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CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA MECÂNICA

GIOVANNI MARINI BARCELOS

AÇÕES PROPOSTAS NA REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO A


RADIAÇÃO IONIZANTE EM PROFISSIONAIS DO SETOR DE
HEMODINÂMICA

Caxias do Sul
2020
GIOVANNI MARINI BARCELOS

AÇÕES PROPOSTAS NA REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO A


RADIAÇÃO IONIZANTE EM PROFISSIONAIS DO SETOR DE
HEMODINÂMICA

Trabalho apresentado para o Curso de


Engenharia Mecânica, do Centro
Universitário Uniftec como parte dos
requisitos para avaliação da unidade
curricular de TCC II.

Orientador: Prof. Me. Rodrigo Brandt


Coorientador: Prof. Me. Valter Martins de Vargas

Caxias do Sul
2020
GIOVANNI MARINI BARCELOS

AÇÕES PROPOSTAS NA REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO A


RADIAÇÃO IONIZANTE EM PROFISSIONAIS DO SETOR DE
HEMODINÂMICA

Trabalho apresentado para o Curso de


Engenharia Mecânica, do Centro
Universitário Uniftec como parte dos
requisitos para avaliação da unidade
curricular de TCC II.

Aprovado em ___/____/____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________
Professor Orientador: Prof. Me. Rodrigo Brandt

__________________________________________
Professor Avaliador: Esp. ou Me ou Dr. Xxxx Xxxx

__________________________________________
Professor Avaliador: Esp. ou Me ou Dr. Xxxx Xxxx

Caxias do Sul
2020
AÇÕES PROPOSTAS NA REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO A
RADIAÇÃO IONIZANTE EM PROFISSIONAIS DO SETOR DE
HEMODINÂMICA

Giovanni Marini Barcelos


Autor
giovannimarinibarcelos@outlook.com

Rodrigo Brandt
Orientador: Prof. Me
rodrigobrandt@gmail.com

Resumo: A segurança do trabalho está inserida em todos os segmentos ou ramos de negócio,


demonstrando sua importância na manutenção preventiva da saúde dos colaboradores de diversas
áreas, previne acidentes de trabalho através de medidas que eliminam ou minimizam os riscos
inerentes as funções executadas. Este trabalho é voltado exclusivamente para o ambiente hospitalar
em específico ao serviço de hemodinâmica. O setor em questão é referência para tratamento de
pacientes que sofrem infartos, acidente vascular cerebral e trombose de membros inferiores. Os
profissionais do setor são continuamente expostos à radiação ionizante que segundo NR-32 é um
agente de risco físico, sendo necessário o controle de exposição e medidas que contribuam para a
menor permanência próxima ao tubo emissor de radiação ionizante. O trabalho visa como principal
objetivo a melhoria nas condições de segurança ocupacional dos profissionais de saúde expostos à
radiação ionizante em um setor de hemodinâmica. Para a obtenção dos resultados, foram realizadas
observações no ambiente de trabalho, coleta de dados e posterior sugestão e implementação das
propostas de melhorias. Por fim, é comprovada a efetividade das ações propostas por meio do registro
de baixa das doses de dosimetria.

Palavras-chave: Hemodinâmica. Segurança do Trabalho. Radiação Ionizante. Dosimetria.


PROPOSED ACTIONS IN REDUCING EXPOSURE TO
IONIZING RADIATION IN PROFESSIONALS IN THE
HEMODYNAMICS SECTOR

Giovanni Marini Barcelos


Author
giovannimarinibarcelos@outlook.com

Rodrigo Brandt
Teacher Me Advisor
rodrigobrandt@gmail.com

Abstract: Work safety is inserted in all segments or branches of business, demonstrating its importance
in the preventive maintenance of employees’ health in different areas, preventing accidents at work
through measures that eliminate or minimize the risks inherent to the functions performed. This academic
work is exclusively focused on the hospital environment, specifically the hemodynamics service. The
sector in question is reference for the treatment of patients suffering from heart attacks, stroke and lower
limb thrombosis. Professionals in the sector are continually exposed to ionizing radiation, which according
to NR-32 is a physical risk agent, requiring exposure control and measures that contribute to the shortest
stay close to the tube emitting ionizing radiation. The work aims as the main objective to improve the
occupational safety conditions of health professionals exposed to ionizing radiation in a hemodynamics
sector. To obtain the results, observations were made in the work environment, data was collected and
subsequent suggestions and implementation of the improvement proposals. Finally, the effectiveness of
the proposed actions is proven through the registration of low dosimetry doses.

Keywords: Hemodynamics. Work Safety. Ionizing Radiation. Dosimetry.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de risco setor hemodinâmica 19


Figura 2 - Equipamento de proteção individual 22
Figura 3 - Diferentes níveis de exposição à radiação 26
Figura 4 - Colar cervical plumbífero 27
Figura 5 - Avental capote plumbífero 28
Figura 6 - Óculos plumbífero 28
Figura 7 - Saiote plumbífero 29
Figura 8 - Visor plumbífero móvel 29
Figura 9 - Layout da sala 32
Figura 10 - Máquina GE/XPRO modelo Angix ADV 33
Figura 11 - Posicionamento da equipe durante exames 34
Figura 12 - Uso Correto do EPI's e dosímetro 41
Figura 13- Movimentos tubo emissor de radiação 42
Figura 14– Delimitação área de risco 43
Figura 15 - Demarcação sala de exames 44
Figura 16 - Permanência em sala durante exame pós mudança 45
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Rodízio em sala 45


Tabela 2 - Número de exames por mês de funcionário 2020/1 47
Tabela 3 - Número de exames por mês de funcionário 2020/2 47
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Relatório dosimetria 2019 35


Gráfico 2 - Profissional "A" 37
Gráfico 3 - Profissional "B" 38
Gráfico 4 - Profissional "C" 38
Gráfico 5 - Profissional "A" 2020/2 48
Gráfico 6 - Profissional "B" 2020/2 48
Gráfico 7 - Profissional "C" 2020/2 49
Gráfico 8 - Média 2020/1 IOE "B" 49
Gráfico 9 - Média 2020/2 IOE "B" 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADRT- Agravos e Doenças Relacionadas ao Trabalho


ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CA- Certificado de Aprovação
CAT- Comunicação de Acidente de Trabalho
CAU- Caudal
CF- Constituição Federal
CNEN- Comissão Nacional de Energia Nuclear
COREN- Conselho Regional de Enfermagem
CPF- Cadastro de Pessoa Física
CRA- Cranial
EPC- Equipamentos de Proteção Coletiva
EPI- Equipamento de Proteção Individual
HIV- Human Immunodeficiency Vírus, em português Vírus da
Imunodeficiência Humana
IAM- Infarto Agudo do Miocárdio
INSS- Instituto Nacional do Seguro Social
IOE- Indivíduo Ocupacionalmente Exposto
LAU- Left Anterior Oblique, em português Obliqua Anterior Esquerda
LER- Lesões por Esforço Repetitivo
mSv- Milésimos de Sievert
NR- Norma Regulamentadora
OIT- Organização Internacional do Trabalho
Pb- Chumbo
PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPR- Programa de Proteção Radiológica
PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PR- Proteção Radiológica
RAO= Right Anterior Oblique, em português Obliqua Anterior Direita
SST- Segurança e Saúde do Trabalho
ST- Secretaria do Trabalho
MTE- Ministério do Trabalho e Emprego
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
2 OBJETIVOS 12
2.1 OBJETIVO GERAL 12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 12
3 JUSTIFICATIVA 13
4 REFERENCIAL TEÓRICO 14
4.1 HISTÓRIA 14
4.2 ACIDENTE DE TRABALHO 15
4.3 SEGURANÇA DO TRABALHO A NÍVEL HOSPITALAR 17
4.3.1 Doença ocupacional na enfermagem 19
4.3.2 Motivos de afastamento 20
4.4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 21
4.5 RADIAÇÃO IONIZANTE 23
5 METODOLOGIA 31
5.1 TIPO DE PESQUISA 31
5.2 OBJETO DE ESTUDO 31
5.3 COLETA DE DADOS 36
5.4 ANÁLISE DOS DADOS 36
5.5 PROPOSTA DE TRABALHO 39
5.6 IMPLEMENTAÇÃO E RESULTADOS 40
5.6.1 Uso correto dos EPI’s e dosímetro 40
5.6.2 Delimitação da área de risco 41
5.6.3 Escala de rotatividade 44
6. ANALISE DOS RESULTADOS 46
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 51
10

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com a segurança do trabalhador é oriunda desde os povos


antigos. No Egito há registros do ano de 2360 a.C. como o Papiro Seler II (remete o
ambiente de trabalho e os riscos inerentes a função) (BARSANO e BARBOSA, 2014).
Houve tempos que o trabalhador era apenas uma ferramenta de trabalho sem direitos
ou manutenção a vida, eram “usados” até a sua exaustão, sendo descartados assim
que não rendiam mais como instrumentos de trabalho. No decorrer dos anos, ações
sociais sindicais auxiliaram a gerar legislações visando a busca dos direitos
fundamentais sendo: integridade física e a vida da classe trabalhadora ( 5BRASIL,
2008).
Os serviços de saúde são essenciais para a manutenção da vida humana,
sendo necessários desde o nascimento até a hora da partida. A dedicação dos
profissionais de saúde em dar um bom atendimento é essencial, muitas vezes
colocando a sua saúde em risco devido à exposição a diversos tipos de agentes
patológicos, ambientes insalubres, condições psicologicamente agressivas,
possibilidades de acidentes com material biológico, radiação ionizante, vírus e
bactérias. Destacando-se a necessidade de se ter um cuidado com a segurança no
trabalho deste profissional.
Apesar dos esforços de alguns órgãos governamentais em difundir
conhecimentos voltados para as atividades de Proteção Radiológica (PR), em
evidência a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), é ainda de pouco
domínio mesmo entre os profissionais da área, pobres em conhecimento a respeito
dos efeitos maléficos produzidos por exposições que ultrapassam os limites
permitidos pela legislação e expressos no PPR (Plano de Proteção Radiológica) das
empresas desse segmento.
Segundo Novailhetas (2020), podem ocorrer manifestações indesejáveis
decorrentes a radiação ionizante, esses efeitos estão atrelados ao limite de tolerância
de cada célula em suportar ou absorver a radiação. Pode-se citar como principais
efeitos biológicos, mutação, carcinogênese (processo de formação do câncer),
eritema (vermelhidão da pele), náuseas, catarata, síndromes gastrointestinais e
irregularidade nas células hematopoiéticas (formação dos glóbulos vermelhos).
Hemodinâmica tem como significado: (hemo = sangue e dinâmica =
11

movimento), sendo assim, hemodinâmica é o estudo do movimento do sangue. O


serviço está inserido em uma especialidade dentro da radiologia, que utiliza métodos
seguros, emprega o uso de fluoroscopia (técnica de aquisição de imagem com
frequência de 25 a 30 quadros por segundo através do uso de raio-x, oferecendo
imagens de alta qualidade e em tempo real do movimento do interior do corpo) com a
finalidade de diagnóstico e tratamento quando indicado.
O presente trabalho relata o tipo de risco ocupacional que os profissionais do
setor de hemodinâmica estão constantemente expostos em suas rotinas de trabalho.
A radiação ionizante é conhecida como um agente físico segundo a NR-9 em seu item
9.1.5.1 (³BRASIL, 2019).
O controle de exposição dos profissionais é realizado pelo instrumento
conhecido como dosímetro. O dispositivo é responsável pelo registro de dose recebida
pelo profissional em determinado tempo. Medidas para reduzir essa exposição são
simples, embora a aquisição de EPI’s para a área seja um investimento alto, todavia,
torna-se barato em consideração a saúde do profissional sendo de suma importância
para a proteção do mesmo. O posicionamento dos profissionais na sala durante o
exame também deve ser considerado.
De acordo com a NR-9 em seu item 9.3.5.2, que descreve como medidas de
proteção coletiva a seguinte hierarquia, reduzir a utilização do agente; prevenir a
dispersão do agente no ambiente de trabalho, reduzir os níveis de radiação no
ambiente de trabalho. Seguindo no item 9.3.5.4 da mesma norma, frisa que quando
comprovado pelo empregador a inviabilidade da técnica de adoção das ações para a
proteção coletiva, deverá ser adotada outras medidas obedecendo a determinada
ordem: medidas administrativas ou organização do trabalho; utilização de EPI
(equipamento de proteção individual), (³BRASIL, 2019).
É tratado no presente trabalho a elaboração e implantação de ações em vista
a diminuir a frequência de exposição à radiação ionizante. Foi realizado um
comparativo da participação em exames por cada profissional exposto ao agente
emissor com suas doses de dosimetria mensais. Definido como o período 2020/1
sendo anteriormente as ações, o segundo semestre do mesmo ano demonstra os
efeitos das ações firmadas.
Por fim, apresentam-se os resultados das ações realizadas e as
considerações finais do estudo.
12

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Proposta de melhoria das condições de segurança ocupacional dos


profissionais de saúde expostos à radiação ionizante em um setor de hemodinâmica.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para a realização deste trabalho será fundamental o atendimento dos


seguintes objetivos específicos:

a) Avaliar o programa de Proteção radiológica (PPR);


b) Promover ações e medidas de modo a controlar a exposição à radiação
ionizante;
c) Avaliar a efetividade das propostas definidas.
13

3 JUSTIFICATIVA

A importância desse estudo deu-se em virtude à os potenciais riscos


ocupacionais que os profissionais do setor estão continuamente expostos, radiação
ionizante como principal e único foco do estudo.
Máquinas de raio-x, hemodinâmicas entre outras, emitem esse tipo de agente,
que é considerado um risco físico segundo NR-9 em seu item 9.1.5.1 Equipamentos
como esses são frequentemente e cada vez mais solicitados para exames de
diagnóstico por imagem.
Na maioria das vezes, as doenças ocupacionais não se evidenciam de uma
hora para outra e sim ao longo do tempo, até mesmo depois da rescisão do vínculo
empregatício, dificultando a identificação das causas. Faz-se necessário maior
controle durante as atividades dos profissionais.
A exposição excessiva ou não controlada a radiação ionizante pode
ocasionar malefícios à saúde dos profissionais inseridos nesse ambiente de trabalho.
Devido à importância da saúde dos profissionais inseridos em ambientes de
trabalho que apresentem agentes de risco, faz-se necessário este estudo para que
seja minimizado esse tipo de risco aos profissionais, desta forma, busca-se a contínua
segurança e saúde das equipes.
14

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 HISTÓRIA

Historicamente, a relação de trabalho e o processo saúde/doença é oriunda


desde os povos antigos. No Egito datam registros do ano de 2360 a.C., como o Papiro
Seler II (remete o ambiente de trabalho e os riscos inerentes a função). Por volta de
1750 a.C., no Império Babilônico foi criado o Código de Hamurabi, foram retratados
cerca de 281 artigos relacionados ao trabalho, em um deles o império, como punição
sentenciava a morte o arquiteto que construir uma casa que desmorone e causa-se a
morte de seus ocupantes. Também, outro documento conhecido como Sátira dos
Ofícios datados de 1800 a.C., expressa problemas com insalubridade, periculosidade
e penosidade das profissões. (BARSANO e BARBOSA, 2014)
Segundo Nunes (2016), o direito à vida está assegurado nos pilares básicos
do trabalhador e da saúde, direito presente na Constituição Federal de 1988
(CF/1988). Conclui-se que deve ser considerado como matéria constitucional tendo
por objetivo o respeito ao ser humano.
Com a Constituição Federal de 1988, em concordância com Barsano e
Barbosa (2014), foram criadas garantias trabalhistas e modernizações aos preceitos
de segurança e medicina do trabalho, por sua vez, garantindo a integridade dos
trabalhadores.
Segundo Nunes (2016), a CF/1988, art. 7º, inciso XXII, é obrigado as
empresas adotarem critérios para controlar os riscos no ambiente de trabalho, tendo
em vista preservar a saúde de seus colaboradores. Em âmbito internacional a
Organização Internacional do Trabalho (OIT) atuante desde 1919, agregou entre as
suas aptidões a proteção dos trabalhadores contra acidentes de trabalho e as doenças
ocasionadas pela função exercida. Reconhecidos os riscos, devem ser eliminados,
neutralizados ou reduzidos por medidas apropriadas de engenharia de segurança e
de medicina do trabalho.
Segundo relatório divulgado em 2015 pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o 3º pais no mundo em mortes registradas por
acidente de trabalho. De acordo com o (INSS) Instituto Nacional do Seguro Social, só
no Brasil ocorrem cerca de 3 mil óbitos oriundos de acidentes de trabalho por ano.
15

São 700 mil vítimas não fatais anuais, contabilizados pelo INSS desde 2008, citados
como: acidentes típicos, de trajeto e doenças ocupacionais (SILVA et al., 2017).

4.2 ACIDENTE DE TRABALHO

Conforme Ferreira et al. (2012), os acidentes de trabalho não ocorrem por


acaso, estudos comprovam que os acidentes ocorrem por erro humano, falha de
material e falta de treinamento específico dos colaboradores. Treinamentos esses de
responsabilidade do empregador, sendo assim acidente de trabalho é definido como
um acontecimento que ocorre pelo exercício de atividades a serviço de uma empresa
ou empregador.
Os acidentes podem provocar lesão corporal definida como: dano ao corpo
seja leve ou grave e perturbação funcional (lesão no funcionamento de órgãos ou
membros, seja parcial ou total). Em situações de acidente de trabalho fica a
responsabilidade do empregador em comunicar a Previdência Social a traves da CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho). É de responsabilidade do INSS a
caracterização de acidente de trabalho fornecendo o vínculo entre o trabalho
realizado, o acidente e a perícia médica (FERREIRA et al. 2012)
Segundo Camargo (2011), a definição como doença profissional é formada ou
estimulada pela execução da atividade. Ferreira et al. (2012) descreve como doença
profissional sendo aquela em decorrência da atividade executada. Camargo aborda
ainda doença do trabalho como aquela adquirida em função das condições especiais
em que a função é exercida. Ferreira et al. (2012), exemplifica como: caso o
trabalhador perder a audição por falta de EPI (equipamento de proteção individual)
adequado, submetido ao excesso de ruído ocasionado no ambiente ou pelo trabalho
caracteriza em doença do trabalho.
Ferreira et al. (2012), traz ainda a definição de: Acidentes Típicos como
decorrentes da característica do trabalho realizado. Esse tipo de ocorrência passa-se
durante o expediente, descrito como uma ocorrência inesperada, violenta e eventual,
provocando ao trabalhador uma incapacidade para a realização de suas atividades e
em situações mais extremas a morte do colaborador. Acidente de trajeto, definido
como o ocorrido dentre o deslocamento da residência até o local de trabalho. Esses
acidentes podem levar o funcionário a ausentar-se de suas funções por algumas horas
conhecido como acidente sem afastamento. Até impedindo de trabalhar por diversos
16

dias, ou meses, ou até mesmo definitiva. Caso o funcionário não retorne as suas
funções de imediato ou até mesmo no dia seguinte caracteriza-se como acidente com
afastamento. Podendo resultar na incapacidade temporária, parcial e permanente ou
até total e permanente.
Peixoto (2011) traz:
a) Incapacidade temporária – como sendo a perda total da capacidade do
trabalho por um período limitado de tempo, nunca excedendo a um ano. É a
modalidade em que após o afastamento o colaborador volta as suas
atividades normais sem restrições;
b) Incapacidade parcial e permanente – relata como sendo a redução de
seu rendimento profissional. Exemplo: amputações de membros;
c) Incapacidade total e permanente – simplifica como a invalidez
permanente para a execução de suas funções.
Peixoto (2011), descreve como dias perdidos os que o acidentado não tem
condições de trabalho devido a circunstancias que incapacitaram o colaborador a
exercer as suas funções. A contagem dos dias perdidos ocorre de forma corrida, ou
seja, são contabilizados a partir do dia seguinte ao acidente incluindo os domingos e
feriados, até o dia que antecede seu retorno ao trabalho.
A CAT é um formulário que deve ser preenchido sempre que acontecer algum
acidente com o colaborador sendo nas dependências da empresa ou no trajeto de ida,
ou retorno ao trabalho. Sempre que ocorrer o acidente, a vítima devera o mais rápido
possível comunicar a empresa empregadora, para que as investigações acerca do
ocorrido sejam apuradas e esclarecidas, para que todas as medidas de correção e
prevenção se façam imediatamente tomadas, com o imediato socorro a o lesado
(PEIXOTO, 2011).
Seguindo ainda com Peixoto (2011), cabe a empresa a emissão da CAT em
no máximo de 24h (vinte e quatro) horas após o acidente, em caso de morte a CAT
deverá ser emitida imediatamente e a morte comunicada à autoridade policial.
Eventualmente a empresa não emita o formulário, o mesmo poderá ser emitido pelo
próprio acidentado, pelo médico que o atendeu, pelo sindicato da categoria ou
autoridade pública.
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4.3 SEGURANÇA DO TRABALHO A NÍVEL HOSPITALAR

As normas regulamentadoras são instrumentos legais publicados pelo


Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), essas regras orientam os estabelecimentos
de qualquer organização em relação à saúde e segurança do trabalho. O desacordo
com essas normas pode acarretar em notificação, multa, interdição ou embargo do
ambiente especifico (FIBRA, 2015).
A norma regulamentadora número 32 (NR-32) do MTE determina ações para
proteger a segurança e saúde do trabalhador em qualquer serviço de saúde, incluindo
escolas e centros de pesquisa. Sua finalidade é prevenir os acidentes e o adoecimento
oriundo do trabalho realizado pelos profissionais da área da saúde, eliminando ou
controlando as situações de risco presentes nos serviços de saúde. A norma
recomenda para cada situação de risco a adesão de programas para prevenção e
capacitação dos trabalhadores o trabalho mais seguro, conforme a NR-15 a exposição
à Radiação Ionizante, pode ser considerada insalubre, de acordo com a norma CNEN
(COREN SP, 2010).
Conforme Cavalcante et al. (2006), os riscos ocupacionais são classificados
em: biológicos, físicos, químicos. Silva et al. (2007) cita que os riscos de acidentes ou
riscos mecânicos são oriundos da baixa luminosidade, oportunidade de incêndio,
ferramentas de trabalho inadequadas, pisos molhados e escorregadios e maquinas
defeituosas. (COREN SP, 2010), a NR 32 enfatiza ainda como agentes de risco físico
os de radiação ionizantes.
Dentro do ambiente hospitalar, os profissionais da enfermagem sempre
sofrem maior risco ocupacional, devido a lidarem diretamente com pacientes e
exposição a riscos (ALVES CAVALCANTE et al., 2006).
De acordo com Reinhardt (2015), risco biológico é definido como a
probabilidade de exposição ocupacional a agentes biológicos que incluem:
microrganismos, vírus, bactérias e alguns fungos, parasitas, como ácaros, pulgas ou
vermes intestinais, culturas de células, príons e toxinas. Dentre os mais relevantes
para os ambientes de saúde são vírus, bactérias fungos e parasitas. O risco biológico
em serviço de saúde pode ser compreendido como a possibilidade de exposição
ocupacional a esses agentes, capazes de causar danos à saúde do colaborador.
O risco físico segundo Almeida et al. (2012), são definidos com a exposição
de profissionais a diversas formas de energia, sendo compreendidas como: ruído,
18

vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes,


radiações não ionizantes, infrassom e ultrassom.
Coren SP (2010), aponta como riscos químicos a exposição do trabalhador a
agentes químicos expostos no local de trabalho. Julgam-se agentes químicos,
substâncias, compostos ou produtos químicos em suas variadas formas de
apresentação, podendo ser de origem: liquida, sólida, plasma, vapor, névoa, poeira,
neblina, gases e fumo.
De acordo com Almeida et al. (2012), os riscos ergonômicos não recebem a
atenção pertinente, mesmo sabendo que a inadequação ergonômica dos postos de
trabalho implica em reflexos negativos na saúde e na produção do profissional.
COREN SP (2010), trata que a NR-32 não traz nenhum capitulo referente a ergonomia
e sim traz em outras normas ações que tratem o risco.
Conforme Pinto Balthazar et al. (2017), acidente de trabalho nas organizações
hospitalares, representa um problema eminente devido aos riscos relacionados à
integridade física dos profissionais com concordância a falta de segurança ou falha
dos métodos adotados. Os profissionais estão sujeitos a lesões e doenças
ocupacionais que estão diretamente relacionadas as atividades desenvolvidas,
podendo envolver equipamento e instalações.
Com o avanço cientifico e a inserção de novas tecnologias os gestores
hospitalares deparam-se com novos riscos potenciais, os quais, os profissionais da
saúde estarão expostos, dependendo da sua área de atuação diária. De acordo com
a locação do profissional é possível estar em contato com alguns riscos: o risco
biológico, físico, químico e de acidente, as cargas de trabalho, a condição psíquica, o
desgaste existente, entre outras situações adversas (PINTO BALTHAZAR et al. 2017).
De acordo com Silva (2018), mapa de risco é uma exibição gráfica para
visualização dos riscos existentes em determinada área de trabalho. Representa
círculos de diferentes tamanhos e cores, a fixação é realizada a modo de fácil
visualização para os profissionais da área. Sua finalidade é informar e conscientizar
sobre o grau de risco existente na unidade. Como representado na Figura 1.
19

Figura 1 - Mapa de risco setor hemodinâmica

Fonte: Silva (2018).

4.3.1 Doença ocupacional na enfermagem

A sigla ADRT (agravos e doenças relacionadas ao trabalho) constitui-se


principalmente na formação de grupos de ações que visam o estímulo da saúde,
prevenção das doenças, redução dos riscos da massa trabalhadora. Inclui
identificação de casos e clareza dos mecanismos patológicos, investigação no
ambiente de trabalho, à execução de medidas de promoção a saúde e a respectiva
solução do agravo, visando a melhoria contínua das condições de trabalho e saúde
dos envolvidos (FILHO et al. 2019).
A doença ocupacional é qualquer alteração biológica, física ou mental relativo
à ocupação do trabalhador. Diversas vezes o local de trabalho apresenta riscos à
saúde do colaborador, podendo apresentar-se como poeira, ruídos, calor, vibrações,
bactérias. Existem ainda, riscos devido à organização do recinto podendo causar
20

doenças osteomusculares, dores nas costas, LER (lesões por esforço repetitivo) e
transtornos mentais. Na maioria das vezes as doenças ocupacionais não se
evidenciam de uma hora para outra e sim ao longo do tempo, até mesmo depois da
rescisão do vínculo empregatício dificultando a identificação das causas (BRASIL,
2017).
De acordo com Cavalcante et al. (2006), os riscos que os profissionais da
saúde estão expostos são resultantes do auxílio direto que prestam a pacientes com
diferentes graus de complexidade. A assistência promovida pelo profissional implica
na manipulação de equipamentos por vezes pesado, materiais perfuro cortantes,
contato com fluidos corporais, preparo de medicamentos, exposição à radiação
ionizante, manuseio e descarte de materiais potencialmente contaminados, turnos de
trabalho, tensão e sofrimento emocional procedente da perda de vidas. Fatores estes
que estimulam na probabilidade de acidentes de trabalho e afastamento por doenças
ocupacionais, assim, dificultando a organização do trabalho, rotinas dos serviços e
qualidade do serviço de saúde.
Ribeiro et al. (2007), salienta ainda que o acelerado ritmo de trabalho e
diversos outros procedimentos realizados pelas equipes de enfermagem caracterizam
o dia-a-dia do profissional, essa rotina contribui com cansaço, dores pelo corpo,
desânimo, favorecendo o aparecimento de doenças e acidentes no trabalho.
Martins, Alves e Dias (2020), aponta a importância de reconhecer os riscos
que a enfermagem está exposta, é o primeiro passo para a prevenção das ameaças.
Leva também em consideração, a importância do uso correto e adequado de EPI. A
importância da educação continuada e assistida para uso correto, manuseio de
equipamentos, manipulação correta de medicamentos, descartes de matérias perfuro
cortantes e contaminados.

4.3.2 Motivos de afastamento

Ainda seguindo (MARTINS, ALVES E DIAS, 2020), conhecendo os riscos que


os profissionais estão expostos em seus ambientes de trabalho, a enfermagem é a
classe mais afetada tornando-os mais predispostos as doenças especificas
decorrentes as suas atividades, tendo algumas mais maléficas que outras. Havendo
problemas circulatórios e osteomusculares. Em maior evidência ficam as mialgias,
fadiga, estresse, causadas devido ao corpo do profissional, ser o instrumento de
21

trabalho. A autora descreve algumas doenças oriundas dos riscos existentes:


a) riscos físicos: doenças de ouvido, cânceres pela radiação;
b) riscos biológicos: hepatites, HIV (human immunodeficiency vírus, em
português vírus da imunodeficiência humana);
c) riscos químicos: problemas respiratórios, doenças nos olhos, doenças
na pele, dermatite e alergias.
Segundo Silva (2019), em acordo com (MARTINS, ALVES E DIAS, 2020),
retrata o câncer e o suicídio como as principais causas de mortes de agentes de
saúde. O suicídio é desencadeado pelo sofrimento no trabalho, depressão,
convivência com a dor e sofrimento, longas jornadas de trabalho refletem no fisiológico
do indivíduo. Comenta também a falta de valorização do profissional, (MARTINS,
ALVES E DIAS,2020), associa a doença de Burnout com uma das mais vistas na área
da saúde, demonstrada pela insatisfação tanto no trabalho como na vida social. Essa
insatisfação não ocorre de forma imediata, e sim passo a passo com o desgaste
(esgotado energeticamente) e desmotivação com as funções executadas, a
depressão ganhando destaque, sendo que a doença foi um dos temas discutidos pela
Organização Mundial de Saúde no ano de 2017.

4.4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Conforme Rocha (2016), a norma que rege o uso de EPI é a NR-6, essa norma
estabelece a obrigatoriedade das empresas a fornecer gratuitamente aos seus
empregados os equipamentos de proteção, sua manutenção e treinamentos quanto a
uso correto. Os modelos de EPI variam de acordo com a necessidade do ambiente de
trabalho ou dor riscos que envolve a atividade, bem como a região corporal a ser
protegida. Como o nome já sugere, o equipamento confere proteção individual e não
coletiva. Essa proteção se concentra para a cabeça, tronco, membros superiores
(braços), inferiores (pernas), à pele e aparelho respiratório. Tais EPI’s podem ser
representados na. Figura 2.
22

Figura 2 - Equipamento de proteção individual

Fonte: Rocha (2016).

De acordo com Chaves (2019), a importância do CA (certificado de


aprovação) expedido pelo órgão nacional responsável pela SST (segurança e saúde
do trabalho) do Ministério do Trabalho e Emprego. O registro do CA deve estar
gravado na superfície ou etiqueta do equipamento e documentado para arquivo da
empresa portadora. Segundo Iwami (2009), o fornecimento e comercialização de EPI
sem o CA é considerado crime, frações essas com punições previstas em lei.
Trentin (2016), destaca a importância de o CA ser a única forma de garantia
que o EPI que o comprador está adquirindo está de acordo com os órgãos
responsáveis e de que o produto é de qualidade, capaz de garantir o que é esperado.
O Certificado de Aprovação além de proteger o trabalhador, tem a finalidade de
proteger o empregador, caso ocorra uma ação trabalhista por insalubridade, a primeira
atitude do perito será ver se o EPI possui CA e se está no prazo de validade correto.
Existe ainda os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), que são sistemas
de uso coletivo, tendo a mesma finalidade do EPI de proteger a saúde e integridade
física dos envolvidos. Os EPC’s são obrigatoriamente registrados junto ao ST
(Secretaria do Trabalho) devendo obedecer às normas construtivas nacionais e em
alguns casos possuírem laudo técnico, realizados por profissionais competentes
(CHAVES, 2019).
De acordo com Rocha (2016), os riscos que os trabalhadores estão sujeitos
precisam ser evitados, caso não seja possível extinguir o risco, deverá ser adotada
formas de prevenção e a primeira opção é o uso do EPC visando minimizar os riscos
23

inerentes ao trabalho exercido. O uso desses dispositivos é específico para cada


ambiente, alguns são de fácil conhecimento de todos como: detectores de fumaça,
extintores, redes de proteção, corrimão, guarda-corpo, placas de avisos, luzes de
sinalização.
Ainda segundo Rocha (2016), caso não seja possível a adesão de EPC,
deverá seguir para a ação de segunda importância que são medidas restritivas a
acesso de locais de risco, tais como: redução de carga horaria diária ou semanal,
adoção de escalas e rodízios das equipes que fazem parte do grupo escalado. Outra
forma de caráter preventivo são treinamentos que de forma concisa informe o
profissional dos riscos presentes no ambiente de trabalho. Após essas duas etapas e
por terceira medida preventiva usa-se os EPI’s.

4.5 RADIAÇÃO IONIZANTE

De acordo com (COREN SP, 2010), conforme a norma NR-32 a radiação


ionizante é considerada uma forma de energia a que o profissional pode estar exposto
durante exames que necessitam deste recurso, devido a essa condição, é
considerado um risco físico.
Conforme Hhun (2015), destaca a importância de um Programa de Proteção
Radiológica (PPR). Aplicação, de suma importância para o funcionamento de serviços
de radiodiagnóstico.
Calegaro (2007), salienta que com a evolução tecnológica expandiu o uso de
equipamentos que utilizam a radiação, tornando-os mais frequente. Por consequência
fez-se necessário as normas que regulamentam as atividades realizadas no ambiente
que exponha o profissional a radiação ionizante. Órgãos oficiais como a Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), inclusive o próprio Ministério do Trabalho, por exemplo, dita as diretrizes e
normalizações para execução de funções as quais os profissionais estão expostos a
radiações ionizantes.
A NR-9 determina a elaboração e implementação, do Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais (PPRA), tem o intuito de prevenção a saúde do trabalhador,
através da antecipação, reconhecimento e controle da ocorrência de riscos ambientais
que existam ou que possam existir no ambiente de trabalho, visando a proteção do
meio ambiente e dos recursos naturais.
24

Para segurança dos profissionais que exercem suas atividades sujeitas a


exposição à radiação ionizante, (COREN SP, 2010) destaca alguns itens:
a) a obrigatoriedade de manter o local livre para inspeção do trabalho;
b) o plano de PPR deve estar aprovado pelo CNEN;
c) o PPR deve estar dentro do prazo de validade;
d) a atividade tem que estar descrita no PPRA da instituição.
As normas são de suma importância para o controle da saúde dos
trabalhadores, normas rígidas de radioproteção levam ao controle de limite de
dosagem ocupacional, dosimetria das radiações ionizantes. Trata-se de um resumo
que o profissional envolvido deve ter conhecimento e entendimento sobre as suas
atividades e a exposição a esse importante e invisível agente físico (CALEGARO,
2007).
Ainda, segundo Calegaro (2007), as células do corpo em exposição à
radiação ionizante dentro de um certo limite vivem bem, mesmo a exposição sendo
frequente. Porem se a exposição for excessiva pode ocorrer as lesões físicas e
podendo evoluir para morte. PAZ (2017) complementa que profissionais de
enfermagem expostos ao agente podem apresentar sintomas como: queda de cabelo
e diminuição de hematócritos associados à anemia e leucopenia.
Para garantir um nível de proteção satisfatória ao indivíduo ocupacionalmente
exposto (IOE), deve-se estabelecer limites de exposição aos agentes ionizantes,
obedecendo aos níveis de referência ocupacionais devidamente descritos no
Programa de proteção radiológica (PPR), (ALVES, 2015).
Ainda conforme Alves (2015), o nível de registro individual e mensal do IOE é
de 0,20 mSv (milésimos de Sievert, unidade que mede os efeitos biológicos
da radiação no corpo humano), para dose efetiva, doses maiores ou iguais devem ser
registradas. Já para nível de investigação deverá ser considerado no mesmo período
os índices de exposição do IOE é de 1 mSv em qualquer mês ou de dose efetiva (essa
consta como o somatório ao final de um ano), 20 mSv no período de um ano, não
podendo passar em cinco anos a marca de 50 mSV.
Cnen (2014), aponta como a exposição dos IOE deve ser restringida caso as
doses recebidas de radiação ionizantes excedam o limite, salvo em situações
especiais autorizadas pela própria CNEN, complementa ainda que esses limites não
se aplicam a exposições médicas.
A NR-32 aponta que algumas posturas devem ser tomadas pelos
25

trabalhadores suscetíveis, são:


a) permanência na área o menor tempo possível;
b) ter conhecimento aos riscos associados a atividade;
c) estar capacitado e de forma contínua em relação ao PPR;
d) uso correto de EPI’s;
e) estar sob monitoramento individual de dose de radiação ionizante.
O monitoramento individual é realizado através do dosímetro (NR-32) esses
dispositivos devem ser obtidos, calibrados e avaliados exclusivamente por instituições
acreditadas pelo CNEN. A portaria 453 (ANVISA,1998), traz que todo o profissional
exposto à radiação ionizante, deve usar o dosímetro durante toda a sua jornada de
trabalho em que estiver em área controlada, o dosimetro deve estar identificado com
nome completo e CPF ( Cadastro de Pessoa Física) do usuário. (CNEN,2014), define
área controlada toda aquela que necessite de medidas específicas para proteção e
segurança dos IOE, medidas essas com vistas de garantir exposições ocupacionais
dentro do limite esperado.
Gronchi (2004), aponta como objetivo de seu trabalho o estudo de
profissionais expostos a radiações ionizantes nos serviços de hemodinâmica,
caracterizando esse como um ambiente controlado. Descreve o serviço como
laboratório de cateterismo cardíaco, onde é disposto um equipamento de
hemodinâmica composto pelo gerador, um tubo de raio-x, equipamento de
fluoroscopia podendo girar 360º em torno do paciente, intensificador de imagens entre
outros recursos. Aponta a proximidade da equipe de hemodinâmica ao tubo de raio-x
onde é realizado o procedimento hemodinâmico.
Segundo Melo (2014), procedimentos realizados em hemodinâmica envolvem
estudos de longa duração, devido à obtenção de imagens radiográficas que são
visualizadas em tempo real, e consequentemente a exposição de radiação ionizante
é elevada, tanto para paciente quanto para equipe.
Gronchi et al. (2009), aponta que os médicos envolvidos em procedimentos
de hemodinâmica são os que demonstram maior dose de radiação, a magnitude da
dose que um profissional recebe depende do tempo de duração do exame, tempo em
anos de uso da máquina, a disponibilidade de EPC e distância dos envolvidos sempre
que possível ao agente emissor.
A utilização dos dosímetros ativos permite entender que o posicionamento da
equipe durante o procedimento é importante para a diminuição das doses recebidas
26

de radiação. Caso o profissional fique próximo ao equipamento sem necessidade suas


doses serão elevadas, sendo assim é ideal posicionar-se em outros lugares da sala,
(NUNES, 2016). A portaria 453 (ANVISA,1998), descreve como distância segura à de
2 metros entre o tubo emissor de radiação e o posicionamento do profissional. A
propagação da radiação pode ser vista na Figura 3, mostra os diferentes níveis de
exposição aos quais os IOE estão sujeitos conforme o posicionamento do agente
emissor.

Figura 3 - Diferentes níveis de exposição à radiação

Fonte: Paz (2017).

Oliveira (2016), reforça que a distância entre o colaborador e o agente emissor


é importante para a diminuição da radiação recebida, salienta também que é
recomendado o uso de EPI’s plumbífero (descrito como aquele que possui chumbo
em sua composição) pelo profissional.
As informações relacionadas as atividades de Proteção Radiológica (PR), tem
sido difundida pelos órgãos governamentais brasileiros. Mesmo com os esforços, é
notável a falta de domínio dos profissionais da área sobre o conhecimento dos danos
e efeitos provenientes da exposição excessiva HUHN, (2016).
27

A NR-32 em seu item 32.4.15, traz informações sobre serviços de


radiodiagnostico médico. Já NR-32 em seu item 32.4.15.8, retrata de equipamentos
de fluoroscopia, equipamentos esses, usados no serviço de hemodinâmica. Salienta
a importância de:
a) sistema de intensificação de imagem com monitor de vídeo acoplado;
b) saiote plumbífero inferior para proteção do operador;
c) sistema para garantir que o feixe de radiação seja completamente
restrito à área do receptor de imagem;
d) sistema de alarme indicador de um determinado nível de dose ou
exposição.
Unicamp, (2016) descreve a relevância do uso de todos os EPI’s, disponíveis
para emprego durante procedimentos que necessitam da exposição de um
profissional a radiação. Descrevendo como itens de proteção de uso obrigatório em
serviço de hemodinâmica:
a) colar cervical plumbífero, EPI usado na altura do pescoço do usuário tem
o intuito de proteger a tireoide. Figura 4;

Figura 4 - Colar cervical plumbífero

Fonte: o autor, (2020).

b) avental ou capote plumbífero, usado na região do tronco onde oferece


cobertura, proteção frontal e dorsal, deve possuir uma espessura de 0,5 mm
de Pb (chumbo); Figura 5;
28

Figura 5 - Avental capote plumbífero

Fonte: o autor, (2020).

c) Óculos plumbífero, EPI para proteção do cristalino (olhos), também


composto pelo material para proteção Figura 6.

Figura 6 - Óculos plumbífero

Fonte: o autor, (2020)


29

O autor Casagrande (2014), caracteriza EPC’s na unidade de hemodinâmica


como sendo: saiote plumbífero, Figura 7 e visor plumbífero móvel, Figura 8. Relata
que ambos devem ser usados em simultâneo durante exames realizados em
hemodinâmica. A (NR-32) descreve como blindagem uma forma de proteger o IOE,
dispositivos que devem ser posicionados entre o profissional e a fonte de radiação.

Figura 7 - Saiote plumbífero

Fonte: o autor, (2020).

Figura 8 - Visor plumbífero móvel

Fonte: o autor, (2020).

A norma NR-6 em seu item 6.3 determina que as empresas são obrigadas a
30

oferecer a seus colaboradores EPI’s, adequados, gratuitamente, fácil limpeza e em


perfeito estado de conservação, sempre que medidas de EPC não forem ou puderem
ser cumpridas e/ou enquanto estiverem sendo implantadas.
31

5 METODOLOGIA

5.1 TIPO DE PESQUISA

Segundo Gil (2008), a ciência tem por seu principal objetivo a veracidade dos
eventos, nesse sentido não a torna diferente de outras formas de conhecimento, e sim
o que a difere é a busca pela verificabilidade dos acontecimentos. Para que o
conhecimento seja classificado como cientifico é necessário a identificação das
operações mentais e técnicas para a sua apuração, ou seja, verificar os métodos que
possibilitem a chegada a tal conhecimento.
Para esse trabalho determinou-se a pesquisa bibliográfica, segundo Gil (2008),
esse método de pesquisa é desenvolvido a partir de ferramentas já elaboradas,
constituindo-se principalmente de livros e artigos científicos. Boa parte de estudos
exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas. Tendo como sua
principal vantagem o fato de permitir uma abrangência maior de determinado assunto
do que a pesquisa direta, não aprofundada. Vantagem essa particularmente
importante quando a pesquisa requer dados muito dispersos.
Mesmo com a vantagem apresentada esse modelo de pesquisa o escritor pode
comprometer a qualidade do trabalho caso não seja realizada uma pesquisa
detalhada das fontes de informações. Para redução dessa possibilidade o
pesquisador deve assegurar-se das fontes de onde os dados foram obtidos, analisar
cada informação encontrada confrontando com outras obras para descobrir
contradições desta forma obter respaldo em seu trabalho (GIL 2008).
Outro método será o comparativo que segundo autor Gil, (2008) resume-se na
investigação de dados ressaltando a diferença e semelhança entre eles, possibilitando
o estudo de dados separados pelo, espaço e tempo.

5.2 LOCAL DE ESTUDO

Dentre o ambiente hospitalar destaca-se o setor de hemodinâmica, setor foco


deste trabalho. Os procedimentos neste setor podem ser de diagnóstico e
terapêuticos, e, de forma total divide-se em três áreas, que são: Cardiológicos,
Vasculares Cerebrais e Vasculares Periféricos. Constitui-se de um procedimento
médico invasivo, permitindo a detecção de obstruções de vasos sanguíneos, com
32

seus tratamentos caso indicado. Igualmente para o diagnóstico quanto para o


tratamento é requerido maquinas com raios x para aquisição das imagens.
Este estudo foi realizado em um setor de hemodinâmica. O setor faz parte de
uma clínica de pesquisa cardiovascular, empresa essa terceirizada e localizada na
planta do Hospital do Círculo, situado na cidade de Caxias do Sul.
A empresa dispõe de todos os recursos para a segurança dos funcionários
previstos na legislação, como os EPI’s e controle da dosimetria, exames periódicos
para avaliar o estado clinico dos IOE, os EPC’s não fazem parte da legislação
brasileira, possui também paredes, portas chumbadas e vidro plumbífero entre sala
de exames e sala de laudos. Na Figura 9 é apresentado o Layout da sala e seus
comandos para a realização dos procedimentos.

Figura 9 - Layout da sala

Fonte: o autor, (2020).

Para a realização dos exames e aquisição das imagens a empresa dispõe de


uma máquina de hemodinâmica marca GE/XPRO modelo Angix ADV, conforme
Figura 10.
33

Figura 10 - Máquina GE/XPRO modelo Angix ADV

Fonte: o autor, (2020).

O serviço atualmente conta com uma equipe de: três técnicos em enfermagem
e uma enfermeira além do serviço de higienização e recepção em horário comercial.
Para a realização dos exames é acrescido à equipe um médico cardiologista
hemodinamicista e um médico anestesista, tratando-se de cateterismo cardíaco e
angioplastia de coronárias. Os exames realizados neste setor só são possíveis devido
à aquisição das imagens serem através da radiação ionizante.
A estrutura da hemodinâmica que serve para a base deste estudo é definida
da seguinte forma.
Os exames realizados na unidade são de origem ambulatorial (agendados) ou
em caráter de urgência (IAM infarto agudo do miocárdio). Os procedimentos
agendados são realizados com o total da equipe de enfermagem composta por
técnicos e enfermeira. Para a realização do exame é necessário um técnico para
instrumentar o procedimento, esse profissional permanece no perímetro critico de
radiação ionizante junto ao médico cardiologista durante todo o exame. Necessário
ainda outro técnico para a função que é denominada como circulante, essa função é
exigida para que possa ser abertos materiais não previstos durante a execução do
procedimento, podendo ou não permanecer na área crítica durante o procedimento.
34

Figura 11 - Posicionamento da equipe durante exames

Fonte: o autor, (2020).

Atualmente o serviço não dispõe de uma escala que determine o rodízio de


qual profissional circula, instrumenta ou fica fora da sala. A organização de quem entra
no procedimento é de comum acordo entre os profissionais da área. Conforme
demonstrado na Figura 11, observa-se a presença imprópria de profissionais no
ambiente onde é realizado o procedimento, estando expostos desnecessariamente à
radiação ionizante. Através da portaria 453 (ANVISA), 1998 recomenda que o IOE
mantenha distância mínima de 2 metros do agente emissor de radiação.
Mensalmente os dosímetros são enviados para a empresa SAPRA, que
realiza a avaliação de exposição iônica. Ao retornarem, eles voltam com o relatório de
coleta de doses, onde aponta a dosagem mensal de cada profissional. Conforme PPR
vigente do ano de 2017 da empresa, a dose limite para exposição à radiação ionizante
é de até 1mSv ao mês. No Gráfico 1 é demonstrado o resumo do relatório ano de
2019, referente as dosagens de 3 funcionários sendo os três técnicos de enfermagem,
os profissionais serão denominados como A, B e C, seus valores de exposição serão
mensurados em mSv, de acordo com regras da CNEN.
35

Gráfico 1 - Relatório dosimetria 2019

RELATÓRIO DE DOSIMETRIA 2019


1

0,8
Dosimetria em mSv

0,6 0,5 0,6 0,6


0,5 0,5 0,5 0,5
0,4
0,3 0,3 0,3 0,3
0,2
0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,20,2 0,2 0,2
0,1 0,1
0,1 0,1 0,1 0,1
0 0 0 0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses ano (2019)

Profissional "A" Profissional "B" Profissional "C"

Fonte: SAPRA, 2019. Adaptado pelo autor, (2020).

O Gráfico 1 representa os registros de doses recebidos pelos colaboradores no


ano de 2019, de acordo com o documento da empresa responsável por fazer as
leituras dos dosímetros, SAPRA. Observa-se que nenhum colaborador superou o
limite de dose de 1mSv mensal, sendo a sua dose efetiva acima de 1mSv, que
corresponde a dose para investigação. Para doses abaixo de 0,1mSv, são contados
como igual a zero, conforme previsto no PPR da clínica. Observa-se uma disparidade
entre as dosagens dos três profissionais. Apenas o profissional B teve dose de 1mSv
no mês de fevereiro. Com base na informação gráfica e em observações do local de
trabalho, é possível reduzir os níveis de registros de dosimetria. Medidas simples e
eficazes são passiveis de serem tomadas.
Sabendo-se da importância de ter uma equipe de enfermagem vigorosa e
completa, para que durante a sua jornada de trabalho possa cumprir com seus
deveres profissionais, e mantendo a satisfação dos clientes, percebeu-se a
oportunidade de melhoria quanto os limites de radiação aos quais os profissionais
estão expostos.
36

5.3 COLETA DE DADOS

Para a coleta dos dados em um primeiro momento foi utilizado o método de


observação.
De acordo com Gil (2008), o método de observação é importante desde a
formulação do problema, passando pela construção de hipótese, coleta, análise e
interpretação dos dados. Função fundamental no processo de pesquisa.
Ainda segundo Gil (2008) define entrevista como uma técnica em que o
observador realiza perguntas a um determinado entrevistado com a intenção de
recolher dados pertinentes a seus interesses de pesquisa, portanto, é uma forma de
interação social entre entrevistador e entrevistado, onde um busca as informações e
a outra pessoa as fornece. Comumente usada para obtenção de dados acerca do que
as pessoas sabem ou conhecem sobre o tema.
Pesquisa documental assemelha-se a pesquisa bibliográfica, o que difere uma
da outra, é a natureza de suas fontes. Sendo que a pesquisa bibliográfica fica
amparada por obras literárias e publicações científicas, a pesquisa documental vale-
se de materiais que não receberam um tratamento crítico. O primeiro passo da
pesquisa documental é a exploração das fontes documentais, de primeira mão como:
documentos oficiais, reportagens de jornal, contratos, fotografias. Posterior de
segunda mão: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas
entre outros (GIL, 2008).

5.4 ANÁLISE DOS DADOS

A clínica dispõe de todos os equipamentos de proteção individual, com


respectivo CA válido. Possui também barreiras consideradas como blindagem, que
são um mecanismo entre o operador e o emissor de radiação. A avaliação dos
dosímetros é realizada por empresa terceirizada, SAPRA landauer serviços de
assessoria e proteção radiológica LTDA, empresa essa certificada pela CNEN.
Observou-se a necessidade, de um levantamento quanto as doses recebidas
de radiação ionizante e a possível redução das mesmas mensal e anualmente, com
intuito de minimizar problemas de saúde no futuro do colaborador.
É possível identificar oscilações na dosimetria dos profissionais, conforme os
gráficos 2, 3 e 4, onde os dados referentes ao primeiro semestre de 2020. Para a
37

interpretação dos gráficos foram contados o número de exames que cada profissional
instrumentou denominado como: A, B e C, não havendo o controle de quem estava
circulando a sala ou onde ficavam posicionados durante o exame, na Figura 11
demonstra o atual cenário.
Com a análise do gráfico 2, observa-se que no mês de janeiro o profissional
instrumentou 10 exames e obteve uma dose de dosimetria 0,2mSv, já no mês seguinte
teve um aumento expressivo do número de exames e uma baixa da dosimetria
registrada sendo 0,1mSv. Demostrando a falta de proporcionalidade entre o número
de exames e dose mensurada de dosimetria, o mês de junho não houve registro de
dosímetros pela empresa Sapra.

Gráfico 2 - Profissional "A"

Profissional "A" Nº de Exames e Dosimetria


2020/1
23
21

12
10

5
4

0,2 0,1 0 0 0 0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN

NÚMERO DE EXAMES POR MÊS DOSIMETRIA NO PERÍODO

Fonte: o autor, (2020)

O Gráfico 3 representa os exames do profissional “B”, observa-se que no


primeiro mês do ano, o profissional teve um número de exames baixo e uma dose de
dosimetria elevada ultrapassando a dose limite prevista pelo PPR da empresa de 1
mSv, no mês de fevereiro teve um aumento significante do número de exames e uma
baixa da dosimetria. Observa-se ainda que no mês de maio o profissional não
instrumentou nenhum exame e teve valores de dosimetria. Dados que comprovam a
falta de controle e acesso ou circulação em sala durante os exames. No mês de junho
não houve registro de dosímetros pela empresa Sapra.
38

Gráfico 3 - Profissional "B"

Profissional "B" Nº de Exames e Dosimetria


2020/1
19

10

5
4
1,6 1
0,3 0 0 0 0,3 0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN

NÚMERO DE EXAMES POR MÊS DOSIMETRIA NO PERÍODO

Fonte: o autor, (2020)

Os dados do profissional “C” são representados no Gráfico 4, caracterizado


por uma constância no número de exames realizados, com exceção do mês de abril
onde teve uma queda. Suas doses mantiveram-se baixas em proporção aos exames
instrumentados pelo profissional. No mês de junho não houve registro de dosímetros
pela empresa Sapra.

Gráfico 4 - Profissional "C"

Profissional "C" Nº de Exames e Dosimetria


2020/1
18
16
15 15

12

0,2 0,5 0,3 0 0,4 0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN

NÚMERO DE EXAMES POR MÊS DOSIMETRIA NO PERÍODO

Fonte: o autor, (2020)

Essas variações de número de exames e dosimetria podem ser atribuídas a


39

falta de uma escala que defina a ordem de trabalho para os profissionais, foi
observado o comportamento inadequado dos profissionais durante a realização dos
exames, diversas vezes a distância de 2 metros não era respeitada. O uso incorreto
do dosímetro também foi um agravante para os resultados, quando usados, eram
postos entre o corpo do usuário e o avental plumbífero desta forma o avental “protege”
o dosímetro de realizar a leitura.

5.5 PROPOSTA DE TRABALHO

O trabalho tem como proposta a redução de exposição à radiação ionizante


dos profissionais de enfermagem no serviço de hemodinâmica, controlando a
permanência em sala e proximidade com o agente emissor e uso correto de EPI e
dosímetro.
Conforme exposto, é de suma importância o serviço de hemodinâmica para
diagnósticos e tratamentos de problemas cardiovasculares, a obtenção das imagens
para os exames é realizada através de raio-x., portanto é reconhecida a importância
de o serviço contar com uma equipe sadia e orientada quanto aos danos que podem
ser ocasionados pela radiação ionizante. Medidas simples podem ser implementadas
para a menor exposição dos profissionais ao agente físico em questão.
Conforme observado nos gráficos 2, 3 e 4 existe uma discrepância entre o
número de exames auxiliados por cada profissional, com suas doses de dosimetria
em relação ao número de exames em que o profissional instrumentou. Observa-se
doses que ultrapassam a dose estabelecida pelo PPR da instituição que preconiza
limite mensal em 1mSv.
Algumas simples ações podem ser aplicadas de forma a contribuir com o
alcance da proposta do trabalho.
Reforçar os treinamentos com todos os integrantes da equipe quanto ao uso
correto do dosímetro. Respeitando a portaria 453 (ANVISA,1998), que traz: que todo
o profissional exposto à radiação ionizante deve usar o dosímetro durante toda a sua
jornada de trabalho em que estiver em área controlada e a NR-6 que determina
treinamentos aos profissionais expostos quanto ao uso correto dos EPI’s.
A portaria 453 (ANVISA,1998), determina a distância mínima de 2 metros
entre o profissional e o agente emissor de radiação ionizante. Propõe-se uma
demarcação de área, para que visualmente possa ser de fácil percepção a
40

proximidade ao agente emissor, assim pode o profissional manter distância sempre


que possível. Caso o profissional fique próximo ao equipamento sem necessidade,
suas doses serão elevadas, podendo posicionar-se em outros lugares da sala,
(NUNES, 2016)
Agregar a rotina de trabalho uma escala que defina a rotatividade dos IOE
possibilitando dessa forma homogeneizar o número de exames instrumentados por
profissional, da mesma forma, a escala auxiliará a não permanência de profissionais
desnecessários em sala durante o procedimento.
Medidas simples e de fácil entendimento de todos, poderão proporcionar uma
melhora nos níveis de doses da radiação ionizante. O menor tempo de exposição ao
agente emissor trará resultados satisfatórios.

5.6 IMPLEMENTAÇÃO E RESULTADOS

Neste capitulo será descrito a execução das propostas definidas neste


trabalho.

5.6.1 Uso correto dos EPI’s e dosímetro

A primeira medida a ser tomada é a contínua orientação e treinamento quanto


a rádio proteção. Explicar aos profissionais envolvidos a importância do uso correto
dos EPI’s e do dosímetro. Não bastando apenas o uso correto dos equipamentos de
proteção destaca-se a importância do posicionamento do IOE durante procedimento.
A demonstração de como deve ser o uso correto dos EPI’s, com o
posicionamento do dosímetro é destacada na Figura 12, demonstrando a posição
adequada do uso do dosímetro sobre o avental, seguido do uso de colar cervical
plumbífero, avental plumbífero e óculos plumbífero.
Treinamentos internos devem ocorrer com maior frequência, de modo a
reforçar a relevância do uso correto dos EPI’s, dosímetro e posicionamento em sala.
Após o recebimento do relatório mensal de dosimetria, será uma hora
oportuna para as reuniões/treinamentos, nesse momento é possível avaliar a dose de
exposição e a definição da ação a ser tomada para que caso a dose tenha
apresentado valor acima do estipulado pelo PPR. Desta forma diminuirá a repetição
do evento. Cabe ao responsável técnico do serviço essa análise de dosimetria e a
41

preocupação em promover treinamentos aos colaboradores.

Figura 12 - Uso Correto do EPI's e dosímetro

Fonte: o autor, (2020)

5.6.2 Delimitação da área de risco

Sabendo-se que o profissional médico que realiza o exame e o profissional de


enfermagem que instrumenta o procedimento não possa manter a distância mínima
de 2 m do agente emissor, é compreensível que a exposição dos mesmos seja de
maior intensidade, essa condição não revoga a orientação da NR-32 em relação ao
menor tempo possível na área crítica e ao uso correto dos EPI’s. Desta forma a
42

atenção fica voltada ao posicionamento dos demais profissionais da área delimitada


como de risco.
Reconhecidos os riscos, devem ser: eliminados, neutralizados ou reduzidos
por medidas apropriadas de engenharia de segurança e de medicina do trabalho.
Nunes (2016).
Devido ao equipamento de hemodinâmica não ser um maquinário estático e
sim realizar movimentos para melhor angulação, o equipamento realiza movimentos
conforme a orientação do arco em graus e conforme a legenda para identificar o
posicionamento do tubo, sendo: RAO (Right Anterior Oblique em português Obliqua
Anterior Direita), LAO (Left Anterior Oblique em português Obliqua Anterior Esquerda),
CRA (Cranial), CAU (Caudal). Demonstrado na Figura 13. Houve uma alteração na
adoção de distância mínima de 2 m regida pela portaria 453 (ANVISA, 1998).

Figura 13- Movimentos tubo emissor de radiação

Fonte: monitor XPRO. Adaptado pelo autor, (2020)

Conforme a disposição do tubo emissor de radiação vai existir variação no


perímetro ao qual é estabelecido a região de risco. Desta forma foi adotado a distância
de 3 metros para delimitação desta área, demonstrado na Figura 14. Com isso,
independentemente da posição em que o agente emissor estiver posicionado os
profissionais que não estiverem em campo cirúrgico poderão estar fora da área de
risco.
43

Figura 14– Delimitação área de risco

Fonte: o autor, (2020)

A elaboração da demarcação foi realizada com fita de cor vermelha de


dimensões correspondentes à: 35 mm X 150 mm respeitando o raio de 3 metros em
relação ao tubo emissor de radiação e com distância entre cada segmento de fita de
1 metro no pavimento da sala de exames correspondente ao perímetro de exposição,
demonstrado na Figura 15, a marcação possibilita a visualização da área de risco,
assim, facilita o autocuidado em não permanecer nessa área desnecessariamente.
44

Figura 15 - Demarcação sala de exames

Fonte: o autor, (2020)

5.6.3 Escala de rotatividade

Cabe ainda uma escala de enfermagem onde possibilite o rodízio de


profissionais para instrumentar e circular o exame, havendo assim somente os
profissionais necessários em sala. Desta forma apenas o instrumentador e o circulante
com médico cardiologista e anestesista permanecerão em sala.
Os demais profissionais ficam fora da área de risco e caso haja a necessidade
de permanência em sala a orientação é de que fiquem fora do perímetro de radiação.
Mantendo assim um equilíbrio quanto aos procedimentos instrumentados por
profissional e exposição dos que circulam. O terceiro técnico que ficara fora da sala
poderá realizar outras atividades respeitando o ciclo conforme Tabela 1.
45

Tabela 1- Rodízio em sala


Exame Instrumentador Circulante Fora da Sala
1 A C B
2 B A C
3 C B A
Fonte: o autor, (2020)

Foi realizado uma nova distribuição da equipe onde o profissional denominado


como “A” instrumentará um exame e após será o “B” sucessivamente o “C”. Este
método permitirá que cada instrumentador terá seu circulante tornando-se uma dupla
de trabalho. Esse rodízio permitirá uma distribuição mais eficientes dos procedimentos
em que o técnico circula. Desta forma sempre terá dois técnicos em sala, não expondo
desnecessariamente um terceiro indivíduo.
Com a demarcação de área de risco e escala de revezamento entre os
técnicos a permanência em sala fica de acordo com o layout demonstrado na Figura
16.

Figura 16 - Permanência em sala durante exame pós mudança

Fonte: o autor, (2020)


46

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após a observação do ambiente de trabalho com a análise da estrutura da


organização dos IOE. Foram formuladas ações com o intuito de homogeneizar o
número de procedimento instrumentados por profissional, a delimitação da área de
risco mantendo distância, realização de escala de rotatividade junto a treinamento
para a explanação das novas rotinas e entendimento das mesmas.
As ações foram apresentadas e explicadas ao responsável técnico do setor,
foi realizado um treinamento com a equipe de enfermagem passando as orientações
quanto ao uso correto dos EPI’s dando a devida importância ao uso do colar cervical,
óculos e avental todos plumbíferos. Enfatizado o uso correto de dosímetro, mantendo-
o na altura do peito e sobre o avental plumbífero. A importância de não permanecer
dentro da área crítica durante procedimentos sem necessidade, respeitando o rodízio
de sala mantendo apenas profissionais necessários no ambiente, deixando claro a
necessidade de não se expor a radiação ionizante.
Percebe-se a grande necessidade de manter acompanhamento dos níveis de
dosimetria e rotina de treinamento para o uso adequado principalmente do dosímetro
e posicionamento em sala durante exames. É necessário inserir a cultura de não
permanecer próximo ao agente emissor de radiação ionizante, assunto esse deve ser
frequentemente abordado junto a equipe.
O cenário do primeiro semestre do ano de 2020 é apresentado na Tabela 2,
observam-se os números de exames instrumentados por cada profissional, na linha
inferior é apresentado a porcentagem de exames que cada profissional instrumentou
no decorrer de 6 meses em um total de 100% sendo o montante de 196 exames.
47

Tabela 2 - Número de exames por mês de funcionário 2020/1


2020/1
MESES Profissional "A" Profissional "B" Profissional "C"
Janeiro 10 5 15
Fevereiro 23 19 12
Março 12 10 15
Abril 5 4 6
Maio 4 0 16
Junho 21 1 18
TOTAL 75 39 82
38% 20% 42%
Fonte: o autor, (2020)

Contudo, após as ações tomadas como: reorganização da disposição da


equipe, delimitação da área de risco e treinamento houve uma melhora na
homogeneização de número de procedimentos por profissional, obteve-se os
seguintes dados de acordo com a Tabela 3. Uma melhor distribuição do número de
exames por profissional, em comparação a Tabela 2. Possível observar uma melhora
na padronização do número de exames entre os profissionais.

Tabela 3 - Número de exames por mês de funcionário 2020/2


2020/2
MESES Profissional "A" Profissional "B" Profissional "C"
Julho 15 14 14
Agosto 15 8 14
Setembro 9 9 10
Outubro 14 13 15
Novembro
Dezembro
TOTAL 53 44 53
35% 29% 35%
Fonte: o autor, (2020)

Com as medidas sugeridas e implementadas é possível perceber a diminuição


dos dados de dosimetria mensal por profissional. O Gráfico 5 demonstra o número de
exames com a relação de dosimetria no segundo semestre de 2020 do profissional A,
é possível perceber uma constância do número de procedimentos e baixa dose de
dosimetria dos meses em avaliação.
48

Gráfico 5 - Profissional "A" 2020/2

Profissional "A" Nº de Exames e Dosimetria


2020/2
15 15
14

0 0 0,1 0,1

JUL AGO SET OUT

NÚMERO DE EXAMES POR MÊS DOSIMETRIA NO PERÍODO

Fonte: o autor, (2020)

Também é possível observar no Gráfico 6 uma redução do nível de dosimetria


do profissional B, embora o número de doses recebidas em relação ao número de
exames instrumentados seja ainda desproporcional é visível a homogeneização dos
exames por mês do período e o baixo registro de dose.

Gráfico 6 - Profissional "B" 2020/2

Profissional "B" Nº de Exames e Dosimetria


2020/2
14
13

9
8

0,1 0 0,3 0,3

JUL AGO SET OUT

NÚMERO DE EXAMES POR MÊS DOSIMETRIA NO PERÍODO

Fonte: O autor, (2020)

Da mesma forma é possível observar no Gráfico 7 as mesmas características


dos gráficos anteriores, uma proporcionalidade do número de exames com relação à
dosimetria do período.
49

Gráfico 7 - Profissional "C" 2020/2

Profissional "C" Nº de Exames e Dosimetria


2020/2
15
14 14

10

0,2 0 0,1 0,1

JUL AGO SET OUT


NÚMERO DE EXAMES POR MÊS DOSIMETRIA NO PERÍODO

Fonte: o autor, (2020)

Conforme demonstram os gráficos, houve redução dos dados de dosimetria


dos profissionais. Para analise pontual foi adotado os dados do trabalhador de maior
risco (profissional “B”), o mesmo, obteve no primeiro semestre de 2020 uma dose
elevada, mensurada em 1,6mSv. O Gráfico 8 demonstra a média de exames
instrumentados e dosimetria no período de seis meses.

Gráfico 8 - Média 2020/1 IOE "B"

MÉDIA DADOS IOE "B" 2020/1


6,5

0,366666667

MÉDIA DE EXAMES MÉDIA DE DOSIMETRIA (mSv)


,
Fonte: o autor (2020)

Mantendo os dados do profissional “B” construiu-se o Gráfico 9, que traz as


informações de média de exames instrumentados e de dosimetria, referente ao
50

segundo semestre de 2020. Observa-se que houve aumento do número de exames


no período de controle e baixa dos registros médios de dosimetria.

Gráfico 9 - Média 2020/2 IOE "B"

MÉDIA DADOS IOE "B" 2020/2

11

0,175

MÉDIA DE EXAMES MÉDIA DE DOSIMETRIA (mSv)

Fonte: o autor, (2020)

Conforme os fatos, comprovam que as medidas implantadas, com intuito de


reduzir a dosimetria dos profissionais, demonstram-se eficientes, o posicionamento
em sala fora do perímetro de maior intensidade de radiação, a não permanência em
sala sem necessidade, trouxe ótimos resultados quanto a minimização da exposição
dos IOE’s. Consequentemente diminuindo o risco de possíveis doenças que podem
acometer os profissionais do setor.
A redução de 48% dos níveis de radiação ionizante em comparação ao
primeiro semestre do ano de 2020 é expressiva e comprova a eficácia das ações
concretizadas. As alterações das rotinas que foram sugeridas, não trouxeram
prejuízos aos colaboradores como sobrecarga, pelo contrário, ocorreu uma melhora
na distribuição dos exames entre os técnicos do setor, indo contra o cenário 2020/1.
Com o resultado positivo, apresentado uma redução significativa dos níveis,
foi apresentado a toda equipe, ressaltando serrem medidas simples, mas grande
importância na saúde de cada profissional inserido neste setor.
Com isso será realizado o acompanhamento mensal, de modo a avaliar e
observar se as mudanças continuam sendo realizadas corretamente ou se haverá
necessidade de realizar novas condutas para continuar obtendo a redução dos níveis
de radiação.
51

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho teve como objetivo geral a proposta de melhoria de condições de


segurança ocupacional dos profissionais de saúde expostos à radiação ionizante em
um setor de hemodinâmica. Por estarem continuamente expostos ao risco físico, fez-
se necessário a elaboração dos objetivos específicos que foram reavaliar o PPR da
empresa visando os limites de doses recebidas de radiação ionizante com o intuito de
certificar-se que estão dentro dos limites aceitáveis ou não. A formulação de práticas
sadias de trabalho visando a contemplação do objetivo geral e sua continua avaliação
para verificar a efetividade.
Observou-se uma desproporcionalidade dos números de exames
instrumentados pelos profissionais, com os limites de dosimetria, irregulares em
relação à quantidade de exames que cada IOE participou.
Visto a possibilidade de minimizar o problema, foram elaboradas ações
simples e passiveis de aplicação sem custos significativos, como delimitação de área
de risco com fitas fixadas no pavimento da sala de exames, respeitando o raio de ação
do agente ionizante, outra ação, foi a orientação quanto ao uso correto dos EPI’s, e
do dosímetro com correto posicionamento em sala, mantendo-se fora da área de risco,
e por último, a elaboração de escala que oriente a rotação de profissionais durante
exames, mantendo assim apenas o pessoal necessário para a execução do
procedimento.
As ações propostas durante o período de execução do trabalho, tiveram
impacto positivo e satisfatório para o alcance dos objetivos. Foi realizada a
comparação dos dados tabulados do segundo semestre do ano de 2020 em relação
ao primeiro semestre do mesmo ano. Foi atendível a redução das doses recebidas de
radiação, da mesma forma, a equalização dos procedimentos por profissional.
Conforme exposto o profissional “B”, considerado o de maior risco ocupacional devido
à dose elevada de radiação obtida no primeiro semestre de 2020, serviu como amostra
da eficiência e eficácia do estudo, tendo redução de 48% da dose de radiação
recebida.
Os resultados para a empresa são visíveis em curto prazo, recebidos através
da dosimetria que é medida mensalmente, porém para o profissional é a longo prazo,
evitando que o mesmo, no futuro, venha sofrer as consequências originárias do
52

excesso de exposição à radiação ionizante. A diminuição de dose a longo prazo reduz


a possibilidade de o profissional desenvolver alguns riscos à saúde. Pode-se citar
como principais efeitos biológicos, mutação, carcinogênese (processo de formação do
câncer), eritema (vermelhidão da pele), catarata, síndromes gastrointestinais e
irregularidade nas células hematopoiéticas (formação dos glóbulos vermelhos).
Cabe ainda a formalização de rotinas quanto a treinamentos específicos à
rádio proteção, o entendimento da escala de rodízio de enfermagem, para uma
diminuição mais acentuada das doses aferidas em dosimetria.
Embora a conclusão positiva, foi possível observar que mesmo após as
orientações e medidas tomadas, o mau posicionamento em sala era constante por
parte de alguns profissionais, percebeu-se que profissionais permaneciam muito
próximos ao paciente sem necessidade. Treinamentos quanto aos riscos e a
importância do autocuidado demonstram-se ainda necessários e com maior
regularidade para o bom entendimento dos envolvidos na atividade.
Sugere-se um estudo mais detalhado dando importância ao tempo de
exposição por procedimento instrumentado, relacionando com a dosimetria do período
de análise.
53

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