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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS UNILAVRAS

A MISSÃO SOCIAL DO ENGENHEIRO

Marcelo de Cássia Almeida

LAVRAS – MG
2018
1- A missão social do Engenheiro

Atualmente, é fácil notar a difusão das ações sociais responsáveis realizadas por
diversas instituições. Desta forma, a participação de algumas empresas visando à promoção
do bem – estar social tem sido uma preocupação permanente, tendo em vista os grandes
problemas encontrados na sociedade, tais como: a degradação do meio ambiente e as
desigualdades sociais.
De acordo com Hawkins e Costa (2002), as empresas têm se deparado com pressões
sociais que cobram delas a preservação do meio ambiente, os respeitos aos direitos
trabalhistas e a colaboração com projetos sociais, entre outros aspectos. O fortalecimento
dos direitos do consumidor e a atuação das ONGs também exercem importante papel,
contribuindo para que as organizações procurem assumir uma postura socialmente
responsável.
Uma empresa não pode se considerar socialmente responsável apenas por cumprir
benefícios legais, como a distribuição de vale-transporte, creche para filhos dos
funcionários (Miranda, 2002); ela deve ir além das obrigações que lhe são impostas pela lei.
Felix (2003) ressalta que ser socialmente responsável não significa respeitar e cumprir
devidamente as obrigações legais, mas, sim, o fato de as empresas, por meio de seus
trabalhadores e de todos os seus interlocutores, irem além das suas obrigações em relação
ao capital humano, ao meio ambiente e à comunidade por perceberem que o bem-estar
deles reflete no seu bem-estar.
Bueno et. al., (2002) consideram que a Responsabilidade Social é um valor a ser
incorporado pela cultura da empresa, na qual a ética é a base da relação com todos os seus
públicos.
A responsabilidade social corporativa surge nos Estados Unidos e nos países da
Europa durante as décadas de 50 e 60 do século XX. Ferreira e Passador enfatizaram que,

“(...) devido às mudanças que aconteceram no macro ambiente dos negócios


como a elevação dos níveis de renda e elevação de instrução das pessoas,
deteriorização do meio ambiente e surgimento do movimento dos consumidores”
FERREIRA & PASSADOR (2002, p. 2).

É possível constatar, após revisões de literaturas especializadas que a


responsabilidade social é um conceito em construção e possui conotações tanto de ações
clientelistas como de ações de cunho emancipatório, que são relacionadas com o modelo de
desenvolvimento sustentável (VERGARA & BRANCO, 2001; ZOUAIN &
SAUERBRONN, 2002; MACHADO & LAGE, 2002).
O envolvimento das Engenharias, com estudos e ações socialmente responsáveis, é
extremamente relevante para o fortalecimento dessa ciência no contexto social. Para que
isso ocorra faz-se necessário o entendimento por parte dos profissionais, docentes e
discentes, sobre significados e manifestações da responsabilidade social.
De acordo do Zouain e Sauerbronn (2002), a responsabilidade social corporativa
traz uma ideia de que tanto as empresas como os indivíduos devem ser responsabilizados
pelas conseqüências decorrentes de atitudes tomadas.
O engenheiro possui, como uma de suas funções enquanto profissional moderno, o
dever de se preocupar com os problemas sociais, com os valores relacionados à sociedade
no que diz respeito à igualdade e solidariedade. Deve, ainda, saber que nos dias atuais o
modo de encontrar soluções para a resolução de um problema não se resume meramente à
opinião de um especialista, mas que é necessário, perante os conflitos reais que existem na
sociedade, um trabalho de equipe, de discussão, consenso e aproximação sucessiva.
Desta forma, o engenheiro precisará de se atentar com várias questões, tais como o
funcional, o social e o estético, bem como terá que encontrar soluções que favorecem os
pontos políticos, econômicos, sociais e ecológicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BUENO, E.L., SERPA, P.T., SENA, R.B., OLIVEIRA, R.J.B., SOEIROS, S. (2002). A
responsabilidade social e o papel da comunicação. Responsabilidade Social das
Empresas. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis, .273.
FÉLIX, L.F.F. (2002) O ciclo virtuoso do desenvolvimento responsável.
Responsabilidade Social das Empresas. V.2, São Paulo: Editora Fundação Peirópolis,
p.13.
FERREIRA, Maria Regina, PASSADOR, Cláudia Souza. Apontamentos sobre ação
social nas médias e pequenas empresas de Maringá: responsabilidade social? Anais do
XXV ENANPAD. Florianópolis, 2002.
MACHADO, Adriana Leite Costa Silva, LAGE, Allene Carvalho. Responsabilidade
Social: uma abordagem para o desenvolvimento social. O caso da CVRD. Anais do
XXV ENANPAD. Florianópolis, 2002.
MIRANDA, G.P.C. (2002). Responsabilidade social coorporativa e Marketing social:
reflexão para um novo tempo. Responsabilidade Social das Empresas. São Paulo:
Editora Fundação Peirópolis, p.229.
VERGARA, S. C., BRANCO, Paulo Durval. Empresa Humanizada: a organização
necessária e possível. Revista de Administração de Empresas – RAE. São Paulo:
FGV/EAESP, v. 41, n. 2, p. 20-30, abr./jun.,2001.
ZOUAIN, Déborah Moraes, SAUERBRONN, Fernanda Filgueiras. Desenvolvimento da
dimensão comunitária da responsabilidade social das organizações: um estudo de caso
sobre a LIGHT e suas contribuições para o desenvolvimento humano sustentável, a
inclusão e a cidadania. Anais do XXV ENANPAD. Florianópolis, 2002.

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