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Fora.
(nome do representante criminal e qualificação), brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na
OAB/MG 141.711, portador da carteira de identidade RG 19.584-720, PCEMG, inscrito no CPF
947.434.362-49, residente e domiciliado na Rua Delfim Moreira, nº 141, apto. 801, bairro
Grambery, CEP 36010-570, na cidade de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, cujo domicílio
profissional é na Avenida Barão do Rio Branco, nº 2.817, sala 705, bairro Centro, CEP 36010-012,
na cidade de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, vem perante Vossa Excelência, em causa
própria, apresentar
REPRESENTAÇÃO CRIMINAL
em face dos representados e qualificações de cada, pela prática do crime de violação de sigilo
profissional previsto no art. 325, caput e §2º, CP, de falsidade ideológica previsto no art. 299,
caput e parágrafo único, CP, de uso de documento falso por falsidade ideológica no art. 304 c/c
art. 299, CP, de prevaricação previsto no art. 319, CP, e de abuso de autoridade previsto no art.
3º, a, art. 4º, a, b, h, da Lei 4.898/65 (Lei de Abuso de Autoridade); bem como em face de (), pela
prática de crime de violação de sigilo profissional previsto no art. 325, caput e §2º, CP; bem
como em face do câmera da empresa (); em face do câmera da (), (), cuja qualificação o
representante não sabe tendo em vista que o mesmo não foi identificado mas que é plenamente
possível a sua identificação por parte da empresa a qual ele é contratado a Televisão Sociedade
Ltda., nome fantasia Rede Record Minas, e em face do (), cuja qualificação o representante não
sabe tendo em vista que o mesmo não foi identificado mas que é plenamente possível a sua
identificação por parte da empresa a qual ele é contratado a (), sendo os três acusados pela prática
do crime de constrangimento ilegal, previsto no art. 146, CP, e de uso de documento falso por
falsidade ideológica, previsto no art. 304 c/c art. 299, CP bem como em face, e, ambos com
endereço profissional localizado, , pela prática de crime de falsidade ideológica previsto no art.
299, caput e parágrafo único, CP, de uso de documento falso por falsidade ideológica, previsto no
art. 304 c/c 299, CP e de prevaricação previsto no art. 319, CP, bem como em face de pela prática
do crime de abuso de autoridade, previsto no art. 3º, a, art. 4º, a, b, h, da Lei 4.898/65 (Lei de
Abuso de Autoridade) e prevaricação previsto no art. 319, CP, bem como em face de pela prática
do crime de uso de documento falso por falsidade ideológica previsto no art. 304 c/c 299, CP e
de prevaricação previsto no art. 319, CP pedindo-se que se instaure ação penal em face dos
mesmos pelas razões fáticas e jurídicas a serem expostas a seguir:
I – DOS FATOS:
I.I.) Do Drama Familiar Vivenciado pelo Representante e sua irmã.
Primeiramente, destaca o representante que a mãe do representante se chama agora (), tendo em
vista que foi mudado o nome em virtude de um processo de investigação de paternidade cumulada
com retificação de registro civil, conforme as certidões de nascimento e casamento atualizadas em
anexo.
Contudo, todos os fatos que concernirem a (), sendo a mesma pessoa qual seja a mãe do
representante.
No dia 27 de agosto de 2012 (segunda feira), a mãe do representante, que sofre de transtorno de
déficit de atenção e depressão (CID 10 F.90/ F32.2), ingeriu bebida alcóolica com remédio
controlado, especificamente o cloridrato de bupropiona 150 mg (medicamento genérico), utilizado,
na época, de forma contínua para o tratamento dessas doenças.
Em razão da perigosa combinação, a mãe do representante teve uma crise e surtou, ficando
extremamente agressiva com os filhos. Estes para ajudarem a mãe e, ao mesmo tempo, se
defenderem, tiveram que contê-la e segurá-la à força, o que, a despeito de ter provocado algumas
lesões corporais mútuas, impediu a ocorrência de danos ainda maiores.
Na manhã do dia 28 de agosto de 2012, mãe e filhos seguiram, no carro da família, para
Conselheiro Lafaiete, tendo se dirigido ao hotel, onde se encontrava hospedado o genitor do
representante e de sua irmã.
A viagem foi muito difícil em razão do cansaço físico e mental do representante, de sua irmã e de
sua mãe gerados pela terrível situação de estresse vivenciada na noite anterior, que os impediu de
dormirem e de descansarem adequadamente.
Apesar de ainda encontrar-se agressiva, a mãe do representante, nesse dia, conseguiu se controlar
um pouco mais. Hospedou-se no quarto de seu marido (), pai do representante e de sua irmã, tendo
os filhos permanecidos no quarto ao lado.
Na manhã do dia 29 de agosto de 2012, mais uma vez sob o efeito de bebida alcóolica, ingerida
juntamente com remédio controlado durante a madrugada, a mãe do representante dirigiu-se ao
quarto dos mesmos (() e ()). Estando inteiramente alterada, iniciou outra discussão com os filhos,
especialmente com a (), repetindo a crise e o surto ocorrido no dia 27 de agosto de 2012.
Na ocasião, também para se defenderem das investidas da mãe, que se encontrava muito agressiva e
alterada, tiveram que segurá-la à força. O episódio deve ter durado cerca de 15 (quinze) minutos,
não tendo tido as mesmas proporções que o primeiro dia antes narrado.
Atônitos com a situação ocorrida e inteiramente desorientados com os sucessivos problemas
vivenciados, o representante e sua irmã decidiram deixar a genitora no hotel e se dirigiram à
rodoviária de Conselheiro Lafaiete, com vistas a retornarem a Juiz de Fora.
Imaginaram que se afastando da mãe minimizariam o drama narrado, mas infelizmente a questão
ganhou novos contornos, vindo a trazer-lhes consequências nefastas.
Sucede que a mãe do representante, inconformada com a decisão dos filhos de retornarem a Juiz de
Fora e movida pela mais absoluta confusão mental, pôs-se a gritar no hotel, levando a funcionária
do estabelecimento a acionar a polícia. Chegando esta ao local, foi levada imediatamente para o
hospital da UNIMED, em Conselheiro Lafaiete, onde foi medicada.
Em seguida, foi encaminhada à Delegada de Conselheiro Lafaiete, () para que fosse lavrado o
boletim de ocorrência. Em razão do estado de confusão mental em que se encontrava, a mãe do
representante declarou uma série de fatos inverídicos, conforme reconheceu em declaração firmada
alguns dias depois (cópia do documento em anexo).
O original dessa declaração está no processo cominatório dos autos nº () em face dos réus que
veicularam no meio midiático e de internet as informações e imagens do representante e de sua irmã
acerca desse evento que está sendo relatado nessa petição inicial que geraram o BO nº () e
comentaram sobre o BO nº ().
O representante declara que essa cópia da declaração da mãe do representante anexa a essa petição
inicial se refere ao original da declaração em que consta no processo cominatório dos autos nº (),
sendo o teor da declaração idêntica, tendo para efeitos probatórios o mesmo valor da declaração
original, nos termos do art. 365, IV do CPC.
Passado o turbilhão descrito, a mãe do representante não confirmou os fatos constantes do boletim
de ocorrência e do depoimento colhido pela escrivã, uma vez que, ao descrevê-los à autoridade
policial, encontrava-se ainda sob o efeito da mistura do álcool com remédio controlado e, portanto,
em situação de absoluta confusão mental.
Segundo ela, a verdade dos fatos acontecidos pode ser extraída da declaração firmada
posteriormente, que se encontra na cópia da declaração em anexo.
Infelizmente, no dia 29 de agosto de 2012, em razão das inverídicas alegações apresentadas pela
mãe do representante à autoridade policial, o representante e sua irmã foram presos e algemados na
rodoviária de Juiz de Fora e conduzidos à ()ª Delegacia de Polícia Civil dessa cidade, sob suspeita
de terem cometido o crime de tortura em face de sua genitora.
Os policiais filmaram o ato da prisão na rodoviária de Juiz de Fora, como se depreende do vídeo
exibido pela TV Record, conduziram o representante e sua irmã à ()ª Delegacia de Polícia Civil de
Juiz de Fora e deixaram o câmera e o repórter da TV () e o câmera da TV () filmarem os mesmos
sem suas respectivas autorizações.
Pior ainda, os quatro policiais que efetuaram a prisão e o uso das algemas no representante e na sua
irmã filmaram o ato da prisão em um celular e divulgaram o resultado das imagens a TV (), TV (),
() e TV (), além de fornecerem as informações contidas no BO nº () e do BO nº (). Até hoje as
informações dos respectivos boletins de ocorrência, do ato da prisão e do uso de algemas, estão
disponíveis na internet, devido aos sites das emissoras de televisão e de jornal, bem como de outras
pessoas que detiveram essas imagens e espalharam em sites de busca, no youtube, em sites próprios,
blogs e redes sociais.
No mesmo dia, as notícias caluniosas foram expostas na televisão e na internet, ao argumento de
que o representante e sua irmã teriam torturado a sua mãe e de que provavelmente fariam uso de
entorpecentes.
O representante e sua irmã conseguiram identificar as pessoas que divulgaram essas notícias e
imagens sendo seis pessoas jurídicas e uma pessoa física, e ao identificarem as mesmas, ajuizaram
ação cominatória em face deles, visando à retirada dessas informações e imagens. Infelizmente, até
hoje, o representante e sua irmã não tiveram êxito na sua pretensão tendo em vista que o juiz
responsável do processo cominatório dos autos nº () indeferiu o pedido de tutela antecipada.
O representante e sua irmã identificaram também outras pessoas que divulgaram na internet esse
conteúdo dos vídeos e notícias acerca do fato ocorrido em 29 de agosto de 2012 e ajuizarão no
momento oportuno as respectivas ações visando à retirada desses vídeos, imagens e notícias acerca
do BO nº () e do BO nº (), do ato da prisão e do uso de algemas no dia 29 de agosto de 2012.
Depois de conduzidos à () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, o representante e sua irmã
foram levados por dois policiais para a () Delegacia Regional de Conselheiro Lafaiete. Durante a
metade do percurso entre a () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora e a () Delegacia Regional
de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete permaneceram algemados. Após a metade desse percurso,
o condutor decidiu retirar as algemas do representante e de sua irmã. Importante destacar que
quando os policiais condutores de Conselheiro Lafaiete chegaram na () Delegacia de Polícia Civil
de Juiz de Fora, o representante e sua irmã que já foram algemados nas mãos nesse departamento de
polícia, e ainda foram algemados nos pés quando do começo da trajetória da () Delegacia de Polícia
Civil de Juiz de Fora para a viatura que os conduziria a () Delegacia Regional de Polícia Civil de
Conselheiro Lafaiete.
Destaca-se que no decorrer da espera entre o ato da prisão em Juiz de Fora até os policiais
condutores de Conselheiro Lafaiete chegarem à respectiva Delegacia de Polícia, um lapso temporal
em torno de cinco ou seis horas, o representante (), ficou sempre algemado, e as algemas foram
colocadas na parte de trás das mãos do representante. Quanto à irmã do representante (), ela foi
algemada na rodoviária, ficou um determinado momento algemada na respectiva delegacia e depois
os policiais tiraram as algemas até que os condutores de Conselheiro Lafaiete chegaram e voltaram
a algemá-la nas mãos na parte da frente e algemaram-na ainda nos pés.
Digno de nota, que o representante () não teve nem o direito de ter as algemas colocadas na parte da
frente de suas mãos na () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora e na metade do percurso de
estrada entre as Delegacias de Juiz de Fora e de Conselheiro Lafaiete.
Em Conselheiro Lafaiete, depois de prestarem depoimento, não restou ratificado o auto de prisão
em flagrante (APF), já que, segundo o Delegado de plantão da () Delegacia Regional de Plantão – ()
DP de Conselheiro Lafaiete, o Dr. (), foram constatadas incongruências entre os depoimentos
colhidos, principalmente da suposta vítima.
Como se vê, não houve tecnicamente prisão em flagrante, já que esta não foi ratificada.
Apesar disto, as informações veiculadas pela imprensa se ativeram às declarações constantes do
malsinado boletim de ocorrência nº () e à prisão ocorrida na cidade de Juiz de Fora.
Nesse sentido relataram os réus da ação cominatória dos autos nº ():
TV (): “Um homem de 23 anos e a irmã, de 19 anos, foram presos suspeitos de
espancar a própria mãe em um hotel na cidade de Conselheiro Lafaiete (MG). Eles
negam o crime e dizem que passam por problemas de família.”
Apresentador: “Rapaz de 23 anos e a irmã dele de 19 foram presos, onde? Na
rodoviária de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. Os irmãos são suspeitos de
espancarem a própria mãe, gente, olha onde nós chegamos, espancaram a própria
mãe, em um hotel.”
Além disso, os réus da ação cominatória dos autos nº () para incrementarem a notícia, no intuito de
aumentarem sua audiência, fizeram questão de relatar que o representante () também foi alvo de
outro boletim de ocorrência, lavrado em 2009, que nada tem a ver com os fatos que servem de
fundamento à presente ação e que se deram em decorrência de problemas de saúde à época
vivenciados.
Assim relataram:
TV () - Repórter: “A mãe e os dois filhos visitavam o pai que trabalha em
Conselheiro Lafaiete. As agressões teriam sido motivadas por uma discussão. Está
não é a primeira vez que uma briga de família termina em confusão, em 2009,
Carlos foi detido, depois de ter quebrado vários objetos dentro de um apartamento
aqui em Juiz de Fora, onde vive com a família. A mãe dos universitários, que
cursam Direito, está internada em um hospital em Conselheiro Lafaiete.”
Quanto ao réu do processo cominatório dos autos nº 0808475-08.2012.8.13.0145, (), valendo-se das
informações privilegiadas obtidas em seu estágio realizado na () Delegacia de Polícia Civil de Juiz
de Fora, postou em sua página no facebook o link que remetia ao vídeo gravado pela (), dando
maior publicidade, especialmente no meio acadêmico do representante e de sua irmã, ao malsinado
fato. Frise-se que, quando da ocorrência dos fatos, o representante, a sua irmã e esse réu eram
estudantes de direito da UFJF.
Instado a retirá-lo, pelo representante, negou-se infelizmente a fazê-lo, não se compadecendo, em
momento algum, com os problemas vivenciados pelo representante e sua irmã.
Apesar de no mesmo dia 29 de agosto de 2012, ter sido esclarecido pelo menos de forma parcial o
acontecido, a imprensa irresponsavelmente noticiou os fatos utilizando-se de forma sensacionalista
das informações unilaterais prestadas pela mãe do representante e interpretada pelos policiais. E
pior, até o presente momento, as notícias permanecem na internet disponíveis a qualquer um,
gerando danos materiais e morais ao representante e a seus familiares, com prejuízo a sua vida
profissional, acadêmica, social, emocional e psicológico.
As notícias, como se vê, não retratam a verdade dos fatos, uma vez que não houve ratificação do
auto de prisão em flagrante, nem mesmo a instauração de inquérito policial, não figurando o
representante nem como acusado, nem como réu de ação penal.
Ressalte-se que a delegada de polícia civil do () Departamento de Polícia Civil, () Delegacia
Regional de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, a Drª. () encaminhou o boletim de ocorrência nº
() de 29/08/2012, bem como a cópia de todo o procedimento adotado nessa respectiva delegacia em
Conselheiro Lafaiete, ao delegado de polícia civil em Juiz de Fora, tendo em vista que conforme as
declarações da mãe do representante, o fato iniciou-se na circunscrição de Juiz de Fora.
O representante não sabe exatamente em qual delegacia foi encaminhado a cópia do boletim de
ocorrência nº () datado em 29/08/2012 nem a cópia do auto de prisão em flagrante não ratificado,
tendo em vista que o ofício da delegada no APF não ratificado não especifica em qual delegacia foi
encaminhado os referidos documentos.
Contudo, o representante acredita que o encaminhamento do boletim de ocorrência nº () e do
respectivo auto de prisão em flagrante não ratificado foi à () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de
Fora, cujo delegado responsável é o Dr. (), tendo em vista que foi ele que comandou a prisão do
representante e de sua irmã e o respectivo uso das algemas em () a pedido da Delegacia de
Conselheiro Lafaiete.
Bem, mesmo se não for a () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, está claro que remeteu esses
documentos a uma das delegacias de Juiz de Fora, que pode ser facilmente detectado por Vossa
Excelência, pois as delegacias de polícia civil de Minas Gerais envolvidas nesse caso, as de
Conselheiro Lafaiete e de Juiz de Fora, tem o compartilhamento de informações e dados com fácil
acesso aos boletins de ocorrência nº () e nº (), bem como do auto de prisão em flagrante (APF) não
ratificado.
No dia 10 de setembro de 2012, foi distribuído na () Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora o
processo de medida protetiva de urgência dos autos nº (), visando à concessão das medidas
protetivas estabelecidas pela autoridade policial, previstas na Lei 11.340/2006.
I.II.) Síntese do Fato que gerou o Processo Cominatório dos Autos nº ().
Os autores da ação cominatória dos autos nº () tiveram o intuito de ajuizarem essa ação por entender
que os atos praticados pelos réus ofendem a imagem dos mesmos, além da própria dignidade da
pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, no art. 1º, III, da Constituição
Federal.
Destaca-se que esse processo cominatório dos autos nº (), tem como causa de pedir a ilegalidade da
divulgação das notícias e imagens dos autores referentes à voz de prisão e uso das algemas na
rodoviária de Juiz de Fora, bem como a divulgação obtida pela imprensa das informações e imagens
referentes aos boletins de ocorrência nº () e nº ().
A causa de pedir próxima se refere ao direito dos autores da ação cominatória dos autos nº () de
terem seus nomes, imagens, honra, dignidade, respeitados ao não haver à execração pública por
meio de divulgação de fatos, sobretudo constantes dos referidos boletins de ocorrência na mídia
impressa, televisiva e na internet.
Dessa forma, documentos, peças e eventuais decisões que porventura sejam anexadas no processo
dos autos nº () que sejam relevantes para o convencimento desse Juízo serão anexadas aos presentes
autos, como provas supervenientes.
I.III.) Síntese do Fato que gerou a Ação Declaratória de Nulidade Parcial de
Ato/Procedimento Administrativo/Jurídico Cumulado com Ação Cominatória de
Cumprimento de Obrigação de Fazer (arts. 247 usque 249, CC) e de Não Fazer (arts. 250
usque 251, CC) em face do Estado de Minas Gerais.
O representante também ajuizou a ação declaratória de nulidade parcial de ato/procedimento
administrativo/jurídico cumulado com ação cominatória de cumprimento de obrigação de fazer e de
não fazer em face do Estado de Minas Gerais visando a anular parcialmente o boletim de ocorrência
nº (), e do respectivo APF não ratificado, bem como decretar sigilo dos boletins de ocorrência nº () e
nº (), do APF não ratificado, e por último saber a identificação das autoridades policiais que
realizaram a prisão do representante e de sua irmã bem como utilizaram as algemas nos mesmos.
A petição inicial dessa ação cujos autos são de nº () está anexada a essa petição de representação
criminal, bem como a decisão indeferindo a tutela antecipada, bem como o recurso de embargos de
declaração interposto frente a essa decisão.
Eventuais peças processuais e decisões judiciais relevantes ao caso de instruir essa representação
criminal e futuramente em uma ação penal, serão juntadas para melhor persecução criminal em face
dos investigados.
Está demonstrado que a violação do sigilo profissional por parte das autoridades policiais de Juiz de
Fora, geraram nitidamente dano ao representante, uma vez que há mais de um ano e 10 meses estão
as imagens e notícias sendo veiculadas diariamente pela internet, de maneira a caluniar o
representante e sua irmã.
No mais, tanto essa ação em face do Estado de Minas Gerais dos autos nº () tramitando na Vara da
Fazenda Pública Estadual da Comarca de Juiz de Fora, quanto a ação cominatória em face dos réus
dos autos nº (), tramitando na () Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora, retratam de fatos conexos
com essa representação criminal, uma vez que pelos fatos narrados e que serão também melhor
narrados a seguir, ensejaram múltiplas violações de ordem civil, administrativa e penal ao
representante bem como ao ordenamento jurídico como um todo.
I.IV.) Síntese dos Fatos especificamente quanto as condutas ilícitas e criminosas praticadas
pelos acusados dessa representação criminal:
Tecidas essas considerações iniciais, em que demonstram primeiramente a inocência do
representante e de sua irmã quanto aos fatos imputados no BO nº () e do BO nº (), resta tecer os
fatos específicos que embasam a presente representação criminal em face dos representados nessa
petição.
Entende o representante que embora a princípio não houvesse nenhum crime por parte dos
representados se agissem conforme a lei, os mesmos não agiram em conformidade a lei tendo em
vista os erros administrativos e delitos criminais que cada um cometeram justificando a propositura
dessa representação criminal.
Primeiramente, será relatado os fatos que ensejaram os crimes a serem narrados a seguir no tocante
ao interior dos respectivos departamentos de polícia civil de Juiz de Fora e de Conselheiro Lafaiete.
Depois haverá o detalhamento fático dos crimes por cada acusado nessa representação criminal,
detalhando as peculiaridades de cada ato criminoso cometido por cada um no dia 29/08/2012.
Esses fatos podem ser auferidos em parte pelo auto de prisão em flagrante não ratificado, em parte
pelos três vídeos contidos no DVD anexa a essa petição em que mostra a divulgação dos fatos pela
imprensa com o auxílio das autoridades policiais, em parte pelo depoimento escrito nessa petição de
representação criminal escrita pelo representante, declarando que os fatos descritos nessa petição
são verídicos, em parte pelo depoimento testemunhal a ser arguido pela irmã do representante, pelas
pessoas que estavam na () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, em parte pelo depoimento
pessoal dos próprios réus que esclarecerão os fatos na versão deles sobre o que aconteceu se for
instaurado uma ação penal em face deles.
Destaque-se que que os indícios são razoavelmente fortes para a propositura de uma ação penal em
face dos acusados dessas representação criminal, uma vez que está configurada a justa causa pela
presença da materialidade do crime e fortes indícios de autoria dos crimes cometidos pelos acusados
dessa representação criminal.
Caso entenda ser necessário uma maior investigação pede-se que seja instaurado inquérito policial
em face dos mesmos, pedindo que não seja esse inquérito policial conduzido nem ao ()
Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora nem à () Delegacia Regional de Conselheiro
Lafaiete, tendo em vista que as mesmas estão sendo objeto de investigação criminal e portanto estão
eivados de impedimento nos termos do art. 252, IV, CPP c/c art. 274, do CPP.
Insta destacar que a representação criminal em face desses acusados não configura o crime de
denunciação caluniosa previsto no art. 339, CP nem mesmo o crime de comunicação falsa de crime
ou contravenção previsto no art. 340, CP, uma vez que o representante tem firme convicção que as
condutas praticadas pelos acusados dessa representação criminal cometeram os crimes descritos
nessa petição inicial, baseados nos fatos e em todas as provas documentais juntadas em anexo a essa
petição, não tendo o dolo de imputar crime a quem é inocente, mas sim imputar crime a quem o
representante julga serem os acusados culpados.
Contudo, o representante sabe que cabe ao douto representante do Ministério Público a formação da
opinião delitiva (“opinio delicti”), sobre os fatos narrados nessa petição, cabendo a ele dizer se nos
fatos e provas juntadas a essa petição de representação criminal houve ou não a ocorrência de
crimes a cada um dos acusados por meio dessa representação criminal.
Posto isso, será exposto os fatos relativos na () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de
Fora.
Destaca-se que o representante e sua irmã não estavam fugindo de polícia nenhuma, pois não
sabiam que a polícia foi acionada e quando foi acionada, somente souberam desse acionamento no
momento que foram presos e algemados em Juiz de Fora pela () Delegacia de Polícia Civil de Juiz
de Fora, por quatro policiais a comando do delegado dessa delegacia Carlos Eduardo Santos
Rodrigues.
Na mesma ocasião em que foram algemados, os quatro policiais que fizeram parte dessa operação,
filmaram em um celular as imagens que o representante e sua irmã foram presos e algemados.
Entende o representante que a função da polícia é prender e não filmar o ato da prisão;
Em nenhuma lei específica autoriza à autoridade policial o poder de filmar o ato da prisão e do uso
de algemas no investigado, e entregar tal imagem à imprensa televisiva, impressa e de internet para
denegrir a imagem, a honra, o nome, a intimidade, a privacidade, do suspeito.
A lei expressamente autoriza o policial a prender no caso de flagrante delito ou no caso de ordem
judicial expressa, o que não foi nenhuma das hipóteses a esse caso concreto.
Esses policiais, sob o mando do delegado responsável pela operação, o delegado Carlos Eduardo
Santos Rodrigues da () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, divulgaram as imagens
reproduzidas pelos seus celulares pessoais e entregaram a imprensa midiática, notadamente a Rede
(), TV (), TV (), e () conhecida como Tribuna de Minas, para divulgarem as imagens do
representante e de sua irmã veiculadas com as notícias referentes aos Boletins de ocorrência nº () e
nº ().
Os quatro policiais e o delegado da ()ª Delegacia da Polícia Civil de Juiz de Fora, ainda não
respeitaram o direito do representante e de sua irmã de não serem filmados e terem suas imagens
protegidas em face da Rede Record Minas e TV Alterosa, bem como as suas imagens serem
reproduzidas pela Tribuna de Minas e TV Integração.
O representante (), sempre esteve algemado nas mãos pela parte de trás, mesmo sem ter apresentado
nenhum risco para os indivíduos que estavam na respectiva delegacia.
A irmã do representante (), esteve algum tempo algemada e depois soltaram as algemas dela,
contudo não imediatamente.
Ao chegar os dois policiais condutores de Conselheiro Lafaiete, o policial () e o delegado de polícia
() (conforme se extrai do depoimento do condutor () no auto de prisão em flagrante não ratificado),
voltaram a algemar () nas mãos pela parte da frente e a algemaram nos pés e quanto ao
representante () que já estava algemado por um período de cinco a seis horas no () Departamento de
Polícia Civil de Juiz de Fora, continuou algemado nas mãos pela parte de trás e foi algemado
também nos pés.
Que apenas na metade do percurso do trajeto da () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora para a
() Delegacia de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, o policial condutor de Conselheiro Lafaiete
retirou as algemas na parte das mãos e dos pés do representante () e de sua irmã ().
Outro fato é que ao serem abordados na rodoviária de Juiz de Fora, o representante e sua irmã não
ofereceram nem resistência, nem desobediência à voz de prisão pela equipe de investigadores da ()
Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, nem ofereceram nenhum perigo à integridade física
própria ou alheia por parte dos autores ou de terceiros.
Também não há nem no auto de prisão em flagrante não ratificado nem no boletim de ocorrência nº
() a identificação de todos os policiais responsáveis pela prisão e do uso de algemas no
representante e na sua irmã, nem está escrito em nenhum documento público a excepcionalidade
por escrito dessa prisão e do uso de algemas, nem da razão de divulgação das imagens do
representante e de sua irmã sem autorização, feita pela própria equipe de investigadores da ()
Delegacia da Polícia Civil de Juiz de Fora, comandada pelo delegado ().
Não há também nos referidos atos/procedimentos administrativos de investigação, o motivo por
escrito da () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora de deixarem emissoras de mídia televisiva e
de internet, notadamente da TV () e da Rede (), fazerem mais imagens ao representante e à sua irmã
dentro das dependências da () Depol de Juiz de Fora, não tendo o representante e sua irmã nesse dia,
nenhuma margem de escolha para dizerem se autorizavam ou não a divulgação das informações
contidas nos respectivos boletins de ocorrência e de suas respectivas imagens.
O representante nem reclamaria da voz de prisão dos policiais da () Delegacia de Juiz de Fora, se
parasse por aí. Contudo como já foram narrados nessa petição de representação criminal, os
policiais deram voz de prisão, algemaram o representante e sua irmã, filmaram o ato de prisão e do
uso das algemas, deram as imagens coletadas em seus celulares à mídia impressa, televisiva e de
internet, deixaram que a TV () e Rede () também gravassem mais imagens do representante e de sua
irmã, tudo sem nenhum pedido de autorização por parte do representante e de sua irmã, deram-lhes
o conteúdo do BO nº (), que não tinha nada a ver com o caso que gerou o BO nº (), e ainda mais que
esse BO nº () já tinha sofrido decadência, não tendo nada a ver desses policiais e desse delegado de
polícia civil () divulgar ao público o conteúdo dessas informações, se nesse caso o representante ()
não devia nada ao Estado, nesse caso.
Os quatro policiais da equipe de investigadores, o investigador de polícia civil () e o delegado
responsável pela operação () tinham apenas a função de interceptar os acusados, levá-los ao
respectivo departamento, até que os policiais condutores de Conselheiro Lafaiete conduzissem os
suspeitos a () Delegacia de Conselheiro Lafaiete para tomar as providências cabíveis.
Ainda mais, o Delegado da () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora (), conforme se extrai do
DVD em anexo, disse à imprensa sobre “informações preliminares” que o representante e sua irmã
teriam dito a ele. O representante () a todo o momento estava calado quando esteve no ()
Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora, e quanto a () se ela falou em algum momento o que
aconteceu, não era direito nem função desse delegado de ao colher informações dela, quando estava
em choque, de divulgar isso para à imprensa imediatamente.
Ora o que tem valor legal, e ainda é relativo, são os depoimentos colhidos no auto de prisão em
flagrante não ratificado que foi lavrado em Conselheiro Lafaiete às 20:30. E os conteúdos
constantes dos depoimentos do representante e sua irmã só cabiam às autoridades responsáveis pela
a lavratura do respectivo APF não ratificado, que conduziria as investigações e daria continuidade
na tramitação criminal ordinária.
O responsável pela lavratura do APF não ratificado foi o delegado Dr. (), e a escrivã (), que são da ()
Delegacia Regional de Conselheiro Lafaiete. Eles mesmos, em nenhum momento divulgaram as
informações do BO nº () e do BO (), nem dos depoimentos constantes no auto de prisão em
flagrante não ratificado.
Ainda mais, o expediente elaborado a partir dos fatos do BO nº (), que gerou o auto de prisão em
flagrante não ratificado, foi iniciado pela delegada Drª. () juntamente com a escrivã (), da ()
Delegacia Regional de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, que colheu o depoimento da suposta
vítima mãe do representante; que colheu o termo de requerimento da ofendida para a adoção de
medidas protetivas, nos termos do art. 12, §1º da Lei 11.340/06; que oficiou ao Juiz de Conselheiro
Lafaiete sobre o pedido da mãe do representante para a concessão de medidas protetivas de urgência
e análise acerca de eventual decretação da prisão preventiva; que em seu despacho determinou a
escrivã que adotasse as seguintes providências: “juntar declarações da vítima e de testemunhas;
colher eventual representação no tocante as ameaças, ofertando à vítima medidas protetivas, com
remessa à Justiça, se requeridas; encaminhar a vítima ao IML para exame de corpo de delito; extrair
cópia de todo o expediente com remessa à Depol de Juiz de Fora para apuração dos fatos lá
ocorridos; após encaminhar os autos à Delegacia de Mulheres da ()ª DRPC para demais
providências.”
Que ao final do auto de prisão em flagrante não ratificado a referida delegada da () Delegacia
Regional de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete remeteu por ofício ao delegado de polícia civil de
Juiz de Fora, o que a entender do representante é o delegado () (pois foi ele e sua equipe da ()
Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora que auxiliaram na condução do representante e de sua
irmã a pedido da respectiva delegacia de Conselheiro Lafaiete), o boletim de ocorrência nº () datado
de 29/08/2012, juntamente com cópia de todo o procedimento adotado nesta () Delegacia Regional
de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, pois o fato iniciou-se na área da circunscrição de Juiz de
Fora.
Esse ofício foi encaminhado pelo correio em 04/09/2012. Todas essas informações estão contidas
nos despachos da delegada Drª. () (que tomou as providências preliminares que gerariam o auto de
prisão em flagrante, autuou o BO nº (), e remeteu a cópia do APF não ratificado a delegacia de
polícia civil de Juiz de Fora – que no entender do representante é a () Delegacia de Polícia Civil de
Juiz de Fora, tendo em vista que foi essa delegacia que cooperou com a delegacia de Conselheiro
Lafaiete) e do delegado de plantão Dr. () (respectivamente lavrou o auto de prisão em flagrante às
20:30, e em seu despacho deixou de ratificar o respectivo APF).
Bem, no tocante a delegada Drª. (), que iniciou os procedimentos de autuação do BO nº (), e
consequentemente o deu início para a lavratura do auto de prisão em flagrante que posteriormente
não foi ratificado; não houve em nenhum momento por parte dela e nem da escrivã, ou dos policiais
investigadores de polícia de Conselheiro Lafaiete que se envolveram nesse caso, a ordem de uso de
algemas no representante e na sua irmã, nem que fossem filmados no tocante ao uso de algemas,
nem que noticiassem as informações contidas no BO () e BO nº () ao público em geral por meio da
mídia, muito menos quanto as informações colhidas no auto de prisão em flagrante não ratificado,
nem mesmo no termo de requerimento da ofendida em ter acolhida a adoção de medidas protetivas
que gerariam mais tarde o processo cautelar de medidas protetivas nº (), que no final foi arquivado
todo o feito, pois a mãe do representante e de sua irmã depôs que não houve por parte do
representante nem de sua irmã qualquer agressão.
Quanto ao delegado de polícia de plantão da () Delegacia Regional de Polícia Civil de Conselheiro
Lafaiete, o Dr. (), que deixou de ratificar o auto de prisão em flagrante, (tendo as providências
iniciais tomadas pela Drª. () delegada da mesma delegacia), conforme consta do seu despacho em
que consta no APF não ratificado anexo a essa petição inicial, da mesma forma que a delegada (),
em nenhum momento deu a ordem de uso de algemas no representante e na sua irmã, nem que
fossem filmados no tocante ao uso de algemas, nem que noticiassem as informações contidas no BO
nº () e BO nº () ao público em geral por meio da mídia, muito menos quanto às informações
colhidas no auto de prisão em flagrante não ratificado.
Se os delegados responsáveis pela condução dos procedimentos cabíveis de ordem criminal no dia
29 de agosto de 2012, não tomaram as ações que a equipe de investigadores composta por quatro
policiais que efetuaram a prisão e o uso de algemas no representante e em sua irmã, o investigador
de polícia () e o delegado responsável pela operação a pedido da delegacia de Conselheiro Lafaiete,
o Sr. () (que são do () Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora), não tinham o direito de:
1) Usarem as algemas no representante e na sua irmã;
2) Dizerem que foram presos em flagrante delito, como se extrai de todas as reportagens que estão
anexas a essa petição, pois não houve flagrante (até mesmo porque se houvesse, o APF seria
ratificado);
3) dizerem qual foi o tipo penal de que o representante e sua irmã foram enquadrados no BO nº (),
que consta o crime de tortura, uma vez que nada foi provado sobre a incidência desse crime;
4) que o representante e sua irmã estavam em fuga da polícia, quando na verdade os mesmos não
sabiam que a polícia os estava perseguindo;
5) dar à mídia o inteiro teor das informações dos BO nº () e nº (), uma vez que não era da atribuição
da delegacia de Juiz de Fora apurar e proceder às providências criminais cabíveis no dia
29/08/2012, e sim da () Delegacia Regional de Conselheiro Lafaiete;
6) Filmar o ato da prisão e o uso das algemas no representante e na sua irmã na rodoviária de Juiz
de Fora e dar o conteúdo do vídeo de imagens às emissoras de mídia televisiva, impressa e de
internet;
7) Permitir que outras emissoras de mídia televisiva, notadamente a Rede () e TV (), filmassem
dentro dessa delegacia as imagens do representante e de sua irmã, ignorando a vontade do
representante e de sua irmã em não serem filmados;
8) Deveriam informar à () Delegacia Regional de Conselheiro Lafaiete os nomes dos quatro
policiais que efetuaram a prisão e que filmaram o representante e sua irmã no ato da prisão, bem
como o delegado responsável pela operação que foi o Delegado (), informar por escrito quantas
viaturas foram utilizadas para efetuarem a prisão do representante e de sua irmã, informar quem
foram os policiais que usaram a viatura para conduzir o representante e sua irmã da rodoviária de
Juiz de Fora ao () Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora, e o respectivo horário da prisão e
do uso de algemas no representante e na sua irmã, bem como informar quanto tempo cada um ficou
efetivamente algemado e o porquê disso;
9) Por último, informar a excepcionalidade por escrito do uso de algemas e da filmagem do
representante e de sua irmã algemados, bem como explicar o porquê o representante e sua irmã
ficaram tanto tempo algemados, principalmente o representante () que ficou algemado na parte de
trás das mãos durante todo o período em que esteve no () Departamento de Polícia Civil de Juiz de
Fora.
A seguir no auto de prisão em flagrante delito não ratificado, foram ouvidos como testemunhas (), o
pai do representante e de sua irmã () e a suposta vítima (), mãe do representante.
A seguir houve a colheita do depoimento pessoal () e de (). Bem, o conteúdo integral dos
respectivos depoimentos está constante no auto de prisão em flagrante não ratificado, tendo em
vista que está juntado a essa petição a íntegra do auto de prisão em flagrante não ratificado
disponibilizado ao representante.
Frise-se conforme já dito no começo dessa petição que o representante e sua irmã são inocentes do
crime imputado no BO nº () e no APF não ratificado, conforme consta do arquivamento de todo o
feito na assentada do processo de medidas protetivas dos autos nº (), não interessando ao Estado
revirar o caso, uma vez que não há nenhum processo criminal sobre esse assunto.
Caso não fosse assim, ao invés de ter havido o arquivamento de todo o feito criminal em face do
representante e de sua irmã, haveria a propositura de ação penal em face dos mesmos, o que não
ocorreu, sepultando o assunto quanto ao possível cometimento de crime por parte do representante e
de sua irmã, demonstrando que os mesmos são inocentes da imputação penal prevista no BO nº () e
do BO nº ().
O que interessa notar é a irregularidade/nulidade do auto de prisão em fragrante referente ao
seguinte cabeçalho do interrogatório de () e do representante () que é: “(...) Cientificado pela
autoridade policial dos seus direitos e garantias constitucionais, quais sejam, (...) a
identificação dos policiais que efetuaram sua prisão. (...)”
Bem, com o depoimento do policial condutor no respectivo auto de prisão em flagrante não
ratificado chega-se a inferir a identificação dos policiais de Conselheiro Lafaiete que foram
responsáveis pela investigação, solicitação de interceptação do representante e de sua irmã à ()
Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, e responsáveis pela condução entre essa () Delegacia de
Polícia Civil de Juiz de Fora até a () Delegacia Regional de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete,
quais sejam o Sr. (), subinspetor de polícia civil e o delegado de polícia civil de Conselheiro
Lafaiete o Sr. ().
Contudo, o representante não entende o motivo desse delegado (), não ter prestado depoimento
nesse auto de prisão em flagrante delito não ratificado, enquanto que apenas o subinspetor () prestou
esse depoimento, tendo em vista que ele foi também responsável pela investigação conjunta com o
subinspetor () desde as 08:30 do dia 29/08/2012, pelo pedido de interceptação do representante e de
sua irmã à equipe de investigadores do delegado da () Delegacia Civil de Juiz de Fora, o Sr. (),
também pela prisão, uso das algemas no representante e em sua irmã, inclusive nos seus pés, desde
o momento da condução da delegacia de Juiz de Fora à delegacia de Conselheiro Lafaiete. Ressalte-
se que no meio do percurso essas duas autoridades policiais soltaram as algemas nos pés e nas
respectivas mãos do representante e de sua irmã, sendo que () no momento que esses policiais
chegaram a () Depol de Juiz de Fora voltou a ser algemada nas mãos na parte da frente, enquanto
que () que nunca teve as suas algemas relaxadas na parte de trás de suas mãos, teve seus pés
algemados também no momento da condução da viatura para seguir o trajeto da () Delegacia de
Polícia Civil de Juiz de Fora para a () Delegacia de Polícia Civil Regional de Conselheiro Lafaiete.
O representante entende ainda que os dois condutores da investigação policial que gerou o BO nº (),
o Srs. () e (), deveriam comunicar por escrito a excepcionalidade do uso de algemas no
representante e na sua irmã nas partes das mãos e dos pés no momento da condução da viatura da ()
Depol de Juiz de Fora para a () Depol Regional de Conselheiro Lafaiete e dizer o porquê de no meio
da viagem entre Juiz de Fora e Conselheiro Lafaiete decidiram retirar todas as algemas no
representante e na sua irmã.
O ato da interceptação do representante e de sua irmã solicitado pelo subinspetor () do delegado (),
da delegacia de polícia de Conselheiro Lafaiete (conforme depoimento do condutor no início do
APF), foi cumprido pela equipe de investigadores da () Delegacia da Polícia Civil de Juiz de Fora,
conforme consta da comunicação de serviço da equipe de investigadores de polícia da () Delegacia
de Polícia Civil de Juiz de Fora ao respectivo delegado responsável por esse departamento de
polícia o Sr. () que efetuaram a prisão e o uso das algemas no representante e na sua irmã.
Diz esse documento de comunicação de serviço (consta no auto de prisão em flagrante delito não
ratificado, anexo a essa petição de representação criminal):
() DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL/JUIZ DE FORA
COMUNICAÇÃO DE SERVIÇO
ASSUNTO.
MASP ()
Pela equipe da () DD
“O boletim de ocorrência nº () que relata o fato que gerou a lavratura do auto de prisão
em flagrante não ratificado em Conselheiro Lafaiete, consta no campo: DADOS DA
OCORRÊNCIA, no tópico: PROVÁVEL DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA
PRINCIPAL diz o crime de “TORTURA”. Consta ainda no campo: DADOS DA
OCORRÊNCIA, no tópico: CAUSA PRESUMIDA, diz “DROGA
ILÍCITA/ENTORPECENTE.”
“No Campo Viaturas: Mostra apenas uma viatura da polícia militar. No Campo
MILITARES/POLICIAIS INTEGRANTES, mostram apenas o nome de dois policiais
militares: o 3º (), da unidade do 1º Pel PM/61 CIA PM/31 BPM e o soldado de 1ª Classe
() da unidade 1º Pel PM/61 CIA PM/31 BPM.”
“Nesse caso, foi esse policial militar o responsável pelo registro do respectivo boletim
de ocorrência nº (), registrado às 11:03, conforme consta no tópico: DATA DO
REGISTRO: 29/08/2012, às 11:03.”
“As mudanças desse BO () devem ser os seguintes, considerando a totalidade dos fatos
ocorridos no caso concreto, que está sendo objeto de ação própria dos autos nº ():
1) mudar a descrição do crime de tortura para o crime de lesão corporal leve ou lesão
corporal, no campo: DADOS DA OCORRÊNCIA, no tópico: PROVÁVEL
DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA PRINCIPAL; que essa mesma mudança no tipo
penal mude no campo: QUALIFICAÇÃO DOS ENVOLVIDOS (incluindo os
envolvidos 1, 2, 3 e 4 – respectivamente a suposta vítima, o suposto autor, a suposta
autora e a testemunha), no tópico: “DESCRIÇÃO/NATUREZA”. Embora não adentre
na questão jurídica nesse momento, na qualificação do grau de lesão da vítima diz:
“LEVES”, o que se coaduna na figura típica de lesão corporal leve e não tortura. Outro
fato que corrobora o pedido do autor é que no despacho do delegado de plantão da
polícia civil de Conselheiro Lafaiete o Dr. () que deixou de ratificar o auto de prisão em
flagrante, em nenhum momento faz referência ao crime de tortura. Ademais o juiz de
direito da () Vara da Comarca de Conselheiro Lafaiete ao remeter os autos nº () para a
Comarca de Juiz de Fora, disse que ao compulsar os autos, vislumbrou que em tese
houve o cometimento do crime de lesão corporal, enquadrado na violência doméstica,
ocorrido na cidade de Juiz de Fora. Desse modo, o crime que o autor dessa ação e sua
irmã iriam ser acusados em uma eventual ação criminal seria de lesão corporal leve
(uma vez que os ferimentos foram de natureza leve conforme laudo pericial no APF não
ratificado) e não de tortura.”
“Que ao ser distribuída a ação criminal de medidas protetivas dos autos nº () na () Vara
Criminal da Comarca de Juiz de Fora, não houve em nenhum momento por parte do
representante do ministério público, bem como da juíza substituta da () Vara Criminal
da Comarca de Juiz de Fora, a tipificação do crime de tortura, requer-se que no BO ()
seja declarado nulo nessa tipificação de crime de tortura e passe a constar lesão corporal
leve.”
“5) No Campo Viaturas: Mostra apenas uma viatura da polícia militar. Requer-se que
coloquem no respectivo BO as viaturas dos policiais condutores de Conselheiro Lafaiete
que utilizaram para investigação, prisão e condução do autor e de sua irmã para a ()
Delegacia de Conselheiro Lafaiete. Requer-se também que informem quais as viaturas
da polícia civil do () Depol de Juiz de Fora foram usadas na interceptação do
representante e de sua irmã e respectivas prisões e uso de algemas e qual foi à viatura
que conduziu o autor e sua irmã da rodoviária de Juiz de Fora à () Depol de Juiz de
Fora.”
Esses foram os pedidos constantes do processo cominatório dos autos nº (). Esses fatos demonstram
algumas considerações que são:
Considerando que por volta de meio dia o representante e sua irmã desembarcaram na Rodoviária
de Juiz de Fora, tendo em vista que pegou o primeiro ônibus de Conselheiro Lafaiete para Juiz de
Fora, as informações constantes do boletim de ocorrência nº (), já estavam erradas tendo em vista as
irregularidades descritas acima.
Meritíssimo Juiz,
Respeitosamente,
DRA. ()
Assinatura.
Exmº Sr
Conselheiro Lafaiete/MG
...tfrmr...”
O representante acredita que no momento do registro do boletim de ocorrência nº (), o mesmo e sua
irmã já estavam presos pelos policiais da () Depol de Juiz de Fora, e durante o dia inteiro os
mesmos estavam presos.
Dessa forma as três autoridades policiais de Conselheiro Lafaiete o policial condutor (), o delegado
condutor () e a delegada (), que foram os responsáveis pela condução preliminar da ocorrência,
foram os responsáveis pela confecção do boletim de ocorrência nº () e da manutenção do referido
boletim de ocorrência nº (), da forma como está.
Se não foram os responsáveis pela confecção do respectivo boletim de ocorrência, pelos menos
foram os responsáveis pela manutenção do boletim de ocorrência nº (), mesmo sabendo que o
referido boletim de ocorrência estava eivado de nulidades conforme os constantes contatos entre as
polícias de Conselheiro Lafaiete e de Juiz de Fora.
Até o presente momento o boletim de ocorrência nº () está como está, com a nulidades já referidas
acima que estão sendo objeto de ação cominatória dos autos ().
O representante entende que o delegado responsável pela lavratura do respectivo auto de prisão em
flagrante que não foi ratificado, o delegado (), foi informado de todo o acontecido, principalmente
pelas três autoridades policiais de Conselheiro Lafaiete que estavam conduzindo o caso que são o
policial () e o delegado () responsáveis pela condução do representante e de sua irmã da () Depol de
Juiz de Fora à () Depol Regional de Conselheiro Lafaiete e a delegada (), responsável pela colheita
da declaração da mãe do representante e do ofício ao Juízo Criminal de Conselheiro Lafaiete acerca
do caso transcrito no BO nº ().
Dessa forma, tendo em vista a cooperação policial entre os próprios agentes policiais da ()
Delegacia de Conselheiro Lafaiete bem como com a interação das informações dos agentes policiais
de Juiz de Fora, quais sejam os quatro policiais que prenderam o representante e sua irmã, o
investigador de polícia () e o delegado (), entende o representante que o delegado responsável pela
lavratura do APF não ratificado sabia de todo o ocorrido e nada fez para modificar as nulidades já
identificadas no referido BO nº (), quais sejam: no que tange aos aspectos da existência da prisão,
do uso de algemas, dos policiais envolvidos na interceptação do representante e de sua irmã, do
horário da prisão, das viaturas utilizadas para a efetivação da prisão, nada foram mudados embora
tendo a ciência do ocorrido.
Por fim, no que tange a esse boletim de ocorrência nº (), foi encaminhado pela delegada () a uma
das delegacias de Juiz de Fora, o que o representante acredita ter sido a () Delegacia de Polícia de
Juiz de Fora, tendo em vista que essa delegacia que efetivou a prisão no representante e de sua irmã
no dia 29/08/2012.
Conforme consta do despacho da delegada (), concernente ao ofício de encaminhamento do BO nº
() (última página do APF não ratificado disponibilizado ao representante):
“Ofício nº: s/nº/2ºDRPC/13ºDPC/2012.
Atenciosamente,
Exmo. Sr.
Dr.
...tfrmr...”
O representante não sabe em qual das delegacias foi encaminhado o respectivo BO nº () e de todo o
expediente apartado, e qual o procedimento adotado posteriormente por essa delegacia.
Dessa forma, o representante solicita que investigue sobre qual delegacia de polícia civil de Juiz de
Fora foi encaminhado esse BO nº (), com o respectivo expediente apartado encaminhado pela
delegada ().
Se na investigação concluir que foi entregue esse BO nº () e todo o expediente apartado à ()
Delegacia de Polícia Civil, na pessoa do delegado (), entende o representante que tanto as
autoridades policiais de Conselheiro Lafaiete que são o policial () e o delegado (), a delegada () o
delegado (), todos da () Delegacia Regional de Conselheiro Lafaiete bem como o delegado (), da ()
Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, cometeram o crime de falsidade ideológica ou pelo
menos o crime de prevaricação por não trazerem informações verídicas no BO nº (), concernentes
na ausência de informação no que tange aos aspectos da existência da prisão, do uso de algemas,
dos policiais envolvidos na interceptação do representante e de sua irmã, do horário da prisão, das
viaturas utilizadas para a efetivação da prisão referentes ao dia 29/08/2012.
D) Nulidades referentes ao Auto de Prisão em Flagrante não Ratificado gerado a partir do BO ().
Essa é a síntese do Auto de Prisão em Flagrante não ratificado, em que o representante entende que
também possui nulidades e irregularidades e que estão sendo objeto de análise da ação dos autos nº
(). Esse é o resumo pleiteado na ação em epígrafe e elucidativo para que Vossa Excelência veja que
está eivado de erros. Será transcrito o trecho escrito na petição inicial dos autos (), anexa a essa
representação criminal:
“As nulidades a serem arguidas ao auto de prisão em flagrante não ratificado gerado a
partir do BO () são as seguintes:
Foram dois condutores que realizaram a prisão conforme o depoimento do condutor (),
que relata que foi ele juntamente com o delegado de polícia civil de Conselheiro
Lafaiete () que desde as 08:30 da manhã conduziram as investigações, pediram a ()
Depol de Juiz de Fora que interceptasse o autor e sua irmã, que conduziram o autor e
sua irmã da () Depol de Juiz de Fora à 2ª Depol Regional de Conselheiro Lafaiete,
estando os mesmos algemados na parte das mãos e dos pés, que somente na metade da
viagem desse trajeto retiraram todas as algemas, que não justificaram por escrito a
necessidade do uso de algemas no autor nem na sua irmã e por que retiraram as
respectivas algemas no meio do trajeto.”
“Que no auto de prisão em flagrante não consta o nome dos quatro policiais civis que
efetuaram a prisão e utilizaram as algemas, que não diz o horário em que os autor dessa
ação e sua irmã foram algemados, que não mostra o nome do Delegado () da () Depol de
Juiz de Fora como o responsável pela utilização demasiada das algemas no autor e na
sua irmã, sobretudo para o autor (), que o BO nº () não demonstra a verdade tendo em
vista que se desde 08:30 da manhã os policiais civis de Conselheiro Lafaiete estavam
investigando, por que o respectivo BO nº (), não refere a esses policiais civis como
responsáveis pela investigação, prisão e uso das algemas no autor dessa ação e na sua
irmã.”
“Se foi confeccionado esse BO () às 11:03, provavelmente o autor dessa ação e sua irmã
já estavam presos e algemados e não houve atualização dos dados constantes do referido
boletim de ocorrência sobre o direito de identificação de todos os policiais envolvidos
na prisão e uso de algemas no autor dessa ação e na sua irmã.”
Essas são as considerações acerca das nulidades referentes ao auto de prisão em flagrante não
ratificado, ao qual se coadunam com a tese exposta quanto da existência de nulidades referentes ao
respectivo boletim de ocorrência nº ().
A questão é que os responsáveis pela lavratura do respectivo auto de prisão em flagrante não agiram
conforme a lei ao não fazer as respectivas identificações dos policiais que prenderam e utilizaram as
algemas no representante e em sua irmã.
Conforme se depreende dos fatos, esse respectivo boletim de ocorrência nº (), precisa ser
modificado para que o reais fatos sejam contidos no referido documento.
O objeto de mudança desse respectivo boletim de ocorrência e do auto de prisão em flagrante não
ratificado, estão sob o trâmite do processo cominatório dos autos nº (), na Vara da Fazenda Pública
Estadual da Comarca de Juiz de Fora.
O que interesse nesse âmbito é o fato de que as autoridades policiais responsáveis pela confecção do
respectivo boletim de ocorrência nº (), bem como pela sua manutenção da forma como está foram as
autoridades policiais de Conselheiro Lafaiete, quais sejam o delegado (), responsável pela lavratura
do APF, o delegado () e o policial (), policiais condutores da prisão bem como responsáveis pela
investigação do caso desde o princípio e a delegada (), responsável pela colheita do depoimento
inicial da mãe do representante e de sua irmã bem como responsável a entrega do respectivo BO nº
() e de todo o expediente apartado a uma das delegacias de Juiz de Fora.
O que se indaga é que da mesma eficiência de prender, algemar, deve-se haver a mesma diligência
em expor os fatos conforme a verdade no tocante ao registro do boletim de ocorrência nº (), quais
sejam a identificação de todos os policiais que fizeram o uso da prisão no representante e em sua
irmã, o horário da prisão, as viaturas utilizadas para a prisão, a justificação do uso das algemas, a
quantidade de horas que o representante e sua irmã foram algemados e presos, uma vez que o
referido boletim de ocorrência contêm esses campos específicos, contudo expõe a ideia de que o
representante e sua irmã não foram presos, nem algemados.
Entende o representante, que todas essas autoridades policiais citadas tinham o dever de informar
conforme a verdade o referido boletim de ocorrência, bem como informar no respectivo auto de
prisão em flagrante não ratificado, uma vez que esses registros policiais são eternos, marcando para
sempre a vida do representante e de sua irmã.
Se são registros eternos, devem ser registrados conforme a verdade, e não ocultar fatos concernentes
a atuação policial sugerindo algo diverso com a verdade.
Dessa forma, entende-se que essas autoridade policiais citadas pelo menos cometeram o crime de
prevaricação, concernente a ausência dessas informações tanto no boletim de ocorrência quanto no
respectivo auto de prisão em flagrante não ratificado.
I.V) Síntese dos Fatos das condutas criminosas praticadas pelos acusados dessa representação
criminal no dia 29/08/2012.
Conforme já explicado antes, os fatos narrados anteriormente além de constituírem ilícitos
administrativos, constituem verdadeiramente em crimes.
Inicialmente será relatado as condutas delitivas dos quatro policiais da () Delegacia de Polícia Civil
de Juiz de Fora, do investigador de polícia dessa delegacia (), do Delegado dessa delegacia () e do
estagiário dessa delegacia (), tendo em vista que os crimes a serem descritos nesse momento tem a
ver com as práticas delitivas cometidas na () Depol de Juiz de Fora.
Após será relatado o crime cometido pelo câmera da empresa TV, pelo câmera da Televisão, nome
fantasia Rede, e pelo repórter da Televisão, nome fantasia Rede, chamado de, dentro da repartição
da () Depol de Juiz de Fora.
Após será relatado os crimes praticados pelos policiais condutores de Conselheiro Lafaiete (), do
delegado (), do delegado responsável pela lavratura do auto de prisão em flagrante não ratificado, (),
da escrivã responsável pela lavratura do APF, () e da Delegada corresponsável pelo andamento do
APF, ()
A) Quanto aos 4 policiais civis da () Delegacia de Polícia de Juiz de Fora, ao investigador de polícia (), ao
delegado ().
Os crimes cometidos pelos quatro policiais da () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, do
Delegado dessa delegacia () e do investigador de polícia () são cinco: Abuso de autoridade,
prevaricação, violação de sigilo profissional, falsidade ideológica e uso de documento falso por
falsidade ideológica.
A segunda forma de injúria foi quando permitiu que o câmera da TV () e o entrevistador (), ambos
da TV (), bem como o câmera da TV (), filmassem dentro das dependências da () Delegacia de
Polícia de Juiz de Fora no sentido específico de colherem imagens do representante e de sua irmã
mesmo sem as suas respectivas autorizações para serem gravados, imputando-lhe a imagem de
culpados do crime imputados pelos policiais de Juiz de Fora.
No que tange ao vídeo da TV (), o representante embora tenha falado com o entrevistador, não o fez
com a livre espontânea vontade tendo em vista que mesmo que não quisesse dar entrevista seria
filmado de qualquer jeito.
A liberdade estava tolhida pelo simples uso das algemas, podendo a imprensa fazer o que quisesse
com o representante e sua irmã.
Inclusive entende o representante que o ato cometido pelo câmera (não identificado) e pelo
entrevistador da TV (), bem como do câmera da TV (), foi crime de constrangimento ilegal, tendo
em vista que preenche o tipo penal previsto no art. 146, CP: “Constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer meio, a capacidade
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que a lei não manda.”
Ninguém é obrigado a ceder entrevista nem imagem, o que não ocorreu nesse caso, não respeitando
esse câmera e o repórter da TV () e o câmera da TV () o direito do representante, constrangendo o
representante a dar uma entrevista, ou que seria filmado de qualquer jeito mesmo contra a vontade
do representante.
Entende o representante que a imagem é pessoal, e sem a sua autorização não pode ser filmada sob
pena de cometer um ato ilegal. Contudo, esses três profissionais da imprensa, fizeram como bem
entenderam sob o respaldo dos policiais envolvidos nesse caso na () Delegacia de Polícia Civil de
Juiz de Fora, sendo que o representante estava abalado psicologicamente, ao estar preso já por
algumas horas no momento da captura da imagem pelos profissionais das duas emissoras de TV:
TV () e TV ().
Pois bem, os quatro policiais além de injuriarem, cometeram o crime de abuso de autoridade, por
não terem relaxado o uso das algemas no representante, apesar de não ter oferecido nenhuma
resistência aos policiais. Também cometeram abuso de autoridade, na modalidade de
constrangimento ilegal, quando permitiram que a TV () pelos seus funcionários quais sejam pelo
seu câmera e pelo seu apresentador () e a TV (), pelo seu câmera, filmassem as imagens do
representante e de sua irmã mesmo sem as suas respectivas autorizações.
Aliás, essa modalidade de constrangimento ilegal, deve ser imputado também ao investigador de
polícia Rogério Marinho Júnior, que estava na () Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora no
momento da gravação das imagens das reportagens da TV () e da TV () bem como do delegado ()
que estava também autorizando essa prática delitiva, uma vez que ele deu entrevista para as três
emissoras TV (), TV () e ().
Essa modalidade de constrangimento ilegal está ligada ao fato de “constranger alguém, depois de
lhe haver reduzido a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela
não manda.”
Estando ilegalmente algemado, o representante não tinha nenhuma capacidade de resistência para
negar ou não que sua imagem fosse filmada nem divulgada, o que demonstra o nítido
constrangimento ilegal.
Contudo apesar de ter havido nitidamente o constrangimento ilegal, pelo princípio da consunção ou
da absorção, o constrangimento ilegal cometido por autoridade pública e nesse caso, pelas
autoridades policiais, serão considerados como crimes de abuso de autoridade.
Dessa forma, houve o crime de abuso de autoridade por parte dos quatro policiais civis pela prática
dos seguintes tipos penais: art. 3º, a, da Lei 4898/65: “Constitui abuso de autoridade qualquer
atentado: a) à liberdade de locomoção”; art. 4º, a, da Lei 4898/65: “Constitui também abuso de
autoridade: a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder. Art. 4º, b, da Lei 4898/65: “b) submeter pessoa sob
sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei”; Art. 4º, h, da
Lei 4898/65: “h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal.”
Isso se dá pelo fato de usar as algemas no representante e na sua irmã mesmo não apresentando
resistência, desobediência, fuga, ou que oferecesse o representasse perigo à alguém, e filmar o ato
da prisão e das algemas pelo celular particular dos policiais, e dar o conteúdo do vídeo a imprensa
televisa notadamente à Tribuna de Minas, à Rede Record Minas e à TV Alterosa, para que
espalhasse a imagem da prisão mesmo não tendo competência legal para fazer isso.
Se dá também pelo fato de manter o representante algemado por cinco ou seis horas durante a
espera dos policiais condutores de Conselheiro Lafaiete, chegarem na respectiva () Depol de Juiz de
Fora, para levarem o representante e sua irmã para a () Depol Regional de Conselheiro Lafaiete.
Esses tipos penais se configuram também no fato de injuriarem o representante e sua irmã durante a
prisão, bem como durante a guarda dos mesmos na () Depol de Juiz de Fora.
Também é caracterizado pelo fato de permitirem a TV (), pelo seu repórter () e seu câmera (em que
não sabe o representante a sua qualificação, pois o mesmo não se identificou) bem como o câmera
da TV () (em que também não sabe o representante a sua qualificação, pois o mesmo não se
identificou), a colherem imagem do representante e de sua irmã, mesmo sem autorização,
ofendendo lhe a honra, a imagem, e sua dignidade.
Isso se dá ao fato também que revelaram à (), TV () e TV (), o fato descrito no BO nº (), sobre a
suposta ocorrência do crime de dano, que está eivado pela decadência, imputado ao representante, o
que não restou provado, nem foi objeto de persecução criminal.
Ao divulgar esses fatos, que deveriam estar sob sigilo, uma vez que é garantido o sigilo das
informações sobre fatos que não foram objeto de persecução criminal, os mesmos cometeram além
de abuso de autoridade por ofensa a honra do representante, cometeram o crime de violação ao
sigilo profissional.
O fato que a exposição sobre a suposta ocorrência do crime de dano à imprensa, conforme consta do
BO nº (), fez com que sugerisse a ideia de que o representante tem uma continuidade delitiva, o que
não é verdade.
Não existe e nunca existiu um processo criminal em face do representante sobre a suposta
ocorrência do crime de dano, tendo havido apenas um boletim de ocorrência nº () que expôs de
forma unilateral os fatos ocorridos em 2009.
Um boletim de ocorrência só tem serventia para registrar um fato para lastrear ao titular da ação
penal os meios probatórios para que ingresse com uma ação penal, que no caso do dano, seria o
oferecimento da queixa crime pelo ofendido.
Passou-se o período decorrente do lapso temporal da decadência quanto a esse fato descrito no BO
nº (), não restando mais serventia para o Estado o respectivo boletim de ocorrência uma vez que a
finalidade de registrar um fato para a persecução criminal decaiu.
Desse modo, só resta uma conclusão o boletim de ocorrência serve como histórico de supostos fatos
delitivos em face do suspeito.
Existem três artigos legais que garantem ao cidadão, no caso o presente representante o direito ao
sigilo das informações constantes do BO nº (): o art. 93, CP, o art. 748, CPP e o art. 202, da Lei
7.210/84.
Dizem os respectivos artigos:
Art. 93, CP: “A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando
ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação.”
Art. 748, CPP: “A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de
antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando requisitadas
por juiz criminal.”
Art. 202, Lei 7.210/84: “Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou
certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou
referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros
casos expressos em lei.”
A aplicação desses artigos impõem às autoridade públicas o dever de manter o sigilo profissional no
tocante ao sigilo das informações acerca dos fatos que ensejaram a condenação de réus que já
cumpriram a sua pena.
Se esses artigos legais garantem o sigilo das informações no tocante a fatos que ensejaram em
crimes, quanto mais a fatos supostos que não revelou de fato a conduta típica de um crime.
Desta forma esses artigos legais garantem sim por interpretação analógica e extensiva o direito do
representante que nem sequer foi processado sobre o fato descrito no BO nº (), acerca do suposto
crime de dano, de ter esses dados resguardados pelo sigilo com base na lei.
O que não ocorreu no presente caso concreto, conforme os três vídeos constantes do DVD em
anexo a essa petição, bem como das matérias jornalísticas impressas, e na modalidade de internet.
Os quatro policiais, o investigador () e o delegado () estavam juntos, e foram os responsáveis para a
entrega do boletim de ocorrência nº (), acerca do suposto crime de dano, à imprensa, sendo de fato o
crime de violação de sigilo profissional, pois violou literal disposição de lei.
Entregar o boletim de ocorrência nº () para a () Depol de Conselheiro Lafaiete é uma coisa, trata-se
de uma medida preventiva, de cautela, de investigação. Mas entregar esse mesmo BO () para a
imprensa é humilhar o representante e sua irmã, fora de sua competência legal para isso, uma vez
que a atribuição no dia 29/08/2012 para a investigação criminal era da () Depol de Conselheiro
Lafaiete.
Outro fato que consubstancia no crime de violação de sigilo profissional é o fato de que a () Depol
de Juiz de Fora tinha apenas a responsabilidade ou atribuição legal de interceptar o representante e
sua irmã para fins de cumprimento do BO (), realizado pela () Depol de Conselheiro Lafaiete, e
aguardar que o subinspetor de polícia de Conselheiro Lafaiete para tomar as providências cabíveis,
quais sejam de ouvir todos os envolvidos, fazer exame de corpo de delito, remeter todas as
informações ao delegado de polícia de plantão para deixar ou não de autuar o auto de prisão em
flagrante, tudo conforme a lei.
Só que não foi isso que ocorreu, como se fosse naquele momento que os acusados da () Depol de
Juiz de Fora tivessem atribuição legal para o caso com relação ao representante e a sua irmã, nos
prendeu, nos algemou por horas a fio, não identificou os policiais que realizaram a prisão, nos
expôs ao ridículo por obrigar que as imagens e fotografias do representante e de sua irmã fossem
submetidas a imprensa televisiva, de internet, e impressa, entregou um boletim de ocorrência de
2009 de um suposto crime de dano, que já tinha incidido pela decadência, apesar de não ter ouvido
as nossas explicações na forma da lei, pois quem ouviu foi a () Depol Regional de Conselheiro
Lafaiete, expôs a imprensa, o que representante e sua irmã pensávamos do ocorrido.
Importante destacar que o delegado da () Depol de Juiz de Fora () sempre falava em informações
preliminares para à imprensa sobre o que o representante e sua irmã dizia sobre o caso enquanto
estavam presos.
Isso é além de total falta de ética, crime de violação de sigilo profissional uma vez que o mesmo
não tem competência legal ou atribuição para colher informações preliminares de supostos autores
de um crime e jogá-los como se fosse uma fofoca para a imprensa que espalhará para o mundo.
Quanto aos 4 policiais o fato de gravarem o ato da prisão e darem o conteúdo da imagem da prisão à
imprensa, entende também que seja crime de violação de sigilo profissional e abuso de autoridade
uma vez que usaram de sua função pública de policial, pegaram um celular particular e deram o
conteúdo da imagem para a imprensa, denominando-se um caráter ilícito.
O caso do investigador de polícia () se dá pelo fato que também participou de todos essas quebras
de condutas em concurso de pessoas com o delegado () e os quatro policiais da () Depol de Juiz de
Fora.
Além do mais, receber um boletim de ocorrência de uma outra delegacia não autoriza que a
delegacia responsável pela prisão-captura, faça o estardalhaço na vida do acusado, pois não tem
competência legal para fazer mais nada a não ser de manter detido o acusado.
Não foi isso que aconteceu, ao receberem a notícia do BO () () Depol Regional de Conselheiro
Lafaiete, os mesmos quebraram de fato o sigilo profissional para a resolução do caso, bem como
para o resguardo das investigações e dos acusados, devendo ser punidos pela lei ao divulgarem esse
BO () para a imprensa sem ter atribuição legal ou competência legal para a investigação e a
apuração dos fatos.
B) Quanto a ().
C) Quanto ao Câmera e ao entrevistador (), ambos da TV (), e ao Câmera da TV () cuja empresa responsável é a
TV.
E) Quanto ao Delegado Responsável pela lavratura do auto de prisão em flagrante não ratificado, (), da escrivã
responsável pela lavratura do APF, ().