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História 2º ano EEEFM Paulo Cesar C.

Rodrigues Professor Marcos de Sousa


O mar e a integração entre povos
Diversos processos de integração entre povos e
culturas se desenvolveram desde as primeiras
experiências de deslocamento de grupos humanos. As
viagens pelos mares e oceanos são parte importante
da história da humanidade. Sem conhecê-las não
podemos compreender o surgimento do mundo.
Aventurar-se pelos mares, com pouca ou nenhuma
certeza, temendo encontrar monstros marinhos ou o
fim das águas em um enorme precipício, foi um fator
determinante da expansão do que se conhecia como
mundo em diferentes épocas da história.

A bacia do mar Mediterrâneo: um espaço de intercâmbio


A bacia do mar Mediterrâneo pode ser tomada como uma ilustração relevante da integração
humana, pois ela esteve presente nos mais variados processos históricos ao longo dos séculos.
O entorno do mar Mediterrâneo foi espaço de grandes unidades e aspectos comuns e também de
diferenças. Entre o século X a.C. e o V d.C., essa região foi palco de circulações humanas, guerras e
trocas - mercantis e culturais - que influenciaram de forma decisiva a história da humanidade.
Cartago, colônia fenícia no Oriente, fundada no século IX a.C., tornou-se uma potência hegemónica
em relação a inúmeras colônias mediterrâneas, transformando-se em importante centro comercial.
Em meados do século IV a.C., Cartago per- deu seu poderio para Roma, que começou a expandir sua
área de influência no Mediterrâneo com a conquista de diferentes povos.
A expansão romana
A expansão romana também foi possível graças ao avanço tecnológico na construção de
embarcações, aprimoradas para transportar exércitos e distribuir a produção excedente de regiões
monocultoras para outras localidades, além de receber matérias-primas e suprimentos de regiões
distantes. Nesse processo, a marinha romana agregou marinheiros de diferentes origens e lugares,
como gregos e egípcios.
A subjugação pelas armas nunca significou, literalmente, a imposição da cultura dos exércitos
vencedores. Nesse contato houve troca de influências culturais, hábitos, técnicas e modos de vida
entre os romanos e diferentes povos. A expansão romana foi marcada pelas relações estabelecidas
com os povos conquistados e seu apogeu ocorreu com as últimas conquistas do imperador Trajano
Mare nostrum
Por mais de três milênios, diferentes civilizações ocuparam o Mediterrâneo e desenvolveram
atividades que deram forma ao curso da história. Chamado pelos romanos de mare nostrum (nosso
mar em português), o mar Mediterrâneo foi o espaço de interação e troca entre terras e povos que
nele viveram, propiciando intercâmbio e coexistência de línguas, religiões, culturas, sistemas
políticos e econômicos.
Além da importância comercial e poli tica, o mar Mediterrâneo foi também cenário de grandes
guerras e naufrágios. Há vestígios encontrados nele que, atualmente, ajudam a Arqueologia a
reconstruir parte do passado de alguns desses povos,
Rotas marítimas
Diferentemente das rotas terrestres, nas quais os viajantes partiam de um lugar já sabendo aonde
chegar, os navegantes da Antiguidade se lançavam aos mares apenas intuindo aonde poderiam
chegar. As viagens marítimas longas eram arriscadas, sem instrumentos precisos para indicar as
rotas mais seguras. A navegação não dispunha de pontos de referência como ocorria em viagens
terrestres, nas quais fronteiras e marcos físicos podiam ser reconhecidos
A navegação de ponta a ponta ou de uma ponta a outra era feita por diferentes rotas, considerando
as zonas e estações propicias, o regime dos ventos e as variações climáticas, a carga transportada,
as correntes marítimas e, principalmente, a experiência do capitão que conduzia a embarcação
Apenas na Idade Média (476-1453), com a utilização de cartas náuticas e o aprimoramento de
instrumentos como a bússola, o astrolábio, o quadrante e outros, ocorreu um avanço na história
das navegações e nas relações dos homens com o mar. Com esses avanços e a partir de uma longa
vivência com o mar partilhada pelos diferentes povos mediterrâneos, portugueses e espanhóis
empreenderam nos processos de expansão marítima, comercial e colonial entre o final do século XV
e o século XVI.

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