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Aluno: Bruno Gabriel da Silva Souza

Turma:613-A
Data:01/10/2022

Disco Elysium: Uma obra prima da arte moderna

Disco Elysium é um jogo eletrônico de investigação produzido pela desenvolvedora


independente ZA/UM. A trama gira em torno do protagonista Harry du Bois, um detetive que
perdeu sua memória por conta de problemas de alcoolismo, e seu parceiro Kim Katsuragi
investigando um caso de homicídio de um homem enforcado atrás de um hotel.
O principal mérito de Disco Elysium é sua narrativa, não se prendendo apenas ao
seu papel de policial tentando desvendar um crime, mas sim fazendo os seus jogadores
entrarem por completa na Cidade de Revachol (Cidade ficcional do jogo), seus habitantes e
suas histórias e pensamentos. Mas por cima disso, a narrativa do jogo se dá um enorme
destaque para a mente e pensamentos de seu protagonista e como você decide como ele
interage com o cenário e personagem ao seu redor, fazendo cada interação agregar a
mente conflitante de Harry, com ele lembrando cada vez mais o homem que era antes de
perder a memória e com ele descobrindo mais detalhes sobre o mundo que vive. Sendo
esse tal mundo em que eles vivem outro grande feito de Disco Elysium.
Disco Elysium é situado no Planeta de Elysium, um mundo com muitas semelhanças
com os nossos, porém com figuras históricas e acontecimentos diferentes dos nossos. Uma
definição precisa seria uma ficção científica com elementos de retropunk, como ver algo
futurístico, mas arcaico ao mesmo tempo. Mas isso não seria de nada se o jogo não
explorasse a cultura, história e figuras de Elysium com maestria. Isso acontece pois tanto o
jogadores quanto Harry du Bois estão descobrindo, ou lembrando no caso do Harry, os
detalhes desse mundo juntos, não por meio de diálogos expositivos e vazios, mas sim
através dos personagens e objetos que os cercam, com cada personagem falando sua
opinião e visão sobre os fatos, abordando temas como política, arte, economia e religião de
uma forma única dependendo do personagem e forma que o jogador decide conversar.
Outro ponto que agrega fortemente Disco Elysium como uma das obras mais geniais
da última década, é sua mecânica. Jogos são formas de arte com narrativa, música e arte
visual, porém uma coisa que define jogos é que eles possuem mecânicas, que são as
formas que os jogadores interagem com o jogo. A principal mecânica de Disco Elysium são
as habilidades mentais e físicas do protagonista Harry. Em resumo, ele possui um leque de
habilidades tanto mentais quanto físicas que são ativadas quando ele interage com o
cenários e pessoas. Essas habilidades podem ir de coisas triviais, como percepção, que é a
forma como o Harry usa seus sentidos, como olfato ou paladar, ou até mesmo coisas muito
pessoais dele mesmo, como por exemplo esprit de corps, sendo em resumo a capacidade
do Harry de se conectar com seus companheiros de polícia, com ele conseguindo entender
o que ele pensam ou sentem, até mesmo quando não estão por perto, como sentir que algo
ruim aconteceu com um companheiro de equipe, mesmo sem saber o porquê. Mas o ponto
principal disso é que o próprio jogador decide em quais dessas habilidades o Harry du Bois
vai ser bom ou ruim, fazendo com que cada jogador tenha habilidades diferentes, e já que
essas habilidades fazem os diálogos serem diferentes, cada jogador vai ter uma experiência
única com o jogo e com o mundo de Elysium.
Os fatores de narrativa, construção de mundo e mecânica já seriam mais que o
necessário para colocar Disco Elysium no hall da fama dos melhores jogos da história, mas
isso ainda é agregado pela sua grande direção de arte e trama envolvente, e com todas as
suas inovações e peculiaridades, fazem não o ser apenas um dos melhores jogos de todos,
mas também o fazendo ser uma obra prima do mundo da arte.

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