Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
ram fatos que possam manter ainda válidas essas opiniões, em vez de
examinarem, de preferência, se em face da totalidade de fatos perti-
nentes, a velha opinião não se terá convertido, antes, num preconceito.
Tal raciocínio político a priori muitas vezes me parece ter algo a
ver com a questão das colônias
Em princípio, é matéria absolutamente indiferente para o socialismo
de hoje, ou para o movimento operário, saber se novas colônias
provariam constituir um êxito ou não. A suposição de que a expansão
colonial restringiria a realização do socialismo baseia-se na idéia
completamente desgastada de que tal realização depende da crescente
contração do círculo dos abastados e da crescente miséria dos pobres.
Que a primeira é uma fábula já ficou esclarecido nos primeiros
capítulos, e a teoria da miséria tem sido igualmente abandonada, nos
últimos tempos, em toda parte, se não com todas as suas conclusões
lógicas, pelo menos através da sua completa refutação, na medida do
possível. 32
Mas mesmo no caso da teoria estar certa, as colônias sobre as quais
há agora certo interesse na Alemanha estão longe de se encontrar em
posição de reagir tão rapidamente às condições sociais internas, que
apenas poderiam manter-se fora de uma possível catástrofe por um
ano. A tal respeito, a democracia social alemã nada tem a recear da
política colonial do império alemão. E porque é assim, porque o
desenvolvimento das colônias que a Alemanha adquiriu (o caso é
igualmente válido, se ainda vier a adquirir mais) lhe tomará tanto
tempo, é que não existe sequer a questão, por muitos e longos anos,
de qualquer reação digna de nota nas condições sociais da Alemanha.
E por essa razão, a democracia social alemã pode encarar sem precon-
ceito a questão dessas colônias. Nem pode ·haver a hipótese de uma
séria reação das possessões coloniais sobre as condições políticas da
Alemanha. O chauvinismo naval, por exemplo, mantém-se em íntima
correlação com o chauvinismo colonial c dele recebe certo alimento.
Mas o primeiro também existiria sem o segundo, precisamente como
a Alemanha já tinha a sua marinha antes de pensar em conquistar
colônias. Deve aceitar-se, contudo, que essa conexão é o terreno mais
racional para justificar uma tenaz resistência à política colonial.
Por outro lado, existe alguma justificação, durante a aquisição de
colônias, para examinar cuidadosamente o seu valor e perspectivas, e
para controlar a instalação e o tratamento dos nativos, bem como outros
assuntos de administração; mas isso não chega a ser uma razão para
As tare)ús t' po.uihilidmle.1· da democracia social 133