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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SANTA CATARINA - CAMPUS FLORIANÓPOLIS


DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL MECÂNICO
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE PRODUTO

MARIA EDUARDA DA CONCEIÇÃO

EMBALAGEM LÚDICA DE PAPELÃO PARA BRINQUEDO: Uma visão


de ecodesign e consumo consciente.

FLORIANÓPOLIS, 2021.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
SANTA CATARINA - CAMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL MECÂNICO
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE PRODUTO

MARIA EDUARDA DA CONCEIÇÃO

EMBALAGEM LÚDICA DE PAPELÃO PARA BRINQUEDO: Uma visão


de ecodesign e consumo consciente.

Trabalho de conclusão de curso, submetido


ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) como
parte dos princípios para obtenção do título
de Designer de Produto (Tecnólogo em
Design de Produto).

Orientadora:
Profa. Dra.Jucelia Giacomini da Silva.

FLORIANÓPOLIS, 2021.
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor.

Conceição, Maria Eduarda


Embalagem Lúdica de Papelão para Brinquedo: uma visão
de ecodesign e consumo consciente / Maria Eduarda Conceição;
orientação de Jucelia Giacomini da Silva. -
Florianópolis, SC, 2021.
163 p.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Instituto Federal
de Santa Catarina, Câmpus Florianópolis. CST
em Design de Produto. Departamento Acadêmico de
Metal Mecânica.
Inclui Referências.

1. Embalagem. 2. Embalagem para brinquedo. 3. Embalagem


de papelão reciclado. 4. Ecodesign. 5. Design de
embalagem. I. Giacomini da Silva, Jucelia . II. Instituto
Federal de Santa Catarina. III. Embalagem Lúdica
de Papelão para Brinquedo.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CÂMPUS FLORIANÓPOLIS

Florianópolis, 22 de setembro de 2021.

Atesto, que o(a) aluno(a) Maria Eduarda da Conceição realizou as correções sugeridas pela banca
examinadora para o seu trabalho de conclusão de curso intitulado “EMBALAGEM LÚDICA DE
PAPELÃO PARA BRINQUEDO: Uma visão de ecodesign e consumo consciente”, tendo este o meu
aval para ser entregue à Biblioteca do Câmpus Florianópolis.

Observação: Em virtude das recomendações provenientes dos procedimentos de segurança


sanitária relacionados ao controle da COVID-19, este documento, substitui a folha de assinaturas
que compõe o trabalho digital.

________________________________________
Prof.(a) Jucelia Salete Giacomini da Silva
Orientador(a) do trabalho
AGRADECIMENTOS

Àqueles que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado durante toda a


minha trajetória, muito obrigada pelo carinho e incentivo. Sou extremamente grata a
minha mãe, Hilda, que nunca mediu esforços para me proporcionar uma educação
de qualidade, colocando meus estudos e sonhos como uma das prioridades em sua
vida. Ao meu pai, Euclides, que sempre trabalhou muito para garantir que nada me
faltasse, zelando constantemente pelo meu crescimento pessoal e profissional,
tenho certeza que onde quer que ele esteja hoje, está muito orgulhoso com o
fechamento deste ciclo.
Um muito obrigada ao meu noivo, Jadson, que esteve comigo desde o início
dessa jornada, sempre me apoiando, incentivando e ajudando em cada etapa do
meu desenvolvimento. Obrigada por me apresentar ao IFSC e me incentivar a correr
atrás dos meus sonhos!
Aos meus irmãos e cunhadas, Eduardo, Leonardo, Schirley e Thais, que
sempre estiveram dispostos a me ajudar nos trabalhos da faculdade, e me deram
muito apoio nessa etapa final do TCC.
Às minhas amigas e colegas de faculdade, Enya, Maria Eduarda e Júlia,
vocês com certeza fizeram essa caminhada de 4 anos ser muito mais leve.
Agradeço por todos os trabalhos que fizemos juntas e o quanto conviver com vocês
no dia a dia me fez feliz!
Agradeço do fundo do meu coração à minha orientadora Prof. Jucelia
Giacomini, que contribuiu imensamente com o meu desenvolvimento, estando
presente na minha trajetória desde a época do PET-Design IFSC. Obrigada por
sempre se mostrar pronta para me ajudar em todas as etapas do meu TCC, me
transmitindo confiança e calma sempre que eu precisava.
Às professoras que compuseram a minha banca, Prof. Raquel Bugliani e Prof.
Carla Arcoverde, que assim como a professora Jucelia, puderam acompanhar um
pouco da minha trajetória durante o PET-Design, e estiveram sempre prontas para
me ajudar quando eu precisei.
Meus agradecimentos ao Osvaldir Viegas, proprietário da empresa Oficina do
Aprendiz, que doou o seu tempo e espaço na Oficina para que eu pudesse concluir
este trabalho, sendo uma pessoa muito acessível, fazendo muitas contribuições para
o desenvolvimento do meu projeto.
Por fim, agradeço ao Instituto Federal de Santa Catarina, por me formar como
humana e designer, me mostrando que o ensino público pode sim ser de qualidade.
Sou grata por cada momento que vivi dentro da Instituição, que por muitos anos
acabou sendo a minha segunda casa. Tenho muito orgulho de ter feito parte da
Instituição e ter feito essa escolha para a minha vida. Vou sentir falta de andar pelos
corredores verdes do IFSC, espero ter a oportunidade de revê-los em breve.
RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresenta as etapas do


desenvolvimento de uma embalagem lúdica para o brinquedo educativo “Trem de
Passageiros” desenvolvido em papelão reciclado. A intenção foi tornar a embalagem
parte do brinquedo em questão, transformando-a, após cumprir a sua função
principal (proteger e transportar), em um objeto de interação para a criança, evitando
que a mesma seja descartada quase imediatamente após a sua abertura. Para o
desenvolvimento deste trabalho foi utilizada a metodologia de Bernd Löbach
adaptada juntamente aos princípios de Ecodesign apresentados pelos autores Ezio
Manzini e Carlo Vezzoli, aliando aos ideais de consumo consciente, sem exageros e
desperdícios, e a importância do brincar, que regem a filosofia da empresa parceira,
Oficina do Aprendiz, criando assim, uma embalagem de menor impacto ambiental.

Palavras-chave: Embalagem; Embalagem para brinquedo; Embalagem de papelão


reciclado; Ecodesign, Design de Embalagem.
ABSTRACT

This Course Completion Paper (TCC) presents the stages of development of a


playful packaging for the educational toy “Train of Passengers” developed in recycled
cardboard. The intention was to make the packaging part of the toy in question,
transforming it, after fulfilling its main function (protecting and transporting), into an
object of interaction for the child, preventing it from being discarded almost
immediately after opening. For the development of this work, Bernd Löbach's
methodology was used, adapted together with the Ecodesign principles presented by
the authors Ezio Manzini and Carlo Vezzoli, combining the ideals of conscious
consumption, without exaggeration and waste, and the importance of playing, which
govern the philosophy of partner company, Oficina do Aprendiz, thus creating
packaging with less environmental impact.

Keywords: Packaging; Toy packaging; Recycled cardboard packaging; Ecodesign,


Packaging Design.
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Etapas das fases de pesquisa……………………………………….. 20

Figura 02 - Fachada da loja………………………………………………………... 21

Figura 03 - Projeto personalizado para um colégio infantil…………………….. 22

Figura 04 - Jogo desenlace………………………………………………………… 23

Figura 05 - Fábrica de brinquedos………………………………………………… 23

Figura 06 - Estratégias do ciclo de vida………………………………………….. 27

Figura 07- Legenda da análise qualitativa do ciclo de vida…………………….. 36

Figura 08 - Análise qualitativa do ciclo de vida, embalagem termoencolhível.. 37

Figura 09 - Tipos de embalagem………………………………………………….. 46

Figura 10 - Papelão ondulado face simples……………………………………… 49

Figura 11 - Papelão ondulado parede simples…………………………………... 49

Figura 12 - Papelão ondulado parede dupla…………………………………….. 49

Figura 13 - Papelão ondulado parede tripla……………………………………… 50

Figura 14 - Papelão ondulado parede múltipla………………………………….. 50

Figura 15 - Estruturas de embalagens de papel………………………………… 53

Figura 16 - Acessórios de embalagens…………………………………………… 54

Figura 17 - Proibido para menores de 3 anos…………………………………… 56

Figura 18- Tipos de impressão…………………………………………………….. 58

Figura 19 - Coreto presente na Oficina do Aprendiz……………………………. 61

Figura 20 - Casinha presente na Oficina do Aprendiz………………………….. 62

Figura 21 - Painel imagético do público alvo (pais)……………………………... 63

Figura 22 - Painel imagético do público infantil………………………………….. 64

Figura 23 - Circuitos aramados……………………………………………………. 65

Figura 24 - Jogo Dobble……………………………………………………………. 65

Figura 25 - Exemplo de brinquedo fora da embalagem na Oficina……………. 66

Figura 26 - Brinquedos plastificados presentes na Oficina do Aprendiz……… 67


Figura 27 - Produto escolhido loja Oficina do Aprendiz…………….…………... 68

Figura 28 - Resposta questionário: cliente da Oficina………………………….. 70

Figura 29 - Resposta questionário: idade das crianças………………………… 70

Figura 30 - Resposta questionário: se importam com o tempo da criança na


71
frente das telas……………………………………………………………………….

Figura 31 - Resposta questionário: frequência que brinca com o filho………. 71

Figura 32 - Resposta questionário: motivo de comprar o brinquedo educativo 72

Figura 33 - Resultado questionário: o brinquedo costuma vir com


72
embalagem…………………………………………………………………………...

Figura 34 - Resposta questionário: material das embalagens………………… 73

Figura 35 - Resposta questionário: reaproveitamento da embalagem……….. 73

Figura 36 - Resposta questionário: comprar um brinquedo por ter uma


74
embalagem que se transforme em um brinquedo……………………………….

Figura 37 - Resposta questionário: sentir falta da embalagem………………... 75

Figura 38 - Resposta questionário: importância de um visor na embalagem... 75

Figura 39 - Embalagens apresentadas no questionário………………………... 76

Figura 40 - Resposta questionário: preferência estética das embalagens…… 76

Figura 41 - Embalagem que remete a baixo impacto ambiental………………. 77

Figura 42 - Resposta questionário: embalagem que remete a baixo impacto


77
ambiental……………………………………………………………………………..

Figura 43 - Painel conceito - sustentabilidade…………………………………… 91

Figura 44 - Painel conceito - criatividade………………………………………… 92

Figura 45 - Painel visual do produto………………………………………………. 93

Figura 46 - Painel visual do produto - picotes e marcações…………………… 94

Figura 47 - Painel visual do produto - elemento surpresa……………………… 94

Figura 48 - Exemplo de alternativas geradas (cenário).................................... 95

Figura 49 - Exemplo de alternativas geradas (jogos)....................................... 96

Figura 50 - Exemplo de alternativas geradas (livro)......................................... 96

Figura 51 - Alternativa 01 - cenário velho oeste…………………………………. 98


Figura 52 - Alternativa 02 - livro interativo………………………………………... 99

Figura 53 - Alternativa 03 - tabuleiro fazenda……………………………………. 100

Figura 54 - Modificações da embalagem…………………………………………. 102

Figura 55 - Planificação embalagem e roleta……………………………………. 103

Figura 56 - Planificação da embalagem e seus componentes em uma folha


104
66x96cm……………………………………………………………………………...

Figura 57 - Estudo volumétrico……………………………………………………. 104

Figura 58 - Estudo volumétrico - embalagem aberta…………………………… 105

Figura 59 - Estudo volumétrico - referencial humano…………………………… 105

Figura 60 - Estudo volumétrico - árvore destacável 3d………………………… 106

Figura 61 - Estudo volumétrico - roleta…………………………………………… 106

Figura 62 - Aba de abertura e fechamento………………………………………. 107

Figura 63 - Tipos de alça…………………………………………………………... 107

Figura 64 - Berço da embalagem…………………………………………………. 109

Figura 65 - Paleta de cores da embalagem…………………………………….... 110

Figura 66 - Paleta de cores do brinquedo………………………………………... 110

Figura 67 - Cor preta………………………………………………………………... 111

Figura 68 - Textura e padronagem………………………………………………… 111

Figura 69 - Aplicação do grafismo sobre o papelão reciclado e cor…………... 112

Figura 70 - Representação do trem……………………………………………….. 113

Figura 71 - Análise tipográfica para o nome do brinquedo…………………….. 114

Figura 72 - Fonte selecionada……………………………………………………... 114

Figura 73 - Composição do nome do brinquedo………………………………… 115

Figura 74 - Tipografia utilizada…………………………………………………….. 116

Figura 75 - Configuração dos elementos…………………………………………. 117

Figura 76 - Configuração dos elementos - tabuleiro……………………………. 118

Figura 77 - Simulação na gôndola………………………………………………… 119

Figura 78 - Planificação e montagem da roleta………………………………….. 120


Figura 79 - Planificação e costura do saco de algodão cru……………………. 121

Figura 80 - Arte-finalização parte externa………………………………………... 122

Figura 81 - Arte-finalização parte interna - tabuleiro……………………………. 122

Figura 82 - Planificação sem layout………………………………………………. 123

Figura 83 - Solução final……………………………………………………………. 130

Figura 84 - Tabuleiro………………………………………………………………... 130

Figura 85 - Parte posterior da embalagem………………………………………. 131

Figura 86 - Referencial humano…………………………………………………… 132

Figura 87 - Ambientação 1…………………………………………………………. 133

Figura 88 - Ambientação 2…………………………………………………………. 134

Figura 89 - Modelo físico da embalagem……………………………………….... 135

Figura 90 - Tabuleiro com o trenzinho…………………………………………….. 136

Figura 91 - Pinos no tabuleiro……………………………………………………... 137


LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Principais marcos da motricidade grossa e fina………………... 43

Quadro 02 - Tempo de degradação dos materiais…………………………….. 47

Quadro 03 - Identificação dos tipos de onda…………………………………... 51

Quadro 04 - Análise sincrônica, produto 1……………………………………... 79

Quadro 05 - Análise sincrônica, produto 2……………………………………... 80

Quadro 06 - Análise sincrônica, produto 3……………………………………... 81

Quadro 07 - Análise sincrônica, produto 4……………………………………... 82

Quadro 08 - Análise sincrônica, produto 5……………………………………... 83

Quadro 09 - Análise sincrônica, produto 6…………………………….……….. 84

Quadro 10 - Análise sincrônica, produto 7……………………………………... 85

Quadro 11 - Requisitos de projeto………………………………………………. 87

Quadro 12 - Diagrama de Mudge……………………………………………….. 89

Quadro 13 - Hierarquia de requisitos………………………………………….... 89

Quadro 14 - Tabela critérios de seleção………………………………………... 97

Quadro 15 - Especificação dos materiais………………………………………. 124

Quadro 16 - Diretrizes alcançadas……………………………………………… 127

Quadro 17 - Requisitos alcançados…………………………………………….. 128


LISTA DE SIGLAS

ABP - Associação Brasileira de Psicomotricidade


ABPO - Associação Brasileira de Papelão Ondulado
ABRE - Associação Brasileira de Embalagem
Abrinq - Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos
ANAP- Associação Nacional dos Aparistas de Papel
CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 15
1.1 Problemática 16
1.2 Objetivos 17
1.3.1 Objetivo Geral 17
1.3.2 Objetivo Específico 17
1.3 Justificativa 17
1.4 Metodologia 19
1.5 Empresa Parceira 21
2 DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS PARA BRINQUEDOS 25
2.1 Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis 25
2.1.1 Ciclo de Vida do Produto 26
2.1.1.1 Minimização dos Recursos 28
2.1.1.2 Otimização da Vida dos Produtos 29
2.1.1.3 A Escolha de Recursos e Processos de Baixo Impacto Ambiental 30
2.1.1.4 Extensão da Vida dos Materiais 31
2.1.1.5 Facilitando a Desmontagem 33
2.1.2.1 O Ciclo de Vida das Embalagens 36
2.1.2.2 Processos de Produção Gráfica Sustentável 38
2.2 A Necessidade do Brincar e as Relações de Consumo no
Desenvolvimento Infantil 39
2.2.1 A Influência da Mídia no Público Infantil 39
2.2.2 O Brinquedo e a Importância do Brincar 40
2.2.3 Desenvolvimento Psicomotor 42
2.2.3.1 Desenvolvimento Motor Fino 43
2.3 Design de Embalagens de Brinquedo 45
2.3.1 Tipos de Embalagens 46
2.3.2 Materiais e Processos 47
2.3.3 Escolha do Material 48
2.3.3.1 O Papelão 49
2.3.3.2 Estrutura de Embalagens de Papel 53
2.3.3.3 Acessórios das Embalagens de Papel 54
2.3.4 Projeto Gráfico 55
2.3.4.1 Informações Necessárias em Embalagens de Brinquedo 56
2.3.4.3 Tipos de Impressão e Acabamentos 58
3 PESQUISA DE CAMPO 61
3.1 Entrevista com o Proprietário 61
3.1.1 A História e o Ideal da Empresa 61
3.1.2 Público Alvo 63
3.1.3 Produtos mais Vendidos 65
3.1.4 A Relação da Empresa com as Embalagens 67
3.2 O produto escolhido 69
3.3 Questionário com o Público Alvo 70
3.4 Análise Sincrônica 79
4 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO 88
4.1 Requisitos de Projeto 88
4.2 Painéis - Moodboard 91
4.3 Geração de Alternativas 96
4.3.1 A Alternativa Escolhida 101
4.4 Desenvolvimento Formal Estrutural 102
4.4.1 Estudo de Protótipo e Planificações 103
4.4.2 Sistemas de Abertura e Fechamento, Pegas e Berço 107
4.5 Desenvolvimento Gráfico Visual 110
4.5.1 Cor 110
4.5.2 Imagem 112
4.5.2.1 Textura e Grafismo 112
4.5.2.2 Representação do Produto 113
4.5.3 Seleção Tipográfica para o Nome do Produto 114
4.5.3 Tipografia 116
4.5.4 Informações e Diagramação 117
4.5.5 Simulação na Gôndola 119
4.5.6 Material Complementar 120
4.6 Adequação formal 122
4.6.1 Arte-finalização 122
4.7 Especificação Técnica 124
4.7.1 Especificação dos Materiais 124
4.8 Diretrizes e Requisitos Alcançados 126
4.9 Descrição da Solução Final 130
CONSIDERAÇÕES FINAIS 139

REFERÊNCIAS 141

APÊNDICE 147
APÊNDICE A - Cronograma de Projeto 147
APÊNDICE B - Roteiro de Entrevista 148
APÊNDICE C - Termo de autorização para divulgação dos dados e utilização de
imagem. 149
APÊNDICE D - Perguntas Questionário Online 151
APÊNDICE E- Arte-finalização 155
APÊNDICE F- Desenho Técnico Embalagem 157
14

INTRODUÇÃO

A embalagem representa uma ferramenta histórica e de extrema importância


para o desenvolvimento do comércio, tendo inicialmente as funções de conter,
proteger e transportar os produtos, e chegando nos dias atuais com funcionalidades
que vão além, precisando também vender e conquistar os consumidores através da
comunicação e da sua aparência atrativa. (MESTRINER, 2007)
De acordo com Mestriner (2007), as embalagens passaram a ser um
componente de peso no lixo urbano, sendo itens de grande visibilidade por terem
formas e cores bem definidas, chamando assim, mais atenção do que outros tipos
de resíduos, como é o caso do lixo orgânico.
Segundo Manzini e Vezzoli (2016) as embalagens estão inseridas em um
grupo de produtos chamados bens de consumo (monouso), que são produtos cujo o
impacto ambiental geralmente é maior na sua fase de produção e eliminação, sendo
de grande importância, minimizar o impacto ambiental nestas fases do seu ciclo de
vida. Ainda de acordo com os autores, o ciclo de vida refere-se às trocas entre
produto e meio ambiente (input e output), sendo a vida do produto levada em
consideração desde o seu nascimento, que vai da extração de matéria prima e os
recursos necessários para o seu surgimento, até a sua morte, que seria o seu
descarte após o uso. Podemos então considerar que o ciclo de vida de um produto
possui determinados processos que são agrupados na fase de pré-produção,
produção, distribuição, uso e descarte.
Segundo Gomes (2010) a grande maioria dos RSU (Resíduos Sólidos
Urbanos) são representados por embalagens de uso doméstico e comercial, sendo
estas provenientes do consumo exacerbado de indivíduos que habitam países
industrializados. Um dos grandes consumidores dos tempos modernos acaba sendo
o público infantil, que como coloca Gomes (2010), são consumidores ativos e
perspicazes, que possuem o comportamento consumista se desenvolvendo de
forma gradual e progressiva ao longo da infância, sendo vulneráveis e recebendo
influências sociais.
De acordo com Negromonte (2011) o mercado de brinquedo no Brasil se
tornou gigantesco, prova disso é a empresa Mattel, uma das maiores empresas de
brinquedo do mundo, instalar uma fábrica no país que está localizada no Estado de
15

São Paulo desde 1988. O Brasil se tornou o terceiro país, fora dos Estados Unidos,
que mais vende os produtos da marca, totalizando 200 milhões de itens vendidos
por ano, entre brinquedos e utensílios infantis.
Sendo assim, para o desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso,
viu-se a oportunidade junto à empresa de brinquedos educativos, Oficina do
Aprendiz, de desenvolver uma embalagem de papelão reciclado que busque
minimizar impactos ambientais no fim de vida, propiciando a extensão da vida da
embalagem, e que possa ser transformada em produto de brincadeira pela criança
após a abertura do brinquedo, sem deixar de lado as questões fundamentais da
embalagem como: armazenamento, transporte, proteção e informação, propiciando
sua reutilização e ampliando o tempo de vida da mesma.

1.1 Problemática

Em uma visita realizada à empresa parceira deste projeto, a loja/fábrica de


brinquedos educativos Oficina do Aprendiz, pode-se perceber e entender ao
conversar com o responsável e idealizador do local, Osvaldir Viegas, a importância
que existe a respeito do consumo consciente e valorização do brinquedo. A empresa
preza por uma cultura em que os brinquedos não são acumulados pelas crianças, e
o marketing não seja forçado ao ponto de fazer com que o público infantil tenha a
sensação de que precisa sempre adquirir novos objetos, deixando assim, os antigos
de lado, não dando o devido valor aos brinquedos.
Apesar de possuir uma cultura que busca gerar menos lixos, a empresa
acaba vendendo muitos brinquedos em plástico termo encolhível, que são
descartados logo após a compra, embalagens de papel cartão e possuindo também
alguns brinquedos que não levam embalagem, o que pode acabar sendo visto como
algo negativo pelo consumidor, já que é nas embalagens que se encontram as
informações importantes sobre o produto, sendo também vista como uma forma
mais atrativa e segura de levar o brinquedo para casa.
Paralelo a isto, Gomes (2010) coloca que as embalagens acabam
representando uma grande fonte de lixo, o que causa danos devastadores ao meio
ambiente, principalmente embalagens que são projetadas para serem descartadas
após a abertura do produto, que possuem uma política chamada “do berço à
sepultura”.
16

Tendo em mente todas estas questões levantadas, torna-se interessante


pensar em uma embalagem que faça sentido à filosofia da empresa, sem deixar de
lado o interesse do consumidor e lembrando que a embalagem tem sim seus lados
positivos, e em certas situações acabam sendo essenciais para informar e manter a
integridade do produto. Pensando nisso, uma embalagem que possa compor de
alguma forma com o produto final, evitando o descarte imediato, seria uma solução
que agregaria ainda mais valor aos produtos da empresa.

1.2 Objetivos

A partir das pesquisas iniciais feitas até este momento, foram definidos os
objetivos que regem o presente projeto.

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma embalagem em papelão reciclado para o brinquedo “Trem


de Passageiros”, que possa, além das funções esperadas por uma embalagem, se
transformar em um objeto lúdico, aumentando assim o tempo de vida deste produto.

1.3.2 Objetivo Específico

● Compreender a aplicação da sustentabilidade no desenvolvimento de


produtos sustentáveis;
● Pesquisar sobre design de embalagem de brinquedo e embalagens
sustentáveis;
● Conhecer sobre aspectos gerais do público infantil, de 4 a 6 anos de idade, e
a sua ligação com o consumo e o ato de brincar;
● Entender os conceitos e filosofias que regem a empresa Oficina do Aprendiz;
● Projetar uma embalagem que esteja de acordo com os princípios do
ecodesign e os ideais da empresa.

1.3 Justificativa

A principal motivação para o desenvolvimento deste projeto, trata-se sobre


transmitir valores e ideais a respeito do consumo consciente tanto para pais quanto
para o público infantil. Levar as convicções existentes no cerne da empresa parceira
e ajudá-la de alguma forma a transferir tais princípios para as crianças é de extrema
17

importância. A ideia deste projeto é levar esses conceitos a partir da valorização do


brinquedo, sem desprezar nenhum ponto de sua composição, nem mesmo a
embalagem, principal elemento deste estudo.
Segundo Barbosa e Forster (2020), o consumo de brinquedos no Brasil vem
crescendo de forma acelerada, relatando que de acordo com a Associação Brasileira
dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) a expectativa em 2020 era que o setor
vendesse 3% a mais do que o ano de 2019, que já possuía uma alta de 6% ao ano,
vivendo uma realidade muito diferente dos outros setores.
Juntamente com este boom vivenciado pelo setor de brinquedos, temos
também uma significativa quantidade de embalagens, que de acordo com a revista
Sagres (2020), muitas são feitas de plásticos, e a mesma apresenta um estudo que
revela que entre os anos de 2018 e 2030 irá somar-se a um total de 582 mil
toneladas de embalagens no Brasil.
Pensar em embalagens que possam ser aproveitadas pelas crianças é uma
forma de impedir com que elas saiam das prateleiras direto para o lixo, sendo
importante rever as etapas do ciclo de vida a fim de fazer com que este impacto seja
ainda menor, pensando desde a extração da matéria-prima até o seu descarte final
e/ou reinserção no ciclo.
No que diz respeito ao material empregado neste projeto, entre os materiais
usualmente empregados em embalagens: papel/papelão, madeira, metal, vidro e
plástico optou-se pelo papelão por ser oriundo de processos de reciclagem,
podendo excluir o vidro e o metal, por não serem adequados para o manuseio do
público infantil; a madeira, por ser necessário a utilização do material virgem para o
desenvolvimento do projeto, sendo um material que requer mais envolvimento por
parte da empresa parceira, podendo acarretar em um custo adicional ao produto
vendido. Por fim, descartou-se também a utilização do plástico, visto que é um
material que destaca-se pela sua durabilidade, o que não é necessário para o
desenvolvimento de uma embalagem. Somado a esta questão, Zanin e Mancini
(2004) apontam que os principais impactos ambientais referentes ao material
plástico, está no fato de ser produzido a partir de fontes não renováveis e o acúmulo
de resíduo de difícil degradabilidade, o que não é apropriado para o presente
projeto.
De acordo com dados disponibilizados pela ANAP - Associação Nacional dos
Aparistas de Papel, as aparas de papel são classificadas em 31 tipos distribuídos
18

em 4 grupos diferentes, com destaque para o papel voltado para embalagem,


chamados de aparas marrom, composto majoritariamente por papelão ondulado. Em
2019 este grupo foi responsável por 80% de todo o material velho recuperado para
reciclagem, possuindo uma taxa de recuperação de 79,8% para o mesmo ano,
ficando atrás, segundo a CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem,
apenas do alumínio, que teve uma taxa de reciclagem de 97,4%.
Segundo a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), o papelão
reciclado é produzido com 86% de papel reciclado na sua produção. Além disso, a
ABPO ainda coloca que o material é 100% reciclável, resistente, leve e versátil,
sendo uma ótima opção para realizar o projeto proposto, onde a intenção é atrasar o
descarte da embalagem transformando-a em um objeto de brincar.

1.4 Metodologia

Para o desenvolvimento do presente projeto, é necessário a utilização de um


método que possa guiar e organizar o seu andamento, gerenciando cada etapa de
forma eficaz. Sendo assim, o método definido para desenvolver o projeto de
embalagem foi o de Bernd Löbach, que segundo o seu livro, desenvolveu o método
em 4 fases macro: (i) fase de preparação, (ii) geração, (iii) avaliação e (iv)
realização.
Cada uma dessas fases podem ser resumidas da seguinte forma:
i) Fase de Preparação: Fase em que é realizado o conhecimento do problema
e a coleta de informações necessárias para o andamento do projeto;
ii) Fase de Geração: Após avaliar as pesquisas e análises feitas na fase
anterior, é realizada a geração de alternativas, buscando desenvolver o maior
número de alternativas possíveis, visando assim chegar na melhor solução;
iii) Fase de Avaliação: Momento em que avalia-se todos os esboços e/ou
modelos feitos e a partir de processos de decisão, como por exemplo critérios
de aceitação, é decidido a alternativa mais adequada para o produto;
iv) Fase de Realização: Etapa onde a alternativa escolhida é refinada e
detalhada, contendo especificações técnicas, materiais e modelo do produto.

Durante a aplicação do método de Löbach foram utilizadas ferramentas para


auxiliar no desenvolvimento do projeto. Durante a fase de preparação foram
19

utilizadas ferramentas como entrevista semi-estruturada, baseada no autor Manzini


(1990/1991), ferramenta de questionário online, segundo estudos de Silva,
Buckstegge e Rogedo (2018), análise sincrônica, painel de público-alvo e tabela de
requisitos, extraídos do livro “Como se Cria: 40 métodos para design de produto” de
Ana Veronica Pazmino, e diagrama de Mudge, tendo como base Schuster (2014)
apud Rocco e Silveira (2007). Já na fase de geração foram utilizadas as ferramentas
de painéis, conceituais e de produto, brainstorming, e na fase de avaliação foi
utilizado o painel de critério de seleção para elencar as alternativas que cumpriram o
maior número de requisitos, ferramentas estas também retiradas do livro da Pazmino
(2017).
Paralelo ao método proposto por Löbach, o projeto será guiado a partir de
diretrizes apresentadas por Ezio Manzini e Carlo Vezzoli (2016), presentes no livro
“O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis - Os requisitos ambientais dos
produtos industriais''. Estas diretrizes contam com 5 tópicos, sendo eles:
(i) Minimização dos recursos: Reduzir o uso de materiais e energia;
(ii) Escolha de recursos e processos de baixo impacto ambiental: Selecionar
materiais e processos mais eco compatíveis;
(iii) Otimização da vida dos produtos: Desenvolver produtos que durem;
(iv) Extensão da vida dos materiais: Projetar levando em conta a reaplicação
dos materiais;
(v) Facilidade na desmontagem: Tornar fácil e econômico o desmembramento
das partes e a separação dos materiais.

Para melhor visualização da aplicação destes métodos e diretrizes no projeto,


a figura abaixo tem a função de ilustrar as etapas e ferramentas de cada fase e
como foram distribuídas durante a pesquisa.
20

Figura 01: Etapas das fases de pesquisa.

Fonte: Autoria própria baseada em Löbach (2001) e Manzini e Vezzoli (2016).

1.5 Empresa Parceira


A empresa parceira para o desenvolvimento deste projeto se chama Oficina
do Aprendiz. Trata-se de uma loja de brinquedos educativos situada no bairro
Campeche, na cidade de Florianópolis/SC, que conta com um espaço interativo
onde clientes/visitantes têm disponíveis os brinquedos e materiais para
experimentação. Com orientação especializada, o lugar conta com mais de 500
desafios e jogos de tabuleiro e cerca de 2000 itens de brinquedos pedagógicos.
21

Figura 02: Fachada da loja.

Fonte: Autoria própria (2021)

A Oficina do Aprendiz foi idealizada em 2004 pelo proprietário Osvaldir Viegas


e possui como método de trabalho fundamental a criação, desenvolvimento,
experimentação e divulgação de ferramentas lúdicas. A empresa se encontra em
constante atividade de pesquisa, trabalhando como uma incubadora de objetos
lúdicos, tendo histórico de parcerias com a UFSC, IFSC, UDESC, CNPq, Editora
Ática e Scipione, CELESC, SESC, SESI, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal,
Epagri/SC, assim como prefeituras, escolas que fazem visitas, e empresas privadas
que identificam o processo lúdico como elemento fundamental para o
desenvolvimento das pessoas.
22

Figura 03: Projeto personalizado para um colégio infantil.

Fonte: Oficina do Aprendiz (2021).

A empresa tem como prioridade a venda de produtos que façam sentido para
o consumidor, se posicionando em extremo desacordo com comportamentos
compulsivos e as estratégias de marketing aplicadas ao público infantil. Tendo os
produtos projetados com o intuito de serem educativos, para os proprietários e
idealizadores da empresa, é mais válido a criança entrar na loja e brincar com os
brinquedos e jogos presentes nela sem levá-los para casa, do que realizar a compra
e acabar se tornando apenas mais um brinquedo no meio de tantos outros. Tendo
isso em mente, a empresa conta com um público-alvo que abraça essa ideia de
consumo mais consciente, sendo pessoas que valorizam o trabalho de produtores
locais e simpatizam pela arte da marcenaria, investindo em brinquedos simples e
educativos.
23

Figura 04: Jogo desenlace.

Fonte:Oficina do Aprendiz (2021).

Além disso, a empresa conta com cursos e oficinas, como espaço de


interações lúdica (brinquedotecas) e gestão de desafios, e uma fábrica na parte
posterior da loja, onde existe um espaço de marcenaria que profissionais incubam o
desenvolvimento e produção de novos projetos, lugar onde é feito a maioria dos
brinquedos existentes na loja.
Figura 05: Fábrica de brinquedos.

Fonte: Oficina do Aprendiz (2021).


24

2 DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS PARA


BRINQUEDOS

2.1 Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis


Com o aumento da tecnologia, permitiu-se o aumento da produção e o
crescente hábito de consumo. O possuir passou a ter mais importância que o ser, e
as pessoas passaram a ser valorizadas pelos seus bens, sendo estes uma forma de
afirmação social. (LIMA, 2010)
De acordo com Strada e Schonardie (2014) acabou-se criando novas
necessidades em busca da felicidade e satisfação e para isso o ser humano utiliza
dos recursos naturais, não observando a capacidade de regeneração dos recursos
renováveis e a não capacidade dos não renováveis, o que gera uma degradação
ambiental com risco de acontecer um colapso ecológico. Este fato, segundo os
autores, coloca tanto o ser humano quanto a natureza em um patamar de grande
vulnerabilidade.
Neste contexto, foi estabelecido nas últimas décadas do século XX, o
conceito de sustentabilidade ambiental no debate internacional, pelo documento da
World Commission for Environment and Development Our Common Future, que foi a
base da conferência UNCED (United Nations Conference on Environment and
Development), que se desenvolveu no Rio de Janeiro em 1992. A expressão
sustentabilidade, refere-se às condições sistêmicas, onde os seres humanos não
devem interferir nos ciclos naturais e não devem prejudicar os recursos naturais,
recursos estes que serão, posteriormente, transmitidos à próxima geração.
(MANZINI e VEZZOLI, 2016)
Os autores colocam que a sustentabilidade ambiental é algo a ser alcançado
e não uma direção a ser tomada, sendo que nem tudo que apresenta melhorias
ambientais pode ser considerado algo sustentável.
Para o desenvolvimento de produtos de design ligados ao tema da
sustentabilidade são utilizados processos que se fundamentam no Ecodesign.
Segundo Filho, Pigosso, Rozenfeld e Ometto (2008) o Ecodesign possui uma
abordagem de gestão ambiental que trata de desenvolver produtos com o objetivo
de minimizar impactos ambientais, sem deixar de lado outros aspectos importantes,
como funcionalidade, estética, qualidade e custo.
25

De acordo com Bardini, Busarello e Watanabe (2016, pg. 9 apud Luttropp e


Lagerstedt, 2006 e Karlsson e Luttropp, 2006), o “Ecodesign pode ser compreendido
como a associação do design com uma relação inteligente com a natureza”.
Segundo os autores, a ideia principal é satisfazer o consumidor ao mesmo tempo
em que colabora com o desenvolvimento sustentável, melhorando métodos de
desenvolvimento de produtos a fim de reduzir os efeitos negativos no meio
ambiente.
De acordo com Manzini e Vezzoli (2016) é necessário utilizar de uma nova
abordagem para obtermos produtos cada vez mais ambientalmente conscientes, e
para isso é necessário projetar para todas as fases do produto, levando em conta o
seu ciclo de vida, ou seja, o Life Cycle Design. Para isso, segundo os autores,
“deverá ser definido um perfil das fases de ciclo de vida do produto, partindo da
extração da matéria-prima, até à eliminação dos seus refugos e dos resíduos.”
(MANZINI e VEZZOLI, 2016, p.101)

2.1.1 Ciclo de Vida do Produto


O ciclo de vida do produto, é definido por Manzini e Vezzoli (2016), como
sendo todas as trocas feitas entre produto e meio ambiente, levando em
consideração todos os estágios de vida de um produto: nascimento, vida e morte.
Segundo os autores (2016, p.92) “considerar o ciclo de vida quer dizer adotar
uma visão sistêmica de produto, para analisar o conjunto dos inputs e dos outputs
de todas as suas fases, com a finalidade de avaliar as consequências ambientais,
econômicas e sociais".
Para Manzini e Vezzoli (2016), existem cinco fases na vida do produto, sendo
elas pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte. A fase de pré-produção é
caracterizada pela aquisição de recursos, transporte desses recursos do local de
extração para o local de produção e transformação dos recursos em materiais e
energia. Já a fase de produção é onde ocorre a transformação dos materiais, a
montagem e os acabamentos. Na fase de distribuição é onde ocorre a embalagem,
transporte e armazenagem. A quarta fase é identificada como a fase de uso, onde o
produto é utilizado ou consumido (no caso de alimentos), e por fim, temos a fase de
descarte, que pode ser realizada de três formas: o produto pode ser refabricado,
voltando a ter suas funções iniciais, pode ser reciclado ou incinerado, ou em últimos
casos acabam parando em lixões ou aterros sanitários.
26

Manzini e Vezzoli (2016) ainda colocam que, além do ciclo de vida dos
produtos, é necessário pensar em ciclos de vida adicionais, que é o caso de
produtos que dependem de outros para o seu funcionamento, como por exemplo
uma máquina de café, que além da própria máquina, conta com o pó de café, água e
filtro para o seu funcionamento.
Manzini e Vezzoli (2016) apresentam estratégias e requisitos ambientais para
o desenvolvimento de produtos, sendo eles:
(i) Minimização dos recursos: objetivo para todas as fases do ciclo de vida dos
produtos;
(ii) Escolha de recursos e processos de baixo impacto ambiental: objetivo
para todas as fases do ciclo de vida dos produtos;
(iii) Otimização da vida dos produtos: estratégia relacionada às fases de
distribuição (embalagem), uso e descarte/eliminação;
(iv) Extensão da vida dos materiais: pertencente a fase de
descarte/eliminação;
(v) Facilidade de desmontagem: estratégia relacionada à otimização da vida
dos produtos e para a extensão da vida dos materiais.
Abaixo é possível visualizar um esquema das estratégias do ciclo de vida,
disponibilizado por Manzini e Vezzoli (2016, pg. 106):
27

Figura 06: Estratégias do Ciclo de Vida

Fonte: Adaptado pela autora de Manzini e Vezzoli (2016, pg.106)

Segundo os autores, as estratégias de ciclo de vida podem ser seguidas


através de linhas de referência e opções específicas de projeto. Os autores colocam
que para serem eficientes, tais estratégias devem ser aplicadas após a definição dos
objetivos e requisitos do projeto.
Cada estratégia do ciclo de vida, proposta por Manzini e Vezzoli (2016), foram
abordadas e explicadas nos tópicos a seguir.

2.1.1.1 Minimização dos Recursos


Minimizar a utilização de recursos, sejam eles materiais ou energéticos, é de
suma importância para diminuir os efeitos negativos ao meio ambiente. De acordo
com Manzini e Vezzoli (2016, p. 117) “a redução do uso de recursos determina,
como já sabemos, a anulação dos impactos ambientais provenientes daquilo que
não é mais utilizado”. Segundo os autores, a minimização de recursos deve ser
levada em conta em todas as fases do ciclo de vida do produto, incluindo as fases
de projeto e gestão.
Como forma de orientar no desenvolvimento de projetos, os autores
apresentam as seguintes estratégias para minimizar os recursos:
28

(i) Minimizar o uso de recursos na produção: Diz respeito à minimizar o


material propriamente dito para a fabricação do produto, evitar e/ou diminuir
os refugos e perdas durante o projeto e diminuir a energia necessária durante
a produção escolhendo processos produtivos com baixo consumo energético.
(ii)Minimizar o uso de recursos na distribuição: Os autores levantam que é
necessário a diminuição dos consumos para o transporte, assim como
minimizar as embalagens.
(iii) Minimizar o consumo de recursos durante o uso: Neste tópico é levado em
consideração a minimização de recursos no que diz respeito à manutenção e
consumo de energia.
Quando o assunto em questão é embalagem, vale a pena enfatizar que a
mesma é de extrema importância para o transporte e proteção dos produtos, sendo
aconselhável a sua diminuição apenas quando possível, sem comprometer a
integridade do produto. De acordo com Manzini e Vezzoli (2016, p.126) “as
embalagens podem trazer uma vantagem ambiental, pois, prevenindo os danos,
aumentam a vida média de um determinado lote de produtos”.

2.1.1.2 Otimização da Vida dos Produtos


Quando estamos falando sobre vida útil de um produto, Manzini e Vezzoli
(2016, p.181) definem como sendo “a medida do tempo - de um produto e seus
materiais, em condições normais de uso - que este pode durar conservando as
próprias capacidades e o próprio comportamento, em um nível padrão aceito, ou
melhor, preestabelecido”.
De acordo com Cardoso (2013) pode ser muito útil prolongar a vida de
produtos, já que a constante reposição dos artefatos acaba sendo prejudicial em
muitos casos, utilizando de recursos escassos e sendo um problema para o meio
ambiente.
Já Manzini e Vezzoli (2016) apontam que cada caso precisa ser estudado,
uma vez que dependendo do produto, a substituição pode acabar sendo menos
prejudicial ao meio ambiente, uma vez que trazendo substitutos mais tecnológicos
os mesmos podem requerer menos gastos de energia.
Os autores colocam que muitas são as razões que acabam levando o produto
a ser eliminado, entre elas encontramos:
● Degradação ou fadiga estrutural, ocasionada pelo uso intensivo do produto;
29

● Danos causados por acidentes ou uso impróprio;


● Obsolescência tecnológica;
● Obsolescência cultural e estética.
Segundo Manzini e Vezzoli (2016) os produtos mais indicados para obterem
uma maior vida útil são os que necessitam de menos recursos (energia e materiais)
durante o tempo de uso. Os autores ainda pontuam (p.184) que “para outros
produtos de monouso (por exemplo, as embalagens, os jornais, as lâminas
descartáveis), portanto, aumentar suas vidas pode ser uma estratégia importante”.
Como um checklist para projetar produtos mais duráveis, Manzini e Vezzoli
(2016, p.188) disponibilizam as seguintes referências:
● Projetar a duração adequada;
● Projetar a segurança;
● Facilitar a atualização e adaptabilidade;
● Facilitar a manutenção;
● Facilitar a reparação e a reutilização;
● Facilitar a remodelação;
● Intensificar a utilização.

2.1.1.3 A Escolha de Recursos e Processos de Baixo Impacto Ambiental


O designer tem um papel fundamental na hora de escolher e aplicar materiais
e processos empregados em produtos de produção em série, mesmo não estando
envolvido com a origem ou fim de vida desses materiais no final do seu ciclo.
(MANZINI E VEZZOLI, 2016)
De acordo com Manzini e Vezzoli (2016), um designer é capaz de
proporcionar muitas alternativas de baixo impacto ambiental, no entanto, é
importante ressaltar que para soluções em que haja uma redução correta e eficaz do
impacto ambiental, é fundamental considerar todo o ciclo sistema-produto.
Segundo os autores, é necessário projetar produtos levando em consideração
recursos de menor impacto ambiental, buscando a melhor escolha na hora de
elencar materiais e aditivos para o projeto, buscando minimizar os perigos das
emissões quando o produto se encontra na fase de eliminação ou descarte final.
Ainda segundo Manzini e Vezzoli (2016) vale lembrar que alguns materiais,
mais que outros, possuem um impacto ambiental maior na fase de produção e
eliminação, porém podem fazer o produto durar mais, alongando a vida do produto.
30

Sendo assim, as escolhas para minimizar os impactos ambientais devem ser feitas
considerando o processo de produção e transformação dos materiais, os sistemas
de distribuição e uso e, os tratamentos de eliminação final dos produtos.
Os autores colocam, que outro ponto que deve ser analisado no processo de
escolha dos materiais é sobre a sua reserva existente. Muitos materiais renováveis
são biodegradáveis, o que pode ser considerado uma grande vantagem no fim de
vida do produto.
Pensando no momento de desenvolvimento de projetos, Manzini e Vezzoli
(2016, p. 153) listam as seguintes indicações para realizar a escolha dos materiais e
dos processos de baixo impacto:
(i) Evitar inserir materiais tóxicos e danosos no produto;
(ii) Minimizar o risco dos materiais tóxicos e danosos;
(iii) Evitar aditivos que causam emissões tóxicas e danosas;
(iv) Evitar acabamentos tóxicos e danosos;
(v) Escolher os materiais com menor conteúdo tóxico de emissões na
pré-produção;
(vi) Projetar os produtos de maneira a evitar o uso de materiais de consumo
tóxico e danosos;
(vii) Minimizar a dispersão dos resíduos tóxicos e nocivos durante o uso;
(viii) Usar materiais renováveis;
(ix) Evitar usar materiais que estão para se exaurir (esgotar);
(x) Usar materiais que provenham de refugos de processos produtivos;
(xi) Usar componentes que provenham de produtos já eliminados;
(xii) Usar materiais reciclados, em separado ou junto com outros materiais
virgens;
(xiii) Escolher tecnologias de transformação dos materiais de baixo impacto;
(xiv) Usar materiais biodegradáveis.

2.1.1.4 Extensão da Vida dos Materiais


Além de realizar cuidadosamente a escolha dos materiais utilizados no
projeto, é importante promover a extensão da vida dos mesmos, que segundo
Manzini e Vezzoli (2016, p.211) “significa fazê-los viver por mais tempo do que
duram os produtos que esses materiais estão compondo.”
31

De acordo com os autores, existem dois caminhos para estender a vida dos
materiais, o primeiro é através do reprocessamento, que pode ser chamado de
reciclagem ou de compostagem (no caso de material orgânico ou mineral), onde
eles são transformados em matérias primas secundárias; e o outro através do
incineramento onde é recuperado o seu conteúdo energético.
De acordo com Manzini e Vezzoli (2016) existe uma dupla vantagem
proveniente desses processos. Primeiro temos a vantagem do material não ser
descartado no meio ambiente, e em segundo temos que ficam disponíveis materiais
secundários para serem utilizados em produtos e geração de energia, evitando o
uso de materiais virgens. Sendo assim, os autores ainda colocam que os impactos
ambientais que foram evitados, podem ser considerados uma grande vantagem
ambiental.
Sobre o momento da utilização de um processo ou outro, Manzini e Vezzoli
(2016) colocam que é importante primeiro realizar a reciclagem em efeito cascata,
que é o processo onde o material é reciclado várias vezes até perder as suas
características, sendo então, um material que não possui mais propriedades para
compor um produto. Somente após a confirmação da exaustão da qualidade do
material, é aconselhável realizar a sua incineração, recuperando o seu conteúdo
energético.
Sobre o tipo de reciclagem, os autores colocam que pode ser realizada com
materiais pré-consumo, que são refugos e subprodutos de um determinado ciclo
produtivo, sendo materiais mais limpos, bem identificados e que resultam em uma
reciclagem de alta qualidade. Outra opção são os materiais pós-consumo, que são
originados de produtos e embalagens descartados pelo consumidor final, sendo
geralmente de baixa qualidade e então mais difíceis de reciclar.
Pensando na facilidade para a extensão da vida dos materiais, Manzini e
Vezzoli (2016, p.222) listam as seguintes referências para ajudar neste processo:
(i) Adotar a reciclagem em efeito cascata;
(ii) Escolher materiais com tecnologias de reciclagem eficientes: materiais que
são facilmente reciclados e que possuem valor no mercado;
(iii) Facilitar a recolha e o transporte após o uso;
(iv) Identificar os materiais;
(v) Minimizar o uso de materiais incompatíveis entre si;
(vi) Facilitar a separação dos materiais incompatíveis entre si;
32

(vii) Facilitar a limpeza: Evitar acabamentos de difícil remoção, evitar


tratamentos desnecessários de superfícies, usar tratamento de superfície compatível
com o material subordinado, evitar os adesivos;
(viii) Facilitar a combustão: Utilizar materiais com alto poder de combustão
nos produtos que devem ser incinerados, evitar materiais que produzam substâncias
nocivas durante a combustão, evitar aditivos que produzam substâncias perigosas
durante a combustão, facilitar a separação dos materiais que tornam ineficiente ou
dificultam o processo de combustão;
(ix) Facilitar a compostagem: Utilizar materiais degradáveis em relação ao
ambiente de despejo, evitar a inserção de materiais não biodegradáveis nos
produtos destinados à compostagem e facilitar a separação dos materiais não
biodegradáveis.

2.1.1.5 Facilitando a Desmontagem


Além de fazer as escolhas corretas na hora de definir materiais e processos, é
importante também estar atento na hora de conceber e projetar produtos pensando
na sua facilidade de desmontagem. Para Manzini e Vezzoli (2016) facilitar a
desmontagem do produto significa tornar ágil e econômico a separação das partes e
dos materiais.
Segundo os autores, a facilitação da desmontagem faz com que as partes
sejam facilmente separadas, o que auxilia na manutenção, reparação, atualização e
refabricação do produto. No que diz respeito ao âmbito ambiental, essa facilidade
em separar as partes torna mais simples a reciclagem (no caso de materiais
distintos) e também o isolamento (no caso de materiais tóxicos ou danosos).
Para Manzini e Vezzoli (2016, p.243) as razões ambientais para assumir um
estratégia de fácil desmontagem “são, portanto, a extensão da vida dos produtos (a
manutenção, a reparação, a atualização e a refabricação), a extensão da vida dos
materiais (a reciclagem, a compostagem e a incineração) e a possibilidade de tornar
inertes os materiais tóxicos e danosos.”
Tendo isto em mente, os autores Manzini e Vezzoli (2016, p. 253) listaram um
guia a fim de facilitar a desmontagem dos produtos:
(i) Minimizar e facilitar as operações para desmontagem e separação:
● Tornar desmontável principalmente os componentes e os materiais
tóxicos e nocivos;
33

● Tornar desmontáveis principalmente as partes mais sujeitas a


desgastes e/ou quebras;
● Adotar estruturas modulares;
● Subdividir o produto em subconjuntos que possam ser facilmente
separados e manipulados como partes individuais;
● Minimizar as dimensões do produto e de seus componentes;
● Minimizar as conexões de dependência hierárquica entre os
componentes;
● Facilitar a extração dos componentes e dos subconjuntos;
● Procurar a máxima linearidade no direcionamento de desmontagem e
● Adotar estruturas de desmontagem em forma de “sanduíche”,
posicionadas na direção vertical e que contenham elementos de
fixação de fácil acesso.
(ii) Usar sistemas de junção removíveis: No caso de sistemas de junção
permanente e de fácil abertura é indicado:
● Evitar rebites em materiais incompatíveis entre si;
● Evitar sistemas de pressão em materiais incompatíveis entre si;
● Evitar material adicional para a soldadura;
● Soldar usando material compatível com as partes que devem ser
unidas;
● Preferir, em componentes termoplásticos, soldadura a ultra-som e
vibrações;
● Evitar a colagem com adesivos;
● Usar adesivos (se necessário) de fácil remoção.
(iii) Quando usar sistemas de junção permanente, que estes sejam de fácil
extração;
(iv) Prever tecnologias e equipamentos específicos para a desmontagem
destrutiva;
(v) Uso de materiais que possam ser facilmente separados após a sua
trituração;
(vi) Uso de insertos metálicos que possam ser facilmente separados antes da
trituração dos materiais.
Para o desenvolvimento deste projeto, a diretriz de facilidade de
desmontagem apresenta-se no momento de facilitar a operação da desmontagem
34

em si. Visto que trata-se de uma embalagem de papelão ondulado, que não possui
muitos sistemas de peças e encaixes, essa diretriz aplica-se principalmente levando
em conta a facilidade da desmontagem no que diz respeito às limitações do público
alvo, que são crianças com idade entre 4 e 6 anos, que não possuem a coordenação
motora fina totalmente desenvolvida.

2.1.2 Design de Embalagens Sustentáveis


Questões que abordam o impacto ambiental causado pelas embalagens, são
cada vez mais comuns nas últimas décadas, tanto no que diz respeito às pesquisas
científicas como nas práticas de mercado. Tais discussões acabaram levando a
melhorias de processos e materiais, e acarretaram, ainda que em pequena escala,
em mudanças de hábitos de consumo. (ZAVADIL e SILVA, 2013)
Essas mudanças acabaram ocorrendo devido a avaliação que a embalagem
vem recebendo nos últimos tempos. Como coloca Gomes (2010), nas últimas
décadas a embalagem vem sendo alvo de diversas análises ambientais e isso se
tornou um aspecto que vem ganhando cada vez mais relevância neste tipo de
projeto. O autor também coloca que hoje em dia, as embalagens são caracterizadas
por uma política de “do berço à sepultura", o que quer dizer que após utilizadas elas
acabam parando em um aterro ou sendo incineradas, algo que é extremamente
prejudicial ao meio ambiente.
Segundo a cartilha da ABRE - Associação Brasileira de Embalagem (2019,
p.7), as diretrizes de sustentabilidade para a cadeia produtiva de embalagens e bens
de consumo, “alinhados ao conceito fundamental dos 3Rs - Reduzir, Reutilizar e
Reciclar - os requisitos ambientais estão em todas as etapas de desenvolvimento do
produto, desde a redução do uso de recursos naturais até as alternativas de
revalorização de resíduos pós-consumo.”
Ainda de acordo com a Associação, é possível classificar os indicadores de
cada fase do ciclo de vida da embalagem, tendo como base:
● Ecodesign: integração dos aspectos ambientais no desenvolvimento do
produto;
● Aumento da vida útil, permitindo melhor distribuição e acesso ao
produto;
● Otimizar ao máximo a proporção de embalagem x produto, mantendo a
sua segurança;
35

● Desempenho da embalagem focando minimizar o desperdício de


resíduos;
● Educação ambiental com consumo responsável e descarte seletivo.
Paralelo a isso, Zavadil e Silva (2013) pontuam que além das soluções
técnicas abordadas pelos profissionais na hora do desenvolvimento da
embalagem/produto, é fundamental desenvolver soluções que também sejam
desejáveis pelo consumidor, pois segundo o autor (2013, p.36) “não há como
alcançar uma inovação radical sustentável sem a aceitação e adoção da mesma
pelos indivíduos.”
Tendo isto em mente, é necessário que designers e empresas passem a
desenvolver embalagens que não explorem ou degradem o meio ambiente em
nenhuma fase de seu ciclo de vida, sendo urgente a criação de embalagens
sustentáveis. (GOMES, 2010)

2.1.2.1 O Ciclo de Vida das Embalagens


Segundo Gonçalves-Dias (2006) apud (Levy, 2000; Pereira e Santos, 2002), o
processo de projetar embalagens hoje em dia se tornou algo extremamente
complexo para uma empresa. Além de obedecer às exigências legais e as
demandas do consumidor, ela precisa ser atraente no ponto de venda, eficiente na
linha de produção e transporte, assegurar a proteção dos produtos, pensar no custo
final, e tudo isso, sem deixar de lado os aspectos ambientais.
“Como qualquer outro produto as embalagens produzem impactos ao meio
ambiente durante todo o seu ciclo de vida. Todas as etapas do ciclo de vida devem
ser analisadas no design das embalagens buscando a otimização ambiental de cada
processo”. (SÁ, 2019, p.48)
De acordo com Gonçalves-Dias (2006) apud (Kazazian, 2005; Manzini e
Vezzoli, 2002) a embalagem é considerada um poluidor nômade, onde cada etapa
do seu ciclo de vida produz impactos negativos ao meio ambiente. Sendo assim, o
autor coloca que é importante analisar as etapas do ciclo de vida da embalagem
desde a sua concepção, tendo em mente que cada uma das fases tem um potencial
de otimização ambiental, seja na escolha de matérias-primas, tecnologias e
processos de fabricação, organização da logística, até o contexto de uso e a
valorização ao final da vida da embalagem.
36

Para Sá (2019) o ciclo de vida de uma embalagem genérica pode ser dividido
em 5 etapas, sendo elas: obtenção e processamento da matéria-prima, fabricação,
distribuição e comercialização, consumo e descarte. Para a autora, as duas
primeiras fases são caracterizadas por impactos ambientais muito evidentes,
constituídos pela extração de recursos naturais, desmatamento, mineração e
extração de combustíveis fósseis não renováveis, tudo isso culminando em graves
desequilíbrios ambientais, como alterações climáticas, degradação e contaminação
do solo e de recursos hídricos, etc. A terceira fase é representada pela distribuição e
comercialização que representam um impacto ambiental pela emissão de CO² que
acaba afetando a camada de ozônio, contribuindo assim, para o efeito estufa. Já na
fase de consumo e descarte a autora coloca, ao citar Coles e Kirwan (2011), que o
lixo e a poluição causada através da incineração e contaminação nos solos através
dos aterros sanitários, são considerados os principais impactos ambientais causados
pela produção de resíduos, sendo a última etapa de seu ciclo de vida.
No caso da empresa parceira, Oficina do Aprendiz, existe atualmente um
produção de embalagem simples, porém que não favorece o meio ambiente, uma
vez que é feita a utilização de plástico termoencolhível que é descartado logo após a
abertura do brinquedo. Abaixo é possível observar, em caráter descritivo, as etapas
do ciclo de vida da embalagem polimérica utilizada pela empresa.

Figura 07: Legenda da análise qualitativa do ciclo de vida

Fonte: Autoria própria (2021)


37

Figura 08: Análise qualitativa do ciclo de vida, embalagem termoencolhível

Fonte: Autoria própria (2021)

2.1.2.2 Processos de Produção Gráfica Sustentável


Uma das etapas importantes na hora de desenvolver uma embalagem
trata-se da produção gráfica, que assim como o restante das fases de
desenvolvimento desta embalagem, deve-se buscar utilizar os processos mais
adequados tanto para o projeto quanto para o meio ambiente.
De acordo com Netto (2015) apud Dougherty (2011, p.95) dentro da produção
de materiais gráficos, o processo de impressão é o maior responsável pelos
impactos ambientais, com 52%, seguido do papel com 31% e da tinta, com 17%.
Além de cuidar com o tipo de impressão escolhida para confeccionar o material
impresso, é importante que o designer se atente ao tamanho da folha na hora de
realizar o projeto, cuidando sempre para conseguir o maior aproveitamento possível,
evitando desperdícios e otimizando o processo.
Para Villas-Boas (2008), na hora de escolher o processo de impressão ideal
para o projeto, é importante levar em conta aspectos como tiragem, deficiência e
vantagem apresentada na hora da impressão, custo, usabilidade e suporte (tipo de
material que será impresso).
38

No caso da empresa Oficina do Aprendiz, é importante ressaltar que o foco


não é quantidade, sendo assim, o volume de produção da empresa é muito menor
do que os existentes em fábricas de brinquedo comuns. Tendo isto em mente,
podemos descartar alguns processos que seriam inviáveis para a execução do
projeto, o que é o caso da rotogravura, por exemplo, que é um processo indicado
para altas tiragens. Pensando nisso, podemos levar em consideração a impressão
digital, por ter um ótimo custo benefício em até 1000 cópias, não necessitando de
matriz. Outro processo interessante para o presente projeto é a serigrafia, além de
ser possível a sua utilização na própria Oficina do Aprendiz, segundo Lazzarotto
(2016, apud Bann, 2012), a produção do estêncil para aplicação é barata, sendo a
utilização para baixas tiragens mais econômica do que em outros processos.
Além do processo de impressão, é importante prestar atenção no tipo de tinta
utilizado no projeto, segundo Netto (2015, apud Boylston, 2009) as derivadas do
petróleo possuem um impacto maior ao meio ambiente tanto por serem de recursos
não renováveis quanto por não serem biodegradáveis, existindo outras opções como
é o caso da tinta a base de soja, que é biodegradável e necessita de menos jatos de
tinta por ser mais intensa.
Tendo isto em mente, os processos utilizados no desenvolvimento deste
projeto serão avaliados e selecionados nas etapas de especificação técnica e
produção da embalagem, levando em consideração o custo-benefício econômico e
ambiental.

2.2 A Necessidade do Brincar e as Relações de Consumo no Desenvolvimento


Infantil
Para desenvolver este trabalho, viu-se a necessidade de conhecer um pouco
melhor os aspectos gerais relacionados às crianças. Para isso, levantou-se questões
sobre como é a relação do público infantil com o consumo, a importância do brincar
na vida da criança e o seu desenvolvimento psicomotor. Estas questões serão
apresentadas nos tópicos seguintes.

2.2.1 A Influência da Mídia no Público Infantil


Hoje em dia já não é novidade ver propagandas durante o nosso dia a dia,
elas estão em todos os lugares, seja na rádio, na rua, na internet e principalmente
na televisão. As marcas estão em constante contato com as pessoas, que com a
39

chegada dos tempos modernos, se tornaram grandes consumidoras, sendo o


público infantil uma grande parcela desse público-alvo.
De acordo com o documentário “Criança, a Alma do Negócio” (2008), dirigido
por Estela Renner, a criança brasileira é a que mais assiste televisão no mundo,
somando em média 4 horas e 51 minutos por dia, levando apenas 30 segundos para
uma marca influenciar uma criança, motivo hoje que faz com que 80% da compra
dentro de casa seja influenciada pelos pequenos.
Segundo Moreira, Pedroso, Rocha e Vieira (2013) em muitas famílias os pais
acabam sendo mais ausentes por causa do trabalho, sendo a educação da criança
conduzida por parentes próximo, o que acaba fazendo com que fiquem mais
sozinhas e passando mais tempo na frente da televisão. Tal acontecimento, como
coloca o documentário dirigido por Estela Renner (2008), faz com que a publicidade
esteja conversando com a criança todos os dias, sendo o primeiro elemento na
construção de valores e estimulando o público infantil a uma prática consumista, não
se preocupando com o meio ambiente ou refletindo sobre a real necessidade de
compra de produtos.
O documentário mostra como a mídia atinge as crianças, em uma pesquisa
realizada, ao serem apresentadas imagens de comidas e animais, a maioria dos
pequenos entrevistados acabaram não reconhecendo o que lhes foram mostrados,
em contraponto, quando viram imagens de produtos com a marca mascarada,
acabaram acertando todas as marcas e quando questionadas se preferiam comprar
ou brincar, 80% optou pelo poder de compra, o que é interessante para o mercado,
já que uma criança precoce acaba configurando em um comprador em potencial.
Além disso, a obra cinematográfica pontua que a mídia acaba “amolecendo o
músculo” da imaginação das crianças, que acabam recebendo tudo pronto pela
TV/internet, fazendo também com que consumam um produto atrás do outro, sem
dar o devido valor para as coisas adquiridas, isto porque, simbolicamente são coisas
que não estão verdadeiramente precisando.

2.2.2 O Brinquedo e a Importância do Brincar


O brincar é algo que é fundamental para o desenvolvimento da criança; é a
partir da brincadeira que o público infantil aprende a se relacionar com outras
pessoas, desenvolve sua identidade e se torna autônomo no meio social. O brincar é
algo vital para a criança, sendo o principal pilar da infância. (CARDOSO, 2010)
40

De acordo com o documentário Tarja Branca, dirigido por Cacau Rhoden


(2014), o ato de brincar é uma necessidade biológica, e essa necessidade se
estende no humano para além da infância, visto que trata-se de um anseio por
entender como você é, como se relaciona com o outro, como se apropria de algo,
sendo uma coisa que acompanha o ser humano até a sua morte. Para os autores, o
brincar é algo que pertence ao ser humano, sendo uma expressão que está
presente em diferentes etapas da vida.
Já para Cardoso (2010, p.13, apud Vygotsky, 1991) o brincar pode ser
classificado em três etapas, sendo a primeira iniciada no momento em que a criança
começa a se afastar da mãe, conseguindo falar, andar e movimentar-se sozinha. A
segunda fase caracteriza-se pela imitação, onde a criança tenta copiar os
movimentos e atitudes dos adultos. Já a última fase, é quando é apresentado
convenções através de normas e regras.
Segundo Cardoso (2010, p.17) “através do brincar a criança tem a
capacidade de criar, imaginar, cooperar, de ter autoestima e assim ter confiança em
si mesma, sendo capaz de desenvolver-se como uma pessoa plena.” Além disso, a
autora pontua que a inteligência da criança é estimulada, e isso acaba fazendo com
que ela solte a sua imaginação, desenvolva sua criatividade, exercite a
concentração, atenção e o engajamento.
Somado-se a isto, o documentário Tarja Branca (2014) coloca que é
justamente no ato de brincar que a criança aprende a buscar soluções sozinha, a
conviver com o outro e olhar para as coisas de forma criativa.
Geralmente no momento da brincadeira é comum que as crianças busquem
objetos para apoiarem a sua imaginação, com isso, Cardoso (2010) diz que a
aprendizagem baseada no brinquedo é essencial para desenvolver o aspecto
cognitivo. Tendo isto em mente, o documentário Tarja Branca (2014) levanta um
olhar preocupado pela forma como o brinquedo chega até a criança hoje em dia.
Segundo o longa, antigamente as crianças precisavam exercer a sua imaginação
também na hora de providenciar o brinquedo, já nos dias atuais esses objetos
acabam chegando pronto para o público infantil, o que acaba fazendo com que
sejam deixados de lado mais rapidamente.
41

2.2.3 Desenvolvimento Psicomotor


A Associação Brasileira de Psicomotricidade - ABP define a psicomotricidade
como sendo um termo utilizado para uma concepção de movimentos organizados e
integrados, em função das experiências vividas pelo indivíduo, onde resulta da sua
individualidade, linguagem e socialização. Além disso, é considerado um campo
transdisciplinar, que estuda as questões que envolvem as influências recíprocas e
sistêmicas entre psiquismo e motricidade.
De acordo com Imai (2007) o desenvolvimento psicomotor diz respeito às
funções de todo o corpo e suas respectivas áreas, sendo que o corpo permite que a
criança, através dos movimentos e das ações exploratórias, adquira conhecimentos,
promovendo assim, o desenvolvimento cognitivo.
Segundo a autora, dentro do desenvolvimento psicomotor podemos entender
o esquema corporal da criança, que ocorre gradativamente através de processos
evolutivos, onde a criança vai aos poucos entendendo e tomando consciência a
respeito do seu próprio corpo e do ambiente ao seu redor.
Este processo de evolução gradual do esquema corporal é divido por Imai
(2007, pg. 37, apud Le Boulch, 1992) em três etapas:
(i) Primeira Etapa - Corpo vivido (0 à 3 anos): Período em que a criança
começa a organizar as sensações à respeito do seu corpo, à medida que vai
acontecendo o amadurecimento do sistema nervoso.
(ii) Segunda Etapa - Corpo percebido (3 à 7 anos): Esta etapa, que diz
respeito à faixa de idade trabalhada neste projeto, abrange o momento em que a
criança deixa de ter um ajustamento espontâneo e passa a ter um ajustamento
controlado. Nesse momento a criança passa a aperfeiçoar e refinar os movimentos,
tendo maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Além disso,
passam a ter referência e orientação espaço-temporal, usando o próprio corpo como
referência, tendo então, noções sobre formas, dimensões e iniciam os conceitos
topológicos (em cima, embaixo, direita, esquerda). Também é o momento onde
aprendem conceitos temporais, como intervalo de tempo, ordem (primeiro,
segundo), e sucessões (o que vem antes e o que vem depois).
(iii) Terceira Etapa - Corpo representado (7 à 12 anos): Nesta etapa a criança
passa a criar pontos de referências que não são o seu próprio corpo.
Outro ponto trabalhado dentro da psicomotricidade, é o desenvolvimento
motor, tópico importante para o desenvolvimento deste projeto. Segundo a definição
42

feita por Rossi (2012), o desenvolvimento motor diz respeito ao comportamento


consciente e inconsciente, e os movimentos executados pelos músculos auxiliados
pelo sistema nervoso. O desenvolvimento motor, como explica Luz (2020), é onde
desenvolve-se primeiramente atividades de maneira ampla (e grossa), utilizando
músculos maiores, para depois então, começar o desenvolvimento fino, que é
quando a criança começa a utilizar músculos, tendões, nervos e ossos menores do
corpo, como por exemplo a mão.
Como a finalidade deste projeto é a utilização de movimentos elencados
dentro do desenvolvimento motor fino, sendo o projeto direcionado para crianças
com faixa etária de 4 à 6 anos, essa área será introduzida e explorada no tópico a
seguir.

2.2.3.1 Desenvolvimento Motor Fino


O desenvolvimento do motor fino exige da criança a utilização de pequenos
músculos e é utilizado para realizar atividades refinadas como a escrita, tocar
instrumentos, entre outros. Para que consiga realizar essas atividades, a criança
deve adquirir aos poucos os conhecimentos necessários e precisa ir aperfeiçoando
os movimentos de forma contínua e progressiva, a fim de estimular a coordenação
óculo-manual e de pequenos músculos. (COSTA, 2013)
Segundo Imai (2007), o ato de pegar um objeto começa com o emprego da
preensão, que é definida pelo movimento de segurar algo na mão ou na palma da
mão. De acordo com a autora, essa preensão passa a evoluir de uma preensão
reflexa até movimentos finos digitais, esse desenvolvimento mostra a trajetória
evolutiva da criança, que vai aos poucos, se apoderando do meio.
De acordo com Raimundo, Silva e Vieira (2019, apud Costa, Cavalcante Neto
2019) além de exigir habilidades mais complexas ao comparado com o
desenvolvimento motor grosso, o desenvolvimento motor fino exige mais tempo de
aperfeiçoamento e prática, controlando assim cada músculos necessário para
desenvolver determinada atividade.
Sendo assim, é importante observar que o desenvolvimento da motricidade
(grossa e fina) acontece de forma progressiva e em fases de acordo com a faixa
etária da criança. Abaixo, é apresentada um quadro adaptado de Raimundo, Silva et
al. (2019, pg. 49, apud Brasil 2019), onde é listada algumas atividades
desenvolvidas pela criança de acordo com a faixa etária em que pertence:
43

Quadro 01: Principais marcos da motricidade grossa e fina

FAIXA ETÁRIA MARCO DO DESENVOLVIMENTO ESPERADO


- Inicia os movimentos dos dedos das mãos e pés de forma desordenada;

0 a 3 meses - Começam a brincar com os dedos das mãos;


- Reflexo palmar.

- Desenvolver preensão palmar e os movimentos das mãos e dedos se


tornam mais coordenados;

3 a 6 meses - Agarrar os objetos que estiverem ao seu alcance e;


- Com ajuda, poderá mudar de posição e se manter sentado sozinho por
alguns instantes.

- Preensão dos objetos;

6 a 9 meses -Conhecimento tátil e dos movimentos corporais;


- Pode arrastar-se e/ou engatinhar.

- Aprimoramento dos movimentos de preensão maior e controle dos


movimentos;
9 a 12 meses - Capaz de dar pequenos passos com o auxílio;
- Caminha sozinho por volta dos 12 meses.

- Movimentos coordenados;
- Aplicação de força adequada na preensão e realização de atividades
como: subir e descer degraus baixos, além de segurar um brinquedo
1 a 2 anos enquanto caminha, comer, colar, pintar e pentear os cabelos;
- Algumas crianças já caminham e outras irão caminhar ao longo dessa
faixa etária.

- Corre com segurança e pula com os dois pés juntos e/ou fica num pé só;
- Movimentos das mãos estão se aperfeiçoando;
2 a 3 anos - Desenhos e grafismos com os diferentes instrumentos e também com as
mãos e dedos, estimular trabalho manual com massinha de modelar.

- Corre com segurança em diferentes direções;


- Salta e até sobe em alguns lugares, salta com segurança e/ou pula num

3 a 4 anos pé só, alternadamente;


-Desenvolvimento da grafia e aprimoramento da coordenação motora fina
com atividades de pintura e colagens.

- Coordena melhor os movimentos do corpo, já corre, salta, atira e recebe


5 a 6 anos a bola com mais segurança (4 a 5 anos);
44

- Movimentos mais precisos e coordenados;


- Maior agilidade e flexibilidade;
- Aprimoramento ou desenvolvimento da grafia, manipulação e construção
de brinquedos e objetos;
- Coordenação dos movimentos de precisão.

Fonte: Adaptado pela autora de Raimundo, Silva et al. (2019) apud Brasil (2019), 2021

De acordo com Costa (2013, apud Papalia, Old e Feldman, 2001), é


importante ressaltar que a partir das competências motoras finas, tais como apertar
os cordões dos sapatos, desenhar, pintar, permite à criança maior autonomia para
desenvolver as atividades.

2.3 Design de Embalagens de Brinquedo


Os avanços tecnológicos de novos materiais trouxeram mais de 8,5 mil
brinquedos criados por designers, e dessa quantidade, 2 mil são lançados no
mercado pelos seus fabricantes todos os anos. Isso significa que para cada
brinquedo lançado no mercado existe a mesma quantidade de embalagens
desenhadas dentro de todo processo. (DINIZ, NICÁCIO E SPINILLO, 2016)
A embalagem deve, de acordo com Gomes (2010), assegurar que o produto
chegue às mãos do consumidor em perfeitas condições, fazendo com que o
conteúdo receba o menor impacto e dano durante a sua distribuição e
armazenamento. Somado a isso, a embalagem deve oferecer as melhores
condições de higiene e medidas de segurança, deve permitir o fácil manuseio do
produto, sendo empilhado, armazenado e transportado com facilidade. O autor
coloca que a embalagem, por todos esses motivos, se torna hoje em dia um
elemento indispensável à comercialização da grande maioria dos produtos
presentes no atual sistema de produção e consumo.
De acordo com Mestriner (2007) pode-se dizer que design de embalagem
trata-se de um meio, ou seja, ela não se trata do produto final, sendo a sua função
tornar compreensível e possível o ato da compra. Além disso o autor complementa
falando que a embalagem é um componente importante no preço final do produto,
interfere na qualidade percebida e forma um conceito pelo fabricante, possui textos
que precisam obedecer as legislações e é um elemento importante do lixo urbano,
possuindo questões como ecologia e reciclagem presentes no projeto.
45

No caso das embalagens voltadas para brinquedos, além de terem que


chamar a atenção do público infantil, devem também possuir características que
sejam capazes de proteger as crianças durante o manuseio da mesma, evitando
materiais tóxicos e extremidades que possam de alguma forma ferir o usuário, elas
devem também conter informações que indiquem o funcionamento e os riscos
presentes no produto em questão.
Segundo Diniz, Nicácio e Spinillo (2016), configurações que dizem respeito ao
brinquedo, como, montagem, faixa etária, instruções de uso, número de
participantes, e principalmente, as questões que envolvem à segurança, devem ser
cuidadosamente colocadas nas embalagens, tendo em mente que o público em
questão é o público infantil.

2.3.1 Tipos de Embalagens


As embalagens podem ser classificadas de acordo com o tipo de
acondicionamento que realizam e também sua finalidade. De acordo com Gomes
(2010), as embalagens podem ser divididas em quatro classes quando o assunto é
acondicionamento:
- Embalagem primária ou de venda: é a que entra em contato direto com o
produto, compreendendo qualquer embalagem que tenha o objetivo de
constituir uma unidade de venda ao consumidor no ponto de consumo.
- Embalagem secundária ou agrupada: esse tipo de embalagem é utilizada
para armazenar multipacks, ou transportar a mercadoria da fábrica para o
ponto de venda, não alterando as condições do produto quando retirada.
- Embalagem terciária ou de transporte: embalagem que permite a
movimentação de um determinado número de embalagens desde a fábrica
até o ponto de venda, tendo como objetivo facilitar e proteger durante o
transporte.
- Embalagem de serviço: é o tipo de embalagem que o consumidor armazena o
seu produto no ponto de venda.
Já para Negrão e Camargo (2008), as embalagens são classificadas em
embalagem primária, secundária e terciária, sendo a primária responsável por
manter e proteger a integridade física e química do produto, e a secundária e
terciária encarregadas de auxiliar no transporte, agrupando determinado número de
embalagens, protegendo o produto contra choques, quedas, compressões, etc.
46

Figura 09: Tipos de Embalagem

Fonte:V SIMTEC – adaptado de Simpósio de Tecnologia - Nanotecnologia aplicada às embalagens de


alimentos (2018)

Quando o assunto é finalidade, Netto (2015, apud Moura e Banzato, 1997)


fazem a classificação como: “(i) embalagem de consumo; (ii) embalagem expositora;
(iii) embalagem de distribuição física; (iv) embalagem de transporte e exportação; (v)
embalagem industrial ou de movimentação; e (vi) embalagem de armazenagem”.
Segundo Gomes (2010) é importante levar em conta que essas classificações
não são completas, uma vez que hoje em dia a embalagem possui inúmeras
funções, como comunicação e até entreter, sendo o design de embalagem um item
cada vez mais pensado pelas empresas a fim de chamar a atenção do consumidor.

2.3.2 Materiais e Processos


Como pontua Netto (2015, apud Gurgel, 2007, p.250) é essencial ter
conhecimento sobre materiais, métodos e processos na hora de projetar uma
embalagem, sendo que o material selecionado para o projeto de embalagem deve
cumprir com as funções esperadas pela mesma. Os autores ainda colocam que
(p.27) “os principais materiais utilizados na produção de embalagens atualmente são
o plástico, materiais celulósicos (papelão ondulado, cartolina, papel cartão e papel),
materiais metálicos, vidro e madeira”.
De acordo com Negrão e Camargo (2008) ter conhecimento sobre o produto
a ser embalado é o primeiro passo para conseguir definir o material da embalagem,
e é importante ter em mente que o material escolhido não pode estar presente no
projeto apenas no aspecto prático, é essencial levar em conta fatores como: custo,
impacto ambiental, olhar do consumidor, entre outros.
47

Um dos materiais muito utilizado em projetos de embalagens é o papel e seus


derivados, que como coloca Gomes (2010), é um material que possui baixo impacto
ambiental e apresenta resíduos pós-consumo que podem ser reciclados.
Além disto, é importante procurar por processos de produção mais limpos,
que danifiquem menos o meio ambiente, sendo aqueles que segundo Gomes (2010,
p.77) “produzem menos resíduos, quer em termos de resíduos líquidos
descarregados para cursos de água, resíduos sólidos depositados em aterros ou
resíduos gasosos descarregados para o ar”.
Pensando na utilização desses materiais empregados em embalagens de
brinquedo, podemos descartar a utilização do vidro e do metal por questões de
segurança, ficando apenas com a opção de plástico e papel para esta função.
Quando o assunto é a reciclabilidade desses materiais, a CEMPRE relata que
apenas 22,1% de todo o plástico produzido no Brasil foram reciclados no ano de
2018. Já o papel teve um índice de reciclagem de 66,9% no ano de 2019, e quando
considerados papéis oriundos de materiais de embalagem, esse percentual cresce
para 85%.
Além disso, de acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente
(2021) apresentados no quadro abaixo, é possível ver o tempo de degradação no
meio ambiente de cada material citado anteriormente, tendo o papel o menor
período de todos.
Quadro 02 - Tempo de Degradação dos Materiais

MATERIAL TEMPO DE DEGRADAÇÃO


Papel de 3 a 6 meses.

Metal mais de 100 anos.

Plástico mais de 400 anos.

Vidro mais de 1000 anos.


Fonte: Adaptado pela autora de Ministério do Meio Ambiente, 2021

2.3.3 Escolha do Material


Visando a transformação da embalagem logo após o cumprimento das suas
funções principais: proteger, transportar e informar, e levando em consideração as
questões de reciclabilidade e impacto ambiental citadas no tópico anterior, viu-se a
necessidade e vantagem do presente projeto ser constituído de material celulósico.
48

Por este motivo os tópicos subsequentes abordarão as características deste tipo de


embalagem, como as estruturas de embalagens de papel e os seus acessórios.

2.3.3.1 O Papelão
O papelão ondulado foi utilizado pela primeira vez como embalagem no ano
de 1871, com a função de proteger produtos frágeis como garrafas de vidro. A partir
de então, a utilização desta matéria prima evoluiu muito com o avançar do anos,
sendo utilizado hoje para transportar e acondicionar os mais variados produtos, tais
como produtos de higiene e limpeza, alimentícios, químicos e agroquímicos,
eletrodomésticos e equipamentos. (COSTA 2005)
De acordo com a ABPO - Associação Brasileira de Papelão Ondulado (2021),
o papelão ondulado é o material mais utilizado para fabricação de embalagem em
todo o mundo, sendo responsável por 75% das embalagens destinadas à proteção e
transporte, isso graças a sua excelente relação custo-benefício.
No que diz respeito ao seu papel no meio ambiente, a ABPO (2021) coloca
que “é um material 100% reciclável e 100% produzido a partir de fontes de
matérias-primas renováveis. É amigo da natureza e sustentável de ponta a ponta.”
Sobre a sua estrutura, a ABPO (2021) o descreve como sendo formado por
um ou mais elementos ondulados, que são chamados de miolo, sendo então
fixados, através de uma cola no topo das ondas, a um ou mais elementos planos,
que recebem o nome de capa. Ainda segundo a Associação, essa combinação
confere ao papelão ondulado um material leve, resistente e versátil, sendo muito
utilizado na produção de embalagens, já que é um material que facilita no transporte,
armazenagem e exposição no ponto de venda.
Segundo a Associação, o papelão ondulado é fabricado a partir de uma
máquina denominada onduladeira, onde as ondas do papelão são fabricadas de
acordo com o cilindro ondulador.
De acordo com ABPO (2021), seguindo as normas NBR 5985, o número de
miolos e capas classificam os tipos de papelão ondulado, sendo eles:
(i) Face simples: Estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) e uma
capa.
49

Figura 10: Papelão ondulado face simples

Fonte: Associação Brasileira de Papelão Ondulado (2021)

(ii) Parede Simples: Formado por um elemento ondulado (miolo) colado, em


ambos os lados, a elementos planos (capa).
Figura 11: Papelão ondulado parede simples

Fonte:Associação Brasileira de Papelão Ondulado (2021)

(iii) Parede Dupla: Estrutura formada por três elementos planos (capas), colados de
forma intercalada a dois elementos ondulados (miolo).

Figura 12: Papelão ondulado parede dupla

Fonte:Associação Brasileira de Papelão Ondulado (2021)


50

(iv) Parede Tripla: Estrutura formada por quatro elementos planos (capas), colados
de forma intercalada a três elementos ondulados (miolo).
Figura 13: Papelão ondulado parede tripla

Fonte:Associação Brasileira de Papelão Ondulado (2021)

(v) Parede Múltipla: Estrutura formada por cinco ou mais elementos planos (capas),
colado de forma intercalada a quatro ou mais elementos ondulados (miolo).

Figura 14: Papelão ondulado parede múltipla

Fonte:Associação Brasileira de Papelão Ondulado (2021)

De acordo com Costa (2005) os principais tipos de papéis empregados na


capa do papelão ondulado são o Kraftliner, produzido em sua maioria com material
virgem, possuindo alta resistência mecânica; o Testliner, que possui propriedades
mecânicas inferiores ao Kraftliner devido a alta quantidade de material reciclado, e
por fim, temos o papel reciclado, feito 100% com utilização de matéria prima
reciclada.
Sobre o tipo de onda do papelão ondulado, temos a seguinte classificação
segundo Costa (2005, pg. 49) apud ABPO:
51

Quadro 03: Identificação dos tipos de onda

Espessura do Papelão
Tipo de Onda Nº de Ondas em 10 cm
Ondulado
A 4,5 - 5,0 mm de 11 a 13

C 3,5 - 4,0 mm de 13 a 15

B 2,5 - 3,0 mm de 16 a 18

E 1,2 - 1,5 mm de 31 a 38
Fonte: Adaptado pela autora de Costa (2005) apud ABPO

De acordo com a classificação feita por Costa (2005), a onda A é a que mais
possui resistência à compressão e absorção contra choques, mas é um tipo de
papelão que possui dificuldade na vincagem, sendo pouco utilizado no Brasil. Já a
onda B, como possui um maior número de ondas, é utilizada quando o projeto
necessita de maior resistência ao esmagamento, e possui uma boa superfície de
impressão. A onda C possui características intermediárias entre a onda A e B,
sendo muito utilizada para fabricação de embalagens de transporte, uma vez que
possui ótimas condições de empilhamento. Por último temos a onda E, que por
possuir um elevado número de ondas por unidade de comprimento, possui também
uma boa superfície de impressão.
Segundo Pereira (2015), a embalagem de papelão ondulado deixou de
agradar somente quando o assunto é embalagem de transporte, passando também
a ser bem vista na produção de embalagens de prateleiras. Segundo o autor, no
caso de papelão com onda E, e estrutura de parede simples com 1,5 mm de
espessura, é possível alcançar impressões bastante sofisticadas, muito próximas às
realizadas em papel cartão, além de ser de fácil vincagem. Outro ponto levantado
pelo autor, é que já é possível ver a utilização de papelão com onda E na produção
de embalagens de transporte embora, teoricamente, por ser mais fina ela tenha uma
resistência à compressão menor, os fornecedores não relatam como significativa
essa possível perda.
Pensando em todas essas questões referenciadas acima, e levando em conta
o tipo de embalagem a ser desenvolvida neste projeto, viu-se como mais adequado
a utilização de um papelão ondulado reciclado, levando em conta o aspecto
sustentável deste trabalho; de parede simples e onda E, com 1,5 mm de espessura,
52

conseguindo assim uma boa qualidade de impressão na parte externa e interna da


embalagem, sem deixar de lado as questões de proteção conferida pelo papelão.

2.3.3.2 Estrutura de Embalagens de Papel


De acordo com Negrão e Camargo (2008), a maioria das embalagens de
papel são constituídas de cartuchos e caixas, não importando a sua função. Os
autores colocam que segundo a normatização da ABNT, as caixas podem ser
resumidamente agrupadas como: (i) caixa normal básica, (ii) caixa telescópica, (iii)
caixa tipo envoltório, (iv) caixa modelo gaveta, (v) caixa modelo rígido e (vi) caixa pré
montada.
Essas caixas recebem a definição abaixo de acordo com os autores (p.228):
(i) Caixa normal básica: Composta por uma única peça, onde suas abas
podem ser coladas com adesivos ou outro meio de fixação;
(ii) Caixa telescópica: Composta por mais de uma peça, existindo fundo ou
tampa encaixados;
(iii) Caixa tipo envoltório: Pode ser feita ou não com uma única peça, tendo
como característica principal um fundo que dobra para formar as laterais, não
precisando de componentes de fixação;
(iv) Caixa modelo gaveta: Trata-se de duas partes separadas que se
complementam estruturalmente, podendo ou não precisar de componentes de
fixação;
(v) Caixa modelo rígido: Feita com mais de uma peça, sendo realizada a
junção por meio de cola ou grampos;
(vi) Caixa pré montada: Composta de peça única, a caixa é de fácil
montagem, podendo ter ou não elementos de fixação.
53

Figura 15: Estruturas de Embalagens de Papel.

Fonte: Adaptado pela autora de Celso Negrão e Eleida Camargo (2008).

Negrão e Camargo (2008) ainda colocam que diferentemente do que


acontece com os outros materiais, na hora de desenvolver uma embalagem
tridimensional em papel, é fundamental que haja um estudo e uma planificação
prévia, que posteriormente será montada para poder chegar na forma final.

2.3.3.3 Acessórios das Embalagens de Papel


As embalagens de papel podem contar também com acessórios internos.
Esses acessórios ajudam na visualização, fixação, proteção e separação do produto,
assim como também auxiliam a reforçar as estruturas. Alguns exemplos de
acessórios internos utilizados para caixa de papelão são: igualador de abas,
tabuleiro, colunas e cintas de reforço, cantoneiras, bandejas, separador e divisões.
(NEGRÃO e CAMARGO, 2008)
54

Figura 16: Acessórios de Embalagens

Fonte: Adaptado pela autora de Celso Negrão e Eleide Camargo (2008)

2.3.4 Projeto Gráfico


Assim como a parte estrutural, a parte gráfica é considerada um elemento
primordial na hora de projetar uma embalagem. É aqui que serão exibidas todas as
informações necessárias para o usuário, sendo também encarada como uma das
principais formas de chamar a atenção para o produto. Levando em conta a sua
importância no projeto, os próximos tópicos abordarão os assuntos sobre tipo de
impressão e acabamento, e as informações necessárias em embalagens de
brinquedo.
55

2.3.4.1 Informações Necessárias em Embalagens de Brinquedo


Informações sobre o objeto que estamos adquirindo é essencial em qualquer
tipo de produto, e isto não é diferente para os brinquedos, que são artefatos que
estão em contato direto com o público infantil e seu incorreto manuseio pode acabar
tendo consequências graves.
De acordo com Diniz et al.(2016), as embalagens de um brinquedo devem
apresentar informações básicas sobre o manuseio do produto, as mesmas devem
estar de forma legível na embalagem, de modo que possa esclarecer qualquer
dúvida sobre o manuseio do mesmo. Além disso, o autor coloca que a importância
das informações sobre advertências servem para alertar possíveis consequências
negativas que podem ocorrer com o uso inadequado e também fazer com que os
indivíduos não se exponham a riscos.
Sendo assim, o INMETRO (2021) pontua as seguintes informações como
sendo obrigatórias estar presentes nas embalagens de brinquedos em geral:
● Avisos de atenção colocados em língua portuguesa;
● Indicação de faixa etária;
● Informações comerciais sobre o produto;
● Instruções de uso;
● Formas de evitar possíveis consequências com o uso do produto;
● Data de fabricação do produto (em código, data ou marcação);
● Legendas de advertências devem ser exibidas de forma clara, precedida
pelas palavras “CUIDADO”, “ATENÇÃO” ou “ADVERTÊNCIA” legíveis e em
letra maiúscula;
● Quando o brinquedo apresentar algum risco à crianças menores de 36
meses, deve conter a indicação de contra indicado para crianças menores de
3 (três) anos, acompanhado de símbolo adequado.

Sobre o símbolo destinado à embalagens de brinquedos proibidos para


menores de 3 anos de idade, o INMETRO na sua norma NM - 300 Norma Mercosul
de Segurança de Brinquedo (2005) aponta que as seguintes definições:
56

Figura 17: Proibido para menores de 3 anos.

Fonte: Adaptado pela autora de INMETRO (2005)

(i) O círculo e o traço devem ser de cor vermelha;


(ii) O fundo deve ser de cor branca;
(iii) A indicação da faixa de idade e o contorno da cara devem ser de cor
preta;
(iv) O símbolo deve ter um diâmetro de no mínimo 10 milímetros e as
proporções entre os seus diferentes elementos devem ser as indicadas na figura;
(v) A faixa de idade para a qual não é conveniente o brinquedo deve
expressar-se em anos, ou seja 0-3.
2.3.4.2 Normas Sobre Segurança dos Brinquedos
Além de conter informações essenciais sobre segurança e conhecimento do
produto, é importante que a embalagem destinada a criança também seja projetada
levando em consideração os riscos que a mesma possa apresentar ao seu público.
Como o projeto de embalagem deste trabalho tem o intuito de transformar-se
em um objeto de brincadeira, viu-se a necessidade de trazer aspectos de segurança
referentes a projetos de brinquedo.
Sendo assim, o INMETRO traz a norma NM 300 - Norma Mercosul de
Segurança do Brinquedo (2005), onde trás como exigências essenciais de
segurança uma lista com vários requisitos para o projeto do produto, levando em
conta questões como: propriedades físicas e mecânicas, inflamabilidade,
propriedades elétricas, higiene, radioatividade, propriedades químicas e ruído.
Levando em conta o projeto da embalagem proposta por esse trabalho
acadêmico, foram listados os requisitos que se enquadram no seu desenvolvimento:
57

(i) Propriedades físicas e mecânicas:


● Os brinquedos e suas partes assim como seus fixadores, no caso de
brinquedos desmontáveis, deverão ter a resistência mecânica e, neste
caso, a estabilidade suficiente para suportar as tensões devidas ao
uso, sem rupturas ou deformações que possam causar lesões;
● As bordas acessíveis, salientes, cordas, cabos e fixadores dos
brinquedos, devem ser projetados e construídos de maneira que o
contato com eles não apresente risco de lesões para a criança;
● Os brinquedos deverão ser projetados e construídos de forma que se
reduzam ao mínimo os riscos de lesões provocadas pela
movimentação de suas parte;
● Os brinquedos, seus componentes e as partes dos mesmos que
puderem ser separadas, especialmente destinados a crianças menores
de 36 meses, deverão ter dimensões suficientes para que não possam
ser engolidos, e/ou inalados (os brinquedos não destinados a menores
de 36 meses que poderão ser perigosos para eles, deverão exibir uma
legenda de advertência);
● Os brinquedos, suas partes e as embalagens em que se apresentam
para venda ao consumidor, não deverão apresentar riscos de
estrangulamento ou asfixia.

2.3.4.3 Tipos de Impressão e Acabamentos


Apesar de um dos métodos mais utilizados na produção de material gráfico
ser o Offset, esta não é uma escolha que possa ser feita de maneira automática. É
importante avaliar cada caso, seus parâmetros e o custo benefício da produção.
Além disso, devem ser levados em conta a tiragem, vantagens e desvantagens do
processo, o custo e a usabilidade da impressão. (VILLAS-BOAS, 2008)
De acordo com Negrão e Camargo (2008), o substrato também é algo que
influencia bastante na hora da escolha do processo de impressão, no caso do
papelão micro ondulado, é importante escolher um método que não amasse a sua
estrutura, sendo indicado a flexografia (para casos de alta tiragem), serigrafia ou
tampografia.
Segundo os autores, os três processos mais utilizados para embalagens onde
é necessário uma alta tiragem (número de vezes que a peça é reproduzida) são:
58

(i) Rotogravura: Indicada para alta e altíssima tiragem (mais de um milhão),


pode ser aplicado em diferentes tipos de substrato flexível, é pouco legível em
pequenas dimensões (usar fonte mínima de 6 pontos, e quando acontecer
não utilizar fontes serifadas), e é caracterizado por uma serrilha na área de
grafismo;
(ii) Flexografia: Indicada para média, alta e altíssima tiragem (acima de 500
mil), é pouco legível com letras inferiores a 6 pontos, é caracterizada por uma
sombreamento causado pela matriz de borracha, e é utilizada em superfícies
flexíveis, papelão ondulado, tecidos e cerâmicas;
(iii) Offset: Indicado para baixas, médias e altas tiragens (acima de 100 mil),
excelente precisão, é visto o grafismo com nitidez, demora para secar a tinta,
utilizado em papel, plásticos, laminados e folha de flandres.
Figura 18: Tipos de impressão

Fonte: Fonte: Adaptado pela autora de Celso Negrão e Eleide Camargo (2008)

Além destes métodos, Villas-Boas (2008) pontua o processo de impressão


digital, que é uma ótima opção para baixas tiragens, tendo como uma das vantagens
a possibilidade de realizar alterações a qualquer momento por meio de um
computador. Já em relação às desvantagens, o autor coloca que a qualidade de
impressão é menor que as tradicionais, e o tipo de substrato também é limitado,
exigindo papéis com até 120g/m². Já Paulo (2017) aponta que com o avanço da
tecnologia a impressão digital vem se equiparando ao processo de Offset no que diz
respeito à qualidade e durabilidade dos materiais impressos. Além disso, o autor
aponta que hoje em dia é possível fazer impressões em substratos que vão além do
papel, permitindo a impressão em materiais flexíveis, rígidos, lisos ou ásperos.
Outro processo que pode ser levado em consideração para a elaboração
deste projeto é a serigrafia, que segundo Lazzarotto (2016) é um dos mais versáteis
59

processos de impressão, onde tintas opacas são forçadas a passar por uma tela de
malha de poliéster com o auxílio de um rodo até que atinja o substrato. Citando suas
vantagens, de acordo com Lazzarotto (2016), temos a variedade de substratos que
podem ser utilizados para esse tipo de impressão e o baixo custo para produzir
baixas tiragens. Como ponto negativo, a autora pontua que tipografias pequenas e
imagens com detalhes não conseguem ser reproduzidas por este processo.
De acordo com site Future Print (2017), apesar de mais caras que tintas
convencionais disponíveis no mercado, hoje em dia é comum encontrar fabricantes
que produzem tintas ecológicas destinadas à serigrafia, que se distinguem das
demais por serem compostas por matérias-primas naturais (geralmente à base de
água), dispensando assim, substâncias tóxicas derivadas do petróleo. Essas tintas
podem ser aplicadas em qualquer superfície que possua boa absorção, como
tecidos de algodão, tecidos sintéticos e material celulósico.
Posterior ao processo de impressão, é importante verificar quais métodos de
acabamento serão utilizados no projeto. De acordo com Villas-Boas (2008) o
acabamento pode ser constituído de operações básicas, como por exemplo, (i) refile,
(ii) dobradura, (iii) vincagem, (iv) cortes, (v) colagem e também de operações mais
específicas, que é o caso das (i) impressões adicionais (hot stamping, timbragem,
relevo americano), (ii) revestimentos (plastificação, laminação), (iii) vernizes e (iv)
efeitos sobre o papel (impressão em relevo, gofragem, serrilhados e picotes).
Apesar dos processos de laminação aumentarem a vida útil do papel, é
importante salientar que os mesmos acabam dificultando o processo de reciclagem.
Neste caso, temos a opção de utilizar um verniz à base de água, que segundo a
Revista EmbalagemMarca (2020) já é uma opção existente no ramo de embalagem,
uma vez que traz uma solução eficaz, econômica e sustentável, podendo o material
ser reciclado utilizando práticas padrão. Para a aplicação deste verniz a Revista
deixa claro ser necessário o processo de impressão offset, flexografia ou
rotogravura.
Já no caso da cola utilizada para as acoplagens necessárias do projeto,
temos a cola a base de amido de milho, que segundo Netto (2015, apud Dougherty,
2011) é uma opção feita a partir de recursos obtidos de forma sustentável e
renovável, sem qualquer forma de toxidade.
60

3 PESQUISA DE CAMPO
3.1 Entrevista com o Proprietário
Para o desenvolvimento deste projeto, viu-se a necessidade de realizar uma
entrevista presencial com o proprietário da empresa parceira, Oficina do Aprendiz,
buscando alinhar os pensamentos referentes ao produto a ser desenvolvido e
também conhecer a fundo a história e a realidade vivenciada pela loja.
Pensando nisso, foi realizada no dia 10 de Junho de 2021, às 9 horas e 30
minutos da manhã, uma pesquisa semiestruturada na própria Oficina com Osvaldir
Viegas, proprietário do lugar.
A entrevista semiestruturada, segundo Manzini (1990/1991) é realizada a
partir de um roteiro de perguntas elaboradas previamente, onde podem acabar
surgindo perguntas adicionais durante o decorrer da entrevista. Esse tipo de
entrevista é executada de forma mais livre e normalmente é utilizado um gravador.
O roteiro e o termo de autorização desta pesquisa estão presentes no
capítulo de Apêndice B e C deste projeto.

3.1.1 A História e o Ideal da Empresa


A empresa Oficina do Aprendiz surgiu há 17 anos, e tem como seu
idealizador Osvaldir Viegas. Viegas (2021) relata que a ideia da criação da Oficina
surgiu como uma forma de quebrar paradigmas pré existentes na sociedade, onde a
preocupação dos lojistas resume-se em vender os produtos. O proprietário da
Oficina diz que o conceito da loja era de um ambiente onde as pessoas
acreditassem na ideia, entrando e experimentando os brinquedos. O grande alvo da
empresa era o público adulto, Viegas (2021) diz que o objetivo era fazer com que o
adulto entrasse na loja e experimentasse o brinquedo antes de comprá-los para os
filhos, saindo então da posição de “adulto provedor” para uma posição de “adulto
brincante”, revendo aquilo que seria adquirido para os pequenos.
De acordo com Viegas (2021), mais do que vender brinquedos, a Oficina do
Aprendiz fornece um ambiente. O espaço na loja, diferente de lojas tradicionais que
expõem os produtos em prateleiras, busca criar um meio de interação entre o
brinquedo e a criança. Quando você entra na loja é impossível ver tudo, o local é
cheio de cantos, janelas e aberturas, construindo espaços para as brincadeiras. No
ambiente onde ficam dispostos os instrumentos musicais existe um coreto, onde a
criança pode subir e tocar a sua música. Isso, segundo Viegas (2021), acaba sendo
61

intuitivo e espontâneo para a criança, ela sobe e sabe o que fazer. Viegas (2021)
coloca que o objeto por si só não tem o poder de entreter as crianças, mas o
ambiente sim, então por mais extraordinário que seja o brinquedo, se ele não estiver
inserido em um contexto a criança irá brincar e descartar. Segundo o dono, toda
essa inserção na Oficina acaba fazendo com que os pais repensem também os
ambientes em casa, por ser o que a criança necessita de um ambiente gerador de
brincadeiras e não de objetos desconectados.

Figura 19: Coreto presente na Oficina do Aprendiz.

Fonte: Autoria própria (2021).


62

Figura 20: Casinha presente na Oficina do Aprendiz

Fonte: Autoria própria (2021)

3.1.2 Público Alvo

Durante a entrevista foi possível conversar com o proprietário sobre o público


alvo que frequenta a Oficina do Aprendiz. Segundo Viegas (2021) a Oficina possui
um ambiente que busca e atende pessoas de todas as idades, desde bebês até
idosos. Como não se trata exclusivamente de uma loja de brinquedo, sendo também
um espaço criado para interação e diversão, o ambiente acaba recebendo diferentes
pessoas que se reúnem em família para brincar no local.
Já quando o assunto é a compra de brinquedos, o público alvo passa a ser
casais com idade entre 30 e 40 anos que buscam repensar o que oferecem para as
crianças. São pessoas que vêm buscando uma outra alternativa para o mundo
eletrônico, tentando fazer um paralelo saudável entre o analógico e o digital. Esses
casais acabam entendendo, mesmo que inconscientemente, sobre a importância da
ludicidade na vida das crianças e buscam afastá-las do meio virtual através de jogos
e brinquedos educativos. Essas crianças possuem em média até 5 anos de idade, e
compõem cerca de 70% das pessoas que entram na loja Oficina do Aprendiz.
63

Figura 21: Painel imagético do público alvo (pais)

Fonte: Autoria própria (2021)

No que diz respeito ao público infantil, para quem o projeto tem como
consumidor final, tem-se crianças com faixa etária entre 4 e 6 anos de idade,
fazendo parte da primeira infância. Essas crianças geralmente já possuem o
aprimoramento da coordenação motora fina, e muitas já possuem mais coordenação
nos movimentos de precisão, como mostrado no tópico 2.3.3.1.
64

Figura 22: Painel imagético do público infantil

Fonte: Autoria própria (2021)

3.1.3 Produtos mais Vendidos

No decorrer da entrevista realizada, foram levantadas questões sobre os


brinquedos comercializados na Oficina. De acordo com Viegas (2021), os produtos
mais vendidos são destinados à crianças de até 5 anos de idade, para ele isto
acontece justamente pela crença que o adulto tem de que a criança precisa ter o
brinquedo. Para os pequenos, Viegas (2021) conta que os brinquedos que mais
vendem são os clássicos que envolvem desafios psicomotores, como os circuitos
aramados. Outro item que se encontra disparado em vendas para crianças nesta
faixa etária são os musicais. Segundo Viegas (2021) os musicais acabam
despertando o interesse pela musicalidade, alegando que o ser humano vivencia
uma satisfação muito grande com a harmonia dos sons. Neste sentido, o proprietário
deixa claro que a Oficina vende instrumentos infantis e não brinquedos musicais. Os
instrumentos infantis possuem afinação, educam a audição, já muitos brinquedos
musicais acabam sendo agressivos à audição, repetitivos e sem afinação.
65

Figura 23: Circuitos aramados.

Fonte: Autoria própria (2021).

Além de brinquedos para as crianças menores, a Oficina é bem consolidada


no que diz respeito ao público pré-adolescente e adolescente. Viegas (2021) diz que
cerca de 30, 40% do seu público é composto por crianças mais velhas. Neste
sentido, Viegas (2021) coloca que a loja é muito consistente no segmento de jogos
para este público, sendo o carro chefe o jogo Dobble, que trata-se de um jogo de
cartas que envolve raciocínio, controle da impulsividade e lida com a capacidade de
discriminação visual,e pareamento de símbolos onde os jogadores precisam
encontrar imagens iguais entre duas ou mais cartas.
Figura 24: Jogo Dobble

Fonte: Autoria própria (2021)


66

3.1.4 A Relação da Empresa com as Embalagens


Outro fator importante levantado durante a entrevista foi sobre a relação da
empresa, Oficina do Aprendiz, com as embalagens de brinquedo. Segundo Viegas
(2021) no mercado de artesanatos era muito comum que as pessoas não
dispusessem de embalagens, então era utilizado um filme plástico, onde as pessoas
simplesmente plastificavam os objetos. Isso acabou prevalecendo até os dias atuais,
acontecendo inclusive na Oficina.
De acordo com Viegas (2021) apesar da simplicidade presente na
plastificação, é extremamente importante a presença de informações sobre o
produto, principalmente quando se trata de um brinquedo educativo. Na Oficina as
informações pertinentes sobre modo de uso, idade e contribuições se encontram em
uma etiqueta colada no produto mesmo não existindo a embalagem. De acordo com
o dono, os principais motivos para a ausência de uma embalagem nos brinquedos
são por motivos sustentáveis e, novamente, pela busca de quebra de paradigmas,
onde os objetos são exibidos de forma que o público possa tocá-los e
experimentá-los, então mesmo com a presença de embalagens, para Viegas, é
importante ter amostras fora das caixas para que possam ser manuseadas.

Figura 25: Exemplo de brinquedo fora da embalagem na Oficina

Fonte: Autoria própria (2021).


67

Apesar de a maioria dos produtos da loja não possuírem embalagens, o dono


coloca que já passou por situações onde o cliente sente a falta da embalagem,
principalmente levantando questões de como e onde poderá armazenar os
brinquedos após a retirada do envoltório de plástico. Na opinião de Viegas (2021)
falta um olhar da empresa para o depois da compra neste sentido, mas é preciso
que a embalagem tenha um significado para existir.

Figura 26: Brinquedos plastificados presentes na Oficina do Aprendiz

Fonte: Autoria própria (2021)

Viegas (2021) acredita que a inserção de uma embalagem pode e vai agregar
valor aos brinquedos, melhorando muito o impacto que a pessoa vai ter com o
objeto, mas ela não pode ser uma embalagem convencional. Segundo ele, a
embalagem deve permitir a visualização 3D do brinquedo, pois acredita que o
impacto no cérebro de uma criança é diferente. Outro ponto levantado é que a
embalagem deve mostrar a imagem real do produto, seja através de uma película
transparente ou alguma outra forma que julgar mais adequado. Além disso, é
essencial que a embalagem conste as instruções e provocações sobre o produto,
deixando claro as habilidades e o desenvolvimento gerado pela criança com o uso
do brinquedo. Sobre aspectos negativos presentes em uma embalagem, Viegas
(2021) pontua o uso de materiais tóxicos, poluentes e que não sejam sustentáveis, a
propaganda enganosa, onde imagens tratadas são representadas de maneira a se
mostrar muito maior/melhor que o produto vendido.
68

Quando questionado sobre uma embalagem que se transformasse em


brinquedo após cumprir sua função inicial, Viegas (2021) diz ser algo muito
desejável que se torne um brinquedo que complemente o brinquedo adquirido de
alguma forma. Na visão do dono isso ampliaria as possibilidades de exploração do
produto, mas não vê problema se a embalagem acabar virando um brinquedo sem
conexão com o comprado, ou seja, no caso do brinquedo trenzinho com pinos, não
existe a necessidade de ser uma embalagem que tenha conexão com esta temática
ou possa ser utiliza para brincar em conjunto com o brinquedo.
Já sobre a necessidade de que a embalagem possa voltar a guardar o
brinquedo após a transformação, Viegas (2021) diz que depende muito do produto,
brinquedos com peças menores acabam precisando dessa embalagem por questões
de organização de espaços, mas muitos outros acabam dispensando a embalagem,
por serem produtos que dificilmente a criança colocará na caixa novamente.

3.2 O produto escolhido


Após muita conversa com o dono da empresa a fim de escolher o brinquedo
que receberia a embalagem para o presente projeto, foi decidido em conjunto, pelo
brinquedo trenzinho com pinos.
O brinquedo é um trenzinho de madeira, indicado para crianças com mais de
três anos de idade, que possui pinos removíveis que representam os passageiros do
trem, onde a criança pode ficar modificando-os de lugar. O trenzinho possui uma
corda que serve para ser puxada pela criança, fazendo assim a movimentação do
trem.
Figura 27: Produto escolhido loja Oficina do Aprendiz

Fonte: Autoria própria (2021)


69

Um dos motivos que levou a escolha pelo trenzinho de madeira foi a sua
embalagem atual, feita de plástico termoencolhível. Viegas (2021) conta que o
brinquedo deixa a desejar pela sua embalagem, relatando que sente falta de algo no
produto, como por exemplo um cenário, algo que pudesse compor e valorizar o
brinquedo em questão.

3.3 Questionário com o Público Alvo


Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos referente ao público
consumidor de brinquedos educativos, foi realizado um questionário online, através
da plataforma Google Forms.
Esse tipo de pesquisa, de acordo com Silva, Buckstegge e Rogedo (2018),
vem se tornando comum principalmente, entre jovens estudantes de mestrado e
doutorado, por possuir uma facilidade tecnológica tanto para criação quanto para a
sua divulgação.
Tal instrumento de coleta contou com 20 (vinte) perguntas, disponíveis no
apêndice D deste documento, sendo a maioria de múltipla escolha e com escala de
mensuração tipo Likert, elaboradas com o objetivo de entender a relação dos pais
com as embalagens no momento da compra e após a abertura dos brinquedos.
O questionário online ficou disponível na plataforma do Google Forms para
respostas do dia 06 de Agosto ao dia 12 de Agosto de 2021, contando ao final com
22 respostas, onde foram selecionadas pessoas através do proprietário da empresa,
que disponibilizou 6 contatos de clientes da Oficina. Também foram selecionadas
pessoas com o perfil do público-alvo adulto, definido por esse projeto. Como se trata
de um público alvo bastante específico, a resposta do questionário contou com a
participação de pessoas conhecidas que encaixassem dentro das características
definidas.
Das 22 pessoas, 11 (50%) delas são clientes da Oficina do Aprendiz, 3
(13,6%) já ouviram falar e 8 (36,4%) não conhecem a Oficina.
70

Figura 28: Resposta questionário: cliente da Oficina

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Entre as respostas, 15 pessoas possuíam idade entre 35 e 40 anos, 16


(72,7%) pessoas eram do gênero feminino, e entre as respostas apareceram
profissionais da área da pedagogia, administração, fonoaudiologia, psicomotricidade,
enfermagem, empresários, entre outros.
Referente a idade dos filhos, 6 (27,3%) pessoas colocaram que possuem
filhos com idade entre 0 - 3 anos, 7 (31,8%) possuem filhos com idade entre 4 - 6
anos e 9 (40,9%) colocaram terem filhos com idade de 7 anos ou mais.

Figura 29: Resposta questionário: idade das crianças

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)


71

Quando questionados sobre o quanto se importam com o tempo que os seus


filhos passam na frente de produtos eletrônicos, todos, através da escala Likert,
responderam se importar ou se importar muito com o tempo que as crianças
despendem na frente das telas. Sendo 12 pessoas assinalando a opção “me
importo” e 10 a opção “me importo muito”, mostrando o recorte de pais que buscam
afastar os filhos de produtos eletrônicos, apresentado anteriormente pela empresa
Oficina do Aprendiz.

Figura 30: Resposta questionário: se importam com o tempo da criança na frente das telas

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Entre as pessoas que responderam o questionário online, em uma


escala Likert, 2 colocaram brincar com os filhos com muita frequência, 17 apontaram
brincar com frequência, 9 ocasionalmente, e apenas 1 pessoa colocou brincar
raramente com o seu filho, questão essa que pode ser avaliada de forma que as
crianças, na gama de pessoas que responderam o questionário, possuem a
presença de um adulto em momentos de brincadeiras.
Figura 31: Resposta questionário: frequência que brinca com o filho

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)


72

Entre as pessoas que responderam o formulário, apenas 1 disse comprar


raramente brinquedos educativos para os seus filhos, 9 apontou comprar
ocasionalmente, 8 com frequência e 4 pessoas apontaram comprar com muita
frequência. E sobre os motivos que levam essas pessoas a adquirirem esse tipo de
brinquedo, 16 (72,7%) colocaram que realizam a compra por acreditarem que este
tipo de brinquedo ajuda no desenvolvimento da criança, e 4 (18,2%) pessoas
assinalaram o motivo da compra ser para diminuir o tempo que os filhos passam na
frente dos eletrônicos.
Figura 32: Resposta questionário: motivo de comprar o brinquedo educativo

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Sobre os brinquedos comprados, em uma escala Likert, 1 pessoa colocou


que o brinquedo raramente vem acompanhado de uma embalagem, 4 colocaram
ocasionalmente, 10 pessoas apontaram que frequentemente o brinquedo vem
embalado e 7 pessoas disseram que muito frequentemente o brinquedo costuma vir
com uma embalagem.

Figura 33: Resposta questionário: o brinquedo costuma vir com embalagem

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)


73

Após a pergunta anterior, as pessoas foram questionadas sobre o tipo de


material que essa embalagem geralmente é confeccionada, e sobre isso a maioria,
45,5%, respondeu ser de papelão, tendo como segundo lugar o plástico, com 36,4%
das respostas.

Figura 34: Resposta questionário: material das embalagens

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Durante o questionário também foram levantadas questões sobre a


procedência dessas embalagens após a abertura do brinquedo. Quanto a isso,
40,9% das pessoas afirmarem jogar a embalagem fora após a abertura do produto,
40,9% relataram não reaproveitar a embalagem mas que gostariam que existisse
essa opção, e 9,1% das pessoas alegam utilizar a embalagem para guardar o
brinquedo em casa.
Figura 35: Resposta questionário: reaproveitamento da embalagem

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)


74

Das pessoas analisadas, 68,2% não consideram a embalagem como


elemento decisório na hora da compra, mas quando questionados sobre a
possibilidade de comprar um brinquedo que possuísse uma embalagem capaz de se
tornar elemento de brincadeira, 13 (59,1%) das pessoas apontaram que
comprariam, pois levariam dois produtos em um, e 9 (40,9%) colocaram que
comprariam o brinquedo pois evitaria o descarte imediato da embalagem. Neste
caso, então, foi constatado que 100% das pessoas que responderam o questionário,
comprariam um brinquedo por ele possuir uma embalagem que lhes trouxessem tais
possibilidades.
Figura 36: Resposta questionário: comprar um brinquedo por ter uma embalagem que se transforme
em um brinquedo

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Sobre a falta de uma embalagem na hora da compra do brinquedo, 8 (36,4%)


pessoas apontaram não sentir falta da embalagem, e 14 (63,6%) colocaram sentir
falta da embalagem. Das pessoas que afirmaram sentir falta da embalagem, a
justificativa foi sobre a facilidade no transporte, informações sobre o produto e a
possibilidade de guardar o brinquedo posteriormente.
75

Figura 37: Resposta questionário: sentir falta da embalagem

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Quando questionados sobre a necessidade de uma abertura na embalagem


para visualizar o brinquedo vendido, levando em consideração um produto que
permaneça exposto fora da embalagem no ambiente de venda, em uma escala
Likert, 5 pessoas consideram não ser nada importante, 1 pessoa diz ser pouco
importante, 5 apontaram ser irrelevante, 6 consideram importante e 5 consideram
muito importante a presença de um visor para enxergar o produto dentro da
embalagem.
Figura 38: Resposta questionário: importância de um visor na embalagem

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Outra questão abordada no decorrer do questionário, foi sobre a questão


estética da embalagem. Para isso, foram apresentados 5 modelos diferentes de
embalagens de brinquedo, variando cores, formatos e texturas, e em seguida foi
pedido para os participantes assinalarem a opção que mais lhe agradava, e justificar
a sua resposta.
Para esta questão, as seguintes embalagens foram apresentadas:
76

Figura 39: Embalagens apresentadas no questionário

Fonte: Autoria própria (2021)


A embalagem que mais agradou os participantes da pesquisa foi a da letra B,
com 9 (40,9%) votos de preferência, seguido da embalagem representada pela letra
E, com 8 (36,4%) votos. As demais embalagens tiveram os seguintes resultados:
letra A obteve 1 (4,5%) voto, e a letra C e D, 2 (9,1%) votos cada uma.

Figura 40: Resposta questionário: preferência estética das embalagens

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

Entre as justificativas para as duas embalagens mais votadas, temos que a


embalagem da letra B, possui a possibilidade de guardar o brinquedo e fácil
transporte devido ao formato maleta, possuindo alça. Já na segunda opção mais
votada, letra D, foi possível observar a predominância na justificativa que diz
respeito à embalagem possuir um visor para visualização do brinquedo, a sua
facilidade de carregar, também referente à alça presente na embalagem e as suas
cores vivas que chamam mais atenção.
Uma das questões levantadas durante o questionário foi sobre a estética, na
opinião do usuário, que mais remetia a baixo impacto ambiental. Para isso, foram
77

apresentados, em alternativa de múltipla escolha, 4 opções de embalagens para que


fosse votada e justificada em seguida.
As seguintes embalagens foram apresentadas nesta questão:
Figura 41: embalagem que remete a baixo impacto ambiental

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

A embalagem que, na opinião das pessoas que participaram do questionário,


mais remete a uma estética de baixo impacto ambiental foi a da letra D, com um
total de 10 (45,5%) votos, seguida da alternativa da letra B, com 6 (27,3%) votos.

Figura 42: resposta questionário: embalagem que remete a baixo impacto ambiental

Fonte: Autoria própria - Google Forms (2021)

De acordo com as justificativas coletadas nas respostas do formulário, o


principal motivo da embalagem representada pela letra D ter ganhado o maior
número de votos, foi pelo material que a embalagem é composta, sendo,
aparentemente, de papelão reciclado. Algumas pessoas também colocaram como
motivo o fato de não usar plástico na composição e ser uma embalagem simples,
sem muitos detalhes. Já a alternativa representada pela letra B, obteve a segunda
78

maior pontuação também graças ao material em que é composta, aparentando para


os participantes ser feita de material reciclado.

3.4 Análise Sincrônica


Para a análise sincrônica deste projeto, buscou-se por embalagens que
possuíssem alguma função além de proteger e transportar, aumentando assim o seu
tempo de vida. Esta análise não se limitou à embalagens de brinquedo, buscando
qualquer embalagem que pudesse fazer sentido e contribuir para o presente projeto.
Foram analisados 8 produtos, que foram organizados em quadros (01 à 08), e
considerados aspectos como materiais, tipo de produto e no que se transformou,
design/fabricante e pontos negativos e positivos. A busca dessas embalagens foi
feita no Google Imagens e no site Packaging of the World, onde foram utilizados
termos como “embalagens que se transformam em brinquedo”, “embalagens que
possuem uma segunda função”, “sustainable packaging”, “sustainable packaging
ideas” e, especificamente no site Packaging of the World, foi feita a busca de
embalagens na aba “concepts”.
Para esta análise sincrônica foram levados em conta os seguintes tópicos
vistos como sendo aspectos positivos para estarem presentes nos produtos
avaliados:
(i) A embalagem permitir uma visualização real do produto: Neste tópico foi
avaliado se a embalagem permite o consumidor a ter uma visão do produto real
quando embalado, não sendo representado apenas por imagens;
(ii) A embalagem compõe o produto: Foi avaliado se a embalagem se torna
um brinquedo e/ou cenário que possa ser utilizado junto ao produto vendido;
(iii) Proteção: Diz respeito à proteção fornecida pela embalagem ao produto.
Neste caso foram avaliados o quão exposto o produto se encontra;
(iv) Elementos textuais legíveis: Analisou-se questões de legibilidade e
contraste nas embalagens;
(v) Ser customizável: Este tópico levou em conta a possibilidade da
embalagem ser customizada pela criança, podendo ser pintada e decorada de
acordo com a personalidade dos pequenos;
(vi) Embalagem ser inteiramente utilizada: Foi observado se na transformação
da embalagem em brinquedo, foram utilizados todas as peças e partes presentes na
embalagem;
79

(vii) Possuir formato diferente das embalagens convencionais: Levou-se em


consideração o formato inicial da embalagem, se ela possui algum formato
diferenciado ou se possui formas retas, sendo uma caixa padrão;
(viii) Possuir elemento surpresa: Neste ponto avaliou-se a presença de algum
elemento surpresa para a criança, como por exemplo abrir e aparecer um cenário
que ela não esteja esperando;
(ix) Ser de fácil montagem: Neste tópico analisou-se a facilidade da
transformação da embalagem em brinquedo/cenário, sendo considerado fácil as
montagens que não precisam de objetos cortantes.
Quadro 04 - Análise Sincrônica, produto 1

Nome: Nuts and Bolt Toys.


Designer: Sean Lin.
Material: Papelão ondulado.
Descrição: Embalagem de brinquedo
educativo que é destacada e utilizada
como parte do brinquedo.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- É possível ter uma visualização - O produto não é totalmente
do produto real; protegido;
- A embalagem é utilizada como - As informações textuais
parte do brinquedo; presentes na embalagem não
- A embalagem pode ser são de fácil legibilidade, faltando
customizada pela criança; contraste entre as cores;
- Possui forma diferente das - A embalagem não é totalmente
embalagens convencionais utilizada, ficando de fora a parte
(caixas retas e fechadas); da alça.
- É de fácil montagem;
- Possui o elemento surpresa que
é a possibilidade de montar
diversos objetos.

Fonte:Sean Lin Design, 2019


80

Quadro 05 - Análise de Sincrônica, produto 2

Nome: Brum Box.


Designer: Toms Grinbergs e Aldis
Blicsons.
Material: Papelão ondulado.
Descrição: Embalagem de bicicleta de
madeira para criança que vira um
espaço de descanso para apoiar a
bicicleta.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- A embalagem compõe o - Não é possível ter uma
brinquedo, sendo um ambiente visualização real do produto
de descanso para a bicicleta; através da embalagem;
- A embalagem oferece proteção - Possui uma parte da embalagem
ao brinquedo; que é descartada;
- Pode ser customizável pela - Não possui uma forma diferente
criança; das embalagens convencionais
- Se transforma em um produto (caixas fechadas e retas) no
que possui ligação com o momento da compra;
brinquedo vendido; - Não possui um elemento
- É de fácil montagem. surpresa.

Fonte:Packaging of the World, 2016


81

Quadro 06 - Análise Sincrônica, produto 3

Nome: Alzak, o alienígena.


Designer: Não informado.
Fabricante: THIMM
Material: Papelão ondulado.
Descrição: Embalagem de bicho de
pelúcia (E.T.) que se transforma em um
foguete.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- Pode ser customizável pela - É possível apenas ter uma visão
criança; parcial do produto real através da
- Se transforma em um produto embalagem;
que possui ligação com o - Não possui elementos surpresa.
brinquedo;
- O visor presente na embalagem
é utilizado como parte do “novo
brinquedo” montado, sendo a
embalagem inteiramente
aproveitada;
- A embalagem, no seu formato
inicial, foge do formato caixa
padrão
- Confere proteção ao produto;
- Possui elementos textuais
82

legíveis;
- Possui fácil montagem.

Fonte: THIMM, the highpack group, 2021

Quadro 07 - Análise Sincrônica, produto 4

Nome: Design & Drill.


Designer: Joey Lopez.
Fabricante: Educational Insights.
Material: Papelão ondulado.
Descrição: Embalagem de foguete que
após desmontada vira um cenário de
pouso na Lua.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- Embalagem possui ligação com - Não é possível visualizar o
o brinquedo comprado, sendo produto através da embalagem;
um cenário utilizado no momento - Quando ainda na sua função
da brincadeira; inicial a embalagem não passa
- A embalagem confere proteção de uma caixa comum, com linhas
ao produto; retas, não se diferenciando das
- Possui elementos textuais outras.
legíveis; - Não é customizável;
- A embalagem é inteiramente
utilizada no momento em que é
transformada em parte do
brinquedo;
- Possui elemento surpresa,
83

revelando um cenário para


compor a brincadeira;
- Possui fácil montagem.

Fonte: Fast Company, 2020

Quadro 08 - Análise de Sincrônica, produto 5

Nome: Mio.
Designer: Andrey Plotnikov.
Material: Papel cartão.
Descrição: Embalagem de flocos de
milho que vira um boneco.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- A embalagem se transforma em - Possui uma imagem meramente
um brinquedo; ilustrativa do produto vendido,
- A embalagem confere proteção não apresentando uma
ao produto; visualização real do produto;
- Possui elementos textuais - A embalagem não compõe o
legíveis; produto vendido;
- A embalagem é inteiramente - Quando ainda na sua função
utilizada no momento em que é inicial a embalagem não passa
transformada em brinquedo; de uma caixa comum, com linhas
- Possui elementos surpresas (a retas, não se diferenciando das
caixa abre revelando um novo outras;
rosto). - Não possui fácil montagem,
necessitando de tesouras para
84

recortar os braços do boneco.

Fonte: Packaging of the World, 2019

Quadro 09 - Análise de Sincrônica, produto 6

Nome: Mambajamba.
Designer: Meg Eaton.
Material: Papel cartão.
Descrição: Embalagem de biscoito em
formato animal que abre e revela um
animal pop-up.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- A embalagem se transforma em - Não é possível ter uma
uma brinquedo; visualização real do produto
- Possui elementos textuais vendido;
legíveis; - Não é customizável;
- A embalagem é inteiramente - Quando está na gôndola não
utilizada na hora da brincadeira; possui formato diferente das
- Possui elemento surpresa, o embalagens convencionais;
animal pop-up;
- É de fácil montagem;
- Confere proteção ao produto.

Fonte: Packaging of the World, 2009


85

Quadro 10 - Análise Sincrônica, produto 7

Nome: Não informado.


Designer: Não informado.
Fabricante: Fakini.
Material: Papelão ondulado.
Descrição: Empresa têxtil de
Pomerode (SC) transformou as caixas
de transporte em brinquedo para evitar
o descarte.

Pontos Positivos: Pontos Negativos:


- A embalagem se transforma em - Não é possível ter uma
um brinquedo; visualização real do produto
- A embalagem confere proteção vendido;
ao produto; - A embalagem não é inteiramente
- Possui elementos textuais utilizada, sendo descartada as
legíveis. partes superiores onde foram
- Pode ser customizada; realizadas os cortes;
- Quando ainda na sua função
inicial a embalagem não passa
de uma caixa comum, com linhas
retas, não se diferenciando das
outras;
- Não possui elementos surpresa;
- Não possui fácil montagem,
86

sendo necessário utilizar a


tesoura para cortar os elementos
pontilhados.

Fonte: EP Grupo, 2018


87

4 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
4.1 Requisitos de Projeto
Segundo Pazmino (2015, p.32) “requisitos de projeto é um documento que
serve para orientar o processo em relação às metas a serem atingidas”. A autora
coloca que os requisitos seguem as necessidades fornecidas pelos clientes internos
e/ou externos, e servem como uma forma de guiar a equipe durante o projeto,
garantindo que nada seja esquecido.
Tendo isto em mente, para a elaboração do projeto em questão foi realizado
uma lista de requisitos que foi montada levando em consideração a entrevista
realizada com o dono da empresa Oficina do Aprendiz, Osvaldir Viegas, o
questionário online aplicado com o público alvo, características retiradas da análise
sincrônica, realizada no tópico anterior, normas de segurança e informação
disponibilizadas pelo INMETRO, diretrizes de Ecodesign apresentadas por Ezio
Manzini e Carlo Vezzoli (2016) e informações sobre a evolução psicomotora das
crianças com faixa etária entre 4 e 6 anos de idade apresentadas no referencial
teórico do projeto.
Quadro 11: Requisitos de projeto

CATEGORIA REQUISITOS ESPECIFICAÇÕES META


- Transformar-se em um - Virar jogo de tabuleiro, livro,
brinquedo; cenários, pontes ou jogos de
- Facilidade de montagem na hora memória;
de virar um brinquedo; - Utilização de picotes e
- Ser customizável; marcações para indicar as
- Virar um brinquedo ou ambiente modificações;
que seja uma extensão do - Possuir desenhos para pintar;
brinquedo; - Ser um cenário de estação de
- Possuir elemento surpresa; trem, possuir trilhos ou pontes;
- Conferir proteção ao produto; - Possuir elemento dentro da caixa
Funcionalidade - Ser compatível com as que não seja visualizado pelo
habilidades manuais de uma exterior;
criança de 4 - 6 anos; - Cobrir grande parte do produto,
- Facilidade de transporte; deixando apenas um espaço de
- Possibilidade de guardar o visor na parte frontal;
brinquedo após de aberto. - Não possuir encaixes
minuciosos, dando preferência
para dobraduras simples;
- Possuir alça;
- Existência de um saco de
88

algodão ou estopa para armazenar


o brinquedo e a embalagem após
as brincadeiras se não for possível
utilizar a própria embalagem para
este fim.

- Ser sustentável; - Empresas com selos florestais;


- Material 100% reciclável; - Material celulósico sem

Materiais - Oriundo de processo de aplicações de plastificação ou


reciclagem; acabamento e tinta biodegradável;
- Papelão reciclado.

- Possibilitar a visualização do - Possuir visor mostrando a lateral


produto dentro da embalagem; do produto;
Estético - Formal - Possuir visual que converse com - Utilizar a cor natural do material
a estética da Oficina do Aprendiz. (papelão reciclado) em contraste
com cores vivas.

- Seguir as normas estabelecidas - Indicação de faixa etária,


pelo INMETRO instruções de uso do brinquedo,
- Informações sobre o brinquedo. data de fabricação do produto e

Informações formas de evitar possíveis


consequências com o produto;
- Informar como ele auxilia no
desenvolvimento da criança

Fonte: Autoria própria (2021)

Para a elaboração da presente tabela, foram colocadas as categorias


necessárias para o projeto, que são: funcionalidade, materiais, estético-formal e
informacional. A partir destas categorias foram listados os requisitos pertencentes a
cada uma delas e, posteriormente, as especificações metas para alcançar cada um
dos requisitos.
Em seguida foi aplicado o Diagrama de Mudge (quadro 10) com o objetivo de
hierarquizar os requisitos do projeto. O Diagrama de Mudge, segundo Schuster
(2014) apud Rocco e Silveira (2007), é uma ferramenta que compara os itens de
dois em dois, a fim de ordená-los por relevância. Para a elaboração do quadro foram
enumerados os requisitos de um (1) a quatro (4), e em seguida aplicados pesos
entre um (1) e cinco (5), onde A equivale a cinco (5), B equivale a três (3) e, C
equivale a um (1).
Os requisitos foram comparados de dois em dois, cruzando linha e coluna, ou
seja, primeiro foi comparado a importância do requisito um (1) com o requisito dois
89

(2). Após definir que o requisito um (1) é o mais importante, como mostrado no
quadro a seguir, foi a vez de definir o peso dessa importância, que no caso foi um
(1). Em seguida foi feita a comparação entre um (1) e três (3), um (1) e quatro (4) e
assim por diante.
Quadro 12: Diagrama de Mudge

Fonte: Autoria própria (2021)

Após o preenchimento do quadro, foi feita a soma do peso de cada requisito.


Para isso a soma foi realizada em forma de “ L”, somando primeiro a coluna e depois
a linha. No exemplo do requisito dois (2) temos a soma da coluna 2 (2) que foi zero
(0) com a soma da linha dois (2) que foi 8, tendo então a soma final de 8. Essa
estratégia de soma foi aplicada para todos os requisitos, chegando então na
hierarquia deles perante este projeto.

Quadro 13: Hierarquia de requisitos

HIERARQUIA DE REQUISITOS
Funcionalidade
- Transformar-se em um brinquedo;
- Facilidade de montagem na hora de virar um brinquedo;
- Ser customizável;
- Virar um brinquedo ou ambiente que seja uma extensão do brinquedo;
1° - Possuir elemento surpresa;
- Conferir proteção ao produto;
- Ser compatível com as habilidades manuais de uma criança de 4 - 6 anos;
- Facilidade de transporte;
- Possibilidade de guardar o brinquedo após aberto.
90

Materiais
- Ser sustentável;
2° - Material 100% reciclável;
- Oriundo de processo de reciclagem;

Estético - Formal
3° - Possibilitar a visualização do produto dentro da embalagem;
- Possuir visual que converse com a estética da Oficina do Aprendiz.

Informações
4° - Seguir as normas estabelecidas pelo INMETRO
- Informações sobre o brinquedo.

Fonte: Autoria própria (2021)

Após esta classificação, é possível observar o destaque para os requisitos de


funcionalidade e materiais, já que são os tópicos que regem o desenvolvimento
deste trabalho. Em seguida observa-se o requisito estético-formal seguido do
requisito de informações, que leva o último lugar não por ser o requisito menos
importante, uma vez que traz pontos indispensáveis para o desenvolvimento da
embalagem, mas sim pela grande importância do requisito estético-formal dentro
deste projeto.

4.2 Painéis - Moodboard


Os painéis de imagens são uma ótima forma de visualizar e alinhar as
características que serão necessárias estar presente no produto, auxiliando no
momento da geração de alternativas.

PAINEL DE CONCEITO (Sustentabilidade e Criatividade)


Após elaborar os requisitos necessários para o projeto, uma ferramenta
interessante a ser aplicada é o painel de conceito do produto. Este painel auxilia a
equipe de designers a definir e visualizar o significado do produto, facilitando assim
na geração de alternativas. (PAZMINO, 2017)
Segundo a autora, após a fase informacional do projeto deve-se definir o
conceito do produto, quais emoções, sensações e recordações ele deve transmitir
ao usuário.
91

Para a elaboração deste painel, foram utilizados dois conceitos importantes


para este projeto. O primeiro deles é o de sustentabilidade, onde foram buscadas
imagens que lembrassem a natureza e hábitos que estão ligados a ações positivas
para o meio ambiente. Neste quadro podemos perceber a presença de tons naturais,
ou seja, cores que representam o material em si, sendo esses materiais de origens
naturais, como a madeira e a palha, por exemplo.

Figura 43: Painel conceito - sustentabilidade

Fonte: Autoria própria (2021) 1

O segundo painel corresponde ao conceito de criatividade, fator importante


para o desenvolvimento da embalagem do produto da loja Oficina do Aprendiz. Além
de ser necessário aplicar a criatividade na função secundária e formas da
embalagem, é importante também criar algo criativo que chame a atenção do
usuário na hora da compra, se destacando na sua categoria de produto. No painel
abaixo conseguimos observar imagens que trazem a criatividade presente tanto nas
formas inusitadas como também nas cores aplicadas, revelando imagens curiosas e

1
Imagens retiradas da seguinte referência: Pinterest (2021).
92

que chamam a atenção.

Figura 44: Painel conceito - Criatividade

Fonte: Autoria própria (2021) 2

PAINEL VISUAL DO PRODUTO


A partir do painel conceito, onde são apresentados os significados presentes
no produto a ser desenvolvido, é elaborado o painel visual do produto. Este painel
contém imagens de objetos que trazem o mesmo conceito esperado para o projeto.
(PAZMINO, 2017)
De acordo com Pazmino (2017), o painel visual do produto permite que o
designer explore estilos de produtos bem sucedidos, sendo uma ótima fonte de
formas visuais para inspirar no desenvolvimento do novo produto. A partir deste
painel é possível extrair informações estéticas como cor, material, forma, etc.
O painel visual de produto apresentado abaixo, mostra elementos dos
conceitos de sustentabilidade, como a exibição do material cru apresentado nos

2
Imagens retiradas da seguinte referência: Unsplash (2021).
93

produtos e embalagens, e elementos presentes no painel de conceito de


criatividade, como as cores em destaques e propostas diferentes que fogem das
convencionais apresentadas diariamente.

Figura 45: Painel visual do produto

Fonte: Autoria própria (2021).

Com o intuito de desenvolver um sistema de picote para fazer a


transformação da embalagem em brinquedo, ou até mesmo para destacar
elementos para causar interações, o painel de picotes e marcações (figura 29) vem
para trazer referências para esses elementos.
94

Figura 46: Painel visual do produto - picotes e marcações

Fonte: Autoria própria (2021)

Já o painel visual de produto (figura 30) que diz respeito ao elemento


surpresa, está presente neste documento com a finalidade de trazer referências
diferentes de como essa surpresa pode ser apresentada. Essa surpresa pode estar
presente na embalagem através de elementos pop-up, cenários, pistas e tabuleiros.

Figura 47: Painel visual do produto - elemento surpresa

Fonte:Autoria própria (2021)


95

4.3 Geração de Alternativas


Para o desenvolvimento deste projeto foram realizadas o total de 12
alternativas, além dos esboços iniciais, levando em consideração os requisitos
pré-estabelecidos e utilizando os painéis apresentados anteriormente como fonte de
inspiração. Para criação, foi primeiramente realizado um brainstorming, listando
todas as opções de segundo uso que a embalagem poderia assumir em sua
transformação. A partir desta ferramenta foram escolhidos três caminhos que se
apresentaram mais pertinentes e criativos para o projeto, sendo eles: a
transformação em jogo de tabuleiro, em livro interativo e cenário para interação com
o brinquedo.

Figura 48: Exemplos de Alternativas Geradas (Cenário)

Fonte: Autoria própria (2021)


96

Figura 49: Exemplos de Alternativas Geradas (Jogos)

Fonte: Autoria própria (2021)

Figura 50: Exemplos de Alternativas Geradas (Livro)

Fonte: Autoria própria (2021)

Geradas as alternativas, foi realizado um checklist de critérios de seleção


onde foram listados todos os requisitos de projeto levantados anteriormente, com
exceção do requisito informacional, por ser algo não trabalhado nas alternativas
neste primeiro momento. As alternativas então, foram enumeradas e distribuídas em
colunas de “atende” ou “não atende” os requisitos. No final, foram selecionadas as
três alternativas que atenderam o maior número de requisitos para levar adiante.
97

Quadro 14 - Tabela Critérios de Seleção

REQUISITOS OBJETIVOS ATENDE NÃO ATENDE


Transformar-se em um brinquedo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
9 e 11
8, 10 e 12

Facilidade na montagem na hora


todas -
de virar um brinquedo

Ser customizável 1, 2, 6, 8, 11 e 12 3, 4, 5, 7, 9 e 10

Virar um brinquedo ou ambiente


2, 4, 5, 6, 7, 8,
que seja uma extensão do 1, 3 e 9
10, 11 e 12
produto vendido

Possuir elemento surpresa 2, 3, 4, 6, 7, 8, 10


1, 5, 9 e 11
Funcionalidade e 12

Conferir proteção ao produto 1, 2, 4, 6, 7, 8, 9,


3e5
10, 11 e 12

Ser compatível com as


1, 2, 3, 4, 6, 9, 10
habilidades manuais de uma 5, 7, 8 e 11
e 12
criança de 4 - 6 anos de idade

Possuir alça 1, 3, 4, 5, 6, 10 e
2, 6, 7, 8, 9 e 12
11

Possibilidade de guarda o 1, 2, 3, 5, 7, 8,
4, 6 e 12
brinquedo após aberto 9, 10 e 11

Fazer uso de todo o material da


3, 4, 5, 7, 8, 9 e
Materiais embalagem no momento em que 1, 2, 6, 10 e 12
11
se transformar em brinquedo

Possibilitar a visualização do
produto real dentro da todas -
embalagem
Estético-Formal
Possuir uma forma criativa que
2, 4, 6, 7, 8, 9,
não se restrinja ao formato de 1, 3 e 5
10, 11 e 12
uma caixa padrão

Fonte: Adaptação do quadro critérios de seleção de Pazmino (2015), 2021

A primeira alternativa selecionada foi pensada exclusivamente na criação do


ambiente na hora do brincar, ponto este levantado pelo proprietário da empresa.
Nesta alternativa temos a representação do velho oeste, onde a embalagem possui
uma alça de corda que envolve todo o perímetro da caixa. Ao retirar a tampa da
embalagem é possível observar as abas irregulares, que ao serem desdobradas
98

revela todo o cenário proposto, sendo então um elemento surpresa para a criança. O
visor presente na frente da embalagem revela-se como sendo parte da paisagem,
sendo identificado como um buraco em uma rocha, onde a criança pode andar com
o trenzinho pelos trilhos e passar por baixo desta abertura. No que diz respeito a
parte gráfica, a ideia principal é trabalhar com elementos mais simplificados na área
externa e trazer mais cores e elementos de surpresa na parte interna da
embalagem.
Figura 51: Alternativa 01 - Cenário Velho Oeste

Fonte: Autoria própria (2021)

A segunda alternativa selecionada possui, na sua estrutura principal, um livro


fechado que possui nas suas extremidades a alça utilizada na embalagem. Este livro
é envolto por uma embalagem que quando aberta revela um tabuleiro com a
presença de um trilho. Dentro do livro é possível encontrar elementos como
histórias, desenhos para pintar e objetos para destacar e brincar em cima do
tabuleiro, tudo contando uma história que tem como protagonista o trenzinho.
Acompanhado da embalagem vem uma sacola de algodão, onde é possível guardar
os elementos da embalagem após a sua abertura. Toda a parte externa desta
embalagem foi trabalhada com a cor natural do material, com exceção do nome do
brinquedo, sendo toda a parte colorida investida no interior desta alternativa.
99

Figura 52: Alternativa 02 - Livro Interativo

Fonte: Autoria própria (2021)

A terceira e última alternativa é representada por um celeiro que, após aberto,


se transforma em um tabuleiro de fazenda, onde o jogador, representado pelo
próprio pino presente no trem, precisa percorrer todo o caminho para chegar até a
área de embarque. No topo da embalagem existe um roleta de cores e uma alça
feita de corda. Após aberta a embalagem, é possível destacar toda a parte superior,
sendo possível utilizar a roleta ao lado do tabuleiro para dar sequência ao jogo. Além
disso, ao desdobrar a embalagem, a mesma revela elementos 3D que ajudam a
compor o tabuleiro de fazenda. Ao finalizar a partida a criança pode dobrar o
tabuleiro e guardar todos os elementos no saco de algodão, com o intuito de
preservar e organizar o brinquedo e a embalagem. A parte gráfica desta alternativa
traz como principal elemento da parte externa da embalagem, a roleta presente na
parte superior, local onde está presente a maior concentração de cores. Já na parte
interior, no tabuleiro, buscou trabalhar com elementos mais coloridos, representando
as cores e elementos presentes em uma fazenda, mas deixando alguns elementos
na cor natural do material, onde a criança possui a liberdade para colori-los.
100

Figura 53: Alternativa 03 - Tabuleiro Fazenda

Fonte: Autoria própria (2021)

4.3.1 A Alternativa Escolhida


Após a geração de alternativas, foi realizada uma reunião com o proprietário
da Oficina do Aprendiz, Osvaldir Viegas, a fim de discutir as três soluções
selecionadas anteriormente e escutar as suas considerações sobre elas. Durante a
apresentação das alternativas para Viegas, o mesmo se mostrou bastante contente
com as soluções geradas, dando destaque para a alternativa do tabuleiro, pois
apontou como ponto positivo a interação com os pinos e a proposta de jogo levando
em consideração o trenzinho. Outra alternativa bem vista pelo proprietário foi a do
cenário de velho oeste, pois segundo ele, a ideia de gerar um ambiente onde a
criança consiga trabalhar a sua imaginação é algo de suma importância, e o
ambiente com a presença do trilho trazia essa proposta. Por fim, ele avaliou a
alternativa do livro, e embora ele tenha achado a proposta interessante, ele
considerou o livro como sendo um segundo produto, o que estaria fora da proposta
gerada por ele.
Sendo assim, levando em consideração a reunião feita com o proprietário da
Oficina, a alternativa escolhida para o desenvolvimento deste trabalho foi a
alternativa representada pelo celeiro, que ao abrir revela um jogo de tabuleiro,
indicado pelo número 03. Tal escolha foi realizada por ser a opção de embalagem
101

que apresentou mais possibilidades de interação com a criança e também por fazer
uso do trenzinho como um todo, utilizando os seus pinos para compor a brincadeira.
Para isso, optou-se em reformular a proposta, a fim de incluir o elemento cenário
indicado por Viegas, adicionando o trilho em uma área maior do tabuleiro.

4.4 Desenvolvimento Formal Estrutural


Realizada a escolha da embalagem, iniciou-se as adaptações e ajustes
necessários para torná-la mais adequada e interessante ao público infantil. Em
primeiro lugar, viu-se a necessidade de trabalhar a sua forma, buscando alcançar
um formato que seja de fácil manuseio para o público-alvo, levando em conta as
limitações no que diz respeito à coordenação motora fina apresentada na faixa de
idade trabalhada, 4 à 6 anos. Para isso, buscou-se trabalhar com encaixes que
fossem facilmente manuseados, além de trabalhar em formas que não precisassem
de muitas modificações para tornar-se um novo brinquedo.
Pensando na facilidade e simplicidade da embalagem na hora de se
transformar em um brinquedo, outro ponto levado em consideração foi a forma do
tabuleiro, onde foram trabalhados formatos que o favorecesse, evitando remendos e
quinas que fossem de difícil aproveitamento na hora de brincar, buscando assim,
formatos mais inteiros.
Além da sua forma principal, alguns elementos foram modificados da
alternativa inicial, tal como a roleta presente no topo da embalagem, que com a
intenção de manter a integridade da peça optou-se por preservá-la dentro da
embalagem, evitando acidentes e extravios ao pegar a alça da embalagem ou
transportá-la.
Outro ponto modificado foi o visor presente na parte frontal da embalagem.
Apesar de inicialmente ser um tópico importante apresentado pelo dono da empresa,
o público alvo se mostrou dividido sobre a necessidade da embalagem mostrar o
produto, uma vez que o brinquedo é colocado exposto na loja fora da embalagem.
Além da opinião do público, outros pontos levados em consideração para esta
tomada de decisão foi a proteção dada ao produto, já que este projeto possui um
caráter sustentável e optou-se por não aplicar nenhum tipo de plástico na área do
visor, ficando então, um visor totalmente aberto, possibilitando o contato do meio
externo com o trenzinho, o que colocaria em risco a integridade do produto.
102

E por fim, ao projetar foi verificado uma falta considerável de material no


tabuleiro, algo que afetaria diretamente o momento da brincadeira, dando menos
espaço para o deslocamento do trem e dos pinos em cima do tabuleiro.

Figura 54: Modificações da embalagem

Fonte: Autoria própria (2021)

4.4.1 Estudo de Protótipo e Planificações


Após as primeiras adaptações feitas na alternativa escolhida, iniciou-se as
planificações e estudos volumétricos a fim de ajustar medidas e encaixes para o
desenvolvimento da embalagem. Uma das principais preocupações durante a
execução foi de como ficaria a planificação da embalagem, uma vez que a ideia do
projeto é transformá-la em um tabuleiro para jogos, necessitando então de uma
planificação com poucos recortes.
103

Figura 55: Planificação embalagem e roleta

Fonte: Autoria própria (2021)

Outro ponto importante levado em consideração foi a ocupação da faca de


corte na folha de impressão. A fim de utilizar uma folha inteira, sem a necessidade
de descarte de grande pedaços de papel, a embalagem foi sendo construída para
que coubesse no tamanho de folha padrão para impressão offset, não ultrapassando
os limites da folha de 66 x 96 cm, e fazendo uso de pedaços do mesmo papel para a
elaboração de outros elementos importantes no projeto.
104

Figura 56: Planificação da embalagem e seus componentes em uma folha 66x96cm

Fonte: Autoria própria (2021)

Feita a planificação, partiu-se para a elaboração de protótipos, feitos


primeiramente em papel A4 com gramatura de 75g/m², em uma escala de ⅓, e
posteriormente em escala real utilizando o papel kraft de gramatura de 180g/m².

Figura 57: Estudo volumétrico

Fonte: Autoria própria (2021)

Após a montagem do protótipo, foi feito o teste com o brinquedo dentro da


embalagem, certificando-se de que todas as medidas estavam dentro do esperado
para comportar o trenzinho.
105

Figura 58: Estudo volumétrico - embalagem aberta

Fonte: Autoria própria (2021)

Outro ponto realizado foi uma comparação da embalagem com a mão de uma
criança de 4 anos de idade, com o objetivo de conferir as dimensões da embalagem
como um todo ao lado do público em questão.
Figura 59: Estudo volumétrico - referencial humano

Fonte: Autoria própria (2021)


106

Por fim foram realizados estudos volumétricos em relação à elementos


presentes na embalagem, como árvores destacáveis que podem ser encaixadas
para serem posicionadas em cima do tabuleiro, possibilitando a interação com
elementos em 3D, e também o estudo da roleta, que irá colada dentro da
embalagem.
Figura 60: Estudo volumétrico - árvore destacável 3d

Fonte: Autoria própria (2021)

Figura 61: Estudo volumétrico - roleta

Fonte: Autoria própria (2021)

4.4.2 Sistemas de Abertura e Fechamento, Pegas e Berço


O sistema de fechamento e abertura da embalagem (figura 62), foi projetado
por meio de abas e cortes, sem a utilização de cola. Toda a faca da embalagem foi
107

projetada de forma com que ao ser dobrada, a embalagem se feche necessitando


apenas de um sistema de fechamento (observado na imagem a seguir) e através da
sua alça, que por meio de um corte na parte oposta, é encaixada oferecendo maior
segurança à embalagem.

Figura 62: Aba de abertura e fechamento

Fonte: Autoria própria (2021)

Com o objetivo de projetar a alça mais adequada e confortável para as


crianças, foi feito um teste com 4 tipos de alças diferentes (figura 63) com uma
criança de 4 anos de idade, buscando avaliar a estética, conforto e resistência.

Figura 63: Tipos de alça

Fonte: Autoria própria (2021)


108

Ao avaliar os tipos de alças projetadas para o desenvolvimento deste


projeto, exclui-se primeiramente a opção A e B, a primeira por ser desconfortável,
sendo muito justa para a pega da criança, e a segunda por possuir um espaço muito
grande entre a mão e a embalagem, além de possuir uma espessura muito fina,
podendo comprometer a resistência do material. Por fim, foram avaliadas as alças
de opção C e D, sendo a opção D a mais adequada para compor este projeto, uma
vez que possui uma forma mais amigável, uma altura mais adequada, suportando a
mão adulta e a mão infantil, sem apresentar espaços exagerados entre a mão e o
topo da embalagem.
De acordo com Paschoarelli, Menin, Silva, Campos e Silva (2010), “no Brasil
os dados sobre referências antropométricas das mãos são escassas, demonstrando
que ainda existe uma lacuna nas pesquisas desta área do conhecimento”, e para as
referências de pega ergonômica infantil não foi diferente. Sendo assim, optou-se por
trabalhar com dados de uma pesquisa feita com base em 33 crianças, meninas e
meninos, na faixa dos 4 anos de idade, onde foram registradas as medidas
palmares, o comprimento e a largura da mão. Nesta pesquisa, segundo Dahrouj
(2009), a medida média do comprimento da mão dessas crianças é de 11,83 cm, a
medida palmar de 6,79 cm e a largura da mão de 6,94 cm. Tendo isto em mente,
optou-se por trabalhar com uma alça de 20 mm de espessura, 78 mm de largura na
parte interna, com um vão entre a alça e a base da embalagem de 28,8 mm.
Na parte interna da embalagem verificou-se a necessidade de manter estável
o brinquedo, uma vez que existe um espaço de 8 cm entre o trem e o topo da parte
interna da embalagem. Tal espaço existe com o intuito de manter a forma do
tabuleiro e também, sendo a medida necessária para fechar a forma escolhida.
Sendo assim, foram estudadas algumas possibilidades e optou-se por criar um
berço de papelão, aproveitando a folha de impressão da embalagem, utilizando o
berço para acomodar o saco de algodão que acompanha o brinquedo e mantendo
estável o trenzinho. Além disso, buscando aproveitar ao máximo a utilização deste
papelão, foram adicionados alguns elementos destacáveis a esse berço, onde a
criança pode destacar e compor o tabuleiro.
109

Figura 64: Berço da embalagem

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5 Desenvolvimento Gráfico Visual


O desenvolvimento gráfico-visual deste trabalho buscou atender os requisitos
estabelecidos para o desenvolvimento do mesmo. Para tal, foram levados em
consideração o questionário online com o público-alvo, onde apontaram embalagens
coloridas como mais atrativas para o público infantil, e também as que apresentam
mais áreas aparentes de material reciclado, sem adição de cor, como sendo ligadas
a temática de menor impacto ambiental. Outro ponto avaliado foi a análise sincrônica
apresentada anteriormente. A partir dela foi possível retirar inspirações sobre o
elemento surpresa presente na embalagem, a interação dos elementos, assim como
pontos que devem ser evitados, como por exemplo o baixo contraste presente em
algumas embalagens.

4.5.1 Cor
O padrão cromático definido para a elaboração da embalagem foi formulado
através dos painéis conceituais e de produto, e também das imagens apontadas
como mais atrativas no questionário online, realizado com o público alvo. A partir da
observação feita nos tópicos citados, pode-se perceber a utilização de cores
vibrantes, alegres e que conversem com a temática infantil. Sendo assim, optou-se
pela seguinte paleta de cores (figura 65) por trazer cores vivas, em contraste com
110

tons terrosos, que possuem um bom contraste quando em contato com o material
trabalhado (papelão), por chamar a atenção do público infantil e do público adulto.
Figura 65: Paleta de cores da embalagem

Fonte: Autoria própria (2021)

Além das cores principais da paleta, foram também acrescentadas as cores


presentes no trenzinho (figura 66), a fim de representar as cores do brinquedo, e por
fim, foi adicionada a cor preta para alguns elementos informativos.
Figura 66: Paleta de cores do brinquedo

Fonte: Autoria própria (2021)


111

Figura 67: Cor preta

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.2 Imagem

4.5.2.1 Textura e Grafismo


A linguagem visual da embalagem do trenzinho tem como função chamar a
atenção do consumidor com aspectos alegres, que chamam a atenção do público
infantil, trazendo elementos coloridos de forma leve e divertida, sem deixar de
transmitir o seu viés de baixo impacto ambiental.
Para isso, foi utilizada com grande destaque a textura do papelão reciclado,
paralelo a uma padronagem criada onde foi representado os pinos do trem,
elementos pontilhados, sombras, e ilustrações flat, compondo uma embalagem
agradável e descontraída.
Figura 68: Textura e padronagem

Fonte: Autoria própria (2021)


112

Figura 69: Aplicação do grafismo sobre o papelão reciclado e cor

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.2.2 Representação do Produto


Um dos requisitos apontados inicialmente neste projeto foi a necessidade de
um visor que exibisse o produto comercializado. Como foi avaliado anteriormente,
após conversa com proprietário e análise das respostas do questionário,
observou-se mais desvantagens do que vantagens para este requisito. Além do fator
de proteção ser comprometido, uma vez que de acordo com o viés deste projeto não
existiria uma película transparente para este fim, a existência do visor também
prejudicaria a construção do segundo uso da embalagem, então, ao decorrer do
projeto optou-se pela não utilização do visor.
Tendo isto em mente, para representar o brinquedo na embalagem, foi
utilizado um desenho realizado a partir da fotografia do produto, mantendo
informações sobre o tamanho do trenzinho na parte posterior da caixa. Buscou-se
então, fazer com que a imagem conversasse com a linguagem visual da
embalagem, uma vez que o brinquedo é mantido exposto fora da embalagem no
espaço de compra da Oficina do Aprendiz, a fim de manter a interação entre
compradores/visitantes e produtos.
113

Figura 70: Representação do trem

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.3 Seleção Tipográfica para o Nome do Produto


Para criação da arte gráfica da embalagem, precisou inicialmente desenvolver
um desenho que representasse o nome do brinquedo que é “Trem de Passageiros”.
Para isso foi realizada uma busca e feito um compilado de fontes que mais se
aproximava da linguagem que o projeto buscou transmitir, selecionando assim
tipografias mais alegres e infantis. A partir desta seleção, foi feita uma nova análise
e foi definido as fontes tipográficas que mais se encaixavam no projeto, respeitando
a linguagem visual desejada e o brinquedo que seria comercializado. Sendo assim,
optou-se pelas fontes mais quadradas e assimétricas, casando com ambas as
temáticas.
114

Figura 71: Análise tipográfica para o nome do brinquedo

Fonte: Autoria própria (2021)

Após feita essa segunda seleção, iniciou-se a criação da arte do nome do


brinquedo. Para isso, foi testado a junção da fonte com a representação do
trenzinho, alinhada à fonte complementar para a constituição da frase “de
passageiros”, onde foi escolhida a tipografia Bebas Neue, pelo peso e contraste feito
com as fontes selecionadas anteriormente. Todas as fontes utilizadas e testadas são
fontes livres, baixadas de forma gratuita através do site “DaFont”.

Figura 72: Fonte selecionada

Fonte: Autoria própria (2021)


115

Figura 73: Composição do nome do brinquedo

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.3 Tipografia
A tipografia é um elemento fundamental na construção de uma embalagem.
De acordo com Negrão e Camargo (2008), a sua principal função é transmitir uma
mensagem e ser legível, ou seja, toda a sua beleza e harmonia deve ser construída
levando em consideração o conforto na hora da leitura.
Portanto, foram selecionadas três tipografias para a elaboração deste projeto,
cada uma com uma finalidade diferente. Para os títulos e chamadas principais foi
utilizado a fonte “Brady Bunch Remastered”, sendo representada por formas mais
assimétricas e descontraídas. Já para as informações técnicas sobre o produto
utilizou-se a fonte “Bebas Neue Regular”, sendo representada toda em caixa alta,
contendo fácil legibilidade das informações. E por fim, para os demais textos
informativos, foi utilizado a fonte “Louis George Café” na sua forma bold, mantendo
um bom contraste com os fundos utilizados e sendo composto por formas mais
arredondadas e amigáveis, que conversam com a proposta visual da embalagem.
116

Figura 74: Tipografia utilizada

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.4 Informações e Diagramação


As informações contidas na embalagem foram extraídas da conversa com o
proprietário, e também, a partir das exigências feitas pelo INMETRO.
No que diz respeito ao layout da parte externa (figura 75), buscou-se dispor
os elementos de forma fluida, setorizando as informações mas sem criar um
alinhamento excessivo entre elas, fazendo com que a sua leitura fosse realizada de
forma leve e dinâmica.
117

Figura 75: Configuração dos elementos

Fonte: Autoria própria (2021)

Já no layout da parte interna da embalagem, onde encontramos o jogo de


tabuleiro, foi disposto um trilho ao redor do jogo, que possibilita a interação do trem
com a embalagem. Na parte do jogo do tabuleiro, a identificação das casas foi feita
através das cores, que são sorteadas para jogar através de uma roleta colada na
118

embalagem. Outro elemento presente no tabuleiro é o desenho de uma cidade,


representada por prédios e casas, onde a criança pode colorir as imagens de acordo
com a sua imaginação. E por fim, tem-se as informações sobre as regras do jogo,
que resume-se em girar a roleta, andar até a casa da cor sorteada, ficando parado
no lugar durante uma rodada se cair nas casas que possuem elementos gráficos,
que são as “atividades”. Ganha o jogo o jogador que chegar primeiro no local de
embarque.
Figura 76: Configuração dos elementos - tabuleiro

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.5 Simulação na Gôndola


Segundo Mestriner (2007, p.58) “simulações de gôndola com a representação
da embalagem repetida várias vezes são necessárias”, de acordo com o autor, o
consumidor nunca vê o produto sozinho, ele está sempre em grupos, exibindo o seu
painel frontal repetidamente.
119

Figura 77: Simulação na gôndola

Fonte: Autoria própria (2021)

4.5.6 Material Complementar


Como uma alternativa lúdica e divertida para o dado, optou-se pela utilização
de uma roleta com cores. Esta roleta encontra-se fixa na parte interna do tabuleiro,
colada com cola à base de amido de milho, deslocando-a da posição inicial, que
seria a parte externa, com o objetivo de protegê-la contra possíveis acidentes no
ponto de venda e também durante o transporte. A roleta é então fixada na parte
interna da embalagem, impedindo que a criança a perda e também compondo a
estética do tabuleiro. Como sistema de eixo, escolheu-se trabalhar com parafuso de
papel, feito de alumínio. A justificativa para esta escolha, advém do fato de ser um
material resistente, levando em consideração que é um objeto que vai estar em
constante movimento durante a partida do jogo, sendo um material 100% reciclável
e também de fácil separação do restante do material da embalagem, facilitando a
reciclagem.
120

Figura 78: Planificação e montagem da roleta

Fonte: Autoria própria (2021)

Outro elemento presente na embalagem de brinquedo, é uma sacola de


algodão cru. Como um dos requisitos extraídos do questionário online com o
público-alvo adulto foi a possibilidade de guardar o brinquedo após a sua abertura, e
a embalagem desenvolvida possui as extremidades destacáveis, impossibilitando o
seu fechamento, optou-se por incluir uma sacola que pudesse ser utilizada tanto
para guardar o brinquedo, como a própria embalagem, promovendo assim uma
maior durabilidade para ambos.
121

Figura 79: Planificação e costura do saco de algodão cru

Fonte: Autoria própria (2021)

4.6 Adequação formal


Na adequação formal serão apresentadas a seguir a arte-finalização da
embalagem, as especificações técnicas e os materiais necessários para a produção
do projeto.

4.6.1 Arte-finalização
Na arte-finalização, o projeto gráfico foi unificado ao projeto de produto da
embalagem. O objetivo é ilustrar a disposição do layout na faca de corte. A
distribuição da arte-finalização na folha de impressão pode ser visualizada no
apêndice E.
122

Figura 80: Arte-finalização parte externa

Fonte: Autoria própria (2021)


Figura 81: Arte-finalização parte interna - tabuleiro

Fonte: Autoria própria (2021)


123

Figura 82: Planificação sem layout

Fonte: Autoria própria (2021)

4.7 Especificação Técnica


Nas especificações técnicas constam os desenhos técnicos da embalagem,
dos elementos da roleta, do berço e da bolsa que acompanha o brinquedo. O
desenho técnico da embalagem, da roleta, do berço e o do saco de algodão podem
ser visualizados no apêndice F.

4.7.1 Especificação dos Materiais


A seleção dos materiais realizada neste projeto guiou-se principalmente por
parâmetros sustentáveis, onde foi definido como material principal o papelão micro
ondulado reciclado e acabamentos atóxicos e a base de água, sendo os demais
materiais empregados na construção deste projeto, recicláveis e de fácil separação
entre si.
124

Quadro 15: Especificação dos materiais

EMBALAGEM MATERIAL ESPECIFICAÇÃO


Parede externa com impressão: Papel
Cartão Duplex, 260gr.
Papelão Micro Ondulado
Miolo: fibra reciclada pós consumo.
270gr. Onda E. 1,5 mm de espessura

Impressão Offset
Embalagem
Cola a base de amido de milho, para
Cola
acoplar capa e miolo.

4 Cores
Acabamento Verniz a base de água
Corte e vinco

Parede externa com impressão: Papel


Cartão Duplex, 260gr.
Papelão Micro - Ondulado Micro ondulado com fibra reciclada pós
consumo. 270gr. Onda E. 1,5 mm de
espessura

Parafuso de Papel Fixador de alumínio 9mm x 4mm x 5 mm


Roleta
Impressão Offset

Cola a base de amido de milho, para


Cola
acoplar o círculo da roleta à embalagem.

4 Cores
Acabamento Verniz a Base de Água
Corte

Parede externa: Papel Cartão Duplex,


260gr.
Papelão Micro Ondulado
Miolo: fibra reciclada pós consumo.
270gr. Onda E. 1,5 mm de espessura
Berço
Impressão Offset

Cola a base de amido de milho, para


Cola
fechar a forma triangular.

Tecido de algodão cru 52 x 46 cm;


Algodão Cru Cordão de algodão cru 5mm, 2 cordões
Saco de algodão de 57 cm

Impressão Serigrafia: 1 cor

Fonte: Autoria própria (2021)


125

4.8 Diretrizes e Requisitos Alcançados


Para a validação da embalagem no que diz respeito às questões
sustentáveis, foi realizado um checklist a partir das diretrizes de Manzini e Vezzoli
(2016) apresentadas anteriormente.
A primeira diretriz alcançada diz respeito a escolha de recursos e processos
de baixo impacto ambiental, que de acordo com os autores, as indicações para
cumpri-la são as seguintes:
(i) Evitar inserir materiais tóxicos e danosos no produto;
(ii) Minimizar o risco dos materiais tóxicos e danosos;
(iii) Evitar aditivos que causam emissões tóxicas e danosas;
(iv) Evitar acabamentos tóxicos e danosos;
(v) Escolher os materiais com menor conteúdo tóxico de emissões na
pré-produção;
(vi) Projetar os produtos de maneira a evitar o uso de materiais de consumo
tóxico e danosos;
(vii) Minimizar a dispersão dos resíduos tóxicos e nocivos durante o uso;
(viii) Usar materiais renováveis;
(ix) Evitar usar materiais que estão para se exaurir (esgotar);
(x) Usar materiais que provenham de refugos de processos produtivos;
(xi) Usar componentes que provenham de produtos já eliminados;
(xii) Usar materiais reciclados, em separado ou junto com outros materiais
virgens;
(xiii) Escolher tecnologias de transformação dos materiais de baixo impacto;
(xiv) Usar materiais biodegradáveis.
Sendo assim, tem-se como alcançada esta diretriz já que o material utilizado
para o desenvolvimento desta embalagem é 100% reciclável e 100% reciclado,
sendo proveniente de empresas com certificados florestais. Além disso, buscou-se
trabalhar com acabamentos atóxicos, como tintas e vernizes à base de água, e cola
a base de amido de milho.
A segunda diretriz trabalhada neste projeto foi a de otimização da vida dos
produtos, onde Manzini e Vezzoli (2016, p.181) definem como “a medida do tempo -
de um produto e seus materiais, em condições normais de uso - que este pode
durar conservando as próprias capacidades e o próprio comportamento, em um nível
padrão aceito, ou melhor, preestabelecido”. Sendo assim, o alcance desta diretriz
126

pode ser contemplada pelo desenvolvimento de uma embalagem que se transforme


em um brinquedo, no caso, um jogo de tabuleiro. Além de projetar a função do
brincar para a embalagem, o que aumenta o seu tempo de vida, foi também incluído
no projeto o saco de algodão cru, podendo aumentar a conservação da mesma,
fazendo com que sua duração aumente.
Em seguida é possível falar sobre a diretriz de extensão da vida dos
materiais, onde Manzini e Vezzoli (2016, p. 222) colocam a seguinte lista para ajudar
neste processo:
(i) Adotar a reciclagem em efeito cascata;
(ii) Escolher materiais com tecnologias de reciclagem eficientes;
(iii) Facilitar a recolha e o transporte após o uso;
(iv) Identificar os materiais;
(v) Minimizar o uso de materiais incompatíveis entre si;
(vi) Facilitar a separação dos materiais incompatíveis entre si;
(vii) Facilitar a limpeza: Evitar acabamentos de difícil remoção, evitar
tratamentos desnecessários de superfícies, usar tratamento de superfície compatível
com o material subordinado, evitar os adesivos;
(viii) Facilitar a combustão;
(ix) Facilitar a compostagem.
A contemplação desta diretriz foi realizada uma vez que foi possível a
utilização de materiais com tecnologias de reciclagem inteligentes, que é o caso do
papelão e do alumínio, sendo os materiais com a mais alta porcentagem de
reciclagem no Brasil, sendo estes dois materiais facilmente separados entre si.
Por fim, temos a diretriz de facilidade na desmontagem, onde os autores
colocam os seguintes tópicos (2016, p. 253):
(i) Minimizar e facilitar as operações para desmontagem e separação;
(ii) Usar sistemas de junção removíveis;
(iii) Quando usar sistemas de junção permanente, que estes sejam de fácil
extração;
(iv) Prever tecnologias e equipamentos específicos para a desmontagem
destrutiva;
(v) Uso de materiais que possam ser facilmente separados após a sua
trituração;
127

(vi) Uso de insertos metálicos que possam ser facilmente separados antes da
trituração dos materiais.
O alcance desta diretriz cumpriu-se uma vez que a embalagem principal deste
projeto foi feita inteiramente de papelão reciclado, sendo composta com cortes e
vincos, fazendo utilização de cola apenas na área de fixação da roleta. O único
material misturado nesta embalagem foi o parafuso de papel feito de alumínio,
utilizado como eixo de rotação para a roleta, aplicado por questões de resistência,
sendo facilmente desencaixado para realização da reciclagem.

Quadro 16: Diretrizes alcançadas

DIRETRIZ DIRETRIZ ALCANÇADA


Minimização dos recursos -

- Escolha de material 100% reciclável e 100%


reciclado proveniente de empresas com
Escolha de recursos e processos de baixo certificados florestais;
impacto ambiental
- Escolha de tintas, cola e acabamentos
atóxicos.

-Desenvolvimento de uma embalagem que vira

Otimização da vida dos produtos um jogo de tabuleiro, aumentando o seu tempo


de vida.

- Utilização do papelão, que é 100% reciclado,

Extensão da vida dos materiais sendo o segundo material mais reciclado no


Brasil;

-Embalagem principal feita com único material,


sendo projetada apenas com cortes e vincos,
recebendo cola apenas para acoplagem da

Facilidade na desmontagem roleta;


- O eixo da roleta, feito de alumínio, também é
reciclável e de fácil separação do restante da
embalagem.

Fonte: Autoria própria (2021)


128

Já em relação aos requisitos definidos no início do projeto, foi realizado um


checklist comparativo a fim de analisar quais deles foram alcançados ao final do
projeto.

Quadro 17: Requisitos alcançados

CATEGORIA REQUISITOS ALCANÇADO

- Transformar-se em um - Vira um jogo de tabuleiro;


brinquedo; - Basta abrir a caixa e o brinquedo
- Facilidade de montagem na hora está montado;
de virar um brinquedo; - Árvores destacáveis que podem
- Ser customizável; ser pintadas e desenhos para
- Virar um brinquedo ou ambiente colorir.
que seja uma extensão do - Possui um jogo de tabuleiro e
brinquedo; trilho ligados ao trem.
- Possuir elemento surpresa; - Possui o tabuleiro como surpresa
Funcionalidade
- Conferir proteção ao produto; para a criança;
- Ser compatível com as - O produto fica completamente
habilidades manuais de uma protegido quando está embalado;
criança de 4 - 6 anos; - Caixa é simples de ser aberta e
- Facilidade de transporte; os elementos de fácil destaque;
- Possibilidade de guardar o - Possui alça para transporte;
brinquedo após de aberto. - Sim, é possível guardar o
brinquedo e a embalagem na
bolsa de algodão.

- Ser sustentável; - Papel certificado;


- Material 100% reciclável; - Utilização de papelão;
Materiais
- Oriundo de processo de - Papelão reciclado.
reciclagem;

- Possibilitar a visualização do - Não alcançado;


produto dentro da embalagem; - Sim
Estético- Formal
- Possuir visual que converse com
a estética da Oficina do Aprendiz.

- Seguir as normas estabelecidas - Sim


Informações pelo INMETRO - Sim
- Informações sobre o brinquedo.

Fonte: Autoria própria (2021)


Todos os requisitos estabelecidos para o projeto foram alcançados, com
exceção do visor na embalagem para visualização do produto. A escolha pelo
129

descumprimento deste requisito, como explicado anteriormente, aconteceu por


motivos de proteção do brinquedo, já que devido ao viés de sustentabilidade
optou-se por não trabalhar com películas plásticas; e também por comprometer a
construção do brinquedo sugerido, já que a abertura na embalagem implicaria em
um vazio no meio do jogo do tabuleiro.

4.9 Descrição da Solução Final


A solução final do projeto de embalagem lúdica para brinquedo teve como
principal objetivo, desenvolver um produto que estivesse de acordo com os viés
sustentáveis, se preocupando com a extensão de vida da embalagem. Para isso,
preocupou-se em desenvolver uma embalagem que se transformasse em um
brinquedo após cumprir com as principais funções esperadas por uma embalagem:
proteger, armazenar e informar.
Para o desenvolvimento deste projeto, em parceria com a empresa Oficina do
Aprendiz, observou-se a necessidade de criar uma embalagem simples, levando em
consideração a faixa de idade do público-alvo, que são crianças de 4 a 6 anos.
Pensando neste público, foi criado uma embalagem que não precisa de muita
transformação para se tornar um brinquedo. A criança pode abrir a caixa acessando
a aba principal no topo, e então a embalagem é planificada e revela o jogo de
tabuleiro no seu interior.
No que diz respeito a durabilidade da embalagem e do trem, o brinquedo vem
acompanhado de uma bolsa de algodão, onde o tabuleiro pode ser dobrado e
guardado junto ao trenzinho, garantindo assim, uma maior preservação desses
elementos.
130

Figura 83: Solução final

Fonte: Autoria própria (2021)


Pensando na simplicidade e na interação que esta embalagem pode oferecer
ao público infantil, foram trabalhadas cores alegres e vibrantes, elementos que
podem ser destacados e montados para compor a área do tabuleiro, o desenho da
cidade onde a criança pode colorir, e por fim, a roleta de cores, que ao invés de
jogar um dado, a criança gira a roleta e avança no tabuleiro de acordo com a cor
sorteada. A regra do jogo é simples, ao avançar no tabuleiro, sempre que o
passageiro cair em uma casa com elemento gráfico desenhado, que são as
atividades, a criança precisa ficar uma rodada sem jogar. Ao final, ganha quem
chegar primeiro na área de embarque do trem.
Figura 84: Tabuleiro

Fonte: Autoria própria (2021)


131

No desenvolvimento desta embalagem preocupou-se em atender as normas


de informações estabelecidas pelo INMETRO, e também as orientações do
proprietário da empresa, Osvaldir Viegas. Para isso, foram dispostas na embalagem
informações sobre uso, contribuições no desenvolvimento da criança, data de
fabricação, dados sobre a empresa, elementos da caixa, faixa de idade apropriada,
código de barras e tamanho do brinquedo.
Figura 85: Parte posterior da embalagem

Fonte: Autoria própria (2021)

Buscando uma solução que oferecesse uma maior resistência e


compartilhasse da característica ambientais propostas para este trabalho, utilizou-se
do papelão reciclado micro ondulado, onde além de ser um material facilmente
reciclável, a sua reciclagem é feita em grande porcentagem, chegando a uma taxa
de 80% no ano de 2019, segundo dados da CEMPRE. Além disso, foi feito o
aproveitamento da chapa da folha de 66 x 96cm, fazendo o uso de apenas uma
folha para todos os elementos de papel da embalagem.
132

Figura 86: Referencial humano

Fonte: Autoria própria (2021)


133

Figura 87: Ambientação 1 3

Fonte: Autoria própria (2021)

3
Imagem retirada da seguinte referência: Unsplash (2021)
134

Figura 88: Ambientação 2 4

Fonte: Autoria própria (2021)

4
Imagem retirada da seguinte referência: Unsplash (2021)
135

Figura 89: Modelo físico da embalagem

Fonte: Autoria própria (2021)


136

Figura 90: Tabuleiro com o trenzinho

Fonte: Autoria própria (2021)


137

Figura 91: Pinos no tabuleiro

Fonte: Autoria própria (2021)


138

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do presente trabalho, intitulado como: Embalagem lúdica
de papelão para brinquedo: uma visão de Ecodesign e consumo consciente, fez
parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Design de Produto, realizado
durante o semestre de 2021-1.
O projeto atendeu aos objetivos pré-estabelecidos inicialmente, de
desenvolver uma embalagem em papelão reciclado para o brinquedo “Trem de
Passageiros” que pudesse, além das funções esperadas por uma embalagem, se
transformar em um objeto lúdico, aumentando o tempo de vida da embalagem.
O desenvolvimento do projeto permitiu levantar questões sobre a aplicação
da sustentabilidade no desenvolvimento de produtos sustentáveis, entender sobre
design de embalagem e embalagem sustentável, conhecer aspectos gerais do
público infantil e a sua ligação com o consumo e o ato de brincar.
Tal projeto proporcionou resultados em pesquisa sobre a ligação que
pais/responsáveis possuem com a embalagem utilizada nos brinquedos adquiridos,
mostrando relevância no que diz respeito ao desenvolvimento de uma embalagem
que perdure, trazendo uma solução com menor impacto ambiental de uma forma
facilmente utilizável pelas crianças.
As dificuldades encontradas ao longo do projeto foram, basicamente, a
respeito de encontrar público-alvo para realização de pesquisas mais aprofundadas,
tendo em mente o cenário de pandemia vivido durante o período de elaboração do
trabalho. Outro ponto foi referente à forma estrutural inicialmente proposta, onde
encontrou-se dificuldades em criar uma região de visor para o produto na
embalagem e associá-la a elaboração do brinquedo como segunda função,
necessitando abrir mão de tal requisito.
No entanto, mesmo com tais dificuldades, o projeto desenvolvido trouxe uma
solução interativa e lúdica para a embalagem, permitindo com que a criança interaja
com o tabuleiro, o trilho de trem, brinque com os elementos 3D, e depois guarde
tudo dentro do saco de algodão, garantindo uma maior integridade da embalagem e
preservando o brinquedo.
Como contribuição para a empresa Oficina do Aprendiz, pode-se fazer uma
investigação com os clientes acerca da relação existente entre o consumidor e a
embalagem, trazendo uma visão da importância da mesma no momento de adquirir
o produto. Além disso, pode-se mostrar um caminho de como a embalagem vai além
139

da questão do transporte, sendo um item de suma importância. Foi possível mostrar


que a embalagem é capaz de compor o produto trazendo mais oportunidades de
brincadeiras, sendo possível fazer a sua utilização sem que seja imediatamente
descartada, podendo assim, contribuir para uma olhar mais sustentável da empresa
e trazer mais valor ao produto.
Considerando o âmbito acadêmico, o projeto seguiu o método estabelecido
por Bernd Löbach associado às diretrizes de Ecodesign de Manzini e Vezzoli, e seu
resultado vem contribuir com a ampliação da temática trabalhada na área de Design
de Produto.
140

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMBALAGEM. Diretrizes de Sustentabilidade


para a Cadeia Produtiva de Embalagens e Bens de Consumo. 3.ed. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PAPELÃO ONDULADO. Papelão ondulado:


Características e estrutura. Disponível em:
<https://www.abpo.org.br/papelao-ondulado> Acesso em: 9 Ago. 2021.

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psicomotricidade. Disponível em:
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VILLAS-BOAS, André. Produção Gráfica para Designers. 3.ed. Rio de Janeiro:


2AB, 2008.
146

APÊNDICE
APÊNDICE A - Cronograma de Projeto
147

APÊNDICE B - Roteiro de Entrevista

1. Qual o perfil do público alvo da empresa e qual é a faixa etária das crianças
que frequentam a loja e compram os brinquedos?

2. Qual é o produto mais vendido na loja e porque os clientes têm interesse


nesse produto?

3. Seus produtos possuem embalagem? Se sim, quais as principais funções das


embalagens?

4. As embalagens que acompanham os produtos possuem informações sobre


uso, idade e cuidados necessários?

5. Na sua opinião a embalagem influencia na decisão de compra de um


produto?

6. Qual o principal motivo para a redução do uso de embalagens pela empresa?


questões sustentáveis ou isso é uma questão financeira?

7. Na sua opinião, quais características devem estar presentes em uma


embalagem de brinquedo infantil e o que essa embalagem não deve conter

8. No caso de uma embalagem que tenha um segundo uso (transformando-se


em um brinquedo ou algo similar) acha importante que a embalagem
complemente o brinquedo e tenha alguma relação com o produto?

9. Você acha importante que a embalagem continue cumprindo com o seu papel
(guardar o brinquedo) após essa “transformação”?
148

APÊNDICE C - Termo de autorização para divulgação dos dados e utilização de


imagem.
149
150

APÊNDICE D - Perguntas Questionário Online

1. Você conhece a Oficina do Aprendiz?


a) Não.
b) Sim, sou cliente.
c) Já ouvi falar
d) Outros...

2. Qual é a sua idade?


a) 25 - 30 anos.
b) 31 - 35 anos.
c) 36 - 40 anos.
d) 40 anos ou mais.

3. Qual o seu gênero?


a) Feminino.
b) Masculino.
c) Outro…

4. Qual é a sua profissão?


R:______________________

5. Qual é a idade do seu (sua) filho (a)?


a) 0 - 3 anos.
b) 4 - 6 anos.
c) 7 anos ou mais.

6. Você se importa com o tempo que os seu (sua) filho (a) passam na frente
de produtos eletrônicos? (Escala Likert)

não me importo nem um pouco / não me importo / indiferente / me importo / me


importo muito.

7. Você brinca com o (a) seu (sua) filho (a)? (Escala Likert)
Nunca / Raramente / Ocasionalmente / Frequente / Muito Frequente

8. Você costuma adquirir brinquedos educativos para o seu (sua) filho (a)?
(Escala Likert)

Nunca / Raramente / Ocasionalmente / Frequente / Muito Frequente

9. Por que você compra esse tipo de brinquedo?


151

a) Acredito que ajude no desenvolvimento da criança.


b) Para reduzir o tempo de uso dos eletrônicos.
c) Não tenho um motivo específico para a compra.
d) Outro________________

10. Os brinquedos que você compra costumam vir com embalagem?


(Escala Likert)

Nunca / Raramente / Ocasionalmente / Frequente / Muito Frequente

11. Em que tipo de material costuma ser feita essa embalagem?


a) Papelão.
b) Papel cartão.
c) Madeira.
d) Plástico.
e) Outro______________

12. Você costuma reaproveitar a embalagem do brinquedo?


a) Não, eu jogo fora.
b) Uso para guardar os brinquedos.
c) Não, mas gostaria que tivesse essa opção.
d) Outro__________________________________

13. A embalagem te influencia na hora da compra do brinquedo?


a) Não.
b) Sim, levo em consideração o tipo de material que ela é feita.
c) Sim, compro se a embalagem chamar a atenção.
d) Outro_______________

14. Na sua opinião, levando em conta um brinquedo que fique exposto fora
da embalagem no ponto de venda, o quão importante é a presença de
uma abertura para visualizar o brinquedo dentro da embalagem? (Escala
Likert)

Nada importante / Pouco importante / Indiferente / Importante / Muito importante


152

15. Pensando em questões estéticas da embalagem (cor, textura), qual


dessas opções mais te agrada?

16. Por quê? ____________________________

17. Qual dessas opções de embalagem, na sua opinião, tem a estética que
mais remete a um produto de baixo impacto ambiental? (a,b,c,d ) Porque
uma embalagem se repetem a seguir e outras não? não acha
interessante trocar todas as imagens?

18. Por quê? ____________________

19. Se o brinquedo não tiver embalagem, você sente falta de ter uma
embalagem ou envoltório?
a) Não.
b) Sim, pois facilita no transporte.
c) Sim, pois sinto falta de informações sobre o produto.
d) Sim, pois gostaria de usá-la para guardar os brinquedos.
e) Outro_______________________________

20. Você compraria um brinquedo por ele possuir uma embalagem que
pudesse ser reaproveitada pelo (a) seu (sua) filho (a), sendo projetada
de forma que virasse um brinquedo, reduzindo assim, impactos
ambientais?
a) Não compraria algo só pela embalagem.
153

b) Sim, pois evitaria o descarte imediato da embalagem.


c) Sim, pois levaria dois produtos em um.
d) Outro _______________
154

APÊNDICE E- Arte-finalização
FRENTE - Folha 66 x 96 cm
155

VERSO - Folha 66 x 96 cm
156

APÊNDICE F- Desenho Técnico Embalagem


60 mm

46,4 mm
30 mm

24,8 mm
24,8 mm

4 mm

9,8 mm
10 mm
11,4 mm
22 mm

20,8 mm

22 mm
120,5 mm

9,6 mm
14,2 mm

24,8 mm
13,1 mm
9,3 mm

6,4 mm

12,5 mm
11,4 mm

145,746 mm

corte cola
vinco
picote

Instituto Federal de Santa Catarina - Curso Superior de Design de Produto

Nome: Maria Eduarda da Conceição Projeto de Conclusão de Curso (TCC)

Nome da peça: Embalagem tabuleiro Data: 31/08/2021 Escala: 1/5

Material: Papelão micro ondulado, E, 1,5 mm. Folha: 1/4


38,3 mm

45º 3,3 mm

26,6 mm
91,6 mm

35 mm
14,7 mm

26,6 mm
20 mm

98,3 mm

corte cola
vinco
picote

Instituto Federal de Santa Catarina - Curso Superior de Design de Produto

Nome: Maria Eduarda da Conceição Projeto de Conclusão de Curso (TCC)

Nome da peça: Berço Embalagem Data: 31/08/2021 Escala: 1/3

Material: Papelão micro ondulado, E, 1,5 mm. Folha: 2/4


5 mm

100 mm

Espaço de cola p/ fixação


no tabuleiro.

22,5 mm
19,6 mm

56,4 mm

6 mm
6,9 mm

19,9 mm

corte cola
vinco
picote

Instituto Federal de Santa Catarina - Curso Superior de Design de Produto

Nome: Maria Eduarda da Conceição Projeto de Conclusão de Curso (TCC)

Nome da peça: Roleta (seta e circulo) Data: 31/08/2021 Escala: 1/1

Material: Papelão micro ondulado, E, 1,5 mm. Folha: 3/4


1,2 mm

5 mm

7 mm
46 mm 46 mm 3 mm
3 mm

86 mm

104 mm
TECIDO PLANIFICADO

52 mm
4 mm
Espaço para passar o cordão de algodão cru:
2 cordões de 570 mm.

1,5mm

1 mm

TECIDO COSTURADO

corte costura
vinco
picote

Instituto Federal de Santa Catarina - Curso Superior de Design de Produto

Nome: Maria Eduarda da Conceição Projeto de Conclusão de Curso (TCC)

Nome da peça: Saco de algodão Data: 31/08/2021 Escala: 1/5

Material: Algodão cru Folha: 4/4

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