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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

CONTEUDO DA UNIDADE I

1. CONCEITOS BÁSICOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

1.1 Dados, informação, conhecimentos e sabedoria

1. 2. Sistema

1. 2.1 Conceito de Sistema

1.2.2 Classificações de Sistemas

1.2.2.1 Sistemas Orgânicos versus Inorgânicos

1.2.2.2 - Sistemas Naturais versus Artificiais

1.2.2.3 - Sistemas Abertos versus Sistemas Fechados

1.2.2.4 Sistema Empresarial

1.3. Sistemas de Informação

1.4 Funções de um Sistema de Informação

1.5 Evolução dos Sistemas de Informação

OBJECTIVOS DA UNIDADE I

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Definir os conceitos básicos de sistema de informação.

Classificar os sistemas de informação segundo os vários critérios de classificação;

Identificar as principais funções de um sistema de informação

Descrever os principais estágios da evolução dos sistemas de informação.

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DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

1. CONCEITOS BÁSICOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

1.1 Dados, informação, conhecimentos e sabedoria

Não é uma tarefa fácil distinguir, na prática, o que vem a ser dado, informação e conhecimento.

Essa distinção fica mais complicada quando se tenta identificar os limites de cada um dos

conceitos e percebe-se que os três são intimamente interligados. Nesse sentido, importa

distinguir diferentes níveis associados à informação, em função da sua audiência, contexto e

das características intrínsecas que esta possui. Desta forma, dados, informação, conhecimento

e sabedoria, denominam-se por níveis de conhecimento e permitem distinguir o recurso à

informação de acordo com o impacto que este possui para cada indivíduo no Sistema de

Informação da organização:

Dados

No primeiro nível, que é a forma mais básica, são os dados que constituem os elementos

atómicos que referenciam, qualificam e descrevem todos os itens necessários à operação do

sistema de informação. A operação do sistema de informação é mantida, em termos de fluxo

de informação e de suporte à actividade realizada na organização.

Dados incluem os itens que representam fatos, textos, gráficos, imagens estáticas, sons,

segmentos de vídeo analógicos ou digitais etc. Os dados são colectados, por meio de

processos organizacionais, nos ambientes interno e externo. Em suma, dados são sinais que

não foram processados, correlacionados, integrados, avaliados ou interpretados de qualquer

forma. Os dados representam a matéria-prima a ser utilizada na produção de informações.

Uma definição bem simples de dado é "uma abstracção formal que pode ser representada e

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transformada por um computador" (SETZER, 1999), ou seja a sequência de símbolos

quantificados ou qualificados.

Já Davenport define dados como "observações sobre o estado do mundo, e sua observação

pode ser feita por pessoas ou por tecnologia apropriada" (DAVENPORT, 2000). Assim é

possível perceber que os dados podem ser descritos através de representações formais,

estruturais, podendo obviamente ser armazenados em um computador e processados por ele.

Os dados estão normalmente associados a descritores que qualificam e quantificam a

actividade humana.

Informação

Neste nível, os dados passam por algum tipo de processamento para serem exibidos em uma

forma inteligível às pessoas que irão utilizá-los. O processo de transformação envolve a

aplicação de procedimentos, que incluem formatação, tradução, fusão, impressão e assim por

diante. A maior parte deste processo pode ser executada automaticamente.

Uma vez que dados tenham sido transformados em informações, pelo menos em uma

interpretação inicial, é possível refinar as informações mediante um processo de elaboração.

As informações resultantes deste processo incluem características adicionais do problema,

geram hipóteses, consequências das hipóteses, sugerem soluções para problemas,

explanação e justificativas de sugestões, crítica de argumentos etc. Portanto, "a transformação

de dados em informações deve ser vista, simplificadamente, como um tipo de pré-

processamento de um processo de elaboração" (SETZER, 1999).

Dessa forma, é possível afirmar que, "informação é uma abstracção informal, que está na

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mente de alguém, representando algo significativo para uma pessoa" (MACHADO, 2002).

Assim, não é possível processar informação directamente em um computador. Para isso é

necessário reduzi-la a dados.

Informação significa um processo de comunicação ou algo relacionado com comunicação, na

realidade existem muitas e variadas definições de informação, cada uma mais complexa que

outra. Podemos também dizer que Informação é um processo que visa o conhecimento, ou,

mais simplesmente, Informação é tudo o que reduz a incerteza... Um instrumento de

compreensão do mundo e da acção sobre ele.

As informações não são apenas factos e números, tabelas e instruções. É possível distinguir

entre informação que pode ser medida, verificável (denominada por hard information), daquela

que é relativa, afectada por um ponto de vista ou perspectiva (denominada por soft

information). Claramente, no primeiro caso – hard – é objectiva e constituem seus exemplos, o

preço de determinado produto e uma listagem de tempos gastos em determinada actividade.

No segundo – soft –, impera a subjectividade e são exemplos o valor atribuído à informação e a

sua relevância num determinado contexto.

A definição do que é a informação é um desafio em si. Diferentes autores tomam definições

alternativas e, muitas vezes, em função da perspectiva de como estudam os Sistemas de

Informação. Considerem-se as seguintes definições:

 Informação: análise de dados;

 Informação: informe do que é comunicado e entendido;

 Informação: o que reduz a incerteza na tomada de decisão.

Informação é uma colecção de dados que, quando apresentada de determinada forma e em

determinado momento, melhora o conhecimento do indivíduo que a recebe, de modo a que

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este indivíduo se torne mais capaz de realizar a acção ou decisão a que se propõe. (Galliers,

1987)

Um aspecto adicional na definição do que é informação é o facto do que é informação para um

indivíduo, pode ser dados para outro. Tomando o exemplo de uma loja de artigos fotográficos.

Para o indivíduo que se encontra no balcão de atendimento, os detalhes de cada cliente, que

possui um cartão de cliente, constituem informação útil – de tal forma, que ele fará sempre a

pergunta se o cliente possui cartão, mesmo antes de satisfazer os seus pedidos. Mas para o

gestor de loja, os detalhes do cliente são dados. Para o gestor, a informação pode incluir o

gasto médio que os clientes fazem por mês, qual a quantidade de vendas de determinado

produto, etc.

Tomando o exemplo de um chefe de vendas, é possível definir como informação para este

profissional, uma lista das deslocações e dos contactos com clientes efectuados no último mês

pela sua equipa de vendedores. Outro quadro da organização, por exemplo um gestor de topo,

poderá querer saber quantas visitas em média faz cada vendedor, por mês. Para este gestor, a

lista do chefe de vendas constitui apenas dados.

Desta forma, os dados são factos básicos, concretos que podem ser especificados por via de

observação, medição ou simplesmente como resultado de actividade realizada.

Características da informação

As características que a informação possui determinam a sua qualidade e permitem

estabelecer uma seriação no seu tratamento, recorrendo a um conjunto de critérios que

reflectem a sua importância, valor e qualidade. A qualidade da informação pode ser avaliada

com base em quatro características principais:

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• Precisa: o grau de rigor da informação que revela uma caracterização da realidade o mais

fiável possível; informação correcta, verdadeira.

• Oportuna: a velocidade de reacção de uma organização depende também da presença em

tempo útil do fluxo de informação apropriado. Informação que existe no momento e local

correctos.

• Completa: a presença da informação dispersa pela organização não tem grande valor se não

se encontrar disponível; a informação é tanto mais valiosa quanto mais se está na posse de

todos os elementos que a devem compor. Colocam-se aqui questões de acessibilidade.

• Concisa: informação em quantidade excessiva tem efeitos semelhantes à falta de informação.

Informação demasiada extensa ou pormenorizada, que por isso não é utilizada, contraria dois

princípios básicos de comunicação: mensagens fáceis de descodificar e fáceis de difundir.

As características desejáveis da informação podem ser em maior número. Desta forma, a

informação também deve ser consistente, exaustiva, fiável, auditável, relevante, inteligível e

actual. Adicionalmente, deve ser tido em atenção que o real valor da informação depende da

sua utilização, da sua precisão e do seu nível de detalhe, logo, nem toda a informação possui o

mesmo valor e por isso devem ser especificadas prioridades para o seu tratamento,

comunicação e armazenamento. De igual forma a sua origem é importante, sendo de

considerar a existência de múltiplas fontes de informação que importa ter em conta e que

variam de organização para organização, bem como os seus utilizadores.

Conhecimento

O conhecimento é o terceiro nível, que permite a hierarquização da informação e possibilita a

avaliação da informação disponível para a tomada de decisão.

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O conhecimento é também referido como:

• Algo que pode ser negociado ou desenvolvido;

• Que pode ser aprendido e, por vezes, explicitado ou descrito (conhecimento explícito);

• Que consiste em algo que simplesmente se sabe, sem existir um modo formal da sua

aprendizagem (conhecimento tácito);

• Existe associado a esforços de instrução para suporte à actividade nas organizações;

• Como o meio de veicular dados e informação de modo organizado e estruturado para

uso futuro e suporte à selecção de dados, informação e conhecimento e da avaliação

destes recursos.

Conhecimento pode ser definido como sendo "informações que foram analisadas e avaliadas

sobre a sua confiabilidade, sua relevância e sua importância" (DAVENPORT, 2000). Neste

caso, o conhecimento é obtido pela interpretação e integração de vários dados e informações.

O processo de transformação é realizado por meio de avaliação de dados e informações. Os

insumos provenientes das diversas fontes são analisados e combinados na síntese de um

produto final, o conhecimento. É por meio do conhecimento que aqueles que assessoram as

decisões buscam uma compreensão mais efectiva da situação problema. "O Conhecimento é

uma abstracção interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém.

Nesse sentido, o conhecimento não pode ser descrito; o que se descreve é a informação"

(SETZER,1999).

O conhecimento não é estático, modificando-se mediante a interacção com o ambiente, sendo

este processo denominado aprendizado. Uma visão mais ampla é que o aprendizado é a

integração de novas informações em estruturas de conhecimento, de modo a torná-las

potencialmente utilizáveis em processos futuros de processamento e de elaboração. A

informação pode ser inserida em um computador por meio de uma representação em forma de

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dados. Como o conhecimento não é sujeito a representações, não pode ser inserido em um

computador.

Sabedoria

É ainda possível identificar um quarto nível: sabedoria. Neste nível, é proposto um maior grau

de abstracção do que o existente para o conhecimento e está associado à capacidade de

inovação e de previsão de comportamentos associados a sistemas de grande complexidade.

Nestes casos é incluída a capacidade de aplicar a situações novas o conhecimento existente,

bem como a previsão de comportamentos por comparação com dados, informação e

conhecimento disponível, sem prévia aprendizagem ou experiência dessa utilização.

Os quatro diferentes níveis especificados produzem dados, informação, conhecimento e

sabedoria, pela combinação dos níveis que lhes são inferiores. No caso do conhecimento, ele é

composto por dados e informação, combinando e explorando esses recursos, além da própria

construção do conhecimento. Um sistema de informação deve dar resposta a estas

actividades.

O fluxo de informação é o resultado dos dados, da informação e do conhecimento que são

produzidos e consumidos num ambiente específico, quer este seja o do próprio indivíduo ou de

uma organização. Por exemplo, numa empresa, as interacções com o exterior (clientes,

fornecedores, etc.) geram dados, informação e conhecimento, que é adicionado ao produzido

no seu interior – o resultado é um fluxo que é necessário organizar de modo a ser utilizado para

o benefício da empresa e não como uma fonte de entropia.

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1. 2. Sistema

1. 2.1 Conceito de Sistema

O conceito de sistema é um dos mais simples de se descrever, um dos mais abrangentes de se

aplicar, bem como um dos mais difíceis de se compreender plenamente.

Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interrelacionados que interagem

no desempenho de uma função. É uma definição tão abrangente que pode ser usada em uma

grande variedade de contextos, como por exemplo:

Sistema económico, sistema computacional, sistema solar, a Biosfera, “O Sistema” contra o

qual alguns se revoltam, sistema de injecção electrónica, Sistema Moçambicano de

Telecomunicação, Sistema de Pagamentos, sistema digestivo, sistema endócrino, sistema

nervoso, uma colónia de formigas, uma colmeia, um aquário, etc.

O que unifica todos estes exemplos é o fato de que cada um deles possui um conjunto de

elementos interrelacionados (chamados de componentes, subsistemas ou subunidades), e que

podemos identificar alguma função desempenhada pelo sistema como um todo, como:

 Sistema Económico - manter os recursos da economia em circulação

 Sistema Computacional - atender a uma determinada necessidade de processamento

de informações de usuários

 Sistema Solar - “manter os planetas girando em torno do sol

 Sistema de injecção electrónica - regular a mistura óptima de combustível e ar para o

funcionamento do motor

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 Sistema digestivo - incorporar, ao corpo de um animal, a energia e matérias contidas

em alimentos

 Biosfera - manter a vida sobre a terra

Dado o conceito muito abrangente de sistema, é preciso adoptar categorias de sistemas mais

específicas, para que os sistemas sejam passíveis de análise e síntese, discutidas a seguir.

1.2.2 Classificações de Sistemas

Para melhor o entendimento dos sistemas podemos classificá-los sob diversas categorias:

1.2.2.1 Sistemas Orgânicos versus Inorgânicos

Uma das formas mais usadas para estudo de sistemas é classificar sistemas em orgânicos

(dinâmicos) e inorgânicos (ou mecânicos). O sistema solar, um sistema de refrigeração ou uma

injecção electrónica são exemplos de sistemas inorgânicos ou mecânicos. Podemos facilmente

criar um modelo mecânico ou físico de seu comportamento, que apresenta um alto grau de

previsibilidade sobre o comportamento futuro dos mesmos. Sabemos, por exemplo, qual a vida

útil média de um sistema de injecção electrónica, quanto tempo um planeta leva para girar em

torno do sol, e quantos Kwh são consumidos para que um refrigerador funcione a uma

determinada temperatura. Por outro lado, o sistema digestivo e um formigueiro são exemplos

de sistemas orgânicos ou dinâmicos, formados por uma ou várias unidades de comportamento

não mecanicamente previsível, e que fazem com que o funcionamento global do sistema pode

apenas ser estimado, mas apresente de facto uma ampla variação de propriedades com o

tempo. O Sistema de Televisão e o sistema económico também pode ser considerados

sistemas orgânicos ou dinâmicos, pois por serem construídos e regidos por elementos como

pessoas, grupos sociais, leis e regras, tais sistemas estão sujeitos a mudanças constantes de
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suas propriedades. Todas as construções efectuadas por seres vivos, inclusive as de carácter

social, como um aquário ou uma colónia de formigas, podem ser categorizadas como sistemas

orgânicos.

1.2.2.2 - Sistemas Naturais versus Artificiais

Em outra classificação, podemos categorizar os sistemas em criados pelo ser humano

(artificiais), e de origem não humana (naturais).  Este esquema de classificação distingue os

sistemas realizados pelos humanos de todos os outros sistemas. O sistema solar, a Biosfera,

um ecossistema, o sistema digestivo, etc., são sistemas naturais. A injecção electrónica e a

Internet são sistemas artificiais. Quando se trata de conceber algum modelo de análise e

síntese de sistemas, esta classificação que separa os naturais dos artificiais não se torna muito

útil, pois aparentemente existem mais semelhanças entre o sistema solar e uma injecção

electrónica, do que entre o sistema solar e a Biosfera, existem mais semelhanças entre um

ecossistema e a economia, do que entre um ecossistema e um átomo.

1.2.2.3 - Sistemas Abertos versus Sistemas Fechados

Através da percepção dos fluxos de um sistema, pode-se conceber a diferenciação entre

sistemas abertos e fechados, que é também uma das mais úteis no estudo dos sistemas.

Sistema Aberto

A interacção da empresa com a sociedade e o ambiente onde ela actua caracteriza

essencialmente o chamado sistema aberto.

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BIO (1985, p.19), propõe que “... os sistemas abertos envolvem a idéia que determinados

inputs são traduzidos no sistema e, processados, geram certos outputs. Com efeito, a empresa

vale-se de recursos materiais, humanos e tecnológicos, de cujo processamento resultam bens

ou serviços a serem fornecidos ao mercado”.

A empresa busca recursos no ambiente, processa-os com ajuda dos recursos internos e

devolve ao ambiente na forma de bens ou serviços. A relação de troca é natural no

desenvolvimento de qualquer actividade, assim como a empresa busca no fornecedor a

matéria-prima, precisa estar preparada internamente com recursos humanos e tecnológicos,

para transformar essa matéria-prima e devolver à sociedade em forma de produto acabado.

Sistema Aberto interage continuamente com seu meio ambiente para reabastecimento de

material, energia e informação. Portanto, as entidades externas são de interesse. Possui

capacidade de adaptação às mudanças das condições internas e do meio ambiente. Em geral

são auto organizados e podem mudar sua organização em resposta a mudanças de condições.

Sistema Fechado

O sistema fechado independe do meio externo para o desenvolvimento das suas funções.

CORNACHIONE (1998, p.25), afirma que “... os sistemas fechados são entendidos como os

que não mantém relação de interdependência com o ambiente externo”.

PADOVEZE (2000), cita como exemplo de sistema fechado o relógio, onde o seu mecanismo

trabalha em conjunto sem precisar do meio externo para o seu funcionamento.

A interacção ocorre entre as partes que compõem o sistema, não se tornam menos

importantes, apenas não interagem com o meio externo.

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1.2.2.4 Sistema Empresarial

Conhecendo as definições de sistemas, pode-se afirmar, portanto, que a empresa é um

sistema aberto, em razão da sua interacção com o meio ambiente externo. A empresa capta no

meio externo os recursos brutos, processa e devolve ao ambiente externo em forma de bens

ou serviços prestados, ou informações, atendendo as necessidades da sociedade. No decorrer

desse processo podem ocorrer desvios e resultados insatisfatórios, a retroalimentação permite

a correção desses desvios, a fim de que se possam alcançar os objetivos satisfatoriamente.

CHIAVENATO (2000, p.49), propõe que “... a empresa é visualizada como um sistema aberto

em um dinâmico relacionamento com seu ambiente, recebendo vários insumos (entradas),

transformando esses insumos de diversas maneiras (processamento ou conversão) e

exportando os resultados na forma de produtos ou serviços (saídas)”.

O planeamento estratégico é elaborado sob condições e variáreis ambientais, esse fato só é

possível devido à empresa ser um sistema aberto e estar em constante interacção com o

ambiente.

1.3. Sistemas de Informação

Os sistemas de informação têm por objectivo gerar informações para a tomada de decisões, os

dados são colectados, processados e transformados em informação. STAIR (1998, p. 11),

afirma que: “... sistemas de informação é uma série de elementos ou componentes inter-

relacionados que colectam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída)

os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback”.

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GIL (1999, p.14), define que “... os sistemas de informação compreendem um conjunto de

recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequência

lógica para o processamento dos dados e a correspondente tradução em informações”.

Na visão de PEREIRA e FONSECA (1997, p. 241), “...os sistemas de informação (management

information systms) são mecanismos de apoio à gestão, desenvolvidos com base na tecnologia

de informação e com suporte da informática para actuar como condutores das informações que

visam facilitar, agilizar e optimizar o processo decisório nas organizações.

A gestão empresarial precisa cada dia mais do apoio de sistemas, pois estes dão segurança,

agilidade e versatilidade para a empresa no momento em que se processam as decisões.

Desde sempre a informação foi considerada como um factor essencial para o processo de

tomada de decisão. O domínio da informação disponível é uma fonte de poder, uma vez que

permite analisar factores do passado, compreender o presente, e principalmente, descortinar o

futuro, sendo desta forma possível delinear estratégias competitivas.

Sendo a informação considerada tão importante e decisiva, é também importante existir uma

forma segura, fiável e rápida de a poder transmitir. Surge assim o conceito de Sistemas de

informação. De forma sucinta, são um método de transmitir informação, de uma pessoa ou

entidade para outra.

Independentemente do tamanho, natureza ou mesmo actividade de uma organização, a

verdade é que esta precisa de informação para poder executar e prosseguir a sua missão e

cumprir os objectivos a que se propõe. Numa Sociedade que cada vez mais privilegia a

informação como uma das suas preocupações mais dominantes, a necessidade de existir

numa organização a infra-estrutura adequada para a sua recolha, armazenamento,

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processamento, representação e distribuição faz com que uma parcela apreciável do esforço

da organização seja tomada por estas preocupações.

Qualquer organização moderna recorre às Tecnologias de Informação e Comunicação como

forma de garantir a função dos sistemas de informação enquanto infra-estrutura de suporte ao

fluxo de informação na organização. Desta forma, torna-se necessário conhecer os conceitos

essenciais sobre os Sistemas de Informação

Sistemas de Informação é um conjunto de componentes inter-relacionados que colecta,

processa, armazena e distribui informações para apoiar a tomada de decisões, a coordenação

e controle de uma organização, suporte à tomada de decisões, à coordenação e ao controle,

esses sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar

assuntos complexos e criar novos produtos.

Podem dar-se várias definições de sistemas de informação mas, mais importante do que um

rótulo fixo, é importante compreender do que é que falamos quando pensamos nesta realidade,

presente nas organizações e nas empresas, sejam elas grandes ou PME. Trata-se de um

conjunto, composto por várias componentes como computadores, pessoas, processos, etc.,

que permite produzir, recolher e armazenar dados. E esses dados constituem a informação que

é essencial para a grande maioria das tomadas de decisão, nomeadamente quando se está a

gerir uma empresa.

Assim definido, um Sistema de Informação engloba vários elementos:

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A tecnologia do processo – hardware: todos os equipamentos informáticos que permitem

recolher, tratar e armazenar os dados; estamos aqui a falar, essencialmente do conjunto de

computadores da empresa.

A tecnologia do produto – o software: conjunto de programas informáticos que permitem, por

um lado, tratar os dados presentes, transformando-os em informação e, por outro lado,

funcionar com os equipamentos, com as componentes do computador.

Organização: também pode - e deve - ser considerada como uma componente do sistema de

informação já que é um factor essencial; representa a maneira como são organizados os

processos e as pessoas para a recolha, o tratamento a armazenagem da informação.

Pessoas: fazem parte dos sistemas de informação na medida em que são os recursos

humanos que estão vocacionados para tudo o que tem a ver com a informação (recolha,

tratamento utilização), no seio da organização, ou seja são todos os colaboradores.

Output: trata-se do produto final, depois das fases de recolha, de tratamento e de

armazenagem dos dados, ou seja é a informação, arrumada de forma lógica e útil para a

empresa e também de fácil acesso.

Um sistema de informação é constituído pelos componentes que recolhem, controlam e

divulgam informação, e envolve actividades como a introdução de dados, processamento de

dados em informação, arquivo e a produção de resultados, como por exemplo relatórios de

gestão.

Os sistemas de informação ajudam nos processos de negócio e operações, tomadas de

decisão e estratégias competitivas.

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Para gerir sistemas de informação é necessário compreender a sua natureza, a sua dinâmica e

saber como adaptá-lo às mudanças operadas no mercado, de modo a torna-lo eficaz. 

Um sistema de informação eficaz permite ter um rápido acesso às informações; ter a garantia

de fiabilidade e utilidade da informação (informações de boa qualidade são essenciais para

uma boa tomada de decisão); e principalmente a garantia de segurança de acesso à

informação.

No entanto, quando se fala de sistemas de informação não é preciso ter essencialmente

computadores envolvidos, basta que existam várias partes a trabalhar entre si para gerar

informações.

Estes sistemas nas organizações, inicialmente baseavam-se em técnicas de arquivamento e

recuperação de informações. Este método exigia um grande esforço para manter os dados

actuais e não possibilitavam a facilidade e rapidez de cruzamento e análise dos dados.

Os sistemas de informação podem ser tanto manuais como baseados em Tecnologias de

Informação (TI). No entanto, é de salientar que dificilmente um Sistema de Informação de

grande dimensão sobrevive sem estar informatizado.

Com o crescimento da complexidade das organizações, é necessário cada vez mais existir

uma maior e mais fácil utilização de todos os seus recursos de forma a explorar todo o seu

potencial.

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Surge então o conceito de Tecnologias de Informação (TI), designado como o mecanismo

tecnológico que transmite a informação, é o conjunto de recursos não humanos dedicados ao

arquivo e processamento da informação.

Gerir as tecnologias da informação, é como gerir outro activo, é necessário compreender a sua

natureza, disponibilizar meios e recursos e é também necessário apostar na formação dos

trabalhadores para se poder colher benefícios.

Actualmente, numa empresa é necessário cada vez mais, haver uma boa gestão dos sistemas

de informação e das tecnologias de informação de uma forma articulada para tornar possível o

desenvolvimento da empresa.

Não basta ter equipamentos de ultimo modelo, é preciso tirar proveito de todas as

potencialidades desses mesmos equipamentos, assim como não basta haver transmissão de

informação, é preciso que essa informação seja útil, correcta e actual.

Em suma, gestão de sistemas de informação e gestão de tecnologias de informação não são

coisas completamente distintas antes pelo contrário.

Enquanto sistema de informação é a transmissão de informação de uma pessoa/entidade para

outra, as tecnologias de informação são o dispositivo técnico através do qual se dá essa

transmissão ou o que permite essa transmissão.

Contudo, a informação deve ser acessível mas por parte de quem necessita dela e por parte de

quem a ela tem autorização de aceder.

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Como já antes referi, a informação é uma fonte de poder e por isso não se deve e nem se pode

descurar a sua segurança.

Existem informações que devem permanecer no interior das organizações, uma vez que caso a

informação seja divulgada para o seu exterior, ou caso existam, na organização, pessoas mal

intencionadas que tenham o objectivo de furtar, destruir ou modificar a informação, tenham

acesso ás mesmas e ponham em causa o sucesso da empresa.

A Confidencialidade das informações deve ser respeitada e assegurada. Assim, quanto mais

desenvolvidos e complexos os sistemas de informação são, mais evoluídos são também os

sistemas de segurança.

Desta forma podemos definir Sistema de Informação de Gestão, (SIG) ou Management

Information System (MIS), como sendo um sistema de informação que proporciona aos

gestores a informação sobre a performance passada e presente da organização de uma forma

integrada, oportuna e relevante para a tomada de decisões aos vários níveis da gestão, como

por exemplo o nível das vendas, a rotação do stock, os custos de produção, necessidades de

tesouraria, encargos com o pessoal, a performance financeira, etc.

1.4 Funções de um Sistema de

Informação
A recolha de informação: os dados relevantes para a ajuda na tomada de decisão nos vários

níveis da empresa podem ser externos (a informação que chega à empresa como facturas,

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propostas, etc. e a informação presente no exterior como estudos, dados sobre a concorrência,

etc.) internos (relatórios, análises internas, etc.). Para os recolher, pode-se recorrer a dois

grandes métodos: observando e realizando inquéritos ou questionários cujas questões estão

orientadas para a avaliação da situação. recolhendo informação existente tanto na empresa

como no exterior, como sejam estudos, artigos publicados, livros, etc.

Tratamento da informação: a fase de tratamento dos dados compõe-se de duas etapas:

correcção se os dados não tiverem correctos ou se apresentarem num suporte diferente do

utilizado no Sistema de Informação (papel em vez de suporte magnético, por exemplo)

codificação no computador de forma a que obedeçam à mesma lógica para toda a empresa;

aqui podem ser utilizados modelos estatísticos para adequar os dados às necessidades da

empresa

Armazenamento da informação: a empresa ou organização deve guardar a informação (em

suporte magnético) de modo a poder reencontrá-la facilmente e utilizá-la. Podem ser criadas

várias bases de dados em função das necessidades da empresa. Finalmente, é importante não

esquecer a constituição de back-ups de segurança. O volume de informação que uma

organização encerra no seu Sistema de Informação é uma mais-valia preciosa. Perder esses

dados ou passá-los para a concorrência pode ser extremamente grave ou até mesmo fatal para

a empresa. Por isso, no campo da segurança, todo o cuidado é pouco.

1.5 Evolução dos Sistemas de Informação

Os sistemas de informação surgiram antes mesmo da informática. Vejamos a seguir sua

evolução ao longo do tempo.

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Antes da popularização dos computadores, os sistemas de informação nas organizações se

baseavam basicamente em técnicas de arquivamento e recuperação de informações de

grandes arquivos. Geralmente existia a figura do "arquivador", que era a pessoa responsável

em organizar os dados, registá-los, catalogá-los e recuperá-los quando necessário.

Esse método, apesar de simples, exigia um grande esforço para manter os dados actualizados

bem como para recuperá-los. As informações em papéis também não possibilitavam a

facilidade de cruzamento e análise dos dados. Por exemplo, o inventário de Estoque de uma

empresa não era uma tarefa trivial nessa época, pois a actualização dos dados não era uma

tarefa prática e quase sempre envolvia muitas pessoas, aumentando a probabilidade de

ocorrerem erros.

A primeira geração é caracterizada pelo surgimento dos Sistemas Operacionais ou Orientados

à Operação, automatizados através de grandes computadores (em seu início) e mais à frente

migrado para microcomputadores.

Grandes desenvolvimentos na área dos sistemas de informação foram registados desde os

anos 60 até aos nossos dias. Podemos classificar estes desenvolvimentos de uma forma geral

em quatro grandes eras:

 A do Processamento de Dados;

 A dos Sistemas de Informação de Gestão;

 A dos Sistemas de Informação Estratégicos;

 A dos Sistemas de Informação de Relacionamento.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

O uso dos computadores iniciou-se nos negócios no inicio dos anos 50, mas tornou-se

realmente importante nos meados dos anos 60 com o aparecimento dos computadores

mainframe1.

O aumento da capacidade de processamento, o decréscimo do preço da memória,

desenvolvimentos nos discos magnéticos e nas bandas magnéticas, associado a melhores

linguagens de programação, tornaram o processamento batch2 uma opção viável para as

organizações.

A primeira era de utilização dos computadores, a era dos Sistemas de processamento de

Dados, caracteriza-se pelo aumento da eficiência das operações da organização, através da

automatização dos processos de trabalho que necessitam de informação.

Imagine um Banco no início dos anos 60. Todos os processos de depósito de valores, a

actualização de contas e cálculos de juros, por exemplo, eram realizados em papel, por

técnicos especializados nessas matérias.

A introdução dos computadores veio automatizar estes processos. Assim, um mainframe iria

realizar, ao fim do dia, da semana, ou do mês, as diversas consolidações dos depósitos e

levantamentos das contas dos clientes. As somas, diferenças dos depósitos e levantamentos e

os cálculos de juros deixam de ser tarefas realizadas manualmente (excepto para os

1
Computadores de grande capacidade de processamento, funcionando através de "sistemas proprietários", isto é,
sistemas não compatíveis com outros sistemas. A filosofia destes computadores é de natureza centralizada.
2
Processamentos sequenciais de aplicações de consolidação de transacções de um determinado período de tempo
(dia, mês e semana).

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

empregados que não confiavam na tecnologia e que gostavam de confirmar os cálculos todos

de novo no papel!).

Nos anos 70, o paradigma dos SI começou a mudar. Dos Sistemas de Processamento de

Dados, passou-se para a era dos Sistemas de Informação de Gestão, na qual o objectivo

passou a ser o aumento da eficácia da gestão satisfazendo as suas necessidades de

informação.

O objectivo dos investimentos deixou de ser o tratamento eficiente das transacções e controlo

de recursos que se encontravam a funcionar bem, para se centrar na resolução eficaz de

problemas e suporte à tomada de decisão.

Suponha que uma seguradora deseja realizar uma distribuição de seguros de vida, durante um

ano, aos melhores clientes. A que clientes oferecer estes seguros de vida?

O SI poderia ajudar esta tomada de decisão indicando os melhores clientes em cada um dos

ramos de seguros e, também agregando a estes elementos informações sobre os melhores

clientes para a companhia.

É este o tipo de informação que se obtém nos SI de Gestão desta segunda era.

O SI de Processamento de Dados e de Gestão é um subconjunto do Sistema de Informação

Estratégico que apareceu nos anos 80, cujo objectivo é a melhoria da competitividade através

da mudança da natureza ou estratégia do negócio.

Assim, enquanto os objectivos dos Sistemas de Informação Estratégicos estão directamente

ligados ao negócio, os objectivos do SI de Gestão e de Processamento de Dados devem existir

e estar bem consolidados, pois também vão afectar consideravelmente o negócio.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Nos anos 90 aparecem Sistemas de Informação de Relacionamento (Relationship Information

System). Estes sistemas são um subconjunto dos Sistemas de Informação Estratégicos, com

características particulares.

Com o aparecimento, nos anos 90, das teorias de reengenharia3 de processos, papel dos SI

passou a ser fundamental na redefinição dos processos de negócio, dentro e fora da

organização.

Os sistemas de informação passaram a estar focalizados na "comunicação" com o cliente, na

inclusão de informação tipicamente do foro informal e na gestão do "relacionamento" com os

stakeholders4 da empresa/organização.

3
Teoria desenvolvida por Michael Hammer que se baseia no redesenho dos processos de trabalho da organização
partindo da utilização de TI e da focalização nas necessidades dos clientes.
4
Elementos ou entidades com quem a empresa/organização interage e que detêm algum interesse na
empresa/organização.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Exemplos de SI de Relacionamento nas empresas incluem a inclusão de respostas-tipo a

perguntas-tipo dos clientes e a inclusão no SI de áreas de "novas ideias" abertas aos

empregados e clientes da organização.

CONTEUDO DA UNIDADE II

2. IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NA TOMADA DE DECISÕES, MODELOS DE TOMADA

DE DECISÕES

2.1 Tomada de decisão

2.1.1 As fases do processo decisório:

2.1.2 Classificação das decisões

2.1.3 Factores de influência no processo de tomada de decisões:

2.1.4 Condições de tomada de decisões

2.1.5 Modelos de tomada de decisão

2.2 Importância da informação na tomada de decisão

OBJECTIVOS DA UNIDADE II

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Alistar as fases do processo decisório.

Categorizar e caracterizar as decisões.

Dizer os principais factores de influência no processo de tomada de decisões.

Alistar as condições de tomada de decisões.

Comparar os principais modelos de tomada de decisão.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Descrever a importância da informação na tomada de decisão.

DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

2. IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NA TOMADA DE DECISÕES, MODELOS DE TOMADA

DE DECISÕES

A tomada de decisão esta presente no dia-a-dia de cada um de nos, assim como para o

funcionamento normal de qualquer organização. Portanto, antes de falar de papel da

informação e dos sistemas de informação na tomada de decisão, vamos falar um pouco sobre

o processo de tomada de decisão.

2.1 Tomada de decisão

2.1.1 As fases do processo decisório:

• Identificação do problema;

• Análise do problema;

• Estabelecimento de soluções alternativas;

• Análise e comparação das soluções alternativas;

• Selecção de alternativas mais adequadas;

• Implantação da alternativa seleccionada;

• Avaliação da alternativa seleccionada;

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

2.1.2 Classificação das decisões

A decisões podem ser classificadas em:

Decisões programadas: Caracterizam-se pela rotina e repetitividade, podendo ser possível

estabelecer um procedimento padrão.

Decisões não programadas: Caracterizam-se pela novidade. Estão inseridas num contexto do

ambiente dinâmico, que se modifica rapidamente com o decorrer do tempo.

2.1.3 Factores de influência no processo de tomada de decisões:

• Complexidade evolutiva do mundo moderno

• Redução de tempo disponível para a tomada de decisão

• Velocidade das comunicações

• Melhoramento nos processos de informações e com expectativa de resultado a curto prazo.

2.1.4 Condições de tomada de decisões

As situações em que as decisões são tomadas podem ser:

• Tomada de decisão sob condição de certeza.

• Tomada de decisão em condições de risco.

• Tomada de decisão em condições de incerteza.

2.1.5 Modelos de tomada de decisão

A tomada de decisão pode ser realizada de acordo com diferentes estratégias. Desta forma,

são listados os modelos de decisão:

• Modelo racional, também chamado modelo matemático: prescreve o que o indivíduo deve

fazer para ser um decisor eficaz e muito estruturado (rotineira, repetitiva, certa e precisa). Cria

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

informação/ideias de uma forma precisa e quantifica-os para estudar as alternativas e

responder as questões. Este modelo calcula o valor das variáveis, tais como, o número de

vendedores, as despesas e os proveitos, mostra os valores calculados para avaliação da

decisão, ou seja, ajuda a entender as relações entre as variáveis que são importantes para a

tomada de decisão. O seu critério de decisão é a maximização do resultado ou ganho final. O

modelo está mais adequado para a tomada de decisões estruturadas e somente geram

informações para a tomada de decisões pelas pessoas, mas não tomam a decisão, isto é o

modelo gera informação para apoio a tomada de decisão pelos decisores;

• Modelo político: referido também como modelo adaptativo, baseia-se nas contribuições da

ciência política, da filosofia, da psicologia e da sociologia. Trata-se de um modelo

comportamental e o seu critério de decisão é que os resultados sejam aceitáveis. Recorre a

uma estratégia de decisão baseada na negociação e no compromisso para conseguir obter

resultados que sejam aceitáveis por diversos grupos externos. Desta forma, a escolha não é

única, muito menos é a decisão certa, pois é apenas a decisão aceitável;

• Modelo organizacional: combina as contribuições do uso de matemática, estatística e

economia, como o modelo anterior, com as disciplinas de ciências sociais. O seu critério de

decisão é a obtenção de um resultado final que seja satisfatório. Este modelo reconhece que

existem limitações de informação, cognitivas, de tempo e de custos, levando este facto em

consideração. Está associado com a tomada de decisão de curto prazo e muito orientado para

os resultados finais. Possui um carácter táctico;

• Modelo de processo: associado à gestão e que possui como critério de decisão uma forte

orientação para os objectivos. Usa as disciplinas quantitativas e reconhece a importância das

ciências sociais. Sensível à envolvente externa e assente em princípios profundamente

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

interdisciplinares (tal como o modelo organizacional, embora possua em relação a este, uma

orientação para o longo prazo e um carácter estratégico). Este modelo é adequado à inovação.

Para que a informação seja relevante para a organização, é necessário que se estabeleçam

um conjunto de políticas coerentes que possibilitem o fornecimento de informação relevante,

com qualidade suficiente, precisa, transmitida para o local certo, no tempo correcto, com um

custo apropriado e facilidades de acesso por parte dos utilizadores autorizados".

No entanto, nem toda a informação possui a mesma importância ou prioridade para cada

indivíduo e para a organização. Assim, teremos diferentes níveis de decisão. É possível, de

acordo com a natureza da sua utilização, distinguir três níveis de utilização dos recursos de

informação e dados, a que também estão associados diferentes níveis de controlo. Os níveis

de responsabilidade, (veja a figura a seguir).

Considera-se para cada um dos níveis, a informação que possui características e orientações

diferentes em termos de audiência, do seu alcance temporal e da sua complexidade. Nível

estratégico onde a informação é bastante elaborada que suporta decisão de longo prazo,

orientada para os decisores de topo, nível táctico é responsável pela afectação de recursos e

pelo estabelecimento do controlo e da gestão de médio prazo. O grau de complexidade é

mediano, se comparado com a informação de nível estratégico, mas superior se comparado

com o nível operacional e nível operacional é o nível de controlo e execução de tarefas

específicas de curto prazo em que assenta a actividade da organização. O grau de

complexidade é pequeno mas constitui a fonte básica, geradora da informação que fluí na

organização:

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Fig.1

Neste sentido, à medida que descemos na pirâmide hierárquica organizacional a especificidade

aumenta, pois é necessário resolver problemas mais específicos de determinada tarefa,

enquanto que ao nível de topo as preocupações são mais gerais, afectando a generalidade das

funções da organização:

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Nível Estratégico (nível de topo) - São tomadas decisões estratégicas; são complexas e exigem

informação bastante variada e ao nível das relações da organização/meio envolvente, não se

exige muita especificidade. Estão incluídas nela a definição dos objectivos e a elaboração de

políticas gerais da organização. A informação provém de fontes externas à organização e

também dos outros níveis hierárquicos.

Nível Táctico (nível intermédio) - Onde têm lugar as decisões tácticas e que exigem informação

pormenorizada, com alguma triagem, havendo responsabilidades na interpretação da

informação, que provém de fontes internas e sendo obtida com alguma frequência.

Nível Operacional (nível de base) - Aqui são tomadas as pequenas decisões ou as decisões

operacionais. Decisões para problemas bem definidos cuja resolução é, muitas vezes, baseada

em dados factuais programáveis e através da aplicação de rotinas informáticas. São

necessárias informações pormenorizadas e bem definidas, provenientes essencialmente do

sistema interno, com vista a acções imediatas.

A gestão da informação deve assentar num Sistema de Informação desenvolvido à medida das

necessidades da empresa, desempenhando um papel de apoio na articulação dos vários

subsistemas que a constituem (entendida como um sistema global) e os sistemas envolventes,

na medida em que efectua o processamento de dados provenientes de múltiplas fontes,

gerando informação útil e em tempo real à gestão e à tomada de decisão na empresa por

forma a criar vantagens competitivas do mercado.

Gestão da informação, uma “área do saber” relativamente nova, que tenta fazer a ponte entre a

gestão estratégica e a aplicação das Tecnologias de Informação nas empresas, procura, em

primeiro lugar, tentar perceber qual a informação que interessa à empresa, para de seguida,

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

definir processos, identificar fontes, modelar sistemas. E as novas Tecnologias de Informação

são os instrumentos que vieram permitir gerir a informação em novos moldes, agilizando o fluxo

das informações e tornando a sua transmissão mais eficiente (gastando menos tempo e menos

recursos) e facilitando, por sua vez, a tomada de decisão.

2.2 Importância da informação na tomada de decisão

A informação suporta a decisão, na medida em que as diferentes actividades do dia-a-dia das

organizações para serem realizadas consomem dados e informação e geram outros novos.

Desta forma é possível considerar a informação como um recurso. Este é necessário para a

tomada de decisão e para o suporte da acção. Desta forma possui um valor estratégico para a

própria organização.

A informação é crítica para o funcionamento das organizações, em especial considerando o

seu processamento, comunicação e armazenamento, nas seguintes actividades:

 operações: processamento de transacções como encomendas, stocks, vendas e

compras;

 gestão: análise e tomada de decisão para o planeamento, calendarização, controlo,

avaliação e supervisão.

Adicionalmente, é também possível considerar a informação como um activo da organização,

uma vez que pode ser contabilizada, sendo possível atribuir um determinado valor de mercado

a marcas, listagens de clientes, relatórios da organização, entre outros dados e informação, na

posse da organização.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

A informação é no entanto caracterizada pela sua imaterialidade e subjectividade no que se

refere a uma cotação, dependendo o seu valor do contexto e da entidade interessada. Num

número crescente de situações, a própria informação condiciona o valor de um determinado

bem, seja ele um produto ou serviço (facilmente verificável, quando se associa, por exemplo,

uma marca de prestígio a determinado produto, ou o autor de um dado serviço é alguém com

notoriedade). A discussão da informação como um activo da organização é referida por

inúmeros autores e é actualmente considerada na avaliação de valor de uma organização.

Para assegurar a qualidade da informação, o ser humano é determinante, pois é também o seu

principal produtor e consumidor.

A informação tornou-se uma necessidade crescente para qualquer sector da actividade

humana e é-lhe indispensável mesmo que a sua procura não seja ordenada ou sistemática,

mas resultante apenas de decisões casuísticas e/ou intuitivas.

Uma empresa em actividade é, por natureza, um sistema aberto e interactivo suportado por

uma rede de processos articulados, onde os canais de comunicação existentes dentro da

empresa e entre esta e o seu meio envolvente são irrigados por informação.

Actualmente as empresas estão rodeadas de um meio envolvente bastante turbulento com

características diferentes das habituais e os gestores apercebem-se de que, em alguns casos,

a mudança é a única constante. Já Heraclito dizia “não há nada mais permanente do que a

mudança” e Peter Drucker (1993) “desde que me lembro, o mundo dos gestores tem sido

turbulento, certamente até muito turbulento, mas nunca como nos últimos anos, ou como será

nos mais próximos.”

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Por conseguinte, o turbilhão de acontecimentos externos obriga as organizações a enfrentar

novas situações, resultado de mudanças nas envolventes do negócio e que constituem

ameaças e/ou oportunidades para as empresas, fazendo com que tomar decisões hoje, exija a

qualquer empresário ou gestor estar bem informado e conhecer o mundo que o rodeia. O

aumento da intensidade da concorrência e da complexidade do meio ambiente faz sentir, no

mundo empresarial, a necessidade de obter melhores recursos do que os dos seus

concorrentes e de optimizar a sua utilização.

O aumento do comércio internacional, fruto da crescente interligação entre nações, a expansão

do investimento no exterior e a tendência da homogeneização dos padrões de consumo fazem

com que o mundo seja encarado como um só mercado, em que as empresas têm de conviver

com a competição internacional dentro dos seus mercados e ao mesmo tempo tentarem

penetrar nos mercados externos por forma a aproveitar as novas oportunidades de negócio.

Assim, a empresa ao actuar num mundo global está em estado de "necessidade de

informação" permanente, a vários níveis, pelo que a informação constitui o suporte de uma

organização e é um elemento essencial e indispensável à sua existência. A aceitação deste

papel, pelos dirigentes de uma organização, pode ser um factor peremptório para se atingir

uma situação de excelência: quem dispõe de informação de boa qualidade, fidedigna, em

quantidade adequada e no momento certo, adquire vantagens competitivas mas a falta de

informação dá azo a erros e à perda de oportunidades.

A informação tornou-se tão importante que Drucker (1993) defende o primado da informação

como a base e a razão para um novo tipo de gestão, em que a curto prazo se perspectiva a

troca do binómio capital/trabalho pelo binómio informação/conhecimento como factores

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

determinantes no sucesso empresarial. Caminha-se para a sociedade do saber onde o valor da

informação tende a suplantar a importância do capital. A informação e o conhecimento são a

chave da produtividade e da competitividade.

A gestão moderna exige que a tomada de decisão seja feita com o máximo de informação.

O conhecimento adquirido pelo “savoir faire” deixa de ser suficiente, uma vez que o meio

ambiente empresarial onde as empresas operam apresenta características diferentes daquelas

a que estavam habituados e é bastante turbulento. Se em ambientes mais estáveis a

informação assumia o papel de redutora de incerteza, cada vez mais a actualização se

apresenta como um factor crítico de sucesso.

Da observação deste cenário, somos levados a afirmar que todas as empresas deverão fazer

uma reestruturação organizacional em torno da informação. Tal como acontece num jogo de

uma modalidade desportiva, em que só há um primeiro lugar para o mais forte, apesar de todos

os concorrentes terem a oportunidade de o poder ocupar, no mundo do negócio só é possível

auferir dessas oportunidades, saindo vitorioso, se houver uma conjugação coerente de tempo,

perícia e esforços que garantam uma selecção de informação adequada e uma optimização da

sua utilização. É aqui que deve ter lugar a gestão de tecnologias de informação, consideradas

como uma nova e importante fonte de vantagem competitiva.

A informação é considerada como o ingrediente básico do qual dependem os processos de

decisão", mas se, por um lado, uma empresa não funciona sem informação, por outro, é

importante saber usar a informação e aprender novos modos de ver o recurso informação para

que a empresa funcione melhor, isto é, para que se torne mais eficiente. Assim, quanto mais

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

importante for determinada informação para as necessidades da empresa, e quanto mais

rápido for o acesso a ela, tanto mais essa empresa poderá atingir os seus objectivos.

Isto leva-nos a considerar que a quantidade de informação e os dados donde ela provém, são,

para a organização, um importante recurso que necessita e merece ser bem gerido.

Entre as diversas considerações possíveis sobre o processo de tomada de decisão, destaque

para as relativas ao momento em que a decisão deve ser tomada, bem como os seus custos

associados e o risco envolvido. Bilhim (1999) aponta para a existência destas três questões

que têm de ser consideradas no processo de tomada de decisão: quando decidir? quanto

custa? e qual o risco envolvido?

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

CONTEUDO DA UNIDADE III

3. TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO

3.1 Sistemas de informação de apoio a diversos níveis de tomada de decisões estratégicas

3.1.1 Sistema de Informações de Nível Operacional

3.1.2 Sistemas de Informação de Nível de Gestão

3.1.3 Sistemas de informação do nível conhecimento

3.2 Seis importantes de sistemas de informação de gestão

3.3 Sistemas de informações manuais Versus sistemas de informações computadorizados

OBJECTIVOS DA UNIDADE III

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Identificar e descrever os principais tipos de sistema de informação existentes nos

diferentes níveis de gestão organizacional.

Diferenciar os sistemas de informação manuais dos computadorizados.

Caracterizar a internet, extranet e a intranet no contexto organizacional.

Descrever as vantagens da Internet para o comércio/relacionamento electrónico.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

3. TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO

Antes de referirmos dos principais tipos de sistemas de informação vamos sistematizar

algumas características básicas de um Sistema de Informação de Gestão que nos permitirá

uma melhor tipificação dos sistemas de informação. Ora vejamos, os SIGs podem ser

caracterizados como sistemas:

 De elevada capacidade de colectar, processar, armazenar e disseminar grande volume

de dados e informações;

 De relativa complexidade de processamento;

 Que envolve muitos clientes e/ou usuários;

 Que o seu funcionamento pressupõe a interligação de diversas técnicas e tecnologias;

 Que serve de suporte a tomada de decisões empresariais;

 Que auxilia na qualidade, produtividade e competitividade organizacional.

Todas as organizações possuem Sistemas de Informação com o propósito de auxiliarem no

alcance de seus objectivos, tais como: incrementar a rentabilidade, aumentar a quota do

mercado, proporcionar serviços de qualidade aos clientes. Normalmente são compostos por

diversos outros subsistemas com características próprias de acordo com a sua finalidade, tipos

de tecnologias que utilizam e nível de processos e pessoas que envolvem. Nenhum sistema

pode fornecer todas as informações de que uma empresa necessite.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Como existem diferentes interesses, especialidades e níveis em uma organização existem

diferentes tipos de sistemas, podendo a divisão efectuar-se sob, pelo menos, duas dimensões:

níveis de gestão da organização e por área funcional.

No primeiro caso, é normal falar em quatro níveis de sistemas, correspondendo aos tradicionais

níveis de gestão de uma organização:

 Nível estratégico;

 Nível de gestão;

 Nível de conhecimento;

 Nível operacional.

No segundo caso – divisão funcional, podemos dividir os sistemas de informação por tipo de

função organizacional que suportam, como, por exemplo: Marketing e Vendas; Produção;

Recursos Humanos; Apoio a Clientes; Contabilidade; Finanças, entre outros.

É de notar que estas duas dimensões se cruzam, existindo níveis de gestão da organização

diferentes para cada área funcional e podendo um sistema de marketing e vendas, por

exemplo, estar associado a vários níveis de gestão (ver figura seguinte).

Os sistemas de informação também atendem às principais funções empresariais, como vendas

e marketing, fabricação, finanças, contabilidade e recursos humanos. Uma organização tem

aplicativos nos três níveis organizacionais. Por exemplo, a função de vendas geralmente tem

um sistema de vendas do nível operacional para registar resultados diários e processar

pedidos, um do nível gerencial para registar resultados mensais de venda por território e

informar em quais territórios as vendas excederam ou não alcançaram os níveis esperados e


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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

um do nível estratégico para registar as vendas semestrais ou anuais e informar sobre a

realização dos objectivos estratégicos na área de vendas:

Nível de topo

Nível intermédio

Nível de base

Vendas e Fabricação Contabilidade Recursos Finanças


Marketing Humanos

Falemos, então, um pouco sobre a primeira divisão, ou seja, em níveis organizacionais, pois

esta divisão por níveis contribui para compreender melhor como a decisão é suportada na

organização.

3.1 Sistemas de informação de apoio a diversos níveis de tomada de decisões

estratégicas

São sistemas que suportam as actividades ao nível estratégico, destinados aos gestores de

topo. Estamos a falar de sistemas que permitem o planeamento de longo prazo, tipicamente

integrando informação histórica, multidimensional, hierárquica e que abranja a diversas áreas

da organização. Não existem muitas organizações onde o nível estratégico está directamente

suportado por sistemas de informação, sendo que muitos dos sistemas desenvolvidos para

este nível de interacção se baseiam em tecnologias simples (folhas de cálculo, etc.) mas muito

flexíveis e com grande capacidade de definição e avaliação de cenários e simulação (what-if).

Devem ainda ser capazes de lidar com informação ad hoc e pouco estruturada. Por fim, são as

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

opções estratégicas que, na grande maioria dos casos, ditam a diferenciação e, com ela, a

competitividade de uma empresa a longo prazo.

 Servem de suporte da definição, implementação, avaliação e controle da estratégia da

empresa; proporcionam informações para apoio na tomada de decisões de médio e

longo prazo, ou seja informações para a tomada de decisões estratégicas;

 Ajudam a gerência sénior a atacar e enfrentar questões estratégicas e tendências de

longo prazo tanto na empresa quanto no ambiente externo. Sua principal preocupação é

compatibilizar as mudanças no ambiente externo com a capacidade da organização.

Quais serão os níveis de emprego em cinco anos? Quais são as tendências de longo

prazo do custo do sector e onde nossa empresa se encaixa? Que produtos deveremos

estar fazendo dentro de cinco anos?

 Integram e sintetizam dados de fontes internas e externas à organização, utilizando

ferramentas de análise e comparação complexas, simulação e outras facilidades para a

tomada de decisão da cúpula estratégica da organização.

3.1.1 Sistema de Informações de Nível Operacional

São sistemas de informação que registam dados gerados pelas actividades e transacções

elementares na organização. São exemplo deste tipo de sistemas os TPS (Transaction

Processing Systems) típicos, como os normalmente implementados num operador de

telecomunicações, em que são registadas todas as chamadas (call record), ou num

hipermercado, onde são registadas todas as vendas, entradas e saídas em stock. São

sistemas que guardam tipicamente milhões de registos, e o foco principal reside na eficiência,

na introdução rápida de transacções, em detrimento da pesquisa sofisticada de dados, quer do

ponto de vista de interface com o utilizador, quer mesmo do ponto de vista da arquitectura

técnica subjacente. São sistemas normalmente desenvolvidos à medida, uma vez que actuam

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

muito perto do negócio principal da organização (core business) e devem ser perfeitamente

adequados à função, bem como aos recursos tecnológicos existentes, de forma a maximizar a

performance e a minimizar as necessidades de armazenamento.

 proporcionam informações para a execução e controle das actividades/tarefas do dia a

dia, tais como registar encomendas dos clientes ou controlar o crédito;

 Respondem a perguntas de rotina e acompanham o fluxo de transacções pela

organização: quantas peças há no estoque? O que aconteceu com o pagamento do Sr.

X? Para responder a perguntas desse tipo, geralmente a informação deve ser de fácil

acesso, actualizada e precisa. Exemplos de sistemas do nível operacional são: o de

registro de depósitos bancários em terminais ou um que acompanhe o número de horas

trabalhadas por dia pelos trabalhadores duma secção.

 Dá suporte aos gerentes operacionais, acompanhando actividades e transacções

elementares da organização, como vendas, contas a receber, depósitos à vista, folha de

pagamento, concessão de crédito e fluxo de matérias-primas dentro de uma fábrica.

3.1.2 Sistemas de Informação de Nível de Gestão

Estes são sistemas que suportam as actividades dos gestores intermédios, fornecendo

funcionalidades de supervisão, controlo, tomada de decisão e actividades administrativas. São

focados na gestão corrente, operacional e táctica, dando aos gestores ferramentas para

acompanhar os processos do dia-a-dia, bem como o seu planeamento e controlo. São

exemplos deste tipo de sistemas os MIS (Management Information Systems) e os DSS

(Decision Support Systems). Dependendo do sector de actividade e da área funcional,

podemos ter sistemas com objectivos bem diferentes e especializados. Por exemplo, pode ser

desenvolvido um Data Mart (subconjunto de um Data Warehouse) para a área de Marketing,

onde são injectados os dados das vendas dos últimos dois anos, analisados por data, local de

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

venda e produto, a que se vão reunir dados demográficos históricos das zonas que rodeiam os

locais de vendas, para que os gestores de Marketing possam planear e acompanhar

convenientemente uma campanha de promoção e vendas. Ou um sistema de alertas definido

sobre um conjunto de parâmetros de avaliação/acompanhamento do negócio (rentabilidade,

volume de vendas, turnover de pessoas, etc.), que permita a gestão por excepção. Embora

necessitando de alguma adaptação local (essencialmente parametrização), é pouco provável

ver o desenvolvimento de raiz de um sistema deste tipo, quer pela complexidade das

ferramentas de análise (que podem incluir algoritmos e formas de apresentação muito

sofisticadas), quer pela necessidade de um tempo para mercado muito curto. Assim, procuram-

se normalmente pacotes flexíveis e é normal serem as equipas internas a fazerem grande parte

das adaptações e evoluções ao sistema.

 Agrupam e sintetizam os dados das operações da organização para facilitar a tomada

de decisão pelos gestores da organização;

 Proporcionam informações necessárias para que os gestores do nível intermédio

possam alocar e controlar os recursos necessários para atingir os objectivos do negócio

de cada área de responsabilidade;

 Atendem às actividades de monitoração, controle, tomada de decisões e procedimentos

administrativos dos gerentes médios. As coisas estão indo bem? – é a principal consulta

endereçada a esses sistemas. Esses sistemas têm a característica de produzir

relatórios periódicos sobre as operações, em vez de informações instantâneas. Um

exemplo é um aplicativo de controle de realocação que informa os custos totais da

mudança, procura de moradia e financiamento imobiliário para funcionários de todas as

divisões da empresa e indica se os custos reais excederam os orçados.

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 43
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

3.1.3 Sistemas de informação do nível conhecimento

São sistemas de informação que suportam o trabalho de quem lida com dados e com

conhecimento. Têm que permitir a integração de novo conhecimento no negócio, logo

devem ser muito flexíveis, bem como permitir o controlo de fluxo do trabalho, sendo assim,

fáceis de utilizar e não obrigarem a grande “desvios” do trabalho normal para que se faça a

recolha de informação. Caso contrário, as pessoas tendem a não os usar, o que deita por terra

todo o interesse dum sistema deste tipo. São, normalmente, baseados em soluções já

existentes, em pacotes que fornecem grande parte das funcionalidades requeridas, sendo a

sua implementação baseada na adaptação à organização.

3.2 Seis importantes de sistemas de informação de gestão

A organização tem sistemas de apoio executivo (SAE), sistemas de informação gerenciais

(SIG), sistemas de apoio à decisão (SAD), Sistemas de trabalhadores do conhecimento (STC),

sistemas de automação de escritórios, sistemas de processamento de transacções (SPT).

Exemplos de sistemas de apoio executivo (SAE) (Executive Support Systems ESS): são

sistemas de informação ao nível estratégico, concebidos para auxiliar na tomada de decisão

não estruturada através do uso avançado de gráficos e comunicações. Constituem exemplo

destas aplicações: análise de tendências de vendas, planeamento de operações a longo prazo,

planeamento de orçamentos, planeamento de curvas de lucro e investimento e planeamento

em recursos humanos. Este tipo de sistemas necessita normalmente de analisar e condensar

grandes volumes de informação histórica, recorrendo a tecnologias de pesquisa e

representação do conhecimento muito próprias. Até há pouco tempo, eram proibitivamente

caras, sendo normalmente sistemas desenvolvidos de raiz, recorrendo a ferramentas muito

específicas e esotéricas, mesmo ao nível do hardware, o que os colocava apenas ao alcance

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 44
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

das grandes empresas. Hoje, pelo contrário, existem já sistemas deste tipo a custar menos de

duas ordens de grandeza (aproveitando também a extraordinária progressão em termos de

poder de cálculo e armazenamento), esperando-se uma “democratização” destas

funcionalidades, com as PME a começar a usá-los.

Apoiam a previsão das tendências de vendas, plano operacional quinquenal, previsão

quinquenal de orçamento, planeamento de lucros, planeamento de pessoal.

Exemplos de sistemas de informação gerenciais (SIG) ou MIS (Management Information

Systems), Sistemas de informação para Gestão: são sistemas de informação ao nível da

gestão na organização. Suportam tipicamente funções de planeamento, controlo e tomada de

decisão, proporcionando informações de síntese da actividade diária e relatórios de excepção

(orientado para a informação do ambiente interior à organização). Exemplos deste tipo de

aplicações são: gestão de vendas, controlo de inventário, orçamento anual, análise de

investimento, análise de recolocação de recursos humanos, etc.

Os MIS devem suportar decisões estruturadas e semi-estruturadas aos níveis operacional e de

gestão, sendo normalmente orientados para o reporte e controlo, em especial para o reporte

das actividades do dia-a-dia (controlo de operações). Estes sistemas assentam nos dados

fornecidos pela organização e no seu fluxo, possuindo normalmente baixa capacidade

analítica, uma vez que serve normalmente para ajuda à decisão no contexto de informação já

existente. São sistemas relativamente inflexíveis, orientados para o interior da organização,

uma vez que as necessidades de informação a este nível são normalmente conhecidas e

estáveis, por um lado e porque são sistemas que tipicamente requerem longo ciclos de

desenvolvimento. Ajudam no gerenciamento de vendas, controle de estoque, orçamento anual,

análise de investimento de recursos, análise de realocação.

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 45
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Exemplos de sistemas de apoio à decisão (SAD), DSS (Decision Support Systems), Sistemas

de suporte à decisão: são sistemas de informação desenvolvidos para níveis de gestão da

organização, que combinam dados e modelos analíticos sofisticados para o suporte da tomada

de decisão semi-estruturada ou não estruturada. Inclui aplicações de análise, como por

exemplo análise geográfica de vendas, afectação da produção, análise de custo, análise de

preços e de lucro, análise de custo de carreiras/contratos. São sistemas com flexibilidade de

utilização, adaptatibilidade e resposta rápida, que permitem aos utilizadores a inicialização e

controlo das entradas e saídas de dados, operando com baixa ou nenhuma assistência de

especialistas em informática. Proporcionam suporte para a decisão sobre problemas para os

quais as soluções não podem ser anteriormente especificadas, utilizando sofisticados modelos

de análise e modelação de dados, bem como representações gráficas poderosas e um

interface do tipo visual. Ajudam na análise das vendas por região, programação da produção,

análise de custos, análise de custo de contratos.

Exemplos de Sistemas de trabalhadores do conhecimento (STC): estações de trabalho de

engenharia, estações de trabalho gráficas, estações de trabalho administrativas.

Exemplos de sistemas de automação de escritório, Office Automation Systems (OAS): são

sistemas de computador destinados ao aumento da produtividade do trabalhador de dados –

pessoal administrativo – que tende a processar informação em vez de a criar (incluindo o seu

uso, manipulação e disseminação). Este tipo de sistemas corresponde a uma vasta panóplia de

aplicações, que passa por aplicações de correio electrónico, processadores de texto,

publicação assistida por computador, sistema de documentação e imagem (gestão documental)

e calendários electrónicos (afectação de recursos/tempo). Alguns exemplos de OAS bastante

difundidos:

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 46
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

 processamento de texto;

 tecnologia de automação de escritório que facilita a criação de documentos através da

edição, formatação, armazenamento e impressão;

 publicação assistida por computador;

 tecnologia que produz documentos de qualidade profissional, combinando o resultado

dos processadores de texto com facilidades de design, gráficos e efeitos especiais;

 sistemas de documentação e imagem;

 sistemas que convertem documentos e imagens no formato digital de modo a serem

armazenadas e recuperadas por computador.

Exemplos de sistemas de processamento de transacções (SPT): TPS (Transaction Processing

Systems) são sistemas computorizados que realizam e registam as operações diárias de rotina

da organização. O tipo de transacções executadas e registadas depende enormemente do tipo

de actividade que a empresa desempenha. Tipicamente, são sistemas que podem gerar e ter

que armazenar muitos milhões de transacções individuais. Estas transacções são utilizadas na

operação (por exemplo: muitas transacções de chamadas geram uma transacção contabilística

de facturação de um cliente) e guardadas por razões legais durante algum (curto) tempo. No

entanto, e cada vez mais, estas mesmas transacções, embora analisadas em conjunto e ao

longo de um período de tempo, são imprescindíveis a outros níveis de decisão para perceber

tendências, excepções, oportunidades de melhoria ou até de novos negócios.

Como tal, as empresas encontram-se cada vez mais numa situação em que a recolha de

informação transaccional é pensada por forma a facilitar também este tipo de exploração, ao

contrário do que acontecia há anos, em que o único foco era o suporte operacional da

actividade. Isso tem reflexos na forma como os dados são representados, por exemplo, ou

mesmo armazenados. Exemplos de aplicações TPS são: facturação, orçamentos,


SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 47
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

contabilidade, contas correntes, sistemas de controlo de qualidade, compras e fornecedores,

gestão de armazenagem, stocks, entre outras. acompanhamento de pedidos, processamento

de pedidos, negociação de seguros, gerenciamento do caixa, folha de pagamento, contas a

pagar, contas a receber.

Tabela – Características dos Sistemas de Processamento da Informação

3.3 Sistemas de informações manuais Vs Sistemas de informações Computadorizados

Um Sistema de Informação pode ser manual ou computarizado. Ex. Manual: desenhar,

manualmente diagramas e linhas de tendências para ajudar a tomar decisões, registar

manualmente as operações contabilísticas (papel, caneta e arquivo); Ex. Computarizado:

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 48
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Sistemas de informações baseados em computadores: falha de pagamento, entrada de

pedidos e controle de stock de uma empresa, leitor de código de barra, etc.

Muitos sistemas de informações começam como sistema manual e passam a ser

computarizados. Os sistemas computarizados resultam em tempo de processamento menor,

como mostra a fig. seguinte [STAIR e REYNOLDS, (2006:19)]:

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 49
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Sistemas de Informações Baseados em Computadores (SIBC)

É um conjunto de elementos configurados para colectar, manipular, armazenar e processar

dados em informações usando computador. É composto por hardware, software, base de

dados, telecomunicações, pessoas e procedimentos:

1. Hardware – conjunto de equipamentos computacionais usados para efectuar actividades de

entrada, processamento e saída. Os dispositivos de entrada incluem teclados, leitores, scaner,

etc. Os dispositivos de processamento incluem a unidade de processamento central e a

memória principal. Dispositivos de armazenamento incluem disco duro e dispositivos de

armazenamento secundário. Os dispositivos de saída incluem impressoras e telas de

computadores.

2. Software – conjunto de programas de computadores que governam as operações do

computador. Esses programas permitem que um computador processe a folha de pagamentos,

envie contas aos clientes e proporcione aos gerentes informações para ampliar os lucros,

reduzir os custos e oferecer melhores serviços aos clientes. Existe Software de sistemas, como

o Windows XP, que controla as operações básicas como a inicialização e impressões e

Software de aplicação, como o Office XP, que permite a execussão de tarefas específicas,

como o processamento de textos e a tabulação de números.

3. Base de dados – é uma colecção organizada de dados e informações, que podem ser de

clientes, funcionário, stocks, vendas dos competidores e muito mais. A maioria dos gerentes

acreditam que uma base de dados é uma das partes mais valiosas de um sistema de

informação computarizado.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

4. Telecomunicações – é a transmissão electrónica de sinais para comunicações o que

permite a organização executar seus processos por meio de redes eficazes de computadores.

Redes conectam computadores e equipamentos em edifícios, por um país ou pelo mundo,

Internet é a maior rede de computadores do mundo. Intranet são redes internas baseadas em

tecnologias de internet que permitem as pessoas em uma organização trocarem informações e

extranet são redes baseadas em tecnologias de internet que permitem a terceiros

seleccionados, como parceiros e clientes de negócio, acessar recursos autorizados da intranet

de uma companhia.

A Internet é uma rede global de dados com propriedade distribuída, em que cada instituição

integrada na rede possui uma parte da mesma. Desta forma, não existe uma entidade central

de gestão, o que implica que não existem regras sobre que recursos podem ou não ser

disponibilizados. Embora contenha uma enorme quantidade de dados e informação disponíveis

(e muitas vezes de acesso livre e sem custos associados), cabe ao utilizador avaliar a

qualidade destes recursos. Tratando-se de um serviço disponibilizado por associação de redes,

com dados e informação de diferentes origens, não existem garantias de que o que está hoje

vai continuar amanhã. A Internet é também designada por rede das redes, possuindo múltiplos

e variados serviços, dos quais se destacam o correio electrónico e a world wide web (www).

Um dos aspectos mais importantes é o facto de a Internet permitir a interligação de diferentes

equipamentos de diferentes características, associando desta forma um número crescente de

instituições e indivíduos à escala global e a baixo custo.

Internet rede internacional de redes que agrega uma colecção de centenas de milhares de

redes públicas e privadas. Esta rede global de redes proporciona uma plataforma altamente

flexível para a partilha de informação. A informação em formato digital pode ser distribuída para

milhões de indivíduos em todo o mundo, praticamente sem custos associados.

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 51
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO 2019

Características da Internet  conhecimento potenciado;

 tecnologia de mediação;  acesso a sistemas/equipamentos

 universalidade (encolhe e aumenta o variados;

mundo);  potencial de acesso a novos mercados

 externalização da rede (valor em função e expansão dos actuais.

do alcance);

 canal de distribuição;

 intermediador de tempo (altera a noção

tradicional de tempo e espaço);

 redutor das assimetrias de informação;

 capacidade virtualmente inesgotável;

 baseado em normas de baixo custo;

 destruidor criativo;

 reduz os custos de transacção.

Benefícios da Internet:

 conectividade global;

 custos de comunicação reduzidos;

 custos de transacção menores;

 custos de agenciamento menores;

 interactividade, flexibilidade e

personalização;

SIG – ITC MANUAL COMPILADO PELOS PROFS: MANUEL RATO E NELSON BUQUE Página 52
O potencial da Internet, a sua disponibilidade à escala global e o tipo de tecnologia

utilizada, rapidamente tornaram o seu recurso extremamente atraente para uso interno

das organizações. Desta forma, a intranet constitui-se como uma rede interna a uma

organização baseada nas tecnologias e nas normas da Internet.

Intranet

Uma rede que recorre às mesmas soluções de tecnologia da Internet, para utilização

interna à organização e que se caracteriza por:

 utilizar tecnologia da World Wide Web (www);

 recorre a um firewall (sistema para prevenir a invasão de redes privadas) que

assegura o acesso e segurança de dados e informação;

 ultrapassa as incompatibilidades das diferentes plataformas de computador;

 normalmente instalada com base na infra-estrutura de computadores e redes

existente na organização.

Aproveitando a conectividade proporcionada tanto a nível externo (Internet) como a

nível interno da organização (intranet), a existência do mesmo tipo de tecnologia,

acessível com recurso a meios semelhantes, tornou possível estender a intranet de

cada organização a utilizadores autorizados.

Extranet

Uma aplicação de rede, utilizando as mesmas soluções de tecnologia da Internet, que

permite a uma organização utilizar a Internet para suporte de relações seguras com

parceiros, fornecedores e clientes. É possível desta forma, que utilizadores

seleccionados (clientes, parceiros de negócios e vendedores) do exterior de uma

organização usem a sua intranet. Como vantagem competitiva, o recurso a uma


extranet permite à organização estender o seu sistema de informação a parceiros de

negócio externos, proporcionando acesso a dados e informação, bem como a

aplicações que agilizam os processos de negócio.

Vantagens da Internet para o comércio/relacionamento electrónico:

 ligação fácil com outros negócios e com parceiros;

 potencial de frentes de loja/centros de informação em linha;

 potencial de actualização de informação sobre produtos, pedidos e suporte ao

cliente;

 formulários de processos de negócio melhorados (perfis de cliente,

personalização e registo de actividade);

 retalho/serviço centrado no consumidor;

 desintermediação: remoção de intermediários e de processos de ligação;

 custo reduzido para os parceiros da relação.

São muitas as áreas que podem beneficiar da adopção de soluções de interligação

com a Internet, quer internamente à organização (intranet), quer na relação desta com

o exterior (extranet). Em especial, destacam-se a possibilidade de criar grupos de

colaboração, proporcionar maior conectividade e acesso remoto a aplicações

funcionais, gestão de conteúdos, fluxo de trabalho e gestão do conhecimento, bem

como permitir a integração de fornecedores através de sistemas de gestão de

fornecimento, com os recursos humanos da empresa por uso de sistemas de

informação de suporte à sua actividade no exterior da organização ou como suporte à

formação, como é o caso quando se recorre a plataformas e serviços de ensino a

distância (e-learning). No contexto das autarquias, o uso de facilidades de Internet,

intranet e extranet proporciona um canal não negligenciável para a interacção com o


cidadão/munícipe e constitui-se como um dos meios privilegiados para o

desenvolvimento de práticas de local e-government.

4. Pessoas – são todos aqueles que gerenciam, programam e mantêm o sistema

operacional.

5. Procedimentos – São estratégias, políticas, métodos, regras para usar um Sistema

de Informação Baseado em Computador.

Fig. Nº Componentes de um Computador


CONTEUDO DA UNIDADE IV

4 IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS E DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

4.1 Importância dos SIG para as Empresas

4.2 O Papel de SIG nas organizações

4.2.1 Papel de suporte funcional

4.2.2 Papel de suporte à decisão

4.2.3 Papel de suporte estratégico

4.2.4 Papel de monitorização de performance

4.3 Os SIG como barreira de entrada

OBJECTIVOS DA UNIDADE IV

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Explicar a importância dos sistemas de informação e das tecnologias de

informação na gestão moderna das organizações.

Analisar os principais papeis que os sistemas de informação de gestão (SIGs)

podem assumir numa organização.

Descrever as barreiras de entrada que os SIGs podem criar.


DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

4 IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS E DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

4.1 Importância dos SIG para as Empresas

Tem-se dificuldade em avaliar quantitativamente os benefícios oferecidos por um

sistema de informação gerencial, porém OLIVEIRA (2002, p.54) afirma que o sistema

de informação gerencial pode, sob determinadas condições, trazer os seguintes

benefícios para as empresas:

 Redução dos custos das operações;

 Melhoria no acesso às informações, proporcionando relatórios mais precisos e

rápidos, com menor esforço;

 Melhoria na produtividade;

 Melhoria nos serviços realizados e oferecidos;

 Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de informações

mais rápidas e precisas;

 Estímulo de maior interacção dos tomadores de decisão;

 Fornecimento de melhores projecções dos efeitos das decisões;

 Melhoria na estrutura organizacional, para facilitar o fluxo de informações;

 Melhoria na estrutura de poder, proporcionando maior poder para aqueles que

entendem e controlam os sistemas;

 Redução do grau de centralização de decisões na empresa; e

 Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não

previstos. Essas premissas permitem que as empresas definam possíveis

fortalecimentos do processo de gestão, garantindo o diferencial de actuação e

por consequência, vantagem competitiva.


Os sistemas de informação gerencial segundo STAIR (1998), resulta em vantagem

competitiva para a empresa, pois um SIG deve ser desenvolvido de forma a dar apoio

às metas da organização. Por exemplo, os executivos de nível superior usam

relatórios do SIG no desenvolvimento de estratégias para o sucesso dos negócios, os

gestores de nível médio usam os relatórios de SIG para comparar as metas

estabelecidas da empresa com os resultados reais.

Dessa forma, a empresa justifica o cumprimento de suas metas com a ajuda dos

sistemas de informação gerencial.

4.2 O Papel de SIG nas organizações

A importância do SIG nas organizações pode também ser vista sob ponto de vista do

seu papel dentro da organização. Ora vejamos, a seguir, os papéis dos SIGs:

4.2.1 Papel de suporte funcional

A função de suporte aos processos e operações de negócio é a mais básica: envolve

recolha, registo, armazenamento e pré-processamento de dados. Os sistemas de

informação ajudam os processos e operações:

 registando e armazenando dados das vendas, compras, investimentos, salários e

outra contabilidade;

 registando e armazenando dados do inventário, trabalho em curso, reparação e

manutenção de equipamento, cadeia de fornecimento, e outros registos de

produção/operação;

 registando e armazenando dados sobre o pessoal, salários, histórico de

contratações, e outros registos de recursos humanos;


 registando e armazenando dados de mercado, perfis de cliente, histórico de compras

por cliente, estudos de mercado, publicidade, e outros registos de marketing;

 registando e armazenando dados de análise dos competidores, industriais,

objectivos empresariais, e outros registos de gestão estratégica;

 processando os registos de contabilidade em previsões de lucro, balanço, relatórios

de gestão, e outras formas de informação financeira;

Previamente a um investimento em tecnologia de informação, torna-se necessário

alinhar quais as informações que serão necessárias. Essas informações deverão estar

alinhadas com os objectivos da organização, e só assim elas podem agregar valor

para os tomadores de decisão.

4.2.2 Papel de suporte à decisão

A função de suporte à elaboração de decisões de negócio vai um passo mais à frente.

É parte integrante na tomada de decisões. Permite aos utilizadores formular questões

"E se..?": E se aumentarmos o preço em 5%?; E se aumentarmos o preço em 10%?; E

se reduzirmos o preço em 5%?; E se aumentarmos o preço em 10% agora, e reduzi-lo

em 5% em três meses? Também permite aos utilizadores ligar com contingências: E

se a inflação aumenta em 5% (em vez dos 2% previstos), o que fazer? Que fazer se

formos confrontados com a greve ou uma nova ameaça da concorrência?

A ferramenta de elaboração de decisões mais básica e versátil é a folha de cálculo,

mas estas são, por norma, muito pouco amigáveis em termos de interface. Programas

mais sofisticados costumam incorporar ferramentas de tomadas de decisão

estatísticas como análise de sensibilidade, análise Monte Carlo, análise de risco,

análise de quebra e análise de Hayes. Se, por exemplo, se encontra a utilizar um


sistema de informação para decidir sobre a introdução de um novo produto, o

programa deve incorporar ferramentas como análise login, Análise B.C.G., análise

conjunta, análise de margem de contribuição, escalonamento multi-dimensional,

Análise Multi-Factoral G.E., análise de factor, análise de cluster, análise discriminativa,

Quality Function Deployment, regressão preferencial, e tradução preferência-grau.

4.2.3 Papel de suporte estratégico

Os sistemas de informação podem ajudar no posicionamento competitivo de uma

empresa. Distinguem-se três níveis de análise.

1. Os suportes na ajuda ao controlo da cadeia interna. Estes são os mais recentes,

os mais pragmáticos e encontram-se ao alcance do gestor. São soluções de

redução de custo e gestão da performance. Indicam-se sob o nome "Análise de

Fluxo de Negócio" (BWA - Business Workflow Analysis) ou "Sistemas de Gestão

de Negócio". Redes de ferramentas asseguram o controlo do conjunto de

funções da empresa; o efeito em tempo real dos custos de disfunções perturba a

contabilidade, avaliação e relatório dos resultados financeiros, articulados na

avaliação e nos relatórios de controlo de qualidade.

2. Qualquer empresa de sucesso tem uma (ou duas) funções que desempenha

melhor que a competição: competência de núcleo. Se uma competência de

núcleo de uma empresa lhe oferece uma vantagem no mercado a longo prazo, é

designada de vantagem competitiva persistente. Para uma competência de

núcleo atingir este nível terá que se tornar difícil de imitação, única, persistente,

superior à concorrência, e aplicável a múltiplas situações. Alguns exemplos de

características empresariais que podem constituir uma vantagem competitiva

persistente são: melhor qualidade do produto, contratos de distribuição

extensíveis, equidade acumulada no ramo e reputação positiva da empresa,

técnicas de produção de baixo custo, patentes e direitos de autor, monopólios

protegidos pelo Estado e melhores equipas de funcionários e gestores.


3. Os sistemas de informação muitas vezes ajudam e ocasionalmente constituem

estas vantagens competitivas. A rápida velocidade das mudanças tornou crítico o

acesso à informação pontual e actual em ambientes competitivos. Os sistemas

de informação ajudam praticamente todas as vantagens competitivas. Um

exemplo é a Wal-Mart, que usavam uma extranet para integrar toda a sua cadeia

de fornecimento. Esta utilização dos sistemas de informação deu uma vantagem

competitiva durante duas décadas. Outro exemplo é a Dell Computer, que usava

a Internet para comercializar PC's à medida. Michael Dell ainda beneficia desta

promoção de baixo custo e técnica de distribuição.

4.2.4 Papel de monitorização de performance

Os SIG não se resumem à análise de dados e estatísticas: precisam ser utilizados

como ferramenta de Administração por Objectivos (MBO - Management by objectives)

e ajudam a:

 estabelecer objectivos relevantes e quantificados;

 monitorizar resultados e performances (taxas de sucesso);

 enviar alertas, em alguns casos diariamente, aos gestores de cada nível da

organização, em todas as variações entre resultados e objectivos pré-

estabelecidos e orçamentos.

4.3 Os SIG como barreira de entrada

Uma vantagem estratégica importante é a "barreira de entrada". Existem várias formas

de uma companhia, tendo investido em tecnologias de informação, poder recuperar o

investimento para criar, aumentar ou manter barreiras de entrada.


1. Aumento do investimento nas TI que suporte a competência de núcleo. As

empresas de sucesso tendem a ter uma ou duas competências de núcleo que

desempenham melhor que a concorrência. Pode ser qualquer coisa, desde o

desenvolvimento de um novo produto a um serviço de clientes. A tecnologia de

informação é muitas vezes uma entrada importante nesta competência de núcleo. Este

investimento pode constituir uma grande barreira de entrada.

2. Aumento do investimento nas TI em redes de cadeia de fornecimento. As

empresas que constam como parte de um sistema de fornecimento integrado

estabeleceram relações de segurança com os fornecedores, o que garante um

decréscimo nos prazos de entrega, entregas sem problemas e fornecimento

assegurado. Também pode incluir descontos e tratamento personalizados. A

incapacidade das novas empresas em suportar estes sistemas de gestão de cadeia de

fornecimento e inventariado pode constituir uma grande barreira de entrada;

3. Aumento do investimento nas TI na gestão dos canais de distribuição. Tal como as

redes de fornecimento, os investimentos nos sistemas de gestão de canais de

distribuição pode assegurar prazos de entrega menores, entregas livres de problemas,

e tratamento preferencial. O investimento nesta tecnologia, e a experiência adquirida

na aprendizagem de como utilizá-la, pode ser uma importante barreira de entrada.

Quando o sistema de gestão de canais de distribuição é exclusivo pode oferecer à

empresa algum controlo sobre os retalhistas envolvidos.

4. Aumento do investimento nas TI em processos de produção. Os sistemas de

informação tornaram-se uma necessidade na gestão de processos de produção

extensos. Os sistemas automatizados são a forma mais eficiente em termos de custos


de organizar processos de produção em grande escala. Estas empresas podem obter

mais facilmente economias de escala na promoção, compra, e produção; economias

de escopo na distribuição e promoção; sobrecarga reduzida na alocação por unidade;

redução dos tempos mortos. Esta vantagem absoluta nos custos pode ser uma

importante barreira de entrada;

5. Aumento do investimento nas TI em comércio electrónico (e-commerce). Os web

sites das empresas podem ser personalizados segundo os interesses dos clientes,

expectativas e necessidades comerciais. Também podem ser utilizados para criar a

sensação de comunidade. Ambos tendem a aumentar a fidelidade do cliente, que

constitui uma importante barreira de entrada;

6. O simples facto que o investimento nas TI requer fundos torna-se uma barreira de

entrada. Tudo o que aumentar os requisitos de capital torna-se uma barreira de

entrada.
CONTEUDO DA UNIDADE V

5. METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO, DESENVOLVIMENTO E EXPLORAÇÃO

DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

5.1 Planeamento de Sistemas de Informação (PSI)

5.1.1 Actividades do PSI

5.1.2 Motivações para o PSI

5.1.3 Problemas no PSI

5.1.4 Factores de sucesso no PSI

5.1.5 Caracterização do PSI

5.2 Desenvolvimento de Sistemas de Informação

OBJECTIVOS DA UNIDADE V

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Definir o PSI (planeamentos do Sistema de informação).


Explicar o papel do planeamento do Sistema de informação nas organizações.
Descrever os principais problemas que um processo de planeamento podem
ter.
Identificar os principais factores críticos de sucesso do PSI.

Relacionar o PSI com o DSE, bem como com a Exploração de Sistemas de

Informação (ESI).

Alistar e explicar as fases do processo de desenvolvimento de sistemas de


informação.

DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

5. METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO, DESENVOLVIMENTO E EXPLORAÇÃO

DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

5.1 Planeamento de Sistemas de Informação

O Planeamento de Sistemas de Informação é uma actividade da organização onde se

define o futuro desejado para o seu Sistema de Informação, para o modo como este

deverá ser suportado pelas Tecnologias da Informação e para a forma de concretizar

esse suporte. A sua finalidade é assegurar que os sistemas de informação sejam

desenvolvidos e utilizados de modo à obtenção do máximo retorno da sua operação, o

que pode ser conseguido através do alinhamento da procura de sistemas de

informação com a estratégia da organização e pelo impacto na estratégia do negócio,

onde é possível melhorar a competitividade, a produtividade e a capacidade da

organização em fazer face às forças que a afectam.


O Planeamento de Sistemas de Informação (PSI), é hoje uma actividade complexa, de

natureza holística e contigencial, e cuja prática, nas organizações, tem inúmeras

motivações e finalidades:

a) A busca de maior eficiência interna, criando-se uma base de informações

necessárias para o bom funcionamento operacional e seu gerenciamento;

b) A administração das informações do ambiente externo, como mercado,

consumidores, fornecedores, governo, política e sociedade;

c) O planeamento dos recursos de tecnologia da informação necessários para suportar

os sistemas de informação da empresa, envolvendo quantidade e potencialidade

de hardware, os softwares necessários e os recursos de telecomunicações; e

d) A utilização estratégica da informação procurando obter vantagem competitiva

diante dos concorrentes.

Autores como Amaral (1995) e Furlan (1991) consideram o planeamento dos sistemas

de informação como parte integrante da actividade de planeamento estratégico da

organização, diante de sua importância.

Para Furlan (1991), o planeamento dos sistemas de informação deve inicialmente

definir o negócio antes do desenvolvimento e da implantação dos sistemas,

considerando seus factores críticos como directrizes básicas dos mesmos. O

planeamento é também uma chance de identificar problemas e oportunidades do

ambiente informacional.

Amaral (1995) afirma que o planeamento dos sistemas de informação resulta

inevitavelmente em mudanças na organização, que se manifestam principalmente nos

recursos humanos, técnicos e gerências, obrigando-os a reflectir sobre a organização,

a desejar acompanhar a evolução e a inovação organizacional e a criar um espírito de


mudança e de procura da qualidade. Tais mudanças reflectem os resultados

intangíveis do planeamento dos sistemas de informação.

O Planeamento de Sistemas de Informação (PSI) e o Desenvolvimento de Sistemas

de Informação (DSI) produzem uma combinação adequada de SI/TI de suporte à

organização, bem como desenvolve a capacidade da própria organização para que a

Exploração de Sistemas de Informação (ESI) seja eficaz e eficiente. A figura 2 a seguir

melhor ilustra a combinação.

PSI
iii3
ii

GSI
A 5 1
B

ESI DSI
DSI

2
D C 4

Fig. 2. Actividades da Gestão de Sistemas de Informação


Fonte: Adaptado de AMARAL (2000:24).

Legenda:

PSI: i – Analise, ii- Definição e iii – implementação.

DSI: 1 – Estudo de viabilidade, 2 – Análise requisitos, 3 - Análise desenho, 4

construção, 5 – Implementação 6 – Pós – implementação (Manutenção, etc).

ESI: A – Administração de Recursos Humanos, B- Operação do Sistema C-

Administração da TI, D – Projectos especiais

É útil conceptualizar a Gestão de Sistemas de Informação (GSI) através de três

actividades principais: o Planeamento de Sistemas de Informação (PSI),

Desenvolvimento de Sistemas de Informação (DSI) e Exploração de Sistemas de

Informação (ESI).

Apesar de cada organização e cada Sistema de Informação ser um caso particular,

existem muitos aspectos em comum na prática da GSI. A figura anterior apresenta-a

como um processo contínuo e interactivo, compreendidas pelas actividades de PSI,

DSI e ESI, estas significativamente relacionadas e interdependentes entre si. É

possível, inclusivamente, considerar-se uma sequência lógica das actividades, na qual

os SI são pensados (PSI), produzidos (DSI) e finalmente utilizados (ESI), de referir que

todas actividades são processos contínuos e ocorrem simultaneamente na prática ( os

sistemas antigos continuam em exploração no decorrer do planeamento ou

desenvolvimento do novo sistema.

O PSI deverá ser responsável pela identificação dos sistemas necessários precedendo

assim o DSI, responsável pelo seu desenvolvimento. Caberá à ESI assegurar a sua

correcta utilização no melhor interesse da organização. O PSI é um precursor

necessário do DSI, dado que permite uma visão de longo prazo, identificando os SI
potenciais e definindo um conjunto de técnicas e políticas de gestão. o planeamento

de sistemas de informação deverá estar integrado e alinhado com o planeamento do

negócio, sendo extremamente importante ter a noção de que o mesmo é uma forma

de planeamento da mudança organizacional materializada no DSI, dado que um novo

SI significa uma nova forma de organização.

A exploração de Sistemas de Informação (ESI) é a actividade responsável pelo bom

funcionamento dos SI/TI. Esta actividade não só deverá ser responsável pela

operação dos sistemas existentes, como também será preponderante para a definição

de estratégias futuras, restringindo ou facilitando as outras actividades da GSI, o PSI e

o DSI. Independentemente da qualidade do planeamento ou do desenvolvimento dos

sistemas de informação, o sucesso deste último estará sempre condicionado à

qualidade da sua exploração.

Assim podemos conceituar a GSI como sendo a junção das actividades de PSI, de

DSI e de ESI e que, para além da Gestão da Informação (GI), na GSI é necessário

incluir a gestão de todos os outros recursos envolvidos na concepção, construção e

funcionamento de SI. Pela simples extensão da definição de gestão de informação, é

possível definir que:

Gestão de sistemas de informação é a gestão do recurso informação e de todos os

recursos envolvidos no planeamento, desenvolvimento e manutenção do SI.

5.1.1 Actividades do PSI

Análise estratégica:

 Identificar e caracterizar a realidade organizacional e as necessidades de SI;

 Análise profunda do negócio (Tipo de neg) e ambiente;


 Revisão dos sistemas existentes;

 Identificar problemas e oportunidades para o desenvolvimento e exploração de

SI.

Definição estratégica:

 Compreensão da situação actual e futura da organização e dos seus SI;

 Quais as estratégias e qual a posição face aos seus diversos ambientes:

Implementação estratégica:

 Planos de acção viáveis as estratégias;

 Alocar recursos;

 Motivar pessoas de modo a serem alcançados os objectivos.

5.1.2 Motivações para o PSI

 Correlação entre o sucesso das organizações e a forma como são geridos e

utilizados os SI/TI

 Elevado custo e a possibilidade dos SI/TI falharem na obtenção dos benefícios

esperados

 Papel estratégico que os SI/TI assumem na obtenção de vantagens

competitivas

 Necessidade de SI/TI que possam ser continuamente adaptados, à medida que

as circunstâncias organizacionais o vão exigindo.

 O desejo dos gestores num maior envolvimento nas decisões relacionadas

com os SI/TI

 A falta de pessoal qualificado e de recursos obriga a uma previsão cuidada das

suas utilizações;

 Desenvolvimento de soluções com níveis superiores de integração;


 A necessidade de SI mais eficazes e eficientes;

 A integração de SI isolados e das TI na organização.

5.1.3 Problemas no PSI

Métodos

 Dificuldades associadas à selecção, adaptação ou construção do método

adequado às circunstâncias existentes.

Recursos

 Dificuldades associadas à obtenção das condições e dos recursos necessários

para o correcto desenvolvimento da actividade de PSI.

Processo

 Dificuldades associadas com as circunstâncias em que o PSI realmente se

desenvolve.

Resultados

 Dificuldades associadas à compreensão do plano realizado e à sua adequação

às necessidades reais da organização.

Implementação

 Dificuldades associadas ao cumprimento das recomendações e acções

previstas no plano realizado, bem como ao seu acompanhamento

5.1.4 Factores de sucesso no PSI


 Obtenção da atitude, comprometimento e envolvimento da gestão;

 Estado actual da organização no que se refere às TI e a forma como o SI é

organizado;

 Revisão e avaliação dos benefícios do PSI, quer em termos dos resultados

quer em termos do processo em si;

 A ligação das estratégias do SI com as estratégias do negócio.

5.1.5 Caracterização do PSI

O Desenvolvimento do SI de uma organização, como de qualquer outro dos seus

sistemas formais, deve resultar de uma reflexão sobre o papel que ele deve

desempenhar na organização, bem como sobre o processo e os recursos envolvidos

na sua construção. Pensar antes de fazer, parece uma atitude racional e saudável

perante este problema. Neste contexto, essa atitude justifica a actividade de planear

sistemas de informação.

Aceitando que planear é delinear um futuro desejado e os processos eficazes de o

concretizar, o PSI é o momento da vida das organizações onde se define o futuro

desejado para o seu SI, para o modo como este deverá ser suportado pelas TI e para

a forma de concretizar esse suporte.

O PSI é uma actividade de natureza previsional tendo inevitavelmente associada

incerteza aos seus resultados. As suas definições comuns centram-se,

essencialmente, na definição de três aspectos considerados como nucleares desta

actividade:

 Utilização – aspectos funcionais do SI. Papel do SI na concepção e suporte da

actividade da organização.
 Recursos – aspectos tecnológicos (fundamentalmente TI) e operacionais do

SI. Papel das TI na concepção e suporte do SI.

 Arquitectura – aspectos estruturais, tecnológicos e funcionais do SI.

Uma visão da actividade de PSI, centrado no papel que o sistema de informação tem

na concepção e suporte da actividade da organização, onde o PSI é considerado

como um componente do planeamento organizacional dedicada a promover a

utilização do SI e dos seus recursos. O Plano de SI deve estar fortemente interligado

ao plano organizacional e deve reflectir o modo como a organização opera ou se

pretende que venha a operar.

Todas estas formas distintas de perspectivar a actividade de PSI levam,

inevitavelmente, à proposta de diferentes definições do que é o PSI. Parece, contudo,

que a distinção ocorre ao nível das motivações ou preocupações centrais com que

esta actividade é encarada e não ao nível dos seus resultados e consequências.

Assim, o PSI é genericamente caracterizável como uma actividade organizacional

onde se define:

 O futuro desejado para o seu SI. Visão global do SI da organização

(arquitectura do SI) que traduz o papel pretendido para o SI na estrutura e

actividade da organização.

 O modo como este deverá ser suportado pelas TI. Especificação das

arquitecturas da informação, dos meios computacionais e de comunicações.

 A forma de concretizar e operacionalizar esse suporte. Planos e orçamentos

sobre a aquisição e utilização dos recursos envolvidos no desenvolvimento e

exploração do SI (recursos humanos, TI, etc.).


O plano resultante deve ser construído na procura simultânea quer de satisfação de

utilizadores, quer de um correcto suporte e tratamento das influências entre a

organização e o seu SI.

5.2 Desenvolvimento de Sistemas de Informação

É um conjunto organizado de procedimentos, princípios, politicas, regras, ferramentas,

técnicas para o desenvolvimento de sistemas de informação.

Uma metodologia completa constitui-se de uma abordagem organizada para atingir um

objectivo, através de passos preestabelecidos.

A metodologia para desenvolvimento de sistemas de informação pode ser sequencial,

estruturada ou orientada à objectos.

 A metodologia deve ser de toda a empresa e para toda a empresa, de maneira que

seja elaborada e utilizada por todos. Ela deve ser amplamente discutida e

detalhadamente avaliada por todos na empresa, desenvolvedores e usuários, ou seja,

por uma equipe multidisciplinar. Também deve ser revisada, actualizada e

complementada na medida do desenvolvimento dos projectos.

Todo e qualquer projecto, sistema ou software deve ser desenvolvido através de

metodologia estruturada, moderna e que ofereça documentação completa, apesar de

ultimamente ser usada a metodologia orientada a objectos.

A metodologia estruturada baseia-se no processo de desenvolvimento de sistemas de

informação que contem as seguintes fases: Estudo de viabilidade, análise de


requisitos, desenho, construção (desenvolvimento), implementação, pós-

implementação (manutenção). Estas fases devem ser seguidas sequencialmente onde

os produtos de saída de uma fase servem de entrada na fase seguinte e caso seja

detectado um erro ou falha numa fase volta-se para a anterior e continua-se com o

estudo.

O Desenvolvimento do Sistema de Informação deve ser considerado um processo

contínuo com uma sequência lógica de actividades que devem ser consideradas e

integradas com fases anteriores e subsequentes, alimentando-se mutuamente. Essas

actividades estão relacionadas e são interdependentes, mas que na realidade podem

ocorrer simultaneamente, e a qualquer momento motivo pelo qual é útil pensar no DSI

como um conjunto de actividades interligadas e não como fases sequenciais.

Consideremos as fases do processo de desenvolvimento de sistemas de informação:

1. Estudo de viabilidade – onde é feita a analise de viabilidade económica do

projecto de sistema de informação, a orçamentação e os demais cálculos

económicos e financeiros e também discute-se os valores alocados a cada

fase que constitui o projecto no seu todo.

2. Análise de Requisitos – nesta fase estão envolvidos os analistas de sistemas

que usam técnicas e ferramentas de análise para definição de requisitos

funcionais dos sistemas, ou melhor, define-se o que o sistema vai fazer. O

produto desta fase é a especificação de requisitos.

3. Desenho – depois de todos requisitos especificados, faz-se o desenho

conceptual do sistema, isto é, como deve ser concebido o sistema de

informação. Analisa-se os inputs (Origens, Fluxo, Dados de entrada), output

(Meio, Conteúdo, Timing), Procedimentos Manuais (Que actividades, Quem as

desenvolve, Quando, Como e Onde), Interface de utilizador (Simplicidade,


Eficiência, Lógico, Feedback, Erro, Desenho da base de dados (Modelo lógico

dos dados, Requisitos de capacidade e velocidade, Organização dos ficheiros,

Especificações dos registos), Processamento (Computação, Módulos dos

programas, Relatórios a produzir, Timing dos outputs), Controles (Input

(caracteres, limite,...), Processamento (consistência, registos,...), Output

(totais, exemplos de output), Procedimentos (passwords,...), Segurança

(Controlo de acessos, Planos de contingência e catástrofe, Auditoria); escolhe-

se a linguagem de programação, a plataforma de hardware.

4. Construção – depois de escolhida a linguagem de programação, nesta fase

começa-se a programar. É a construção do sistema de informação onde estão

envolvidos os analistas de sistemas e os programadores.

Antes da implementação é necessário realizar testes para verificar

performance do sistema construído, podendo ser de seguintes tipos:

 Unit testing;

 System testing;

 Acceptance testing.

A finalidade do teste é a eliminação de erros.

5. Implementação – é o processo de migração do antigo sistema para o novo,

consiste em tornar o sistema operacional no âmbito organizacional, abrindo as

portas para a utilização do novo sistema. Actividades de instalação de

equipamento, preparação das instalações, formação de especialistas

responsáveis pela sua exploração, conversão de sistemas existentes em novos

sistemas, são actividades que têm aqui o seu ponto mais alto. É preciso que se
crie todas as condições para que as falhas possam ser reparadas de uma

forma mais eficaz, o que passa em grande medida pela formação e gestão de

recursos humanos da forma mais racional possível. As mudanças para um

novo sistema pode ser significativa, por isso deve ser planeada e executada

para prevenir situações mais desagradáveis. Temos as seguintes actividades:

 Parametrização

 Conversão dos Dados

 Elaboração da Documentação

 Entrada em Produtivo

 Formação

 Gestão da Mudança

5.1 Parametrização é Preparação do sistema para funcionar segundo as condições

específicas de determinado ambiente ou utilização. Consiste na criação de

utilizadores, níveis de acesso, especificação de registos, etc.

5.2 Conversão dos Dados é processo de transformação dos dados existentes de modo

a poderem ser usados no novo sistema, podendo ser a partir de um sistema

manual ou de um sistema informático existente. Também é feita a recolha dos

dados, reconciliação de dados, carregamento de ficheiros do novo sistema.

5.3 Documentação – a documentação do sistema deve começar a ser elaborada

desde o início do projecto.

 Documentação das operações;

 Documentação do sistema;

 Documentação de utilização;

 Administradores do sistema;

 Manutenção do sistema;

 Utilizadores.
5.4 Entrada em Produtivo – é o momento em que o sistema começa a estar

operacional na organização e a ser usado.

5.5 Formação – aprendizagem do novo sistema de informação aos utilizadores,

administradores do sistema. É feita a selecção de pessoal a treinar, são

desenvolvidos os módulos de formação em termo de conteúdos e tempo, define-se

o local, os meios necessários, isto é a logística necessária para o sucesso da

formação.

5.6 Gestão da Mudança — Conjunto de acções a nível da organização e das pessoas

com o objectivo de garantir a aceitação e a integração plena do novo sistema, i.e.

do seu sucesso

 Papel da gestão de topo;

 Envolvimento dos utilizadores (o mais cedo possível);

 Redesenho das tarefas;

 Redesenho das funções;

 Redesenho da estrutura;

 Re-afectação de pessoal;

 Lidar com as resistências.

6. Pós - Implementação – o novo sistema após a implementação, fica

completamente instalado e em utilização corrente, isto é entra em produção. A

entrada de um sistema em operação não implica que o mesmo mantenha

indefinidamente inalterado, muito pelo contrário, há necessidade imperiosa da

sua manutenção e desenvolvimento. Ao longo do tempo o sistema necessitará

de incorporar novas tecnologias, de modificações derivadas de evolução de

requisitos de informação dos utilizadores, de erros que necessitam de ser


resolvidos quando detectados, dentre outros. Portanto a longevidade da

capacidade de Gestão de SI em manter em consonância com a mudança de

requisitos que podem ter a sua origem de formas variadas dentre as quais

alterações a nível interno ou ambiental da Organização.

Nesta fase o sistema deve ser analisado quanto à sua performance, devendo

proceder-se de imediato à correcção de erros e disfunções, além disso faz-se:

 Gestão de utilizadores (criação, eliminação, privilégios, etc.)

 Manutenção das aplicações (alteração de set-up, up-grade, etc.)

 Gestão das bases de dados

 Back-ups

 Análise de performance (detecção de erros, tempo de resposta,

qualidade da base de dados, etc.)

 Relatórios de utilização

 Actualização da documentação

 Formação de novos utilizadores


CONTEUDO DA UNIDADE VII

7. Arquitectura e Tecnologia de Informação

7.1 Arquitectura da Informação (AI)

7.2 Tecnologia da Informação (TI)

7.2.1 Componentes da Tecnologia de Informação

7.2.2 Estágios de Evolução da Tecnologia da Informação

7.2.3 Componentes da Tecnologia de Informação

7.2.4 Impactos da Tecnologia da Informação

7.2.4.1 Alguns impactos estratégicos que a TI pode criar:

OBJECTIVOS DA UNIDADE VII

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Conceituar a arquitectura e a tecnologia de informação (TI).

Descrever os principais estágios de evolução da tecnologia da informação.


Alistar os componentes da tecnologia de informação.

Descrever os impactos da arquitectura e da implementação das tecnologias de

informação nas organizações.

DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

7. Arquitectura e Tecnologia de Informação

7.1 Arquitectura da Informação (AI)

É a forma como os processos desenvolvidos na organização e os dados

desenvolvidos para esses processos se podem agrupar e ordenar. Consiste na

estruturação das informações de sistemas computacionais de forma lógica e na

criação de soluções quanto à organização visual destas informações. Envolve a

organização do fluxo de informação visando torná-la útil e inteligível. Na Web, envolve

também a estruturação do fluxo de navegação de uma página. Une três campos vitais,

a tecnologia, o design e produção de texto (jornalismo e redacção).

A Arquitectura da Informação preocupa-se com o desenvolver de uma estrutura que

ajude os utilizadores a lidar e a encontrar com facilidade a informação.


A forma como a interface está pensada define de que forma é que os utilizadores vão

usar o site.

A Arquitectura de Informação organiza os fluxos de informação, de forma a tornar o

site uma ferramenta verdadeiramente usável.

Se pensarmos que cada um de nós tem esquemas mentais diferentes e que diferentes

pessoas usam diferentes caminhos para chegar ao mesmo local, temos uma ideia

bastante aproximada de quão difícil é a tarefa do Arquitecto de Informação.

O conhecimento da arquitectura da informação é muito importante para a organização,

porque lhe permite:

 Identificar oportunidades que possibilitam obter vantagens competitivas da

utilização das Tecnologias de Informação e dos Sistemas de Informação;

 Estabelecer e manter ligações entre os objectivos da organização e os

recursos envolvidos nos projectos de desenvolvimento do seu Sistema de

Informação;

 Definir os limites das áreas de negócio e dos projectos de desenvolvimento,

bem como coordenar e enquadrar os projectos de desenvolvimento;

 Derivar as infra-estruturas tecnológicas e organizacionais necessárias; e

 Tornar as informações identificáveis, assimiláveis e claras aplicáveis a

qualquer outro sistema de informação.

Constitui papel do arquitecto da informação organizar, desenhar, mapear e estruturar

os ambientes informacionais. É o centro de tudo: arquitectar sempre, evitando que o

usuário deixe de encontrar a informação desejada e abandone a consulta em menos

de três segundos. A atracção pela informação deve ser direccionada aos objectivos e

ao público-alvo. O usuário é a dimensão fundamental.


O profissional de Arquitectura de Informação ainda é pouco conhecido e o seu trabalho

consiste em criar uma organização e estrutura própria e particular para um conjunto de

informações de site, as funcionalidades e a interacção com o utilizador, planear a

distribuição destas informações, determinar o conteúdo apropriado e relacioná-lo

dentro do site.

Cabe ao Arquitecto de Informação traduzir os objectivos e requisitos do negócio em

esquemas funcionais e visuais, desenvolver o mapa do site e estruturar a forma como

a navegação do site vai ser feita.

O profissional de AI mapeia determinada informação e nos disponibiliza o mapa, de

modo a que todos possam criar nossos caminhos próprios em direcção ao

conhecimento. O profissional deve estar pronto para encarar modelagem de dados,

design, interacção humano-computador, comunicação e lógica de pensamento.

A arquitectura da informação não é usabilidade (o que usuários querem e necessitam).

A usabilidade é encarada como um subconjunto da AI, sendo esta muito focalizada no

estudo de usabilidade. A diferença entre os dois conceitos é vital para se entender

porque a arquitectura da informação está compreendendo mais do que apenas o que

usuários querem e necessitam. Os problemas da arquitectura da informação

esclarecem frequentemente uma percentagem grande de problemas da usabilidade,

mas há muitas outras coisas não relacionadas a AI que têm um impacto na

usabilidade.

Os objectivos de uma arquitectura de informação, segundo Mcgee e Prusak (1994

p.138) são:

 Definir o espaço de informação da organização em termos de domínios de

interesse de informação essencial e vias essenciais de fluxo de informação;


 Definir os limites críticos de espaço de informação da organização: ambiente

interno e externo;

 Eliminar ruído das informações;

 Tornar o comportamento da informação desejada mais fácil;

 Tornar o comportamento da informação indesejada mais difícil;

 Aperfeiçoar as comunicações gerenciais, definindo claramente modelos de

informação compartilhada.

O desenho de uma arquitectura da informação deve buscar vencer as dificuldades de

acesso à informaçaão, quer seja pela dispersão e variedade de fontes, quer seja pelas

diversidades de meios e formatos que as informações se encontram armazenadas.

Este último pode acarretar redundância e conflito.

7.2 Tecnologia da Informação (TI)

Tecnologia é um conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que

se aplicam a um determinado ramo de actividade; concernentes às artes e ofícios;

vocabulário peculiar de uma ciência, arte, indústria, etc.; ciência que trata da técnica.

Tecnologia de Informação é o conjunto de recursos não-humanos dedicados ao

armazenamento, processamento e comunicação da informação, e a maneira pela qual

esses recursos são organizados em um sistema capaz de desempenhar um conjunto

de tarefas.

A Tecnologia da Informação difere de outras tecnologias por manipular um recurso

identificado por Informação. A gestão desta garante a selecção, distribuição,

administração, operação, manutenção e evolução dos bens de TI de forma coerente

com as metas e os objectivos da organização.


O cenário competitivo das empresas vem apresentando profundas mudanças nas

últimas décadas. Fortes tendências e factores tecnológicos estão direccionando

mudanças na estratégia das empresas, sendo os mais marcantes a taxa crescente de

mudança e inovação tecnológica, a chamada “era da informação”, e a crescente

intensidade e importância do conhecimento. Essa mudança tecnológica tem um forte

impacto psicológico e sociológico, pois obrigam as empresas a descobrir novos

métodos de gestão e novos padrões de trabalho, eficiência e produtividade.

Assim sendo, a Tecnologia da Informação tem sido considerada como um dos

principais factores responsáveis pelo sucesso das organizações, tanto no nível de

sobrevivência, como o são a maioria das empresas Moçambicanas, quanto no

aumento de competitividade. Sob o ponto de vista da organização, a Tecnologia da

Informação é uma força fundamental na remodelagem de empresas. Os investimentos

em sistemas de informação e comunicação justificam-se pela busca por vantagens

competitivas.

Para a efectiva gestão da TI é fundamental a análise da viabilidade, considerando

ainda, a realidade económica, financeira e político-social da empresa com o estado da

arte e a não actualização das tecnologias disponíveis no mercado, além das questões

sócio-politicas do ambiente organizacional que podem surgir decorrentes do impacto

da Tecnologia da Informação implantada. O foco principal na análise desses extremos

está na adequação á necessidade da empresa.

Argumentam ainda os autores que além da análise de custos, beneficio e viabilidade,

será necessário:

 Respeitar a legislação vigente, evitando a pirataria;


 Estabelecer um plano de contingência para atender a eventuais deficiências de

funcionamento;

 Focar a competitividade empresarial e não a tecnologia propriamente dita;

 Elaborar um plano de gestão de mudança decorrente da introdução da

tecnologia da informação no contexto organizacional.

As tecnologias da informação:

 Reduzem os custos, comprimir o tempo para o mercado, oferecer valor

agregado e interagir com os clientes e fornecedores;

 Oferecem a funcionalidade (software) que é cada vez mais o produto real que

os clientes recebem;

 Tornam o cliente cada vez mais satisfeito com inovação do valor agregado;

 Tornam-se o veículo principal para a criação de vantagens e para desviar as

vantagens da concorrência.

7.2.1 Componentes da Tecnologia de Informação

O sucesso das empresas actualmente está totalmente vinculado à velocidade em que

as informações são assimiladas e pela rapidez em que são tomadas as decisões. Os

componentes que fundamentam a Tecnologia de Informação são os grandes

precursores desse sucesso.

Segundo REZENDE e ABREU (2000, p. 76), a Tecnologia de Informação está

fundamentada nos seguintes componentes:

Hardware e seus dispositivos e periféricos;

Software e seus recursos;

Sistemas de telecomunicações;

Gestão de dados e informações.


A união desses componentes eleva a potencialidade de actuação das empresas,

agregando valor de mercado e capacidade de gerir as informações de forma eficiente.

7.2.2 Os Estágios de Evolução da Tecnologia da Informação

Os computadores começaram a ser utilizados como ferramentas de apoio a gestão

das organizações a partir de meados da década de 50 e transformou-se, em pouco

tempo, num importante instrumento de mudanças nos processos empresariais e num

factor de ganho de produtividade, competitividade e de lucro.

A capacidade de usar computadores criativamente para colectar, organizar, distribuir e

controlar informações está determinando a diferença entre o sucesso e a

mediocridade em áreas de negócio que vão desde os bancos até o vestuário feminino,

só para citar alguns exemplos. Os computadores estão mudando o modo como se

fazem negócios, tornando-se rapidamente aliados indispensáveis no marketing, no

serviço ao consumidor, no desenvolvimento de produtos, na gestão dos recursos

humanos e até mesmo na planificação das acções estratégicas.

Desde meados de 1960, as empresas começaram a sofrer uma turbulência ambiental

ocasionada pelo avanço tecnológico em diversos segmentos, sendo o principal a

informática. A partir de 1970, as grandes empresas começaram a investir em

computadores que ofereciam mais agilidade ao andamento de suas actividades.

Segundo Nolan (apud REZENDE e ABREU-2000), a TI passa por uma sequência de

seis estágios de evolução:

 O estágio de iniciação representa o período de introdução das novas

tecnologias na organização com a visão de que estas facilitarão o serviço. Para

Rezende e Abreu (2000), esta fase actualmente é favorecida pelos adventos


de multimédia, Internet, intranets, etc., que introduzem as pessoas no uso dos

recursos da informática, quer por curiosidade, quer por status ou necessidade.

 No estágio de contágio as organizações, entusiasmadas com os novos

recursos, passam a introduzir mais Sistemas de Informação, é o estágio de

cultura de informações e informática na empresa.

 O estágio de controlo indica a preocupação da alta direcção com os custos e

benefícios dos SI passando então a controlá-los, neste estágio os clientes e

usuários estão contagiados pela possibilidade de utilização dos sistemas de

informação.

 No estágio de integração os Sistemas de Informação passam a sofrer

modificações, procura-se a integração dos sistemas. A gestão de dados

representa o estágio onde a informação passa a estar disponível a todos os

utilizadores. Neste estágio deve haver uma forte actuação do Gestor de

informações e sua equipe, sendo uma actividade fundamental para a

organização de todos os dados e informações da empresa. A elaboração da

actividade da administração de dados na empresa resultará na conclusão de

uma base de dados unificada, sem redundância de dados.

 No estágio final, o de maturidade, os SI encontram-se completamente

integrados. Nesse estágio, as funções de informática utilizam a nomenclatura

de tecnologia da informação. A unidade de informática passa a chamar-se

unidade de tecnologia da informação, utilizando conceitos mais modernos e de

efectivo suporte à empresa nos diversos níveis decisórios.

 O conhecimento pode ser chamado de sexto estágio de cultura de

informações e de informática na empresa. Esse conceito é mais abrangente

que o simples tratamento e uso da informação. Agora, o sentido da informação

é procurar adicionar para as empresas uma vantagem competitiva por meio

dos recursos da Tecnologia da Informação e do conhecimento.


O completo domínio dos dados e das informações conseguidas pelas empresas que

atingem o estágio da maturidade proporciona para as que estão atentas à

concorrência do ambiente externo e seus concorrentes a possibilidade de aproveitar a

informação na produção do conhecimento. A difusão das informações relevantes e

úteis juntamente com as melhores práticas da empresa, aprimorando o processo de

decisão e permitindo a disseminação do conhecimento dos especialistas para toda

empresa.

Portanto, a evolução do estágio da maturidade pode ser entendida como a gestão do

conhecimento, em que a tecnologia da informação é usada como ferramenta para

impulsionar o desenvolvimento das pessoas e das empresas.

Destaca-se ainda que, focalizando a evolução da Informática, ao longo dos anos,

percebe-se que o centro de gravidade dos sistemas evolui de uma estrutura rígida e

centralizada para uma arquitectura mais versátil, interactiva e, em muitos casos,

descentralizada. Os equipamentos estão se tornando ferramentas mais simples,

acessíveis e os Softwares estão integrando Tecnologia e Sistemas.

Apesar de ainda ser considerada por alguns como um fenómeno externo que se impõe

à empresa, o que se observa é que “a evolução da tecnologia está, na verdade,

alterando a natureza da competição entre as organizações”, Uma vez que a

organização internaliza novas tecnologias, especialmente em termos de tecnologias

de informação e telecomunicações, estas passam a alterar sua própria estrutura de

poder com uma crescente disseminação de informações, e sua habilidade em

desenvolver novos produtos ou serviços e atender novos mercados.

As principais características da Tecnologia da Informação actuais são:


 Sistemas Abertos: existe grande portabilidade de software e informações

entre as diversas plataformas de hardware, bem como interoperabilidade de

tecnologia alcançando a rede externa de valor.

 Inter conexão: as redes inter empresariais permitem comunicações e

compartilham recursos de tecnologia e informações.

 Computação distribuída: computadores ligados em rede, com a “inteligência”

distribuída próxima dos utilizadores.

 Tempo real: Uma imediata captação de informações e actualização de bases

de dados em tempo real, ou seja, no momento em que acontecem as

transacções.

 Processamento cooperativo: Neste caso o processamento de aplicativos em

ambiente cliente/servidor, explorando a capacidade de processamento em

todas as partes da organização e onde ela tenha alcance externo. Nas novas

estruturas organizacionais, as pessoas devem actuar em um ambiente de

cooperação.

o Protocolo de rede ponto-a-ponto: As redes são controladas por

protocolos que tratam os diversos dispositivos como pontos que se

comunicam com os outros de acordo com regras cuidadosamente

definidas. O conceito de compromisso ao invés do controle, com foco

na realização através de novos padrões de comunicação horizontal ou

diagonal.

 Rede global: a rede corporativa é a espinha dorsal da empresa, possibilitando

acesso aos recursos colectivos de informação, conforme seja apropriado, a

partir de qualquer lugar. Na empresa aberta, qualquer pessoa deve poder

comunicar-se e compartilhar informações com qualquer outra pessoa ou

equipe, por forma a atingir os objectivos da organização.


Dado o exposto, destaca-se que, a evolução da Tecnologia da Informação aponta para

uma mudança do foco nos aspectos operacionais da organização para os aspectos

estratégicos, tornando-se, cada vez mais, uma poderosa arma para obtenção de

ganhos competitivos. Sendo que, a Tecnologia da Informação representa um

importante factor de conquista de mercado, pois viabiliza processos, produtos e

serviços baseados em tecnologia de alta qualidade e baixo custo relativo e oferece

conforto, rapidez e personalização, fundamentais para um excelente atendimento.

7.2.3 Impactos da Tecnologia da Informação

A Tecnologia da Informação inovou o mundo dos negócios. Os processos

empresariais precisam ser dotados de confiabilidade, versatilidade, eficiência e

eficácia.

Os impactos causados pela Tecnologia da Informação podem ser analisados tanto em

nível micro, quanto macro. Em nível micro, seu foco pode ser direccionado, ao grupo e

à empresa em nível macro, pode-se focar economia na sua totalidade de consumo, o

mercado de trabalho e o ambiente em que insere a organização.

O debate sobre as relações e influências mútuas entre a tecnologia da informação e a

organização permeou toda a década de 90. Este tópico do trabalho contempla um

conjunto de “visões” de diversos estudiosos a respeito do impacto da tecnologia da

informação nas organizações, através das quais são focalizadas as perspectivas de

sua utilização como apoio ao desenvolvimento dos negócios.

Actualmente pode-se observar que a TI e seus recursos são vistos como ferramentas

de trabalho e como uma unidade departamental, moderna transparente e efectiva. E

suas actividades e responsabilidades podem ser disseminadas em toda a empresa. O


posicionamento da TI é de importância vital para a planificação estratégica. Para que a

TI atinja seu objectivo estratégico de competitividade, é necessário que a direcção de

TI tenha controlo e conhecimento do que eles estão a gerir.

A relação mais abrangente entre tecnologia e empresa e, portanto a mais forte relação

“causa e efeito” entre elas, é a natureza estratégica. A competência tecnológica

influencia as estratégias das empresas e tem influência directa nos sistemas e na

estrutura operacional, os impactos nos indivíduos dizem respeito a temores,

resistências, ajustamento e/ou enquadramento, desempenho e saúde ocupacional.

Uma nova tecnologia pode alterar a forma de uma empresa enxergar seu negócio, e a

partir daí, promover mudanças capazes de alterar a dinâmica concorrencial num

sector. É interessante assinalar que a nova tecnologia pode propiciar ganhos de

eficiência e redução de custos ou viabilizar novas maneiras de agregar valor ao cliente

em produtos/serviços oferecidos pela empresa.

7.2.3.1 Alguns impactos estratégicos que a TI pode criar:

 Provoca alterações na organização do processo de trabalho (trabalho se torna

mais abstracto, redução de tempo e espaço, disponibilização contínua do

conhecimento, novas formas de gestão do negócio);

 Viabiliza a integração entre as diversas unidades de negócio no nível da

organização e além de suas fronteiras (cadeia produtiva virtual). A

competitividade das empresas depende de uma boa interacção com

fornecedores e clientes, o que também pode ser obtido via TI;

 Altera a natureza competitiva de muitas indústrias (alianças estratégicas e

acordos cooperativos entre competidores, em que as empresas cooperam para

compartilhar recursos e serviços, adquirindo vantagem competitiva);


 Disponibiliza novas oportunidades estratégicas para as organizações

provocando uma avaliação e redefinição da missão, das metas, das estratégias

e das operações;

 Requer mudanças nas estratégias de gestão e na estrutura organizacional,

pressupondo mudança na cultura organizacional. (novas formas de

organização do trabalho, com novas políticas e estratégias de gestão e

estruturas mais enxutas). O novo modelo de empresa vitoriosa apresenta uma

tendência à diminuição do número de níveis hierárquicos e maior delegação de

poderes. Esta tendência pode ser potencializada com o uso de Tecnologia de

Informação.

Boar (2002), ressalta que, embora a tecnologia da informação ofereça ferramentas

sofisticadas para contornar os desafios de nossos tempos e configurar uma nova

organização, vibrante e bem-sucedida, ela também exige que se tome decisões de

aquisição sob incertezas e riscos cada vez maiores.

Rezende e Abreu (2000) alertam que, as novas tecnologias vão sempre provocar

mudanças no ambiente social da empresa. É difícil imaginar alguma inovação

tecnológica que possa ser introduzida sem provocar algum efeito. Os objectivos

perseguidos pelas organizações, ao adoptarem inovações tecnológicas, variam

bastante, mas em geral são de natureza aquisitiva. Além disso, a introdução de

tecnologias avançadas pode gerar uma incompatibilidade entre as habilidades

disponíveis e as habilidades exigidas, isso pode provocar um deslocamento de mão-

de-obra, com reflexos na divisão e na configuração do trabalho.

Na tentativa de compreender o papel estratégico e os impactos destas tecnologias nas

organizações, a Sloam School of Management (MIT – Massachussets Institute of

Technology) iniciou, no final da década de 80, um programa de pesquisa, cujos

resultados são apontados por Morton (apud MARCOVITCH, 1997), ao destacar que:
 As tecnologias de informação estão provocando profundas alterações na

organização do processo de trabalho, salientando que quanto mais a

organização é sustentada pelo conhecimento e informação, mais é afectada

pelos avanços tecnológicos;

 As tecnologias de informação viabilizam a integração entre as diversas

unidades do negócio e além das suas fronteiras, tornando os limites entre

organizações cada vez mais virtuais;

 As tecnologias de informação estão alterando a natureza competitiva de muitas

indústrias, como se pode observar nas formações de alianças estratégicas e

acordos cooperativos entre competidores para actuar em segmentos

específicos;

 As tecnologias de informação disponibilizam novas oportunidades estratégicas

para as organizações provocando avaliação e redefinição da missão, metas,

estratégias e operações, dada a possibilidade de acumulação de

conhecimentos e experiências;

 A introdução bem sucedida das tecnologias de informação requer mudanças

nas estratégias de gestão e na estrutura organizacional, o que pressupõe

mudança na cultura organizacional;

 Maior desafio a ser enfrentado pelos gestores é orientar as organizações no

sentido de alcançar as transformações necessárias para prosperar num

ambiente globalmente competitivo.

No entanto, estimar ganhos com a utilização da Tecnologia de Informação pode ser

uma tarefa extremamente difícil, por várias razões; principalmente, porque o impacto

do uso da TI na empresa pode ser mais profundo do que se espera. Pode-se citar

algumas das razões:


 Benefício real só poderá ser estimado muito tempo após a implementação do

sistema;

 Para se realizar uma medida real do ganho, os dados sobre o desempenho

devem ser obtidos antes da implementação da TI e comparados com os dados

obtidos após a implementação. Entretanto, raramente os dados antes da

implementação são obtidos o que dificulta a comparação;

 Factores externos à empresa (política económico, inovações tecnológicas etc.)

afectam directamente as medidas realizadas para a avaliação real do ganho;

 Diferente da redução de custo ou aumento de vendas, existem muitos outros

benefícios menos tangíveis da utilização da TI. Por exemplo, melhoria na

gestão do processo de tomada de decisão. Além do que foi descrito acima, o

proprietário e/ou gestor deve fazer uso da informação adquirida pelo S.I.. Só

assim, realmente, haverá uma informatização da empresa, gerando dados que

podem levar à melhoria do desempenho e não meramente a automação dos

processos.

O resultado positivo da introdução da TI em uma empresa, uma combinação de três

factores: tecnologia, organização do trabalho e crescimento. De certa forma, o

crescimento provocado pela simplificação das tarefas ou da absorção de certas

actividades pela máquina pode ser neutralizado pelo crescimento. A política de

reaproveitamento de pessoal cria condições para a absorção de indivíduos que se

tornaram redundantes em outras tarefas.

A empresa digital do século 21, como sendo uma empresa baseada em suas

capacidades de TI. Poucas estratégias comerciais podem ser executadas com

sucesso sem o uso superior dos recursos da tecnologia da informação. A TI precisa

estar alinhada com a empresa porque, cada vez mais, a TI é o mecanismo através do

qual a empresa se expressa.


CONTEUDO DA UNIDADE VIII

8. PROJECTO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO

8.1 Ciclo de Vida dum Projecto de SI

8.2 Procedimentos de projecto de sistemas

OBJECTIVOS DA UNIDADE VIII

No final da leitura desta unidade didáctica o estudante estará em condições de:

Definir um projecto de sistemas de informação.

Descrever os principais estágios do ciclo de vida de um projecto.

Descrever os principais procedimentos de elaboração de projecto de sistema


DESENVOLVIMENTO DOS CONTEUDOS

8. PROJECTO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO

Um projecto pode ser definido como um conjunto de actividades com objectivos

específicos ocupando um determinado período de tempo. É um conjunto de

actividades finitas, não somente em tempo mas também no uso de recursos.

O propósito do projecto de sistema de informação é responder a questão: como o

sistema de informação resolverá o problema?

O resultado do projecto de sistema é um projecto técnico que detalhe os dados de

saída e de entrada dos sistemas de informação e as interfaces com os usuários e

investidores, especifique hardware e software necessário.

Viabilidade de um Projecto de SIG pode ser analisada para a organização, para os

clientes, para os empregados, para o Estado e/ou para os financiadores.


8.1 Ciclo de Vida dum Projecto de SI

O projecto do produto deve levar em consideração que todo produto tem um ciclo de

vida, uns mais longos, outros mais curtos, outros ainda que já nascem com data

prevista para ser retirados do mercado, isto é, com morte prevista. É o conceito de

obsolescência planeada, o que se constata é que se torna cada vez mais curto tal ciclo

de vida, forçando as empresas a uma dinâmica e flexibilidade cada vez maiores.

Há quatro estágios no ciclo de vida de produto/serviço que são:

(1) Introdução - é a fase inicial da vida do produto, caracterizada por baixo volume

de vendas, baixo volume de produção, pedidos sob encomenda e sob medida,

produção em pequenos lotes. Muitos produtos não passam dessa fase.

(2) Crescimentos - o produto começa a firmar-se no mercado, aumenta a demanda

e alteram-se os processos produtivos. A empresa procura obter maior volume

de produção através da padronização de partes e componentes,

automatização de processos, linhas seriadas, fabricação para stocks, etc.

(3) Maturidade - há estabilização na demanda e nos processos industriais.

Geralmente o produto já atingiu alto grau de padronização.

(4) Declínio - demanda decrescente. O produto passa a perder participação no

mercado. A empresa deve decidir entre retirá-lo da linha de produção e esperar

que ele tenha morte natural.

P
Introdução Crescimento Maturidade Declínio T

Figura 3 : Ciclo de Vida do Produto

P – Produtividade, T - Tempo

Os projectos de SI ganharam uma nova dimensão com o desenvolvimento das

tecnologias de informação (lembrem-se da construção da pirâmides do Antigo Egipto).

Enquanto no passado um projecto poderia durar anos, décadas ou mesmo séculos,

hoje, no âmbito dos sistemas de informação, querem-se projectos de implementação

cada vez mais rápida, mais pré-configurados e de menor custo. As empresas

encontraram-se a abdicar deliberadamente da qualidade e da compreensão dos novos

sistemas, em favor de uma rapidez pouco justificada, a não ser pelos pretensos

menores custos de consultoria.

As implementações tornaram-se cada vez mais rápidas, realizadas por equipas cada

vez menos experientes, não só porque a escassez de recursos a isso obrigou, mas

também porque se “vendeu” experiência inexistente encoberta por certificações de

dúbia qualidade. Infelizmente, esta situação começou a gerar cada vez mais questões

sobre a qualidade dos projectos realizados, sobre a sua real mais valia económica.

Surgem as primeiras queixas e lamentações sobre a existência de processos que não

funcionam, sobre a incapacidade de dominar o sistema, sobre a invisibilidade do

retorno de investimentos vultuosos, etc. As empresas começaram a aperceber-se que

um projecto de implementação de um novo sistema poderia estar a pôr em risco o seu

negócio e com isso a sua sobrevivência futura.


Como exemplo, veja-se o caso de um importante grupo económico nacional que hoje

defronta variados problemas ao nível dos seus sistemas de informação. Mesmo

pressionado pela problemática do ano 2000, atrasou muito a decisão de compra de

um “package” de aplicações de software. Quando a decisão foi tomada e o

implementador escolhido não restava muito tempo. A pressão sobre as equipas de

projecto foi enorme. A formação diminuta. A capacidade e rapidez de decisão “em

velocidade de execução” pouca. A rapidez, a falta de experiência na liderança de

grandes equipas de projecto e o pouco tempo deixado para actividades de análise e

tomada ponderada de decisões sobre processos concretos de negócio, poderão ter

colocado este grupo numa má posição económica, que ainda hoje se reflecte na sua

cotação bolsista. Mas este é só um exemplo, nem sequer é original, existem muitos

outros.

Este facto revela que muitas empresas tenderam a “esquecer-se” que, actualmente,

um sistema de informação não é só o sistema de suporte ao negócio mas também o

seu principal dinamizador e potenciador, e que um sistema é composto por várias

entidades - pessoas, processos, tecnologias e estratégias.

Em cada organização, é fundamental interiorizar (“embeber”) a operação de um

sistema de informação. A relação pessoa - aplicação (de software) é de capital

importância no sucesso de um projecto. É esta relação que, quando bem interpretada,

permite a verdadeira reengenharia de processos de negócio. Nunca nos devemos

esquecer que um sistema de informação é, só, uma ferramenta de produtividade

empresarial. O seu verdadeiro valor reside nas pessoas que o utilizam e potenciam.

Quanto melhor a sua formação (eu escrevi melhor, não maior), melhor será a sua

compreensão, e mais valor acrescentado poderá ser extraído de um novo sistema.


Sim, os projectos de implementação devem ser rápidos porque a concorrência a isso

obriga, mas nunca deve ser descurada a relação pessoa – aplicação – processo. E

esta relação não é só interna à organização. Deverá existir também com entidades

“exteriores”. Os consultores que implementam projectos não podem manter uma

filosofia de “toca e foge”. A estabilidade nas relações empresariais entre consultores e

empresas clientes é de fundamental importância para a transferência, manutenção e

optimização do conhecimento adquirido por todas as entidades participantes num

projecto de implementação de sistemas de informação.

8.2 Procedimentos de Projecto de Sistemas

O projecto de sistemas para o desenvolvimento de sistemas de processamento de

dados computadorizados envolve cinco procedimentos ou actividades mais

importantes. Geralmente envolve cinco procedimentos a seguir ilustrados:

Execução e avaliação de viabilidade

Preparação do projecto detalhado do sistema

Preparação de relatório de especificações do sistema

Apresentação de relatório de especificação de sistema a

fornecedores

Selecção da proposta de fornecedores


Execução e avaliação de viabilidade é um tipo de levantamento de sistema pelo

qual os consultores tentam determinar se é prático para a empresa a conversão do

sistema em vigor para outro mais ideal.

O exame de viabilidade envolve cinco áreas:

i. Viabilidade técnica – esta fase é tipicamente executada pelos especialistas em

informática cujo objectivo visa a compreensão minuciosa da tecnologia de

informação.

ii. Viabilidade operacional – esta área avalia como cada sistema proposto

afectará o ambiente operacional existente na empresa. Esse ambiente inclui o

pessoal actual e as muitas actividades funcionais executadas por esses

funcionários.

iii. Viabilidade de programação – o cronograma que leva a operacionalização do

sistema deve espelhar o real interesse da organização.

iv. Viabilidade jurídica – essa fase se preocupa em verificar se haverá qualquer

conflito entre o novo sistema proposto e as obrigações legais das empresas.

v. Viabilidade económica – nesta fase faz-se uma análise de custo-benefício em

que consiste numa análise da eficiência do sistema em relação ao custo ou

seja uma relação onde se espera que as vantagens previstas excedam os

custos previstos.
Preparação do projecto detalhado do sistema – os consultores ou especialistas

preparam detalhadamente os requisitos do projecto proposto, onde se explica o que o

sistema precisa produzir. Os principais detalhes do sistema tem estão relacionados

com os processos, elementos de dados, estrutura de dados, entradas e saídas,

limitações e controlos.

Preparação de relatório de especificações do sistema – é um tipo de pedido de

proposta que solicita, em essência, aos fornecedores de computadores que

apresentem propostas concorrenciais para um sistema. Nesse relatório deve constar a

informação de base histórica e actual sobre as actividades operacionais da empresa,

descrição detalhada das propostas de projecto de sistema, cronograma de

implementação do novo sistema, etc.

Apresentação de relatório de especificação de sistema a fornecedores – esta

fase consiste na submissão das especificações do sistema aos fornecedores.

Selecção da proposta de fornecedores – após as reuniões realizadas com todos os

fornecedores, o comité director pode decidir adquirir seu sistema de um ou mais

fornecedor (tal situação acontece quando apenas um único fornecedor não consegue

satisfazer todas as específicações).

Bibliografia

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DO AMARAL, Luís Alfredo Martins e VARAJAO, João Eduardo Quitela, Planeamento

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QUINTELA, João E., A Arquitectura da Gestão de Sistemas de Informação. FCA

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LAUDON C. Kenneth e LAUDON, Jane Price, Essentials of Management

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uma abordagem gerência, tradução da 6a Edição norte americana, Thomson Editora,

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