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CE Manoel Beckman

São Luís, 4 de novembro de 2019

Nome: João Pedro Silva, N° 14, Turma: 203-M

Resenha sobre o documentário


“What The Health”
O documentário “What The Health”, exibido na sexta-feira, 1° (primeiro) dia de Novembro de
2019, retrata um tema conhecido, porém, pouco debatido ou levado a sério: a má educação
alimentar ocidental.

O documentário retrata isso através da análise de dados sobre uma pesquisa da OMS
(Organização Mundial da Saúde) que diz que o consumo de alimentos processados (salsichas,
salames, carne moída, enlatados e carnes suína, aviária e bovina em geral) elevam o risco a
saúde, podendo facilitar a obtenção de um câncer, visto que aumenta, de forma
exponencialmente grande, o risco do desenvolvimento de tumores em razão do alto índice de
produtos químicos e excesso de certos nutrientes, como gordura e colesterol.

Kip Andersen, o produtor e narrador do documentário, entrevistou médicos


especializados em câncer e diabetes e nutricionistas a respeito do assunto, bem como
pacientes.
Segundo Kip e os médicos entrevistados, a população (dos EUA) não tem ciência das
mazelas trazidas pelos alimentos processados, ovos, lacticínios e peixes devido o fato
de que os institutos de referência que determinam as dietas adequadas as doenças,
tais como a Associação Americana do Diabetes (ADA, sigla em inglês), a Sociedade
Americana do Câncer (ACS, sigla em inglês), Sociedade Americana do Coração (AHA,
sigla em inglês) e outras instituições, são financiados, de forma alta, por empresas
ligadas a indústria da carne e dos lacticínios, que financiam as pesquisas que envolvem
carne, leite, ovos e outros alimentos.
Para Kip, essas instituições são corruptas, e devido a isso põe em seus quadros sobre
“dieta saudável” pratos que utilizam alimentos prejudiciais a saúde, a favor da
indústria alimentícia e farmacêutica, que fatura cerca de 48 trilhões de dólares apenas
nos EUA para o tratamento de doenças provocadas pelo consumo de produtos
industrializados.
Kip também consultou médicos que declararam que o corpo humano, ao longo da
evolução, perdeu suas características onívoras, tornando-se mais semelhante aos
frutívoros, que se caracterizam pela alimentação baseada em frutas e outros vegetais.
Contudo, embora as entrevistas com especialistas que confirmam a falta de
necessidade do consumo de carnes e produtos de origem animal, há especialistas que
discordam quanto o valor científico do documentário “What The Health”, bem como a
veracidade dos argumentos levantados pelos médicos entrevistados.
Muitos consideram o documentário pretensioso, visto que se utiliza de técnicas que
visam não a informação, mas o impacto que está tem, fomentando a popularização da
obra e a busca por ela, visando, assim, o enriquecimento através de uma técnica
conhecida por Hollywood e dita no filme como bordão da indústria tabagista: “O medo
é a nossa indústria”.
Pode-se dizer que o documentário, embora conte com um repertório científico
caprichoso e logicamente bem estabelecido, carece de comprovações científicas.
Como o Dr. João Júlio Cerqueira, que disse: “A teoria habitual de que a medicina
convencional apenas trabalha sobre o ponto de vista do tratamento de doenças e não da
prevenção (a medicina convencional trabalha cinco níveis de prevenção…FORAM OS MÉDICOS
QUE INVENTARAM A PREVENÇÃO…esse argumento está gasto e moribundo…façam o funeral e
sigam em frente).

Dizerem que os aminoácidos não são produzidos por animais…claramente o Dr. Milton Mills
faltou às aulas de bioquímica. Os animais sintetizam aminoácidos, exceto os aminoácidos
essenciais.

A suposta incapacidade do corpo em transformar os açúcares em gordura, exceto quando o


açúcar é consumido em altas doses.”

Não somente isso, o Dr. João também disse que, considerando todo o documentário, apenas
dois dados podiam estar corretos de acordo com pesquisas comprovadas e repetidas dezenas
de vezes: o mal do ovo e da carne processada; mas, segundo o Dr., não existe consenso
científico sobre o ovo, que hora é um vilão alimentar, hora um mocinho; e também disse que
os alimentos processados são, não desde agora, considerados perigosos a saúde. Segundo ele,
o reforço desnecessário desse fato pelo documentário, bem como as frases impressionistas
(“da mãe para o feto”, “da mãe para o bebê”...) Apenas tem cunho que fazem o expectador
sentir-se impactado e passar a ter uma dieta formulada como descrita na obra: composta,
basicamente, por frutas e outros vegetais.

Desta forma, pode se considerar que o documentário é, como muitas outros, uma obra de
cunho sensacionalista (foca em informações óbvias como as carnes processadas e gira muito
entorno de entrevistas com médicos reconhecidamente veganos e escritores de livros para
esse “tipo de gente”, tendo suas opiniões reduzidas devido a esse espectro potencialmente
econômico) e cientificamente falha, visto que embora utilize de argumentos racionais e bem
estruturados, carecem de provas e experiências, pois há um número muito reduzido de
experiências científicas, possuindo, na maior parte do tempos relatos de pessoas que nem
sequer fizeram parte de alguma experiência científica, apenas uma pessoal.

Nota-se, então, que o documentário é mais útil como entretenimento, pois sacia a curiosidade
acerca de prós e contras do veganismo, embora não possa ser dito como um relato confiável
do ponto de vista científico perante tal comunidade, que se baseia em experiências concretas
e repetidas centenas de vezes sob vigilância de uma equipe técnica sem inclinação a uma área
em virtude de possíveis benefícios (como era o caso de alguns dos médicos entrevistados no
documentário).

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