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1.

1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS (SIC)

Antes de iniciarmos os Sistemas de Informações, precisamos entender o que são


informações. Conforme Padoveze (2019), a informação é o dado processado de forma a
ser entendido pelo receptor, e a transferência de informação é a comunicação.
Silva (2014) complementa que quanto à utilização das informações "para o sucesso
das organizações, qualquer que seja o seu porte ou ramo de atividade, depende, cada vez
mais, de informações". Logo, para termos a informação, é importante que se perpasse um
processo de entrada dos dados, processamento, e a saída, a qual seria o resultado. Então,
por que informações são importantes? De forma simples, para subsididar decisões.

Se o sistema de informação como um conjunto de recursos humanos,


materiais, tecnológicos e financeiros, agregados segundo uma
sequência lógica para o processo dos dados e tradução em informações,
para com seu produto, permitir às organizações o cumprimento de seus
objetivos principais
(SOUZA, 2011, p. 5).

Tratando-se ainda do conceito de informação, para Rezende (2010), a


informação é um recurso efetivo e inexorável para elas, principalmente quando
planejada e disponibilizada de forma personalizada, com qualidade inquestionável
e, preferencialmente, antecipada para facilitar as decisões. Ou seja, entende-se que as
empresas geram diversas informações diariamente, as quais, quando organizadas e
estruturadas, facilitam a utilização para a tomada de decisão.
Cabe destacar que cada organização poderá ter uma forma única de organizar o
fluxo de informações. Há problema? Se a forma de organização das informações (o fluxo
de informações) está atendendo às necessidades dos usuários, não há problema. Tanto
que periodicamente é necessária uma revisão da utilização dos sistemas, pois algumas
alterações podem ser exigidas no decorrer de processos.
Quanto à tomada de decisão, é importante relembrar: "Tomar uma decisão é algo que
não pode ser considerado como fato isolado, deste decorre uma série de acontecimentos,
de caráter sequenciado, tendo como desencadeador a decisão tomada" (SOUZA, 2011).

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Com base nisso, para que as informações sejam utilizadas, é preciso observar alguns
critérios, os quais qualificam as informações para a correta utilização.
Padoveze (2019) cita alguns requisitos que devem ser preenchidos, para que a
informação seja considerada utilizável:
Conteúdo;
• Precisão;
• Atualidade;
• Frequência;
• Adequação à decisão;
• Valor econômico;
• Relevância;
• Entendimento;
• Confiabilidade;
• Oportunidade;
• Objetividade;
• Seletividade;
• Relatividade;
• Exceção;
• Acionabilidade;
• Flexibilidade;
• Motivação;
• Segmentação;
• Consistência;
• Integração;
• Uniformidade de critério;
• Indicação de causas;
• Volume;
• Generalidade etc.

Assim, uma boa informação será vista como uma base para uma tomada de decisão
mais assertiva, sendo ela tempestiva e fidedigna, advinda de uma boa comunicação
interna.

A boa informação deve ter algumas características para que possa ser
interpretada corretamente, dando apoio à tomada de decisão através
dos relatórios gerenciais e legais como: conteúdo e consistência, para

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quando processada garanta bons relatórios; precisa e confiável, para
que não haja dúvidas quanto a sua veracidade; atual, para que não
haja distorções; valor econômico, pois poderá ser melhor mensurado,
orientado a melhorar a viabilidade dos recursos empregados;
objetividade e indicação das causas, para que os relatórios retratem a
real situação do fato que gerou (SOUZA, 2011, p. 5).

Entretanto, também devemos destacar que as informações possuem valor, o qual


está mais relacionado a reduzir possíveis impactos negativos na tomada de decisão.
Isso significa que informações úteis consequentemente reduzirão riscos ou até mesmo
impactos, como perda de dinheiro, já que a decisão tende a ser mais precisa.
Conforme Barros (2005), deve-se valorizar mais a qualidade das informações do
que propriamente a quantidade. Com isso, o autor ressalta que a informação deve ser
utilizada, apenas se atender às necessidades do usuário, e a sua utilidade pode variar
conforme o usuário.
Basicamente, o referido autor apoia a ideia de que se pode usar a informação de
formas distintas, dependendo do usuário, devendo ela ser declarada quanto à forma
como foi criada e a quais usuários será útil. Além disso, para Souza (2011): "a informação
nasceu para guardar memória dos fatos passados, mais do que nunca, ela avança em
direção ao futuro, na busca por se antecipar às decisões e visando resguardar eminentes
riscos".
Com esse apontamento, a informação também deve ser considerada tanto para
os usuários internos da organização (funcionários, investidores) quanto para a parte
externa, sendo os órgãos fiscalizadores possíveis investidores ou comunidade em geral.
E as informações também podem variar quanto à divulgação, sendo algumas exigidas por
lei e outras não.
Anteriormente, citamos que a empresa utiliza informações internas e externas,
por isso ela também precisa atender a diferentes usuários da informação, isto é, aos
interessados nela, sejam eles gerentes, CEOs, possíveis investidores, órgãos fiscalizadores
e profissionais, os quais acompanham as empresas pela divulgação de informações que
ela disponibiliza.
Quanto à divulgação voluntária, este pode ser um ponto de discussão, no qual
empresas que divulgam informações, além das exigidas por lei, podem demonstrar
maior transparência, utilizando-as como um recurso para atrair novos investidores,
fornecedores e clientes. Uma vez que precisa atender necessidades de diferentes usuários,
a empresa deve estruturar seus sistemas, de modo que consiga atender as demandas

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internas, como melhoria na comunicação de processos, e informar ao público externo o
seu crescimento e alcance de metas, visando a novos investidores, por exemplo.
Com base nisso, cabe destacar a utilização das informações. Primeiramente, vamos
nos basear na parte interna, entendendo como os sistemas que carregam, organizam
e estruturam nossas informações podem ser úteis, se bem estruturados dentro das
organizações.
Conforme Bomfim, Souza e Alves (2016), os sistemas de informação são capazes
de aumentar a velocidade no processo de tomada de decisão, justamente por coletarem,
processarem, analisarem as informações a partir de um objetivo, consequentemente
tomando as decisões mais assertivas. Além disso, complementa Barros (2005, p. 110)
que "os sistemas contábeis das empresas foram desenhados para atender à tomada
de decisões e às necessidades dos administradores em controlar o patrimônio sob sua
responsabilidade".
No entanto, é importante destacarmos o que é um sistema e seus componentes. Para
Padoveze (2019 ), um sistema é composto por um conjunto de elementos interdependentes,
ou um todo que age de forma organizada, ou várias partes que interagem formando um
todo. Assim, para entendermos o funcionamento de um sistema, precisamos considerar
todas as interrelações e o contexto, no qual se inserem, como podemos observar na
Figura 1.

Entradas Processamento Súdas

Figura 1 - Caracterização e Funcionamento de um Sistema.


Fonte: Padoveze (2019).

A partir da Figura 1, é possível observarmos como funciona um sistema básico


de informações. Quanto ao setor contábil, temos o lançamento dos dados (que seriam
as entradas), e depois o processamento, o qual pode ser feito por meio do software
(automático) ou manual. A partir daí, emitimos nossos relatórios (que seriam as saídas)
e o produto do nosso trabalho, que consequentemente será utilizado como base para a
tomada de decisão.
Contudo, aqui é importante fazermos um contraponto. Segundo Oliveira (2018),
grande parte dos problemas relacionados ao processamento de dados são, na realidade,
problemas que decorrem de deficiências da administração da empresa. Isso nos leva a
refletir que o processamento de dados pode ser visto como um subsistema de informação,

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dependendo de como é desenhado o sistema de gestão da empresa, para o processamento
servir de suporte.
Todos os dados inseridos no sistema, escriturados pela contabilidade no decorrer
do processamento, serão transformados em informações. Explica Padoveze (2019) que "é
o registro puro, ainda não interpretado, analisado e processado". Tudo o que é escriturado
no contábil, no fiscal, nos recursos humanos, no societário, parte de um dado para uma
informação: é a partir daí que temos uma entrada.
Em relação aos sistemas de informação, também vale ressaltar que eles vêm
passando constantemente por mudanças, tanto para acompanhar o avanço da tecnologia
quanto para satisfazer as necessidades dos usuários. Conforme Hurt (2014), quando um
sistema de informação contábil é bem projetado, ele possibilita a melhoria na tomada de
decisões dentro das organizações, inclusive no que se refere aos elementos da estrutura
conceituai do Financial Accounting Standards Board (FASB). O autor ainda comenta que
o FASB desenvolveu uma estrutura conceituai no fim dos anos de 1970, com o intuito de
criar um guia para o desenvolvimento de princípios contábeis no futuro.

SAIBA MAIS
A título de curiosidade, o FASB é uma organização sem fins lucrativos, criada
nos Estados Unidos, com sede em Norwalk, cujo intuito é de padronizar procedi­
mentos de contabilidade financeira de empresas de capital aberto e não governamentais.
Acesse: https://www.fasb.org/home.

Desse modo, a contabilidade já pode ser considerada como um sistema de


informação, dado que, dentro da empresa, há a necessidadede de extrair dados, processar,
armazenar e distribuir as informações aos usuários.

As estratégias de software devem estar alinhadas com os objetivos


organizacionais, com as estratégias da organização e com as estratégias
e o modelo de gestão da unidade da tecnologia da informação
(REZENDE, 2016, p.104).

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De acordo com Atkinson (2015), "os detalhes sobre como fazer planejamento
estratégico e o tipo de informação e análise que os estrategistas usam para selecionar uma
estratégia particular são cobertos nos cursos de estratégia". Portanto, todo o desenho e
o funcionamento do software devem estar alinhados ao que a empresa busca alcançar,
seus objetivos na utilização desta ferramenta para facilitar o processo.
Além disso, também é necessário que o ambiente de um sistema seja levado em
consideração, pois o mesmo pode influenciar na organização e diretamente em cada
departamento. A decisão de utilizar um software, além da organização dos processos está
atrelada ao controle do patrimônio. Enfim, a contabilidade deve estar alinhada com os
sistemas, para que possa realizar suas operações corretamente!
Oliveira (2005) destaca que o ambiente de um sistema se trata do conjunto de
elementos que não pertencem aos sistemas, mas são capazes de realizar alterações
em seus elementos, o que consequentemente também pode alterar o sistema, isto é, o
ambiente influencia altamente a organização e as informações. Ele pode ser definido
pelo ambiente externo (macroambiente) e pelo ambiente interno (microambiente).
Complementa Souza (2011) que "o tempo passou e as necessidades passaram a ser outras,
assim a Contabilidade sofreu modificações, buscando adaptar-se ao cenário real e ao seu
aprimoramento para melhor atender aos usuários".
Sobre o micro e o macro ambiente, sabe-se que estes dois tipos de ambientes
possuem diferentes interessados nas informações, ou seja, diferentes usuários
das informações. Com isso, os sistemas devem estar adaptados a atender tanto as
necessidades do micro quanto as do macro ambiente. "Mudanças relevantes e mesmo
bruscas no macroambiente demandam ajustes, para que a gestão das entidades possa se
desenvolver de maneira adequada" (FREZATTI et al.,2012).
Você deve estar se perguntando: Qual a finalidade dos Sistemas de Informação?
É necessário compreender que as empresas precisam estar preparadas para enfrentar
distintos problemas para a continuidade de suas atividades. Tais problemas podem ser
tanto relacionados ao micro quanto ao macroambiente. Basicamente, o desenvolvimento
de sistemas é uma das ferramentas utilizadas para auxiliar na solução destes problemas.
Mais do que isso, os sistemas de informação atuam como mecanismos que auxiliam no
dia a dia da organização e também facilitam o crescimento e a continuidade da mesma.
Você consegue perceber a importância de se ter um sistema de informação
adequado? Todas as tomadas de decisão se baseiam em informações, e se há problema
no desenho dos sistemas ou dificuldade no atendimento às necessidades dos usuários,
para que seria utilizado um sistema? Os sistemas vêm com o intuito de agregar valor às
organizações, melhorar os processos internos e auxiliar na tomada de decisão.

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É imprescindível ressaltar que os relatórios direcionados aos usuários
internos não poderão apresentar os mesmos fundamentos e mesma
estrutura, já que os objetivos desses analistas são diferentes. Com o
intuito de atender a esses diferentes objetivos é que a Contabilidade
apresenta enfoques diferentes, como a Contabilidade Gerencial e a
Contabilidade Financeira (BARROS, 2005, p. 107).

Essas informações servem como base, subsídio para a tomada de decisão,


representando um conhecimento. Expõe Silva (2019) que o conhecimento é a consciência
e a compreensão de um conjunto de informações, e os modos como elas podem ser úteis
para apoiar uma tarefa específica, ou para chegar a uma decisão. Logo, o conhecimento é
gerado a partir do processamento de dados, em informações, as quais são interpretadas
e se caracterizam por um conhecimento sobre determinado assunto, tema ou tópico. É
importante os dados que alimentam os sistemas estarem corretos e atualizados, a fim de
que toda a tomada de decisão se baseie em dados que são processados, transformados
em informação e sirvam como base, como conhecimento.

1.2 MODELOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Como visto no tópico anterior, os sistemas de informação contábil servem como


principal base de informações para a tomada de decisão. Segundo Souza (2011):

O sistema pode ser entendido como uma entidade que possui mais
de um componente, os quais se integram para chegar a um objetivo
comum; em processamento de dados, o sistema pode ser entendido
como um conjunto de equipamentos, que podem ser mecânicos,
eletrônicos ou ainda como um conjunto de programas (planos e normas
técnicas) (SOUZA, 2011, p.5).

Dito isso, existem modelos de informação que são capazes de apresentar o


"caminho" da informação, dentro das organizações por onde ela perpassa. Deste modo,

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serão abordados três modelos de sistema de informação que são aplicados com mais
sucesso nas organizações.

Apesar das limitações que os modelos apresentam na caracterização


de qualquer sistema, a grande vantagem de seu uso reside no fato de
que eles propiciam um quadro de referências, a partir do qual se pode
desenvolver uma análise e se ter uma visão abrangente do objeto em
estudo (OLIVEIRA, 2018, p.129).

Refletindo sobre o ponto destacado por Oliveira, os modelos de sistemas, apesar


de serem adaptados às necessidades da empresa, apresentarão limitações, porém as
vantagens serão maiores. E mais que isso: as complexidades do ambiente econômico
e o crescimento das organizações têm dificultado a gestão dos negócios, demandando
informações cada vez mais claras, oportunas e relevantes, capazes de embasar o processo
de decisão.
Por meio dos modelos, é possível termos o que o referido autor chama de
referência, isto é, a partir de uma estrutura pronta, realizamos os ajustes necessários para
adaptabilidade tanto da estrutura da empresa quanto ao atendimento das necessidades
dos usuários. Para tanto, segundo Frezatti et al. (2012), o sistema de informações
desenvolvido deve ser dinâmico, no que se refere à atualidade, à flexibilidade, à amplitude
e à diversificação.
Nesse ponto, destaca-se que a estrutura da organização também é importante para
a decisão de qual modelo é mais interessante para ela, dada a sua estrutura. Por exemplo,
se temos uma empresa mais flexível, com a tomada de decisão mais descentralizada, com
processos horizontais, será que faria sentido termos um modelo convencional? Mas, e se
pensarmos na dinamicidade quanto aos níveis hierárquicos da empresa, sendo que uma
empresa orgânica, com um modelo mais flexível não possui um modelo de hierarquia?
Portanto, antes da escolha do Modelo de Sistema, é necessário entender como a
organização é estruturada, como é o desenho dos controles dentro dela e como funciona
o fluxo de informações, a fim de que, a partir daí, possa-se evoluir, decidindo qual o
modelo mais adequado.

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PARA REFLETIR
Você acredita que todo tipo de informação é interpretado da maneira correta?
Temos inúmeros exemplos de erros e fraudes, principalmente na área de auditoria.
Mas o que eu quero dizer com isso? Basicamente, que a informação precisa estar o mais "limpa"
e direta possível, para não gerar dupla interpretação!

Em vista disso, Souza (2011) afirma que "dentre os diversos desafios, destaca-se o
de gerir com qualidade e eficiência os recursos postos a sua disposição. O sistema deverá
apresentar a resposta em tempo hábil, sem desvios e mais próxima possível da realidade
a que se propõe". Ressalta-se, assim, a importância de os modelos serem adaptados,
conforme as necessidades das empresas. Embora eles possuam uma estrutura, devem
ser adaptados para a utilização na empresa, com maior otimização de tempo e recursos.
Na sequência, estudaremos alguns modelos disponibilizados pelo mercado.

1.2.1 Modelo Convencional de Sistema de Informação

Para entendermos como a informação transita dentro das organizações, podemos


citar os três modelos mais utilizados, com base em Rezende (2010).
O Modelo Convencional apresenta como principal característica as ligações entre
níveis ou tipos de informação e os níveis hierárquicos da empresa, de forma a estabelecer
uma relação nos sentidos vertical e horizontal. O principal foco é auxiliar os gestores
com informações tanto de nível operacional quanto gerencial e estratégico. Para melhor
visualização, a Figura 2 apresenta um esboço do funcionamento do Modelo Convencional.

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Níveis Níveis ou Sistemas de Informação
Hierárquicos Tipos de Informação Sinergia

Alta Macrorrelacionadas
Adminis raçã (MAIE)
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Base de Dados das Funções


Organizaci nais
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Figura 2 - Modelo Convencional de Sistemas de Informação.


Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Rezende (2010).

Na Figura 2, identificamos que, para cada nível hierárquico e de informação, tem-se


um Sistema de Informação, por exemplo: o SIE (Sistema de Informações Estratégicas); o
SIG (Sistema de Informações Gerenciais) e o SIO (Sistema de Informações Operacionais),
e cada um atende a um nível específico da hierarquia. Entretanto, todos partem da base
de dados das funções organizacionais. De forma complementar, Oliveira (2018, p.129)
denota que o também chamado modelo básico "é a representação abstrata e simplificada
de uma realidade em seu todo ou em partes".
Sobre o Sistema de Informação Gerencial, é possível entender que ele dá suporte
ao planejamento, controle e organização da empresa, compilando as informações por
meio de subsistemas e buscando integrar e gerar informações que auxiliem no processo
decisório. Ainda, sabe-se que um número expressivo de empresas não possui a capacidade
de avaliar, em termos monetários, os benefícios gerados por um Sistema de Informação
Gerencial, mas algumas das vantagens são de suma importância para o atendimento e a
utilização deles.
Sobre os benefícios, podemos citar a redução em custos de operações, melhoria nos
controles e mais organização entre os departamentos, uma vez que, de forma individual
ou em conjunto, auxiliam na potencialização dos resultados da empresa. Os resultados
podem estar atrelados ao valor da empresa, aumento do nicho de mercado, distribuição
de dividendos, entre outros, desde que estejam sempre alinhados.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Além disso, existem níveis de abrangência dos Sistemas de Informações Gerenciais,
como apontado por Oliveira (2018). Inicialmente, destaca-se o nível corporativo, que
se referente ao sistema de informação do negócio ou do grupo de negócios em que a
corporação atua, ou poderá atuar. Já o nível de Unidade Estratégica de Negócios pode
englobar mais de uma empresa de uma mesma corporação.
O nível de empresa tem a abrangência de uma instituição atuando de forma
interativa com o seu ambiente. Por que é importante conhecermos estes níveis? De
forma simples, para compreendermos os tipos de informações exigidas por eles, para
que possam ser atendidas as necessidades.

1.2.2 Modelo Dinâmico de Sistema de Informação

Como já sinaliza o nome, e seguindo a abordagem de Rezende (2010), este modelo


veio com o intuito de substituir o modelo convencional, trazendo uma maior interação
entre as informações, com maior dinamicidade. Aqui, eliminam-se os níveis hierárquicos
do sistema. Observe a Figura 3.

Níveis Hierárquicos Níveis ou Uso Sistemas de Informação Sinergia


de Informação
Alta Macrorrelacionadas
Administração (MAIE)

Co� o Gestor EmGmpos


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Base de Dados das Funções


Organizacionais

Figura 3 - Modelo Dinâmico de Sistema de Informação.


Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Rezende (2010).

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No modelo dinâmico, destaca-se que não há mais níveis hierárquicos do sistema,
o que o deixa mais funcional, facilitando a utilização das informações geradas por mais
de um nível hierárquico e de uso. Ou seja, aqui é possível observar que há uma maior
dinamicidade entre as informações, podendo até gerar uma integração entre elas.
Um exemplo para utilização deste modelo é uma empresa que se estruture de forma
orgânica, a qual possui uma tomada de decisão mais descentralizada, um nível maior de
autonomia entre os departamentos e não tem bem delineada uma estrutura hierárquica
(de subordinação).

1.2.3 Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação

O Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia de Informação (TI) é


atualmente bastante atrativo, dadas todas as necessidades, facilidades e funcionalidades
apresentadas por ele. Rezende (2010) aponta que a tecnologia da informação possibilita
o melhor aproveitamento das informações, de forma oportuna e personalizada. Para
entendermos melhor este modelo, observemos a Figura 4.

Níveis Hierárquicos Níveis ou Uso Sistemas de Informação Sinergia


de Informação
Informações
Alta Macrorrelacionadas Oportunas
Administração (MAIE)

Corpo Gestor Em Grupos

Corpo Técnico

Base de Dados das Funções


Organizacionais

Figura 4 - Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação (TI).


Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Rezende (2010).

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Atualmente, o modelo que parece ser o mais robusto, atendendo melhor as
necessidades da contabilidade, tanto gerencial quanto financeira, perpassa pelo Modelo
de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação. Isso porque os softwares
de contabilidade estão se adaptando a captar informações de outras áreas, bem como
concatenar informações do meio externo para dentro das organizações.
Trazendo a importância dos sistemas de informações para o Curso de Ciências
Contábeis, sabe-se que a contabilidade registra as atos e fatos que alteram o patrimônio
da empresa, e ela precisa de dados para alimentação dos sistemas, processamento
e as saídas, que seriam os relatórios. Com base nisso, a função do contador quanto à
escrituração dos fatos é fundamental. Por meio de todo o fluxo de informações, é possível
aplicar métodos de análise. Assim, a contabilidade busca registrar e controlar tudo que
ocorre de alteração no patrimônio.
Para Padoveze (2019 ): "A ciência contábil traduz-se naturalmente dentro de um
sistema de informação. Poderá ser arguido que fazer um sistema de informação contábil
com a ciência da contabilidade é um vício de linguagem, já que a própria contabilidade
nasceu sob a arquitetura de sistema informacional".

1.3 ELEMENTOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Antes de adentrarmos no assunto dos elementos que compõem os sistemas de


informação, faz-se necessário destacar que, conforme Oliveira (2018), existem duas
situações extremas que devem ser consideradas quanto aos sistemas de informações
gerenciais e o uso de tecnologia da informação.

Empresas em que a informática se situa como uma intrusa, causando


muito mais problemas e conflitos às empresas do que as soluções
esperadas; ou
Empresas que possuem a informática totalmente integrada aos
seus objetivos, que a utilizam na melhoria da eficiência e eficácia
organizacionais e que consideram a informação como importante
ativo, não só para as atividades operacionais e de controle, mas como,

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
principalmente, para suporte das decisões táticas e estratégicas
(OLIVEIRA, 2018, p.146).

A partir da colocação supramencionada, há uma dependência de como a empresa


opta por utilizar a informática e a tecnologia no seu dia a dia. Isso quer dizer que existem
empresas, as quais ainda escolhem não utilizar os recursos tecnológicos tão fortemente.
Se considerarmos o cenário atual, a utilização da informática dentro da organização
possui mais pontos positivos do que negativos, podendo ser vista como investimento,
além de facilitar e otimizar o tempo operacional, possibilitando mais tempo para análise
e tomada de decisão. E também, conforme Souza (2011) pelo ambiente econômico social
se apresentar como dinâmico e complexo.
Assim, sobre um sistema (como pôde ser observado), temos um conjunto de dados
que, ao serem alocados, transformam-se em informações e depois servem como base
para a tomada de decisão, ou auxiliam nela. Também vimos que existem usuários, os
quais precisam de informações específicas, por isso as informações podem servir tanto
para os usuários internos quanto para os externos.
Perceba que cada departamento dentro de uma organização fornece um tipo de
informação, sendo o modelo de estrutura da organização e o desenho dos sistemas os
responsáveis pela ligação destas informações. Os usuários alimentam os sistemas com os
dados, os quais são processados, transformados e resultam nas saídas, que são as bases
para a tomada de decisão.
Para tanto, conforme destaca Gonçalves (2017), os sistemas de informações
precisam de três elementos básicos para gerarem informação e auxiliarem na tomada de
decisão e resolução de problemas, sendo eles: pessoas, processos e tecnologia.
A partir da perspectiva das pessoas, denota-se que são todos os colaboradores, so
quais integram a empresa. Os processos se definem como a maneira pela qual se realiza
uma operação, e a tecnologia é toda a parte ferramental computacional de apoio e suporte
para as pessoas e as organizações, com o intuito de atender as necessidades. Para melhor
visualização, observemos a Figuras:

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Estratégia

Tecnologia Processos

Pessoas

Figura 5- Elementos Básicos dos SI.


Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Gonçalves (2017),

Esses elementos fazem parte dos sistemas e informações. Isso quer dizer que
tanto a tecnologia quanto o delineamento dos processos e atuação das pessoas dentro
da organização são estruturados de forma estratégica, para atender as necessidades de
informações dos usuários e para o andamento dos processos. Fica fácil percebermos que,
em um sistema de informação, tais elementos precisam estar alinhados, a fim de que
também os processos, aliados à tecnologia e às pessoas, estejam estruturados de forma a
identificar uma estratégia para o alcance das metas.

SAIBA MAIS
O estudo de Jacomossi e Silva (2016) investigou como a percepção dos gestores
sobre a incerteza do ambiente pode influenciar no uso de sistemas de controle ge­
rencial em uma instituição de ensino superior. Os resultados apontaram que a incerteza de estado,
do efeito da resposta influenciam o uso dos sistemas de informação gerencial. Isso quer dizer que,
dependendo do nível de incerteza, há uma diferença no uso das técnicas de controle gerencial.
Fonte: JACOMOSSI, Fellipe André; DA SILVA, Márcia Zanievicz. Influência da incerteza ambien­
tal na utilização de sistemas de controle gerencial em uma instituição de ensino superior. REGE­
-Revista de Gestão, v. 23, n. 1, p. 75-85, 2016.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo Marion (2017), o sistema de informação é composto por um conjunto
de dados, em que foram utilizadas técnicas de articulação, ajustes e também a edição
de relatórios. É com base no registro das atividades realizadas pela empresa que se
busca o controle, a informação e os sistemas responsáveis por fazer as operações serem
comunicadas, o que consequentemente auxilia na manutenção dos processos. Além
disso, os sistemas de informações permitem algumas ações dentro da empresa, como
destaca o autor:
a. tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível
de relevância e o mínimo de custo; e
b. dar condições para, por meio da utilização de informações
primárias constantes do arquivo básico, com técnicas derivadas da
própria contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de
exceção para finalidades específicas, em oportunidades definidas
ou não (MARION, 2017, p.2).

Dessa forma, os sistemas buscam melhorar o fluxo de informações e também a


manutenção dos processos, daando continuidade a eles. A utilização das informações
visa subsidiar as ações tomadas, justificar os processos, além de dar maior transparência
aos procedimentos realizados tanto internamente quanto no que se refere à prestação de
contas para usuários externos.

SAIBA MAIS
Leia um pouco mais sobre o uso das informações contábeis na tomada de
decisão de pequenas empresas, disponível em: http://www.ufrgs.br/gianti/files/
artigos/2008/2008_232_AMS_HF_RAUSPe.pdf.
Após a leitura é possível evidenciar que há uma distância entre os contadores e pequenos
proprietários, dificultando a adequada gestão.
Fonte: STROEHER, Angela Maria; FREITAS, Henrique. O uso das informações contábeis na
tomada de decisão em pequenas empresas. Revista de Administração Eletrônica. São Paulo, v. 1,
n. 1, p. 1-25, 2008.

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