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Ergonomia e Segurança no Trabalho 2014

Higiene do Trabalho IV

Especialização em
Engenharia de
Segurança do Trabalho
Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva
HOC-070
rogeriob@unisinos.br

Higiene do Trabalho IV

Ventilação para conforto térmico


1) Propriedades físicas e psicrometria;
2) Transferência de calor e o corpo humano;
3) Sobrecarga térmica;
4) Estresse por frio
5) Conforto térmico;
6) Ventilação para conforto térmico.

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Higiene do Trabalho IV

Ventilação para
conforto térmico
(Parte 6)

Renovação de ar

Renovação de ar
Calculada conforme a NBR-16401 adotando a
metodologia da ASHRAE (American Society of
Heating, Refrigerating and Air-Conditioning
Engineers) e é dada pela vazão de ar exterior em
(L/s).

Vazão (L/s)

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Renovação de ar
A vazão eficaz é dada por:

 =  .
+ . 

Onde: Vef – vazão eficaz de ar exterior [L/s];


PZ – número máximo de pessoas na zona de ventilação;
FP – vazão por pessoa [L/s*pessoa] – (tabela 1);
AZ – área útil ocupada pelas pessoas [m²].
FA – vazão por área útil [L/s*m²] – (tabela 1);

Renovação de ar
• A NBR-16401 estipula 3 nível de vazão:
– Nível 1 – nível mínimo de vazão de ar exterior para ventilação;
– Nível 2 – nível intermediário da vazão de ar exterior para
ventilação;
– Nível 3 – Vazões de ar exterior para ventilação que segundo
estudos existem evidências de redução de reclamações e
manifestações alérgicas.
• O nível 1, 2 e 3 de ar externo a ser utilizado no projeto
deve ser definido entre o projetista e o cliente.
• As vazão estipuladas são baseadas na proibição de
fumar nos recintos (exceto no local reservado).
Fonte: NBR-16401 (2008).

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Fonte: NBR-16401 (2008).


Fonte: NBR-16401 (2008).

Exercícios
1) Calcular a vazão eficaz para um supermercado popular com
1500 m² de área interna.

2) Calcular a vazão eficaz para um escritório comercial de 40


m², considerando a troca de ar no nível 3. Nesse escritório
trabalham 3 pessoas.

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Carga Térmica

Carga Térmica
• É a quantidade de calor (sensível ou latente) a
ser fornecido ou extraído do ar para manter no
recinto as condições de conforto desejadas.

• A quantidade de calor calculada pode ser para


inverno ou verão, de modo a nunca termos
condições de desconforto térmico nas épocas
críticas do ano.

Método dos fechamentos


1) Condução pelo fechamento opaco;
2) Condução pela abertura;
3) Ganho solar pela abertura;
4) Ganho pelos ocupantes;
5) Ganho pela iluminação artificial;
6) Ganho pelos equipamentos;
7) Infiltração

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Carga Térmica ganho


solar infiltração
Fechamento
opaco iluminação

QT= Σ (QFO+ QA + QS+ QO + QI+ QE + QIA)

ocupantes
condução equipamentos
abertura

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Exercício
Calcular a carga térmica de uma sala comercial localizada em um
edifício em Porto Alegre (latitude 30º Sul) e orientação oeste. As
dimensões da sala são 5 por 8 metros (40 m²) e pé-direito de 2,70.
A parede exterior está na menor dimensão (5 m) e é vazada por
uma janela com largura de 5 m e altura de 1,10m. O material das
paredes é tijolo maciço com reboco claro, com 12 cm de
espessura e o vidro utilizado na abertura é de 3 mm de espessura.
A temperatura externa é de 33ºC (UR=80%) e a temperatura
interna é de 23ºC (UR=60%). Preveem-se no interior a ocupação
por três pessoas, o uso de 3 computadores (potência nominal de
400W) e o total de 12 lâmpadas fluorescentes comuns com reator
eletrônico (40 W) para iluminação artificial.

1) Fechamento opaco
• Ganho de calor pelos fechamentos opacos
(Parede)

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1) Fechamento opaco (condução)


O ganho de calor pelo fechamento opaco é dado por:

 =  .  []

Onde: QFO – Ganho de calor pelo fechamento opaco [W]


qFO – Fluxo de calor do fechamento [W/m²]
AFO – Área total do fechamento opaco das paredes externas [m²]

1) Fechamento opaco (condução)


O fluxo total de calor é dado por:

 = . . .  + ( −   ) [/#$]

Onde: U – transmitância térmica [W/m².K] - (tabela A)


α – absortividade da superfície do fechamento (tabela B)
I – radiação solar (W/m²) – (tabela C)
Rse – resistência superficial externa (m².K/W) – (tabela D)
text – temperatura externa (K)
tint – temperatura interna (K)

Tabela A – Transmitância térmica


Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

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Tabela B - Absortividade
Absortividade da superfície do fechamento (α)

Tabela C – Radiação Solar


I – radiação solar (W/m²)

Mais dados acessar: http://www.solar.ufrgs.br/

Tabela D – Resistência Superfície


Rse – resistência superficial externa (m².K/W)

RSE [m².K/W]

Direção do fluxo de calor

Horizontal Ascendente Descendente

0,04 0,04 0,04

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2) Condução pela Abertura


• Ganho de calor pela condução da abertura

2) Condução pela Abertura


O ganho de calor pela condução da abertura é dado por:

 =  .  []

Onde: QA – Ganho de calor pela condução da abertura [W]


qA – Fluxo de calor da condução pela abertura [W/m²]
AA – Área total da abertura [m²]

2) Condução pela Abertura


O fluxo total de calor que atravessa a abertura por
condução é dado por:

 = .  −   [/#$]

Onde: U – transmitância térmica [W/m².K] - (tabela A)


text – temperatura externa (K)
tint – temperatura interna (K)

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Tabela A – Transmitância térmica

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

3) Ganho solar pela abertura


• Ganho solar pela abertura.

3) Ganho solar pela abertura


O ganho solar pela abertura é dado por:

% = % .  []

Onde: QS – Ganho solar de calor pela abertura [W]


qS – Fluxo de ganho solar pela abertura [W/m²]
AA – Área total da abertura [m²]

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3) Ganho solar pela abertura


O fluxo total de calor pela abertura é dado por:

% = % .  [/#$]

Onde: FS – Fator solar (fração entre a quantidade de energia


solar que atravessa a janela pelo que nela incide) – (tabela E)
I – radiação solar (W/m²) – (tabela C)

Tabela E – Ganho Solar


Ganho Solar para aberturas (Fs)
Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

Tabela 4.7

Tabela C – Radiação Solar


I – radiação solar (W/m²)

Mais dados acessar: http://www.solar.ufrgs.br/

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4) Calor dos ocupantes


• Ganho de calor dos ocupantes (metabolismo).

4) Calor dos ocupantes


O ganho de calor pelos ocupantes é dado por:

 = &. % . ' []

Onde: QO – Ganho de calor pelo número de ocupantes [W]


M – Metabolismo da atividade [W/m²] – (Tabela F)
AS – área de superfície do corpo (1,8 m² para adultos) [m²]
NO – Número de ocupantes

Tabela F - Metabolismo
Varia de acordo com a atividade metabólica e é dada pela
tabela da ISO-7730.
Taxa Metabólica
Atividade
(W/m²)
Deitado 46
Sentado, relaxado 58
Atividade sedentária (escritório, escola, laboratório,
70
residência)
Atividade leve, em pé (indústria, vendas) 93
Atividade média, em pé (trabalho doméstico, operar
116
máquina, vendedor)
Caminhar a:
2 Km/h 110
3 Km/h 140
4 Km/h 165
5 Km/h 200

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5) Calor da iluminação artificial


O ganho de calor pelos ocupantes é dado por:

( = ∑ * . +, []

Onde: QI – Ganho de calor pela iluminação artificial [W]


PL – Potência nominal das lâmpadas [W]
fE – Fator de conversão da potência nominal em calor (Tabela G)

Tabela G – Fator de iluminação


Considerações:

Fator de iluminação

Tipo fP

Incandescente 1,00

Fluorescente com 1,25


reator convencional
Fluorescente com 1,10
reator eletrônico

6) Ganho pelos equipamentos


O ganho de calor pelos equipamentos é dado por:

, = ∑ , . +, []

Onde: QE – Ganho de calor pelos equipamentos [W]


PE – Potência nominal dos equipamentos [W]
fE – Fator de conversão da potência nominal em calor (Tabela H)

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Tabela H – Fator dos equipamentos

fE – Fator de conversão da potência nominal dos equipamentos em


calor (Tabela H)

Fator dos equipamentos

Tipo fE

Equipamentos com a função de 1,00


aquecimento
Demais equipamentos 0,60

6) Ganho pelos equipamentos


Exemplo de potências nominais dos equipamentos

7) Ganho por infiltração de ar


• É necessário um certo número de trocas de ar para o
ambiente, que pode ocorrer pelas frestas, abertura ou
pelo sistema de ventilação. Essas infiltrações de ar
são expressas em percentual por hora.
• Essa infiltração de ar, se traduzirá em dois tipos
distintos de ganhos:
a) O calor sensível
b) O calor latente

( = %, + * []

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7) Ganho por infiltração de ar


• O calor sensível é o conteúdo do calor que
causa aumento na temperatura de bulbo seco.
Está relacionado à diferença de temperatura
entre o interior e exterior.

7) Ganho por infiltração de ar


O ganho de calor pela infiltração de ar (calor sensível):

%, = -. /. . ∆ []

Onde: QSE – Ganho de calor sensível pela infiltração de ar [W]


- – densidade do ar (= 1,2 kg/m³)
c – calor específico do ar (= 1000 J/kg.K)
V – vazão de ar exterior renovado [m³/s]
∆t – diferença de temperatura entre o interior e o exterior [K]

7) Ganho por infiltração de ar


• O calor latente indica a quantidade de energia
que deverá ser gasta para alterar a temperatura
e a umidade do ar que infiltra no ambiente a
partir do exterior de forma a deixá-lo em
condições iguais ao ar exterior.

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7) Ganho por infiltração de ar


O ganho de calor pela infiltração de ar (calor latente):

* = -. . ∆1 []

Onde: QLA – Ganho de calor sensível pela infiltração de ar [W]


- – densidade do ar (= 1,2 kg/m³)
V – vazão de ar exterior renovado [m³/s]
∆H – diferença de entalpia entre o ar do interior e do exterior [J/kg]

umidade relativa

entalpia

tbu

tbs

Carga Térmica ganho


solar infiltração
Fechamento
opaco iluminação

QT= Σ (QFO+ QA + QS+ QO + QI+ QE + QIA)

ocupantes
condução equipamentos
abertura

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Carga Térmica
• A partir da carga térmica calculada em Watts
(W) para o pico de calor do dia, podemos
encontrar a potência do equipamento correto
em BTU/h a ser utilizado, a partir do seguinte
fator de conversão:

1 BTU/h = 0,2931 W

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997


Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

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Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

Carga Térmica
Tipo Potência (BTU/h)
Ar condicionado de janela 7.500 a 30.000
Split 12.000 a 60.000
Chiller 20.000 a 240.000

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Carta bioclimática
(Estudos de Olgyay, Givoni)

Carta bioclimática do Brasil


1 – Zona de conforto
2 – Ventilação
3 – Resfriamento
evaporativo
4 – Massa térmica
para resfriamento
5 – Ar condicionado
6 – Umidificação
7 – Massa térmica e
aquecimento solar
8 – Aquecimento
solar passivo
9 – Aquecimento
artificial

1 – zona de conforto
Temperaturas baixas – evitar o
impacto do vento e
Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

temperaturas altas – evitar a


incidência de radiação solar.

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2 – ventilação

Ventilação cruzada para que a


temperatura do interior
acompanhe a variação de
temperatura do exterior.

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

3 – resfriamento evaporativo

Através da evaporação de
água, com o uso de
vegetação, fontes de água,
entre outros.

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

4 e 7 – massa térmica para


resfriamento/aquecimento
Para o aquecimento, o calor
armazenado na estrutura durante
o dia é devolvido ao ambiente
durante a noite e a estrutura
resfriada durante a noite mantém-
se fria durante o dia.

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

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5 – ar condicionado

Nessa situação recomenda-


se a utilização de ar
condicionado.

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

6 – umidificação

As baixas taxas de
renovação do ar permitem
manter o vapor de água a
níveis confortáveis.

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

8 e 9 - aquecimento

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

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Carta bioclimática Porto Alegre

Fonte: Lamberts, R. Eficiência energética. 1997

Carta bioclimática Porto Alegre


Conforto 22,5% Conforto 22,5% 1 - zona de conforto 22,5%
2 - ventilação 19,6%
3 - resfriamento evaporativo 0,3%
4 - massa térmica para resfriamento 0,1%
5 - ar condicionado 1,5%
Calor 25,9%
6 - umidificação 0,0%
Desconforto 77,5% 2e 4 0,2%
2, 3 e 4 3,8%
3e 4 0,5%
7 - massa térmica aquecimento solar 33,8%
Frio 51,6% 8 - aquecimento solar passivo 11,7%
9 - aquecimento artificial 6,0%

http://rogeriobpaiva.blogspot.com/

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