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circulação das informações e o acesso à determinadas fontes. Mas nos últimos dois
anos, o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, e consequentemente o
fechamento dos arquivos, bibliotecas e demais centros de pesquisa ao público,
ressignificou a pesquisa através das fontes digitais. Repositórios dos arquivos públicos,
hemerotecas digitais e os portais institucionais das câmaras legislativas, federal e
estadual são parte de um vasto espaço de pesquisa a nível nacional e internacional que
já existia antes mesmo da pandemia, mas que foi utilizado por pesquisadores no intuito
de seguir com os seus trabalhos. Não por acaso, os usos das tecnologias da informação
na pesquisa acadêmica nos levam a refletir sobre ética em pesquisa, tanto no acesso às
fontes quanto no uso das metodologias.
A gente tem:
A Ética, ou Filosofia Moral, segundo as autoras Lívia Pithan e Tatiane Vidal, no artigo
“O plágio acadêmico como um problema ético, jurídico e pedagógico” consiste no
“estudo da conduta humana na medida em que ela pode ser chamada de boa ou má”.
A questão ética que surge, quando falamos no tema, é: por quais razões o plágio
pode ser considerado uma conduta má, eticamente incorreta e, portanto, reprovável
no meio acadêmico?
O plágio trata-se de uma questão ética, antes do que jurídica. É de grande importância a
função educativa da universidade para o desenvolvimento de pesquisas científicas com
integridade ética. Conforme os autores,11 toda a pesquisa deve oferecer um “convite à
ética” para o pesquisador, e é por isso que se deve ter tanta preocupação com a integridade
do trabalho científico
Desde a definição clara dos objetivos à seleção do grupo de pessoas, passando pela
consciência de que é preciso evitar “a violência simbólica exercida” pelo próprio
pesquisador, quando este adota uma postura de estímulo ou desestímulo à determinadas
condutas das pessoas durante a entrevista (BONI;QUARESMA, 2005, p. 76 – 77).
Sobre esse aspecto, o texto da Resolução 510 indica que “a relação pesquisador-
participante se constrói continuamente no processo da pesquisa” e, nesse sentido, deve-
se manter o diálogo, a reflexão e a construção de uma relação “não hierárquica”.
Ademais, o texto da resolução destaca princípios éticos sob os quais devem estar
pautadas as pesquisas em Ciências Humanas e Sociais entre os quais: II – a defesa dos
Direitos Humanos; III – respeito aos valores culturais; VI – garantia de assentimento ou
consentimento dos participantes da pesquisa; VII – garantia de confidencialidade das
informações, para citar alguns (BRASIL, 2016).
A lei traz várias garantias ao cidadão, como: poder solicitar que os seus dados pessoais
sejam excluídos; revogar o consentimento; transferir dados para outro fornecedor de
serviços, entre outras ações. O tratamento dos dados deve ser feito levando em conta
alguns requisitos, como finalidade e necessidade, a serem previamente acertados e
informados ao titular.
Por fim, um pilar na construção textual acadêmica é a observância dos valores éticos
pautados no respeito aos direitos autorais. A Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 regula
os direitos do autor.
O Título II trata sobre “As Obras Intelectuais” e o Título VII trata sobre “As Sanções às
Violações dos Direitos Autorais” (BRASIL, 9.610, 19.fev.1998).
A reprodução ou simples cópia de uma obra sem a devida referência ao autor constitui
plágio. Na dúvida sobre a forma correta de utilizar a obra de outro autor de maneira
adequada, o ideal é recorrer às normas de produção textual disponíveis e aos
regulamentos, e nunca descuidar-se das referências a despeito do tempo ou de qualquer
outro motivo que comprometa o resultado final da escrita e a credibilidade da produção
textual em questão.