Você está na página 1de 83

FACULDADE DE POSTGRADO

CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA APRENDIZAGEM DAS


CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ELISANGELA DA SILVA MOREIRA ANDRADE

ASUNCION– PY
2022
ELISANGELA DA SILVA MOREIRA ANDRADE

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA APRENDIZAGEM DAS


CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto de tese apresentado ao Curso de


Mestrado da Universidade San Carlos, como
requisito parcial para obtenção do Título de
Mestre em Educação
Orientador: Profa. Dra. Stânia Nágila
Vasconcelos Carneiro

ASUNCION– PY
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA APRENDIZAGEM
DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ELISANGELA DA SILVA MOREIRA ANDRADE

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do Título de


Mestre/Doutor em Ciências da Educação pela Universidad Postgrado Filial
Asunción, sob orientação da Profª. Drª. Stânia Nágila Vasconcelos Carneiro.
Aprovada em..........de .............. de 20.........

COMISSÃO EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. Dr.

_________________________________________
Prof. Dr.

_________________________________________
Prof. Drª
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
A educação é um processo social, é desenvolvimento.
Não é a preparação para a vida, é a própria vida.
John Dewey
RESUMO

Palavras-chave:
RESUMEN
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA..........................................................................
1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................
1.4 HIPÓTESES.........................................................................................................
1.5 JUSTIFICATIVA...................................................................................................
3 ENTENDENDO JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS...............................
3.1 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.......
3.2 O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL..................................................
3.3 COMO ACONTECE APRENDIZAGEM NA VISÃO DE VIGOSTSKY.................
3.4 ANÁLISE DE KISHIMOTO SOBRE A TEORIA DE PIAGET...............................
4 EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.........................................
4.1 O BRINCAR, O BRINQUEDO, O JOGO E O LÚDICO NO COTIDIANO DA
CRIANÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL.......................................................................
4.1.1O BRINCAR...........................................................................................................................................
4.1.2 O BRINQUEDO.................................................................................................
4.1.3 JOGO.....................................................................................................................................................
4. 1.4 LUDICO................................................................................................................................................
5. O PAPEL DO PROFESSOR NA MEDIAÇÃO DOS JOGOS E
BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL..........................................................
6 METODOLOGIA.....................................................................................................
6.1 TIPO DE INVESTIGAÇÃO...................................................................................
6.2 DESENHO DA INVESTIGAÇÃO..........................................................................
6.1.2 QUANTO AOS OBJETIVOS.............................................................................
6.1.3 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS..............................................
6.1.3.1 Pesquisa Bibliográfica......................................................................................................................
6.1.3.2 Pesquisa de campo..........................................................................................................................
6.2 LOCAL DE PESQUISA........................................................................................
6.2.1 O MUNICIPIO....................................................................................................
6.3 POPULAÇÃO...........................................................................................................................................
6.3.1 Critérios de Inclusão............................................................................................................................
6.3.2 Critérios de Exclusão...........................................................................................................................
6.4 COLETA DE DADOS...........................................................................................
6.5 ANÁLISE DE DADOS...........................................................................................
6.6 RISCOS E BENEFÍCIOS......................................................................................
6.7 COMITÊ DE ÉTICA..............................................................................................
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................................
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................
8. RECOMENDAÇÕES..............................................................................................
9.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................
APÊNDICES...............................................................................................................
11

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: tem alguma formação superior?................................................................51


Gráfico 2: quanto tempo trabalha como professora?.................................................52
Gráfico 3: possui alguma formação em Educação infantil?.......................................54
Gráfico 4: qual seu vínculo com a escola?................................................................55
Gráfico 5: você participa de alguma formação voltada para a educação infantil?....57
Gráfico 6: você sabe o que é ludicidade?..................................................................58
Gráfico 7:você acredita que ela contribui para a aprendizagem da criança?............59
Gráfico 8: Em sua opinião as crianças conseguem demonstrar mais interesse em
atividades lúdicas?.....................................................................................................62
Gráfico 9: a escola pesquisada é uma instituição de educação infantil. como você
atribui as condições para o desenvolvimento das atividades?..................................66
Gráfico 10: você conta com o apoio pedagógico para as atividades propostas?.....67
Gráfico 11: a cultura lúdica é valorizada na escola onde você trabalha?..................72
12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: objetivos e perguntas.................................................................................49


13

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

BNCC:  Base Nacional Comum Curricular


14

1 INTRODUÇÃO

A presente temática delimita-se a compreender como se promove os jogos e


brincadeiras das crianças na educação infantil no Centro de Educação Infantil
Francisca Arruda de Pontes no município de Redenção-Ceará. Como os
professores compreendem a real importância da aplicação dos jogos e brincadeiras
na sala de aula para melhorar a aprendizagem das crianças.

Os jogos e brincadeiras são fontes de felicidades e prazer que se


fundamentam no exercício da liberdade e, por isso, representam a conquista de
quem pode sonhar, sentir, decidir, arquitetar, aventurar e agir.

Brincar é colocar a imaginação em ação. As brincadeiras são uma forma de


linguagem, onde os envolvidos se expressam, se comunicam no mundo, e na
sociedade, sendo relevante na Educação Infantil. Elas desenvolvem uma
conscientização e valorização na criança. Onde ela se depara com essa vivência
desde o seu nascimento, sendo assim, é através dos brinquedos, das brincadeiras e
dos jogos com regras preestabelecidas, as crianças aprendem a esperar sua vez, a
ganhar e perder, desenvolvem os fatores cognitivos e de afetividade no cotidiano da
vida infantil.

O brincar está desde cedo presente na vida da criança e são as brincadeiras


que vão estimulando as mesmas a se relacionarem com o mundo dos adultos e a
partir das mesmas a criança começa a compreender os eventos que acontecem ao
seu redor.

Considerando que o brincar está inserido desde a tenra idade na vida da


criança é possível afirmar que as mesmas podem se apresentar como importante
elemento agregador na formação da criança tendo em vista que a brincadeira que
se pode utilizar na escola vai além do entretenimento considerando que as mesmas
se apresentam sob diferentes aspectos e o momento também deve ser o mais
adequado para que se insira nesse processo de desenvolvimento da criança haja
vista que é preciso ter a clara compreensão que o brincar não tem apenas um
objetivo de trazer leveza e descontração na vida da criança na escola. É
fundamental que os professores tenha a ciência de tal metodologia pode se
apresentar de maneira bastante positiva para sanar dificuldades até mesmo nos
15

relacionamentos dentro da sala de aula pois é importante ressaltar por se tratar de


um ambiente diferente da qual a criança está acostumada a conviver a escola
precisa oferecer um espaço alegre e que remeta a criança a aspectos do ser
criança, ou seja, o brincar faz com que a mesma entenda que é possível conviver
em diferentes ambientes e que estes possam proporcionar momentos aprazíveis
para ela. Não somente no que tange o aspecto formador, mas também lúdico, pois
das inúmeras publicações existentes é possível apontar que o lúdico é fundamental
no desenvolvimento nos primeiros anos da criança na escola tanto como adaptação
como também como responsável pelos aspectos sociais, psicológicos e motor da
criança em desenvolvimento.

O ato de brincar passou a exercer um papel fundamental na escola. Por outro


lado, quando os educadores propõem a criação de espaços lúdicos como forma de
implantar projetos pedagógicos inovadores, deparam-se com inúmeras dúvidas que
normalmente estão calcadas na relação teoria-prática, ou seja, teoricamente
reconhecem o valor dos jogos no processo de aprendizagem, mas falta-lhes as
estratégias práticas, pois na sua formação acadêmica as práticas lúdicas raramente
faziam parte das atividades de formação, deixando uma lacuna nesse quesito. Isto
significa que, ao valorizar as atividades lúdicas nos processos de desenvolvimento e
aprendizagem, concomitantemente, é preciso pensar na preparação daqueles que
se dispõem atuar nesse campo emergente.

Ao tratar de jogos, brinquedos e dinâmicas em sala de aula é preciso situar a


nessa pesquisa sobre as formas pelas quais as abordagens teóricas e práticas
desse tema foram tratadas no campo do desenvolvimento e aprendizagem. A
intenção é abordar as principais questões norteadoras do processo educacional
quando a temática está voltada para o campo da ludicidade.

Nesse sentido a pesquisa direciona-se em desenhar um breve panorama


sobre a importância do lúdico na educação infantil, e o papel em que os jogos e
brincadeiras assumem nas práticas pedagógicas, as possibilidades do
desenvolvimento escolar na aprendizagem das crianças, e como os professores
podem desenvolver estas atividades assegurando assim uma aprendizagem de
qualidade e satisfatória.
16

1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Muitas pesquisas tem apontado sobre a eficácia do método lúdico para


facilitar o processo de aprendizagem das crianças na educação infantil. Mas ainda
é muito comum se perceber algumas resistências quanto ao método tendo em vista
que para alguns professores e especialmente os pais brincadeira é entretenimento e
essa concepção errônea quando se fala da ludicidade no âmbito acaba
desmerecendo e dificultando o trabalho do professor. É fundamental compreender
a essência do brincar e de que forma o mesmo pode contribuir no processo de
aprendizagem da criança.

1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Por meio de observações com crianças em sala de aula, na vivência do


estágio na Educação Infantil, analisamos a importância do brincar, o brinquedo e o
jogo como recurso na realização das tarefas. Em seu artigo, A importância dos
jogos e brincadeiras na Educação Infantil, Pimenta (2013) relata que o brincar
acontece no campo da imaginação. Ao brincar a criança faz uso de uma linguagem
simbólica.

Segundo Kishimoto (2011), o brinquedo incorpora um mundo imaginário da


criança e do adulto e ao mesmo tempo representa certas realidades, criador do
objeto lúdico, assim o brinquedo cria uma relação íntima com a criança. O jogo pode
ser visto como o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um
contexto social, um sistema de regras, um objeto. Kishimoto (2011) continua
afirmando que o lúdico através do brinquedo propicia diversão, prazer e até
desprazer, podendo assim dizer que o lúdico, abrange os conceitos de brincar,
brinquedo e jogo

Assim, em várias pesquisas observa-se que o professor pode compreender e


contribuir para o desenvolvimento da criança, através dos jogos e brincadeiras na
Educação Infantil.
17

A partir dessa compreensão o estudo buscou demonstrar a metodologia


lúdica onde permite que a criança desvenda um mundo ao seu redor cheio de
experiências e novas emoções, justificando também, através, dessa temática o
direito da criança de brincar, se divertir e desenvolver o processo de aprendizagem,
no qual a uma integração social, cultural, cognitiva e aprimorar suas habilidades
manuais e motoras.

Em algumas situações o brincar, dentro da sala de aula, se torna, para


alguns professores, um processo de perda de tempo na aplicação do conteúdo que
deve ser cumprido no decorrer dos dias, fazendo com que o modo prazeroso de se
aprender fique de lado como um obstáculo para a aprendizagem dos alunos.

1.3 PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO

Qual a concepção dos professores quanto ao uso de jogos e brincadeiras no


processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças na Educação Infantil?

1.3.1 PERGUNTAS ESPECIFICAS

 Por que a metodologia lúdica não tem se efetivado devidamente na rotina da


escola?
 Qual o verdadeiro papel do educador na mediação das brincadeiras?
 Os professores reconhecem a ludicidade como uma metodologia eficaz ou
ainda se mostram receosos quanto a aprendizagem da criança?
 A escola oferece suporte para os professores com materiais lúdicos?
18

1.4 HIPÓTESES

 Não existe formação para os professores com ênfase na metodologia


lúdica.
 Os professores não possuem habilidades para as atividades lúdicas
 Algumas crenças de professores tradicionais impedem o avanço da
aplicação da metodologia por estes.
 A escola não dispõe de materiais lúdicos e isso desestimula o
professor no seu dia a dia.

1.5 JUSTIFICATIVA

Os jogos constituíram sempre uma forma de atividade do ser humano, tanto


no sentido de recrear e de educar ao mesmo tempo. A relação entre o jogo e a
educação são antigas, Gregos e Romanos já falavam da importância do jogo para
educar a criança. Portanto a partir do século XVIII que se expande a imagem da
criança como ser distinto do adulto o brincar destaca-se como típico da idade. As
brincadeiras acompanham a criança pré-escolar e penetram nas instituições infantis
criadas a partir de então.

Nesse período da vida da criança, são relevantes todos os aspectos de sua


formação, pois como ser bio-psico-social-cultural dá os passos definitivos para uma
futura escolarização e sociabilidade adequadas como membro do grupo social que
pertence.

Os jogos constituíram sempre uma forma de atividade do ser humano, tanto


no sentido de recrear e de educar ao mesmo tempo. Durante as décadas de 80 e 90
era muito comum ver crianças brincando nas ruas, na maior alegria, pulando,
correndo, gritando, aprendendo umas com as outras através da interação nas
brincadeiras.

E hoje é muito difícil ver isso acontecer, pois os pais têm medo de deixar os
filhos soltos na rua, por causa da criminalidade que vem assustando e fazendo
vítimas inocentes. Por conta disso, as crianças ficam sem se exercitar, tornando-se
19

sedentárias dentro de casa, em frente à televisão, o computador e games, perdendo


assim, a liberdade de se expressar, usar a imaginação e aprender interagindo com
as demais crianças.

Esse projeto pretende compreender como isto acontece e, assim, contribuir


com a melhoria do aprendizado entre crianças da educação infantil e analisar a
utilização da proposta pedagógica lúdica e sua relação com a reflexão acerca do
jogo e das brincadeiras no campo da educação infantil. Como os jogos cooperativos
estimulam a socialização e colaboração para a diminuição da animosidade entre
seus participantes.

1.5.1 OBJETIVOS

1.5.1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a contribuição dos jogos e brincadeiras para a aprendizagem das


crianças na Educação Infantil.

1.5.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar o perfil dos professores da escola pesquisada


 Descrever se os professores possuem alguma formação continuada na
educação infantil

 Avaliar como os jogos e brincadeiras podem proporcionar a aprendizagem


das crianças na educação infantil;
 Discutir o papel do professor como articulador dos jogos e brincadeiras no
processo de aprendizagem na educação infantil.
 Verificar a frequência dos jogos e brincadeiras que os professores utilizam na
educação infantil;
 Averiguar se a escola dispõe de estrutura e materiais como jogos educativos
e brinquedos como suporte para os professores.

 Identificar se a gestão contribui com o trabalho pedagógico dos professores


20

3 ENTENDENDO JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS

As brincadeiras sempre estiveram presentes em todas as épocas entre os


povos e estudiosos, sendo de grande importância no desenvolvimento do ser
humano desde educação infantil e na sociedade. Os jogos e brinquedos sempre
estiveram presentes no ser humano desde a antiguidade, mas nos dias de hoje a
visão sobre o brincar é diferente. Implicam-se o seu uso e em diferentes estratégias
em torno da prática no cotidiano.

Brincando, a criança vai construindo os alicerces da compreensão e


utilização de sistemas simbólicos como a escrita, assim como da capacidade e
habilidade em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afeto e confiança no
outro. Esse processo tem início desde o nascimento, com o bebê aprendendo a
brincar com a própria mãozinha e, mais adiante, com a mãe. Assim como aos
poucos vai coordenando, agilizando e dotando seus gestos de intenção e precisão
progressivas, vai aprendendo a interagir com os outros, inclusive com seus pares,
crescendo em autonomia e sociabilidade. (OLIVEIRA, 2002,).

As atividades lúdicas representadas pelos jogos, brinquedos e dinâmicas são


manifestações presentes no cotidiano das pessoas e, portanto, na sociedade desde
o início da humanidade. Todo o ser humano sabe o que é o brincar, como se brinca,
por que se brinca, mas a grande dificuldade surge quando se pretende formular um
conceito claro sobre o lúdico. Nesse momento, as palavras são insuficientes, pois
há necessidade de abandonar a emoção e mergulhar nas trilhas da razão.

Ao formular um conceito referente as atividades lúdicas, alguns teóricos


acreditam que o brincar não se define em palavras por se tratar de atividades que
tem origem na emoção. Outros definem o brincar como uma atividade espontânea,
natural e descomprometida de resultados. Ainda há aqueles que diferenciam o
brinquedo do jogar, colocando que o brincar é uma atividade espontânea e sem
regras e que o jogador se caracteriza pelo cumprimento de regras.

Atualmente, essas ideias não são suficientes para se ter uma visão
atualizada do conceito de brincar. O que se pode dizer é que o “jogo” significa a
ação lúdica e não somente a ideia de regras ou competição. Assim, o jogar ou
brincar são ações lúdicas que se fundem e confundem. Nesse sentido, em
21

educação, as expressões “brincadeiras, jogos e brinquedos” guardam os mesmos


significados, pois são ações lúdicas que preservam as mesmas qualidades e
seguem os mesmos padrões de entendimento.

Assim, os jogos, brincadeiras, brinquedos e dinâmicas podem apresentar


concepções diferentes, segundo a ótica de cada autor. Diz ainda que o brincar é
primeira conduta inteligente do ser humano.

Quando a criança nasce, suas brincadeiras tornam-se essenciais


como o sono e a alimentação. Portanto, na escola, a criança precisa
continuar brincando para que seu desenvolvimento e crescimento
físico, intelectual, afetivo e social possam evoluir e se associar à
construção do conhecimento de si mesmo, do outro e do mundo;
enfim, do campo de possibilidades que a vida lhe reserva.
(SANTOS, 2010, p.12)
Concordamos com Santos (2010) em todos os aspectos o brincar precisa
estar presente na vida da criança oportuniza a mesma um desenvolvimento
saudável, pois devemos considerar que é justamente nessa fase de crescimento
que a criança é mais propensa a absorver os conhecimentos que lhe são
apresentados sendo a mesma capaz de interagir, se envolver e dessa forma
contribuir para além de sua socialização.

A escola tem se preocupado pouco com o valor prático da ludicidade. Os


educadores exigem que os alunos prestem atenção, contém histórias, demonstrem
memória, tenham pensamento lógico, criatividade e imaginação, mas quando
oferecem atividades lúdicas, estas estão dissociadas do contexto do aluno e,
também de qualquer tipo de aprendizagem. Eles não têm o hábito de desenvolver
habilidades e nem de usar jogos como estratégias de intervenção psicopedagógica.
Portanto, não aproveitam o lúdico para afiar as habilidades e desenvolver
competências e inteligências.

Por outro lado, as instituições já reconhecem o valor do brincar. Sabem que


brincando a criança pode pensar, criar, simbolizar e aprender. Então não é justo
que, ao crescerem, os alunos fiquem distanciados das atividades lúdicas,
permanecendo como ouvintes das aulas, desempenhando o papel de expectador
passivo, recebendo informações. O modelo tradicional precisa ceder espaço para
alternativas metodológicas que desenvolvam as aptidões necessárias para o
crescimento harmônico do aluno. A evolução das ideias precisa alcançar as práticas
escolares.
22

Dessa forma compreende-se que é cada dia mais urgente que essa nova
corrente possa estar cada dia mais presente nas instituições de educação infantil,
não como um modelo meramente para distrair as crianças, mas como metodologia
comprovadamente eficaz por diversas pesquisas que através do lúdico a criança é
capaz de desenvolver diferentes competências e habilidades já que o brincar faz
parte desde muito cedo da vida dela.

Vale ressaltar ainda que não há um consenso entre os educadores que o


brincar deve ser incorporado como algo que pode desencadear um processo
permanente de educar. Ao analisar os preceitos da pedagogia tradicional que ainda
persistem nas escolas, percebe-se que existe uma restrição ao uso dos jogos e
brincadeiras, há ainda questões que precisam ser aprofundadas e discutidas, pois
tantos os pais como alguns educadores ainda não têm clareza sobre os
pressupostos que unem ludicidade e educação e, em se tratando de ludicidade,
ainda pensam como se pensava no passado.

É muito comum se ouvir dizer que os jogos não servem para nada e não tem
significado alguma dentro das escolas, a não ser nas aulas de educação artística e
educação física, talvez por preconceito culturalmente estabelecido quanto a essas
disciplinas ou por considerá-las pouco nobres. O brinquedo só é aceito por todos
quando se refere ao recreio, isto é, quando é para descansar ou recrear.

Mesmo não tendo consciência, os educadores deixam transparecer, em suas


concepções de ensino, práticas que determinam, de certa forma, o que eles pensam
sobre educação e sobre o brincar na escola. São essas concepções que
determinam a utilização do lúdico nas propostas pedagógicas, havendo nesse
processo, no mínimo dois enfoques: um que enfatiza o brincar por brincar e o outro,
que enfatiza o brincar para aprender e resolver problemas. Daí decorre todo o
processo metodológico que envolve os conteúdos a serem trabalhadas e tais
elementos como jogos, brincadeiras e brinquedos.

3.1 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

A infância é a idade das brincadeiras. Por meio delas, as crianças satisfazem


grande parte de seus desejos e interesses particulares. “o aprendizado da
brincadeira, pela criança, propicia a liberação de energias, a expansão da
23

criatividade, fortalece a sociabilidade e estimula a liberdade do desempenho”


(GARCIA & MARQUES, 1990, p.11).

De acordo com as autoras, a palavra brincar não se relaciona apenas as


atividades da criança, pois em todas as idades as pessoas brincam. Também os
jogos estão presentes em todas as faixas etárias, embora as crianças os pratiquem
de forma mais frequente e com mais liberdade.

Quando as crianças brincam, observa-se a satisfação que elas experimentam


ao participar das atividades. Sinais de alegria, risos, certa excitação são
componentes desse prazer, embora a contribuição do brincar vá bem mais além de
impulsos parciais. A criança consegue conjugar seu mundo de fantasia com a
realidade, transitando, livremente, de uma situação a outra. Há uma ação psicofísica
na consecução dos objetivos: no ato de brincar, a criança propõe-se a fazer algo e
procura cumprir sua proposição (GARCIA & MARQUES, 1990, p.11).

Segundo as autoras, o significado da atividade lúdica na vida da criança pode


ser compreendido melhor considerando os seguintes aspectos:

 Preparação para a vida;

 Liberdade de ação;

 Prazer obtido;

 Possibilidade de repetição de experiências;

 Realização simbólica de desejos.

Considerando a abrangência desses aspectos, as atividades lúdicas infantis


oferecem uma fonte para estudos em diferentes direções: do ponto de vista
sociológico, da perspectiva psicológica, numa abordagem antropológica.

Para a criança, as brincadeiras proporcionam um estado de prazer, o que


leva à descontração e, consequentemente, ao surgimento de novas ideias criativas
que facilitam a aprendizagem de novos conteúdos e interações conscientes e
inconscientes, favorecendo a confiança em si e no grupo em que está inserida.

Diante disto, a escola precisa se dar conta que através das brincadeiras as
crianças têm chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. As
brincadeiras devem ser consideradas como parte integrante da vida do homem não
24

só no aspecto de divertimento ou como forma de descarregar tensões, mas também


como uma forma de penetrar no âmbito da realidade, inclusive na realidade social.

O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará


garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será
feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os
fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes
para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso
adiante (ALMEIDA, 2000, p.63)
Por meio de uma brincadeira de criança, pode-se assimilar como ela vê e
constrói o mundo o que ela gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e
que problemas a estão aborrecendo. Pela brincadeira, ela expressa o que tem
dificuldade de traduzir em palavras. Nenhuma criança brinca espontaneamente só
para passar o tempo, embora ela e os adultos que a observam possam pensar
assim.

Mesmo quando participa de uma brincadeira, em parte para preencher


momentos vagos, sua escolha é motivada por processos internos, desejos,
problemas, ansiedades. O que se passa na mente da criança determina suas
atividades lúdicas, brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo
que não a entendemos. E é a partir dessas atividades que a criança vai construindo
seu conhecimento. Deve-se compreender a importância que tais aspectos
apresentam para a construção do saber da criança considerando que esse mundo
da ludicidade, das brincadeiras faz parte desde muito cedo da vida delas, pois a
brincadeira está inserida no dia a dia da criança fazendo com que ela aprenda
brincando, pois aspectos importantes dessas atividades estão intrinsecamente
relacionados ao mundo real dela.

Para Piaget (1977), as atividades lúdicas fazem parte da vida da criança. O


autor identifica três tipos de brincadeiras: brincadeiras de exercícios, brincadeiras
simbólicas e brincadeiras de regras.

3.2 O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Para Kishimoto (1996), tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Pode-se falar
em jogos de adultos, como xadrez, futebol, dominó, jogos de baralho etc., como
também em jogos de crianças, como amarelinha, jogos com bolinhas de gude,
brincadeiras de rodas e uma infinidade de outros. Embora todos recebam a mesma
denominação, cada um tem sua especificidade. A complexidade da definição
aumenta quando se tenta definir os materiais lúdicos, alguns usualmente chamados
25

de jogos e outros de brinquedos, ou quando se procura estabelecer um paralelo


entre o brincar e jogar.

Para a autora, o jogo pode ser visto como:

1) O resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto


específico;

2) Um sistema de regras;

3) Um objeto. No primeiro caso, há uma linguagem específica que descreve


um conjunto de fatos e atitudes que são entendidos da mesma forma
pelas pessoas do grupo que não conhecem o jogo. Isso resulta num
conjunto de termos específicos que se referem aos jogos de futebol). Em
segundo lugar, o sistema de regras identifica a estrutura sequencial que
permite diferenciar cada modalidade de jogo. Esse sistema determina
também quem ganha e quem perde (ou seja, o resultado do jogo), o que,
para as pessoas envolvidas, às vezes é mais importante do que a própria
atividade de jogar.

Froebel (s/d) apud, (Negrine, 1994, p. 18) reconheceu o valor dos jogos em
atividades espontâneas, “uma vez que favorece o desenvolvimento cerebral
contribui para a formação do caráter”, enquanto pedagogo sua contribuição consiste
em relacionar o jogo e o desenvolvimento.

O jogo permite a expressão ludo criativo, podendo abrir novas perspectivas


do uso dos códigos simbólicos. Mas, para que estas ideias se consolidem, é
importantíssimo compreender os diferentes estágios de desenvolvimento mental
infantil e adequar os brinquedos às potencialidades das crianças e, sobretudo,
buscar diversificá-los com o objetivo de explorar novas inteligências e áreas ainda
não desenvolvidas.

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É


no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de agir
numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e
não por incentivos fornecidos por objetos externos (VYGOTSKY, 1989: 109).
26

As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo com a


zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a
importância de o professor conhecer a teoria de Vygotsky. No processo da
educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois ele deverá
oferecer as crianças brincadeiras criativas onde elas devem criar do nada, algo que
venha de dentro, algo que causa prazer quando estar desenvolvendo suas
habilidades mesmo sem saber. Criando os espaços, disponibilizando materiais,
participando das brincadeiras, ou seja, fazendo a mediação da construção do
conhecimento.

A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do


conhecimento estruturado e formalizado, ignora as dimensões educativas da
brincadeira e do jogo, como forma rica e poderosa de estimular a atividade
construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor procure ampliar cada
vez mais a vivência da criança com o ambiente físico com brinquedos e brincadeiras
com outras crianças.

Pelo ato de brincar, a criança pode desenvolver a confiança em si mesma,


sua imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade, o
brinquedo revela o seu mundo interior e leva ao aprender fazendo. A escola que
respeitar este conhecimento de mundo prévio da criança e compreende o processo
pelo qual a criança passa até alfabetizar-se, propiciando-lhe enfrentar e entender
com maior tranquilidade e sabor os primeiros anos escolares poderá ser
considerado um verdadeiro ambiente de aprendizagem.

3.3 COMO ACONTECE APRENDIZAGEM NA VISÃO DE VIGOSTSKY

No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu
comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças
manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse
sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a
aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento.

Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento;


entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em
desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de
desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de
acontecer (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 132)
27

Concorda-se com Vygotsky (APUD ALMEIDA 2002) é necessário se ter a


compreensão de que o desenvolvimento acontece de forma paulatina e depende
muito de como a aprendizagem da criança é conduzida, de que forma a metodologia
e a aplicabilidade dela em sala de aula contribui para seu desenvolvimento para que
seja possível a maturação desses processos.

Dessa forma compreende-se a necessidade de repensar das práticas que


são desenvolvidas pela escola no processo de aprendizagem da criança, levando
em consideração os aspectos elencados pelos autores.

Um conceito central para a compreensão das concepções vigotskianas sobre


o funcionamento psicológico é o conceito de mediação. Para o autor a mediação,
em termos genéricos, é o processo de intervenção de um elemento intermediário
numa relação; a relação deixa, então de ser direta e passa a ser mediada por esse
elemento. Exemplificando seu entendimento o autor cita como exemplo, um
indivíduo que ao aproximar sua mão da chama de uma vela e a retira rapidamente
ao sentir dor, está estabelecida uma relação direta entre o calor da chama e a
retirada da mão, sua própria experiência e as lembranças do evento. Mas se
acontecer o contrário, o indivíduo só retira a mão quando alguém o avisa que vai se
queimar, dar-se-á nesse momento o processo de intervenção de outra pessoa.
Nesse entendimento está aí o entendimento da experiência vivenciada pelo próprio
indivíduo.

Em ambos os casos a presença de elementos mediadores introduz


um elo a mais nas relações organismos/meio, tornando-as mais
complexas. Ao longo do desenvolvimento do indivíduo as relações
mediadas passam a predominar sobre as relações diretas.
(VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 27)
Nesse sentido entende-se que para Vygotsky (2002) que a relação do
homem com o mundo não é uma relação direta, mas fundamentalmente, uma
relação mediada. As funções psicológicas superiores apresentam uma estrutura tal
que entre o homem e o mundo real existem mediadores, ferramentas auxiliares da
atividade humana. Nesse caso, ele distingue dois tipos de elementos mediadores:
os instrumentos e os signos. Embora exista uma analogia entre esses dois tipos de
mediadores, ele tem características bastante diferentes e merecem ser tratados
separadamente.

Ainda segundo Vygotsky (apud Oliveira, 2002) ao longo da evolução da


espécie humana e do desenvolvimento de cada indivíduo, ocorrem, entretanto, duas
28

mudanças qualitativas fundamentais no uso dos signos. Por outro lado, a utilização
de marcas externas vai se transformar em processos internos de mediação; esse
mecanismo é chamado pelo autor de processo de internalização. Paralelamente,
são desenvolvidos sistemas simbólicos, que organizam os signos em estruturas
complexas e articuladas.

Ao longo do processo de desenvolvimento, o indivíduo deixa de necessitar de


marcas externas e passa a utilizar signos internos, isto é, representações mentais
que substituem os objetos do mundo real.

O processo pelo qual o indivíduo internaliza a matéria-prima fornecida pela


cultura não é, pois, um processo de absorção passiva, mas de transformação, de
síntese. Esse processo é, para Vygotsky, um dos principais mecanismos a serem
compreendidos no estudo do ser humano. É como se, ao longo de seu
desenvolvimento, o indivíduo “tomasse posse” das formas de comportamento
fornecidas pela cultura, num processo em que as atividades externas e as funções
interpessoais transformam-se em atividades internas, intrapsicológicas.

Para Vygotsky a origem e o desenvolvimento psicológico da criança são


construídos ao longo da história da espécie humana e da história individual. É o que
ele chamou de abordagem genética, comum também a outras teorias genéticas. Ao
lado de sua preocupação com a questão do desenvolvimento, o autor também
enfatiza, a importância dos processos de aprendizagem. Para o autor, desde o
nascimento da criança, existe uma intrínseca relação entre desenvolvimento e
aprendizagem e é “um aspecto necessário e universal do processo de
desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e
especificamente humanas”. Existe um percurso de desenvolvimento, em parte pelo
processo de maturação do organismo individual, pertencente a espécie humana,
mas é o aprendizado que possibilita o despertar dos processos internos de
desenvolvimento que, não fosse o contato do indivíduo com certo ambiente cultural,
não aconteceria.

Compreende-se assim que para Vygotsky o meio em que a criança vive e


convive e suas relações são preponderantes para o seu processo de
desenvolvimento e aprendizagem.

3.4 ANÁLISE DE KISHIMOTO SOBRE A TEORIA DE PIAGET


29

Segundo Kishimoto (1992, p. 30): Ao observar as brincadeiras infantis e a


capacidade imitativa da criança, o século XVIII exige o conhecimento da criança
como via de acesso à origem da humanidade. Supondo existir uma equivalência
entre povos primitivos e a infância, poder- se- ia entender a infância como idade do
imaginário, da poesia à semelhança dos povos de tempo da mitologia.

Daí ter sentido a afirmação de que o jogo é uma conduta espontânea, livre,
de expressão de tendências infantis que parte do princípio de que o mundo, em sua
infância, era composto de povos poetas. Kishimoto (1992, p. 32) fez uma análise
sobre a teoria de Piaget e chegou à conclusão de que: Na teoria piagetiana, a
brincadeira não recebe uma conceituação específica. Entendida como ação
assimiladora, a brincadeira aparece como forma de expressão da conduta dotadas
de características metafóricas como espontânea, prazerosa, semelhante às do
romantismo e da Biologia. Ao colocar a brincadeira dentro do conteúdo da
inteligência e não da estrutura cognitiva, Piaget distingue a construção de
conhecimentos. A brincadeira, enquanto processo assimilativo participa do conteúdo
da inteligência, à semelhança da aprendizagem.

Como podemos observar Piaget não discute o brincar em si, e sim a


manifestação lúdica baseando- se em estágios por faixa etária. Para muitos
educadores, os jogos lúdicos ainda são tidos como distração, sem valor nenhum. Na
realidade, os jogos lúdicos estimulam a percepção psicomotora cognitiva da criança,
elevando o prazer de aprender, principalmente quando se trata de crianças
pequenas, os jogos e brincadeiras tornam- se essenciais para a educação infantil. O
desenvolvimento da aprendizagem na criança se dar a partir da transição de uma
forma para a outra do lúdico para aquisição do conhecimento, sendo que a
imaginação é o ponto em ação da criança.

Pelo ato de brincar, a criança pode desenvolver a confiança em si mesma,


sua imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade, o
brinquedo revela o seu mundo interior e leva ao aprender fazendo. A escola que
respeitar este conhecimento de mundo prévio da criança e compreende o processo
pelo qual a criança passa até alfabetizar-se, propiciando-lhe enfrentar e entender
com maior tranquilidade e sabor os primeiros anos escolares poderá ser
considerado um verdadeiro ambiente de aprendizagem.
30

4 EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Atualmente, a pedagogia está caracterizada por debates contínuos sobre a


melhor maneira de educar as crianças e por discussões sobre o tipo de prática que
mais contribui para o desenvolvimento delas e sua aprendizagem. Esses são
fenômenos complexos e nenhuma teoria é suficiente para explicá-los.
Historicamente muitos educadores têm adotado suas próprias teorias e práticas.

A pedagogia é um conceito complexo e existem diversas definições


contemporâneas. Ela inclui prática e princípios, teorias, percepções e desafios que
informam e moldam o ensino e a aprendizagem.

De acordo com Jackson e Tasker (2004) a pedagogia é a base de


conhecimento distintiva da educação. Considera-se que a pedagogia é a provisão
total de ensino, inclui métodos, atividades materiais e todas as questões práticas
tencionadas para alcançar a aprendizagem; enquanto, simultaneamente, leva em
consideração o desenvolvimento do aprendiz (POLLARD, 2002). Esses processos
educacionais interativos entre professor aluno e ambiente de aprendizagem
precisam estar entrelaçados com o cuidado e com os valores pessoais, culturais e
comunitários (SIRAJ-BLATCHFORD, 2004).

Educadores necessitam mais do que o conhecimento baseado em matérias;


eles precisam ter uma boa compreensão de como conceitos, conhecimento,
habilidades, processos e atitudes se encaixam na aprendizagem e no ensino. Eles
também precisam ser bons “construtores de andaimes”, no sentido de serem
mentalmente flexíveis e capazes de considerar como a sua prática pode ser vista do
lado do aprendiz desta relação.

Existem uma variedade de modelos curriculares em todo o mundo e que


influenciaram a prática educacional e as abordagens internacionais de ensino e
aprendizagem. As origens desses modelos curriculares são os mais diversos. Vale
ressaltar que os modelos de currículo que tiveram impacto específico nos
31

estabelecimentos da Inglaterra são o High/Scope, Montessori, Reggio Emília e as


escolas da Floresta Dinamarquesa.

Montessori desenvolveu uma variedade de recursos materiais, exercícios e


métodos baseados no que ela observou como realizações baseados no que ela
observou como realizações naturais das crianças, sem o auxílio de adultos. Seus
educadores desempenhavam o papel de facilitadores, proporcionando um ambiente
especialmente preparado com os materiais, promovendo a independência, a
concentração e habilidades para a resolução de problemas.

Já o currículo de high/Scope é uma abordagem à educação que é


amplamente desenvolvida nos Estados Unidos, mas que também foi desenvolvida
em outros países. É um currículo cognitivamente orientado, baseado vagamente na
teoria piagetiana com uma pedagogia construída sobre uma sequência de
atividades “planeja-faça-revise”. As crianças planejam o que eles pretendem fazer,
colocam o planejamento em execução e então refletem a respeito do que elas
realizaram. Isso faz com que elas tenham interações pessoais diretas com uma
reflexão sobre o seu aprendizado para aumentar a compreensão do mundo ao seu
redor.

Seja qual for as práticas desenvolvidas e escolhidas pelo professor para lidar
com essas crianças o que realmente deve ser levado em consideração é a
capacidade de fazer com elas interajam com as outras crianças, consigam se
desenvolver a medida em que é estimulada na realização das tarefas propostas
dando-lhes a oportunidade de se tornarem cada dia mais autônomas e assim serem
capazes de construir seu próprio aprendizado.

Vale ressaltar que a mediação do professor e suas práticas assertivas para


essa etapa são determinantes para o desenvolvimento da criança, por isso a
responsabilidade da escolha, no planejamento e no comprometimento com as
competências e a criança precisa adquirir nessa etapa do seu conhecimento para
que vá oportunizando elas construir diferentes saberes a partir de sua própria
construção pessoal, claro, mediada por uma prática pedagógica que favoreça suas
necessidades.

4.1 O BRINCAR, O BRINQUEDO, O JOGO E O LÚDICO NO COTIDIANO DA


CRIANÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
32

A infância é a idade das brincadeiras. Por meio delas, as crianças satisfazem


grande parte de seus desejos e interesses particulares. “o aprendizado da
brincadeira, pela criança, propicia a liberação de energias, a expansão da
criatividade, fortalece a sociabilidade e estimula a liberdade do desempenho”
(GARCIA E MARQUES, 1990, p.11)

De acordo com as autoras quando as crianças brincam, observa-se a


satisfação que elas experimentam ao participar das atividades. Sinais de alegria,
risos, certa excitação são componentes desse prazer, embora a contribuição do
brincar vá bem mais além de impulsos parciais. A criança consegue conjugar seu
mundo de fantasia com a realidade, transitando, livremente, de uma situação a
outra. Há uma ação psicofísica na consecução dos objetivos: no ato de brincar, a
criança propõe-se a fazer algo e procura cumprir sua proposição (GARCIA E
MARQUES, 1990, p.11).

Segundo elas, o significado da atividade lúdica na vida da criança pode ser


compreendido melhor considerando os seguintes aspectos:

 Preparação para a vida;

 Liberdade de ação;

 Prazer obtido;

 Possibilidade de repetição das experiências;

 Realização simbólica dos desejos.

Considerando a abrangência desses aspectos, as atividades lúdicas infantis


oferecem uma fonte para estudos em diferentes direções: do ponto de vista
sociológico, da perspectiva psicológica, numa abordagem antropológica.

Existem termos que, por serem empregados com significados diferentes,


acabam se tornando imprecisos como o jogo, o brinquedo e a brincadeira. A
variedade de jogos conhecidos como faz-de-conta, simbólicos, motores, sensório-
motores, intelectuais ou cognitivos, de exterior, de interior, individuais ou coletivos,
metafóricos, verbais, de palavras, políticos, de adultos, de animais, de salão e
inúmeros outros mostra a multiplicidade de fenômenos incluídos na categoria jogo.
A perplexidade aumenta quando observamos diferentes situações receberem a
mesma denominação.
33

Freud atribuía uma enorme importância ao ato da criança brincar, o que o


aproximava, neste aspecto, de Piaget, Vygotsky e tantos outros. Para Freud, a
maneira como somos e pensamos e a maneira como nos comportamos e
construímos nossa alta ou baixa-estima é produto da relação entre nosso
consciente e nosso inconsciente, e assim somo que dirigidos por determinações que
fogem ao império de nossa vontade ou intenção.

Assim entre a satisfação total de tudo quando se anseia e do que é possível


na vida, existe um componente de energia (libido) que, sem se aquietar, pode
desviar-se de um alvo sexual para atividades espirituais ou socialmente úteis,
através de um processo a que se chamou de sublimação.

A linguagem de Piaget e de Vygotsky, certamente de Maria Montessori


também, ainda diferentes da de Freud, caminhava em igual direção e ampliava o
imenso universo que hoje se descobre na importância do brincar. Desde o início do
século XX, quando os adultos teimavam em ver na criança um cérebro imaturo e
ofereciam brinquedos tão somente para o lazer, esses educadores ressaltavam a
enorme influência do brinquedo no desenvolvimento da aprendizagem, na
sociabilidade e na criatividade infantil.

4.1.1O BRINCAR

Vygotsky, já em 1933, produziu um campo teórico no qual privilegia a


linguagem e o significado no desejo de brincar, mostrando que sem esse recurso
seria muito mais áspera a transposição mental entre os significados e os recursos
significantes. Olhando em outra direção, Jean Piaget destacava a ação sobre o
brincar como elemento que estrutura a situação simbólica inerente à brincadeira.

A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu


pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais, construindo conceitos
de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visuoespaciais e
muitas outras.

Mas é importante salientar que o brincar pelo brincar é a prática mais


utilizada na escola, pois, atualmente, o jogo ainda é usado nos espaços pouco
expressivos, ou seja, em horários livres, no recreio, ou no final do dia, na sexta-feira
ou para descansar e logo retornar as atividades sérias. O jogo, desenvolvido dessa
forma na escola, representa apenas modismo, no mesmo caso, a preocupação não
34

se direciona para a qualidade do aprender brincando, mas para a quantidade de


jogos oferecidos. Se o educador experimentasse colocar as atividades lúdicas no
início das aulas certamente os alunos teriam mais vontade de desenvolver outras
atividades. É importante oferecer o lúdico para despertar das habilidades, da
iniciativa, da descoberta e não como prêmio ou recompensa.

4.1.2 O BRINQUEDO

O brinquedo, entende-se, não como uma função para dar prazer a criança, as
de libertá-la de frustrações, canalizar suas energias, dar motivo a sua ação, explorar
sua criatividade e imaginação.

Pela força dessas ideias, e de outras muitas que a consolidam, é que é


importante compreender os diferentes estágios do desenvolvimento mental infantil,
proporcionar brinquedos adequados a essa potencialidade e, sobretudo, diversificá-
los na tarefa de explorar áreas e inteligências diferenciadas. Atirar qualquer
brinquedo, a qualquer criança pode agradar seu sentimento de posse, mas
compreender a mente dessa criança e, com cuidado e critério, selecionar esse
brinquedo, ensinando-o a brincar, é ir muito mais além, é, em verdade, educar.

Existe uma enorme dificuldade quando se trata dos temos brinquedo, jogo
tendo em vista que eles são percebidos como sinônimos e quando nos deparamos
com as mais diferentes publicações que utilizam as mesmas definições tanto para
jogos, brinquedos e brincadeiras.

No Brasil, estudos de Bomtempo, Hussein e Zamberlain (1986), Oliveira


(1984) e Rosamilha (1979) apontam para indiferenciação no emprego de tais
termos. Segundo o dicionário Aurélio (HOLANDA, 1983, p. 228), o termo brinquedo
pode significar indistintamente objeto que serve para as crianças brincarem; jogo de
criança e brincadeiras. O sentido usual permite que a língua portuguesa referende
os três termos como sinônimos. Essa situação reflete o pouco avanço dos estudos
na área.

Para evitar tal indiferenciação, entenderemos o brinquedo como objeto,


suporte de brincadeira, brincadeira como a descrição de uma conduta estruturada,
35

com regras, e o jogo infantil para designar tanto como o objeto como as regras do
jogo da criança. (brinquedos e brincadeiras).

Segundo a definição de Beart (apud CAMPAGNE, 1989, p.28), o brinquedo é


o suporte da brincadeira, quer seja concreto ou ideológico, concebido ou
simplesmente utilizado como tal ou mesmo puramente fortuito.

Essa definição, bastante completa, incorpora não só brinquedos criados pelo


mundo adulto, concebidos especialmente para brincadeiras infantis, como os que a
própria criança produz de qualquer material ou investe de sentido lúdico. No último
caso, colheres, pratos e panelas tem servido como suporte de brincadeira,
adquirindo o sentido lúdico, representando, por exemplo, instrumentos musicais,
pente, entre outros.

É possível entender o brinquedo em outra dimensão, como objeto cultural.


Segundo (1979, p.5), o brinquedo não pode ser isolado da sociedade que o criou e
reveste-se de elementos culturais e tecnológicos do contexto histórico social.
Estudos como o de Oliveira (1986) mostram o brinquedo nessa perspectiva.

Outra vertente que explora o brinquedo provém de estudos históricos. O


interesse em conhecer a origem e a evolução de brinquedos e jogos antigos como a
boneca, a pipa ou o pião merecem alguns esclarecimentos.

Granje (na obra JAULIN, 1979, p-224-276) mostra a impossibilidade de


escrever a história do brinquedo, focando na pesquisa sobre um objeto ou todos os
objetos pertencentes a essa categoria, estudando sobre um objeto ou todos os
objetos pertencentes a essa categoria, estudando circunstâncias e variações
segundo o tempo e o lugar. À semelhança do jogo, o brinquedo não pertence a uma
categoria única de objetos. Com várias manifestações, existência efêmera, como
fazer séries históricas de milênios de brinquedos confeccionados com materiais
perecíveis, esquecidos, como raminhos, seixos, raízes, vegetais, castanhas e
espigas? Essa história deveria incorporar também objetos do mundo doméstico que
passam a ter o sentido do brinquedo quando a função lúdica sobre eles incide.

Para Granje (apud JAULIN 1979, p. 268) brinquedo conota criança. O


brinquedo tem sempre como referência à criança e não se confunde com a miríade
de significados que o termo jogo assume. A história do brinquedo só pode ser feita
em estreita ligação com a história da criança.
36

4.1.3 JOGO

Em nossa cultura a palavra “jogo” habitualmente é confundida com


“competição”. A ideia do jogo na educação não se confunde com o sentido popular
da palavra.

Para Antunes (2012) do ponto de vista educacional, a palavra jogo se afasta


do significado de competição e se aproxima de sua origem etimológica latina, com o
sentido de gracejo, ou mais especificamente, divertimento, brincadeira, passatempo.
Desta maneira, os jogos infantis podem até excepcionalmente visam estimular o
crescimento e a aprendizagem e seriam melhor definidos se afirmássemos que
representam relação interpessoal entre dois ou mais sujeitos realizada dentro de
determinadas regras.

Entendendo o jogo dessa forma se percebe que se passa grande parte do


tempo “jogando” porque estamos muitas vezes interagindo dentro de regras. S
política internacional é sempre insinuante jogo e a própria vida biológica na natureza
nada mais é que um admirável jogo de regradas relações múltiplas. Quando se joga
com crianças ou se media esses jogos tem-se, pois, que ter em mente que “vencer”
ou “não vencer” constitui acidente irrelevante diante da magnitude de regras que se
cumpriu. O jogo possui implicações importantíssimas em todas as etapas da vida
psicológica da criança e representa erro inaceitável considerá-lo como atividade
trivial ou perda de tempo.

Outra importante consideração ainda segundo Antunes (2012) está


relacionada a ideia de que existe uma relação entre jogo e aprendizagem. Não pode
existir no educador a ideia classificatória de “jogos que divertem” e “jogos que
ensinam”, pois se o jogo que aplica envolve de forma equilibrada o respeito pelo
amadurecimento da criança, exercita e coloca em ação desafios a sua experiência.,
promove sua relação interpessoal exaltando as regras do convívio, será sempre um
jogo educativo- ainda que possa simultaneamente ensinar e divertir. Jogos bem
organizados ajudam a criança a construir novas descobertas, a desenvolver e
enriquecer sua personalidade, e é jogando que se aprende a extrair da vida o que a
vida tem de essencial. Nesse sentido, toda essência do jogo se sintetiza em suas
regras, pois é operando dentro de algumas regras e percebendo com clareza sua
essência que se vive e os relaciona bem com o mundo. Jogar é plenamente viver.
37

4. 1.4 LUDICO

Ao se discutir no meio acadêmico sobre formação docente e as práticas


pedagógicas recorrentes na educação infantil, não seria possível se furtar o papel
do lúdico no contexto educacional infantil.

O lúdico e o desenvolvimento infantil são discutidos por diversos autores


como Kramer (2006), Khullmann (1998), Piaget (1975), Wallon (2007) entre outros.
Vários são os questionamentos acerca do real valor dessas abordagens,
considerando que é fundamental o desenvolvimento infantil integral, porém de que
forma esse desenvolvimento pode ser potencializado considerando as interações
lúdicas dirigidas, o faz-de-conta, o jogo, a música, a dança, as cores, a postura de
quem conduz o processo de aprendizagem infantil.

O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”. Se
achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo, porém abordagens mais amplas estão
sendo discutidas (KISHIMOTO, 1994).

A partir dos estudos de Vygotsky (1896-1934), mais especificamente sobre


sua teoria sócio-histórico-cultural será possível compreender o papel do lúdico no
desenvolvimento potencial infantil a partir do aprendizado da natureza social sob
sua perspectiva. Piaget (1896-1980) colabora com seus estudos do
desenvolvimento cognitivo, já era fascinado por estágios do desenvolvimento da
inteligência: sua teoria ficou conhecida como teoria do construtivismo genético e
Wallon (1879-1962), sendo um grande pesquisador, despertou seu interesse por
formas de desenvolvimento mental e motor da infância.
38

5. O PAPEL DO PROFESSOR NA MEDIAÇÃO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS


NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A formação docente bem como a formação profissional traz vários


fragmentos históricos sobre a luta da profissão professor para sua consolidação e
sob quais bases estão firmadas. Muito são os questionamentos sobre quais
interesses auxiliaram para a ascensão do professor e para a formação docente
instituída.

São várias as indagações sobre a formação docente, porém falando


especificamente sobre a primeira etapa da educação básica, a
educação infantil de cunho pedagógico, instituída a partir da LDBEN
9394/96 no Brasil, pergunta-se qual a trajetória dessas professoras e
professores que hoje ainda lutam pelo reconhecimento de
competência profissional. (BARBOSA, 2016. p.48)

Embora se possa dizer que as mudanças teóricas e as exigências legais vão


surgindo a medida em que os anos vão passando e a necessidade de um olhar
mais cuidadoso sobre essa etapa ainda se é muito insuficiente. Os professores que
normalmente são designados para atender a essa clientela são aqueles menos
preparados de certa forma, como dito, por alguns profissionais, como se não
existisse relevância a etapa em questão.

Atualmente existem muitas dúvidas de que o brincar deve ser incorporado a


educação como algo que pode desencadear um processo permanente de educar.
Ao analisar os preceitos da pedagogia tradicional que ainda persistem nas escolas,
percebe-se que existe uma restrição ao uso dos jogos e brinquedos na educação,
por isso, na relação aprendizagem e brincadeira, há ainda questões que precisam
ser aprofundadas e discutidas, pois tanto os pais como alguns educadores ainda
não têm clareza sobre os pressupostos que unem ludicidade e educação e, em se
tratando de ludicidade, ainda pensam como se pensava no passado.
39

É muito comum ouvirmos dizer que os jogos não servem para nada e não
tem significação alguma dentro das escolas, a não ser nas aulas de educação
artística e educação física, talvez por preconceito culturalmente estabelecido quanto
a essas disciplinas ou por considerá-las pouco nobres. O brinquedo só é aceito por
todos quando se refere ao recreio, isto é, quando é para descansar ou recrear.

Mesmo não tendo consciência, os educadores deixam transparecer, em suas


concepções de ensino, práticas que determinam, de certa forma, o que eles pensam
sobre educação e sobre o brincar na escola.

São essas concepções que determinam a utilização do lúdico nas


propostas pedagógicas, havendo nesse processo, no mínimo, dois
enfoques: um enfatiza o brincar por brincar e o outro, que enfatiza o
brincar para aprender a resolver o problema. Daí decorre o processo
metodológico que envolve os conteúdos trabalhados. (SANTOS,
2010, p.16).
Portanto a partir desse entendimento e da postura que o professor adota na
sala de aula para a aprendizagem das crianças é que se observa a compreensão
que ele tem da aprendizagem tendo o lúdico como ponto de partida, já que
inúmeros estudos apontam a importância de trabalhar com a criança desde cedo
com essa concepção. E o professor como mediador desse processo precisa
acreditar e desenvolver esse espírito dentro da sua sala de aula.

A criança se desenvolve desde cedo a partir de brincadeiras, brincadeiras


essas que fazem parte do seu cotidiano e em seu mundo de fantasia ela é
percebida como algo real. E ao chegar na escola essa realidade é levada, suas
experiências, as emoções e tudo que fez parte do seu crescimento e
desenvolvimento. O professor precisa estar atento a todo esse comportamento e
contribuir através do seu conhecimento ou da busca dele que já não se concebe o
aprender sem sentido nos primeiros anos de vida da criança, pois aquilo que
verdadeiramente dá sentido à vida da criança são suas experiências em que em sua
infância foi possível trazer muitas informações que a escola, ou especificamente o
professor precisa traduzir para ela de maneira alegre, prazerosa e com sentido.
40

6 METODOLOGIA

6.1 TIPO DE INVESTIGAÇÃO

A pesquisa foi realizada através de levantamentos bibliográficos de autores


que falam sobre o tema proposto e revisão de literatura, buscando adquirir
informações e explicações para solucionar as dúvidas que surgiram diante da
escolha do tema, no qual esclareceu os principais problemas enfrentados na
educação infantil com relação ao brincar.
Foi feita uma pesquisa de campo com educadores da área da educação
infantil, para saber quais os procedimentos utilizados por eles, para mediar às
brincadeiras e resgatar o brincar como forma de aprendizado, interligando os
conteúdos propostos pela instituição escolar.

6.2 DESENHO DA INVESTIGAÇÃO

A pesquisa foi uma abordagem qualitativa tendo em vista que ela não se
preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da
compreensão de um grupo social, de uma organização etc.

Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao


pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já
que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia
própria. (GOLDENBERG, 1997, p. 34)

6.1.2 QUANTO AOS OBJETIVOS


41

A pesquisa é descritiva quanto aos objetivos, tendo em vista que ela exige do
investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de
estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade
(TRIVIÑOS, 1987).

Para Triviños (1987, p. 112), os estudos descritivos podem ser criticados


porque pode existir uma descrição exata dos fenômenos e dos fatos. Estes fogem
da possibilidade de verificação através da observação. Ainda para o autor, às vezes
não existe por parte do investigador um exame crítico das informações, e os
resultados podem ser equivocados; e as técnicas de coleta de dados, como
questionários, escalas e entrevistas, podem ser subjetivas, apenas quantificáveis,
gerando imprecisão.

6.1.3 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação e


um entendimento da realidade a investigar, como um processo permanentemente
inacabado. Ela se processa através de aproximações sucessivas da realidade,
fornecendo subsídios para uma intervenção no real. Será adotado um questionário
com 30 perguntas, sendo as mesmas abertas e fechadas. No primeiro momento far-
se-á uma pesquisa bibliográfica para aprofundamento do tema que está sendo
pesquisado. Posterior realizar-se-á um estudo de campo com os professores de
uma escola municipal.

6.1.3.1 Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, como


livros, artigos, periódicos, internet etc. Pode dizer que essa categoria de pesquisa é
um tipo de revisão bibliográfica ou levantamento bibliográfico.

Neste mesmo sentido, Gil (2007, p. 44) explica que os exemplos mais
característicos desse tipo de pesquisa são: investigações sobre ideologias ou
pesquisas que se propõem à análise das diversas posições sobre um problema.

6.1.3.2 Pesquisa de campo


42

A pesquisa de campo se caracteriza pelas investigações realizadas através


da coleta de dados junto às pessoas, somando à pesquisa bibliográfica e/ou
documental.

6.1.3.3 Estudo de caso

 Envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos. O


objetivo é buscar um detalhamento aprofundado do assunto. Por isso é amplamente
usada nas ciências biomédicas e sociais, visto que tem o foco em conhecer com
profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser
única em muitos aspectos.

Para a autora Alves-Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para


esse tipo de estudo são os que focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como
os casos clínicos descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul
Willis sobre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição
(como uma escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família) ou um evento
(a eleição do diretor de uma escola).

6.2 LOCAL DE PESQUISA

A referida pesquisa foi realizada no Centro de Educação Infantil Francisca


Arruda de Pontes, no município de Redenção/Ceará.

6.2.1 O MUNICIPIO

Redenção está localizada na região dos sopés do Maciço de Baturité e ao


redor das margens do Rio Acarape/Rio Pacoti era habitada por diversas etnias
como os Potyguara, Jenipapo, Kanyndé, Choró e Quesito, recebeu a partir do
século XVII diversas expedições militares e religiosas.

Com a implementação da pecuária no Ceará no século XVII, as terras de


Redenção também foram beneficiadas com a agricultura da cana-de-açúcar. A partir
do século XIX, engenhos de Redenção tiveram como mão de obra escravos
africanos, desta forma senzalas e pelourinhos vieram a fazer parte do modelo
urbano. O povoado que deu origem à vila foi um distrito policial criado em 1842 e
depois desmembrado de Baturité em 1868 com o nome de "Acarape". No ano de
1871 foi criada a Câmara Municipal da cidade.
43

Em 1882 é criada a "Sociedade Redentora Acarapense". Em 1 de janeiro de


1883, chegavam à então Vila Acarape, abolicionistas como Liberato Barroso,
Antônio Tibúrcio, Justiniano de Serpa, José do Patrocínio e João Cordeiro, com a
finalidade de assistirem a alforria de 116 escravos do lugarejo. A partir daquele ato,
em frente à igreja matriz local, não haveria mais escravos ali, ganhando a vila o
nome de Redenção, pioneira em libertar seus escravos no País.

Em reconhecimento ao fato de ter sido a primeira cidade do Brasil a abolir a


escravidão, Redenção sedia a UNILAB -Universidade Federal de Integração Luso-
Afro-Brasileira desde 2009.

Redenção é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se a uma


altitude de 88 metros acima do nível do mar e a 55 km de distância de Fortaleza
capital do Ceará. Faz parte do Polo Serra de Guaramiranga.

O município recebe esse nome por ter sido a primeira cidade brasileira a
libertar todos os seus escravos. O nome Redenção vem do fato de que este (antiga
vila do Acarape. Do tupi-guarani acará + pe, caminho dos peixes) foi o primeiro
município do Brasil a libertar os escravos.

O município tinha 26415 habitantes no último Censo. Isso coloca o município


na posição 71 dentre 184 do mesmo estado. Em comparação com outros
municípios do Brasil, fica na posição 1203 dentre 5570. Sua densidade demográfica
é de 117.24 habitantes por quilômetro quadrado, colocando-o na posição 15 de 184
do mesmo estado. Quando comparado com outros municípios no Brasil, fica na
posição 614 de 5570.

6.2.2 A ESCOLA PESQUISADA

O Centro de Educação Infantil foi construído no ano de 1991 e inaugurado


em 1993, na gestão do Prefeito José Afonso Bezerra, com o nome de Creche
Municipal de Redenção. Na época, sua finalidade era atender nos turnos manhã e
tarde a 160 crianças carentes do município, do maternal ao Pré II, através de um
convênio estadual da Fundação do Bem-Estar do Menor no Ceará – FEBEM/CE.

Em 1999 passou a ser denominado Creche Municipal Francisca Arruda de


Pontes, fazendo homenagem a uma cidadã redencionista, cujo filho – Professor
José Américo de Pontes (In Memoriam) foi um dos grandes historiadores do
município de Redenção.
44

Em 2010, a escola passou por uma obra de reforma e ampliação (gestão da


Prefeita Francisca Torres Bezerra), onde foram construídas mais 02 salas de aula,
01 refeitório/cozinha, banheiros infantis, 01 banheiro para crianças com
necessidades especiais, 02 depósitos, 01 sala de recursos multifuncionais, 01 salão
de recepção, 01 secretaria e 01 diretoria. Em 2017, parte do seu espaço físico foi
cedido à Secretaria de Educação do município, cuja área ora destina-se a projetos
desenvolvidos pela “Casa Encantada”, em parceria com a Universidade Integração
as lusofonia afro-brasileira- UNILAB, bem como a realização de atendimentos feitos
por psicólogos do município.
45

O espaço da sala multifuncional, por sua vez, foi disponibilizado para o


depósito da merenda escolar. O espaço escolar atual compreende 06 salas de aula,
01 sala de leitura e brinquedoteca, 01 salão de recepção, 01 secretaria, 01 diretoria,
02 depósitos, 02 banheiros infantis, 01 refeitório/cozinha, 01 pátio coberto e uma
área externa, com parque infantil (inativo). No ano de 2019, na gestão do Prefeito
David Benevides a CEI passou por um serviço de reforma, incluindo retelhamentos,
pinturas, reposição de portas e portões, ajustes nos banheiros, dentre outras. Assim
a instituição ficou mais atraente e lúdica para receber as crianças.

Ao longo da história a instituição teve como grupo de gestores professoras do


município: Maria Lucileide Silva, Lúcia de Fátima Costa e Silva, Ana Lourdes
Bernardo Chagas, Maria Auxiliadora Nogueira Saraiva, Maria Marly de Sena
Medeiros, Marlucia Maria Seixas e Maria Antonia Ferreira Bernardino dos Santos,
Sônia Maria Carvalho Tinôco Silva e Marta Caetano da Silva. E atualmente o Núcleo
Gestor é constituído pelo professor Antonio Flávio Maciel de Souza Júnior (Diretor)
e a professora Maria Célia de Sousa Fernandes (Coordenadora Pedagógica). No
quadro docente em exercício, contamos com 02 professoras efetivas e 06
contratadas, todas graduadas em Pedagogia com especialização na área e 01
Agente de Desenvolvimento Infantil – ADI. Essas profissionais atendem atualmente
a um total de 175 crianças, distribuídas nos turnos manhã (7 às 11h) e tarde (13 às
17 h).

A organização das turmas é realizada de acordo com a divisão etária


estruturada na BNCC (2017), na qual reforça a ideia de especificidade do processo
de ensino e aprendizagem das crianças organizando os objetivos de aprendizagem
e 10 11 desenvolvimento: bebês (zero a 1 ano e 6 meses), crianças bem pequenas
(1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11
meses), esses são divididos em dois grupos: Creches e pré escola. Em se tratando
de uma escola de Educação Infantil, possui uma proposta pedagógica pautada na
formação de caráter através de valores humanos, por meio da educação amorosa e
das práticas de cuidado e educação, na perspectiva da integração entre os aspectos
físicos, afetivos, emocionais, cognitivos, linguísticos e sociais da criança.
46

Considera também, a inclusão como direito da criança com necessidades


especiais, através da adaptação dos espaços e equipamentos; formação de
professores; estratégias e materiais adequados; atividades adaptadas às
especificidades das crianças; cuidadores e encaminhamento para psicólogos ou
neuropediatras do município, bem como para tratamento e acompanhamento na
Sociedade de Assistência e Proteção à Infância de Fortaleza – SOPAI, hospital
infantil.

6.3 POPULAÇÃO

Foi elaborado um questionário com os professores do Infantil V, (Crianças


de 5 anos – Infantil V A, B e C) no Centro de Educação Infantil Francisca Arruda
de Pontes no município de Redenção/Ceará. Ao todo a pesquisa contemplará 06
professores, e 06 auxiliares da sala.
Em aspectos gerais, as famílias das crianças que são atendidas na
escola são assistidas por programas do governo federal, como o bolsa família.
Alguns complementam essa renda com a agricultura, trabalhos domésticos,
pequenos comércios e autônomos. Desse modo o perfil socioeconômico das
crianças da escola varia de um contexto de extrema vulnerabilidade social a
contextos que os pais vivem em condições de vida mais favoráveis e melhores.

6.3.1 Critérios de Inclusão

Participarão da pesquisa os professores lotados na Creche Municipal


Francisca Arruda de Pontes das turmas do infantil V, IV, III, 02 professoras
auxiliares.

6.3.2 Critérios de Exclusão

Não participaram da pesquisa professores que estavam em período de


estágio, cuidadores, ou professores substitutos. Embora ambos apresentem uma
relação direta com os alunos não se enquadram no objetivo proposto nessa
pesquisa.

6.4 COLETA DE DADOS

A realização da pesquisa aconteceu através de uma investigação de campo,


onde foi elaborado um questionário e a observação in lócus com os professores do
47

infantil III, IV, V, professores auxiliares e a observação das atividades em sala de


aula.

No primeiro momento a pesquisadora foi a escola e se apresentou a direção


da mesma explicando sua pesquisa e a necessidade do livre consentimento para a
realização dela.

Em seguida foi solicitado o consentimento dos documentos da escola para


um levantamento sobre a história dela, ainda se abordou junto a direção a
necessidade de realizar um trabalho de campo, ou seja, uma pesquisa com os
professores das salas escolhidas, as salas do Infantil V e seus professores.

Foi feito um levantamento sobre a escola pesquisada, através do estudo do


seu PPP e da observação diária de como funciona a instituição.

No segundo momento a pesquisa elencou alguns autores importantes que


discorreram sobre o tema a ser pesquisado onde será elaborado um fichamento
para uma maior organização quando da elaboração da redação preliminar.

De posse das informações necessárias elaboramos um questionário com


perguntas semiestruturadas. Um questionário é um instrumento de investigação que
visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo
representativo da população em estudo. Para tal, coloca-se uma série de questões
que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interação
direta entre estes e os inquiridos.

6.5 ANÁLISE DE DADOS

De posse das anotações, deu-se início à transcrição literal das respostas


individuais. Após a transcrição, foi realizada a leitura das falas dos respondentes,
estabelecendo-se um primeiro contato com os textos, na tentativa de apreensão dos
sentidos que os sujeitos deixarão transparecer em suas falas.

Na segunda fase, foi dado início a separação das ideias, frases e parágrafos
que identifiquem as convergências e divergências dos participantes em relação à
temática do encontro e do estudo. Na terceira e última etapa, foi realizado a
organização e o mapeamento das falas dos sujeitos, com o objetivo de apresentar
as principais ideias que supostamente responderiam às questões da pesquisa.
48

6.6 RISCOS E BENEFÍCIOS

Todos os dados usados serão secundários, sem identificação pessoal e de


domínio público, o que conforme a resolução n 510/2016 do Conselho Nacional de
Saúde, dispensa a necessidade prévia de aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos. No entanto, caso algum participante se sinta
constrangido este poderá ser encaminhado ao setor de atendimento psicológico
municipal ou mesmo da escola.

Os benefícios da pesquisa residem no fato de que ao entendermos o


universo dos jogos lúdicos na aprendizagem das crianças os achados contribuirão
efetivamente para que educadores e futuros pesquisadores reforcem essa
compreensão de que a metodologia em questão é um elemento além de agregador,
motivador para a criança na educação infantil .

6.7 COMITÊ DE ÉTICA


O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa via Plataforma
Brasil para apreciação. As informações obtidas para o presente estudo serão
coletadas somente após consentimento por escrito dos participantes. A aceitação
será registrada através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, sendo garantido o sigilo aos entrevistados com relação à sua
identidade.

Também será assegurado o direito de não participação ou desistência a


qualquer momento do estudo sem prejuízo ou despesa. Essa pesquisa está em
concordância com as normas do Conselho Nacional de Saúde, e de acordo com a
Resolução 466/12, dessa forma, cumprindo as exigências das diretrizes da pesquisa
com seres humanos.
49

Tabela 1: objetivos e perguntas

Objetivos Perguntas

Objetivo 1: Identificar o perfil dos 1. sua formação? 2. há quanto 3. qual sua situação? 4. quantos anos de
professores da escola pesquisada tempo contratada ou efetiva? experiência na educação
trabalha na infantil?
escola atual?

Objetivo 2: Descrever se os professores 5. tem alguma 6. você já


possuem alguma formação continuada formação participou de
específica para a algum curso
na educação infantil? educação infantil? específico
voltado para a
área da
educação
infantil?

Objetivo 3: Avaliar como os jogos e . 7. você sabe o que é 8.você acredita que ela
brincadeiras podem proporcionar a ludicidade? () sim () não contribui na
aprendizagem da
aprendizagem das crianças na educação criança? () sim () não
infantil;

Objetivo 4: Discutir o papel do professor 9.você trabalha só atividades 10.em sua opinião as 18.se você tivesse que acrescentar
como articulador dos jogos e lúdicas ou você acredita que crianças conseguem alguma informação a essa entrevista o
brincadeiras no processo de ela é apenas um
complemento? para você
demonstrar maior
interesse quando do uso
que você diria para aqueles
professores que ainda resistem as
aprendizagem na educação infantil. existem métodos melhores e da metodologia lúdica? atividades lúdicas na sala de aula? ou
mais eficazes? () sim () não você é uma delas? justifique?
50

Objetivo 5: Verificar a frequência dos 11.quais as brincadeiras que


jogos e brincadeiras que os professores você considera indispensável
e que contribui para a
utilizam na educação infantil. aprendizagem das crianças?

Objetivo 6: Averiguar se a escola dispõe 12.A escola pesquisada é uma 13.A escola dispõe de
de estrutura e materiais como jogos instituição específica de material lúdico para a
educativos e brinquedos como suporte educação infantil? como você realização das
atribui as condições para o atividades? () sim () não
para os professores. desenvolvimento das
atividades? () bom () regular
() ótimo

Objetivo 6: Identificar se a gestão 14.quais são suas principais 15. você conta com 16.a cultura lúdica é valorizada na 17.como os pais recebem esse
contribui com o trabalho pedagógico dos dificuldades para lidar com apoio pedagógico para escola que você trabalha? () sim () não tipo de educação ofertada as
essa metodologia lúdica? que as atividades crianças nessa etapa?
professores
propostas possam ser
realizadas?
() sim () não
51

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

O conjunto de dados analisados na presente pesquisa possibilitou a


construção de uma tecitura acerca da importância dos jogos e brincadeiras na
aprendizagem das crianças na educação infantil tendo em vista que foi possível
traçar o comportamento dos professores e a coordenadora pedagógica que atuam
na escola pesquisada acerca da temática trabalhada ao longo do desenvolvimento
desta pesquisa.

No primeiro momento traçamos o perfil dos respondentes se os mesmos


tinham formação superior ou outra equivalente para trabalhar com turmas de
educação infantil. Nesses 20 anos de LDB, estudos e pesquisas desenvolvidos
trouxeram o consenso da importância da formação dos profissionais para a
qualidade da educação, como indicam Campos, Füllgraf e Wiggers (2006 p. 100):
“Um dos principais critérios de qualidade utilizados internacionalmente para avaliar a
qualidade de escolas em qualquer nível de ensino é o tipo de formação prévia e em
serviço dos professores ou educadores que trabalham diretamente com os alunos”.

Ainda na mesma perspectiva de legitimação dessa importância, Nunes,


Corsino e Kramer (2011) destacam que trabalhar em creches e pré-escolas exige,
dos profissionais, conhecimentos do desenvolvimento infantil, de questões
curriculares e pedagógicas, da função cultural e social das instituições de educação
infantil (ou creche e pré-escola, tal como consta na LDB), relevantes para a
elaboração de propostas pedagógicas, organização do tempo e espaço,
planejamento e registro de atividades, acompanhamento de cada criança e dos
projetos realizados, da relação com as famílias e comunidade, aspectos complexos
que demandam formação.

Apesar de um número expressivo de professores possuírem formação


superior em pedagogia enquanto os outros ou estão fazendo cursos diferentes ou
ainda não concluíram sua formação e uma terceira parcela possui apenas o ensino
médio é necessário ressaltar que a LDB 9394/96 estipulou um prazo de 10 anos
para a adequação desses profissionais, isso nos leva a compreender que ainda é
necessário avançar um pouco mais no comprometimento da instituição com o que
versa a lei em questão. Outro ponto que chama atenção é que os profissionais que
52

possuem apenas o ensino médio, ficando claro que estes não estão supostamente
preparados para assumir a função da docência nos quadros do magistério. No
gráfico abaixo apresentamos os resultados com relação ao nível de formação
desses profissionais, 76,90% dos professores afirmaram que possuem formação
superior em pedagogia, 7,70% estão cursando pedagogia, 7,70% estão cursando
em outras áreas especificas e 7,70¨% possuem ensino médio.

Gráfico 1: tem alguma formação superior?

Fonte: a autora (2022)

Com relação ao tempo de serviço perguntamos aos respondentes, sobre o


tempo de atuação dos mesmos na área. O que muito nos surpreendeu a pouca
experiência desses profissionais levando em consideração que trabalhar a primeira
etapa da educação infantil não deixa de ser uma responsabilidade muito grande
tendo em vista que a mesma é a primeira etapa da educação básica, isto é, a
responsabilidade primeira na formação da criança.
1
A importância do professor na educação infantil se reflete em toda a
sociedade. Os educadores participam ativamente da formação dos cidadãos e
desempenham um papel fundamental na difusão de conhecimentos científicos e
desenvolvimento social das crianças.

1
SILVA, Gabriele. A importância do professor da educação infantil: disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/2019. Acesso 02.fev.2023
53

A educação infantil é essencial para a formação de sujeitos respeitosos,


críticos e reflexivos. Nesse cenário, o professor atua em prol do processo de
aprendizagem dos alunos, além de trabalhar questões relacionadas aos valores
sociais e éticos. Dessa forma, os educadores trabalham com a transmissão de
conhecimentos científicos e sociais, que favorecem a convivência em sociedade.

Por esse motivo, o momento chamado de primeira infância deve contar com
atividades e ferramentas que possibilitem o desenvolvimento sadio da sua
identidade. Professores, escola e familiares devem atuar em parceria para auxiliar
as crianças em seu processo educativo. Ao longo do ensino-aprendizagem, o
educador equilibra o brincar e ensinar, tendo a sensibilidade para explorar o
ambiente, a cultura, equipamentos e ferramentas ao seu redor para estimular a
criatividade, a linguagem, a cognição e imaginação.

A figura do professor na vida da criança ao longo do seu desenvolvimento é


essencial para a o seu autoconhecimento, percepção crítica e construção dos
relacionamentos interpessoais. Através das atividades realizadas em sala de aula,
os educadores participam do aprendizado infantil nas interações pelos ambientes
escolares e extra sala.

Como se pode observar no gráfico abaixo: 46% dos professores possuem


menos de 01 ano de experiência, 30% acima de 05 anos, 16% 03 anos, 8% 02 anos
de serviço.

Gráfico 2: quanto tempo trabalha como professora?

Fonte: a autora (2022)


54

Para Kramer (1994), a Educação Infantil fundamenta-se no binômio


educar/cuidar e consequentemente, a formação de seus profissionais também deve
pautar-se nele. O cuidar e o educar são ações indissociáveis no processo
educacional da criança pequena e está especificidade exige uma formação
diferenciada da qual é dada a outros níveis de ensino, portanto, o papel dos
professores de crianças pequenas difere em alguns aspectos dos demais
professores o que configura uma profissionalidade específica do trabalho docente
na educação desta etapa. Esta singularidade docente deriva das próprias
características da criança, das características dos contextos de trabalho dos
educadores e das características do processo e das tarefas desempenhadas por
elas.

A ação na educação infantil envolve intrinsecamente o cuidado e a educação,


sendo assim, alimentação, higiene e sono também envolvem aprendizagens,
construção de significados e novos conhecimentos. A criança precisa ser entendida
como um ser social, que necessita desenvolver-se de uma forma integral (corpo e
mente cognitivos e afetivo), através das relações, atividades pedagógicas, proteção
e afeto. Os vínculos afetivos fazem parte do desenvolvimento do ser humano e a
busca de uma relação de confiança e segurança entre adultos e crianças, passam
pela construção de vínculos que se estabelecem nas interações e na permanência
do professor junto ao grupo.

A partir do momento em que o processo ensino-aprendizagem for


caracterizado pela participação efetiva do aluno e do professor, em que haja trocas
de experiências, este relacionamento trará muitas contribuições para o
desenvolvimento da criança como um ser no mundo, e o professor estará
desempenhando o seu papel de educador e não de ditador de ordens e regras
(PORTO, 1995, p. 93).

De acordo com o gráfico abaixo 78% dos professores possuem alguma


formação para a educação infantil, enquanto 22% não possuem. Embora os
professores possuam pouca experiência vale ressaltar que a grande maioria possui
uma formação especifica para estar na sala de educação infantil, esse é um fator
relevante para a instituição que embora a experiência seja importante, ter
professores capazes assumindo as salas de aula traz certo conforto para seus
gestores e também para os pais dessas crianças. Segue gráfico abaixo:
55

Gráfico 3: possui alguma formação em Educação infantil?

Fonte: a autora (2022)

Perguntamos sobre o vínculo dos respondentes com a instituição escolar.


Para surpresa da pesquisadora 100% dos professores são contratados. É
surpreendente e isso nos faz repensar na política que é implantada nos municípios
do Brasil onde a opção por não efetivar através de um concurso público como
determina a lei acaba trazendo certo desconforto e desalento para os profissionais e
isso traz a rotatividade para a instituição e consequentemente impacta na formação
das crianças.

O crescimento de qualquer empresa depende de um ambiente organizacional


saudável e positivo, isso passa pela satisfação e a estabilidade que todo mundo
busca quando vai para uma organização. E na escola não é diferente, as
dificuldades impostas pelo mundo atualmente tem levado a uma acirrada
competitividade e a falta desta estabilidade pode acarretar em uma baixa
autoestima o que alguns profissionais recearem um reinicio na carreira que
escolheu. E na educação não é diferente, vive-se cada início de ano a perspectiva
por uma seleção que escolherá profissionais não que preze pelo profissionalismo,
mas muitas vezes apadrinhados por políticos sem qualquer compromisso com a
educação.

Portanto apesar de a totalidade do quadro dos professores que trabalham na


educação infantil da escola pesquisada não foi percebido sinais de
descontentamento e falta de compromisso com o trabalho com as crianças. Mas
vale o registro sobre essa situação. O ambiente de trabalho seja ele qual for precisa
56

que seus profissionais se sintam seguros e que desse forma possam desempenhar
seu papel com ética, compromisso e responsabilidade. Segue os resultados no
gráfico abaixo.

Gráfico 4: qual seu vínculo com a escola?

Fonte: a autora (2022)

A educação infantil é um momento especial no processo de formação de um


ser humano. É nesta fase que a criança começa a se desenvolver como indivíduo e
membro de uma sociedade, ingressando num ambiente que está além do espaço
familiar. Com seu primeiro contato com a escola, a criança cria laços de amizade,
desenvolve autonomia e aprende a lidar com as diferenças.

O professor/educador que atua na primeira etapa da educação básica precisa


compreender as diferentes fases do desenvolvimento infantil, dando ênfase às
aprendizagens significativas, que valorizam o lúdico e o brincar. É imprescindível
que esse profissional esteja atento às diversas atividades que podem ser oferecidas
às crianças, favorecendo situações de entretenimento, alegres e prazerosas nas
instituições de Educação Infantil.

Nessa etapa, é importante construir diariamente relações de confiança e


respeito com as crianças, priorizando não somente o pedagógico, mas também o
cuidado e o afeto, a fim de favorecer o desenvolvimento físico, social e cognitivo da
criança. A atuação dos professores/educadores nunca é neutra. Enquanto ação
educativa, ela está repleta de intencionalidades. Para que sua atuação seja
57

qualificada e relevante, este profissional deve fundamentar sua ação em uma


prática pedagógica coerente com uma base teórica cientificamente válida e
relevante.

A formação continuada centrada do ambiente das escolas é uma prática


defendida por Nóvoa (1995), para o autor “as situações que os professores são
obrigados a enfrentar apresentam características únicas, exigindo, portanto,
respostas únicas” (1995, p. 27). Remetendo este pensamento ao contexto da
Educação Infantil, isto implica em oportunizar aos profissionais espaços de
avaliação e discussão entre as demais atividades desenvolvidas nas instituições,
para que a formação aconteça como um 6 processo contínuo e integrado ao
cotidiano, configurada não somente como necessidade, mas como direito para a
oferta de uma Educação Infantil de qualidade. A formação é necessária não apenas
para aprimorar a ação do profissional ou melhorar a prática pedagógica, a formação
é direito de todos os professores, conquista e direito da população por uma escola
pública de qualidade.

Com relação ao trabalho educativo com crianças pequenas, o Referencial


Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL,1998), apresenta a
necessidade da promoção de práticas de educação e de cuidados que possibilitem
a integração dos aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, linguísticos e
sociais da criança. Este processo de reflexão e autoavaliação, o qual acontece em
diferentes tempos e espaços, precisa ser contínuo e coerente com a ação educativa
que se pretende implementar. A formação se constrói por meio de um trabalho de
reflexão crítica sobre as práticas e não por acúmulo de cursos, conhecimentos ou
técnicas, a formação deve oportunizar aos professores meios para um pensamento
autônomo, dinâmico e de autoformação.

De acordo com o gráfico abaixo percebemos que 70% dos professores tem
alguma formação na educação infantil, enquanto 30% não possui. Isso deixa claro
que a instituição se preocupa com a formação de seus profissionais para atuarem
na escola com as crianças e também o compromisso do professor com seu
aprender.

Nesse sentido é importante ressaltar o entendimento que os profissionais que


trabalham na instituição reconhecem que existe a necessidade de obter sempre
58

mais conhecimentos, novas experiências para que estes possam estar preparados
para lidar com as diferentes demandas que surgem no universo da educação
infantil.

Gráfico 5: você participa de alguma formação voltada para a educação infantil?

Fonte: a autora (2022)

Alguns educadores têm dificuldade em perceber a importância da ludicidade


no processo de ensino e aprendizagem. Porém profissionais da educação
comprometidos com a qualidade de sua pratica pedagógica, reconhecem a
importância do lúdico como veículo para o desenvolvimento social, intelectual e
emocional de seus alunos. Para entender o universo da ludicidade é necessário
compreender que ele envolve os jogos, os brinquedos e as brincadeiras. Brincar é
uma atividade que facilita o desenvolvimento físico, cognitivo, psicológico, estimula
o desenvolvimento intelectual, possibilita as aprendizagens.

Mas conceituar o termo não é tarefa fácil. Kishimoto salienta que é muito
complexo definir jogo, brinquedo e brincadeira. Uma mesma conduta pode ser jogo
59

ou não jogo em diferentes culturas, dependendo do significado a ela atribuído.


(Kishimoto 2003, p.15)

O jogo para Kishimoto pode ser aceito como consequência de um


sistema linguístico inserido num contexto social; um sistema de
regras; e um objeto. Com relação ao brinquedo Kishimoto afirma que
é um suporte para a brincadeira. Sendo o brinquedo diferente do
jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e a
indeterminação de regras em sua utilização. (KISHIMOTO 2003, p.
18)
Já a brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras
de um jogo, ao mergulhar na ação lúdica, podendo se dizer que é o lúdico em ação.
(Kishimoto 2003 p. 21)

Segundo Grassi, o termo jogo compreende uma atividade de ordem física ou


mental, que mobiliza ações motrizes, pensamentos e sentimentos, no alcance de
um objetivo, com regras previamente determinadas, e pode servir como um
passatempo, uma atividade de lazer, ter finalidade pedagógica ou ser uma atividade
profissional. (GRASSI, 2008 p. 70)

Enfim são inúmeras as definições que são passiveis de interpretação e de


acordo com a pesquisa 100% dos professores sabem e reconhecem o que é
ludicidade. Segue gráfico abaixo.

Gráfico 6: você sabe o que é ludicidade?

Fonte: a autora (2022)


60

Após afirmarem que conhecem o que é ludicidade perguntou-se se acreditam


que ela ajuda na aprendizagem das crianças. Vale ressaltar que na Educação
Infantil, a utilização de jogos e brincadeiras em aulas, possibilita compreender o
desenvolvimento da criança pela forma e pela linguagem lúdica específicas da
infância. É primordial conhecer o significado de brincar e conceituar os termos
principais utilizados sobre o brincar para interpretar o universo lúdico e reconhecer
os elementos básicos da ludicidade, pelos quais a criança se comunica com o seu
mundo pessoal e com o outro.

O ato de brincar é uma forma de comunicação em que a criança tem a


oportunidade de reproduzir o seu cotidiano através da linguagem lúdica. Brincar
possibilita a aprendizagem e facilita a construção da autonomia, da reflexão e da
criatividade; e pode também estabelecer uma relação ao se utilizar jogos
pedagógicos que promovam o desenvolvimento físico, cultural, social, afetivo, e
cognitivo da criança. É preciso que tanto a família quanto a equipe escolar
reconheçam que a ludicidade se impõe necessária no cotidiano na infância.

Nesse contexto pedagógico, o Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil (RCNEI) aponta que a escola é um ambiente propício para o
desenvolvimento social e cognitivo da criança (Brasil, 1998). A concepção de
infância é historicamente recente (Ariès, 1981). Portanto, faz-se necessário
compreender a importância do brincar, que é um dos principais elementos
marcadores desta fase.

Portanto de acordo com as respostas 100% dos entrevistados afirmam que a


ludicidade contribui para o processo de aprendizagem das crianças, como mostra o
gráfico abaixo.

Gráfico 7:você acredita que ela contribui para a aprendizagem da criança?


61

Fonte: a autora (2022)


Ainda sobre as atividades lúdicas perguntamos aos respondentes se elas
trabalham com tais metodologias ou se são percebidos apenas como complemento,
ou se existem outros métodos que podem ser considerados mais eficazes.
Obtivemos as seguintes respostas.

A ludicidade traz para o ensino infantil a absolvição da


aprendizagem, pois os brinquedos e brincadeiras exploram suas
potencialidades. (PROFESSORA 1)
Não trabalho só com o lúdico, mas podem ser incluídos em sala de
aula para que o conhecimento seja trabalhado de maneira
agradável. (PROFESSORA 2)
Não utilizo apenas a ludicidade, mas acredito que nela encontramos
os resultados eficazes. (PROFESSORA 3)
Acredito que o lúdico bem trabalhado sim e eficaz e a criança
aprende. (PROFESSORA 4)
Trabalho de forma complementar, mas ressaltando a importância da
prática lúdica no cotidiano. (PROFESSORA 5)
A ludicidade não pode ser com complemento, mas deve ser
trabalhada como parte significativa para o bom desenvolvimento do
saber de maneira natural. (PROFESSORA 6)
Ludicidade é muito importante pois a criança aprende brincando,
mas não trabalho só o lúdico. Mesclo outras atividades.
(PROFESSORA 7)
Acredito que não seja um complemento, pois tudo na educação
infantil perpassa a ação lúdica. Na maioria das vezes é esquecido
em detrimento de outras demandas que são cobradas. Mas o ideal é
sempre utilizar a ação lúdica em todas as experiências com as
crianças. (PROFESSORA 8)
Sim. As brincadeiras, pinturas, desenhos, fazendo da aula prazerosa
e atraente. (PROFESSORA 9)
Sim. Trabalho com atividades lúdicas, mas o lúdico é um
complemento, existem vários caminhos que corroboram para a
aprendizagem da criança nessa fase. (PROFESSORA 10)
Atividade lúdica auxilia a criança no desenvolvimento de
aprendizagem. As brincadeiras e jogos são fundamentais no
processo de despertar das crianças nessa fase. (PROFESSORA 11)
Em minhas práticas pedagógicas idealizo diariamente o lúdico, para
que as crianças experiências as atividades na prática depois
consolido com atividades escritas, dessa forma não considero a
ludicidade um complemento, penso que é ao contrário, as demais
atividades complementam a que foi vivenciado. Em relação ao
método, acredito no ensino lúdico para as turmas, mas é importante
para a utilização de outros. (PROFESSORA 12)
O lúdico é muito importante no desenvolvimento da criança, é,
portanto, fundamental para que o professor possa utilizar de forma
que contemple a aprendizagem das mesmas. (PROFESSORA 13)
62

Nas respostas dos entrevistados ficou evidente que apesar de considerarem


o método eficaz, importante, ressaltando que não se detém apenas nesse tipo de
atividade tendo em vista que utilizam os mais variados métodos. Isso nos leva a
perceber que apesar de acreditarem, reconhecerem a eficácia do método os
entrevistados acham que devem mesclar as atividades tendo em vista que não o
consideram como metodologia primeira para que seus alunos possam desenvolver
o processo de aprendizagem das crianças.

Sabe-se que a Educação Infantil é a fase de descobertas, e a escola, por


excelência, é um facilitador de integração social da criança. Na escola o educador
tem a função de levar a criança a fazer descobertas e desejar a buscar novos
conhecimentos. É importante introduzir práticas de ensino, como jogos, diferentes
brinquedos e brincadeiras que se utilizam do corpo-movimento, como música e
cantigas de roda, por isso deve-se considerar os mais diferentes aspectos que
podem levar em consideração a importância da ludicidade para o processo de
aprender das crianças sendo que a mesma oportuniza o desenvolvimento da
criança como um todo.

Como a brincadeira é algo inerente a vida da criança e em seu dia a dia a


mesma está inserida na sua forma de se relacionar com o mundo a sua volta, se
descobrindo e compartilhando suas emoções . O brincar reflete a maneira que a
criança, ordena, organiza, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo ao seu modo.
Podendo ela expressar suas fantasias, desejos, medos, sentimentos e
conhecimentos novos que vão incorporando a sua vida, utilizando uma das
qualidades mais importantes do lúdico, que é a confiança que a criança tem quanto
à própria capacidade de encontrar solução.

As atividades lúdicas permitem que o sujeito estabeleça relações com os


outros e com diferentes culturas, sendo assim, pode-se dizer que: brincadeira,
cultura e conhecimento se contemplam formando uma tríade da infância com o
caráter lúdico e significativo. Sobre essa afirmativa, Borba (2006, p.40) fala que: A
liberdade no brincar se configura no inverter a ordem, virar o mundo de ponta-
cabeça, fazer o que parece impossível, transitar em diferentes tempos- passado,
presente e futuro. “Rodar até cair, ser rei, caubói, ladrão, polícia, desafiar os limites
da realidade cotidiana.
63

Nesse sentido, os jogos, as brincadeiras, o faz-de-conta revelam formas


diferentes, expressão usadas pelas crianças como maneiras diferentes de interagir,
podemos assim dizer que a brincadeira é uma ação que está associada à infância, e
é por meio dela que a criança brinca, vivendo um cenário articulado e a dimensão
imaginária, sendo impulsionada a conquistar novas possibilidades de criação, sendo
assim possível manter a ponte entre o mundo imaginário e o mundo real.

Considerando a ideia de que a brincadeira é a atividade mais séria da


criança, podemos associar que o conhecimento da cultura, as diferenças individuais
como o tempo e limite de cada um, a ação cognitiva com os sentidos e a
sensibilidade. É a ponte de equilíbrio entre o mundo imaginário e o real, o jogo e a
construção do conhecimento vão sendo gradativamente redimensionados na prática
educativa do aluno, sendo impossível não associar o lúdico com o processo de
construção de conhecimento.

Portanto de acordo com o gráfico abaixo 69% dos entrevistados afirmar que
as atividades lúdicas contribuem para o maior interesse das crianças, enquanto 31%
afirmaram que não, que estas fazem parte do contexto da abordagem que a
professora insere na sala de aula e o que a mesma deseja alcançar, dai a
necessidade ou não da inserção da atividade lúdica.

Gráfico 8: Em sua opinião as crianças conseguem demonstrar mais interesse em atividades lúdicas?

Fonte: a autora (2022)


64

Perguntado aos respondentes sobre quais as brincadeiras que as crianças


mais se identificam e mais contribui para a aprendizagem delas. Obtivemos os
seguintes resultados.

Massinha, fantasias, desenhos e pinturas, blocos, quebra-cabeças,


correr e pular, música, dança, canta, jogos sensoriais.
(PROFESSOR 1)
Brincar de massinha, rasgar e amassar papel, desenhar e pintar,
recortes entre outras. (PROFESSOR 2)
Círculos que ajudam a promover a coordenação motora e muitas
outras, como pintar, desenhar. (PROFESSOR 3)
Círculos onde elas aprendem, alto, baixo, pular, esquerda e direita,
lúdico com cores ex: terão três potes neles, as crianças farão as
cores aparecerem com o pó mágico. Com letras e garrafas terão
letras e a professora pedirá para acertar a garrafa e falar que letra
acertou. (PROFESSOR 4)
Amarelinha, ciranda, cubo mágico e jogos de memória e contagem.
Também os desenhos são de muito interesse das crianças.
(PROFESSOR 5)
Jogos de interação com outras crianças, jogos de raciocínio lógico,
enfim são várias as brincadeiras que oportunizam o envolvimento
das crianças. (PROFESSOR 6)
Cantigas de roda, pega-pega, caixa sensorial, pula corda, estátua,
morto/vivo, amarelinha, circuitos e outros. (PROFESSOR 7)
Faz-de-conta, circuito, brinquedos de encaixar, e brincadeiras
sensoriais, enfim muitos jogos para envolver a criança na interação
com outras. (PROFESSOR 8)
Faz-de-conta, circuito, encaixe e montar, musicalidade e massinha,
enfim são várias as possibilidades que o lúdico oferece para a
aprendizagem das crianças. (PROFESSOR 9)
Brincadeiras de roda, circuito, amarelinha, e todas que promovem a
interação com outras crianças. (PROFESSOR 10)
Roda coletiva envolvendo musicalidade, jogos, movimentos
corporais, brincadeiras de pega-pega entre outros. (PROFESSOR
11)
Brincadeiras livres e dirigidas que proporcionem o contato das
crianças com as primeiras letras, formas, gêneros textuais, jogos e
brincadeiras motoras. (PROFESSOR 12)
Circuito, massa de modelar, dançar, faz- de conta, e todas as
brincadeiras que proporciona a interação com outras crianças.
(PROFESSOR 13)
O tipo de brincadeira que é trabalhado com a criança tem uma relevante
importância para que esta se sinta envolvida e motivada a aprender, interagindo
com outras crianças as brincadeiras que são propostas pelo professor. Sabemos
65

que existem diversas brincadeiras que fazem a diferença para cada objetivo que o
professor deseja alcançar no aprender da criança.

O Referencial Curricular Nacional para a educação infantil afirma que: “Para


brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus
companheiros e os papéis que irão assumir (…), cujos desenvolvimentos dependem
unicamente da vontade de quem brinca” (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 28).

Vygotsky (1984) vem afirmar que: “Pela repetição daquilo que já conhecem,
utilizam a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios ampliando-
os e transformando-os por meio da criação de uma situação imaginária”. (Vygotsky,
1984, p. 97).

Acredita-se que é possível que essa relação de diálogo e interação entre os


sujeitos da sala se torne mais próxima e que os estímulos possam proporcionar um
melhor desenvolvimento nas crianças. Que por meio das atividades lúdicas as
crianças possam desenvolver melhor a aprendizagem e interagir com os colegas.

Através dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil trabalhar de modo


significativo possibilitando atender as necessidades e características peculiares de
cada criança de forma que a escola desempenhe um importante papel nesse
aspecto, que é oferecer um espaço favorável às brincadeiras associadas a
situações de aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento de forma
agradável e saudável.

Diante das respostas obtidas pode-se observar que existe vários tipos de
brincadeiras que as crianças gostam e que possibilitam os mais diversos
desenvolvimentos, e para os professores a brincadeira varia muito de acordo com o
objetivo proposto para a aula daquele dia, portanto as brincadeiras são muito
importantes e os aspectos os mais variados que podem contemplar as habilidades
que as crianças devem desenvolver nessa etapa da sua formação.

Perguntamos aos entrevistados sobre as condições físicas da instituição para


oferecer o desenvolvimento da criança e suas potencialidades?

Vale ressaltar que o espaço é muito importante nessa etapa da formação da


criança. A ocupação e organização dos espaços são desafios tanto para o professor
quanto para as crianças. Estudá-lo, buscar conhecer seu papel no contexto da
educação infantil, é uma necessidade iminente. Conforme o espaço é concebido e
66

disposto, ele pode ser ou não um ambiente no qual a criança pode criar, imaginar e
construir. Da mesma forma, ele pode ser ou não, para a criança, um lugar acolhedor
e prazeroso onde ela possa brincar e sentir-se estimulada e feliz.

Partindo da premissa de que uma educação infantil de qualidade é aquela


capaz de satisfazer necessidades básicas das crianças, em especial o aprender e o
desenvolver-se, este trabalho defende que os espaços devem ser da e para a
criança, para que, por meio deles, os pequenos possam aprender e desenvolver-se
em todas as suas dimensões humanas.

O espaço na instituição de educação infantil deve propiciar


condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do
seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto, é preciso que o
espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às modificações
propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações
desenvolvidas. Deve ser pensado e rearranjado, considerando as
diferentes necessidades de cada faixa etária, assim como os
diferentes projetos e atividades que estão sendo desenvolvidos.
(RCNEI, 1998, vol.1, p.69)
Cabe, pois, ao professor a correta utilização de tais espaços, e a oferta de
atividades que propiciem aprendizagens significativas, permeadas pelo lúdico e que
respeitem as especificidades infantis. Existem ideias equivocadas a respeito do que
seja qualidade para a educação. Por falta de informação, acabam por confundir o
significado de qualidade, no âmbito da educação, com a ideia de qualidade
empresarial, onde se tende a considerar o ser humano como produto, vivendo num
espaço competitivo e produtivista.

Apresentar uma definição para qualidade não é tarefa fácil, já que ela não
possui um conceito prontamente estabelecido. Sousa (1998, p.22) diz que: Apesar
de a qualidade ser algo muito importante na vida de todos nós, nem sempre
paramos para pensar sobre isso. De certa forma, parece mais fácil exigir, falar sobre
ou reconhecer a qualidade – num dado produto ou serviço ou num programa, numa
pessoa ou numa equipe de trabalho, do que defini-la. E por que essa dificuldade?
Acredito que ela decorre de uma série de fatores que se interpenetram, começando
com a natureza ambígua, multidimensional e subjetiva do termo qualidade.

De acordo com as respostas obtidas 46% dos entrevistados responderam


que o espaço é ótimo, 30% afirmaram que é bom, 24% disseram ser regular. Diante
do exposto é importante ressaltar que acreditamos que não existe uma unanimidade
quando da qualidade do espaço da instituição, assim acredita-se que é importante
67

que a gestão possa ter um olhar mais apurado sobre os cuidados que precisam
existir e o que precisa melhorar para tornar o espaço mais aprazível para as
crianças favorecendo-lhes um espaço de melhor convivência e consequentemente
que concorra para o desenvolvimento pleno da criança e suas potencialidades.

Gráfico 9: a escola pesquisada é uma instituição de educação infantil. como você atribui as
condições para o desenvolvimento das atividades?

Fonte: a autora (2022)

O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois


busca integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as
relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e
a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de
ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade.

A educação, ao longo de toda sua trajetória vem criando condições para o


educando se desenvolver e vemos principalmente na educação infantil, onde se
inicia a construção da identidade e da autonomia das crianças, que cada vez mais
estas ações pedagógicas se destacam. Neste contexto a ação do coordenador
pedagógico é fundamental, na orientação de uma proposta pedagógica que
contribua diretamente na prática do educador, buscando orientá-los na construção
68

de ações efetivas para o melhor desempenho de seu papel, no dia-a-dia com as


crianças.

Com relação ao apoio pedagógico perguntamos aos respondentes se existe


a colaboração do coordenador pedagógico para a realização das atividades
propostas? Obtivemos as seguintes respostas. 70% dos respondentes afirmaram
que tem o apoio da coordenação pedagógica na efetivação de seu trabalho,
enquanto 30% afirmaram que não. Embora a maioria afirme que recebem apoio do
coordenador pedagógico uma parcela considerável afirma que não. É importante
atentar para esse universo de profissionais que por alguma razão não reconhecem
e nem se sentem apoiados pelo coordenador, considerando que o profissional em
questão é de suma importância para que o professor possa realizar seu trabalho
com metas estabelecidas e suporte adequado tendo em vista se tratar da primeira
etapa da educação básica a qual merece uma atenção ainda maior. Segue gráfico
abaixo.

Gráfico 10: você conta com o apoio pedagógico para as atividades propostas?

Fonte: a autora (2022)

O ato de pesquisar, analisar e comparar é construído e aprimorado com o


passar das experiências vividas. Que lugar senão a escola seria o mais indicado
para explorar tais vivências. Nesse sentido, torna-se mais coerente pensar num
processo de aprendizagem para a vida, tendo a clareza de não sermos capazes de
prever o que virá pela frente - o que reforça a necessidade de estimular a autonomia
69

e a capacidade crítica dos alunos numa crescente construção do pensamento


autônomo.

“Nosso dever é, portanto, preparar a nova geração para acreditar


que pode pensar por si própria e, em última instância, pode até
rejeitar e rever a forma como pensamos no presente.” (KILPATRICK,
2011, p. 62).
Conceber uma educação consoante com esta perspectiva requer uma
mudança da concepção do fazer educativo no qual seja possível uma atuação mais
efetiva do aluno num processo dialético entre alunos e professores, com vistas a um
aprender para a vida em sociedade, por meio de metodologias que permitam a
interação entre teoria e prática. Pensamos que o uso dos jogos no contexto
pedagógico poderia colaborar no processo de aprendizagem, pois, como elucida
Luckesi (2015) o ser humano é ativo, o que consequentemente o leva a aprender
ativamente, seja ao brincar quando criança, ou, quando adultos, pelos diferentes
modos de ação, tais como aqueles que exigem um maior grau de abstração.
Seguindo essa lógica, Salvador (2007, p. 251) declara que:

Uma proposta metodológica que pode auxiliar no processo de


mudanças consiste em transmitir os conteúdos de qualquer
disciplina por intermédio de atividades que possuam movimento,
desafios coletivos, curiosidades, experiências no cotidiano, jogos,
entre outros. Possibilitar ações em que atividades corporais possam
ser realizadas de forma criativa, para que os jovens se percebam
enquanto uma totalidade, enquanto cidadão participativo e construtor
do seu local e produtor de cultura, [...]. (SALVADOR, 2007, p. 251)
Vale ressaltar que o lúdico no contexto pedagógico não remete à falta de
planejamento, pelo contrário, a intencionalidade na conduta do professor é de suma
importância. Visando à construção e aplicação de atividades potencialmente lúdicas
adequadas para a realidade do grupo, levando em consideração o tempo, o espaço
e os materiais disponíveis.

Dessa forma perguntamos aos respondentes quais os principais desafios


para trabalhar com a metodologia lúdica. Obtivemos os seguintes resultados .

Nenhuma. Tendo em vista que além de termos conhecimento que é


uma metodologia eficaz, a escola nos oferece condições razoáveis
para realizar algumas atividades. (PROFESSOR 1)
Muitas vezes a falta de material para ser trabalhado com os alunos,
mas conseguimos elaborar condições de que oportunize a eles o
envolvimento com brincadeiras e jogos. (PROFESSOR 2)
70

Espaço adequado e favoráveis para realizar atividades lúdicas, e


materiais para enriquecer o lúdico no trabalho dos alunos.
(PROFESSOR 3)
Em manter a concentração das crianças, pois logo se dispersão
perdendo o foco. E tem que ter muita atração para manter a criança
ligada nas atividades. (PROFESSOR 4)
Minha maior dificuldade é a falta de concentração das crianças, pois
rapidamente elas se desconcentram e se dispersam. (PROFESSOR
5)
Os materiais para a realização dessa prática que muitas vezes é
confeccionado pelo professor, inexistente na escola. (PROFESSOR
6)
A família, pois, a maioria delas não acreditam que a criança aprende
brincando. (PROFESSOR 7)
Na verdade, sempre existe um desafio, uma dificuldade seja qual
metodologia você utilizar haja vista que estamos lidando com
crianças e nem sempre elas estão dispostas a realizar alguma
atividade. É preciso escolher o momento certo para começar uma
atividade que envolve o lúdico. (PROFESSOR 8)
Posso afirmar que até o momento não encontrei dificuldades, seja
qual for a atividade lúdica que escolho trabalhar com minhas
crianças funciona. (PROFESSOR 9)
As vezes dependendo da necessidade falta de material, mais o
lúdico quanto mais simples mais atraente e dependendo da
criatividade do professor isso acaba sendo até facilitado.
(PROFESSOR 10)
Em alguns momentos a principal dificuldade ainda são os materiais,
embora estes existam e muitas vezes elaborados pelos próprios
professores é insuficiente para ampliar o leque de possibilidades que
as várias brincadeiras existentes permitem. (PROFESSOR 11)
A principal dificuldade é a quantidade de alunos, falta de um auxiliar
na turma, falta de recursos pedagógicos e até mesmo a própria
estrutura da escola. (PROFESSOR 12)
Acredito que os desafios para qualquer atividade dependem muito
daquilo que se propõe realizar. Com o lúdico as atividades precisam
de material adequado para cada objetivo proposto naquela aula,
mas nem sempre contamos com esses recursos. (PROFESSOR 13)
É preciso ressaltar que a família possui um importante papel no processo
educacional da criança. É no contexto familiar que ocorrem as primeiras
experiências, o primeiro contato social e a participação dos responsáveis pela
criança rumo à sua trajetória escolar. Enfatizamos a tão necessária participação da
família no processo educacional, bem como a interação da mesma e da
comunidade junto à equipe escolar. Essa parceria deveria se iniciar na Educação
Infantil e terminar com o fechamento do ciclo da Educação Básica na trajetória da
vida escolar da criança.
71

Em concordância com a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional), o conceito de educação deve ir além do sistema formal, pois
acredita-se que é na base familiar que a criança constrói seus valores, valores estes
que a acompanharão durante toda a sua vida, incluindo o seu processo de
socialização (Brasil, 1998). Por essa razão, há a necessidade de aproximação das
famílias junto à unidade de ensino, o que pode possibilitar um reconhecimento maior
por parte da criança acerca do ambiente social no qual ela está inserida.

A escola, por outro lado, tem como tarefa ensinar, auxiliar e desenvolver
métodos de ensino que que colaborem para a construção de conhecimento. Na
escola o convívio com outros alunos exige o respeito, assim como o convívio com
os professores e demais funcionários. A educação escolar é fundamental para o
desenvolvimento do ser humano, sendo complementar para a construção de seu
caráter em meio ao social. Portanto a metodologia utilizada pelo professor deve se
adequar a necessidade de cada etapa da escolarização da criança e a família deve
entender que seja qual for a metodologia empregada a escola buscar oferecer o
melhor para sua clientela. Por outro lado, a família deve sim, acompanhar o
desenvolvimento desse trabalho em seu contato direto com a escola e verificando
as atividades dos filhos quando da necessidade de alguma argumentação procurar
a escola para um diálogo que permita uma melhor compreensão sobre o que seus
filhos estão aprendendo.

Perguntamos sobre a participação da família no contexto dessas atividades


lúdicas com as crianças.

A grande maioria entende e apoia tendo em vista que eles percebem


no dia a dia da criança algumas mudanças de comportamento,
segundo eles mesmo relatam. (PROFESSOR 1)
Para os pais nos parece indiferente, o importante para estes é que a
criança receba os conhecimentos e habilidades necessárias nessa
etapa, pois de acordo com estes a criança brinca tanto fora da
escola como na escola. (PROFESSOR 2)
Para muitos percebem a brincadeira apenas como entretenimento,
dizem que essa etapa da educação infantil é para a criança brincar
mesmo, mas para nós professores sabemos que as brincadeiras são
com intencionalidade, além de estimular e despertar a imaginação.
(PROFESSOR 3)
Recebem muito bem, alguns reconhecem que através da brincadeira
a criança se socializa, mas não demonstram muita convicção quanto
ao aprender. (PROFESSOR 4)
72

Aparentemente eles aceitam bem, não reclamam e alguns pais


percebem o valor que esse tipo de aprendizagem traz para a
criança. (PROFESSOR 5)
Recebem bem, reclamam quando as atividades fazem com que as
crianças chegam sujas em casa, mas apesar disso não os ouço
questionar a metodologia empregada. (PROFESSOR 6)
Ainda existe muita resistência, mas aos poucos essa perspectiva
parece que vai mudando. Quando eles percebem a evolução dos
filhos eles vão compreendendo melhor o trabalho. (PROFESSOR 7)
A maioria ainda acredita no método tradicional, não valorizando a
ludicidade na educação infantil. (PROFESSOR 8)
Em minha turma especifica ainda não encontrei nenhuma
insatisfação, os pais confiam no trabalho e afirmam que acreditam
no trabalho. (PROFESSOR 9)
Os pais de meus alunos são bem compreensivos. Eles gostam do
trabalho que faço com as crianças, isto é, até hoje não reclamaram
de nada. (PROFESSOR 10)
De forma satisfatória, além do desempenho da criança na leitura e
escrita ela consegue interagir e se comunicar com mais facilidade.
(PROFESSOR 11)
Alguns pais por falta de conhecimento não aprovam o método lúdico
porque ainda acreditam que aprender a ler e escrever não está
relacionado a brincadeiras. (PROFESSOR 12)
Atualmente os pais não realizam muitos questionamentos sobre
essas práticas. Porém percebo que ainda não compreendem a
importância da ludicidade na aprendizagem das crianças.
(PROFESSOR 13)

A metodologia através do lúdico, a criança vai criando um mundo imaginário,


onde aos poucos ela vai inserindo, objetos, coisas, pessoas, animais etc., assim
desenvolve sua própria história e transfere para o mundo real. Pois a criança tem a
capacidade de ir modificando o mundo através de seus sonhos e imaginação,
produzindo e dando vida para suas invenções.

Neste brincar a criança age em um universo imaginário, gerido por normas


análogas ao mundo adulto real, sendo a subordinação às regras de conduta e
normas sociais a razão do prazer que ela experimenta no brincar (VITURI, 2014).

Através de brincadeiras, musicas, filmes, jogos entre outros, a criança vai


desenvolvendo melhor sua socialização, comunicando com seus coleguinhas e
automaticamente melhorando seu desenvolvimento pessoal, intelectual, social,
cultural e motor.
73

Apresentar atividade lúdica para criança como uma ferramenta no


desenvolvimento das inteligências múltiplas, dos saberes e na construção do
conhecimento dentro do ambiente escolar, a atividade lúdica é reconhecida como
meio de fornecer um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que
possibilita a aprendizagem de várias habilidades, além de trabalhar estas
habilidades na criança, ajudará no desenvolvimento da criatividade, na inteligência
verbal–linguística coordenação motora, dentre outras (HUTIM, 2010).

Assim aprender brincando, a criança vai se conhecendo melhor, entendendo


suas limitações, identificando os obstáculos e vencendo seus próprios medos.
Também perceberá que na vida não são apenas vitorias, mas que temos derrotas, e
que precisamos saber superá-las e enfrentá-las. Isso é fundamental para o
aprendizado da criança, pois estamos em um mundo onde a competição existe a
todo instante.

O brincar é uma das atividades básicas para a ampliação da identidade e


autonomia da criança, na qual ela demonstra o seu sentimento através da
brincadeira. Nos jogos e brincadeiras as crianças desenvolvem a coordenação, a
atenção, a imitação, espera sua vez, imaginação e a memória, o seu jeito de brincar
reflete na sua forma de pensar e sentir (HUTIM, 2010). Pensando em como a
ludicidade pode contribuir para a aprendizagem dos alunos perguntamos aos
respondentes, a cultura lúdica desenvolvida pelos professores, a escola valoriza tal
metodologia. Obtivemos os seguintes resultados.

De acordo com os respondentes 100% destes afirmam que a escola por ser
exclusivamente de educação infantil contribui para o desenvolvimento desse
trabalho tendo em vista que a sua clientela de crianças exige que a metodologia
seja lúdica, motivadora e seja capaz de despertar na criança seu imaginário tão
importante nessa etapa de seu processo de adaptação ao espaço escolar.
74

Gráfico 11: a cultura lúdica é valorizada na escola onde você trabalha?

A cultura lúdica é valorizada na escola onde você trabalha

120.00%
100%
100.00%

80.00% A cultura lúdica é valorizada


na escola onde você trabalha
60.00%

40.00%

20.00%
0%
0.00%
SIM NÃO
Fonte: a autora (2022)

Concluímos a entrevista com os professores pedindo que estes pudessem


deixar alguma mensagem sobre os colegas que ainda resistem em trabalhar com
metodologias lúdicas. Obtivemos as seguintes mensagens.

Minha mensagem é sobre a importância, benefícios e o


desenvolvimento de habilidades essenciais, tais como: coordenação
motora, consciência corporal, comunicação, imaginação, etc.
(PROFESSOR 1)
Sabemos que a brincadeira é muito importante para o
desenvolvimento infantil, ajuda na aquisição da coordenação motora,
na interação com o outro, ajuda muito. Quando a criança brinca, ela
pode se expressar, além de aprender a vida toda. O lúdico na
educação infantil não é para preencher os horários livres.
(PROFESSOR 2)
O lúdico em sala de aula transcende a mera prática das
brincadeiras, devendo ter o aprendizado como finalidade.
(PROFESSOR 3)
As crianças necessitam do brincar e do interagir pois são ações que
fazem parte do seu contexto de infância. Não podemos privá-las de
suas vivências, dessa forma o método lúdico contribui para o ser
criança não perca a essência e por meio das brincadeiras
intencionais podemos garantir a aprendizagem sem podá-las.
(PROFESSOR 4)
A ludicidade é fundamental para o desempenho das crianças, seja
na área afetiva, desenvolvimento do corpo e outros. (PROFESSOR
5)
Não sou esse tipo de profissional que resiste as atividades lúdicas,
diria que o lúdico na educação infantil é o casamento perfeito e
como arroz e feijão. (PROFESSOR 6)
75

É importante para a aprendizagem e o desenvolvimento das


crianças, não se pode deixar que a criança não tem a oportunidade
de conviver com diferentes metodologias que oportunize a estas o
melhor conhecimento possível. (PROFESSOR 7)
Tudo que é novo, tudo que pode agregar valor é fundamental para a
aprendizagem das crianças. O professor precisa entender que na
educação tudo é um processo. (PROFESSOR 8)
Que a ludicidade é a melhor maneira da criança aprender a interagir
com outras ao seu redor, os comportamentos são melhorados e sim
sua aprendizagem vai sendo aperfeiçoado. (PROFESSOR 9)
As atividades lúdicas também precisam ser bem planejadas para ter
um caráter pedagógico para que possa por meio do objetivo que
está estabelecido, promover a interação social e o desenvolvimento
das habilidades e do intelecto. (PROFESSOR 10)
A atividade lúdica é necessária e importantíssima para o
desenvolvimento da criança. portanto, todos os professores
deveriam utilizar cotidianamente em boas práticas. (PROFESSOR
11)
Que são crianças, precisam dessa essência da ludicidade, elas dão
mais atenção e pegam mais rápido o que se tem para aprender,
aprender brincando é o melhor ensino para as crianças do infantil.
(PROFESSOR 12)
É importante para o desenvolvimento da criança, oportuniza que a
criança possa aprender novas dinâmicas e interagir com os colegas.
(PROFESSOR 13)

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer e aprender sobre a importância da ludicidade nos permite concluir


que jogos e brincadeiras proporcionam uma melhor experiência para o
desenvolvimento infantil. Dessa forma, este artigo mostrou a importância do lúdico e
sua relevância na história, bem como as brincadeiras e os jogos são essenciais no
desenvolvimento e aprendizado das crianças, pois dessa maneira aprendem de
forma prazerosa e satisfatória. Constatamos que ensinar de forma lúdica auxilia no
processo de conhecimento do educando, permitindo ter uma visão mais abrangente
de mundo, para que sua capacidade criadora seja trabalhada através da ludicidade
se tornando uma aprendizagem eficaz.
76

Diante disso, é importante destacar que o brincar é um direito da criança e


deve ser utilizado como instrumento pedagógico, tal como, também é um direito da
criança de ter uma educação com qualidade por isso, é preciso lembrar que as
instituições devem fornecer espaços adequados para as atividades lúdicas, o que
possibilita uma melhor interação e um aprendizado de qualidade. Por meio dos
jogos e brincadeiras, a aprendizagem infantil se torna mais significativa, o que
contribui para o desenvolvimento de suas habilidades de forma ampla.

Durante as atividades práticas como a brincadeira, é importante também que


o professor/mediador reconheça as etapas do desenvolvimento para aplicar
atividades adequadas para a faixa etária da criança. Essa perspectiva é essencial,
pois o profissional da educação necessita reconhecer que a brincadeira e o jogo não
é apenas uma diversão, mas sim, um momento de promover a reflexão, o
desenvolvimento sensorial e corporal do aluno. A imaginação, a criatividade e a
afetividade são desenvolvidas de uma maneira que a criança se sinta motivada a
aprender e queira participar das atividades propostas em sala de aula
77

8. RECOMENDAÇÕES

Inúmeras pesquisas já realizadas apontaram para a importância de se


trabalhar a ludicidade na educação infantil. Através desta pesquisa foi possível
compreender melhor a contribuição do lúdico para o desenvolvimento do
aprendizado da criança, facilita a linguagem e estimula os movimentos corporal,
comportamento, adição, habilidade expressiva e dramática da criança são alguns
caminhos que o brincar proporciona para a infância da criança.

A fala das professoras da instituição de educação infantil ficou perceptível


que as atividades lúdicas são essenciais para o desenvolvimento das crianças e que
essas atividades facilitam a aprendizagem, contribuindo para a convivência em
grupo.

Um fator que nos chamou a atenção foi a relação dos professores com a
coordenação pedagógica tendo em vista que as mesmas afirmaram não receber
apoio necessário para elaborar suas atividades, isso nos leva a questionar se não
existe metas na instituição a serem cumpridas com relação a aprendizagem da
criança? e com uma relação distante como é possível avaliar o desempenho do
trabalho do professor e como este vem desenvolvendo seu trabalho.
78

Outra questão intrigante é o fato de que a escola não possui professores


efetivos, e alguns com pouco tempo de experiência, é viável que uma instituição
exclusiva de educação infantil possa haver essa rotatividade de profissionais, isso
não implicaria em prejuízos para o processo de adaptação da criança assim como
seu desempenho. Recomenda-se nesse caso que a secretaria de educação reveja
a lotação dos profissionais na referida instituição, se essa postura é a mais
assertiva.

Sabemos que a escola é um lugar de aprendizado, encontro e de trocas onde


a criança compartilha o conhecimento e socializa, criam convivência que são
levadas para vida adulta, e as atividades lúdicas são muitos importantes para que
se estreite esse laço de interação. Nesse sentido é fundamental que se tenha
profissionais experientes e uma gestão comprometida com as ações no âmbito da
instituição.

9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica, Técnicas e Jogos Pedagógicos. São


Paulo: Loyola, 1995.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução no 1, de 15 de maio de


2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em
Pedagogia, licenciatura. Diário Oficial da União, Brasília, 16 mai. 2006, Seção 1,
p.1, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação
infantil/Ministério da Educação* e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes Curriculares Nacionais para


a Educação Infantil. Resolução n. 5, de 17/12/2009, Brasília: MEC, 2009.

BRASIL. Indicadores da qualidade da educação infantil. Ministério da Educação.


Secretaria da Educação Básica. Brasília: MEC /SEB. 2009a.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional


para a Educação Infantil. Brasília: MEC / SEF, 1998.
79

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9.394/96.

BROCKER, Avril... [et.al]; tradução Fabiana Karan; revisão técnica: Maria Carmem
Silveira Barbosa. Brincar para a vida. Porto Alegre: Penso, 2011.

CAMPOS, M. M.; FÜLLGRAF, J.; WIGGERS, V. A qualidade da educação infantil


brasileira: alguns resultados de pesquisa. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 127,
jan./abr. 2006

FROEBEL, apud Negriene, Airton. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil:


Simbolismo e Jogos. Porto Alegre: Prodil, 1994.

HUTIM, Marciley Maria. Ensinar numa perspectiva lúdica a partir dos jogos e


das brincadeiras na educação infantil. Aparecida de Goiânia 2010. Disponível em
:<http://www.unifan.edu.br/files/pesquisa/ Acesso em: 22. fev. de 2023.

KISHIMOTO, T. M. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação.


Petrópolis: Vozes, 1993.

KISHIMOTO, T. M. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7ª ed. São


Paulo. Cortez, 2003.

KILPATRICK, W. Educação para uma sociedade em transformação. Petrópolis:


Vozes, 2011.

LUCKESI, C. Ensinar, brincar e aprender. Aprender – Cad. de Filosofia e Psic. da


Educação, Vitória da Conquista, ano IX, n. 15, p. 131-136, 2015. Disponível em:
periodicos.uesb.br/index.php/aprender/article/viewFile/5484. Acesso em: 20.fev.
2023.

NÓVOA, António. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.

OLIVEIRA, Vera Barros de (org.). O Brincar e a Criança do Nascimento aos Seis


Anos. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

PORTO, Eline Tereza Rozante. Mensagens corporais na pré-escola: um


discurso não compreendido. In: MOREIRA, Wagner Wey. Corpo presente, corpo
pressente.

SALVADOR, M. A. S. Corpo e controle no cotidiano escolar: desafios na


construção do conhecimento. In: ENFEFE, 11., Rio de Janeiro. Anais... Rio de
Janeiro: UFF, 2007, p. 246- 256.

SOUSA, Maria de Fátima Guerra de. Educação Infantil: os desafios da qualidade


na diversidade. Seminário Nacional de Educação Infantil do SESI: Identidade na
diversidade. Belém,1998.
80

VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. 1989.


81

APÊNDICES
82

ENTREVISTA COM OS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL


COMO REQUISITO PARA O CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO.

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA APRENDIZAGEM DAS


CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
1. SUA FORMAÇÃO?
2. HÁ QUANTO TEMPO TRABALHA NA ESCOLA ATUAL?
3. QUAL SUA SITUAÇÃO? CONTRATADA OU EFETIVA?
4. QUANTOS ANOS DE EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL?
5. TEM ALGUMA FORMAÇÃO ESPECÍFICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL?
6. VOCÊ JÁ PARTICIPOU DE ALGUMA OUTRA PESQUISA VOLTADA PARA A ÁREA DA EDUCAÇÃO
INFANTIL?

7. VOCÊ SABE O QUE É LUDICIDADE?


() SIM () NÃO

8. VOCÊ ACREDITA QUE ELA CONTRIBUI NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA?


() SIM () NÃO

9. VOCÊ TRABALHA SÓ ATIVIDADES LÚDICAS OU VOCÊ ACREDITA QUE ELA É APENAS UM


COMPLEMENTO? PARA VOCÊ EXISTEM MÉTODOS MELHORES E MAIS EFICAZES?

10. EM SUA OPINIÃO AS CRIANÇAS CONSEGUEM DEMONSTRAR MAIOR INTERESSE QUANDO DO USO
DA METODOLOGIA LÚDICA?
() SIM () NÃO
11. QUAIS AS BRINCADEIRAS QUE VOCÊ CONSIDERA INDISPENSÁVEL E QUE CONTRIBUI PARA A
APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS?
12. A ESCOLA PESQUISADA É UMA INSTITUIÇÃO ESPECÍFICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL? COMO VOCÊ
ATRIBUI AS CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES?
() BOM () REGULAR () ÓTIMO

13. A ESCOLA DISPÕE DE MATERIAL LÚDICO PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES?


() SIM () NÃO

14. VOCÊ CONTA COM APOIO PEDAGÓGICO PARA QUE AS ATIVIDADES PROPOSTAS POSSAM SER
REALIZADAS?
() SIM () NÃO
15. QUAIS SÃO SUAS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA LIDAR COM ESSA METODOLOGIA LÚDICA?
16. COMO OS PAIS RECEBEM ESSE TIPO DE EDUCAÇÃO OFERTADA AS CRIANÇAS NESSA ETAPA?
17. A CULTURA LÚDICA É VALORIZADA NA ESCOLA QUE VOCÊ TRABALHA?
() SIM () NÃO
18. SE VOCÊ TIVESSE QUE ACRESCENTAR ALGUMA INFORMAÇÃO A ESSA ENTREVISTA O QUE VOCÊ
DIRIA PARA AQUELES PROFESSORES QUE AINDA RESISTEM AS ATIVIDADES LÚDICAS NA SALA DE
AULA? OU VOCÊ É UMA DELAS? JUSTIFIQUE?
83

Você também pode gostar