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Pedagogia Histórico-Crítica - A Função Social Da Educação Escolar
Pedagogia Histórico-Crítica - A Função Social Da Educação Escolar
02 a 04 de Dezembro de 2015
BATILANI, Italo
GASPARIN, João Luiz
RESUMO
Este trabalho apresenta elementos que indicam a função social da educação escolar na
pedagogia histórico-crítica. A questão norteadora da investigação foi assim elaborada:
Quais são os elementos que indicam a função social da educação escolar na pedagogia
histórico-crítica segundo Dermeval Saviani (1943-)? De gênero bibliográfico, primeiro
procuramos investigar de que modo necessita ser compreendida a noção de educação
escolar e, em seguida, compreender os elementos que indicam a sua função social.
Método
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compreendido e o caminho para compreendê-lo não só foi explicitado como também foi
indicado por meio do texto mencionado. A partir de agora é apropriado responder a
pergunta que nos motiva: Quais são os elementos que indicam a função social da
educação escolar na pedagogia histórico-crítica segundo Saviani?
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É a partir do indivíduo singular que a educação escolar passa a exercer a sua função
social de forma efetiva, isto é, quando o seu trabalho, que se faz por meio do
conhecimento sistematizado e, em consequência, requer determinado conteúdo
científico, cultural, econômico, lúdico, etc. proporciona que o aluno torne-se consciente
dos seus atos.
Um aluno consciente dos seus atos é aquele que por meio do trabalho da
educação escolar passou do senso comum ao conhecimento erudito, científico, e o bom
senso que lhe avia tornou-se senso crítico, de modo que passou a ter uma concepção de
mundo coerente e coletiva. Entretanto, o fato de a educação escolar possibilitar que o
aluno torne-se consciente dos seus atos não implica de modo direto na contribuição da
transformação de um novo bloco histórico a favor das classes populares, porque é
possível que o trabalho desempenhado pela educação escolar contribua para formar
alunos com as características supracitadas sem que estes tenham a consciência de classe.
A solução alternativa a esse impasse se faz por meio da crítica da concepção
ideológica de cultura dominante. Uma vez que a educação escolar é entendida enquanto
instrumento de luta hegemônica e configura dois momentos simultâneos, que são os
elementos: o momento negativo, que consiste na crítica da concepção dominante, isto é,
na crítica que discerne as ideologias transpostas pela classe burguesa, a fim de convertê-
las em forças contra-hegemônica; e o momento positivo, que possibilita trabalhar o
senso comum em direção da formulação de uma concepção de mundo adequada aos
interesses populares; portanto, por meio desses elementos, é necessário que o trabalho
da educação escolar possibilite à formação de um bloco intelectual-moral na
consciência dos alunos.
Segundo Gramsci, bloco intelectual-moral é o que torna “[...] politicamente
possível um progresso intelectual de massa e não apenas de pequenos grupos
intelectuais” (GRAMSCI, [Caderno 11, 1932-1933] 2001, p. 103). Ou seja, determinado
indivíduo, enquanto intelectual, deve possuir a consciência de que faz parte de
determinada força hegemônica e, de modo simultâneo, não entrar em contradição com a
sua consciência teórica e o seu modo de agir em sociedade. Essa contribuição de
Gramsci, portanto, em relação ao contexto em questão, pode ser interpretada do
seguinte modo: a função social da educação escolar é contribuir na transformação de um
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novo bloco histórico sob a direção das classes populares na medida em que possibilita
que os alunos tenham a consciência de classe, isto é, a consciência de que fazem parte
de determinada força hegemônico-política, e de modo que unifique a teoria
proporcionada pela educação escolar com a vida cotidiana, vale dizer, em sociedade.
E quando mencionamos que, na pedagogia histórico-crítica a função social da
educação escolar é contribuir na transformação de um novo bloco histórico a favor das
classes populares, o sentido atribuído à palavra transformação é preciso. A noção de
transformação, na concepção de Saviani, procura articular a educação escolar com a
mudança de determinada estrutura social, ou seja, “[...] com a mudança do próprio
modo de produção da existência humana. Isso significa, na atual etapa histórica, a
superação do modo de produção capitalista e a instauração do modo de produção
socialista” (SAVIANI, 2013, p. 114).
Porém, mesmo que esta contribuição possa ser feita de forma direta e explicita
ao longo da formação dos alunos, isso não significa que o resultado desse processo na
estrutura social se consolide em curto prazo. E isso não depende apenas do trabalho da
educação escolar, uma vez que esta não é livre de interesses políticos e, em
consequência, econômicos. Conforme explicita Gramsci, o trabalho pedagógico, a
educação escolar em si, não se limitada às relações especificamente “escolares”, porque
o seu trabalho está relacionado com a sociedade em sua estrutura orgânica e ao
indivíduo singular “com relação aos outros indivíduos, entre camadas intelectuais e não
intelectuais, entre governantes e governados, entre elites e seguidores, entre dirigentes e
dirigidos, entre vanguardas e corpos de exercito” (GRAMSCI, [Caderno 10, 1932-1935]
1999, p. 399).
Conclusão
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REFERÊNCIAS