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CENTRO UNIVERSITÁRIO CAMPO LIMPO PAULISTA — UNIFACCAMP

Curso de Comunicação — Habilitação Jornalismo

PROJETO EXPERIMENTAL (TCC/2020)


PROPOSTA DE ALUNO

1. PARTICIPANTE:

NOME COMPLETO DO ALUNO Registro Acadêmico


Matheus Martins Peres 27241

2. PROFESSORES(AS) ORIENTADORES(AS):

Prof.ª Especialista Maria Auxiliadora Mendes do Nascimento (orientação específica)


Prof.ª Ms. Ane Katerine Medina Néri (coorientação metodológica)

3. ÁREA ESCOLHIDA
MÍDIA DIGITAL
[x] Web série documental

4. TEMA CENTRAL DO TRABALHO


4.1 – Título:

“A construção das novas masculinidades no Brasil”

Um breve balanço que coloca em questão a noção de masculinidade1. Em


seguida, é colocado em questão o debate sobre a crise do masculino e a consequente
propagação da noção de “masculinidade tóxica”. Por fim, ressalto a perspectiva
histórico-social como importante para a compreensão das novas identidades. O
projeto vai centrar num rumo determinado em que os debates acerca dos homens e
masculinidades foram tomando, chegando numa ideia de “crise” da masculinidade e
como consequência de “novas masculinidades”, concepção está que ganha espaço
não só nos meios acadêmicos, mas nas mídias, de uma maneira geral.
Até o século XVIII, não era possível encontrar um modelo de sexualidade
humana. A concepção predominante até então entendia que não havia nenhum
modelo de sexo único, portanto, no pensamento anatômico vigorado por dois
milênios, uma mulher era vista como um homem invertido, de acordo com o filósofo
francês Michel Foucault (1986), “O próprio termo sexualidade é um termo do século
XIX, portanto pertencente às sociedades modernas e pós-modernas [...]”.
Foi apenas na passagem do século XVIII para o século XIX, que as mudanças
passaram a ocorrer, para Jurandir Sebastião Freire Costa psicanalista com mestrado
em Etnopsiquiatria, em seu livro “A Face e o Verso estudos sobre o homoerotismo II":
1
Masculinidade é um conjunto de atributos, comportamentos e papéis geralmente associados a
meninos e homens. A masculinidade é construída socialmente, mas composta por tanto fatores
socialmente definidos quanto biologicamente inerentes (WIJNGAARD, 1997 p.171).
De homem invertido, uma mulher passa a ser o inverso do homem, ou, sua
forma complementar. Apesar disso, como consequências morais mais
avançadas, manter ainda a inferioridade da mulher no conflito entre esferas
públicas e privadas, no conceito científico e religioso do mundo e na
importância da nova ordem político-econômica do novo estado burguês [...]
(COSTA, 1995, p. 111).

O cultivo da masculinidade, primeiramente apareceu na reprodução das


desigualdades sociais e políticas entre homens e mulheres, assim justificadas pela
norma natural do sexo. Em seguida, o que era efeito tornou-se causa, a diferença
entre os sexos passou a ser a distinção entre os gêneros masculino e feminino. Em
relação a classificação identitária do gênero:

gênero só existem dois: masculino e feminino. Entendemos por identidade de


gênero o conjunto de traços construídos na esfera social e cultural por uma
dada sociedade, que definem consequentemente, quais os gestos, os
comportamentos, as atitudes, os modos de se vestir, falar e agir, de forma
semelhante para homens e mulheres. As identidades de gênero tendem a
estar em consonância com o sexo biológico do sujeito, porém, não são
estruturas fixas, encerradas em si mesmas; pelo contrário, podem e estão
continuamente se renovando, em ebulição e a cada momento podem ser
novamente moldadas de outras formas. Elas também são impostas pelo
processo de socialização, que impede construções singulares. [...] Nós
podemos encontrar sujeitos masculinos ou femininos, que não
necessariamente pertencem ao seu sexo biológico, e que podem fazer uma
escolha afetiva e sexual do sexo oposto ao seu [...] (SILVA, 1999, p. 74).

Não obstante no século XIX, Freud usou do seu pensamento para construir sua
teoria da sexualidade2, visando a mesma, conclui-se que na sociedade é passível de
encontrar-se indivíduos masculinos ou femininos, que podem não pertencer ao seu
sexo, e mesmo assim fazer a escolha afetiva de seu parceiro que pode ou não
condizer com o sexo oposto ao seu.

Crise da masculinidade

A identidade sexual e de gênero do homem vitoriano, estava intrinsecamente


ligada à representação do seu papel na sociedade. Os traços que descrevem, voltam-
se para uma forma de vestir, de andar, uma maneira de se comportar, uma entonação
de voz, assim como também era ressaltado uma forma física, uma musculatura, os
contornos do corpo masculino, elegância, vigor físico e beleza, e por fim, como
qualidades psicológicas do homem como agilidade, coragem, distinção, bravura ou
heroísmo.

2 Freud, em Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade destaca a importância da presença ou


ausência de pênis no menino, ou o seu correspondente, o sexo feminino, a anatomia não é a única
condição necessária para a aquisição de uma masculinidade e uma feminilidade, mas deve sublinhar
sua importância, principalmente na aquisição de uma identidade sexual em ambos os sexos, dado que,
é uma castração que introduziu uma menina no complexo de Édipo. ” (FREUD. 1905).
Homens e mulheres com restrições de acesso ao seu papel social de acordo
com sua identidade biológica, macho e fêmea, e por sexo, sua escolha afetiva e sexual
devem retornar novamente ao sexo oposto ao seu. A norma desviante era totalmente
repelida e punida, estes marcos indicam o estado da decadência masculina,
principalmente após a noção de bissexualidade3 introduzida por Freud.

Com uma noção de bissexualidade e com o avanço dos movimentos feministas,


que já nesta época começaram a tomar forma, e buscavam proporcionar uma
rediscussão sobre os novos papéis sociais aplicáveis pela norma sexual e moral, tanto
para homens quanto para mulheres, gerou uma ameaça de feminilidade inerente a
alguns homens, decorrente do medo de se tornar homossexual, e diante da
obrigatoriedade de testar o sexo forte, os homens tiveram que cultivar mais do que
nunca a sua masculinidade e sua virilidade, caracterizando também a primeira crise da
identidade masculina.

O que é Masculinidade tóxica e qual seus impactos para a sociedade?

O termo ganhou popularidade no Brasil e no mundo nos últimos anos, as


discussões por igualdade de gênero levaram alguns homens a questionarem como
os efeitos da sociedade patriarcal impediram que eles tivessem um desenvolvimento
mais saudável, tanto do ponto de vista psicológico, quanto do físico.

Segundo o Google Consumer Surveys,2018 “Masculinidade tóxica” aparece


como uma terminologia que vai popularizar a discussão em torno de homens e
masculinidades. “75% dos homens brasileiros entre 25 e 44 anos nunca ouviram falar
em masculinidade tóxica [...]”.

Conceitos como masculino e feminino vêm sendo construídos e modificados,


Mulher tem que ter cabelo comprido e ser delicada, homem não pode chorar nem ser
sensível, não deve demonstrar medo, fraqueza, vulnerabilidade ou qualquer
comportamento tido como "feminino", vivendo sob a ameaça oculta de manchar a
sua reputação, são algumas “regras” de gênero impostas pela sociedade. Essa visão,
construída há décadas pela sociedade, é atualmente chamada de masculinidade
tóxica.

A mensagem subentendida é que de acordo com crenças presentes na


sociedade, há tanto tempo, sensibilidade demais e falar de emoções não é “coisa” de

3
A teoria da bissexualidade foi um dos nomes encontrados por Freud na cultura científica do século XIX
para expressar a impossibilidade da relação sexual. Se há inversão, isso se dá porque há uma
“disposição bissexual” (FREUD, 1905, p. 131).
homem. Qualquer mensagem emocional corre o risco de ser interpretada como
reclamação, fraqueza e, logo, um sinal de ser “menos” homem.

O ciclo se retroalimenta, individual e coletivamente. Homens pouco falam sobre


o que sentem. Se ao falar são ridicularizados ou ignorados, passam a ter ainda mais
dificuldade em identificar suas emoções. Seguem sentindo, mas expressam ainda
menos, quando falam é comum se atrapalharem. Como raiva é a emoção mais aceita
para eles e costumam guardar um turbilhão dentro de si, é comum que suas dores,
tristezas e frustrações profundas venham acompanhadas de violência interna e
externa. E assim é o revestimento da caixa dos homens4.

A caixa do homem

MENININHA – BEBEZÃO - ESQUISITO - FROUXO - GAY – BICHA – NERD -


MARICAS – COVARDE - CRIADO PELA VÓ - FILHO DA MÃE – FRACOTE.

HETEROSSEXUAL - FISICAMENTE APTO – CORAJOSO - FORTE - NO CONTROLE


-ATIVO SEXUALMENTE - EXPERIENTE - PRONTIDÃO SEXUAL - FALA FIRME -
NÃO DEMONSTRA EMOÇÕES - NÃO CHORA - SABE SE DEFENDER -
TRABALHADOR -SEXUALMENTE IMPOSITIVO - PROVEDOR - NÃO COMETE
ERROS - NÃO DESISTE -AGUENTA O TRANCO - COMPETITIVO - BEM SUCEDIDO
- DOMINANTE EM RELAÇÃO À MULHER.

A pergunta aqui é: como superar a obsessão em estar dentro da caixa e o


patrulhamento com quem ousa pisar fora dela?

Ser homem, em larga medida, é essa construção de identidade baseada no


medo.

4.4.2 – Impactos da masculinidade tóxica


O que as estatísticas mostram sobre a masculinidade tóxica?
Os homens se suicidam quase 4 vezes mais do que as mulheres no brasil,
(mapa da violência flasco,2015 apud Google, 2018) também são os que mais morrem,
homens morrem vítimas da violência 10 vezes mais do que as mulheres, (Atlas da
violência 2017 apud Google, 2018). Isso acontece porque são os que mais correm
riscos, a taxa de jovens entre 15 e 19 anos que morreram vítimas de violência é de
53,7 % entre os homens, enquanto as mulheres são 14,9%.
Entre os moradores de rua eles São 82% dos estimados 110 mil moradores de
rua do Brasil (Ipea, 2017 apud Google, 2018).

4
Esse conceito resume boa parte do sufocamento da masculinidade: esteja dentro da caixa ou correrá o
risco de ser julgado menos homem – (POTER, 2010).
A Nova Masculinidade está nascendo com o propósito de abranger todas as
formas de ser homem, aceitando e acolhendo masculinidades possíveis, livres de
estereótipos opressores. Esse movimento garante condições mais igualitárias e
saudáveis, onde os homens têm espaço para serem mais humanos e se
expressarem sem a ameaça de colocar qualquer coisa em risco, seja sua imagem,
seja seu bem estar psicológico.

Qual é a chance dela se tornar realidade aqui no Brasil? Analisando o cenário


brasileiro, ainda existe um longo caminho pela frente, principalmente em termos de
igualdade de gênero.

4.2 – Objeto da pesquisa


As consequências da masculinidade tóxica e a construção das novas
masculinidades no Brasil.

4.3 – Pergunta da pesquisa


Como reverter os impactos da masculinidade tóxica e construir novas
masculinidades?

4.4 – Hipóteses

O objetivo do projeto é criar um outro senso de pertencimento entre homens.


Hoje, uma das coisas mais difíceis de se fazer é confrontar outro homem que fez
alguma besteira, como um amigo de infância, chefe ou familiar. De certa forma,
questionar um homem por estar tomando uma atitude típica de ‘homens’ é questionar
sua própria masculinidade. criar um espaço aonde as pessoas se sintam à vontade
para debater esse tema. os homens precisam sair da estagnação. “É hora de agir, de
ter coragem de se abrir, ajudar e ser ajudado. fazer a reflexão de que se os homens
são parte do problema, eles também devem ser considerados como parte da solução
desses problemas. O estudo do Google BrandLab São Paulo explica que a nova
masculinidade tem o propósito de abranger todas as formas de ser homem e garante
condições mais igualitárias e saudáveis, onde os homens têm espaço para serem mais
humanos e se expressarem sem a ameaça de colocar qualquer coisa em risco, seja
sua imagem, seja seu bem estar psicológico.
devemos discutir as masculinidades saudáveis, construtivas, positivas,
sabemos os "nãos" que devem ser ditos e comportamentos a se evitar. Mas quais
comportamentos encorajar? Quais os locais de potência e força a estimular para a
construção de um masculino mais seguro, sábio e equilibrado?
Os homens não tiveram um equivalente de revolução como foi o feminismo
para as mulheres. Eles estão tendo que se adaptar à nova mulher, agora empoderada,
em pé de igualdade. Ou seja: o feminismo ajuda, mas essa revisão do conceito de “ser
homem” é um processo mais demorado.

A educação é o caminho
Quanto mais velho, mais difícil fica “sair do automático”, e entender que os valores que
nos foram ensinados não são necessariamente bons para nós e para a sociedade
como um todo. E por isso é tão nocivo infectar as novas gerações com estes
comportamentos.
Como quebrar o ciclo? Certamente através da reflexão, da análise das
consequências que a cultura machista provoca em nossa sociedade, e da tentativa de
mudar nossas pequenas atitudes que alimentam esse vírus que se propaga de
geração em geração.
Educar os futuros homens de nossa sociedade, para que estes meninos tenham
a liberdade de definir o que irá representar “ser homem de verdade” daqui para frente.

5. Palavras-chave
Masculinidade tóxica, homens, identidade, masculino, gênero, feminismo, nova
masculinidade.

6. JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DO TEMA

Diante de visões errôneas ou até mesmo o desconhecimento sobre o que é


masculinidade tóxica e o que ela provoca, veio a necessidade de explicar que a
masculinidade tóxica prejudica os homens quando os impede de procurar ajuda, pois
exige que sejam sempre fortes e auto suficientes. Ela pode atrapalhar os homens na
hora de buscar os cuidados de um médico ou psicólogo, por exemplo. Exames como
os de próstata podem ser um grande tabu, quando na verdade é essencial para
garantir a saúde dos homens.
Esse tipo de masculinidade pode levar os homens a se envolverem muito mais
em brigas, como as de trânsito, pois ela incita que eles devam sempre ser brutos e
violentos. Ou seja, a masculinidade tóxica é um problema de saúde pública, pois
afasta os homens dos cuidados básicos e os aproxima da violência.
Nas relações pessoais, a masculinidade tóxica atrapalha os homens na hora
de expressarem seus sentimentos e de se comunicarem. Desde cedo as meninas são
ensinadas a falar sobre sentimentos e relacionamentos, enquanto os homens são
afastados desses temas, o que os torna muito menos experientes e mais imaturos
quando se trata de sentimentos.
Quando crescem, a tendência é terem muita dificuldade para se relacionar.
Toda essa pressão para serem sempre fortes e durões pode levar muitos homens a
reprimir seus sentimentos e não buscar ajuda em casos de problemas psicológicos
como ansiedade e depressão.
Certamente desconstruir esses conceitos impregnados na cabeça das
pessoas não é uma tarefa fácil, tão pouco acontecerá da noite para o dia. Porém esse
projeto certamente contribuirá para levantar a pauta sobre o assunto, pois trata-se de
preservar a saúde física e mental dos homens, além de proteger as mulheres contra a
violência que a masculinidade tóxica pode gerar.
Sempre é possível se perguntar da onde estão vindo nossos pensamentos e
preconceitos e ir, aos poucos, desconstruindo-os. Os homens precisam começar a
olhar para si mesmos como indivíduos que necessitam e merecem de cuidados, que
possuem fragilidades e isso não é motivo de vergonha.

É algo que precisa ser falado, visto e combatido, para que os estereótipos e
padrões comerciais de masculinidade sejam quebrados, e que os privilégios, as
diferenças entre os gêneros e o verdadeiro significado de masculinidade, sejam
também reconhecidos. Sem contar, que a pesquisa pode contribuir positivamente
para homens se sentirem representados, e escolham por si mesmos o que é ser
masculino e ajudem a criar novas masculinidades, além do material poder ser
utilizado para pesquisas de interesse pessoal e profissional, como também para
mulheres e homens entenderem, apoiarem e passarem o que aprenderam a frente.

7. JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DA ÁREA

O surgimento das mídias digitais provocou a ressignificação do documentário,


possibilitando novas narrativas e formas de distribuição. Por características como
velocidade, hipertextualidade, interatividade e personalização, a internet apresenta-se
como um verdadeiro laboratório de formatos para disponibilização de conteúdos
audiovisuais. Desse conjunto de elementos e experimentações surge, da internet e
para a internet, o formato webdocumentário.

Pelo neologismo: web documentário designamos um documentário cuja


concepção e realização são feitas para a web e que é difundido pela
web. Não se trata de um documentário no formato televisivo ou
cinematográfico, de narração linear, que encontra na internet um
enésimo espaço de difusão, mas um tipo de prolongamento do que
foram os CD-ROMs ou DVD-ROMs: uma obra que utiliza as tecnologias
da web e seus diferentes recursos multimídia. [...] O modo de narração
dos webdocumentários é concebido de maneira que o leitor/espectador
navegue pela interface de forma totalmente deslinearizada. É ele quem
conceberá de forma única o seu percurso pelo webdocumentário [...]
(CROU apud BAUER, 2010, p.1).

Ribas considera outras possibilidades do webdocumentário, como a de


aproximar o espectador do autor através dos recursos de contato por meio de chat e
disponibilização de e-mail e números de telefone, no que acrescento ainda as redes
sociais como o Twitter, Facebook, Instagram, entre outras. São essas capacidades de
interação e de organização do conteúdo do webdocumentário que expandem a
experiência permitida em documentários exibidos na TV e no cinema. E foi esse
processo de desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas de exibição e
interação multimídia que culminaram no surgimento de novas formas de produção e
consumo de informação, tendo como exemplo o gênero websérie documental, termo
ainda em recente investigação na literatura acadêmica.

Texto, fotografia, áudio, imagem estática e em movimento fazem parte


de diversas micronarrativas conectadas por links, permitindo ao
receptor fazer escolhas, optar por diferentes caminhos, dando liberdade
para a compreensão sobre o tema. Através do hipertexto, o autor
constrói as micronarrativas, fazendo associações entre dados e
permitindo que o usuário trace o caminho que for mais conveniente a
seus interesses [...] (RIBAS, 2003, p.5).

Apresentado no 38º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, no


Intercom Rio de Janeiro, o artigo “Afinal, o que é uma websérie documental?”, de José
Jullian Souza e Paulo Eduardo Cajazeira, da Universidade Federal do Cariri, no
Ceará, compreende este novo audiovisual como um produto jornalístico.

Uma vez que as fronteiras constituídas por cada um dos meios de


fundem e se unificam no campo digital, elas originam novos produtos
que necessitam de uma classificação como é o caso das webséries
documentais. Apropriados pelo campo jornalístico, as webséries
documentais são oriundas dos webdocumentários, que por sua vez são
provenientes dos documentários produzidos para a TV e para o cinema
[...] (SOUZA; CAJAZEIRA, 2015, p.2).

Mais tarde, esse artigo viria a render um novo documento que continua a
explorar o tema. Dos mesmos autores, publicado na Revista Comunicação, Cultura e
Sociedade em 2016 “O estudo de Websérie documental na Universidade Federal do
Cariri, Ceará, Brasil” ressalta que:

A websérie documental permeia as diversas possibilidades de criação e


desenvolvimento de novos modelos para o campo jornalístico, como
forma de relacionar-se com o novo público mais participativo e a partir
de uma maior proximidade e interatividade. Esses novos produtos se
encontram difusos e em meio a diversas transformações que
acompanham a evolução do webjornalismo e das novas narrativas
hipertextuais e multimidiáticas encontradas no meio digital [...] (SOUZA;
CAJAZEIRA, 2016, p.6).

Nestes pontos, os autores destacam, por exemplo, que esses formatos para a
internet permitem ao consumidor a liberdade de escolha quanto à ordem em que se
quer assistir os conteúdos e têm em comum a fragmentação da narrativa, sem
definição obrigatória de início, meio e fim, onde o próprio usuário decide o caminho.

O advento da Internet, no campo da informação e entretenimento,


possibilitou diversas inovações tecnológicas, que propiciaram a criação
e o desenvolvimento de um novo seguimento no campo audiovisual: os
webdocumentários ou webséries documentais. A fórmula conhecida de
narratividade do documentário mais a junção das ferramentas da Web
permitiram a hibridação entre o tradicional e contemporâneo, e assim,
tornou-se possível visualizarmos a produção de um conteúdo
audiovisual que ultrapassou as barreiras do cinema, da televisão e
adentrou à Internet com características específicas: a narrativa
hipertextual, multimídia e a interatividade permanente com o usuário
[...] (Cajazeira; Souza, 2015).

8. PLANO GERAL DO TRABALHO


A estrutura da série vai ser composta por cinco episódios de três minutos e trinta
segundos abordando o tema proposto, os episódios vão ter uma mesma linha, mas
sem uma cronologia de tempo, não importa qual episódio assistir primeiro, a
mensagem será passada do mesmo jeito.

Episódios:

I – Paternidade
II – Cuidados com a beleza
III – Relacionamentos
IV – Trabalho
V – Amigos

9. METODOLOGIA DE TRABALHO

I – Pesquisa do tema: Esta fase consiste em pesquisar os mais diversos veículos


acerca do tema proposto, para embasar e entender, em sua plenitude, as questões
abordadas.

II – Levantamento bibliográfico: Levantamento bibliográfico de autores relevantes


ao estudo do tema e títulos que remetam o conteúdo pesquisado, relação das obras,
leitura crítica e fichamentos.

III – Orientações: Orientações com os professores orientadores do TCC (Trabalho


de Conclusão do Curso), para aperfeiçoar o trabalho e entregar o projeto, seguindo
todas as recomendações sugeridas por estes.
IV – Estruturação da Proposta de Projeto Experimental: Estruturação, elaboração
e finalização da Proposta de Projeto Experimental, organizando assim, os episódios
do trabalho, métodos de pesquisa, as referências bibliográficas e o enfoque principal
do projeto.

V – Listagem de especialistas no assunto: Reunir todo o material sobre


masculinidade tóxica e a construção da nova masculinidade.

VI – Análise e Interpretação dos Dados: Analisar as informações colhidas,


construir gráficos e fazer as interpretações de acordo com o direcionamento dado ao
trabalho.

VII – Estruturação do Projeto: Estruturação do projeto e roteirização dos capítulos.

VIII – Captação e Pesquisa de Imagens: Fase dedicada a captação e a busca de


imagens e gráficos para enriquecer o trabalho.

IX – Entrevistas: Colher entrevistas em vídeo com especialistas no


assunto e pessoas que tenha algo a dizer sobre o tema.

X – Edição: Definir padrões estéticos e publicitários, tratamento da imagem e edição


dá web série documental

XI – Apresentação do Projeto: Apresentação final do projeto para banca avaliadora


10. Cronograma de Execução

TAREFAS FE MA AB MAI JU JU AG SE OU NO DE
V R R O N L O T T V Z
Levantament X X X X
o
bibliográfico
Entrevistas X X X
Orientação X X X X X X X X X X
Análise de X X X X
dados
Roteiro X X X X
Gravação X X X
Decupagem X X X X
Edição X X
Apresentaçã X
o à banca

11. Lista de Referências

BAUER, Marcelo. Os webdocumentários e as novas possibilidades de


narrativa documental. Cross Content. Avanca, 2011. Disponível em:
<www.webdocumentario.com.br/Os_webdocument%C3%A1rios_e_as_novas
_possibilidades_da_narrativa_documental_Marcelo_Bauer.pdf>. Acesso em:
3 de junho de 2020.

COSTA, Jurandir Freire. A Face e o Verso: estudos sobre o homoerostimo II. São
Paulo: Ed. Escuta,1995.

FOUCALT, Michel. A História da Sexualidade II: O Uso dos Prazeres. v. VIII. Rio
de Janeiro: Ed. Graal,1986.

FREUD, Sigmund Schlomo. Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade. v. VII.


Rio de Janeiro: Ed. Standart Brasileira, 1905.

GOOGLE, Dossiê Brandlab. A Nova Masculinidade e os Homens Brasileiros.


São Paulo,2018. Disponível em: <www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/tendencias-de-
consumo/dossie-brandlab-nova-masculinidade-e-os-homens-brasileiros>. Acesso
2

em: 22 de junho de 2020.

RIBAS, Beatriz. Contribuições para uma definição do conceito de web


documentário. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2003. Disponível em:
<www.docplayer.com.br/4491679-Contribuicoes-para-uma-definicao-doconceito-de-
web-documentario.html>. Acesso em: 21 de junho de 2020.

SILVA, Sérgio Gomes. O conflito identitário: sexo e gênero na constituição das


identidades. Revista Brasileira de Sexualidade Humana. v. X. São Paulo: Ed.
Sbrash, 1999.

SOUZA, José Jullien Gomes; CAJAZEIRA, Paulo Eduardo. O estudo de


websérie documental na Universidade Federal do Cariri: Ceará. Revista
Comunicação Cultura e Sociedade. Universidade Federal do
Mato Grosso. v. V. Mato Grosso, 2015-2016. Disponível em:
<www.periodicos.unemat.br/index.php/ccs/article/view/1577/1502>. Acesso
em 2 de junho de 2020.

SOUZA, José Jullien Gomes; CAJAZEIRA, Paulo Eduardo. Mas, afinal, o


que é uma websérie documental? Intercom Nacional, v. I. Rio de Janeiro,
2015. Disponível em: <www.portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-
1215-1.pdf>. Acesso em: 10 de junho de 2020.

VAN DEN WIJNGAARD, Marianne. Reinventando os sexos: a construção


biomédica da feminilidade e masculinidade. Raça, gênero e ciência. Indiana: Ed.
Indiana University Press, 1997.

12. Outras Fontes

The Mask You Live In. Jennifer Siebel Newsom. Estados Unidos da América. Netflix,
2015. 1h37min. documentário.

Uma chamada para homens. Tony porter. Ted Women, 2010. Disponível em:
3

< www.ted.com/talks/tony_porter_a_call_to_men#t-43454>

12.1 Especialistas no tema

Projetos nacionais:
Homens em Conexão (Brasília)
Coletivo Sistema Negro (São Paulo)
Movimento Guerreiros do Coração (Nacional)
Diamante Bruto (Brasília)
Masculinities — Educação, comunicação e cuidado para homens (Brasília)
Clã Lobos do Cerrado (Brasília)
Círculo do Fogo Sagrado Masculino (Brasília)
Portal Papo de Pai (Mogi das Cruzes)
Paizinho Vírgula (Rio de Janeiro)
Homem Paterno (Ubatuba)
Pai de Verdade (Recife)
Pai Todo Dia (Recife)
4Daddy (São Paulo)
Podcast Balaio de Pais (São Paulo)
Podcast AfroPai (São Paulo)
Nerd Pai (São Paulo)
Masculino da Alma (Florianópolis)
Homem Inteiro (Florianópolis)
Refletindo Masculinidades (Florianópolis)
MEMOH (Rio de Janeiro)
Macho do Século XXI
Papo de Segunda (Rio de Janeiro)
Projeto Tempo de Despertar (São Paulo)
E agora, José? (Santo André, SP)
Fórum de Gênero e Masculinidades do Grande ABC (Santo André, SP)
Homem na Agulha (São Paulo)
Brotherhood Brasil (São Paulo)
PrazerEle (São Paulo)
Paternidade Sem Frescuras (São Paulo)
4

Ressiginificando Masculinidades (São Paulo)

Institutos/Redes/Campanhas:
Instituto Promundo (Rio de Janeiro)
Instituto Papai (Recife)
Núcleo de pesquisas em gêneros e masculinidades da Universidade Federal de
Pernambuco — GEMA (Recife)
Instituto NOOS (São Paulo)
MenCare (Mundial)
MenEngage Alliance (Mundial)
Rites of Passage Institute (Austrália)
Rede de Homens pela Equidade de Gênero + Campanha do Laço Branco (Brasil)
Campanha Menino Você Não Precisa (Brasil)
#HeforShe globalmente, #ElesporElas no Brasil (Brasil)

Pessoas que trabalham/defendem/estudam transformação das masculinidades


(em diferentes territórios):
Mauro Pozatti (médico, psiquiatra, iniciador do movimento Guerreiros do Coração,
que existe desde 1992)
Os 34 facilitadores do movimento Guerreiros do Coração (espalhados por todo o
Brasil)
Fernando Aguiar (articulador do "Homens em Conexão")
Carlos Zuma (psicólogo, um dos fundadores do Instituto NOOS)
Túlio Custódio (sociólogo especialista em masculinidades e na interseção entre
masculinidades, classe e raça)
Cláudio Serva (terapeuta sexualidade)
Sidnei di Sessa (psicólogo especializado em sexualidade masculina)
Sidnei Glina (urologista e especialista em saúde do homem)
Alexandre Coimbra Amaral (psicólogo, facilitador de grupos)
Alex Possato (psicólogo, constelação sistêmica)
Rafael Gonçalves (psicólogo e educador popular)
Marcos Piangers (paternidade)
Cacá Bueno (pediatra, conduz rodas de pais e mães)
Victor Farat (designer, paternidade)
5

Marco diPreto (paternidade)


Rodrigo Morais (paternidade)
Leandro Ziotto (paternidade)
Marcos Bauch (paternidade, masculinidades)
Hélio Gomes (masculinidades, raça, paternidade)
Ismael dos Anjos (masculinidades, raça, paternidade)
Pedrinho Fonseca (paternidade)
Mário Queiroz (masculinidades, moda)
Gustavo Tanaka (masculinidades, espiritualidade, escrita)
Fabio Manzoli (masculinidades, espiritualidade, sexualidade)
Pedro Schneider (masculinidades, masculinidades no contexto corporativo)

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