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Esses fatores levam à formação de cadeias longas e mais pesadas de carbono com
dificuldades de escoamento, que acabam por aderir nas tubulações e se transformam
em coque. Além desse mecanismo de formação, vale ressaltar outros dois: o coque
térmico (chamado ainda de pirolítico o amorfo) e o coque catalítico. O primeiro é
formado na fase gasosa em decorrência de reações paralelas que ocorrem
naturalmente no processo de craqueamento, enquanto o segundo envolve óxidos
existentes na superfície interna das serpentinas que são utilizados como sítios ativos
para as reações de desidrogenação, como os óxidos de ferro, níquel, cromo e
manganês.
4) Características da Carga: há uma vasta gama de cargas que podem ser utilizadas
como matéria prima na produção de etileno e propileno, desde hidrocarbonetos
gasosos leves a frações pesadas de petróleo, e sua qualidade é definida pelo seu
potencial de formação dos produtos de interesse. Sabe-se, por exemplo, que a medida
que se aumenta o peso molecular dos hidrocarbonetos utilizados como matéria prima
(redução da razão hidrogênio/carbono), diminui-se a formação de etileno. No entanto,
as variáveis envolvidas na avaliação da qualidade da carga vão além do tamanho das
cadeias, levando em consideração também sua estrutura: os teores de parafinas,
isoparafinas, olefinas, naftênicos (ou cicloparafinas) e aromáticos são fatores
indispensáveis para a avaliação da carga.
Sabe-se que as parafinas são as maiores responsáveis pela produção de olefinas leves;
isoparafinas têm tendência à formar mais propileno e metano em detrimento do
etileno, pois o craqueamento costuma ocorrer no carbono terciário; teores elevados de
olefinas propiciam a formação elevada de coque e, portanto, são indesejáveis;
cicloparafinas têm estrutura mais estável do que parafinas, e apesar de formarem
olefinas leves fazem isso a uma taxa significativamente menor do que parafinas;
aromáticos são essencialmente inertes, o que se traduz em uma baixíssima taxa de
formação de compostos menores.
Área Quente
Após sair dos fornos de pirólise e passar pelos TLEs, a carga processada, agora
denominada gás de carga, é direcionada para a torre de água de Quench, onde ocorre
resfriamento adicional e a primeira etapa de separação. Nessa torre, a água de Quench
acumulada em seu fundo, que se encontra a uma temperatura de aproximadamente
80°C, é constantemente recirculada e reinjetada na torre na seção de topo, a
aproximadamente 35°C, e na seção de meio, a aproximadamente 50°C (LEITE, 2013);
o gás de carga, por sua vez, entra na torra pela parte inferior e ascende, entrando em
contato em contracorrente com a água e sendo parcialmente condensado. A parcela
condensada corresponde ao vapor de diluição injetado nos fornos e à fração mais
pesada da gasolina de pirólise (hidrocarbonetos com mais de 6 carbonos). Essa
parcela, que é retirada pelo fundo da torre, segue então para equipamentos de
separação física, onde separa-se a água dos hidrocarbonetos; a primeira parte segue
para o tratamento de efluentes, com possível reutilização no processo, e a segunda é
direcionada para a seção de hidroestabilização da gasolina de pirólise, que será
examinada mais à frente.