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PSICOLOGIA E A

PESSOA COM
DEFICIÊNCIA

Joseuda Borges Castro Lopes


Alunos com necessidades
educacionais especiais:
distúrbios de aprendizagem
associados à linguagem e à
comunicação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Definir o conceito de distúrbios de aprendizagem e reconhecer a


necessidade do atendimento educacional especializado (AEE) para
esses sujeitos.
„ Reconhecer o processo de produção da fala, o processo social de
comunicação e a sua regulação por meio da linguagem.
„ Diferenciar distúrbios de linguagem de distúrbios de comunicação
e as necessidades educacionais especiais voltadas para esses
sujeitos.

Introdução
A aquisição da linguagem é um diferencial para o ser humano. Ela re-
presenta o método regulador básico da comunicação, sendo a fala a
produção vocal da linguagem. Nesse sentido, emerge a necessidade
de um atendimento educacional especializado (AEE) para os sujeitos
com distúrbios de aprendizagem relacionados à linguagem, e o papel
do fonoaudiólogo é extremamente importante. Contudo, é importante
destacar que os sujeitos classificados com distúrbios da aprendizagem não
se enquadram no público-alvo da Educação Especial, quais sejam: pessoas
com deficiência, pessoas com transtornos globais do desenvolvimento e
pessoas com altas habilidades. No entanto, tendo em vista as dificuldades
enfrentadas por esses sujeitos, o atendimento educacional especializado
(AEE) é necessário para a inclusão desses alunos na escola regular.
Neste capítulo, você vai estudar os distúrbios de aprendizagem e a
aquisição das formas de comunicação (fala e linguagem). Além disso, vai
2 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

aprender ainda sobre as necessidades educacionais específicas dessas


condições.

Distúrbios de aprendizagem
Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem são ex-
pressões com significados distintos. Contudo, esses termos têm sido utilizados
de forma aleatória, tanto na literatura especializada como na prática clínica
e escolar, para designar indistintamente quadros de diagnósticos diferentes
(GIMENEZ, 2005).
Apesar de não se observar consenso quanto à definição operacional na
literatura especializada, muitos profissionais — principalmente na escola
norte-americana — já demandam definições mais claras, que permitam um
diagnóstico mais preciso. Entre os pesquisadores brasileiros, porém, é pos-
sível fazer algumas distinções (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004;
TULESKI; EIDT, 2007).
Segundo José e Coelho (2002), os problemas de aprendizagem são situações
difíceis enfrentadas por indivíduos, mas com expectativa de aprendizagem
em longo prazo. Ciasca (2004) diferencia os problemas de aprendizagem
em dois tipos: dificuldades de aprendizagem e distúrbios ou transtornos da
aprendizagem. O primeiro está relacionado à parte pedagógica; já o segundo
se relaciona a causas físicas (comprometimento neurológico). Fonseca (1995)
considera que as dificuldades escolares têm caráter global, abrangendo os
conteúdos pedagógicos, os professores, os métodos de ensino e o ambiente
físico e social em que o aluno está inserido.
Na visão comportamentalista, distúrbio e transtorno são nomenclatu-
ras equivalentes (CIASCA, 2004). Todavia, de forma mais precisa, o termo
“transtorno” é usado para indicar a existência de um conjunto de sinais sin-
tomatológicos ou comportamentos clinicamente reconhecíveis, associados a
sofrimento e interferência com funções pessoais (RELVAS, 2008).
A definição mais aceita para distúrbios da aprendizagem é a do National
Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD), que traz uma visão médica
e orgânica, indicando uma disfunção neurológica para explicar atrasos na
aquisição da leitura, escrita ou cálculo:

[...] distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo


heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades na aquisição e no
uso da audição, fala, escrita, e raciocínio matemático. Essas desordens são
intrínsecas ao indivíduo e presume-se serem uma disfunção do sistema nervoso
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 3

central. Entretanto, o distúrbio de aprendizagem pode ocorrer concomitante


com outras desordens como distúrbio sensorial, retardo mental, distúrbio
emocional e social, ou sofrer influências ambientais como diferenças culturais,
instruções inapropriadas ou insuficientes, ou fatores psicogênicos. Porém, não
são resultado direto dessas condições ou influências (CIASCA, 1991, p. 36).

Não existe uma classificação padrão para os alunos com distúrbios de


aprendizagem. De acordo com as definições atuais, são indivíduos com inte-
ligência provavelmente normal, mas que não alcançam rendimento acadêmico
nos níveis esperados nas áreas da leitura, expressão escrita ou matemática.
Outros apresentam problemas mais abrangentes, que afetam todas as áreas
acadêmicas e sociais (SMITH, 2008). Ohlweiler (2016) caracteriza os perfis
especificados pelo CID-10 e DSM-V. Veja a seguir.

„„ Transtorno de leitura: é caracterizado por uma dificuldade específica


em compreender palavras escritas. Os alunos com diagnóstico de dis-
túrbios de aprendizagem em leitura têm menos habilidades de leitura
do que os alunos com baixo rendimento. Como a leitura e a escrita
estão intimamente ligadas, muitos desses alunos têm problemas de
escrita. Em função de a complexidade escolar crescer, os alunos com
baixa proficiência de leitura e escrita não conseguem acompanhar as
exigências acadêmicas.
„„ Transtorno da expressão escrita: refere-se apenas à ortografia ou
caligrafia. Geralmente há uma combinação de dificuldades: composi-
ção de textos escritos; erros de ortografia, gramática e pontuação; má
organização dos parágrafos, etc.
„„ Transtorno da matemática: não está relacionado à ausência de habili-
dades matemáticas básicas como a contagem, mas sim à forma como a
criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca. Atividades
que exigem raciocínio também são afetadas nesse transtorno.

Custódio e Pereira (2013) sinalizam que a educação escolar é perpassada


por vários fatores que, de forma direta ou indireta, interferem no processo
de aprendizagem dos alunos. As autoras destacam ainda, que os transtornos
funcionais específicos demarcados no documento de Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) são “alterações
manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, da
fala, da leitura, da escrita, no raciocínio, em habilidades matemáticas, ou na
atenção e concentração” (2013, p. 4). Muitos são os posicionamentos teóricos
que buscam classificar os alunos que apresentam dificuldades específicas
4 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

de aprendizagem no contexto escolar, no entanto, a Secretaria de Estado da


Educação/Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional (SEED/
DEEIN), tem como referência de nomenclatura a classificação adotada pelo
MEC (CUSTÓDIO E PEREIRA, 2013).

A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com


a Saúde, frequentemente designada pela sigla CID, é um catálogo publicado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem por objetivo criar uma codificação
padrão para as doenças. Está em sua décima versão, a qual foi publicada em 1992, e
por isso atualmente os médicos utilizam a sigla CID seguida do número dez (CID10)
para se referir a essa classificação. O código formado permite a identificação de todas
as doenças conhecidas, bem como de sintomas e queixas de pacientes, aspectos
fisiológicos anormais, entre outros. Acesse o site e confira.

www.cid10.com.br

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, do inglês Diagnostic


and Statistical Manual of Mental Disorders), designado como DSM-V por estar em sua
quinta edição, é um manual de diagnóstico e estatística publicado pela Associação
Americana de Psiquiatria. Esse manual tem por objetivo definir como é feito o diagnós-
tico de transtornos mentais; portanto, é usado por psicólogos, médicos e terapeutas
ocupacionais.

Assim como há vários tipos de manifestações dos distúrbios de aprendi-


zagem, há também diversas causas e diferentes níveis de gravidade possíveis.
Infelizmente, pouco ainda se sabe sobre as causas desses distúrbios. Há indícios
de presença de lesão cerebral, causada por um acidente ou por falta de oxigênio
do feto ou do bebê, e mesmo um fator genético associado. Contudo, como
apresentado por Smith (2008), a falta de evidência física ou de diagnóstico
médico real de lesão cerebral ou danos no sistema nervoso central torna falho
o prognóstico, remetendo a um contexto de exclusão. Cabe notar que o impacto
da deficiência pode ser atenuado ou mesmo corrigido.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 5

Usar termos como suposta lesão cerebral e hipóteses de disfunção no sistema


nervoso central pode conduzir a uma conclusão que dificilmente será provada
e que talvez seja um engano. Empregar termos que envolvem lesão cerebral
(como dislexia), em vez de termos como distúrbios de leitura, pode dar a im-
pressão de que nada pode ser feito em relação a ela, o que pode levar os pais,
os educadores e o indivíduo a desistir de corrigir as dificuldades educacionais
identificadas. Eles podem também estabelecer expectativas muito baixas.
Sabemos, por meio de pesquisa em educação, que, quando se estabelecem ex-
pectativas e metas baixas, os alunos normalmente as alcançam, mas raras vezes
as ultrapassam. Se as metas estabelecidas para uma criança com distúrbios
de aprendizagem forem muito baixas, ela talvez nunca desenvolva todo o seu
potencial. Por essas razões, muitos professores da educação especial opõem-
-se ao uso de termos médicos ligados à lesão cerebral (SMITH, 2008, p. 117).

Rendimento nas atividades escolares


Algumas crianças têm distúrbios de aprendizagem leves e, com assistência,
ajustam-se ao currículo padrão oferecido, continuando nele até a universidade.
Crianças com distúrbios mais graves, por sua vez, precisam de suporte e apoio —
frequentemente intensivos — durante todo o ano letivo e na vida adulta. Os
alunos com distúrbios de aprendizagem são diferentes dos seus colegas de turma.
Embora os indivíduos possam diferir em seus potenciais e fragilidades,
estilos de aprendizagem e personalidade, todos têm dificuldades relacionadas
aos distúrbios de aprendizagem que resultam em desempenho acadêmico
ineficiente, abaixo do esperado, agravado ao longo dos anos. Há uma preo-
cupação acadêmica/social com a tendência de reprovações, uma vez que não
resultará em uma melhora de rendimento e parece relacionar-se positivamente
à evasão escolar.
Smith (2008) lista algumas características comportamentais provenientes
desses distúrbios que afetam diretamente o processo de aprendizagem e o
rendimento escolar.

„„ Falta de motivação ou pouco senso de responsabilidade: muitos


anos de frustração e de insucesso escolar podem afetar negativamente
a motivação dos alunos. Estes podem se convencer de que não há nada
que eles possam fazer para alcançar o sucesso. Quando as pessoas
supõem que vão falhar, elas se tornam muito dependentes dos outros,
aumentando assim a probabilidade de poucas realizações. Como se
supõem “defeituosas”, não veem motivos para se esforçar, uma vez que
nunca conseguiram obter uma boa nota.
6 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

„„ Desatenção: a desatenção e a impulsividade são duas outras caraterísti-


cas comuns. Esse fator pode explicar por que esses alunos são incapazes
de entender partes relevantes dos problemas que precisam resolver ou
das tarefas que precisam fazer.
„„ Inabilidade para generalizar: muitos alunos com distúrbios de apren-
dizagem também apresentam dificuldades para transferir ou generalizar
os seus conhecimentos para diferentes habilidades ou situações.
„„ Falha no processamento de informação: muitas pessoas com distúr-
bios de aprendizagem têm dificuldades de aprender a ler, a escrever e
a entender o que está sendo dito, e até mesmo de se expressar por meio
da verbalização de palavras.
„„ Habilidades insuficientes para resolver problemas: normalmente,
falta a esses alunos um raciocínio estratégico, e eles têm poucas habi-
lidades na resolução de problemas de raciocínio.

Nem todos os indivíduos com distúrbios de aprendizagem têm problemas


no campo das habilidades sociais, mas muitos não são socialmente compe-
tentes. As dificuldades com as habilidades sociais, em conjunto com o baixo
rendimento e o comportamento distraído na sala de aula, influenciam o status
social dessas crianças. Elas são vistas pelos seus colegas de classe como
excessivamente dependentes, menos cooperativas e antissociais. Isso implica
que essas crianças não são incluídas nos grupos e, sendo rejeitados pelos seus
colegas, têm dificuldades de fazer amigos. Assim, essas crianças vivenciam
fortes sentimentos de solidão e de falta de amigos. A rejeição e as habilidades
sociais inadequadas persistem durante a adolescência. Os indivíduos com
distúrbios de aprendizagem que não recebem atenção para os seus problemas
desde o início enfrentam sérios desafios por toda a vida. Quanto mais cedo é
proporcionada intervenção, melhor (SMITH, 2008).

O que acontece no Brasil


Segundo Ciasca (2004), o número de crianças com distúrbios ou dificuldades
para aprender é elevado, atingindo até 20% da população escolar de países
desenvolvidos. Destes, apenas 7% teriam algum problema neurológico asso-
ciado. No Brasil, essas cifras aumentam, mantendo-se constantes apenas no
que se refere à presença de quadro neurológico.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 7

Os dados do último censo realizado IBGE, em 2010, mostram que:


„„ 25% das crianças terminaram a 4ª série analfabetas;
„„ 53% aprenderam o que era considerado esperado pelo currículo;
„„ apenas 29% dos jovens que concluíram o ensino médio sabiam português;
„„ 11% dos jovens tinham conhecimento primário em matemática.
Segundo a professora Sylvia Maria Ciasca, coordenadora do Laboratório de Pesquisas
em Distúrbios, Dificuldades de Aprendizagem e Transtorno de Atenção (Disapre) da
Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a realidade brasileira ainda é pior.
Confira a reportagem no link disponível a seguir.

https://goo.gl/DtqxoN

É importante notar que, embora os distúrbios e as dificuldades escolares


não sejam produtos específicos de uma classe social, eles são mais incidentes
nas classes menos favorecidas, pois há um somatório de problemas. A própria
manutenção da criança no sistema de ensino é uma questão. Isso explica por
que a realidade brasileira observada nas estatísticas do IBGE é tão assustadora.
Em função desses fatores, aponta-se uma prevalência da dificuldade de
aprendizagem, em detrimento do distúrbio de aprendizagem. Ciasca (2004) e
outros pesquisadores brasileiros chamam atenção ao processo de avaliação e
intervenção de forma indiscriminada, sem considerar esse contexto mais amplo.

Ensinar e aprender são processos lentos, individuais e estruturados, quando


não se completam por alguma falha interna ou externa surgem os distúrbios
e as dificuldades de aprendizagem, levando à criança não só à desmotivação
quanto ao desgaste e à reprovação, transformando-a num rótulo dentro da esco-
la, “perturbando” pais e professores que buscam, a partir daí, todo e qualquer
tipo de diagnóstico, na tentativa de descobrir as causas, classificá-las e, se
possível encontrar uma solução objetiva para o quadro (CIASCA, 2004, p. 29).
8 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

Os distúrbios de aprendizagem
e a aquisição de linguagem
A linguagem é a base para outras aprendizagens. Leitura, escrita, raciocínio
e, posteriormente, as habilidades matemática dependem da aquisição de lin-
guagem (BASTOS, 2016).

Acesse o link a seguir para ler mais sobre a importância da linguagem no nosso dia a dia.

https://goo.gl/gSB3Jz

Acredita-se que as dificuldades ou os distúrbios de aprendizagem estejam


intimamente relacionadas à história prévia de atraso de linguagem (SCHIR-
MER; FONTOURA; NUNES, 2004) ou outro distúrbio de comunicação em
fase pré-escolar (SMITH, 2008).
Mas o que é comunicar-se? Como se dá esse processo? Para entender
os distúrbios de comunicação, deve-se entender primeiro o processo da co-
municação no ser humano. A comunicação está associada à linguagem e à
interação; logo, são necessárias pelo menos duas pessoas, que desejem trocar
uma mensagem: um emissor e um receptor. Inicialmente, o emissor tem uma
ideia ou um pensamento e o transmite por meio de um código compartilhado
pelo receptor. Assim, a comunicação só ocorre quando o receptor compreende
a mensagem que o emissor passou. Observe o esquema na Figura 1.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 9

Figura 1. Esquema de uma situação de comunicação.


Fonte: Adaptada de Faraco e Moura (1997, p. 16 apud CORDEIRO et al., 2017, p. 48).

De forma simplificada, o processo de comunicação pode ser resumido


pelos seguintes elementos:

„„ emissor – chamado também de locutor ou falante, é quem emite a


mensagem para um ou mais receptores;
„„ receptor – é o interlocutor ou ouvinte, ou seja, é quem recebe a men-
sagem emitida pelo emissor;
„„ mensagem – representa o conteúdo ou o conjunto de informações
transmitidas pelo emissor;
„„ código – trata-se do conjunto de signos utilizados na mensagem;
„„ canal de comunicação – corresponde ao meio usado para transmitir a
mensagem, como voz, linguagem de sinais, gestos ou escrita;
„„ contexto ou referente – trata-se da situação comunicativa em que estão
inseridos o emissor e receptor;
„„ ruído na comunicação – ocorre quando a mensagem não é decodificada
de forma correta pelo receptor, por exemplo, quando há barulho do
local, voz baixa ou mesmo desconhecimento do código, entre outros.

O código, com seus sinais, seus símbolos e suas regras próprias, constitui
a linguagem e permite que ela tenha significado. A comunicação será insatis-
fatória ou mesmo não ocorrerá se o emissor ou o receptor não puderem usar a
linguagem adequadamente ou tiverem um mecanismo imperfeito para emitir
ou receber a mensagem.
Segundo Smith (2008), é importante distinguir três termos, os quais estão
inter-relacionados: comunicação, linguagem e fala.
10 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

1. A comunicação é o processo de troca de conhecimento, ideias, opiniões


e sentimentos por meio do uso da linguagem verbal ou não verbal (por
exemplo, gestos).
2. A linguagem é o método regulador básico da comunicação, envolvendo
a compreensão e o uso dos sinais e dos símbolos pelos quais as ideias
são representadas.
3. A fala é a produção vocal da linguagem.

Observe na Figura 2 a forma como o corpo humano produz a fala.

Figura 2. Os sistemas do corpo para a produção da fala.


Fonte: Smith (2008, p. 145).
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 11

Para falar, o cérebro envia mensagens que ativam outros sistemas. A voz é
produzida na laringe, quando o ar expelido dos pulmões gera um fluxo que faz
a cavidade vocal (sistema vibratório) vibrar, produzindo sons. Os sons viajam
pela garganta, pela boca e pelas cavidades nasais (sistema de ressonância), e
são articulados em voz pela língua, pelos palatos duro e mole, pelos dentes,
pelos lábios e pela mandíbula.

Quer entender melhor como a voz é produzida? Assista ao vídeo disponível no link
a seguir.

https://goo.gl/zfLtHg

Os distúrbios de comunicação
Os distúrbios da comunicação são, em geral, divididos em dois grandes grupos.

„„ Distúrbios da fala: afetam a habilidade de pronunciar as palavras com


clareza e podem envolver distúrbios da voz, incluindo timbre, volume
ou qualidade.
„„ Distúrbios da linguagem: pessoas com distúrbios da linguagem po-
dem ter dificuldade para entender palavras faladas ou escritas. Está
relacionado ao conteúdo da mensagem.

Os distúrbios da fala e da linguagem não são interligados. Uma pessoa


pode ter tanto o distúrbio da fala como o da linguagem, como ter um e não
ter o outro.
É importante destacar também que as dificuldades ou distúrbios de apren-
dizagem não estão associados somente aos problemas de comunicação e de
linguagem. Elas podem estar associadas às questões pedagógicas, neurológicas
e intelectuais. Um dos exemplos mais conhecidos na atualidade é o Transtorno
de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), de ordem neurobiológica, que
provoca desatenção, inquietude e impulsividade.
12 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

O DSM-V (2014) caracteriza os transtornos (ou distúrbios) da comunicação como déficits


na linguagem, na fala e na comunicação. A fala é a produção expressiva de sons e
inclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo. A
linguagem inclui a forma, a função e o uso de um sistema convencional de símbolos
(palavras faladas, linguagem de sinais, palavras escritas, figuras), com um conjunto de
regras para a comunicação. A comunicação inclui todo comportamento verbal e não
verbal (intencional ou não) que influencia o comportamento, as ideias ou as atitudes
de outro indivíduo.

Segundo Smith (2008), a fala é considerada anormal quando é ininteligível,


desagradável ou interfere na comunicação. O ouvinte consegue perceber clara-
mente qualquer um dos três problemas de fala que podem afetar negativamente
o processo de comunicação.

1. Problemas de articulação: a produção do som é defeituoso, e o re-


sultado são sons incorretos. A articulação está relacionada à idade, à
cultura e ao ambiente da pessoa que fala.
2. Problemas de fluência: estão associados ao padrão e à fluidez da fala
de uma pessoa, e normalmente envolvem hesitações ou repetições que
interrompem a fluência da fala, como a gagueira.
3. Problemas de voz: nesse caso, o tom ou o volume podem ser percebidos
como estranhos ou inapropriados.

Alguns autores diferenciam distúrbios de fala dos distúrbios de fluência e de voz


(CASANOVA, 2004; MYSAK, 1984).

Veja a seguir alguns transtornos da fala (PEDROSO; ROTTA, 2016).

„„ Disartria: trata-se de problema articulatório que se manifesta na forma


de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos neces-
sários à emissão verbal.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 13

„„ Disfemia: é a dificuldade de manter a fluência da expressão verbal.


Caracteriza-se por uma expressão verbal interrompida em seu ritmo,
de maneira mais ou menos brusca. O tipo mais comum de disfemia é
a gagueira, também chamada de tartamudez.
„„ Disfonia: implica alterações na qualidade da voz ou em sua emissão,
relacionada a distúrbios orgânicos ou funcionais das cordas vocais ou,
ainda, por uma respiração incorreta. A disfonia pode se apresentar por
meio da rouquidão, soprosidade ou aspereza da voz.
„„ Dislalia: a dislalia, ou transtorno específico de articulação da fala,
ocorre quando a aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada
ou desviada, levando a má articulação, omissões, distorções ou subs-
tituições dos sons da fala.
„„ Rinolalia: refere-se à ressonância nasal maior ou menor que a do padrão
correto da fala, podendo ser causada por problemas nas vias nasais,
vegetação adenoide, lábio leporino ou fissura palatina.

A linguagem é um sistema complexo que usamos para comunicar os nos-


sos pensamentos aos outros. Essa habilidade envolve o que pode ser dito ou
não; quando, onde e para quem; para que propósito; além do conhecimento
linguístico para produzir enunciados gramaticais (SMITH, 2008). Assim, os
três aspectos da linguagem são forma, conteúdo e uso.

„„ Forma: é o sistema de regras usado em todas as linguagens.


„„ Conteúdo: reflete a intenção e o significado das expressões faladas
ou escritas.
„„ Uso: trata da aplicação da linguagem em várias comunicações, de
acordo com o contexto social da situação.

Veja a seguir alguns transtornos da linguagem (PEDROSO; ROTTA, 2016).

„„ Afasia: as afasias compreendem os transtornos de linguagem causados


por uma lesão cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou
durante o seu processo. Existe uma perda parcial ou total da capacidade
de expressão dos pensamentos e da sua compreensão.
„„ Discalculia: é caracterizada por uma inabilidade ou incapacidade de
pensar, refletir, avaliar ou raciocinar processos ou tarefas que envolvam
números ou conceitos matemáticos.
14 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

„„ Dislexia: a dislexia ocorre no início do processo de alfabetização. É uma


dificuldade de identificar os símbolos gráficos, acarretando fracasso
em outras áreas que dependem da leitura e da escrita.
„„ Disgrafia: é uma perturbação da linguagem escrita, que abrange as
competências mecânicas da escrita.

É importante notar que o desenvolvimento pobre da linguagem pode ser


causado por fatores ambientais, como a falta de estímulo e a própria experiência
para o desenvolvimento cognitivo e para a aprendizagem da língua.

Algumas crianças não desenvolvem a linguagem porque não têm modelos


apropriados de papéis. Algumas são deixadas sozinhas com muita frequência;
outras não são estimuladas com conversas. Outras são punidas por falar ou são
ignoradas quando tentam se comunicar. Muitas delas não têm razão para falar;
não têm nada para falar e poucas experiências para contar. Por tais motivos,
correm, definitivamente, o risco de desenvolver distúrbios significativos de
linguagem (SMITH, 2008, p. 153).

Educação especial e a educação inclusiva


O sistema educacional brasileiro tem passado por mudanças que buscam
uma política inclusiva, com vistas ao atendimento educacional especializado
gratuito aos alunos com necessidades especiais, preferencialmente na rede
regular de ensino. Contudo, crianças com necessidades educacionais
especiais muitas vezes são segregadas da escola.
Takasei e Chun (2010) fazem uma revisão da literatura e listam algumas
das ações que poderiam contribuir para a implementação da inclusão do
aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Entre
elas, encontramos a oferta de cursos de capacitação; a diminuição do
número de alunos por sala de aula regular; o trabalho conjunto do
professor especia-lizado com professor do ensino regular; mudanças
atitudinais, pedagógi-cas, comunicacionais e arquitetônicas do ambiente
escolar. Além disso, os autores apontam a importância do envolvimento
de uma equipe multi ou interdisciplinar.
Em relação a crianças com distúrbios de comunicação, Takasei e Chun (2010)
indicam a necessidade de uma parceria entre a educação e a fonoaudiologia.

Os resultados revelam que a crença, de pais e professores, no desenvolvimento


do aluno e o diálogo estabelecido entre os profissionais, a família e a criança,
favoreceu o desenvolvimento de situações de comunicação em um ambiente
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 15

acolhedor da diversidade, fundamental em um processo de inclusão, e que


depende da participação de diferentes atores sociais, no caso, educadores e
fonoaudiólogos (TAKASEI; CHUN, 2010, p. 253).

É certo que existe a necessidade de um atendimento educacional espe-


cializado para as crianças com distúrbios de aprendizagem. No entanto, o
que se discute hoje é que essa educação seja inclusiva. A ideia da inclusão é
mais do que garantir o acesso às instituições de ensino. O objetivo é eliminar
obstáculos que limitam a aprendizagem e a participação ativa do aluno
com necessidades educacionais especiais no processo educativo e social.

1. O índice de alunos que apresentam c) O distúrbio de aprendizagem só


déficit de aprendizagem é cada acontece na área de linguagem.
vez mais alto, e a necessidade de se d) O baixo desempenho
identificar corretamente as causas de acadêmico é uma das
tais dificuldades é muito necessária, principais características do
para que medidas eficazes sejam distúrbio de aprendizagem.
tomadas. O chamado distúrbio e) O distúrbio de aprendizagem
de aprendizagem é considerado é consequência do meio em
uma das causas de deficiência que a criança está inserida.
na aprendizagem escolar. A sua 2. A escolaridade é uma etapa
identificação e o diagnóstico importante na vida da criança,
correto são importantes para mas esta pode encontrar muitos
que não seja confundido com obstáculos na sua trajetória.
outros problemas que também Assinale a alternativa que está de
justificam o referido déficit. Assinale acordo com a tríade escolaridade,
a afirmativa correta em relação distúrbios da aprendizagem e
ao distúrbio de aprendizagem. obstáculos enfrentados pelos
a) A aluna S. foi muito mal na alunos e por suas famílias.
avaliação de leitura. A professora a) A criança que sofre de
considerou que ela é portadora distúrbio de aprendizagem
de distúrbio de aprendizagem. leve não pode ser matriculada
b) Baixo rendimento inesperado em escola regular.
e distúrbio de aprendizagem b) A dificuldade ou incapacidade
são considerados os para a leitura gera
mesmos distúrbios. dificuldades em outras
áreas, como a da escrita.
16 Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação

c) As escolas de educação 4. Em uma sala de aula da 1ª série do


especial não recebem alunos ensino fundamental, os alunos se
que apresentam somente sentem incomodados com o jeito
distúrbios de aprendizagem. de falar de uma colega. Alguns
d) É considerado insignificante dizem que ela "fala pelo nariz",
o número de alunos com outros se referem a ela como sendo
deficiência em matemática. "fanha". A aluna possui, de fato,
e) Pais de alunos com distúrbios um distúrbio da fala, que pode
de aprendizagem sempre ocorrer de diversas maneiras e
consideram normal a por causas diferentes, interferindo
repetência de série pelo filho. no processo de comunicação. De
3. Uma senhora relata que o seu acordo com o quadro apresentado
esposo, mesmo estando próximo e considerando os tipos de distúrbio
a ela, gesticula e parece conversar da fala, é correto afirmar que:
sozinho. Quando ela pergunta o que a) a referida aluna tem um defeito
ele está dizendo, ele simplesmente nas cordas vocais e terá de
responde: estou conversando conviver com a deficiência.
comigo mesmo. Essa é uma forma b) as pessoas, inclusive professores,
estranha de se comunicar; todavia, devem ajudar a aluna a se
para que a comunicação possa comunicar, completando
efetivamente acontecer, algumas o que ela quer dizer.
questões devem ser observadas. c) na puberdade, a sua voz passará
Sobre isso, é correto afirmar que: por uma mudança e, em
a) a comunicação só acontece consequência disso, é provável
por meio da fala ou de gestos. que a aluna fale sem problemas.
b) a comunicação escrita entre d) os pais da aluna foram
um cego e uma pessoa sem negligentes, pois deveriam
deficiência não é possível. ter tratado a filha tão logo ela
c) a cena em que apenas uma iniciasse o processo da fala.
pessoa fala não constitui uma e) se a aluna não for tratada, o
forma de comunicação, pois seu processo de comunicação
esta acontece quando duas e socialização poderá
ou mais pessoas falam. ser comprometido.
d) para que a comunicação 5. Diferentemente dos distúrbios
aconteça, são necessários na capacidade de falar (um dos
pelo menos um emissor e um distúrbios da comunicação), existem
receptor que compreenda os distúrbios de linguagem. Mas o
a mensagem transmitida. que é linguagem? Como se organiza?
e) os símbolos da comunicação Quais são os distúrbios mais comuns
só permitem que o emissor se a ela relacionados? A respeito disso,
refira ao momento presente. assinale a alternativa correta.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 17

a) A dislexia está relacionada ao a linguagem, seja ela oral, escrita


aparelho fonador, dificultando ou elaborada a partir de sinais.
a linguagem falada. d) O personagem Cebolinha da
b) Disgrafia e disortografia Turma da Mônica fala "elado",
são deficiências relativas quando quer dizer "errado", pois
à escrita, mas que só provavelmente sofre de disgrafia.
acontecem desassociadas. e) Sintaxe é a regra da linguagem
c) Para comunicar os nossos que diz respeito à silabação
pensamentos aos outros, usamos e à formação de palavras.

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Leituras recomendadas
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