacas, do tipo de estaca e do
tipo de solo” Cintra e Aoki, 2010 p. 31
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Grupo de estacas em solos argilosos
Pode-se dizer que a eficiência diminui com a redução do espaçamento entre as estacas. Antigamente a avaliação da
eficiência do grupo através de fórmulas empíricas.
1. Fórmula de Converse-Labarre
n 1 m m 1 n
1 ,
mn 90
m = número de filas de estacas; n = número de estacas por fila;
d
d = diâmetro das estacas; s = espaçamento entre as estacas; arctg ( ).
s
2. Regra de Felds
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capacidade de carga de uma estaca no grupo deve ser reduzida de para cada estaca adjacente
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O cálculo da eficiência do grupo através desses métodos, para os espaçamentos freqüentes na prática (2,5 d a 4 d),
resultava em uma eficiência da ordem de 0,7 a 0,85. Atualmente, após realização de ensaios em grupos de estacas,
verificou-se que a eficiência é geralmente superior ou igual a unidade.
Na cravação de estacas ocorre a compactação do solo na vizinhança do grupo. Por isso, a eficiência tende a ser
superior à unidade. Experimentos recentes apresentam resultados da ordem de 1,5 a 1,7 para a eficiência do grupo em
solos granulares. (Vesic, 1967 e Cintra e Albiero, 1989). Entretanto, esse efeito não é, geralmente, considerado no
projeto.
Observações:
- a realização de ensaios em grupo de estacas tem demonstrado que a eficiência é igual ou superior a unidade, mesmo
para solos argilosos. Cintra e Aoki, 2010 p. 31. Explicação provável: “efeito setup” ou cicatrização dos solos ao longo do
tempo (aumento da resistência)
- bloco de coroamento também transmite carga diretamente para o solo. Ensaios de campo verificaram contribuição de
20% carga (Cintra e Aoki, 2010 p. 32). Esse efeito não é considerado no projeto.
- NBR 6122/2010 item 8.3: recalque do grupo é diferente do recalque estaca isolada. Verificar carga admissível do
grupo, não pode ser superior a capacidade de carga de uma sapata fictícia de mesmo contorno do grupo, assentada a
uma profundidade igual a 1/3 do comprimento de penetração na camada de suporte. Veja figura.
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- blocos rígidos sobre conjuntos de estacas, verticais ou inclinadas, aparecem com freqüência em obras viárias e
industriais
- motivo: interação do bloco com as estacas e o solo e interação das estacas com o solo, efeito da instalação das
estacas nas propriedades do solo, variação das propriedades do solo com a profundidade, etc.
- processos clássicos (Nokkentved, Schiel e Stamato) para a solução do problema fazem hipóteses simplificadoras:
- soluções mais realistas do problema fazem uso de métodos numéricos: consideram a interação do solo com as
estacas, variação de propriedades do solo com a profundidade, etc.
Casos Particulares
Mz Fx yc M y Fx Zc
NL
L = encurtamento da estaca
EA
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EA
Portanto, a carga numa estaca será: N L a by cZ .
L
Impondo as condições de equilíbrio, temos:
Fx N n a b y c Z ;
M y NZ a Z b yZ c Z 2 .
Mz N y a y b y2 c yZ .
Fx M y I yz M z I y M y I z M z I yz
Ni yi Zi ;
n
I y Iz I2yz ,
Iz y2 , I y Z2 , I yz yZ.
- determinados os esforços em cada estaca, é necessária a verificação da estabilidade da estaca sob o carregamento
encontrado
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4.9- Dimensionamento geométrico de fundações profundas, estacas
- carga de trabalho do conjunto estaca-solo: deve estar muito próxima do valor da carga nominal, para isso é
necessário adequar o comprimento da estaca (solução mais econômica)
1,1 P
- número de estacas por pilar: n
Pe
- para blocos sobre 1 ou 2 estacas, usar vigas baldrame ou alavanca para aumentar a rigidez da direção mais fraca
- blocos com cargas mais leves e blocos com cargas mais pesadas
- para um mesmo bloco cargas das estacas devem ser iguais. É comum em grandes obras a presença de estacas com
diâmetros diferentes, mas sempre em blocos diferentes.
pilares de divisa
pilares próximos
reformulação de blocos
Fx Mz My
- verificar carga em cada estaca Ni . yi
n yi
2
Zi2
. Zi
- comparar os valores de carregamento diferenciado das estacas com a capacidade de carga do sistema estaca-solo.
- quando carregamento produzir estacas tracionadas: usar viga alavanca para absorver momento fletor ou
redimensionar o bloco.
- excentricidade máxima: desvio entre o eixo da estaca e o ponto de aplicação da resultante do pilar (eixo inicialmente
previsto) 10% da menor dimensão da estaca. Caso contrário, considerar no cálculo do bloco a excentricidade
executiva.
- desaprumo máximo: 1/100 do comprimento da estaca. Caso contrário, recalcular esforços atuantes.
- verificar se ocorre levantamento ou deslocamento lateral das estacas já executadas. Se necessário, cravar ou prensar
novamente.
- densificação do solo pode exigir uso de pré-furação ou revisão do espaçamento entre estacas
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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento
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Figura: Representação esquemática de blocos sobre estacas. Fonte: Cintra e Albiero, 1984
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Figura: Representação esquemática de soluções na reformulação de blocos que apresentam problemas com quebra de estacas na etapa de
execução das mesmas. Fonte: Cintra e Albiero, 1984
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Estacas e seu comprimento
Tabela: Valores limites do SPT para parada de estacas
N SPT 80
Strauss 10 N SPT 25
ômega 20 N SPT 40
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4.10-Tubulões: capacidade de carga e dimensionamento geométrico
A capacidade de carga de um tubulão pode ser calculada de forma semelhante as estacas escavadas. Entretanto, é
usual no meio técnico se desprezar a resistência lateral e o peso próprio (estrutural) do tubulão.
Quando se despreza a resistência lateral, o cálculo da capacidade de carga se resume no cálculo da capacidade de
carga de uma placa colocada em profundidade. Esse problema já foi resolvido no estudo das fundações rasas.
A capacidade de carga da base pode ser determinada por métodos teóricos ou correlações com os resultados dos
ensaios CPT e SPT
Alonso (1983) propôs fórmula para o cálculo da tensão admissível ( ) do solo sob a base do tubulão:
N SPT
(MPa)
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NSPT = média do SPT numa profundidade de duas vezes o diâmetro da base a partir da cota de apoio e 6 N SPT 18
(Cintra et al. 2003, p.82)
P 4P
diâmetro da base do tubulão circular (B ou Db): B2 B Db
4
Pd
área da seção do fuste : calculada pela equação: A
cd
cd = tensão resistente de projeto do concreto à compressão
Pd = carga aplicada verticalmente ao tubulão (P k) multiplicada pelo coeficiente de majoração discriminado em norma
( f 1,4 )
O dimensionamento diâmetro do fuste, depende do elemento estrutural ou das características do concreto. Assim,
adotando-se f 1,4 e c 1,5 , tem-se:
4 (1,4 Pk )
Df
f
0,85 ck
1,5
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O dimensionamento da base alargada do tubulão depende da taxa de trabalho do solo (tensão admissível)
4 Pk
Db
- pilares de divisa: usar falsa elipse para diminuir excentricidade, usar viga alavanca
- calcular R1, adotar x tal que r< x <3r
- calcular Df, h
- usar metade do alívio no pilar central
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