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1 Tradução livre de parte do capítulo “El mal y la resolución del conflito”- Dra.

Zelmira Seligmann retirado


do livro “El magisterio de la iglesia y la práctica psicoterapêutica”

Maria Clara Rodrigues de Sousa - mariaclara66@hotmail.com - CPF: 097.439.616-82


AÇÃO PSICOTERAPÊUTICA - MISERICÓRDIA

Ação psicoterapêutica - misericórdia1


Como o psicólogo deve cuidar da pessoa doente? Como ele
deve tratar o sofrimento psíquico, as tristezas e as misérias
da alma? Nós respondemos: com misericórdia. Sim, com
misericórdia!

É o psicólogo - que tem uma profissão muito nobre e


muito elevada nesse sentido – aquele que é chamado
(isto é, por vocação especial) a exercer as obras de
misericórdia com seus pacientes. A misericórdia, diz Santo
Agostinho: “é a compaixão da miséria de outras pessoas
em nossos corações, que nos impele a ajudá-las, se
pudermos” (misericórdia est alienae miseriae in nostro
corde compassio, qua utique si possumus, subvenire
compellimur). Isso significa que um é afligido pela miséria,
pela dor do outro e tenta remediar. A tristeza do outro é o
que incita misericórdia, não a culpa em si (que é punível),
mas o castigo, que é contrário à vontade da pessoa e que,
portanto, sofre.

A miséria é entendida como qualquer defeito da criatura


racional, que a impede de ser feliz, porque a miséria se opõe
à felicidade. Cabe à misericórdia sanar os atos defeituosos,
aqueles que estão em desacordo com o fim último do
homem.

Mas para isso, o psicólogo deve ser muito humilde,


porque os orgulhosos não têm compaixão pelos outros,
ao contrário, os desprezam e não se importam com seu
sofrimento. O humilde, por outro lado, considera que se
ele não tem tais males (porque sabe que tem suas próprias
misérias), é pela graça de Deus.

Nesse sentido, o psicólogo deve colocar em prática as


obras espirituais de misericórdia, que tentam remediar os
defeitos da alma, primeiro com a oração: devemos orar
pelas pessoas que foram confiadas aos nossos cuidados em
psicoterapia. E, também ajudar o paciente de três modos:

1 Tradução livre de parte do capítulo “El mal y la resolución del conflito”- Dra. Zelmira Seligmann retirado do livro “El
magisterio de la iglesia y la práctica psicoterapêutica”
Maria Clara Rodrigues de Sousa - mariaclara66@hotmail.com - CPF: 097.439.616-82
AÇÃO PSICOTERAPÊUTICA - MISERICÓRDIA

1) Se as deficiências estão no intelecto especulativo - com


a Doutrina: ensinando a quem não sabe; e se as deficiências
estão no intelecto prático – com o bom conselho;

2) Se as deficiências estão nas potências apetitivas, como a


tristeza – com o consolo; e

3) Se as deficiências se referem a atos desordenados, ao


pecado, é necessário corrigir os erros, perdoar as ofensas e
suportar pacientemente a fraqueza.

A que distância estão esses conselhos (que são verdadeiras


exigências evangélicas) dos rígidos “enquadramentos” das
terapias advindas das diferentes correntes psicológicas
modernas!

Contudo - com maior autoridade científica - podemos dizer


que a misericórdia é verdadeiramente terapêutica, porque
revaloriza a pessoa, “promove e extrai o bem de todas
as formas de mal existentes” no homem, reconhece sua
dignidade.

São Tomás acrescenta que “entre todas as virtudes que


pertencem ao próximo, a misericórdia é a mais excelente”
porque socorre e remedia (tanto quanto possível) o
sofrimento dos outros, e isso é assemelhar-se a Deus na
Sua maneira de agir. Mas, para agir como Ele, primeiro é
necessário estar unido a Ele por afeto, isso pertence à
virtude da caridade (que se relaciona diretamente com o
fim) que dentre todas é a superior.

INSTITUTO DE PSICOLOGIA TOMISTA

Maria Clara Rodrigues de Sousa - mariaclara66@hotmail.com - CPF: 097.439.616-82

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