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1) ROTEIRO DA MATERIALIDADE EXTERNA DO LIVRO DIDÁTICO

1. Qual o contexto social, político, espacial e histórico da concepção, do


desenvolvimento e da publicação do livro didático de RONALDO
VIEIRA, JORGE FERREIRA, SHEILA DE CASTRO FARIA E DANIELA
BUANO CALAINHO EM HISTORIA.doc 8º ano.
R: o livro traz informações sobre as tramas da história, em uma volta ao
passado, sem abordagens gerais, valorizando experiências individuais,
episódios-chaves, trajetórias particulares.

2. Qual o ano de publicação do LD e quantas foram as edições


posteriores?
R: 2018, 2 edições anteriores.

3. O ano ou momento histórico de publicação do LD marca alguma


efeméride histórica (Por exemplo: 1822 [Independência do Brasil],
1888 [abolição da escravidão], 1889 [Golpe Militar que proclamou a
República no Brasil], 1930 [Revolução de 1930], 1985 [Início do fim
da Ditadura Militar-Empresarial iniciada após o Golpe Militar de
1964- 1985], 1988 [Centenário da Abolição da Escravidão]. 2021
[pandemia de Covid-19], 2022 [Bicentenário da Independência])
entre outras?

R: Tensões comerciais entre EUA e China: Os Estados Unidos e a China


iniciaram uma disputa comercial que resultou na imposição de tarifas sobre
produtos entre os dois países. Encontro histórico entre líderes das Coreias:
O líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in
realizaram uma cúpula em abril, marcando a primeira vez que líderes das
Coreias se encontraram em mais de uma década.

4. É necessário analisar as partes pré-textuais de um LD:


capa/contracapa, imagens/ilustrações, dedicatórias, prefácios,
posfácios, referências bibliográficas, anexos, notas de rodapé,
quantidade de páginas, fontes citadas.

R: 247 páginas, existem notas de rodapés explicativas para uma maior


compreensão do conteúdo, apresentam referências bibliográficas, não
apresenta dedicatória e nem prefácio.
5. Anotar a formação acadêmica e/ou a vinculação institucional do
(s/as) autor (es/as)

R: Ronaldo Vainfas: Doutor em história social pela Universidade de São Paulo,


professor do departamento de história da Universidade Federal Fluminense.
Jorge Ferreira: Doutor em história social Universidade de São Paulo, professor do
departamento de história da Universidade Federal Fluminense.
Sheila de Castro Faria: Doutora em história pela Universidade Federal
Fluminense, professora do Departamento de História da Universidade Federal
Fluminense.
Daniela Buono Calainho: Doutora em história pela Universidade Federal
Fluminense, professora do Departamento de ciências humanas da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro.

6. Perguntar e responder se a linguagem utilizada no LD é adequada


ao público-leitor destinado: estudante, professor/a, ensino primário,
ensino secundário, ensino superior, Ensino de Jovens e Adultos
(EJA)?

R: a linguagem é adequada para o professor onde constam muitas


informações que contribuem para o desenvolvimento de seu trabalho e aporte
pedagógico em sala de aula.
2. ROTEIRO da MATERIALIDADE INTERNA de um LIVRO DIDÁTICO (LD)

1. Qual o plano didático ou concepção de ensino do LD? Os assuntos/temas


estão organizados por unidades temáticas ou por acontecimentos
históricos?
R: os assuntos estão organizados por acontecimentos históricos que
marcaram a vida da humanidade.
2. A narrativa histórica apresenta e faz a crítica de documentos históricos?

R: sim. Explicita através de uma linguagem concisa e coerente sobre


todos os aspectos que envolve cada temática embasados em documentos
que comprovam os acontecimentos históricos.

3. Qual a perspectiva do conceito de história (referenciais teóricos,


conceituais e metodológicos) presente no LD? A narrativa do LD obedece
a princípios não eurocêntricos?
R: percebe-se que o LD recupera conteúdos anteriores, como o
contexto histórico do antigo regime Europeu ocidental, em que o Estado
acumulou o máximo de poder, com desdobramentos nos vários continentes em
maior ou menor grau: o tempo do absolutismo monárquico ou, em alguns casos
do despotismo esclarecido. A temporalidade se estende do século XVIII ao final
do século XIX, e destaca a formação e expansão do capitalismo, da sociedade
burguesa e do liberalismo.

4. A narrativa histórica é interdisciplinar?

R: sim. Tendo em vista que o texto base de forma implícita ou explicita,


traz destaque para a antropologia. No entanto, no hipertexto composto
pelos boxes e mapas, se dá especial atenção a geografia, e traz aspectos
das ciências.

5. Como o LD encara o ato de ESTUDAR HISTÓRIA?

R: O livro didático configura-se como um dos instrumentos pedagógicos mais


utilizados pelos professores em sala de aula. Sabe-se que, a partir do contexto
em que são produzidos, os livros didáticos sofrem interferências de diferentes
ordens, sejam de cunho político, econômico, seja social ou cultural.
6 Em suma, a narrativa do LD propõe tratar de assuntos do passado, tendo
como ponto de partida questões da atualidade?
R: sim. Considerando que este amplia o horizonte do conhecimento do
aluno ao fornecer questionamentos que o preparam para a análise da
complexidade dos mundos do século XX e XXI.

7 Os grandes períodos ou rupturas históricas [História Moderna; História


Contemporânea; Formação da Modernidade, dos Estados-Nação
Modernos, do Capitalismo, das Grandes Revoluções etc.] são
demarcados por acontecimentos, datas, ações de indivíduos ou grandes
processos que explicam as mudanças?
R: sim. Ao analisar os capítulos do LD é perceptível a compreensão
desses períodos e as consequências para a humanidade diante desses
processos.

8 A abordagem metodológica da narrativa principal é da HISTÓRIA


FACTUAL, da HISTÓRIA COMPARADA, da HISTÓRIA GLOBAL, de
HISTÓRIAS CONECTADAS, da HISTÓRIA EVOLUCIONISTA, da
HISTÓRIA MARXISTA MATERIALISTA.

R: a abordagem é da história global e seus impactos no mundo


contemporâneo fazendo com que o aluno possa compreender fatos
importantes que impactaram o mundo e que através dos mesmos tem-se
hoje concepções que regem as políticas externas e econômicas do
mundo.

9 A narrativa histórica principal, ao explicar o dinamismo das mudanças


da história humana, destaca as relações dos seres humanos com os
ecossistemas; os sistemas de ideias; o trabalho, as classes sociais e as
forças produtivas; as tecnologias; à industrialização; às transformações
econômicas etc.?

R: sim. É possível perceber em cada capitulo, já que estes tratam de


alguns temas que mudaram radicalmente a vida de uma sociedade,
quando fala sobre escravidão e liberdade, as américas independentes e
ao abordar a burguesia como dominadora do mundo.
10 A narrativa histórica se ancora sobre heróis, grandes homens,
colonizadores europeus, instituições, classes sociais, “raças”,
mestiçagem, grupos étnicos, povo ou valoriza a história ou cultura
comum da formação de uma nação?

R: em grandes mudanças a partir da intervenção de um grupo de


pessoas, e homens que foram responsáveis pelos grandes feitos de sua
época.

11 A narrativa histórica do LD converge ou é crítica ao SABER OFICIAL


(instituições políticas, de saber literário e científico, como partidos
políticos, institutos históricos e geográficos etc.) e as relações ou
campos de poder presentes na sociedade, Estado-nação e no mundo?
R: de certa forma converge tendo em vista que há um enfoque especifico
sobre a dominação de alguns povos, ou seja, enfatiza a relação entre
dominado e dominadores.
12 Quais as matrizes discursivas utilizadas para construir a narrativa
histórica do LD (textos, imagens, mapas, fotografias, documentos
históricos, diários, crônicas, Anais, histórias em quadrinhos, filmes,
documentários, pinturas, mosaicos, mitos, monumentos [que são
expressões de manifestações púbicas da história], celebrações públicas
[como o Bicentenário da Revolução Francesa; o Centenário da Abolição
da Escravidão em 1888; o Bicentenário da Independência do Brasil;
etc.], fábulas populares, poesia, peça teatral, prosas, drama histórico
[como as peças criadas por William Shakespeare], letras de músicas,
literatura etc.)?

R: as imagens são bastantes fortes, buscam traduzir momentos


importantes da história e seus homens, batalhas que marcaram toda uma
trajetória de luta pelo espaço e valorização de povos ao longo da história.
13 A narrativa histórica faz uso de discursos e fontes escritas,
arqueológicas, epigrafias [o estudo das inscrições], paleografia [a
decifração de formas antigas ou não familiares de escrita], práticas
pictográficas nativas etc., para a elaboração do LD?
R: ao longo de todo o LD é possível perceber inferências a essas questões
como fontes escritas, arqueológicas, paleografia entre outros.
14 A narrativa histórica utiliza algumas outras rotas como pontos de acesso
alternativos a eventos do passado (e que são comumente muito
diferentes da história escrita), como: as tradições orais de tempos
remotos ou o depoimento direto de testemunhas?

R: sim. O LD é bastante rico em informações e muito contundente nas


suas argumentações onde tanto o utiliza as tradições orais como traz para
ilustrar depoimentos direto de testemunhas.

15 Utiliza ou apresenta exemplos de escritos produzidos em um meio


diferente do papel ou do pergaminho (como, por exemplo, as crônicas
gravadas em pedra na antiga Mesopotâmia, os ossos oraculares
chineses da Era Shang)? Utiliza fontes auditivas ou visuais (além das
fontes gráficas)?

R: sim. Ao longo do LD se vê muitos pergaminhos, além de crônicas


utilizadas na época. Utiliza apenas fontes gráficas, não auditivas.

16 Desde a década passada, a revolução em grandes bancos de dados1, a


Internet e a pesquisa online tornaram possíveis a realização de
pesquisas de modos muito diferentes do que estávamos acostumados a
realizar [em arquivos, bibliotecas etc.], e desde então abriram novos
canais de investigação. Então, pergunto:

O LD analisado apresenta essas inovações?

R: não. ele apenas se atém aos fatos sem fazer qualquer consideração
sobre as inovações tecnológicas.
O LD analisado utiliza ferramentas da HISTÓRIA DIGITAL, como a
Wikipédia, You Tube, Redes Sociais Digitais?

R: não.

17A fim de tornar o LD mais compreensível e acessível, o texto da narrativa


principal apresenta NOTAS de RODAPÉ? São usadas para documentar
pontos muitos específicos?

R: sim. Existem muitas notas explicativas, além de notas de rodapé como


fonte comprobatória das informações ali apresentadas.
18 Quando apresenta um fato histórico ou ponto controverso, famoso ou
contido em muitos outros livros, a narrativa principal conduz o/a leitor/a
para NOTAS de RODAPÉ, BOXES ou CAIXAS de TÓPICOS [que
podem conter tanto textos de autores clássicos como abordagens
historiográficas recentes, ou imagens, chargesa, mapas, documentos,
atividades reflexivas etc.
R: sim. Muito esclarecedoras e cheias de informações que corroboram
para a compreensão do assunto a ser tratado.

19 A fim de tornar o LD mais compreensível e acessível o texto da narrativa


principal apresenta CAIXA de TÓPICOS (que fornecem detalhes
adicionais sobre episódios particulares ou pontos importantes da
história)?
 Essas CAIXAS de TÓPICOS podem ser lidas à parte, e estão separadas da narrativa
principal, tanto para destacá-las como para não tirar a atenção do relato do próprio
capítulo?

R: sim
 O conteúdo das CAIXAS de TÓPICOS é muito pequeno ou muito
extenso?
R: compativel com as informaçoes que merecem serem agregadas,
podendo variar dependendo do assunto em questão.
 O conteúdo das CAIXAS de TÓPICOS é satisfatório ou insatisfatório em seu objetivo
de fornecer detalhes adicionais para facilitar a compreensão da narrativa principal dos
capítulos do LD?

R: satisfatório tendo em vista que facilita a compreensão de alguns


conteúdos que são explanações no decorrer do texto.
20. Os capítulos da narrativa ou o texto principal do LD apresentam CITAÇÕES,
elementos no texto que ilustram, costumeiramente, um ponto em discussão no
 LD para adicionar um detalhe de interesse essencial ou não à narrativa
principal?
R: é importante nos atentarmos para os detalhes dessas citações
porque se tornam mais esclarecedores e enriquecem ainda mais a
compreensão do contexto em que o assunto se insere.
 Os capítulos da narrativa ou o texto principal do LD apresentam
EXTRATOS ou elementos - que geralmente fornecem exemplos
ilustrativos - que podem ser destacados e analisados de forma
separada?

R: sim. Ao longo do LD se percebe esses extratos que clarificam e


tornam mais claras a proposta dos conteúdos apresentados.
 Você, como estudante/professor(a) achou-os muito breves?
R: não. Se apresentam como a medida assertiva para que possamos
compreender o que os conteúdos desejam apresentar.
 Achou que é necessário prescrever ou indicar em separado EXTRATOS
mais extensos de outros trabalhos, ou mesmo o texto completo de
outros autores/as (historiadores ou não?)
R: qualquer que seja os extratos, extensos ou não estes agregam valor
ao conhecimento que o LD deseja apresentar, considero muito válido.
21. As CITAÇÕES e os EXTRATOS mais longos que acompanham o texto
principal são acompanhados de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESPECÍFICAS?
R: sim, todos trazem suas referências bibliográficas.
22. Os capítulos da narrativa ou texto principal do LD apresentam a indicação
de LEITURAS COMPLEMENTARES para cada capítulo (em vez de,
como ocorre costumeiramente, apenas uma única bibliografia
amalgamada encontrada no final do LD)?

R: sim. Mostra outras fontes que podem enriquecer ainda mais as


informações apresentadas.

23. O LD apresenta alguma lista de BIBLIOGRAFIA COMENTADA Ou, o LD


apresenta um apêndice bibliográfico que reflete temas importantes
sugerindo a existência de cadeias de conexões interdisciplinares?
R: não. apenas apresenta as referências inerentes ao conteúdo
apresentado.
24. O TEXTO da narrativa principal, as CITAÇÕES, os EXTRATOS, as
CAIXAS de TÓPICOS ou os BOXES apresentam as datas de nascimento
e morte dos personagens principais da narrativa?

R: sim. Em detalhes o que facilita a compreensão do aluno.


25. As DATAS estão vinculadas a um esquema cronológico linear? Ou seja,
a narrativa histórica é linear ou interconecta as dinâmicas históricas?
Suas explicações interligam ou não fatores internos e externos; o local e
o global; o particular e o universal?
R: as datas não seguem uma cronologia linear. São narrativas históricas
que marcam momentos importantes do mundo.

26. Além das REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, o LD apresenta


GLOSSÁRIO, SUGESTÕES de LEITURA, ÍNDICE REMISSIVO?

R: sim, apresenta algumas sugestões de leitura.


3)APONTAMENTOS METODOLÓGICOS para ANÁLISE de UNIDADES
TEMÁTICAS sobre IMPÉRIOS e COLONIALISMOS

3.1) ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE a “ERA dos DESCOBRIMENTOS” e o


TRÁFICO NEGREIRO:

[1] Como a “Era dos Descobrimentos” relaciona a chamada “expansão”, o “tráfico de


escravos” transatlântico e o racismo?
R: A "Era dos Descobrimentos" refere-se ao período histórico que abrange
principalmente os séculos XV e XVI, quando os europeus realizaram grandes
explorações marítimas e descobriram novas rotas marítimas para várias partes do
mundo. Durante essa época, houve uma expansão significativa dos impérios
coloniais europeus, com a colonização e a conquista de terras em várias partes do
globo.
A expansão europeia durante a Era dos Descobrimentos está diretamente
relacionada ao tráfico de escravos transatlântico e ao racismo. À medida que os
europeus colonizavam terras no Novo Mundo (América), eles buscavam mão de
obra para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, tabaco, algodão e outras
atividades agrícolas. Isso levou à prática generalizada do tráfico de escravos
transatlântico, no qual milhões de africanos foram capturados e vendidos como
escravos nas colônias americanas.
O tráfico de escravos foi uma das formas mais brutais e desumanas de exploração e
opressão. Os africanos eram sequestrados de suas terras natais, transportados em
condições terríveis nos navios negreiros e vendidos como propriedade para
trabalhar nas plantações. Essa prática de escravidão transatlântica durou séculos e
teve um impacto devastador nas vidas de milhões de pessoas, além de deixar um
legado de desigualdade e racismo até os dias atuais.
O racismo estava profundamente enraizado nas justificativas ideológicas usadas
para sustentar a escravidão e o comércio de escravos. As teorias racistas
sustentavam que os africanos e seus descendentes eram inferiores e destinados à
escravidão por natureza. Essas ideias discriminatórias foram amplamente
disseminadas durante a Era dos Descobrimentos e foram usadas para legitimar o
comércio de escravos e a opressão racial. O racismo se tornou um sistema de
crenças e práticas que perpetuou a desigualdade, a discriminação e a violência
contra pessoas negras ao longo da história.
É importante reconhecer que a expansão, o tráfico de escravos transatlântico e o
racismo foram interconectados e se influenciaram mutuamente durante a Era dos
Descobrimentos. A exploração e a colonização de terras em diferentes partes do
mundo pelos europeus foram acompanhadas pela exploração e escravização de
pessoas de origem africana, criando um sistema global de desigualdade racial e
injustiça que tem consequências duradouras até os dias atuais.
[2] Como são descritos a opressão e os “aspectos negativos da colonização”?

R: A opressão e os aspectos negativos da colonização são descritos como um


conjunto de práticas e sistemas que resultaram na subjugação e exploração de
povos e territórios colonizados. Esses termos são frequentemente utilizados para
descrever o impacto duradouro e prejudicial do colonialismo sobre as sociedades
indígenas e outros grupos marginalizados ao redor do mundo.
A opressão na colonização refere-se às várias formas de dominação exercidas pelos
colonizadores sobre os povos colonizados. Isso inclui a imposição de leis e sistemas
governamentais estrangeiros, a exploração econômica dos recursos naturais do
território colonizado, a restrição dos direitos e liberdades dos povos colonizados, a
supressão de suas culturas, línguas e crenças tradicionais, além da violência e
discriminação sistemáticas.
Os aspectos negativos da colonização englobam uma série de consequências
prejudiciais para as sociedades colonizadas. Isso inclui a perda de terras e recursos,
a destruição do meio ambiente, a desestruturação social, a desvalorização das
culturas nativas, o genocídio e o desaparecimento de povos indígenas, a violência
sexual e física contra as populações locais, o racismo institucionalizado e a
perpetuação de desigualdades socioeconômicas.
Essas descrições ressaltam como a colonização teve efeitos duradouros na
identidade, estrutura social e desenvolvimento das nações colonizadas. A opressão
e os aspectos negativos da colonização são tópicos importantes no estudo da
história, sociologia e estudos pós-coloniais, que buscam entender e abordar as
consequências desses processos no presente.

[3] Como os livros didáticos representam os povos nativos?


R: A representação dos povos nativos em livros didáticos pode variar amplamente,
dependendo do contexto, do país e do currículo adotado. No entanto, é importante
reconhecer que, historicamente, muitos livros didáticos apresentavam perspectivas
estereotipadas, distorcidas ou incompletas sobre os povos nativos.
Anteriormente, muitos livros didáticos retratavam os povos nativos como primitivos,
selvagens ou como obstáculos para o progresso civilizatório. Essas representações
reforçavam estereótipos negativos e desvalorizavam as culturas, conhecimentos e
contribuições dos povos indígenas.
Felizmente, nas últimas décadas, houve uma crescente conscientização sobre a
importância de uma representação precisa e respeitosa dos povos nativos nos livros
didáticos. Esforços estão sendo feitos para incluir narrativas mais autênticas,
histórias contadas a partir da perspectiva dos povos indígenas e informações
atualizadas sobre sua cultura, história e contribuições para a sociedade.
Os avanços na representação dos povos nativos nos livros didáticos incluem a
inclusão de informações sobre a diversidade cultural, a resistência e a resiliência dos
povos indígenas, bem como a valorização de suas línguas, conhecimentos
tradicionais e perspectivas sobre o meio ambiente.
No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para garantir uma representação
justa e precisa dos povos nativos nos livros didáticos. É importante que as vozes e
perspectivas indígenas sejam incluídas no processo de produção de materiais
educacionais, para que as histórias sejam contadas de maneira autêntica e não
apenas por meio de lentes externas ou coloniais.
As organizações indígenas, educadores, pesquisadores e defensores dos direitos
indígenas desempenham um papel fundamental na promoção de uma
representação mais justa e inclusiva dos povos nativos nos livros didáticos,
trabalhando em parceria com os órgãos responsáveis pela elaboração dos currículos
e materiais educacionais.

[4] Como a narrativa histórica enfatiza o papel da Espanha e de Portugal no marco


histórico da “descoberta e conquista da América e do Brasil”?

R: A narrativa histórica tradicionalmente enfatiza o papel da Espanha e de Portugal


no marco histórico da "descoberta e conquista da América e do Brasil". Essa ênfase
reflete a perspectiva eurocêntrica predominante nos estudos históricos por muitos
séculos.
Essa narrativa histórica enfatiza o papel de Espanha e Portugal como os principais
protagonistas na "descoberta e conquista" da América e do Brasil, enfatizando o
aspecto exploratório e expansionista dessas nações europeias. No entanto, é
importante ressaltar que essa perspectiva é uma visão eurocêntrica e não leva em
consideração as sociedades indígenas que já habitavam essas terras e suas
próprias histórias e culturas. Nos últimos anos, tem havido esforços crescentes para
incorporar perspectivas indígenas e outras abordagens críticas na narrativa histórica,
visando uma compreensão mais inclusiva e completa desses eventos históricos.

[5] A “expansão europeia” é tratada como uma consequência da “exploração” de


novas rotas marítimas transoceânicas?
R: Sim, a expansão europeia foi, em grande parte, uma consequência da exploração
de novas rotas marítimas transoceânicas durante os séculos XV e XVI. A busca por
rotas comerciais mais diretas para as regiões produtoras de especiarias e outras
mercadorias valiosas do Oriente foi um dos principais motores da expansão
europeia.
Naquela época, o comércio com o Oriente era dominado principalmente pelos
otomanos e pelos comerciantes muçulmanos, que controlavam as rotas terrestres
que ligavam a Europa ao Oriente. No entanto, essas rotas terrestres eram perigosas
e caras, o que incentivou os europeus a procurar rotas marítimas alternativas.
Portugal foi uma das primeiras nações europeias a se envolver na exploração
marítima em larga escala. Sob a liderança de príncipes como Henrique, o
Navegador, os portugueses começaram a explorar a costa da África em busca de
um caminho marítimo para o Oriente. Eles navegaram ao longo da costa africana,
contornando o Cabo da Boa Esperança, e estabeleceram uma série de feitorias e
postos de comércio ao longo do caminho.
Em 1492, a Espanha também entrou na corrida marítima ao patrocinar a expedição
de Cristóvão Colombo, que acabou descobrindo a América. Essa descoberta abriu
um novo mundo de possibilidades para os europeus e desencadeou uma intensa
competição entre as potências europeias para explorar e colonizar as terras recém-
descobertas.
[6] Na “descoberta” do NOVO MUNDO é acentuado o “encontro” com novos povos,
culturas, flora e fauna?
R: Em relação aos encontros com novos povos, culturas, flora e fauna durante a
"descoberta" do Novo Mundo, esses foram aspectos cruciais e fundamentais desse
processo histórico. Os exploradores europeus, como Cristóvão Colombo, Vasco da
Gama e outros, encontraram povos indígenas das Américas, África e Ásia, com
culturas distintas, idiomas, crenças e sistemas sociais diferentes dos seus. Além
disso, eles foram expostos a uma ampla variedade de flora e fauna desconhecidas
na Europa, que foram levadas de volta para o Velho Mundo e tiveram um impacto
significativo nas trocas biológicas e transformações econômicas e culturais. Esse
encontro com novos povos, culturas, flora e fauna foi um evento de grande
importância histórica e que teve profundas consequências para as sociedades
envolvidas.
[7] A unidade do LD apresenta ou não os principais temas da narrativa da “Era dos
Descobrimentos”:
(1) o imaginário da aventura americana; sim
(2) o encontro cultural entre europeus e nativos; sim
(3) a hesitação entre uma aliança e o que é encarado como violência inevitável
contra os nativos. Sim.

[8] A narrativa histórica sobre a “Era das Descobertas” utiliza as noções de


“encontro” e “aventura”? (Afinal, essas são noções que despolitizam o fato histórico
e, também, as interpretações do colonial e do “pós-colonial”).
R: sim. Como exemplo temos O tráfico de escravos foi uma das formas mais brutais
e desumanas de exploração e opressão. Os africanos eram sequestrados de suas
terras natais, transportados em condições terríveis nos navios negreiros e vendidos
como propriedade para trabalhar nas plantações

[9] A “expansão” e as “descobertas” portuguesas são interpretações que incluem


como sujeitos históricos as sociedades nativas?
A expansão marítima e as descobertas portuguesas foram eventos históricos que
tiveram impacto significativo no mundo, especialmente nos séculos XV e XVI. No
entanto, é importante reconhecer que a narrativa tradicional desses eventos
frequentemente negligenciava ou marginalizava o papel das sociedades nativas nas
regiões colonizadas pelos portugueses.
No contexto das explorações marítimas e descobertas, as sociedades nativas nas
regiões exploradas e colonizadas foram frequentemente retratadas como objetos
passivos ou meros "achados" pelos europeus, em vez de serem reconhecidas como
agentes históricos ativos. Essa perspectiva é resultado de uma visão eurocêntrica da
história, que enfatiza as conquistas e realizações dos europeus, enquanto minimiza
ou ignora o conhecimento, a cultura e a agência dos povos nativos.
10] A abordagem sobre o tráfico transatlântico de africanos/as escravizados/as
mantém ou não a ausência ou silêncio da história da África?
R: nem sempre manteve uma atenção adequada à história da África. Durante muito
tempo, a história da África foi negligenciada ou até mesmo silenciada nos relatos
sobre o tráfico de escravos transatlântico. Isso ocorreu em grande parte devido a
perspectivas eurocêntricas que predominaram na historiografia por um longo
período.
Essa falta de atenção à história da África levou a uma compreensão limitada do
tráfico de escravos e de seu impacto no continente africano. O tráfico transatlântico
de africanos/as escravizados/as foi uma das facetas mais sombrias da história
mundial, mas também teve profundas consequências para a África e sua diáspora.
Felizmente, nas últimas décadas, tem havido um esforço crescente para abordar
essa lacuna na história. Os estudos africanos e afro-diaspóricos ganharam espaço
acadêmico e têm contribuído significativamente para ampliar nossa compreensão do
tráfico de escravos transatlântico. Historiadores, acadêmicos e ativistas têm
trabalhado para desvelar a complexidade dessa história, examinando as
experiências dos africanos/as envolvidos/as no comércio de escravos, as
sociedades africanas pré-existentes e o impacto duradouro dessa história na África e
em suas diásporas.
Essa mudança de perspectiva tem sido importante para uma compreensão mais
completa e precisa do tráfico transatlântico de africanos/as escravizados/as. É
essencial reconhecer a história da África e incluí-la nas narrativas sobre o tráfico de
escravos para que possamos ter uma visão mais holística e contextualizada desse
período sombrio da história mundial.

[11] Como é analisado a inserção da África e dos africanos na economia atlântica?


R:É um processo complexo e multifacetado que ocorreu ao longo de vários séculos,
principalmente durante o período conhecido como comércio transatlântico de
escravos. Essa análise envolve diversos aspectos econômicos, sociais e políticos
que influenciaram a participação africana nesse sistema econômico.
No contexto da economia atlântica, a África desempenhou um papel fundamental
como fornecedora de mão de obra escrava, recursos naturais e produtos agrícolas.
O comércio de escravos foi uma atividade lucrativa para os países europeus e para
as colônias americanas, que demandavam uma grande quantidade de trabalhadores
para as plantações e minas. Os africanos eram capturados ou comprados por
traficantes europeus e transportados em navios superlotados para serem vendidos
como escravos nas Américas.
Essa demanda por escravos africanos impulsionou a economia de algumas regiões
da África, especialmente aquelas que tinham acesso ao litoral. Reinos e sociedades
africanas estabeleceram relações comerciais com os europeus, trocando escravos
por armas, tecidos, álcool e outras mercadorias. Esse comércio de escravos gerou
transformações sociais e políticas dentro dessas sociedades africanas, muitas vezes
resultando em conflitos e desestabilização.

[12] Qual o papel dos missionários e do clero cristão “benevolente” na empreitada


colonial? São ou não descritos como defensores das comunidades nativas contra a
exploração dos conquistadores (descritos como “ambiciosos”, “preconceituosos”,
“cruéis” e “cobiçosos”)?
R: O papel dos missionários e do clero cristão na empreitada colonial variou ao
longo do tempo e dependeu das circunstâncias específicas de cada região e período
histórico. É importante notar que não existe um único papel que se aplique a todos
os missionários e clérigos cristãos, pois suas atitudes e ações podem ter variado
consideravelmente.
Alguns missionários e clérigos cristãos eram de fato "benevolentes" e buscavam
proteger as comunidades nativas contra a exploração dos conquistadores. Eles
podem ter lutado pelos direitos dos povos indígenas, condenado a escravidão e
defendido a dignidade humana. Esses indivíduos frequentemente argumentavam
que os povos nativos tinham alma e, portanto, mereciam ser tratados com respeito e
justiça.

[13] Como aborda a Reforma Protestante? Como as ações dos protestantes


franceses (huguenotes) são representados e descritos no Brasil?

R: A Reforma Protestante abordou várias questões teológicas e eclesiásticas, como


a venda de indulgências, a centralização do poder na Igreja e a falta de acesso à
Bíblia em línguas vernáculas. Esses pontos eram considerados problemáticos pelos
reformadores, que buscavam uma reforma interna da igreja para retornar às raízes
bíblicas do cristianismo.
No que diz respeito aos protestantes franceses, conhecidos como huguenotes, eles
desempenharam um papel significativo durante a Reforma Protestante na França.
Os huguenotes eram seguidores do calvinismo, a forma de protestantismo
influenciada pelas ideias de João Calvino. Eles enfrentaram perseguições e conflitos
religiosos ao longo dos séculos XVI e XVII.
No Brasil, a história dos protestantes franceses (huguenotes) não é tão conhecida
quanto a história da Reforma Protestante em geral. A presença huguenote no Brasil
foi relativamente pequena em comparação com outros países, como a França e a
Holanda. No entanto, a contribuição dos huguenotes para a formação do
protestantismo como um todo é reconhecida.
Em termos de representação e descrição dos protestantes franceses no Brasil, é
possível que existam estudos acadêmicos ou livros que abordem o assunto de forma
específica. Esses recursos podem oferecer insights mais detalhados sobre como os
protestantes franceses foram representados e descritos no contexto brasileiro.

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