Você está na página 1de 3

Com efeito, o advento da internet trouxe novos instrumentos de pesquisa, dinamizou a

circulação das informações e o acesso à determinadas fontes. Mas nos últimos dois
anos, o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, e consequentemente o
fechamento dos arquivos, bibliotecas e demais centros de pesquisa ao público,
ressignificou a pesquisa através das fontes digitais. Repositórios dos arquivos públicos,
hemerotecas digitais e os portais institucionais das câmaras legislativas, federal e
estadual são parte de um vasto espaço de pesquisa a nível nacional e internacional que
já existia antes mesmo da pandemia, mas que foi utilizado por pesquisadores no intuito
de seguir com os seus trabalhos. Não por acaso, os usos das tecnologias da informação
na pesquisa acadêmica nos levam a refletir sobre ética em pesquisa, tanto no acesso às
fontes quanto no uso das metodologias.
A gente tem:

• Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação


sobre direitos autorais e dá outras providências.
É uma lei bem completa que abrange obra literária, artística ou científica ao
conhecimento do público. Publicação, transmissão, distribuição

Interessante perceber que A palavra “plágio” não é encontrada no ordenamento


jurídico brasileiro. Porém, sabe-se que diversos dispositivos legais tratam do tema, se o
caracterizando juridicamente como violação de direito autoral.

Então a partir da expansão da internet, dos espaços de pesquisas, a CAPES,


Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior órgão vinculado ao
Ministério da Educação, emitiu, em 2011, um documento no qual se pronunciou
sobre o plágio, dirigindo-se às instituições de ensino, nestes termos:

A (Capes) recomenda, com base em orientações do Conselho Federal da Ordem


dos Advogados do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e
privadas brasileiras adotem políticas de conscientização e informação sobre a
propriedade intelectual, adotando procedimentos específicos que visem coibir a
prática do plágio quando da redação de teses, monografias, artigos e outros
textos por parte de alunos e outros membros de suas comunidades.5

A Ética, ou Filosofia Moral, segundo as autoras Lívia Pithan e Tatiane Vidal, no artigo
“O plágio acadêmico como um problema ético, jurídico e pedagógico” consiste no
“estudo da conduta humana na medida em que ela pode ser chamada de boa ou má”.
A questão ética que surge, quando falamos no tema, é: por quais razões o plágio
pode ser considerado uma conduta má, eticamente incorreta e, portanto, reprovável
no meio acadêmico?

Na elaboração de monografias, dissertações e teses, os acadêmicos têm a oportunidade de


exercitar técnicas de elaboração de investigação científica. Entretanto, a dimensão ética,
notadamente na publicação dos resultados da pesquisa, deve estar presente para garantirmos
o que se tem denominado como “integridade científica” ou “integridade na pesquisa”.10

O plágio trata-se de uma questão ética, antes do que jurídica. É de grande importância a
função educativa da universidade para o desenvolvimento de pesquisas científicas com
integridade ética. Conforme os autores,11 toda a pesquisa deve oferecer um “convite à
ética” para o pesquisador, e é por isso que se deve ter tanta preocupação com a integridade
do trabalho científico

Interessante perceber que A palavra “plágio” não é encontrada no ordenamento


jurídico brasileiro. Porém, sabe-se que diversos dispositivos legais tratam do tema, se o
caracterizando juridicamente como violação de direito autoral.

Na Lei de Direitos Autorais, 15 cabe enfatizar a regra de citação, afirmando a


obrigatoriedade da indicação de autoria e local da publicação das obras citadas, da
seguinte forma:

• Resolução 510, 7 de abril de 2016. Esta Resolução dispõe sobre as normas


aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos
metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os
participantes.

A Resolução 510, de 7 de abril de 2016, “dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas


em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a
utilização de dados diretamente obtidos com os participantes” (BRASIL,Resolução 510,
7.abr.2016).
Nesse sentido, vale destacar as observações de Valdete Boni e Silvia Quaresma, no
artigo “Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais”, sobre
determinados aspectos a serem considerados na construção do método de entrevista, por
exemplo, refletido por pesquisadores renomados como o sociólogo Pierre Bordieu
(BONI; QUARESMA, 2005).
De acordo com as autoras, Bourdieu assevera “que a escolha do método não deve ser
rígida mas sim rigorosa, ou seja, o pesquisador não necessita seguir um método só com
rigidez, mas qualquer método ou conjunto de métodos que forem utilizados devem se r
aplicados com rigor” (p. 76).
O trabalho de pesquisa, bem como seu desenvolvimento, pautado sob esse princípio
(rigor acadêmico) ganha critérios de legitimidade. Com efeito, a entrevista é um tipo de
metodologia que impõe muitos desafios ao pesquisador.

Desde a definição clara dos objetivos à seleção do grupo de pessoas, passando pela
consciência de que é preciso evitar “a violência simbólica exercida” pelo próprio
pesquisador, quando este adota uma postura de estímulo ou desestímulo à determinadas
condutas das pessoas durante a entrevista (BONI;QUARESMA, 2005, p. 76 – 77).

Sobre esse aspecto, o texto da Resolução 510 indica que “a relação pesquisador-
participante se constrói continuamente no processo da pesquisa” e, nesse sentido, deve-
se manter o diálogo, a reflexão e a construção de uma relação “não hierárquica”.

A resolução estabelece normas claras e aplicáveis a pesquisa “cujos procedimentos


metodológicos envolvam a utilização de dados obtidos diretamente com os participantes
[...]” (BRASIL, 2016).

Ademais, o texto da resolução destaca princípios éticos sob os quais devem estar
pautadas as pesquisas em Ciências Humanas e Sociais entre os quais: II – a defesa dos
Direitos Humanos; III – respeito aos valores culturais; VI – garantia de assentimento ou
consentimento dos participantes da pesquisa; VII – garantia de confidencialidade das
informações, para citar alguns (BRASIL, 2016).

• Lei 13.709, 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais


(LGPD)

A Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018) tem como principal objetivo


proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Também tem como foco a criação
de um cenário de segurança jurídica, com a padronização de regulamentos e práticas
para promover a proteção aos dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil, de
acordo com os parâmetros internacionais existentes.

A lei traz várias garantias ao cidadão, como: poder solicitar que os seus dados pessoais
sejam excluídos; revogar o consentimento; transferir dados para outro fornecedor de
serviços, entre outras ações. O tratamento dos dados deve ser feito levando em conta
alguns requisitos, como finalidade e necessidade, a serem previamente acertados e
informados ao titular. 

Por fim, um pilar na construção textual acadêmica é a observância dos valores éticos
pautados no respeito aos direitos autorais. A Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 regula
os direitos do autor.
O Título II trata sobre “As Obras Intelectuais” e o Título VII trata sobre “As Sanções às
Violações dos Direitos Autorais” (BRASIL, 9.610, 19.fev.1998).
A reprodução ou simples cópia de uma obra sem a devida referência ao autor constitui
plágio. Na dúvida sobre a forma correta de utilizar a obra de outro autor de maneira
adequada, o ideal é recorrer às normas de produção textual disponíveis e aos
regulamentos, e nunca descuidar-se das referências a despeito do tempo ou de qualquer
outro motivo que comprometa o resultado final da escrita e a credibilidade da produção
textual em questão.

Você também pode gostar