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AUTOR: PREFÁCIO:

José José Carlos Joaquim João Fernando Pedro António José C. Vítor Luis José 
 Tarantini Filipe 
 Bruno 
 António
Couceiro Guilherme Carvalhal Milheiro Tralhão Valente Bouças Fonte Araújo Severino Gonçalves Boto Pereira Pereira M. Silva
TOMÁS Oliveira Santa

PEREIRA

UM CONVITE A PENSAR O JOGO


SISTEMA 3x4x3, À LUPA
Uma abordagem de dentro, para fora…

Do campo para o cérebro…

Dos problemas no treino aos “porquês” de se fazer o que se faz…

Do ensino do jogo, através dos vários jogos que o jogo tem…

Em função do jogo que se quer ter…

Microciclos, Princípios, Sub-Princípios, Sub-Sub-Princípios, Problemas, Resoluções,


Evolução dos princípios em complexidade, e muito mais…

Problemas Evolução Dúvidas Estabilização Performance

Do PAPEL ao RENDIMENTO
Do CONSCIENTE ao INCONSCIENTE
BIOGRAFIA

FORMAÇÃO:
• Mestrado em Ensino da Educação Física
• Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

• Doutoramento em Educação Física e Desporto - Em conclusão


• Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

FORMAÇÃO COMPLEMENTAR:
• Curso de Treinador de Futebol - UEFA “B”
• Federação Norueguesa de Futebol

EXPERIÊNCIA COMO TREINADOR / COORDENADOR / SCOUTING:


TOMÁS • Associação de Futebol de Setúbal
PEREIRA • Coordenador Técnico Regional / Coordenador dos Cursos UEFA “C” e “B”
/ Coordenador das Selecções Regionais

• Lillestrøm SK (1ª Divisão - Noruega)


• Treinador Principal - Sub-15 Elite

tomaspereiracoach@gmail.com • Fredrikstad FK (2ª Divisão - Noruega)


• Coordenador Técnico e Metodológico

facebook.com/tomaspereiracoach • Sandnes Ulf (1ª Divisão - Noruega)


• Treinador Adjunto da Equipa B e Júniores / Treinador Principal - Sub-16 Elite

linkedin.com/in/tomás-pereira-3764bab9/ • Follo FK (2ª Divisão - Noruega)


• Treinador Principal - Sub-16 Elite

• Melbo IL (3ª Divisão - Noruega)


• Treinador Adjunto da Equipa Principal / Treinador Principal da Equipa B

• Sporting Clube de Portugal


• Coordenador do Scouting na Escandinávia
TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Pensar o jogo, tem sido um dos aspectos que mais tem distinguido os treinadores
portugueses nestes últimos anos. 


Não que antes muitos não tenham feito o mesmo, mas nesta altura muitos mais o fazem,
e iniciam esse processo mais cedo. 


Na verdade, os jovens treinadores portugueses têm tido uma abordagem, sem receios,
aos problemas com que se deparam no jogo, não escolhendo o caminho mais cómodo,
adaptar soluções dos mais consagrados, mas antes procurarem soluções para esses
mesmos problemas, no espaço da sua própria equipa. 


Podemos concordar ou discordar das propostas, mas vamos sempre discuti-las. 

JOSÉ 

Hoje, os jovens que se estão a iniciar têm uma base mais sólida, e não têm receio, na
COUCEIRO maioria dos casos, de apresentar as suas soluções. 


O Tomás, que conheci quando assumiu funções na Associação de Futebol de Setúbal,
Director Técnico Nacional - apresenta-nos um trabalho interessante, uma abordagem, como ele próprio classifica,
Federação Portuguesa de Futebol de dentro para fora. 


Treinador Principal do Sporting
Clube de Portugal, Futebol Clube
Vale a pena a leitura, seja em 1:3:4:3, ou em outro sistema, os “porquês” que tantos
do Porto, Vitória Futebol Clube, procuram a resposta estão apresentados de forma própria, mas clara. 

Lokomotiv de Moscovo, entre 

outras equipas A ocupação dos espaços e o equilíbrio que a equipa deve ter, questões da maior
importância, são trazidas para debate, independentemente do sistema táctico. O
Seleccionador Nacional Sub-21 - processo é dinâmico, e é isso mesmo que este trabalho nos apresenta, um convite a
Federação Portuguesa de Futebol pensar o jogo.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Conheço o Tomás há cerca de um ano e tive o prazer de desfrutar da sua companhia em


contexto profissional. 


Na altura, tivemos oportunidade de conversar e trocar experiências e ideias acerca do
jogo e do treino de Futebol. 


Recordo-me, particularmente, de ter ficado com a perceção do Tomás ser uma pessoa
com três características que penso serem determinantes para evoluirmos: vontade e
abertura para aprender; curiosidade em saber o porquê das coisas e não dar como
certo o que se lhe transmite; e, por último, ter ideias consubstanciadas nas reflexões
sobre os conhecimentos adquiridos e experienciados. 


JOSÉ Esta interação de atributos, por vezes, provoca uma irreverência interna que nos obriga
a colocar em discussão tudo o que pensamos. Só desse modo evoluímos para novos
GUILHERME patamares de conhecimento. 


OLIVEIRA Na minha opinião, o livro do Tomás tem essa prerrogativa. 


É uma apresentação das suas ideias, no entanto, não pretende ser uma sebenta de
Seleccionador Nacional (Sub-15 a como se fazer, mas sim teletransportar-nos para um contexto de questionamento e de
Sub-20) - Federação Portuguesa de reflexão permanente. 

Futebol 

Treinador Principal - Futebol Clube do
Em alguns momentos concordamos, noutros iremos descordar, todavia, a reflexão será
Porto (Sub-15 à Equipa B) constante. Essa provocação à meditação contínua é a maior valência deste livro. 


Docente na Universidade do Porto Neste sentido, agradeço ao Tomás o exercício reflexivo que me proporcionou e
aconselho a todos os que desejem ser provocados a leitura deste livro.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Um sistema tático por si nada vale no futebol. 




As dinâmicas que o treinador desenvolve na equipa é que vão representar a
“impressão digital”, ou seja as propensões do jogo que o treinador aspira para chegar
ao seu Jogo.

O Tomás através de um sistema 1.3.4.3 “enuncia” dificuldades no processo e a forma


como os princípios do seu jogo o ajudaram a criar as dinâmicas pretendidas.

Concordando ou não concordando com tudo o que foi escrito, porque também não é
importante, sempre valorizei quem acredita na sua Ideia e mantém uma coerência
CARLOS que da credibilidade ao processo, que vai imprimir a tal “impressão digital” que é
única... a do Tomás.
CARVALHAL
Parabéns!
Treinador Principal - Rio Ave Futebol
Clube

Vencedor da Taça da Liga com o


Vitória Futebol Clube

Treinador Principal:
Sporting Clube de Portugal
Swansea City AFC
Sheffield Wednesday
Sporting Clube de Braga
…entre outros

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

A presente obra (“jogo”) redigida com mestria pelo Treinador Tomás Pereira retrata o futebol como um
caminho inacabado, algo em permanente transformação pela individualidade dos jogadores, pela lógica
de pensamento dos treinadores, pelas alterações das leis de jogo, pela evolução das ciências que as
suportam, pelas diferentes realidades culturais, pela evolução ou “involução" da sociedade, etc etc.

Estará no futebol tudo inventado?

Pelas trocas de bola existentes ao longo das páginas (“tempo de jogo”) identifica-se que o futebol
precisa de ser permanentemente reformulado para ser desafiante, atrativo e apaixonante.

É o sair da zona de conforto, assumindo-se as coisas com identidade, determinação e criatividade, que
conduzirá a um amanhã melhor para o futebol. Entende-se pelos “passes e dribles” do autor que o
futebolista joga na globalidade, ou seja, é um ser humano em movimento, inteligente, que aborda cada
acontecimento dos diferentes momentos de jogo com intencionalidade.
JOAQUIM Implica que a tríade mente, corpo e alma funcionem em harmonia para que os pontapés de bicicleta, os

MILHEIRO golos na gaveta, o passe de trivela e mais coisas bonitas continuem a acontecer e deixem as pessoas
em êxtase.

O treino e o jogo aparecem-nos como axionomia e não dicotomia, ou seja, uma interação permanente de
Coordenador Técnico da Formação -
Sub-15 a Sub-20 -
intencionalidades e valores, que conduzem à interdependência. Dessa forma, a perspetiva sistémica no
Federação Portuguesa de Futebol caos organizado do futebol poderá ajudar a tornar o jogo mais inteligível, estimulando a diversidade e
criatividade.
Treinador Principal (Sub-16) no Futebol
Clube do Porto Percebe-se que no futebol nem tudo é decifrável porque se vive, se sente e se incorpora em
determinado contexto com tanta intensidade que torna inexplicável algo que parece explicável. É nestas
Treinador Adjunto: alternâncias de ritmo de jogo pelo passe e condução de bola que a teoria e a prática foram refletidas.
Interclube de Luanda
FC Vaslui Finalizado “o jogo”, onde agora tudo parece fácil, identifica-se que este livro, mais do que uma solução,
Portimonense Futebol SAD surge como um desafio para novas reflexões. E porque há coisas que marcam, parafraseando a máxima
Raja Club Athletic assumida pela Concacaf: “Love for our game”.
entre outros…

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Em consonância com necessidade actual de recriar constantemente metodologias de


treino, para que os resultados da sua aplicação, permitam maior controlo da
performance individual e colectiva em competição da equipa, surge o livro do Tomás. 


No entanto, a primeira impressão poderá indicar que estamos apenas perante um claro
exemplo de como treinar uma equipa profissional. 


Na minha visão, este livro poderá adaptar-se a qualquer idade. 


Porquê? 


Porque a informação nuclear que aqui está presente, é sobre os princípios que baseiam
JOÃO uma determinada forma de jogar. 


TRALHÃO E para qualquer idade, quando ensinamos uma acção, existe sempre uma direção que
queremos seguir, seja de forma mais simples ou complexa. 


Treinador Adjunto AS Monaco Esta ferramenta, estou certo de que, nos ajudará a ir ao encontro do que acredito ser
uma das maiores qualidades de qualquer Treinador: reflectir sobre as suas práticas! 

Treinador Principal Sub-23 - 

Sport Lisboa e Benfica O Treinador necessita de criar uma dinâmica de trabalho que o permita antecipar o
maior número de cenários possível. 

Treinador Principal Sub-19 -

Sport Lisboa e Benfica
É neste sentido que, ao ler este livro do Tomás, considero que estamos perante uma
oportunidade de excelência para reflectir sobre as nossas orientações metodológicas, e
sobretudo, sobre a nossa ideia do jogo.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Alguns acham que no Futebol está tudo inventado, porque é mais fácil aceitar a
acomodação, continuar a viver na banalidade e seguir o rebanho dos que não
acrescentam nada ao jogo e ao Futebol...outros dedicam-se a criar novas, mais e
melhores ideias sobre o Jogo e essencialmente ideias com valor.

Todos sabemos que o Futebol se joga com ideias, por isso devemos sempre dar valor
e agradecer aqueles que se dedicam com competência e paixão a partilhar novas
ideias e novas maneiras de operacionalizar essas ideias.

Depois de acompanhar á distância a visão e o percurso do Tomás Pereira, tive o


prazer de o conhecer pessoalmente e de logo sentir que estava na presença de um
FERNANDO Treinador que se quer diferenciar pelas suas convicções e essencialmente pela
maneira influenciadora com que comunica os seus conhecimentos.
VALENTE
“ Pensar o Jogo “ duma forma diferenciada, não está ao alcance de todos, mas ter a
Treinador Principal - Shakhtar oportunidade de poder aprender, refletir, evoluir, modelar, com exemplos práticos de
Donetsk “B” como se podem resolver os diversos problemas que o jogo nos apresenta, é o que
podemos encontrar neste livro.
Treinador Principal:
Clube Desportivo das Aves
Clube Desportivo Santa Clara Acredito cada vez mais que o Futuro será daqueles que conseguirem influenciar
Varzim Sport Clube positivamente todos os que o rodeiam e que criem estados de ânimo com ideias que
…entre outros promovam o Jogo e o Jogador.

Coordenador Técnico e Treinador Parabéns Tomás pela coragem...Bem Hajas.


Sub-19 - Shandong Luneng

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

“Um convite a pensar o jogo” é mais uma obra que nos ajuda a prosseguir o caminho
da evolução.

Numa era em que o jogo é dinâmico e novos conhecimentos chegam ao virar de cada
esquina, é determinante para a nossa evolução seja enquanto treinadores ou até
enquanto adeptos que se pretendem manter mais informados e conhecedores do
fenómeno, que consigamos estar em constante evolução.

Uma vez mais, o Tomás Pereira volta a trazer-nos uma obra que nos acrescenta e
remete para a análise, dos nossos próprios conhecimentos, proporcionando uma série
de reflexões sempre úteis.
PEDRO
Do modelar à operacionalização, do papel ao rendimento, estamos perante uma obra
BOUÇAS que promete acrescentar conhecimento e evolução em todos nós.

Autor do Blog “Lateral Esquerdo”

Campeão Nacional e Vencedor


da Taça de Portugal -
Clube Futebol Benfica
(Futebol Feminino)

Scout - Stellar Group

Comentador de Futebol -
Canal 11 e Jornal Record

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Junto dos que comigo convivem diariamente e também junto daqueles amigos que me acompanham há muitos anos
e que me são mais próximos, defendo que o ensino e o treino do jogo de futebol deve ser centrado nos vários jogos
que o jogo tem, em função do jogo que queremos ter e de acordo com aquilo que esse jogo pede em cada momento
dos vários momentos que o jogo tem. É um trocadilho, mas nada de complexo, muito pelo contrario.

Sendo o jogo de futebol uma sucessão no tempo e no espaço de equilíbrios e desequilíbrios momentâneos, assentes
numa excelente leitura e tomada de decisão, que melhor metodologia para o desenvolvimento do jogador e da equipa
(seja ele criança, jovem ou adulto de alto rendimento ou equipas dos mais variados escalões ou níveis de
competição) que uma metodologia que prolifera e vive em ambientes de resolução de problemas e assenta em
pressupostos cognitivos e psicológicos concretos? (organização tática ofensiva e defensiva do que pensamos e
queremos para o nosso jogar).

Como preparamos um jogador para ser criativo, imprevisível, responsável, sólido, confiante das suas possibilidades e
responsabilidades, versátil na sua atuação (domínio de varias funções e posições em campo) e com um
conhecimento notável da lógica intrínseca do jogo e das suas nuances? Será que a criatividade (ofensiva e defensiva)
ANTÓNIO e a imprevisibilidade se operacionalizam com a busca incessante da tão apregoada mecanização através de
movimentos hipercoreografados nos treinos e levados até à exaustão sob a voz de comando do treinador?

FONTE Torna-se claro que é mais confortável para o jogador ser o treinador a tomar as decisões, impor movimentos, gerar
comportamentos, pois o grau de responsabilidade é bem menor. Mas como responder rápido e eficazmente ao caos
SANTA tão pródigo de um jogo de futebol? Como responder às equipas e aos jogadores que fazem da criatividade inovação,
imprevisibilidade e adaptação constante às varias nuances e aleatoriedade do jogo e respeitam os princípios do jogo
e do seu jogo e cujo treinador lhe dá confiança e responsabilidade (liberdade disciplinada)?
Coordenador Técnico e Quem inova está sempre sujeito às críticas, aos olhares desconfiados e à ironia daqueles que conservam as práticas
Metodológico - menos boas ao longo de anos, apenas porque dá muito trabalho e muitas chatices e gera muita desconfiança e
Sport Lisboa e Benfica insegurança. No futebol, primeiro deve pensar-se e depois agir em função desse pensamento ou ideia. Muito havia
ainda para escrever mas fica para outra altura.

Tomás espero que consigas com este livro responder um pouco a todas estas questões e contribuir para um salto
qualitativo e determinante das boas praticas do ensino e treino do nosso (cada vez mais reconhecido além fronteiras)
futebol português.

Eu vou tentando, devagarinho como é o meu timbre e de acordo com as minhas ideias e origens. Espero que tu
também mas de forma mais rápida…..

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Gosto de acreditar que no futebol não existem ideias erradas ou certas... existem somente ideias, e
desde que bem trabalhadas todas elas são válidas! 


Acredito também, que contrariar a velha máxima de que “no futebol já está tudo inventado”, é que nos
faz, a nós (treinadores portugueses), diferentes da maioria, e seguramente é o que nos faz evoluir e
continuar a apresentar novas ideias e metodologias de trabalho! 


É esta constante vontade de superação e conquista que motiva o aparecimento deste tipo de obras,
onde devemos valorizar a coragem não só de criar algo novo, mas sobretudo de expor e partilhar todo
o trabalho desenvolvido... 


Como o próprio Tomás costuma dizer, “conhecimento sem partilha... não é conhecimento”! 


JOSÉ C. A grande verdade é que os “problemas” que o Tomás levanta na sua obra, às diferentes situações que
o treino e jogo nos colocam, são sem sombra de dúvida, as questões com que todos nós nos
deparamos no nosso dia a dia. 

ARAÚJO 

Mais que desenvolver uma ideia de jogo, estamos perante um trabalho que nos apela e transporta
para a sua aplicação prática, que nos conduz para o plano operacional do treino, sendo fácil
Treinador Principal Sub-23 - estabelecermos padrões de comparação com os nossos problemas. 

Sporting Clube de Braga 

Considero, portanto, que este livro, “Um convite a pensar o jogo – sistema 3x4x3 à lupa”, é de leitura
Treinador Principal Sub-19 - obrigatória para quem efetivamente gosta de pensar e questionar o JOGO e o seu PROCESSO DE
Sporting Clube de Braga TREINO. 


Muito mais que uma análise ao sistema tático em questão (e sua operacionalização), está um desafio
à nossa própria forma de trabalhar e pensar... e isso significa EVOLUÇÃO! 


PARABÉNS TOMÁS!

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Escrever sobre futebol será sempre, em certa medida, um acto de coragem. 




Coragem no sentido em que a partilha ainda não é, infelizmente, suficientemente considerada
enquanto pilar fundamental da aprendizagem, do crescimento, da optimização ou da evolução. 


Mas para que possa ser funcional, a partilha terá sempre de assumir dois sentidos: perguntar,
responder; analisar, reflectir; observar, criticar; no fundo, dar e receber - o altruísmo intelectual
será sempre, a meu ver, catalisador de aprendizagem. 


É nesse sentido que livros como o do Tomás ganham todo o sentido, não numa lógica de
constatar apenas factos, mas antes na possibilidade que nos podem levantar de criarmos
perguntas melhores do que aquelas que já temos (mais do que respostas). 


VÍTOR O futebol será sempre um jogo de paradoxos, de momentos únicos que não se repetem e
configuram, no final, a possibilidade de “constatarmos factos”, ou melhor, de constatarmos “uns
SEVERINO factos”, aqueles. 


Nesse sentido, também o treino terá de ser um espaço de muito mais perguntas e de muito
Treinador Adjunto: menos repostas, que permita pensar, aliás, que obrigue a pensar.
Shakhtar Donestsk
Vitória Sport Clube Se não pensarmos, se não partilharmos, e se não nos questionarmos (diariamente) corremos o
GD Chaves risco de nos mantermos mais confiantes, mas não necessariamente mais sábios - “A ignorância
Rio Ave FC
engendra confiança com mais frequência do que o conhecimento” (Charles Darwin).
FC Porto
FC Porto “B”
Obrigado pelo contributo Tomás, espero que te mantenhas firme na estrada da partilha e que o
Docente Convidado - teu livro possa, pelo menos, levantar mais algumas questões para reflexão. Para mim, será mais
Curso “High Performance Coaching” - do que suficiente.
Faculdade de Motricidade Humana

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Abordagem interessante do Tomás, sem receio de expor as suas ideias e partilhar o


conhecimento com todos. 


É esta atitude positiva que nos permite crescer enquanto profissionais de excelência,
que pretendemos ser todos os dias.

Livro com informação técnica relevante, que poderá aportar mais-valia, não só para
os treinadores, mas também para todos os apaixonados do Futebol. 


Parabéns!

LUIS
GONÇALVES
Seleccionador Nacional
Sub-15 - China

Seleccionador Nacional AA -
Moçambique

Treinador Principal Sub-23 -


Sporting Clube de Portugal

Treinador Principal Sub-15 -


Futebol Clube do Porto

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

A falta de criatividade nos jogadores, é um tema tantas vezes falado no futebol, mas o
que fazemos para o mudar?

O futebol é um jogo tão aleatório, caótico e diversificado, que não existe “uma” forma
de o jogar, por isto o jogo não se ensina, aprende-se e os treinadores de jovens não
devem ser mais do que facilitadores de aprendizagem.

Criar problemas, para que os jogadores criem diversas soluções para a sua
resolução, deve ser o que preside á construção dos exercícios de treino.

Deixar os jogadores pensarem, experimentarem, errar, voltar a errar, até encontrarem


as suas soluções é o caminho para formar jogadores autónomos, inteligentes,
JOSÉ BOTO criativos e conscientes daquilo que fazem melhor.

Cabe aos treinadores, não castrarem e potenciarem o que cada um tem de melhor.
Coordenador do Scouting do
Shakhtar Donestsk
Sobre tudo isto nos fala o Tomás neste livro, que é uma óptima ferramenta para quem
Scout do Sport Lisboa e Benfica quer ajudar a que os nossos jovens aprendam o jogo.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Eu valorizo imenso quem se atreve a partilhar com os outros a sua forma de pensar e
essencialmente operacionalizar.

E neste jogo onde não há caminhos únicos para o sucesso, o Tomás Pereira
apresentam-nos as suas soluções.

Partindo do sistema 3x4x3 analisa os jogos dentro do Jogo, partilhando a resolução


operacional de diversos problemas.

Parabéns ao Tomás por mais uma obra que nos permitirá ajudar a refletir sobre este
magnifico jogo.

TARANTINI
Futebolista Profissional
Capitão do Rio Ave FC

Autor do Livro “A Minha Causa”

Palestrante, Orador, Investigador

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

É com grande interesse e atenção que tenho seguido a carreira do Tomás Pereira,
alicerçada sempre na competência e no legado que vai deixando por onde passa.

"Um convite a Pensar o Jogo - Sistema 3x4x3 à Lupa" veio confirmar o Tomás mais do
que um estudioso, um Treinador Talento, dada a forma como pensa o jogar e todo o
seu detalhe, assim como a forma criativa como operacionaliza o treino.

Esta obra, também é um convite a sairmos da nossa zona de conforto, um convite a


expormos as nossas ideias em questão, é sem dúvida uma ferramenta de melhoria a
todo e qualquer Processo.

FILIPE
PEREIRA

Treinador Principal - Sub-19 -


Futebol Clube de Alverca

Coordenador Técnico - Futebol


Clube de Alverca

Treinador Principal - Sub-10 -


Sporting Clube de Portugal

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

O Tomás possui ferramentas fundamentais para se crescer como Treinador e como


pessoa.

Este livro é mais um exemplo disso mesmo, ao mostrar mais uma vez como não só
tem grande capacidade de organização e estruturação daquilo que é o jogo em si,
mas indo do macro para o micro, sugerindo tarefas para tornar “nossas” as
experiências de jogo que permitem criar a tal Ideia de jogo.

Essa capacidade de organizar vem de outro ponto fundamental para qualquer


treinador, que é a reflexão sobre, não só, o que faz, como também o que vê fazer, e o
que projecta que poderá ser o futuro.
BRUNO
Apenas assim, a informação aliada a experiência se torna conhecimento.
PEREIRA
Por fim, este livro é mais um exemplo de como sair da zona de conforto, de querer
Coordenador das Escolas de partilhar, de se expor.
Futebol do Sport Lisboa e
Benfica Só assim procuramos e nos mostramos abertos a novas ideias, novas experiências,
que vão permitir crescimento.
Campeão Nacional e Vencedor
da Taça de Portugal no Clube
Futebol Benfica, como Treinador Recomendo este livro a todos os que procuram ser melhores treinadores. As questões
Adjunto que vai colocando, promovem a reflexão sobre problemas que são comuns a todas as
formas de Jogar.
Treinador na Aspire Academy
FSDC

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
PREFÁCIO

Desde que conheci o Tomás, na Noruega, onde ambos trabalhávamos, que as nossas
conversas acabam sempre no mesmo - o jogo de futebol.

E com ele, o treino, as metodologias, a análise, as estratégias, o como chegar a um


nível alto, perto da excelência, desconstruindo e voltando a construir, princípio a
princípio, sub-princípio a sub- princípio até ao detalhe para que a(s)estrutura(s) e as
dinâmicas de um modelo de jogo complexo se tornem simples e que cada jogador
aprenda e não seja ensinado.

Nesta sua nova aventura na escrita, o Tomás foi muito corajoso ao conduzir nos a uma
abordagem profunda de como operacionalizar um sistema/estrutura e os seus
ANTÓNIO M. princípios e sub-princípios. Como no fundo pensar o Jogo, para o Jogo.

SILVA Leva-nos a ver os problemas, e as possíveis soluções, em cada exercício selecionado


para cada momento do jogo com os respectivos princípios e sub-princípios.
Treinador Principal - Sub-17 -
Beijing Sports University
É um livro para os apaixonados, para os que não dormem sem ver um problema
Treinador adjunto no resolvido, para os profissionais e não profissionais que são 24/7 equipa - análise -
FK Haugesund (1ª Divisão - treino - modelo de jogo - jogo - análise.
Noruega)
Embarquem neste desafio e pensem o Jogo, o Tomás convidou.
Campeão da 3ª Divisão da
Noruega com o Staal Jørpeland

Treinador Principal no Sandnes Ulf


B / Juniores (2ª Divisão - Noruega)

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
ÍNDICE

Capítulo I

1.Período Pré-Competitivo
1.1. Semana 1
1.1.1. Organização Ofensiva
1.1.2. Organização Defensiva
1.1.3. Transição Defensiva
1.1.4. Transição Ofensiva
1.1.5. Preparação do Jogo-Treino 1
1.1.6. Jogo-Treino 1
1.1.7. Preparação da Semana 2

1.2. Semana 2
1.2.1 Organização Ofensiva
1.2.2. Organização Defensiva
1.2.3. Transição Defensiva
1.2.4. Transição Ofensiva
1.2.5. Preparação do Jogo-Treino 2
1.2.6. Jogo-Treino 2
1.2.7. Preparação da Semana 3

1.3. Semana 3
1.3.1. Organização Ofensiva
1.3.2. Organização Defensiva
1.3.3. Transição Defensiva
1.3.4. Transição Ofensiva
1.3.5. Preparação do Jogo-Treino 3
1.3.6. Jogo-Treino 3

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
ÍNDICE

1.4. Semanas 4/5

Capítulo II

2. Período Competitivo
2.1. Análise de Rendimento e Scouting
2.2. Exemplo de uma Semana em Período Competitivo
2.2.1. Organização Ofensiva
2.2.2. Organização Defensiva
2.2.3. Transição Defensiva
2.2.4. Transição Ofensiva
2.2.5. Preparação do 1º Jogo Oficial
2.2.6. Jogo 1

Capítulo III

3.1. Gestão do grupo


3.2. Fases da gestão de grupos
3.3. Tarefas de liderança para as diferentes fases da gestão de grupos

Capítulo IV

4.1. Técnica de Relaxamento Anti-Stress - “ESR - Emotional Stress Release”


4.2. Aplicação Pré-Jogo

Capítulo V

5.1. Considerações Finais

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com
INTRODUÇÃO

Temos o prazer de viver num país com treinadores de Futebol fantásticos, de uma qualidade ímpar. Mas o que os tornam
tão bons? Quais as razões para o Treinador Português ter sucesso em praticamente todos os países em que trabalha?

A paixão! Somos apaixonados pelo Futebol, somos apaixonados pelo jogo, somos apaixonados pelo treino.

A emoção! Vivemos Futebol, e temos uma capacidade nata de transmitir as nossas ideias e as nossas crenças pela
emoção e o sentimento que colocamos em cada conversa, em cada treino, em cada discussão. Contagiamos pela emoção
que colocamos em cada tarefa, em cada objectivo, em cada momento.

A organização! Somos organizados, disciplinados, pensamos em tudo ao pormenor, ao ínfimo detalhe, nada nos escapa e
não descansamos enquanto não tivermos tudo controlado, dentro do que está ao nosso alcance para ser controlado,
porque o jogo de Futebol é, naturalmente descontrolado e caótico.

Conhecimento! Somos estudantes incansáveis, procuramos saber mais e mais, o porquê das coisas, não temos medo de
procurar, explorar, de nos aventurarmos.

Crentes! Crentes na medida que acreditamos piamente nas nossas ideias, no que pretendemos para as nossas equipas,
para os nossos jogadores, para os potenciarmos ao máximo, para os fazermos brilhar, e com isso ajudá-los a almejar a
algo mais, a algo melhor. E eles sentem isso, sentem tudo o que lhes passamos, daí que acreditem tanto em nós e que
muitas das vezes dêem a vida por nós.

Com a evolução do Futebol e da sociedade, hoje em dia não basta dizer como e o que queremos, somos obrigados a
fundamentar, se queremos ser líderes e que os nossos atletas acreditem em nós e no processo que também é deles. E o
segredo está aí! O projecto também é deles! Porque se eles não acreditarem que o projecto é muito deles, dificilmente
teremos a equipa connosco e dificilmente conseguiremos construir um projecto e um processo de qualidade, que os façam
crescer e, consequentemente ao rendimento da equipa.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com 1
INTRODUÇÃO

O Jogo é um Caos e cada processo de modelação de um “Jogar” específico vai encontrar os seus problemas, as suas
singularidades, a sua diferenciação. Os jogadores são díspares, são únicos, vêm de contextos diferentes, com
vivências diferenciadas, que faz com que tenhamos que os conhecer para que eles nos queiram também conhecer a
nós, treinadores.

Este livro procura fazer com que o leitor mergulhe nesta viagem que é o Caos do jogo, acompanhando o pensamento
de quem o lê, justificando a necessidade da definição de princípios para resolver os problemas que o jogo nos vai
criando.

Convidamo-vos a viajar connosco nesta viagem, arrojada, diferenciada, dentro de uma abordagem peculiar, em que
tentaremos apresentar a sequência lógica da evolução em complexidade do jogo que pretendemos ter, através do
ensino dos vários jogos que o jogo tem, de forma semelhante à que adoptamos durante a época desportiva, perante
um hipotético cenário progressivo, no contacto com os jogadores, envolvendo-os no projecto, fazendo com que
pensem o jogo, reflitam sobre o jogo.

Abordaremos também outras temáticas como a gestão de grupos, visto que esta temática influencia directamente a
eficácia do processo de modelação de um Jogar, bem como, de técnicas de relaxamento que poderemos aplicar ao
nosso grupo, atentando a que qualquer processo em que existam dúvidas e incertezas provoca stress e ansiedade,
sendo fundamental ter a capacidade de conseguir transmitir confiança e serenidade.

Do consciente, para o inconsciente, desconstruindo e voltando a construir.

Do nosso processo, para o NOSSO processo!

TOMÁS PEREIRA
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PERÍODO PRÉ-
COMPETITIVO

TOMÁS PEREIRA
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SEMANA
1

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ORGANIZAÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 1

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Não conseguimos olhar para o jogo sem ser como um espectáculo, sendo a bola um elemento fundamental do mesmo e em que cabe ao
jogador promover esse mesmo espectáculo, e com isso promover-se a si próprio, valorizando-se, sendo o elemento fulcral de todo o
fenómeno.

Desta forma, queremos, em todos os jogos, “dominar” e “controlar” o jogo com bola e o nosso “Jogar” tem com princípio, definindo princípio
como o que se vê de “fora”, a “Rápida circulação de bola, para desequilibrar o adversário e criar espaços para progredir, usando a
largura e a profundidade”.

Um dos sub-princípios que serão abordados desde início do ensino do jogo e que está directamente relacionada com o nosso princípio de
jogo é a recepção orientada, de forma a podermos acelerar a circulação da bola e a progressão. Para que possamos circular a bola com
velocidade, com vista ao desequilíbrio do adversário, criando espaços para progredir, é essencial termos a qualidade de darmos poucos
toques na bola quando a recebemos, porque de nada nos serve circular a bola e conseguir receber a bola entre o bloco adversário em zonas
perigosas, se não recebemos a bola de forma orientada, de forma a podermos acelerar o jogo, tendo de dar 3/4 toques, não tirando vantagem
da situação e, podendo perder a bola rapidamente, devido a essa debilidade técnica.

O Leão é azul, o papagaio verde, o elefante vermelho, o tigre castanho, o rinoceronte laranja, a girafa amarela…difícil lembrar-se da cor do
papagaio certo? A forma como iremos abordar o treino e o processo ensino-aprendizagem também terá em conta a dificuldade do cérebro
humano em reter uma grande quantidade de nova informação num curto período de tempo, porque ao transmitirmos muita informação num
curto espaço de tempo, poderemos estar a comprometer a eficácia de todo o processo.

Em qualquer Momento de Jogo primordial que trabalhemos, nunca poderemos descurar o Momento que vem imediatamente a seguir, visto
que, quando perdemos a bola o jogo não pára, ou quando falhamos um Contra-Ataque, não voltamos para trás a passo até que o árbitro apite
para retomar o jogo. Dessa forma, todos os exercícios apresentados, representam o ensino do jogo, através de comportamentos, acções e
representações mentais semelhantes à que o Jogo nos proporciona.

Nesta fase, o foco recairá exclusivamente na construção do nosso “Jogar”. Relativamente ao plano estratégico, um elemento chave do Futebol
Moderno, iremos abordar mais próximo do 1º jogo oficial da época.

De seguida apresentamos a primeira abordagem à equipa, de forma que descubram “de forma guiada” o que procuramos, quando temos a
bola e a equipa adversária está organizada:

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Organização Ofensiva -
Posse por posição específica - 10x7 (4x5’) Jogo Formal - GR+10x10+GR
10x7+GR (2x12’)

S

Descrição do Exercício:
E
 A equipa com posse inicia sempre com a bola e
G
 pontua caso faça 10 passes sem que a outra equipa
toque na bola, com os jogadores organizados por
posições de acordo com o 3x4x3. A equipa sem bola,
U
 se ganhar a bola, tem que tentar marcar numa das 3
balizas, obrigando a reacção rápida à perda.
N
 Combinações Sect. - Avançados 5x2+GR
(1x15’ - 1x10’)
D

ORGANIZAÇÃO
A

OFENSIVA
-

F

E

I

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre nos médios centro que iniciam o A equipa com bola inicia sempre o ataque e tem
exercício com um passe, de forma a que os como objectivo marcar golo. Se perder a bola, a Jogo formal, com os mesmos
Avançados trabalhem as combinações definidas. No outra equipa marca golo passando com a bola
2º período, os jogadores definem um número de golos controlada na linha. Ganha a equipa com mais objectivos dos exercícios anteriores.
e, sendo criativos devem tentar atingir esse número. golos no final de cada período.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 A sessão de treino, respeitando os princípios do treino e crescendo em complexidade


(com o aumento do espaço / número de jogadores), na nossa forma de trabalhar terá
Posse por posição específica -
10x7 (4x5’) sempre um Momento do Jogo dominante, mas, como referimos anteriormente, nunca
descorando o momento que virá imediatamente a seguir. Progrediremos sempre da
força - associada ao número de contracções musculares - em que o número de
contracções é elevado, forte e tenso, para a resistência, em que o tipo de
contracções é mais descontínua (mais aproximado do “jogo formal”).

O objectivo do exercício é garantir a qualidade da circulação da bola, trabalhando


princípios que vão garantir a ocupação racional do espaço e, consequentemente
melhorar essa mesma qualidade da circulação. “Reduzir sem empobrecer”.

O exercício realiza-se em 4 períodos de 5 minutos cada, em que a bola inicia sempre


na equipa com 10, disposta no sistema de 3x4x3, e o objectivo é realizar 10 passes
sem que o adversário consiga interceptar a bola, porém, se o adversário recuperar a
Descrição do Exercício: bola, terá de tentar marcar golo numa das 3 balizas pequenas, obrigando a uma
rápida reacção à perda da bola, trabalhando Organização Ofensiva, mas nunca
A equipa com posse inicia sempre com descorando a Transição Defensiva.
a bola e pontua caso faça 10 passes
sem que a outra equipa toque na bola,
Desenvolve-se sob a forma de jogo, em que por cada 10 passes a equipa roxa
com os jogadores organizados por
posições de acordo com o 3x4x3. A pontua e por cada golo marcado, a equipa amarela pontua, sendo que este estímulo
equipa sem bola, se ganhar a bola, tem de ambas as equipas terem objectivos é essencial para conseguirmos garantir
que tentar marcar numa das 3 balizas, motivação e empenho máximo em cada período de cada exercício.
obrigando a reacção rápida à perda.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 O objectivo do jogo é o golo, sem ele não podemos vencer qualquer partida.
Combinações Sect. - Avançados
5x2+GR (1x15’ - 1x10’) Na nossa opinião, o processo de Organização Ofensiva é o mais difícil de ser trabalhado
e o processo onde o resultado do que é abordado é mais moroso, fruto da relação entre
jogadores e suas movimentações/comportamentos que são necessárias para que o
processo funcione com harmonia, sendo que, sempre que tivermos um grande número
de atletas não utilizados no exercício principal, será realizado um exercício
complementar de Organização Ofensiva, de forma a podermos fomentar esse momento
do jogo, e as relações entre jogadores que são essenciais para o sucesso e qualidade
neste momento do jogo.

Desta forma, com este exercício, o que se procura é, exactamente, esse mesmo
fomentar da qualidade das relações entre os três avançados, partindo de combinações
pré-definidas pelo treinador, e progredindo para a criatividade pura dos jogadores da
frente de ataque, trabalhando em busca de um objectivo comum. O exercício
desenvolve-se numa situação de 5x2+GR, sendo que no 1º período os defesas serão
passivos (mantendo apenas a posição e criando referências visuais aos atacantes) e em
que o objectivo dos jogadores que atacam é finalizar o mais rapidamente possível,
usando as combinações pré-definidas. No 2º período, os jogadores são incentivados a
usar a sua criatividade, definindo um número de golos e tendo de alcançar esse mesmo
número no final do período, aumentando imediatamente as velocidade das
Descrição do Exercício: combinações, aproximando à velocidade que procuramos no nosso jogo.
A bola inicia sempre nos médios centro que
iniciam o exercício com um passe, de forma a O 1º período será mais aquisitivo, realizado a um ritmo mais baixo e com mais feedback
que os Avançados trabalhem as combinações
definidas. No 2º período, os jogadores definem por parte do treinador, com a duração de 15 minutos, e o 2º período, com menor
um número de golos e, sendo criativos devem feedback e realizado a alta velocidade, com a duração de 10 minutos.
tentar atingir esse número.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Posse por posição específica -
10x7 (4x5’) 1º Problema

Chegaremos então, rapidamente ao 1º dos vários problemas que poderão ocorrer e que fará com que tenhamos
dificuldade em manter a posse de bola com qualidade, muito devido ao aglomerado de jogadores do lado da bola.

Naturalmente, os dois MC (Médios Centro) irão procurar a bola, no lado da bola, o que fará com que os
adversários possam pressionar mais forte nesse mesmo lado, visto que praticamente não existem jogadores do
lado oposto.

Este facto ocorrerá, talvez, desde o apito inicial do 1º período do exercício. Devemos nós intervir imediatamente
mal aconteça o erro? Na nossa óptica não. E porquê? Porque quem joga são os jogadores e se estes chegarem à
resolução do problema que procuramos que eles solucionem, sem o auxílio do treinador, será sempre uma
aprendizagem muito poderosa, e como procuramos jogadores cultos tacticamente e com grande capacidade de
Descrição do Exercício: percepção dos problemas e solucioná-los, daremos sempre primazia a que sejam eles próprios a resolver.

Caso não o consigam resolver (que é o caso em 99% das situações), aí é que entra o Feedback do treinador. E
A equipa com posse inicia sempre com que tipo de Feedback? Questionamento! A pergunta, para que sejam os jogadores sejam estimulados a pensar
a bola e pontua caso faça 10 passes sobre o jogo, sobre os problemas do jogo. Os jogadores têm que ser sempre parte do processo e activos na
sem que a outra equipa toque na bola, construção do mesmo, para que sintam que também é deles e que acreditem nele a 200%.
com os jogadores organizados por
posições de acordo com o 3x4x3. A Dessa forma, entra o 1º Sub-Sub-Princípio (definido como as tarefas por posição dos atletas), em que, no sistema
equipa sem bola, se ganhar a bola, tem 3x4x3, os MC deverão jogar no corredor central e atrás da 1ª linha de pressão, ou seja, atrás do/s Pontas de
que tentar marcar numa das 3 balizas, Lança adversários, fazendo a ligação por dentro com o sector atacante, e garantindo que estamos equilibrados no
obrigando a reacção rápida à perda. corredor central, caso percamos a bola, e em que o MC do lado da bola deve apoiar quando a bola está do seu
lado, e o outro MC deverá posicionar-se no corredor central (numa linha imaginária que divide o campo em 2
lados), garantindo que existe uma linha de passe no corredor central para podermos variar o centro de jogo
para o lado contrário.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Posse por posição específica -
10x7 (4x5’) 2º Problema

E rola a bola de novo, mantendo-nos atentos ao Feedback já mencionado, verificando


se a qualidade da posse de bola está a melhorar com a “entrada” desse sub-sub-
princípio e se os jogadores o estão a respeitar, garantindo Feedback sobre o
Feedback já dado (que pode ser positivo, negativo ou de novo questionamento),
denominado de “Feedforward”.

Entramos então no 2º problema que é, o facto do MC do lado da bola aproximar tanto


para garantir uma linha de passe ao portador da bola que, para além de levar
Descrição do Exercício: adversário consigo e fechar o espaço para jogar, também “rouba” a linha de passe
para o avançado do lado da bola, que procura o passe entre linhas. Dessa forma, é
A equipa com posse inicia sempre com fundamental que os jogadores percebam que, qualquer acção que façam durante o
a bola e pontua caso faça 10 passes
sem que a outra equipa toque na bola,
jogo, provoca uma reacção na equipa/jogadores adversários, e que é fundamental que
com os jogadores organizados por ocupem o seu espaço de forma racional, não fechando linhas de passe aos colegas.
posições de acordo com o 3x4x3. A
equipa sem bola, se ganhar a bola, tem O MC do lado da bola deverá garantir uma linha de passe válida, no corredor
que tentar marcar numa das 3 balizas,
obrigando a reacção rápida à perda. central, não fechando linhas de passe, sobretudo para os avançados laterais que
procuram garantir linhas de passe entre linhas, sendo esse outro sub-sub-princípio
do que pretendemos em Organização Ofensiva.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Posse por posição específica -
10x7 (4x5’) 3º Problema

Mesmo círculo de Feedback/Feedforward.

Outro dos problemas que podem surgir naturalmente é a dificuldade em manter a posse da
bola e a qualidade da circulação devido ao facto de, efectivamente não existir espaço para
jogar porque nós não o criamos.

Para podermos jogar, e ter espaço para jogar, é fundamental a largura e profundidade estarem
sempre garantidas, visto que se o PL baixa para receber e se nenhum outro jogador “esticar”,
garantindo a profundidade, os defesas adversários também não vão baixar, e isso fará com que
Descrição do Exercício: tenhamos menos espaço para jogar no corredor central. O posicionamento dos DCs também é
fundamental, garantindo espaço no corredor central para os MCs e para os AVs e PL.
A equipa com posse inicia sempre com
a bola e pontua caso faça 10 passes
Acontece precisamente o mesmo no corredor lateral. Se nenhum jogador garantir a largura
sem que a outra equipa toque na bola, máxima no corredor esquerdo e no corredor direito, iremos ter menos espaço para jogar no
com os jogadores organizados por corredor central e será muito mais fácil para o adversário nos pressionar e recuperar a bola.
posições de acordo com o 3x4x3. A
equipa sem bola, se ganhar a bola, tem Desta forma, entramos num sub-princípio do nosso “Jogar”, em que devemos sempre garantir
que tentar marcar numa das 3 balizas, a ocupação racional do espaço, garantindo sempre um jogador em largura máxima no
obrigando a reacção rápida à perda. corredor direito, no corredor esquerdo, e profundidade máxima com um dos AVs/PL e com os
DCs, criando espaço para podermos jogar.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Posse por posição específica -
10x7 (4x5’) 4º Problema

Numa primeira abordagem é fundamental não darmos muita informação, porque se o


fizermos, os jogadores não se vão conseguir focar em todos os objectivos do treino,
visto que a capacidade de retenção de nova informação durante um curto espaço
temporal por parte do nosso cérebro é limitada. A história do papagaio verde,
lembram-se?

De forma a finalizarmos este 1º exercício, um princípio fundamental que introduziremos


e que é essencial na capacidade e qualidade da manutenção da posse de bola com o
Descrição do Exercício: objectivo de desorganizar o adversário para procurar oportunidades de golo é
“garantir o 2º passe”, e este sub-princípio é algo que os jogadores costumam ouvir
A equipa com posse inicia sempre com repetidamente, até que passe do consciente ao inconsciente, para que percebam
a bola e pontua caso faça 10 passes
sem que a outra equipa toque na bola,
realmente a importância que terá na qualidade do nosso jogo.
com os jogadores organizados por
posições de acordo com o 3x4x3. A Após o passe, o jogador deverá imediatamente garantir uma linha de passe válida
equipa sem bola, se ganhar a bola, tem para que a circulação de bola possa prosseguir sem a possibilidade de perdermos a
que tentar marcar numa das 3 balizas,
obrigando a reacção rápida à perda. bola, seja após um passe seu para o colega, seja após um passe de um colega para
outro em que este garante imediatamente uma linha de passe válida para novo passe -
garantindo o 2º passe.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Com este 2º exercício, procura-se trabalhar o que se trabalhou no 1º exercício, mas
crescendo em complexidade, com mais espaço, e a decorrer nos locais onde
Organização Ofensiva - 10x7+GR
(2x12’) queremos que as acções/comportamentos ocorram no “jogo”, de forma que os
jogadores ganhem e desenvolvam representações mentais para que, quando a
situação ocorrer no jogo, saibam o que devem fazer e quais a referências/orientações.

Assim, será uma situação de jogo de 10x7+GR em que a equipa de roxo irá atacar a
baliza, com as bolas a iniciarem sempre dos 3 Centrais, e o objectivo é marcar golo. A
equipa amarela vai estar organizada com 4 defesas, 2 médios centro e 1 Ponta de
Lança, e o objectivo é evitar que a equipa contrária marque golo e, ao ganhar a bola,
para marcar deverá passar com a bola controlada na linha definida. A equipa que
marcar mais golos ganha.

Como foi mencionado anteriormente, vão ser reforçados os princípios já trabalhados


no exercício anterior, abordando outros que irão surgir aquando dos problemas que o
Descrição do Exercício: jogo nos vai criar.

A equipa com bola inicia sempre o O exercício realiza-se em 2 períodos de 12 minutos, sendo que no final de cada
ataque e tem como objectivo período trocamos jogadores de equipas, de forma a que todos possam vivenciar as
marcar golo. Se perder a bola, a situações, e dessa forma evoluir neste “Jogar”.
outra equipa marca golo passando
com a bola controlada na linha.
Ganha a equipa com mais golos no
final de cada período.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Organização Ofensiva - 10x7+GR
(2x12’) 5º Problema

Este problema provavelmente já terá ocorrido no 1º exercício, no entanto como referimos


anteriormente, o cérebro humano não tem capacidade de reter e processar nova informação
em grande quantidade durante um curto espaço de tempo, daí que seja fundamental filtrarmos
a informação/feedback/princípios que abordamos, para termos a certeza que a informação
passa para os nossos atletas, porque “ensinar é diferente de aprender”, e nem sempre o facto
de termos “ensinado”, significa que os atletas “aprenderam”.

O problema que ocorre nesta situação é que ambos os Médios Centro sobem, acompanhando
o ataque, o que faz com que a equipa esteja desequilibrada caso percamos a bola.
Descrição do Exercício:
É fundamental que estejamos sempre equilibrados e, o 1º passo para recuperarmos a bola
imediatamente quando a perdemos, é já estarmos preparados para a perder quando temos a
A equipa com bola inicia sempre o posse da bola, e, dessa forma, um dos sub-sub-princípios é que um dos MC tem liberdade
ataque e tem como objectivo para subir apoiando o ataque, porém, um MC tem que ficar mais atrás, no corredor
marcar golo. Se perder a bola, a central, garantindo o equilíbrio. E porquê no corredor central? Porque a nossa baliza está no
outra equipa marca golo passando corredor central, logo, caso não consigamos recuperar imediatamente a bola, estamos
com a bola controlada na linha. organizados no corredor central e devemos tentar retardar a progressão do adversário,
Ganha a equipa com mais golos no “empurrando” para a linha lateral, garantindo tempo para que os nossos jogadores baixem e se
final de cada período. reorganizem.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Organização Ofensiva - 10x7+GR
(2x12’) 6º Problema

Na mesma lógica do problema anterior, que promove o sub-sub-princípio,


anteriormente descrito, desta vez também tem que ver com a questão “equilíbrio”
ainda durante o momento em que temos a posse de bola, de forma a estarmos bem
posicionados para recuperar a bola imediatamente após a possível perda.

Entramos assim noutro sub-sub-princípio do nosso Jogar, definindo que, aquando


da possibilidade de cruzamento no último terço do campo (na imagem, a ser
efectuado pelo Ala Direito), de forma a estarmos equilibrados e preparados para
Descrição do Exercício: pressionar e recuperar a bola imediatamente, é essencial que o Avançado Direito
esteja posicionado em cobertura (estando representado com um quadrado a
A equipa com bola inicia sempre o posição onde deveria estar). Ao contrário, se for o Avançado com possibilidade de
ataque e tem como objectivo cruzamento, deverá ser o Ala do mesmo lado, a adoptar a posição de cobertura.
marcar golo. Se perder a bola, a
outra equipa marca golo passando
com a bola controlada na linha. Com este movimento, liberta o portador da bola para uma possível acção de 1x1,
Ganha a equipa com mais golos no estando protegido em caso de perda da bola, bem como, cria mais espaço para uma
final de cada período. possível finalização dos jogadores que se encontram prontos para atacar a bola perto
da baliza adversária.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Finalizando a sessão com o foco na Organização Ofensiva, aumentamos mais uma
vez a complexidade, aumentando o número de jogadores envolvidos, aumentando a
Jogo Formal - GR+10x10+GR oposição (de 7 adversários mais Guarda-Redes, passamos para 10 adversários mais
Guarda-Redes), mas jogando no mesmo espaço, de forma a que a nossa equipa
possa continuar a trabalhar os princípios previamente abordados.

Realizaremos então um Jogo de GR+10x10+GR, sendo que uma equipa estará


organizada em 3x4x3 atacando na mesma direcção que estava a atacar no exercício
anterior, e a outra equipa organizada em 4x3x3.

Descrição do Exercício:

Jogo formal, com os mesmos


objectivos dos exercícios
anteriores.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Sumariamente, em termos de Organização Ofensiva, estes foram os princípios abordados nesta sessão de treino, e nos quais vai recair a
nossa análise, no 1º jogo treino, de forma a perceber se a mensagem que queríamos passar aos jogadores realmente passou, e a
qualidade da aprendizagem dos mesmos princípios:

Princípio: “Rápida circulação de bola, para desequilibrar o adversário e criar espaços para progredir, usando a largura e a profundidade”

Sub-Princípios:
• Receção orientada para acelerar o jogo
• Garantir a ocupação racional do espaço
• Garantir o “2º Passe”

Sub-Sub-Princípios:
• Fase de Construção
• Médios Centro:
• MCs a jogar nas costas da 1ª linha de pressão adversaria
• MC do lado da bola deverá garantir uma linha de passe válida, no corredor central, não fechando linhas de passe
• Ponta de Lança:
• PL é responsável por arrastar os DCs e criar espaço

• Fase de Criação
• Médios Centro:
• Um dos MC tem liberdade para subir apoiando o ataque, porém, um MC tem que ficar mais atrás, no corredor central,
garantindo o equilíbrio

• Fase de Finalização
• Alas / Avançados:
• Do lado da bola, em caso de possibilidade de cruzamento no último terço do campo por parte do Ala, o Avançado deverá
adoptar uma posição de cobertura / Caso seja o AV com possibilidade de cruzamento, é o Ala que deverá ficar em cobertura

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 1

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Em termos de Organização Defensiva, tínhamos várias opções. Entre elas, as que nos pareciam mais interessantes
seriam a Defesa à Zona, ou a Defesa à Zona Pressionante, muito pelas características do futebol moderno. Ou
definíamos um método de defesa à zona, em que dávamos o controlo do jogo ao adversário e basculávamos em função
da bola, ou adoptávamos um método de defesa à zona pressionante, em que o adversário só joga até à zona que nós
queremos que jogue. O método adoptado e que acreditamos que, bem trabalhado e coordenado, nos aproxima de
obter bons resultados e qualidade no momento que não temos a bola, é o princípio que retrata a nossa equipa em
Organização Defensiva: “Zona Pressionante Agressiva, defendendo de acordo com o bloco defensivo utilizado”.

O bloco defensivo utilizado depende de várias variáveis, como a fase da época em que nos encontramos, situações
estratégicas relativas a características de jogadores que temos à nossa disposição, situações estratégicas relativas à
qualidade do adversário, período e resultado do jogo, entre outras.

Mas as casas não se constroem pelos telhados, nem pelas chaminés, e, como tal, se queremos ter qualidade para
“roubar” a bola em zonas avançadas do campo, temos que estar preparados para primeiro saber defender a nossa
baliza e a nossa área, visto que, durante um jogo, por melhor que defendamos, o adversário terá sempre oportunidades
de golo e possibilidades de ameaçar a nossa baliza, com a bola perto da mesma.

Dessa forma, a nossa proposta de ensino-aprendizagem é também progressiva, no sentido que, primeiro
desenvolvemos a nossa competência em “Defender a área” em bloco baixo, amadurecendo essa ideia e qualidade nos
princípios que devem definir o mesmo. Evoluímos depois para o Bloco Médio-Baixo, sem nunca descurar o que já foi
abordado. Progredimos para o Bloco Médio-Alto e só após sentirmos e percebermos que estamos confortáveis e com
qualidade, subimos o bloco para um Bloco Alto.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

À semelhança da Organização Ofensiva, também vamos ter particular atenção às situações estratégicas, em termos de
sistema/comportamentos do adversário, visto que esses mesmos factores têm influência directa na nossa forma de
defender.

De forma a representarmos o jogo na sua plenitude, que é feito de equilíbrios e desequilíbrios, se a equipa roxa passar
com a bola controlada, imediatamente repomos outra bola em jogo, promovendo o desequilíbrio momentâneo, fazendo
com que a equipa roxa trabalhe para anular esse desequilíbrio, respeitando as coberturas, equilíbrio e concentração.

Em bloco médio/baixo, estaremos organizados numa estrutura de 5x4x1 e iremos iniciar o nosso processo,
representando em treino exercícios em que a equipa que ataca se encontra organizada em 4x4x2, pelo facto de ser
mais fácil para uma primeira abordagem, na medida que a superioridade já se encontra criada, à partida, no nosso
sector defensivo (3 defesas centrais contra 2 avançados).

Como referimos anteriormente, o método defensivo utilizado será a Defesa à Zona Pressionante, que significa que, mal
o adversário entre na zona pré-definida, a nossa equipa adoptará um comportamento de pressão constante, com
marcações individuais na zona da bola, enquanto os jogadores que se encontram mais afastados da zona da bola se
encontrarão em defesa à zona. Dessa forma, em termos de marcações e com a bola na sua zona, teremos dois centrais
a marcar os dois avançados, com um central em cobertura. Teremos dois alas livres para saltar na marcação dos
médios alas adversários caso estes recebam a bola, dois avançados laterais a fechar por dentro e a garantir que a bola
não entra entre-linhas para os médios centro adversários, e o Ponta de Lança a condicionar a progressão do adversário
apenas a um lado do campo, de forma a que possamos fazer a pressão de forma mais efectiva e agressiva, desse
lado.

Assim, passamos a apresentar a nossa proposta de 1ª abordagem à equipa, e o porquê de o fazermos desta forma:

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MOMENTO DO EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Organização Defensiva c/ Bloco
Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) Jogo Formal - GR+10x10+GR
Médio/Baixo - 10x9+GR (2x12’)

T Descrição do Exercício:
E A bola inicia sempre na equipa que ataca e o
objectivo é marcar golo. O objectivo da outra equipa é

R não sofrer golo e, se ganhar a posse de bola tem que


passar com a bola controlada na linha para marcar
golo. Perde a equipa com menos golos.
Ç
A
 Finalização sob pressão - GR+3x3+GR (2’
ORGANIZAÇÃO ou 3 golos)
-

DEFENSIVA
F

E

I

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre na equipa que ataca e o objectivo é
O objectivo do exercício é o golo. Trabalhar a marcar golo. O objectivo da outra equipa é não sofrer Jogo formal com os mesmos princípios em Org.
golo e, se ganhar a posse de bola tem que passar com a
finalização, sob pressão, de diversas posições. Defensiva já trabalhados durante toda a sessão.
bola controlada na linha para marcar golo. Perde a
equipa com menos golos.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 À semelhança de todos os outros exercícios, este não foge à regra e também é
realizado sob a forma de jogo.
Defesa da área - 8x7+GR (4x5’)
A bola inicia sempre na equipa de amarelo e o objectivo é marcar golo. A equipa de
roxo tenta evitar o golo e, ao recuperar a bola, deverá passar com a bola controlada
na linha a tracejado para marcar golo.

Caso a equipa roxa consiga passar com a bola controlada pela linha a tracejado, o
treinador põe imediatamente uma bola em jogo, mesmo que o jogador que
transportava a bola esteja fora do campo, de forma a forçar o desequilíbrio da equipa
roxa e “obrigando” a que a organização e foco sejam ainda maiores para evitar o golo
da equipa contrária.

O exercício realiza-se em 4 períodos de 5 minutos cada, sendo que no final de cada


período, a equipa com menos golos marcados perde e terá a “punição” definida pelo
Descrição do Exercício: treinador.

A bola inicia sempre na equipa que


ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola
controlada na linha para marcar
golo. Perde a equipa com menos
golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Espera lá…então mas este não é um dia com foco na Organização Defensiva? Por que
razão está aqui um exercício para se trabalhar a finalização?
Finalização sob pressão -
GR+3x3+GR (2’ ou 3 golos) A razão é simples. “É mais fácil destruir (Processo Defensivo) do que construir (Processo
Ofensivo)”. Requer mais coordenação, mais qualidade nas relações entre jogadores,
mais rotinas, mais repetição, muita inteligência e conhecimento do jogo. E depois, na
hora da finalização, temos que ter qualidade, frieza e discernimento para poder
concretizar em golo.

Dessa forma, sempre que tivermos que criar exercícios complementares nas sessões de
treino, iremos fomentar situações que envolva finalização, através de exercícios
individuais, grupais (envolvendo alguns jogadores), sectoriais (envolvendo os jogadores
do mesmo sector) e intersectoriais (envolvendo jogadores de dois sectores distintos).

Na lógica do exercício complementar do primeiro dia da semana, voltamos a propiciar o


objectivo do jogo - o golo.
Descrição do Exercício: Como tal, com este exercício, procuramos o golo, criando uma situação em que iremos
potencial o momento de finalização, de diversos ângulos e posições, sob pressão.

O exercício desenvolve-se numa situação de GR+3x3+GR, sendo os jogadores


O objectivo do exercício é o golo. incentivados a finalizar logo que consigam criar uma situação para esse efeito.
Trabalhar a finalização, sob
pressão, de diversas posições. Competição com 3 equipas sendo que os jogos jogam-se em períodos de 2 minutos ou
3 golos, e a equipa que vencer menos jogos ao final de 10 minutos, perde e terá uma
“punição”.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 1º/ 2º Problema

Contra um sistema de 4x3x3 existem algumas particularidades que devem ser ajustadas e tidas em conta,
e assim optaremos por iniciar a abordagem contra uma equipa organizada com 2 Médios Centro, 2 Laterais
e 2 Pontas de Lança, representando o 4x4x2, que é mais simples em termos de uma primeira abordagem.

No início do exercício, quando os jogadores se estão a preparar para iniciar o exercício, o que vai ocorrer
na equipa que defende (roxo) é que não vai existir uma pressão imediata ao portador da bola e os 2
Médios Centro vão estar muito distantes dos 2 Médios Centro adversários, não respeitando o nosso grande
princípio que definimos como “Zona Pressionante Agressiva, defendendo de acordo com o bloco
defensivo utilizado”. Assim, o que perguntamos aos atletas é “se estamos preparados para iniciar o
exercício”, ao qual eles responderão “sim estamos!” e nós voltamos a reforçar a mesma pergunta: “Estamos
Descrição do Exercício: mesmo preparados para iniciar o exercício?”, fazendo com que estes reflitam sobre o processo (que é de
todos!) e ajudando-os a chegar à conclusão que não estamos preparados. Só estaremos quando os 2
Médios Centro chegarem à frente e aproximarem, iniciando imediatamente uma pressão sobre o portador
A bola inicia sempre na equipa que da bola (Médio Centro contrário) e existir uma pressão constante ao portador da bola durante todos os
ataca e o objectivo é marcar golo. períodos do exercício.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de O segundo problema que irá ocorrer desde o início do exercício é que os Alas estarão sempre muito
bola tem que passar com a bola abertos, não cumprindo o sub-princípio do nosso Jogar que é definido por “Campo pequeno e defesa do
controlada na linha para marcar lado forte”, ou seja, devem defender fechando em primeira instância o corredor central (porque a baliza se
golo. Perde a equipa com menos encontra no corredor central), e caso a bola vá para o corredor central, devem ocupar o corredor da bola e
golos. o corredor central, defendendo desta forma o “lado forte” e deixando o “lado fraco” (lado oposto) sem
ocupação (com uma pressão forte e intensa sobre o portador da bola, a equipa contrária não consegue
virar o jogo), sendo que defendendo o “lado forte”, temos mais jogadores no lado da bola e conseguimos
fazer uma pressão muito mais agressiva.
TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 3º Problema

O que não se conhece e que não se domina cria hesitação, desconforto, dúvida.

Com o desenrolar do exercício, vamos perceber que os jogadores não são capazes de pressionar durante todo o período,
concedendo espaço ao adversário e, consequentemente oportunidades de golo, precisamente devido a essa hesitação e
desconforto.

Devido a esse facto, iremos introduzir outro sub-princípio, definido como “Coberturas defensivas, dobras e “sliddings””.

Como é frequente em organização defensiva, a resolução dos problemas do nosso processo de construção do Jogar é
decidido e discutido em conjunto, por via do questionamento (na maioria das situações) de forma a que os jogadores
verdadeiramente sintam que têm uma palavra importante no crescimento e na operacionalização da proposta de jogo que
temos para a equipa.

Descrição do Exercício: Contra o 4x4x2, em que o adversário joga com 2 Pontas de Lança, é fundamental que sejamos capazes de criar superioridade
na zona mais recuada do terreno de jogo e, como tal, é fundamental que respeitemos os sub-princípios já definidos
A bola inicia sempre na equipa que anteriormente, que, seguindo o exemplo da imagem acima apresentada, em caso de passe para o lateral direito adversário, o
Ala Esquerdo aguente até que o DC Esquerdo aproxime (esta aproximação deverá ser bastante rápida), pressionando após
ataca e o objectivo é marcar golo. essa chegada, sendo que o MC desse lado se encontra em cobertura, em caso do adversário tentar a finta para dentro
O objectivo da outra equipa é não (saindo na pressão) e em que o DC Esquerdo se encontra livre e em cobertura ao Ala para sair na pressão caso este venha
para dentro ou, saindo na pressão caso a bola seja passada para o Médio Ala adversário.
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola Para que tudo funcione corretamente é fundamental que exista um “slidding” do Ala Direito, baixando para a linha do DC
controlada na linha para marcar Direito, fazendo a marcação ao avançado do seu lado, ficando o DC na marcação ao outro avançado e o DC Direito livre.
golo. Perde a equipa com menos Outra acção fundamental é a do MC do lado contrário que deverá colocar-se em cobertura, à frente e entre os dois Centrais,
golos. para um possível cruzamento atrasado ou para sair na pressão de uma possível bola que ressalte fora da área para um
possível remate do adversário.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 3º Problema


(Continuação)

Relativamente ao jogo interior, caso o adversário tente jogar entre linhas para um dos
Pontas de Lança, o sub-princípio é o mesmo, com um DC a atacar o portador da bola
impedindo que receba sem pressão, com o objectivo de roubar a bola ou de obrigar a
jogar para trás, e os outros dois DCs a fecharem nas suas costas para evitar que a
bola entre no espaço que o seu colega deixou, e os Alas a fecharem dentro, evitando
que a bola entre entre Defesas Centrais e Alas, obrigando o adversário a jogar por
fora.

Descrição do Exercício:

A bola inicia sempre na equipa que


ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola
controlada na linha para marcar
golo. Perde a equipa com menos
golos.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 4º Problema

Chegamos então a um sub-princípio que vai ser fundamental para a linha defensiva, seja para a Defesa da Área, seja para
qualquer situação/momento em que não temos a bola na nossa posse, porque lhes/nos vai ajudar a ter mais sucesso nas
acções defensivas, e vai fazer com que possamos antecipar com maior rapidez a qualquer situação que o adversário nos
possa tentar surpreender em espaços que têm que ser controlados por nós.

A Orientação Corporal é essencial para a linha defensiva poder actuar mais rápido a qualquer situação do jogo e, linhas
defensivas que reajam às acções do adversário dificilmente serão bem sucedidas. Nós não queremos reagir, queremos agir!
Estar antes de acontecer, prever antes de ocorrer, e para isso é crucial que o foco seja máximo e que a posição do corpo seja
a correcta. Os jogadores devem posicionar-se com os seus pés em diagonal, pernas semi-flectidas, apoio na parte anterior
dos pés e peito orientado para a bola, porque adoptando este tipo de comportamento, estaremos sempre mais perto de agir
mais rápido. Os pés paralelos fazem com que percamos 1 segundo pelo menos na rotação de todo o corpo para baixarmos
aquando de uma bola longa, e tal não acontece com os pés em diagonal em que já estamos semi-preparados para essa
situação. As pernas semi-flectidas e o apoio no terço anterior do pé faz com que o movimento seja mais rápido e mais
Descrição do Exercício: explosivo, na hora de agirmos e o peito orientado para a bola, porque estamos preparados para atacar a bola de frente e não
corremos o risco da trajectória da bola nos sobrevoar e cair nas costas da nossa linha defensiva.
A bola inicia sempre na equipa que Este sub-princípio surge para dar resposta a outro sub-princípio do nosso Jogar que é a “bola coberta” e a “bola
ataca e o objectivo é marcar golo. descoberta”.
O objectivo da outra equipa é não
E os conceitos são muito simples.
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola “Bola coberta” é definida como o momento em que temos um jogador a pressionar o portador da bola, e neste momento,
controlada na linha para marcar tendo em conta que o adversário não conseguirá colocar (ele próprio) um passe nas costas da linha defensiva, de forma que a
pressão seja mais forte e mais agressiva, a linha defensiva deverá subir, mas sempre preparada para baixar rapidamente caso
golo. Perde a equipa com menos surja um passe para outro adversário e esse mesmo adversário tente realizar um passe para as costas da linha defensiva,
golos. sendo essencial o posicionamento do corpo e dos apoios para uma acção mais rápida.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 4º Problema


(Continuação)

“Bola descoberta”, quando o adversário tem a bola controlada e não tem qualquer
tipo de pressão sobre a bola, sendo essencial a linha defensiva baixar, com os apoios
bem orientados, de forma a não darmos oportunidade ao adversário de explorar o
espaço entre a linha defensiva e a nossa baliza.

Apesar de serem conceitos simples, são comportamentos extremamente exigentes,


porque requerem um nível de concentração muito elevado, sendo o trabalho do
treinador fundamental para se atingirem níveis de excelência, que levará ao sucesso
Descrição do Exercício: em termos defensivos. Para isso, a repetição é crucial, bem como os feedbacks
precisos e concretos acerca do que se pretende, para que os jogadores possam
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo. assimilar os comportamentos e consigamos passar de comportamentos conscientes,
O objectivo da outra equipa é não para comportamentos inconscientes.
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola
controlada na linha para marcar
golo. Perde a equipa com menos
golos.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 5º Problema

Enquanto que em Organização Ofensiva, os erros vão surgindo e os jogadores vão sendo capazes de
perceber o porquê das situações e vamos conseguindo ter uma interacção mais dinâmica através do
questionamento, relativamente às “Características específicas da Defesa da Área” já não é tão fácil, e
normalmente temos que ter um papel mais activo na procura de soluções para combater os problemas
que vamos tendo durante as diversas situações.

Assim, definimos 5 sub-momentos da Defesa da Área que são os seguintes:

• Com a bola fora da área, em zona lateral, com possibilidade de cruzamento

Descrição do Exercício: Neste sub-momento, com a bola fora da área, o posicionamento é definido conforme a imagem acima,
em que a linha defensiva se encontra 2/3 passos atrás do jogador em cobertura (ala do lado da bola),
com o Médio Centro do lado da bola em cobertura, o Central do lado da bola em cobertura para sair no
A bola inicia sempre na equipa que PL caso este receba a bola ou para dobrar o Ala caso este seja batido, com o Médio Centro do lado
ataca e o objectivo é marcar golo. contrário entre e à frente dos 2 Centrais (equilíbrio), que devem estar entre o limite dos 2 postes. O Ala
O objectivo da outra equipa é não do lado contrário, deve fechar no corredor central, com a referência da linha imaginária do 2º poste.
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola O facto de termos o jogador que pressiona o portador da bola (contenção) e a restante linha defensiva
controlada na linha para marcar 2/3 passos atrás é porque, por estarmos ainda algo distantes da nossa baliza, existe a possibilidade de
golo. Perde a equipa com menos um cruzamento, com a bola a entrar nas costas da linha defensiva, correndo graves problemas de
golos. sermos batidos, com a bola a entrar entre a linha defensiva e o GR. Desta forma controlamos esta
situação baixando antes da possibilidade de cruzamento, estando bem posicionados para atacar a bola
de frente aquando de um possível cruzamento.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 5º Problema


(Continuação)

• Com a bola dentro do limite da área, linha defensiva definida pela linha da
bola

Com a bola dentro do limite da área, a linha defensiva deverá estar orientada pela
linha da bola, com o defesa central do lado da bola em cobertura, bem como o médio
centro do mesmo lado, com os dois centrais entre os postes, o ala contrário a fechar
na zona do 2º poste e o Médio Centro do lado contrário à frente dos dois centrais, de
Descrição do Exercício: forma a garantirmos o equilíbrio e organização, sendo este o responsável por atacar a
bola imediatamente, em caso de cruzamento atrasado.
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não O facto da linha da bola ser a referência de posicionamento da linha defensiva
sofrer golo e, se ganhar a posse de prende-se com várias razões. A primeira é auxiliar o guarda-redes porque em caso de
bola tem que passar com a bola cruzamento (em arco, que é a única solução), este tem o controlo da área onde a bola
controlada na linha para marcar vai cair. Em segundo lugar, é o facto de estarmos juntos, não proporcionando espaço
golo. Perde a equipa com menos ao adversário para o remate dentro da área, e manter os avançados do adversário na
golos.
mesma linha que os nossos defesas, caso contrário estarão em fora de jogo.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 5º Problema


(Continuação)

• Com a bola na linha de fundo

Com a bola na linha de fundo, deveremos ter um jogador na pressão ao portador da


bola (contenção), e a restante linha defensiva deverá estar orientada pela linha da
pequena área, com os mesmos posicionamentos das situações anteriores da defesa
à área.

Descrição do Exercício: A razão da linha defensiva, desta vez, estar posicionada na linha de pequena área
tem que ver com o facto de ser altamente provável que o adversário tente o
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo. cruzamento atrasado, visto que não existe espaço para jogar perto da linha final, daí
O objectivo da outra equipa é não já estarmos preparados para essa situação.
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola Caso o cruzamento saia paralelo à linha final, o Guarda-Redes também se encontra
controlada na linha para marcar preparado para controlar a situação, sendo essencial que os nossos centrais estejam
golo. Perde a equipa com menos à frente dos adversários, de forma a não serem batidos em antecipação.
golos.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 5º Problema


(Continuação)

• Com um passe atrasado / drible em direcção para fora da área

Uma das opções do atacante, aquando da pressão do jogador em contenção, é o


drible ou o passe atrasado mas ainda dentro do limite da grande área. Se isso
acontecer, é fundamental que a nossa linha defensiva suba imediatamente para a
linha da bola, colocando os avançados adversários em fora de jogo, e mantendo o
bloco coeso, sempre com os apoios bem direccionados e o peito orientado para o
Descrição do Exercício: lado da bola.
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola
controlada na linha para marcar
golo. Perde a equipa com menos
golos.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Defesa da área - 8x7+GR (4x5’) 5º Problema


(Continuação)

• Com um passe atrasado para fora da área

A semelhança do comportamento adoptado anteriormente, em caso do adversário


efectuar um passe para fora da área, a lógica comportamentar deverá manter-se,
subindo imediatamente para fora da área e pressionar o portador da bola com o
jogador mais próximo, limitando/condicionando a sua acção.

Descrição do Exercício: Fechar o corredor central, evitando combinações pelo corredor central e colocando o
adversário fora de jogo, estando preparados para baixar em caso de possibilidade de
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo. bola nas costas, sendo que a posição dos apoios, do peito e dos ombros (na
O objectivo da outra equipa é não direcção da bola) é fundamental, facilitando o movimento de subida e de descida em
sofrer golo e, se ganhar a posse de caso de necessidade.
bola tem que passar com a bola
controlada na linha para marcar
golo. Perde a equipa com menos
golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Passamos então a referir quais os objectivos com esta primeira sessão de treino de Organização Defensiva e quais são
os princípios que vamos analisar no 1º jogo treino. “Se não aprendemos os números, não podemos exigir que resolvam
equações de 2º grau” e o treino deverá seguir exactamente a mesma lógica. Dessa forma, os princípios trabalhados e
que vão ser alvos de análise serão:

Princípio: “Zona Pressionante Agressiva, defendendo de acordo com o bloco defensivo utilizado”, que no caso será o
Bloco Médio-Baixo

Sub-Princípios:
• “Campo pequeno e defesa do lado forte”
• “Coberturas defensivas, dobras e “sliddings””
• “Orientação Corporal - “Bola coberta” / “Bola descoberta””

• “Características específicas da Defesa da Área:”


• Com a bola fora da área, em zona lateral, com possibilidade de cruzamento, linha defensiva 2/3 passos atrás
da linha do jogador em contenção
• Com a bola dentro do limite da área, linha defensiva definida pela linha da bola
• Com a bola na linha final, linha defensiva orientada pela linha da pequena área
• Com passe atrasado / drible em direcção para fora da área, linha defensiva ajusta imediatamente para a linha
da bola, colocando o adversário fora de jogo
• Com passe atrasado para fora da área, subir imediatamente para fora da área, fechando o corredor central,
evitando combinações pelo corredor central, colocando o adversário fora de jogo, e estando preparada para
baixar em caso de possibilidade de bola nas costas

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 1

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Todas as equipas que querem ser dominantes e ter o “controlo” do jogo, com bastante tempo útil de jogo com a posse de
bola, terão obrigatoriamente de ser muito fortes no momento imediato à perda de bola. Muitas das oportunidades de golo
das equipas são criadas nos primeiros segundos após a recuperação da bola, visto que a equipa que perde a bola demora
esses tantos segundos a organizar-se para defender, e esse período entre a desorganização e a organização é bastante
perigoso para a equipa que perde a posse de bola, e bastante vantajoso, caso seja bem aproveitado, pela equipa que
recupera a bola.

A qualidade da Organização Ofensiva e os seus princípios são igualmente essenciais para que a Transição Defensiva seja
eficiente e agressiva, visto que muitos dos seus princípios estão inter-ligados, e em caso de um bom jogo posicional,
estaremos sempre mais perto de recuperar a bola mais rápido e com menos dispêndio energético.

Assim, este é um Momento do Jogo que assume particular destaque no nosso Jogar e que deve ser trabalhado em todos
os exercícios da nossa semana de trabalho, visto que alguns jogadores, por não terem sido tão estimulados em anos
transactos, podem apresentar alguma resistência ou dificuldade à rápida “mudança do chip”, do ataque para a defesa, e
essa não reacção ou indecisão pode custar um golo, uma situação de golo ou um desgaste superior a algum/alguns
jogadores.

De referir também, que as “situações ideais” de perda de bola são quando estamos organizados, porém, existem situações
que estamos desorganizados e, também nessas situações os nossos jogadores devem saber como agir, e sob as quais
nos debruçaremos mais à frente nesta obra.

Desta forma, o princípio do nosso Jogar em termos de Transição Defensiva é o de “Recuperar a bola o mais
rapidamente possível / Se não for possível, retardar/parar a progressão do adversário” e apresentamos assim a
primeira abordagem à equipa, em termos de Transição Defensiva, sendo que esta já se encontra inerente a praticamente
todos os exercícios durante a semana, visto que num exercício de Organização Ofensiva, em caso de perda de bola, a
equipa tem que a recuperar para não sofrer golo/ponto, sendo essa mesma transição estimulada em praticamente todos os
exercícios:

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO

Transição grupal com 2 Jogo Condicionado -


Transição grupal - 4+4x4 (5x3’)
balizas - 6x6+2GR (4x5’) GR+10x10+GR

Q
U
A
R
T
A
 TRANSIÇÃO
-
 DEFENSIVA
F

E

I
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

R
 2 equipas com a posse da bola, 1 Uma equipa com o objectivo de


Jogo formal, com 4 zonas, com
A equipa sem a posse. A equipa manter a posse de bola e não
os mesmos objectivos dos
que perde a bola vai para o meio sofrer golos. A outra com o
exercícios anteriores. Golo vale 3
e os restantes devem contar objectivo de tentar roubar a
e se uma equipa perder a bola
quantos passes fazem. A cada 5 bola e marcar numa das duas
numa zona e recuperar sem que
passes a equipa que está no balizas. A equipa com mais
a equipa contrária tenha tirado
meio ganha 1 ponto. A equipa golos sofridos no final de cada
dessa zona ganha 1 ponto extra.
que tiver mais pontos perde. 2 períodos perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Este primeiro exercício visa desenvolver os comportamentos/acções que pretendemos nos
primeiros segundos, após a perda da bola, e fazer com que os jogadores compreendam que é
Transição grupal - 4+4x4 (5x3’) muito mais difícil recuperar a bola após o adversário estar organizado, do que nesses primeiros
segundos.

Assim, e mais uma vez respeitando os princípios da complexidade, progredindo de espaços


mais reduzidos, onde é trabalhado segundo um regime de tensão muscular, na medida de que
o número de contracções musculares é muito elevado, existem duas equipas com a posse de
bola, em que têm que contar os passes que realizam entre si, sem que a outra equipa consiga
recuperar a bola. Caso a equipa que está no meio consiga recuperar a bola passa a manter a
posse de bola com a outra equipa, sendo que a equipa que perdeu a posse reage
imediatamente, tentando recuperar a bola de novo.

A cada 5 passes sem que a equipa que está a tentar recuperar a bola consiga tocar, essa
mesma equipa ganha 1 ponto. A equipa que tiver mais pontos no final do período, perde.

Mas que sentido faz isso dos pontos e dos 5 passes afinal?
Descrição do Exercício: Como referimos anteriormente, o momento crucial para recuperarmos a bola é nos primeiros 5
segundos após a perda da bola, visto que é, em média, o tempo que a equipa adversária
2 equipas com a posse da bola, 1 demora a “abrir” para criar espaço para jogar, e dessa forma, os 5 passes vai recriar esse
equipa sem a posse. A equipa que cenário e fazer o “transfer” para o que queremos da nossa equipa neste momento do jogo. Esta
perde a bola vai para o meio e os regra “obriga” a que os jogadores reajam imediatamente à perda da bola, sem tempo para
restantes devem contar quantos indecisões, representando exactamente o que procuramos no nosso “Jogar”.
passes fazem. A cada 5 passes a
equipa que está no meio ganha 1 O exercício representa uma situação de jogo em que estamos em equilíbrio (com vários atletas
ponto. A equipa que tiver mais atrás da linha da bola e preparados para pressionar o portador da bola imediatamente) e será
pontos perde. organizado em 5 períodos de 3 minutos cada.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Transição grupal - 4+4x4 (5x3’) 1º Problema

O primeiro problema com que nos vamos deparar é que os jogadores do grupo que
está no “meio” a tentar interceptar a bola, vai tentar apenas interceptar a bola após o
passe, sem que exista efectivamente uma pressão ao portador da bola,
condicionando a sua acção e dessa forma, realmente estarem mais próximos que o
portador da bola cometa um erro e consigam recuperar a posse de bola.

É aí que entra o primeiro sub-princípio da Transição Defensiva a ser trabalhado,


definido por “Pressionar o portador da bola pelo jogador mais próximo”, ou seja,
Descrição do Exercício: no momento da perda da bola, é essencial que os atletas tenham a capacidade de
“mudar o chip” rapidamente, de ofensivo para defensivo, reagindo de imediato, e em
2 equipas com a posse da bola, 1
equipa sem a posse. A equipa que que o jogador mais próximo do portador da bola tenha a capacidade de pressionar
perde a bola vai para o meio e os imediatamente, sem hesitações, condicionando a acção do adversário, nesse
restantes devem contar quantos momento essencial que ainda não está organizado nem com espaço para manter a
passes fazem. A cada 5 passes a posse de bola.
equipa que está no meio ganha 1
ponto. A equipa que tiver mais Sem uma pressão agressiva e efectiva ao portador da bola, e caso o adversário tenha
pontos perde.
qualidade, torna-se muito difícil a recuperação da bola.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1

Transição grupal - 4+4x4 (5x3’) 2º Problema

Já existe pressão no portador da bola, que é essencial para condicionar a acção do


adversário e para nos ajudar a recuperar a bola, porém, continuamos sem conseguir
recuperar a bola com a rapidez que pretendemos nem o número de vezes que
pretendemos…o que falha então?

As acções dos atletas que se encontram perto da zona onde perdemos a posse de
bola…

Descrição do Exercício: Se não existir um trabalho conjunto de todos, com vista à rápida recuperação da bola,
será muito difícil e, como tal, é fundamental que os atletas que estão perto da zona
2 equipas com a posse da bola, 1
equipa sem a posse. A equipa que onde a bola foi perdida respeitem o 2º sub-princípio, definido por “Fechar o
perde a bola vai para o meio e os corredor central e cortar linhas de passe para roubar a bola, ou forçando o
restantes devem contar quantos adversário a ir para os corredores laterais”.
passes fazem. A cada 5 passes a
equipa que está no meio ganha 1 É fundamental que os jogadores que estão próximos do jogador que efectua a
ponto. A equipa que tiver mais pressão ao portador da bola percebam quais os jogadores mais próximos e que
pontos perde.
podem ser uma solução para novo passe, cortando assim essas mesmas linhas de
passe, fechando o adversário para recuperar a bola e/ obrigar a errar.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 No exercício que se segue, a complexidade aumenta visto que vamos ter mais
jogadores envolvidos e o espaço de jogo é maior também, porém, os objectivos são
Transição grupal com 2 balizas -
6x6+2GR (4x5’) precisamente os mesmos.

Desta vez pretende-se que os atletas apliquem os sub-princípios já abordados no


exercício anterior, mas já existem 2 balizas, aumentando ainda mais a motivação e
qualidade do estímulo.

O exercício estará dividido em 4 períodos sendo que no 1º período, uma das equipas
inicia sempre com a posse de bola e deve manter a mesma, de forma a evitar que a
equipa contrária marque golo. A outra equipa deve tentar recuperar a bola, e caso
consiga, poderá marcar numa das duas balizas. Esta regra manipula o jogo no
sentido que pretendemos, na medida que a equipa que perde a bola deve reagir
imediatamente, “Pressionando o portador da bola pelo jogador mais próximo” e
“Fechar o corredor central e cortar linhas de passe para roubar a bola, ou
Descrição do Exercício: forçando o adversário a ir para os corredores laterais”, com eficácia, evitando que
a equipa contrária consiga marcar golo.
Uma equipa com o objectivo de
manter a posse de bola e não No final de cada 2 períodos, perde a equipa que conceder mais golos.
sofrer golos. A outra com o
objectivo de tentar roubar a bola e O exercício realiza-se em 4 períodos de 5 minutos cada.
marcar numa das duas balizas. A
equipa com mais golos sofridos no
final de cada 2 períodos perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Para finalizar a 1ª sessão com o momento dominante da Transição Defensiva, teremos
um jogo condicionado de GR+10x10+GR, em que o objectivo é marcar o maior
Jogo Condicionado -
GR+10x10+GR número de golos possíveis, e em que cada golo conta 3.

O campo está dividido em 4 zonas, como é visível na imagem e, para além deste
objectivo (marcação de golos), existe outro que é, caso uma equipa perca a bola
numa zona e consiga recuperar a bola na mesma zona, ganha 1 ponto.

Com esta delimitação do campo em 4 zonas procura-se criar referências visuais,


criando representações mentais, para os atletas perceberem como reagir à perda da
bola (fechando imediatamente a zona onde perderam a bola) e evitando que a equipa
adversária consiga retirar a bola da zona de pressão e, com esta regra de
pontuarmos caso consigamos recuperar a bola na mesma zona que a perdemos,
estamos a promover a reacção imediata à perda da bola, recuperando o mais
rapidamente possível, princípio do nosso “Jogar”.
Descrição do Exercício:
O Treinador, para fomentar ainda mais a reacção e mudança de atitude mental dos
Jogo formal, com 4 zonas, com os atletas, vai largando outras bolas em locais diferentes do campo, em diferentes
mesmos objectivos dos exercícios momentos, fazendo com que os atletas percam o foco na bola com que estavam a
anteriores. Golo vale 3 e se uma jogar e, imediatamente, se foquem e reajam à posição e organização perante a nova
equipa perder a bola numa zona e bola em campo.
recuperar sem que a equipa
contrária tenha tirado dessa zona
ganha 1 ponto extra.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Assim, sumariamente, em termos de Transição Defensiva, estes foram os princípios abordados nesta sessão de treino,
e nos quais vai recair a nossa análise, no 1º jogo treino, à semelhança dos princípios trabalhados nos restantes
momentos do jogo, de forma a perceber se a mensagem que queríamos passar aos jogadores realmente passou, e a
qualidade da aprendizagem dos mesmos princípios:

Princípio: “Recuperar a bola o mais rapidamente possível / Se não for possível, retardar/parar a progressão do
adversário”

Em equilíbrio

Sub-Princípios:
• “Pressionar o portador da bola pelo jogador mais próximo”
• “Fechar o corredor central e cortar linhas de passe para roubar a bola, ou forçando o adversário a ir para os
corredores laterais”

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 1

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

A Transição Ofensiva, à semelhança da Transição Defensiva, é um momento do jogo importantíssimo, visto que, com
sucesso poderemos realmente ameaçar a baliza do adversário, porém, em caso de má avaliação da situação,
poderemos pôr a nossa baliza em perigo, visto que é o momento que estamos a subir e a “abrir” criando espaço para
jogar, sendo possível passarmos por uma desorganizarão momentânea. No momento imediato à recuperação da bola,
é fundamental atentarmos a 3 factores que se tornam essenciais para o sucesso da Transição Ofensiva, que são:

• Local onde recuperamos a bola - Zona baixa, média, alta


• Posicionamento do adversário - Organizado, desorganizado
• Posicionamento dos nossos jogadores - Apoios frontais/laterais em posições vantajosas para explorar o contra-
ataque, mau posicionamento dos apoios e opção por reiniciar o ataque

O princípio pelo qual nos regemos é definido por “Exploração do Contra-Ataque para aproveitar a desorganização
do adversário ou reiniciar o ataque em segurança”, resumindo um pouco o que abordámos anteriormente.

Desta forma, passamos a apresentar a proposta apresentada para a primeira sessão em que abordamos os princípios
do nosso “Jogar” em termos de Transição Ofensiva:

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Retirar a bola da zona de
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR Jogo Condicionado por
pressão / Ataque Rápido
(2x10’) sectores - GR+10x10+GR
GR+8x8+GR + apoios (4x5’)

Q
U
I
N
T
A TRANSIÇÃO
-
 OFENSIVA
F

E

I
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

R
 Uma equipa inicia com a bola e o Jogo Condicionado por sectores. Com
Para marcar golo, a bola tem que objectivo é fazer 12 passes, se o bola, pode entrar sempre 1 jogador da
A ir fora pelo menos uma vez. Não é conseguir marca 1 golo. Se a equipa zona acima para criar superioridade
contrária ganhar a bola deve realizar na zona abaixo. Central com bola
um exercício de posse de bola, o
um passe para um dos 3 avançados pode transitar em progressão na zona
objectivo é tirar a bola da zona de e depois iniciar um contra-ataque (3 média se baixar um Médio. Quando a
pressão o mais rapidamente podem juntar-se), finalizando em 5 bola entra na zona de ataque, tem que
possível, utilizando os alas ou segundos (máximo). A bola inicia finalizar em 7 segundos. Sem bola,
médios centro/avançados. sempre na equipa que mantém a têm que se manter e pressionar só nas
posse. suas zonas.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Com este exercício, pretendemos criar e representar o contexto do momento


imediatamente após a recuperação da posse de bola, em que procuramos que a
Retirar a bola da zona de pressão
/ Ataque Rápido GR+8x8+GR nossa equipa se reja pelo sub-princípio de “Tirar a bola da zona de pressão para
+(4x5’) reiniciar o ataque”, caso o adversário esteja organizado, ou através de um “Passe
vertical como primeira opção para jogar entre linhas, ou no espaço nas costas”,
caso o adversário esteja desorganizado, numa primeira fase do momento de
Transição Defensiva.

É fundamental que os atletas vivenciem esse momento, de forma a criarem


representações mentais do comportamento a adoptar neste tipo de situações do jogo,
de forma a que o possam interpretar da melhor forma, sob pressão, que é
exactamente o contexto que vivem aquando do jogo ao fim de semana.

Desta forma, o objectivo é o golo, sendo que este só pode ser obtido caso seja feito
um passe para os apoios (jogadores que se encontram em apoio, fora do terreno de
Descrição do Exercício: jogo) e que representam os alas (no caso dos apoios laterais) e dos avançados/ponta
de lança (no caso dos apoios frontais).
Para marcar golo, a bola tem que ir
fora pelo menos uma vez. Não é Não é um exercício de manutenção de posse de bola, mas sim de ataque rápido, ou
um exercício de posse de bola, o seja, queremos que a bola entre no jogador de fora o mais rapidamente possível e
objectivo é tirar a bola da zona de que após esse passe sejam criados movimentos para finalização.
pressão o mais rapidamente
possível, utilizando os alas ou
médios centro/avançados. O exercício será realizado em 4 períodos de 5 minutos.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Retirar a bola da zona de pressão
/ Ataque Rápido GR+8x8+GR 1º Problema
(4x5’)

A tendência natural, com o decorrer do exercício, é que os jogadores procurem sempre os apoios laterais,
por ser a solução “mais fácil”. É algo natural. Ora, se procuramos defender o corredor central, o espaço
onde existe mais espaço para progredir é através dos corredores laterais.

Aqui, e deixando os jogadores abusarem dessa solução lateral, é o momento ideal para interrompermos o
exercício e questionar-lhes “qual o melhor passe no jogo de Futebol?”.

As respostas aqui vão ser várias…”O que é bem feito”, “o que chega ao colega sem ser interceptado”, etc
etc.

Descrição do Exercício: Porém, o “melhor passe no jogo de Futebol” não é esse…o melhor passe é aquele que nos coloca numa
situação vantajosa para podermos enquadrar e atacar a baliza adversária, com o menor número de
adversários possível no nosso caminho.
Para marcar golo, a bola tem que ir
fora pelo menos uma vez. Não é E é aqui que os estimulamos a pensar, que os passes laterais são fundamentais para fazer com que o
um exercício de posse de bola, o adversário se mova, criando espaço onde procuramos e onde queremos colocar-nos em situação vantajosa
objectivo é tirar a bola da zona de se recebermos enquadrados, ou seja, após um passe entre-linhas, e esse passe está representado pelos
dois apoios frontais que cada equipa tem.
pressão o mais rapidamente
possível, utilizando os alas ou É nesse passe que aceleramos o jogo e que retiramos vários jogadores do nosso caminho para a baliza, ao
médios centro/avançados. contrário do passe lateral que o bloco defensivo adversário mantém a sua organização mais facilmente.

Desta forma, fazemos os nossos atletas pensarem e reflectirem sobre o jogo, e as vantagens e
desvantagens dos seus comportamentos e acções, levando-os a procurar mais “Passe vertical como
primeira opção para jogar entre linhas,(…)”, definido como um sub-princípio do nosso jogo.
TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Com o 2º exercício, o que se procura é desenvolver a qualidade do Contra-Ataque, representando


uma situação de jogo que o adversário se encontra desorganizado, trabalhando os diversos
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR princípios que iremos apresentar.
(2x10’)
O exercício desenvolve-se, numa primeira fase, dentro do quadrado a tracejado vermelho, com um
4x4, em que o objectivo da equipa amarela é realizar 12 passes sem que a outra equipa consiga
interceptar. Se conseguir, ganha 1 ponto e o jogo continua. O objectivo da equipa roxa é tentar
recuperar a bola o mais rapidamente possível para partir para o Contra-Ataque.

Para seguir para o Contra-Ataque, terão de realizar um passe para um dos 3 avançados que se
encontram fora do quadrado, posicionados para receber a bola e, após o passe têm 7 segundos
para finalizar.

Quantos jogadores podem sair do quadrado para se juntarem ao Contra-Ataque? 3, tal e qual
como no jogo que queremos jogar. 3 juntam-se ao Contra-Ataque e 1 fica para garantir o equilíbrio.

Caso passem os 7 segundos para finalizar, caso seja golo, ou caso o remate saia fora, o treinador
coloca nova bola no quadrado para os jogadores amarelos, criando uma superioridade de 4x1,
Descrição do Exercício: com o objectivo de realizar de novo os 12 passes, o que obriga a que os médios que se juntaram
ao Contra-Ataque da equipa roxa, regressem rapidamente, tentando recuperar de novo, e saindo
Uma equipa inicia com a bola e o
objectivo é fazer 12 passes, se o de novo no Contra-Ataque.
conseguir marca 1 golo. Se a equipa
contrária ganhar a bola deve realizar um A razão dos 12 passes tem que ver com a manipulação do exercício, de forma a garantir que a
passe para um dos 3 avançados e equipa que contra-ataca consegue regressar, ao quadrado, sem que a outra equipa ainda tenha
depois iniciar um contra-ataque (3 conquistado o ponto.
podem juntar-se), finalizando em 5
segundos (máximo). A bola inicia O exercício desenvolve-se durante 2 períodos de 12 minutos, trocando as equipas em cada
sempre na equipa que mantém a posse. período e a equipa que obtiver menos pontos em cada período, perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR
(2x10’) 1º Problema

A tendência normal no desenrolar do exercício será que o portador da bola, após receber o passe
do jogador que recupera a bola dentro do quadrado, realizará a progressão pelo corredor lateral.

Ora, o primeiro princípio do ataque é a Progressão, e o objectivo é atacar a baliza e o adversário


directo, criando vantagem numérica e espacial para progredir para espaços ofensivos próximos da
baliza adversária.

Em termos de comportamento, o Princípio da Progressão diz-nos que o jogador em Progressão,


quando recebe a bola, deve controlá-la orientada para a baliza progredindo o mais rapidamente
Descrição do Exercício: possível até à baliza adversária para rematar e, caso encontre um adversário, de acordo com a sua
posição e orientação corporal, o atacante em Progressão deve decidir se deve passar a um colega,
Uma equipa inicia com a bola e o ou driblar na direcção da baliza adversária.
objectivo é fazer 12 passes, se o
conseguir marca 1 golo. Se a equipa De forma a respeitarmos o primeiro princípio específico do ataque, a progressão pelo corredor
contrária ganhar a bola deve realizar um lateral é um erro porque não iremos estar a tirar vantagem da situação, não criando qualquer
passe para um dos 3 avançados e vantagem numérica e/ou espacial perante o adversário.
depois iniciar um contra-ataque (3
podem juntar-se), finalizando em 5
segundos (máximo). A bola inicia Desta forma, e tendo em conta que nos encontramos numa situação de contra-ataque, com o
sempre na equipa que mantém a posse. adversário desorganizado, devemos estimular os nossos jogadores a pensarem o jogo e levá-los a
guiarem-se pelo sub-princípio “Atacar rápido o corredor central para explorar o Contra-Ataque,
(…)”, fixando o defesa contrário, libertando espaço para os colegas que se deverão encontrar nos 3
corredores, prontos para receberem enquadrados na direcção da baliza adversária.
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR
(2x10’) 2º Problema

Com o 1º problema resolvido, em que o portador da bola já ataca o corredor central, atacando e fixando
o defesa que se encontra entre a bola e a baliza adversaria, vamo-nos deparar imediatamente com outro
problema que é a dificuldade em criar oportunidades de golo, que não seja em iniciativas individuais, de
exploração de situações de 1x1.

E esse facto ocorre, devido à não ocupação racional do espaço, e consequentemente com a ausência
de linhas de passe válidas, fruto da ausência de movimentações ou de movimentações incorrectas, que
não nos permitem obrigar o adversário a movimentar-se e a abrir espaço para continuarmos a
progressão.

Descrição do Exercício: Dessa forma, é fundamental que os atletas percebam que qualquer acção que realizem provoca uma
reacção no adversário, e que muitas vezes, o movimento que possa fazer não é para receber a bola,
mas sim para abrir espaço para os seus colegas, para que estes fiquem em posição privilegiada para
Uma equipa inicia com a bola e o
receber a bola de forma enquadrada com a baliza, criando uma situação de finalização vantajosa.
objectivo é fazer 12 passes, se o
conseguir marca 1 golo. Se a equipa
Assim, damos continuação ao sub-princípio anteriormente mencionado, reforçando com a necessidade
contrária ganhar a bola deve realizar um
de ocupação dos 3 corredores, garantindo uma linha de passe em cada corredor - “Atacar rápido o
passe para um dos 3 avançados e
corredor central para explorar o Contra-Ataque, ocupando os 3 corredores”, sendo essencial a
depois iniciar um contra-ataque (3
realização de “Movimentos diagonais em ruptura para arrastar adversários e criar espaços para
podem juntar-se), finalizando em 5
progressão”, sendo este outro sub-princípio do nosso “Jogar”.
segundos (máximo). A bola inicia
sempre na equipa que mantém a posse.
A consequência dessa movimentação diagonal em ruptura, no caso representado pelo Ponta de Lança,
vai fazer com que o Defesa Central hesite em segui-lo no movimento ou não, criando espaço no lado
contrário para o outro Avançado receber a bola de forma enquadrada com a baliza adversária, atacando
de imediato a baliza na procura do golo.
TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Progredindo em complexidade durante a sessão de treino, com este exercício


procuramos criar, primeiro a ligação entre os diversos sectores, com os jogadores a
Jogo Condicionado por sectores
- GR+10x10+GR perceberem quais os movimentos/comportamentos que devem adoptar de acordo
com as diversas situações que vão sendo criadas, aplicando depois o contra-ataque
após a chegada à última zona.

À semelhança da descrição do exercício, a equipa que tem a posse de bola pode


juntar sempre mais um jogador da zona imediatamente abaixo, criando assim
superioridade numérica e, fomentando o trabalho para receber a bola de forma
orientada para a baliza adversária, entre-linhas.

Após entrarem na zona de decisão (última zona), a equipa que ataca tem 7 segundos
para finalizar, sendo que dos 4 médios, 3 poderão transitar para apoiar o contra-
ataque.

Desta forma, manteremos o foco em retirar a bola da zona de pressão (objectivo do 1º


exercício da sessão), manteremos também o foco no contra-ataque (objectivo do 2º
Descrição do Exercício: exercício da sessão), com tomadas de decisão rápidas com o objectivo de finalizar o
mais rapidamente possível e estaremos também a trabalhar a ligação entre sectores,
Jogo Condicionado por sectores. Com bola,
pode entrar sempre 1 jogador da zona acima numa dimensão colectiva.
para criar superioridade na zona abaixo.
Central com bola pode transitar em progressão
na zona média se baixar um Médio. Quando a
bola entra na zona de ataque, tem que finalizar
em 7 segundos. Sem bola, têm que se manter
e pressionar só nas suas zonas.

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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Sumariamente, no 1º jogo-treino vamos procurar analisar os princípios previamente trabalhados:

Princípio: “Exploração do Contra-Ataque para aproveitar a desorganização do adversário ou reiniciar o ataque em


segurança”

Adversário Organizado

Sub-Princípios:
• “Tirar a bola da zona de pressão para reiniciar o ataque”

Adversário Desorganizado

Sub-Princípios:
• “Passe vertical como primeira opção para jogar entre linhas, ou no espaço nas costas”
• “Atacar rápido o corredor central para explorar o Contra-Ataque, ocupando os 3 corredores”
• “Movimentos diagonais em ruptura para arrastar adversários e criar espaços para progressão”

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO
DO JOGO
JOGO -TREINO 1

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

O objectivo deste treino é, relembrar e trabalhar tudo o que foi abordado durante a semana.

É igualmente importante atender ao dia do jogo, ou seja, caso seja no sábado (dia seguinte), os períodos de cada
exercício deverão ser reduzidos, fazendo pausas completas entre cada repetição (mais de 2’) de forma a que os atletas
possam recuperar completamente antes do início de novo período, sendo que, caso o jogo seja só no domingo (2 dias
depois),os períodos de exercício já poderão ser mais longos, e as pausas mais curtas.

Normalmente aproveitamos este dia para trabalhar situações estratégicas relativas ao jogo seguinte, bem como, bolas
paradas de forma que possamos surpreender o adversário.

São utilizados exercícios já realizados durante a semana para que os atletas reconheçam as situações, não
necessitando do período de adaptação ao exercício.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Bolas Paradas
Organização Defensiva c/ Bloco Organização Ofensiva - Cantos Ofensivos, Cantos Defensivos,
Médio/Baixo - 10x9+GR (2x8’) 10x7+GR (2x8’) Lançamentos, Livres Ofensivos, Livres
Defensivos, Penalties

S
E
X
T
A
TODOS OS
-

MOMENTOS
F

E

I

R
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:
A A bola inicia sempre na equipa Jogo entre as 2 equipas, com cada
que ataca e o objectivo é marcar A equipa com bola inicia sempre o equipa a bater 5 cantos de cada lado
golo. O objectivo da outra equipa ataque e tem como objectivo marcar (ofensivos e defensivos), de acordo com
golo. Se perder a bola, a outra os seguintes posicionamentos. A equipa
é não sofrer golo e, se ganhar a
equipa marca golo passando com a que sofre 1 golo paga 15 flexões,
posse de bola tem que passar mantendo os jogadores empenhados e
bola controlada na linha. Ganha a
com a bola controlada na linha equipa com mais golos no final de motivados, numa tarefa que normalmente
para marcar golo. Perde a equipa cada período. é pouco intensa e que os jogadores
com menos golos. facilmente perdem o foco.

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO
1

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO 1

Os objectivos para o 1º Jogo-Treino são única e exclusivamente os princípios trabalhados até então, porque tal como
não faz qualquer sentido tentarmos ensinar uma criança a andar de bicicleta quando ainda não sabe sequer gatinhar,
nem pedir para os alunos resolverem contas de matemática se ainda não conhecem os números, também não faz
sentido ter como objectivo e foco, algo que ainda não foi trabalhado.

Aquecimento? Qual a razão de se falar do aquecimento neste livro? A forma como o aquecimento é feito não é
irrelevante?

Ora, em média temos 4 jogos por mês. Se usarmos 30 minutos de aquecimento em cada jogo, são 120 minutos no total,
ou seja, equivalente a 1 sessão e meia de treino. No final de 3 meses, temos 12 jogos realizados, ou seja, 4 sessões de
treino completas de 90 minutos cada…e considerando um campeonato com 30 jogos, no final dos 30 jogos temos 900
minutos de aquecimento, o que equivale a 10 sessões de treino completas…

Tendo em conta que o jogo é sempre um momento de concentração elevadíssimo, sendo um período com um potencial
de aprendizagem tremendo, não deveremos utilizar esse tempo que antecede o jogo para potenciar e melhorar o nosso
“Jogar”, dentro do que temos trabalhado? Fará sentido mudarmos de aquecimento de jogo para jogo consoante o que
estamos a trabalhar e também o lado estratégico do jogo? O aquecimento deverá ser feito só com os 11 jogadores que
vão iniciar o jogo ou com todos os jogadores disponíveis?

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO 1

Na nossa perspectiva, sim faz todo o sentido “usar” o aquecimento como um complemento ao processo de treino, sim
faz todo o sentido alterarmos o aquecimento de acordo com o abordado durante essa semana e/ou devido a aspectos
estratégicos que procuramos adoptar nesse jogo e sim, pensamos que o aquecimento deverá ser realizado com todos
os jogadores.

Acreditamos que o “aquecimento pré-jogo” é um momento essencial para desenvolver o nosso Jogar, para a
preparação desse mesmo jogo, para desenvolver relações entre jogadores, para relembrar pormenores que se tornam
porMAIORES, acreditamos que o aquecimento não é mais que um treino extra, com um potencial fantástico, visto que
os níveis de concentração dos atletas são bastante elevados, e que, trabalhando o que se procura no jogo que se vai
iniciar minutos após esse mesmo aquecimento, que estes se vão apresentar ainda mais focados e preparados para
esse mesmo jogo.

Também acreditamos que o aquecimento deverá ser realizado com todos os jogadores disponíveis (18) porque para
além de estarmos num período de aprendizagem, é fundamental que todos estejam prontos, visto que poderão existir
lesões no início do jogo, e desta forma garantimos também que temos todos os atletas prontos para poderem ser
solução e preparados para ajudar quando forem chamados.

Aquecimento de jogo é treino!

Dessa forma, e tendo em conta os objectivos e o que se trabalhou na 1ª semana, e também tendo em conta que o
adversário joga num sistema de 4x4x2, o nosso aquecimento será desta forma:

TOMÁS PEREIRA
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EXERCÍCIO 5 EXERCÍCIO 5
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3 EXERCÍCIO 4
(SIMULTÂNEO) (SIMULTÂNEO)
Controlo da
Passe com profundidade +
Meinho 4x1 com Organização Defensiva Organização Ofensiva Combinações
mudanças de Coberturas com os 3
mobilização - 9x10+GR (8’) + - 9x8+GR (8’) + com finalização
direcção (2’) + centrais + 3
articular (5’) Hidratação (1’) Hidratação (1’) (4 remates) (5’) antecipações de
Hidratação (1’)
cabeça (5’)

J
O
G
O


T
R
E
I
N Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do
Descrição do Exercício:
O Exercício: Exercício: Exercício: Exercício: Exercício:
O treinador vai simular situações
A bola inicia sempre na equipa de “bola coberta” e de “bola
que ataca e o objectivo é marcar Combinação directa
1 Meinho 4x1, a 1 toque,
para desenvolver a
golo. O objectivo da outra equipa
A equipa com bola inicia sempre
o ataque e tem como objectivo
simples, com passe
descoberta” com os jogadores a
reagirem ao estímulo, adoptando
posição. Foco na posição dos
Utilizando toda a largura do é não sofrer golo e, se ganhar a cruzado e remate. 4 apoios e na orientação do peito/
qualidade do 1º toque. marcar golo. Se perder a bola, a
meio campo, passes com posse de bola tem que passar remates cada jogador. ombros. O treinador vai lançando
Pausas para outra equipa marca golo
mudança de direcção, com a bola controlada na linha EXERCÍCIO 5 bolas para que um dos centrais
realização de passando com a bola controlada dispute a bola no ar, com os
seguindo de hidratação para marcar golo. Equipa REALIZADO EM
exercícios de na linha. Após o exercício, outros 2 centrais em cobertura. 3
adversária organizada em 4x4x2. SIMULTÂNEO COM O jogadores (suplentes) a circular a
mobilização articular hidratação e pausa completa.
Após o exercício, hidratação e EXERCÍCIO 6 bola e os centrais a trabalharem
pausa completa. as coberturas quando um sai no
portador da bola

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DA
SEMANA 2

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DA SEMANA 2

Nesta fase prematura da época, o foco deverá ser exclusivamente no desenvolvimento e melhoria da qualidade do nosso “Jogar.

Em todos os processos de modelação de uma forma de jogar existem diferenças, porque os jogadores são diferentes, as idades
podem ser diferentes, os ritmos de aprendizagem diferentes, entre outros factores.

No entanto, vamos tentar apresentar quais os problemas mais frequentes que ocorrem durante este primeiro jogo e, sob os quais
iremos trabalhar na Semana 2, juntamente com os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios previamente trabalhados.

Os problemas apresentados no Jogo-Treino são filtrados, na medida que, para garantir a qualidade do processo e já
anteriormente abordado, devemos filtrar a quantidade de nova informação transmitida, sob pena de perdermos a qualidade e
eficácia na transmissão das ideias.

Nesta fase da época, o foco recai pura e simplesmente no processo, sendo sempre muito importante por razões motivacionais,
essencialmente para os atletas, que se consiga vencer, ajudando a fazê-los acreditar ainda mais no que se vem trabalhando e
na lógica desse mesmo trabalho.

Problemas no Jogo-Treino 1:

Organização Ofensiva
• Alas a receber muito baixo o que faz com que não tenhamos espaço para os avançados laterais
• Avançados laterais a baixar muito rápido para receber, perdendo o espaço entre linhas que é o que queremos
• Os Avançados e Ponta de Lança já se encontravam na área antes do cruzamento, fazendo com que não existisse espaço
para finalizar
• Deficiente ocupação de zonas de finalização
• Pouca exploração do corredor central, através de passes verticais entre-linhas
• Bola a entrar nos Médios Centros nas costas da 1ª linha de pressão e a bola a voltar aos Centrais, sem tentativas de
enquadrar com a baliza adversária

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DA SEMANA 2

Organização Defensiva
• Ala batido por diversas vezes, com ajustamentos deficientes
• Médios Centro mal posicionados na “Defesa da Área” aquando da possibilidade de cruzamento
• Avançados laterais muito abertos, sendo muito fácil para o adversário explorar o corredor central
• Adversário a jogar em 4x3x3, o que nos fez pressionar mais baixo, não percebendo quais as referências de
pressão pela linha média
• Algumas bolas colocadas nas costas da linha defensiva, fruto da má colocação dos apoios e orientação corporal
dos defesas centrais

Transição Defensiva
• Transição agressiva pelos jogadores na zona da bola, mas passividade dos jogadores mais longe da bola
• Má abordagem dos centrais a situações em que a equipa se encontrava desorganizada

Transição Ofensiva
• Dificuldade em retirar a bola da zona de pressão por falta de apoios para manter a posse de bola
• Pouca mobilidade na procura de espaços livres para ligar o jogo aquando do ganho da bola por parte da nossa
equipa
• Poucas diagonais em ruptura, arrastando adversários e com o intuito de criar espaços

Dentro desta lógica e deste cenário, iremos planear a próxima semana de treinos, de forma a podermos, por um lado
reforçar comportamentos que nos levam à resolução destes problemas, e por outro, representar os mesmos problemas
em treino, para levar os atletas a reflectir acerca de como poderemos resolver os novos problemas que nos foram
criados.

TOMÁS PEREIRA
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SEMANA
2

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 2

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Este foi o primeiro jogo treino e, como em todos os processos, são uma longa caminhada, de partilha, de erros, muitos
erros, de desconfiança por parte dos jogadores, para quem pensa que tudo será um “mar de rosas”, em que temos que
ser crentes e devotos às nossas ideias, porque só assim conseguiremos trazer os jogadores para o nosso lado, e que
todos trabalhem para um objectivo comum.

Não esperávamos, claro está, que tudo corresse na perfeição neste primeiro jogo treino.

Com este primeiro teste, surgiram também novos problemas que teremos que tentar resolver, bem como, alguns
problemas que já tinham sido resolvidos e que terão de ser reforçados, visto que ainda ocorreram por diversas vezes.

Para tentarmos resolver os novos problemas e consolidar os problemas que já foram abordados, vamos passar à acção
e à especificidade.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Combinações Ofensivas - 10x2+GR (2x12’) Organização Ofensiva - 10x8+GR (2x12’) Jogo Formal - GR+10x10+GR

S
 Descrição do Exercício:
A bola inicia sempre nos centrais e o objectivo da
E
 equipa que inicia com bola é marcar golo. 1º Período
- Período aquisitivo, com mais intervenção por parte
G
 do treinador para os princípios, sub-princípios e sub-
sub-princípios trabalhados e a trabalhar. 2º Período -

U
 os jogadores definem um número de golos a marcar


durante os 12 minutos, caso não marquem, terão uma
“punição”
N
 Combinações Sect. - Avançados 5x2+GR
(1x15’ - 1x10’)
D

ORGANIZAÇÃO
A

OFENSIVA
-

F

E

I

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre nos médios centro que iniciam o A equipa com bola inicia sempre o ataque e tem
exercício com um passe, de forma a que os como objectivo marcar golo. Se perder a bola, a Jogo formal, com os mesmos objectivos dos
Avançados trabalhem as combinações definidas. No outra equipa marca golo passando com a bola exercícios anteriores.
2º período, os jogadores definem um número de golos controlada na linha. Ganha a equipa com mais
e, sendo criativos devem tentar atingir esse número. golos no final de cada período.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Na produção de um carro de Fórmula 1, depois das rodas e do sistema de travagem,


o objectivo é testar e ver se tudo funciona correctamente em conjunto.
Combinações Ofensivas -
10x2+GR (2x12’)
No treino e no processo de ensino-aprendizagem do jogo de futebol funciona
exactamente da mesma forma, e a repetição e a precisão nos feedbacks são
essenciais para que a mensagem passe para os atletas para que o processo
aquisitivo das ideias seja eficaz.

Neste primeiro exercício, o objectivo é desenvolver a qualidade da circulação da bola


e do jogo posicional, respeitando os princípios do nosso “Jogar”. É realizado numa
situação de 10 contra 2 defesas mais Guarda-Redes, sendo que a bola inicia sempre
nos Centrais da equipa de roxo.

No 1º Período, tal como a descrição do exercício contempla, são 12 minutos num


regime mas aquisitivo, em que numa primeira fase, a circulação será mais lenta, ainda
Descrição do Exercício: com muitas incertezas por parte dos atletas acerca das posições a ocupar e das
acções a realizar. Neste período, serão reforçados princípios já trabalhados na
A bola inicia sempre nos centrais e o
objectivo da equipa que inicia com bola é Semana 1, tais como:
marcar golo. 1º Período - Período
aquisitivo, com mais intervenção por parte
do treinador para os princípios, sub-
Sub-Princípios:
princípios e sub-sub-princípios trabalhados • Receção orientada para acelerar o jogo
e a trabalhar. 2º Período - os jogadores • “Garantir a ocupação racional do espaço”
definem um número de golos a marcar
durante os 12 minutos, caso não marquem,
• “Garantir o 2º passe”
terão uma “punição”

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Sub-Sub-Princípios:
• “O MC do lado da bola deve apoiar quando a bola está do seu lado, e o outro MC deverá
Combinações Ofensivas - posicionar-se no corredor central, garantindo que existe uma linha de passe no corredor central
10x2+GR (2x12’) para podermos variar o centro de jogo para o lado contrário”
• “O MC do lado da bola deverá garantir uma linha de passe válida, no corredor central, não
fechando linhas de passe”
• “Um dos MC tem liberdade para subir apoiando o ataque, e o outro MC tem que ficar mais atrás,
no corredor central, garantindo o equilíbrio”
• “Cobertura do Ala/AV em caso de possibilidade de cruzamento”

Para além destes sub-princípios e sub-sub-princípios serão abordados outros para resolver problemas
que vão surgindo.

No 2º Período, as regras do jogo mudam e, é questionado aos jogadores “quantos golos” conseguem
marcar em 12 minutos. Após essa definição de número de golos e após o apito de treinador, os
jogadores da equipa roxa têm um objectivo a cumprir, fazendo imediatamente com que a circulação
da bola seja mais rápida, aproximando ao que se pretende, aplicando os princípios já trabalhados.

Com isto, o objectivo, para além da vertente competitiva que deverá constar em todos os exercícios
Descrição do Exercício: realizados, também vem dar responsabilidade aos jogadores e inseri-los mais uma vez como parte
A bola inicia sempre nos centrais e o fundamental no processo, tendo um objectivo comum, o atingir o número de golos definido, caso
objectivo da equipa que inicia com bola é contrário terão uma “punição”.
marcar golo. 1º Período - Período
aquisitivo, com mais intervenção por parte Desta forma, estamos igualmente a trabalhar para a gestão do grupo de trabalho, proporcionando e
do treinador para os princípios, sub- fomentando a definição de objectivos comuns em que todos trabalhem para os atingirem.
princípios e sub-sub-princípios trabalhados
e a trabalhar. 2º Período - os jogadores De realçar que qualquer golo que seja obtido sem respeitar os princípios orientadores do nosso
definem um número de golos a marcar
“Jogar”, não será contabilizado, consciencializando-os para a importância do que trabalhamos,
durante os 12 minutos, caso não marquem,
terão uma “punição” questionando-os do “porquê” do golo não ter sido contabilizado, após a marcação do mesmo.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Voltamos a repetir o exercício complementar da semana transacta, com as


Combinações Sect. - Avançados combinações previamente exercitadas, de forma a consolidarmos as mesmas,
5x2+GR (1x15’ - 1x10’) primeiro sob um período mais lento e mais aquisitivo, e depois sob um período mais
aproximado à velocidade das combinações que procuramos no nosso jogo.

Descrição do Exercício:
A bola inicia sempre nos médios centro que
iniciam o exercício com um passe, de forma a
que os Avançados trabalhem as combinações
definidas. No 2º período, os jogadores definem
um número de golos e, sendo criativos devem
tentar atingir esse número.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Combinações Ofensivas -
10x2+GR (2x12’) 1º Problema

Aquando do início do exercício, esta será, em 99% dos grupos de trabalho, a disposição da equipa
que ataca, com os alas posicionados muito baixo.

Como já foi discutido anteriormente, qualquer acção gera reacção por parte do adversário e, dessa
forma, caso os alas estejam numa posição recuada para dar uma linha de passe, os Médios Ala da
equipa contrária vão estar altos, numa posição subida, não existindo espaço no corredor central para
os nossos Avançados Laterais explorarem.

Dessa forma, caso os nossos Alas subam vão criar uma indecisão nos Médios Alas contrários. Ou
acompanham e libertam espaço para os nossos avançados jogarem livres, entre linhas, ou não
Descrição do Exercício: acompanham, o que faz com que os Alas fiquem livres, tendo espaço livre para ser explorado à sua
frente.
A bola inicia sempre nos centrais e o
objectivo da equipa que inicia com bola é
marcar golo. 1º Período - Período Assim, e depois do questionamento aos nossos Alas e Avançados sobre quais as consequências de
aquisitivo, com mais intervenção por parte se posicionarem baixo e mais alto, vamos chegar ao sub-sub-princípio que procuramos para ajudar a
do treinador para os princípios, sub- criar espaço e desorganização no bloco defensivo adversário que é “Alas bem profundos,
princípios e sub-sub-princípios trabalhados realizando contra-movimentos com os Avançados, criando espaço entre-linhas ou em
e a trabalhar. 2º Período - os jogadores profundidade”.
definem um número de golos a marcar
durante os 12 minutos, caso não marquem,
Com este sub-sub-princípio, estamos a trabalhar para tentar resolver o problema que ocorreu no jogo-
terão uma “punição”
treino anterior, no qual o facto dos Alas receberem muito baixo, fazia com que o adversário pudesse
pressionar mais alto e, consequentemente, houvesse menos espaço para os Avançados.

TOMÁS PEREIRA
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EXERCÍCIO 1
Combinações Ofensivas -
10x2+GR (2x12’) 2º Problema

Abordado o primeiro problema, vamos a outro que acontece muito no primeiro jogo-treino (e não só) e o
qual necessita de ser solucionado, de forma a que possamos melhorar e fazer crescer o nosso “Jogar”,
garantindo uma maior qualidade na circulação da bola, de forma a desorganizar o bloco defensivo do
adversário.

O que acontece muitas vezes, e com a ideia (correcta) de liberdade por parte dos avançados é que
estes, com a vontade enorme de ter a bola nos seus pés, baixam demasiado para oferecer uma linha de
passe, trazendo dois problemas graves à nossa equipa.

Em primeiro lugar, oferecem linhas de passe numa zona onde não nos beneficia em nada em termos de
Descrição do Exercício: organização ofensiva, na medida que não “ferimos” em nada a organização defensiva adversária.

A bola inicia sempre nos centrais e o Em segundo lugar, baixando em demasiado, provocam a que o adversário os sigam, pressionando a
objectivo da equipa que inicia com bola é nossa equipa mais em cima e de forma mais agressiva, tornando a nossa tarefa, a procura do golo, mais
marcar golo. 1º Período - Período difícil.
aquisitivo, com mais intervenção por parte
do treinador para os princípios, sub- Tendo em conta esse problema, é fundamental que o timming de aproximação dos avançados seja
princípios e sub-sub-princípios trabalhados correcto e que o movimento que realiza, para além de tirar o adversário do caminho, seja para um
e a trabalhar. 2º Período - os jogadores espaço entre-linhas, onde necessitamos realmente de um jogador que nos garanta a ligação.
definem um número de golos a marcar
durante os 12 minutos, caso não marquem, Urge então a necessidade de um sub-sub-princípio para os avançados, que é “Provocação do
terão uma “punição” adversário directo, com movimento para receber entre-linhas”, dando resposta desta forma ao
problema que ocorre frequentemente nos primeiros jogos realizados, em que os avançados/ponta de
lança baixam em demasiado, arrastando defesas consigo, não facilitando a qualidade da circulação.
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EXERCÍCIO 1
Combinações Ofensivas -
10x2+GR (2x12’) 3º Problema

Outro dos problemas (naturais) que ocorreram durante o primeiro jogo treino foi que,
aquando a possibilidade de cruzamento, os nossos Avançados, Ponta de Lança e Ala
do lado contrário já se encontravam dentro da área e perto da baliza contrária, sem
qualquer definição na ocupação de zonas de finalização, com o adversário em
marcação, o que fez com que existisse uma grande aglomeração de jogadores dentro
da área, e consequentemente que não existisse espaço para os jogadores atacarem a
bola de frente, criando situações de finalização.

Para este problema, urge-nos a necessidade de o resolver, definindo sub-sub-


Descrição do Exercício: princípios para os jogadores envolvidos, neste caso, na fase de finalização (Ponta de
A bola inicia sempre nos centrais e o Lança, Avançado do lado contrário e ala do lado contrário), sabendo o Avançado do
objectivo da equipa que inicia com bola é lado da bola que deve adoptar uma posição de cobertura, e o Médio Centro que apoia o
marcar golo. 1º Período - Período ataque, uma posição de equilíbrio.
aquisitivo, com mais intervenção por parte
do treinador para os princípios, sub-
princípios e sub-sub-princípios trabalhados Desta forma, definimos um sub-sub-princípio para o Ponta de Lança, Avançado do
e a trabalhar. 2º Período - os jogadores lado contrário e o Ala do lado contrário à bola, em que os jogadores que vão atacar o
definem um número de golos a marcar cruzamento/passe deverão “aguardar fora da área para terem espaço de
durante os 12 minutos, caso não marquem,
terão uma “punição”
desmarcação e atacarem o passe/cruzamento de trás para a frente”, aproximando a
nossa equipa de poder criar maiores situações de perigo ao adversário.

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EXERCÍCIO 1
Combinações Ofensivas -
10x2+GR (2x12’)
3º Problema
(Continuação)

Relativamente à ocupação das zonas de finalização, e de forma a podermos ter


jogadores nas zonas mais perigosas e onde a bola normalmente “cai” após um passe/
cruzamento lateral, é definido que, para o Ponta de Lança e o Avançado do lado
contrário à bola, “Partindo do lado cego do adversário (costas) atacar o 1º poste ou
posição perto da marca de penalty”, cobrindo assim a possibilidade de cruzamento/
passe ao primeiro poste, e de cruzamento/passe atrasado.

A posição que cada um adopta em cada situação de cruzamento/passe deverá ser


diferente, de forma a criarmos indefinição no adversário directo, respeitando sempre os
Descrição do Exercício: dois posicionamentos definidos para estes dois jogadores.
A bola inicia sempre nos centrais e o
objectivo da equipa que inicia com bola é Para o Ala do lado contrário, e visto que já se encontra do lado contrário, definimos que
marcar golo. 1º Período - Período “Em caso de cruzamento, deverá atacar a zona do 2º poste”, cobrindo também assim
aquisitivo, com mais intervenção por parte
do treinador para os princípios, sub-
um possível cruzamento/passe mais longo.
princípios e sub-sub-princípios trabalhados
e a trabalhar. 2º Período - os jogadores Em termos do Médio Centro em equilíbrio, de forma a estarmos preparados e
definem um número de golos a marcar posicionados para um possível corte/atraso após cruzamento, é fundamental que este
durante os 12 minutos, caso não marquem,
terão uma “punição”
se encontre “em posição central, fora da área” para um possível remate de longa
distância, garantindo também um bom posicionamento para podermos recuperar a bola
rapidamente em caso de transição defensiva.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 A semelhança da 1ª Semana e, porque acreditamos que, para que um período aquisitivo
seja eficaz, a repetição é essencial para cimentar comportamentos e princípios, mais
Organização Ofensiva - 10x8+GR uma vez vamos crescendo em complexidade durante o treino, passando de uma
(2x12’) situação de 10 contra 2 defesas mais Guarda-Redes, progredimos para uma situação de
10 contra 8 defesas mais Guarda-Redes (mais um defesa que no exercício da Semana
1).

O facto de acrescentarmos mais um defesa em comparação com o exercício da Semana


transacta visa aproximarmos, pouco a pouco, o jogo da sua componente formal, e desta
forma, ir criando também progressivamente uma maior dificuldade aos jogadores na
obtenção de sucesso nos diferentes exercícios, aproximando do que irão vivenciar nos
jogos-treino e nos jogos oficiais.

Neste exercício, para além de todos os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios


previamente trabalhados e que iremos reforçar e procurar fomentar, iremos também
incidir sobre a necessidade de explorar a largura, de forma a fazermos com que o
adversário se mova, criando espaço entre-linhas e entre jogadores, facilitando a
Descrição do Exercício: exploração do corredor central, através desses mesmos passes verticais entre-linhas,
aspecto que foi pouco explorado aquando do primeiro jogo-treino. Este objectivo vai de
A equipa com bola inicia sempre o encontro ao sub-princípio do nosso Jogar, definido por “Mobilidade e variação entre o
ataque e tem como objectivo passe curto e longo, explorando a largura e profundidade”.
marcar golo. Se perder a bola, a
outra equipa marca golo passando A equipa que defende apresenta-se num sistema de 4x3x1, sendo que o facto de se
com a bola controlada na linha. apresentar com um avançado é para que os médios centro tenham a referência de onde
Ganha a equipa com mais golos no se devem posicionar (atrás da 1ª linha de pressão).
final de cada período.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 De forma a estarmos preparados para qualquer cenário com que nos possamos
deparar em cada jogo, iremos procurar dotar a nossa equipa de conhecimento e
Jogo Formal - GR+10x10+GR variabilidade nas suas acções, visto que cada sistema traz as suas particularidades.
Assim, iremos tentar criar em treino, o que possamos enfrentar em jogo, recriando
desta vez uma situação de jogo contra um adversário organizado em 4x4x2.

O exercício funcionará com a mesma dinâmica e organização da semana anterior.

Descrição do Exercício:

Jogo formal, com os mesmos


objectivos dos exercícios
anteriores.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Á semelhança da semana transacta, neste 2º jogo-treino vamos procurar, não só focar nos princípios trabalhados durante
esta semana, bem como tentar rectificar os erros cometidos no jogo treino anterior, que devem ser encarados como erros
normais que ocorrem dentro de qualquer processo de modelação de uma forma de jogar.

Assim, em termos de Organização Ofensiva, estes foram os princípios já abordados e sob os quais recairá a nossa
abordagem ao jogo-treino 2 e, consequentemente a nossa análise ao mesmo:

Princípio: “Rápida circulação de bola, para desequilibrar o adversário e criar espaços para progredir, usando a largura e a
profundidade”

Sub-Princípios:
• Receção orientada para acelerar o jogo
• Garantir a ocupação racional do espaço
• Garantir o “2º Passe”
• Mobilidade e variação entre o passe curto e longo, explorando a largura e profundidade

Sub-Sub-Princípios:
• Fase de Construção
• Defesas Centrais:
• Aquando da progressão no terreno, subir e fechar no corredor central para preparar a Transição Defensiva em
caso de perda da bola
• Médios Centro:
• MCs a jogar nas costas da 1ª linha de pressão adversaria
• MC do lado da bola deverá garantir uma linha de passe válida, no corredor central, não fechando linhas de
passe
• Ponta de Lança:
• PL é responsável por arrastar os DCs e criar espaço

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

• Fase de Criação
• Médios Centro:
• Um dos MC tem liberdade para subir apoiando o ataque, porém, um MC tem que ficar mais atrás, no
corredor central, garantindo o equilíbrio
• Alas / Avançados:
• Alas bem profundos, realizando contra-movimentos com os Avançados, criando espaço entre-linhas ou em
profundidade
• Avançados:
• Provocação do adversário directo, com movimento para receber entre-linhas

• Fase de Finalização
• Alas / Avançados:
• Do lado da bola, em caso de possibilidade de cruzamento no último terço do campo por parte do Ala, o
Avançado deverá adoptar uma posição de cobertura / Caso seja o AV com possibilidade de cruzamento, é
o Ala que deverá ficar em cobertura
• Ponta de Lança / Avançado do lado contrário / Ala do lado contrário:
• Aguardar fora da área para terem espaço de demarcação e atacarem o passe/cruzamento de trás para a
frente
• Ponta de Lança / Avançado do lado contrário:
• Partindo do lado cego do adversário (costas) atacar o 1º poste ou posição perto da marca de penalty
• Ala do lado contrário:
• Em caso de cruzamento, deverá atacar a zona do 2º poste
• Médio Centro:
• Deve estar em posição central, fora da área

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ORGANIZAÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 2

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Depois de uma semana intensa do ponto de vista aquisitivo, ainda há bastante a melhorar tendo sido visíveis vários erros
durante o jogo treino, que vamos tentar resolver durante este microciclo, para que, em termos de Organização Defensiva,
nos possamos apresentar mais consistentes no próximo jogo treino.

Na análise do último jogo e preparação desta semana, tal como mencionámos anteriormente, os problemas com que nos
deparámos foram os seguintes:
• Ala batido por diversas vezes, com ajustamentos deficientes
• Médios Centro mal posicionados na “Defesa da Área” aquando da possibilidade de cruzamento
• Avançados laterais muito abertos, sendo muito fácil para o adversário explorar o corredor central
• Adversário a jogar em 4x3x3, o que nos fez pressionar mais baixo, não percebendo quais as referências de pressão
pela linha média
• Algumas bolas colocadas nas costas da linha defensiva, fruto da má colocação dos apoios e orientação corporal dos
defesas centrais

Com base nos problemas observados, iremos incidir sobre o que abordámos na semana transacta e que verificámos que
alguns dos problemas continuaram a subsistir, bem como, iremos debruçarmo-nos sobre os novos problemas que surgiram
de forma a solucioná-los, tornando a equipa mais forte e competente em termos do momento de Organização Defensiva.

Fruto da dificuldade que tivemos em nos adaptarmos ao sistema do adversário (4x3x3), também porque ainda não tinha
sido trabalhado por nós, iremos colocar o adversário organizado dessa forma.

Especificamente, existem algumas modificações relativamente à forma como anulamos o 4x4x2. Contra o 4x3x3, os nossos
dois médios centro irão pressionar os dois médios centro adversários que estiverem posicionados mais baixo, enquanto
que, o médio centro adversário que se posicionar entre a nossa linha média e a linha defensiva, será alvo de marcação por
parte de um dos centrais laterais, consoante o lado em que este se encontre. É igualmente fundamental que se garanta
sempre a superioridade numérica, nomeadamente sobre o Ponta de Lança adversário, sendo o central do lado contrário ao
lado em que a bola se encontra que deverá marcar o Ponta de Lança, ficando o central do meio em cobertura.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Defesa da área + Saída para Contra- Organização Defensiva c/ Bloco Médio/
Baixo + Saída para Contra-Ataque - Jogo Formal - GR+10x10+GR
Ataque - 8x7+GR / 3x2+GR (4x5’) 10x9+GR / 3x2+GR (2x12’)

T Descrição do Exercício:
E A bola inicia sempre na equipa que ataca e o
objectivo é marcar golo. O objectivo da outra equipa é

R não sofrer golo e, se ganhar a posse de bola tem que


transitar com passe para o PL ou AVs, tendo 5
segundos para finalizar. Perde a equipa com menos
Ç golos.

A
 Finalização com diversas acções técnicas


ORGANIZAÇÃO - 1x0+GR (6 repetições cada jogador)
-

DEFENSIVA
F

E

I

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre na equipa que ataca e o objectivo é
O objectivo do exercício é o golo. Trabalhar a marcar golo. O objectivo da outra equipa é não sofrer Jogo formal com os mesmos princípios em
finalização, usando diversas acções técnicas, golo e, se ganhar a posse de bola tem que transitar, ou Org. Defensiva já trabalhados durante toda a
promovendo a criatividade. com a bola controlada ou com passe para o PL, tendo 5
segundos para finalizar. 2 Jogadores podem transitar
sessão.
para finalizar. Perde a equipa com menos golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Já temos o sistema das rodas a funcionar, já temos o sistema de travões também a funcionar, vamos
juntar os dois de forma a pôr tudo a trabalhar em simultâneo.
Defesa da área + Saída para Contra-
Ataque - 8x7+GR / 3x2+GR (4x5’) Esta analogia representa a forma como operacionalizamos nosso processo ensino-aprendizagem, neste
caso fazendo a ligação de mais dois momentos do jogo, e o que se procura com os mesmos.

Repetimos o mesmo exercício da semana transacta, com a bola a iniciar sempre na equipa que ataca a
baliza do Guarda-Redes cinzento (equipa de amarelo), sendo que, a única modificação ao exercício é o
facto de, em vez da equipa de roxo pontuar quando consegue passar com a bola controlada na linha
vermelha, desta vez, após recuperar a bola, deverá realizar um passe para um dos três atacantes que se
encontram na zona seguinte (delimitada) e estes conseguem marcar golo.

O objectivo deste exercício continua a ser o foco na qualidade da “Defesa da Área”, adicionando o
momento do jogo imediatamente seguinte ao ganho da posse de bola (Transição Ofensiva), focando
também nos sub-princípios anteriormente trabalhados - “Passe vertical como primeira opção para
jogar entre linhas, ou no espaço nas costas”, “Atacar rápido o corredor central para explorar o
Contra-Ataque, ocupando os 3 corredores” e “Movimentos diagonais em ruptura para arrastar
adversários e criar espaços para progressão”..

Após o passe, desenvolve-se uma situação de 3x2+GR em que os avançados têm 5 segundos para
Descrição do Exercício: finalizar e tentar marcar golo.

A bola inicia sempre na equipa que De forma a promover mais situações de desequilíbrio momentâneo da equipa que defende (roxa), o
ataca e o objectivo é marcar golo. treinador deverá introduzir uma nova bola antes do ataque da equipa roxa terminar, de forma a que a
O objectivo da outra equipa é não equipa consiga resolver esse desequilíbrio momentâneo, equilibrando-se rapidamente, cumprindo com
sofrer golo e, se ganhar a posse de os princípios já trabalhado e tentando resolver novos problemas que possam ser criados.
bola tem que transitar com passe
A equipa de amarelo estará organizada num sistema de 4x3x3, visto que o último jogo-treino foi realizado
para o PL ou AVs, tendo 5 contra uma equipa organizada nesse sistema e, no qual a equipa mostrou algumas dificuldades em
segundos para finalizar. Perde a termos do momento de Organização Defensiva, aproveitando assim o exercício de treino, para melhorar
equipa com menos golos. o que queremos em jogo.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Dois dos problemas detectados serão alvo de um feedback constante durante toda a
sessão, de forma que os jogadores consigam interpretar da melhor forma as
Defesa da área + Saída para Contra-
Ataque - 8x7+GR / 3x2+GR (4x5’) situações em que esses princípios devam ser aplicados, e dos quais depende grande
parte do sucesso do momento de Organização Defensiva.

A questão dos apoios será algo relembrado até à exaustão porque, para além de ser
fundamental no controlo da profundidade, na medida de evitar que o adversário
consiga realizar passes de forma a receber a bola nas costas da nossa linha
defensiva, é igualmente essencial para que possamos subir e encurtar o espaço
entre-linhas, podendo pressionar de forma mais agressiva e organizada.

Relativamente à má colocação dos Médios Centro em situações de “Defesa da Área”


aquando da posição de cruzamento, também vai ser alvo de intensos feedbacks para
que os atletas relembrem os princípios já abordados e como reagir às diversas
situações que o jogo e o exercício nos vai criando.
Descrição do Exercício:

A bola inicia sempre na equipa que


ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que transitar com passe
para o PL ou AVs, tendo 5
segundos para finalizar. Perde a
equipa com menos golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Mais um exercício complementar para os jogadores que não estão no exercício principal
(após algum tempo trocarão com atletas que estão no outro exercício).
Finalização com diversas acções técnicas -
1x0+GR (6 repetições cada jogador)
O objectivo aqui é promover a qualidade da finalização, criando diversas situações que
vão requisitar a utilização de diversas acções técnicas de remate.

O jogador inicia da posição número 1, atacando o Treinador em drible, sair do drible


para um dos lados e finalizando o mais rapidamente possível.

De seguida, na posição número 2, vira-se de costas para a baliza, recebendo a bola do


treinador pelo chão onde este deverá levantar a bola e executar um pontapé de
bicicleta/moinho, fomentando a sua criatividade.

Na posição número 3 irá receber um passe do colega pelo chão, rematando de


primeira na passada.

Deverá, imediatamente, preparar-se para receber um passe pelo chão (nas primeiras 3
Descrição do Exercício: repetições) e para um passe pelo ar (nas últimas 3 repetições), na posição número 4,
onde deverá rematar de primeira.

Na posição número 5, deverá dar 2/3 passos atrás para se posicionar, pois irá receber
O objectivo do exercício é o golo.
Trabalhar a finalização, usando um passe pelo ar do seu colega, onde tentará finalizar de cabeça.
diversas acções técnicas,
promovendo a criatividade. O exercício decorrerá sob a forma de competição entre jogadores, sendo que o jogador
com menos vitórias em cada repetição receberá uma “punição”.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Defesa da área + Saída para Contra-
Ataque - 8x7+GR / 3x2+GR (4x5’) 1º Problema

No exercício poderíamos aguardar que a situação de contra-ataque de 3x2+GR terminasse para colocar
nova bola em jogo, porém iríamos estar a desperdiçar uma oportunidade única para colocar a equipa
roxa desorganizada, para que esta tenha a capacidade de rapidamente se organizar, muito aproximado
ao que ocorre no jogo.

Ora, o que nós pretendemos é “forçar” os problemas a acontecerem para que os jogadores os possam
solucionar e, caso não o consigam, o treinador intervir para os guiar de forma a poderem chegar à
solução, daí que iremos manipular as regras e, antes do contra-ataque terminar, colocaremos nova bola
em jogo.

Descrição do Exercício: Um dos problemas que se verificou no jogo treino foi que o Ala foi batido por diversas vezes, e os
ajustamentos para tentar rapidamente equilibrar a equipa foram deficientes, ficando a nossa organização
comprometida. Este problema já nos tinha surgido por diversas vezes na sessão anterior mas, devido à
A bola inicia sempre na equipa que priorização de princípios, será abordado apenas na segunda sessão, de forma a tentarmos garantir que
ataca e o objectivo é marcar golo. os atletas entendem o “porquê” dos princípios já abordados, não comprometendo o processo aquisitivo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de Neste tipo de situações, entram vários sub-sub-princípios que terão de ser criados para resolver este
bola tem que transitar com passe problema, tais como:
para o PL ou AVs, tendo 5
segundos para finalizar. Perde a Com o ala batido:
• o Central do lado da bola assume a posição de contenção
equipa com menos golos.
• o Ala entra em cobertura
• o Médio Centro ajusta, adoptando a posição do Defesa Central (do meio), que saiu de posição para
adoptar a posição do central do lado da bola
TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Mesmo exercício que na semana anterior, adicionando o momento de Transição


Ofensiva, com saída de pressão e saída para Contra-Ataque.
Organização Defensiva c/ Bloco
Médio/Baixo + Saída para Contra-
Ataque - 10x9+GR / 3x2+GR (2x12’) A bola inicia sempre na equipa amarela no meio campo e o objectivo é marcar golo
na baliza da equipa de roxo. A equipa de roxo, ao recuperar a bola, terá de transitar
para a zona delimitada a vermelho, ou em passe para o Ponta de Lança (preferencial
- porque atraímos defesas ao portador da bola e libertamos espaço nos corredores
laterais), ou em progressão com a bola controlada pela linha a tracejado vermelho.

Após a transição para a zona de finalização, podem entrar 2 jogadores, criando uma
situação de 3x2+GR em que terão de finalizar em 5 segundos e os médios terão de
regressar imediatamente para a posição porque reiniciará o exercício com nova bola.

A equipa que obter mais golos no final de cada período, vence.

Descrição do Exercício:

A bola inicia sempre na equipa que


ataca e o objectivo é marcar golo. O
objectivo da outra equipa é não sofrer
golo e, se ganhar a posse de bola tem
que transitar, ou com a bola controlada
ou com passe para o PL, tendo 5
segundos para finalizar. 2 Jogadores
podem transitar para finalizar. Perde a
equipa com menos golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Organização Defensiva c/ Bloco
Médio/Baixo + Saída para Contra-
Ataque - 10x9+GR / 3x2+GR (2x12’)
1º Problema

Outro dos problemas que foi diagnosticado durante o 1º jogo-treino foi a facilidade com
que o adversário explorou o corredor central, nomeadamente, através de passes
aproveitando o espaço entre jogadores.

Se bem se recordam, um dos sub-princípios do nosso “Jogar” é, quando não temos a


posse de bola, reduzir imediatamente o bloco em largura e em profundidade,
protegendo o corredor central, realizando “Campo pequeno e defesa do lado forte”.

Assim, e perante este problema, teremos que reforçar esse mesmo sub-princípio,
Descrição do Exercício: através de um sub-sub-princípio, para os avançados, de que “Devem reduzir o
espaço entre jogadores, fechando o corredor central e convidando a jogar para o
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo. O corredor lateral”, bem como, “o avançado do lado contrário, de forma a podermos
objectivo da outra equipa é não sofrer aumentar a pressão sobre o lado da bola, deve encostar no médio centro mais
golo e, se ganhar a posse de bola tem próximo de si”.
que transitar, ou com a bola controlada
ou com passe para o PL, tendo 5 Desta forma, o corredor central (corredor mais perigoso - no qual se encontra situada a
segundos para finalizar. 2 Jogadores
podem transitar para finalizar. Perde a
nossa baliza), estará mais protegido e, estaremos mais preparados para intensificar a
equipa com menos golos. pressão, logo que a bola entre no corredor lateral, porque já temos a equipa preparada
para essa mesma pressão.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Organização Defensiva c/ Bloco
Médio/Baixo + Saída para Contra-
Ataque - 10x9+GR / 3x2+GR (2x12’)
2º Problema

Durante o exercício, e à semelhança de exercícios anteriores, ocorreu um problema comum que foi a
grande exposição e dificuldade dos nossos alas em situações de 1x1, visto que em regra geral, a
cobertura que tinham era feita exclusivamente pelo central do seu lado, o que fazia com que este tivesse
de sair de posição e, consequentemente criasse um desequilíbrio momentâneo na nossa equipa, muito
fruto do pouco compromisso defensivo dos avançados, em situações que a bola se encontrava no nosso
último terço defensivo.

Este facto, para além de deixar o ala desconfortável, também causava um desgaste maior no mesmo, e
fazia crescer o adversário directo em termos de motivação, fazendo com que arriscasse mais os duelos
individuais.
Descrição do Exercício:
De forma a podermos auxiliar os nossos alas nas suas acções defensivas e, consequentemente,
aproximar a nossa equipa do sucesso em termos defensivos, urge-nos também a necessidade de criar
A bola inicia sempre na equipa que
outro sub-sub-princípio para os avançados que é a “cobertura ao ala, sempre que possível, criando
ataca e o objectivo é marcar golo. O
superioridade numérica sobre o portador da bola”.
objectivo da outra equipa é não sofrer
golo e, se ganhar a posse de bola tem
Por questões de ordem estratégica, em algum jogo ou período de um jogo, poderemos abdicar desta
que transitar, ou com a bola controlada
situação, visto que essa acção também poderá/irá provocar outro tipo de comportamento ao adversário.
ou com passe para o PL, tendo 5
segundos para finalizar. 2 Jogadores
Por exemplo, se durante um jogo, o nosso adversário optar por nunca fazer descer os extremos para
podem transitar para finalizar. Perde a
defender, nós temos duas hipóteses: Ou continuamos a arriscar com o Defesa Lateral e o Extremo a
equipa com menos golos.
envolverem-se no ataque em simultâneo, sabendo que, após a perda poderemos ter problemas no nosso
sector defensivo, ou se, pelo contrário, já nos fará reflectir e talvez deixar o Defesa lateral atrás,
preparando a perda de bola, mantendo-nos em equilíbrio.
TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Para finalizar a sessão, o exercício da semana transacta volta a repetir-se, sendo que
o objectivo é aplicar todos os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios já
Jogo Formal - GR+10x10+GR abordados, contra uma equipa organizada em 4x3x3, de forma a trabalharmos com
vista a um maior conforto e compreensão de como anular as equipas que se
apresentam nesse sistema.

Descrição do Exercício:

Jogo formal com os mesmos


princípios em Org. Defensiva já
trabalhados durante toda a sessão.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3

Jogo Formal - GR+10x10+GR 1º Problema

Mantendo o foco em todos os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios já abordados, sob os quais


deverá incidir o nosso feedback, o trabalho do Ponta de Lança no momento de Organização Defensiva é
fundamental, porém, é essencial que este perceba que só temos um jogador à frente da nossa linha de 4
e, como tal, para que possa dosear a energia despendida nas suas acções em Organização Defensiva
para apresentar frescura nos momentos após a recuperação da posse de bola (Transição Ofensiva e
Organização Ofensiva), deverá ser bastante inteligente nas suas acções, percebendo claramente quais
são os momentos em que a sua acção é necessária e fundamental, bem como, quais os momentos em
que deverá recuperar.

Assim, de forma a podermos preparar-nos previamente para o momento de pressão e, de forma a


Descrição do Exercício: despender o menor gasto energético possível, que iríamos despender caso o adversário não fosse
condicionado, o sub-sub-princípio definido para o nosso Ponta de Lança é o de “Isolar a equipa
adversária e condicionar a jogar num só lado do campo”. Para isso, deverá deixar que um dos
centrais adversários saia a jogar e, que tente progredir numa posição lateralizada (caso esteja numa
posição central, facilmente muda o centro do jogo para o lado contrário), fazendo com que, primeiro,
Jogo formal com os mesmos garanta que o adversário não tem possibilidade de mudar o centro de jogo, e depois, de o pressionar de
forma a que a progressão seja feita em direcção à linha lateral, “perdendo” linhas de passe em corredor
princípios em Org. Defensiva já
central.
trabalhados durante toda a sessão.
Se o nosso Ponta de Lança tiver essa capacidade, e depois de feedbacks precisos nesse sentido, a
equipa vai entender que esse trabalho é fundamental para que possamos ser mais fortes e mais
agressivos no momento da pressão, sendo que a já estaremos preparados e bem posicionados para
atacar o adversário aquando da sua entrada na nossa zona de pressão.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Em suma, estes foram todos os princípios que já foram abordados e trabalhados, e sobre os quais vai recair a nossa análise no jogo-treino 2:

Princípio: “Zona Pressionante Agressiva, defendendo de acordo com o bloco defensivo utilizado”, que no caso será o Bloco Médio-Baixo

Sub-Princípios:
• “Campo pequeno e defesa do lado forte”
• “Coberturas defensivas, dobras e “sliddings””
• “Orientação Corporal - “Bola coberta” / “Bola descoberta””

• “Características específicas da Defesa da Área:”


• Com a bola fora da área, em zona lateral, com possibilidade de cruzamento, linha defensiva 2/3 passos atrás da linha do jogador em contenção
• Com a bola dentro do limite da área, linha defensiva definida pela linha da bola
• Com a bola na linha final, linha defensiva orientada pela linha da pequena área
• Com passe atrasado / drible em direcção para fora da área, linha defensiva ajusta imediatamente para a linha da bola, colocando o adversário fora de
jogo
• Com passe atrasado para fora da área, subir imediatamente para fora da área, fechando o corredor central, evitando combinações pelo corredor
central, colocando o adversário fora de jogo, e estando preparada para baixar em caso de possibilidade de bola nas costas
• Com o ala batido:
• o Central do lado da bola assume a posição de contenção
• o Ala entra em cobertura
• o Médio Centro ajusta, adoptando a posição do Defesa Central (do meio), que saiu da posição para adoptar a posição do central do lado da bola

Sub-Sub-Princípios:
• Defesas Centrais:
• Contra o 4x4x2, central do meio na cobertura e os outros dois a marcar
• Contra o 4x3x3, central do meio na cobertura, central do lado do médio ofensivo do adversário pronto para sair na marcação caso este receba a bola, e
o outro central na marcação ao Ponta de Lança
• Avançados:
• Devem reduzir o espaço entre jogadores, fechando o corredor central e convidando a jogar para o corredor lateral
• O avançado do lado contrário, de forma a podermos aumentar a pressão sobre o lado da bola, deve encostar no médio centro mais próximo de si
• Cobertura ao ala, sempre que possível, criando superioridade numérica sobre o portador da bola

• Ponta de Lança:
• Isolar a equipa adversária e condicionar a jogar num só lado do campo

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 2

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Continuando o nosso processo, há que analisar o que abordámos na passada quarta-feira, bem como quais foram os
problemas com que nos deparámos no passado jogo-treino.

Foram diagnosticados dois problemas:


• Transição agressiva pelos jogadores na zona da bola, mas passividade dos jogadores mais longe da bola
• Má abordagem dos centrais a situações em que a equipa se encontrava desorganizada

Relativamente ao primeiro, já tínhamos trabalhado na semana anterior, tendo de reforçar na presente sessão de treino,
de forma que os nossos jogadores possam compreender o “porquê” e a necessidade de reagirmos como um “todo” e
não apenas e só com os jogadores próximos da bola, tornando esses comportamentos conscientes, em
comportamentos inconscientes, em que em qualquer situação de perda da bola, reagimos de imediato e
colectivamente.

Tendo em conta o 2º problema, iremos criar situações para que esse problema surja, de forma a percebermos se os
nossos jogadores conseguem resolver o problema por si só ou se teremos de os guiar, para a definição de princípios
para que possamos estar sempre mais perto de podermos ter sucesso em situações que possam surgir no caos do
jogo, e que nos deixem momentaneamente desorganizados.

Vamos a isso então!

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO Transição grupal com 2 Jogo Condicionado -
Transição grupal - 4+4x4 (5x3’)
balizas - 6x6+2GR (4x5’) GR+10x10+GR

Q Descrição do Exercício:
U Uma equipa com o objectivo de manter a posse de
bola e não sofrer golos. A outra com o objectivo de
A tentar roubar a bola e marcar numa das duas
balizas. A equipa com mais golos sofridos no final
R de cada 2 períodos perde.

Transição em Desequilíbrio -
T 3x2 / 5x3+GR (2x10’)
A
 TRANSIÇÃO
-
 DEFENSIVA
F

E

I

R

A Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

A bola inicia no rectângulo a tracejado vermelho, na


equipa de roxo, e o objectivo é marcar golo numa das 3
Jogo formal, com condicionantes. Equipa
2 equipas com a posse da bola, 1 equipa balizas. O objectivo dos 3 amarelos é recuperar a bola e que defende, linha de 3 centrais não pode
sem a posse. A equipa que perde a bola vai atacar rapidamente, com a bola controlada, a baliza ultrapassar a linha tracejada e só 1 médio
para o meio e os restantes devem contar defendida pelo GR de cinzento. 2 amarelos podem pode entrar nessa zona para tentar recuperar
transitar para o contra-ataque. A equipa amarela tem 7
quantos passes fazem. A cada 5 passes a segundos para finalizar.Um dos 2 roxos deve seguir na a bola / retardar a progressão. Equipa que
equipa que está no meio ganha 1 ponto. A perseguição para tentar parar/retardar o contra-ataque. ataca, chegando à zona de ataque tem 7
equipa que tiver mais pontos perde. Se a equipa roxa recuperar a bola, tem 5 segundos para segundos para finalizar. Equipa com mais
passar a bola ao roxo que se encontra no quadrado para
golos, ganha.
finalizar. A equipa com mais golos ganha.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Voltamos a repetir o exercício da semana transacta, reforçando a importância da


pressão imediata ao portador da bola por parte do jogador mais próximo, mas
Transição grupal - 4+4x4 (5x3’) também dos restantes jogadores que deverão “fechar o portador da bola”, cortando
as linhas de passe em redor da bola, de forma a recuperarmos a mesma
rapidamente, ou forçarmos o erro do adversário.

Deveremos também relembrar a necessidade de reacção imediata à perda da bola,


aproveitando os primeiros 5 segundos, período esse em que a equipa que perde a
posse de bola ainda não se organizou após a recuperação, e período esse
representado pelos 5 passes que não podemos permitir durante o exercício.

Descrição do Exercício:

2 equipas com a posse da bola, 1


equipa sem a posse. A equipa que
perde a bola vai para o meio e os
restantes devem contar quantos
passes fazem. A cada 5 passes a
equipa que está no meio ganha 1
ponto. A equipa que tiver mais
pontos perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 O objectivo com este exercício é o de reforçar os princípios e comportamentos,


previamente trabalhados no exercício anterior, enfatizando mais uma vez, a
Transição grupal com 2 balizas -
6x6+2GR (4x5’) necessidade da reacção à perda da posse de bola ter de ser realizada por todos, ou
seja, pelos jogadores mais próximos da zona onde perdemos a bola, mas também
pelos jogadores que se encontram mais distantes.

Descrição do Exercício:

Uma equipa com o objectivo de


manter a posse de bola e não
sofrer golos. A outra com o
objectivo de tentar roubar a bola e
marcar numa das duas balizas. A
equipa com mais golos sofridos no
final de cada 2 períodos perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Esta vai ser a nossa primeira abordagem a situações do momento de Transição Defensiva, em que a
nossa equipa se encontra desorganizada e, como tal, existirão diversos problemas que ocorrerão
Transição em Desequilíbrio - durante os períodos do exercício e sob os quais teremos de interferir.
3x2 / 5x3+GR (2x10’)
O exercício é criado de forma a que esses problemas efectivamente surjam com grande frequência
para que, para além de os podermos corrigir, podermos repetir por diversas vezes afim de
conseguirmos identificar claramente o tipo de situação e fazermos o “transfer” dos comportamentos
correctos a adoptar em jogo.

O treinador começa o exercício, colocando uma bola num dos dois jogadores roxos que se encontram
dentro do rectângulo a tracejado vermelho e o objectivo dos mesmos é marcar golo numa das 3
balizas.

O objectivo dos 3 amarelos que se encontram dentro do rectângulo é de evitar que os roxos consigam
marcar golo e, após recuperarem a posse de bola, devem transitar com a bola controlada para a zona
de ataque, onde, em contra-ataque, terão 7 segundos para finalizar, criando uma situação de 5x3+GR
(2 amarelos podem juntar-se ao contra-ataque, 1 fica no rectângulo - em equilíbrio).

Um dos roxos que se encontra no rectângulo deverá perseguir o portador da bola, tentando recuperar
Descrição do Exercício: a posse de bola ou retardar a progressão do adversário.
A bola inicia no rectângulo a tracejado vermelho,
na equipa de roxo, e o objectivo é marcar golo
numa das 3 balizas. O objectivo dos 3 amarelos é
O objectivo da equipa roxa é evitar que os amarelos consigam marcar e, caso consigam recuperar a
recuperar a bola e atacar rapidamente, com a bola posse de bola, deverão passar em 5 segundos para o roxo que se encontra no rectângulo para este
controlada, a baliza defendida pelo GR de tentar marcar golo.
cinzento. 2 amarelos podem transitar para o contra-
ataque. A equipa amarela tem 7 segundos para
finalizar.Um dos 2 roxos deve seguir na Os 3 roxos que se encontram fora do rectângulo, iniciam o exercício sempre nos cones cor de laranja.
perseguição para tentar parar/retardar o contra-
ataque. Se a equipa roxa recuperar a bola, tem 5
segundos para passar a bola ao roxo que se Ganha a equipa com mais golos marcados no final de cada período.
encontra no quadrado para finalizar. A equipa com
mais golos ganha.
O exercício realiza-se em 2 períodos de 10 minutos cada.

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EXERCÍCIO 2
Transição em Desequilíbrio -
3x2 / 5x3+GR (2x10’) 1º Problema

Como já referimos por diversas vezes durante a escrita deste livro, os exercícios criados, escolhidos por nós e depois
aplicados ao nosso plantel, sempre em situações de jogo, variando o tipo de forma e de condicionantes, têm todos um
objectivo em comum.

A criação e representação de situações reais com que os nossos jogadores se depararão em jogo, para que estes consigam
criar representações mentais das referidas situações, resolvendo-as, primeiro sob um estado consciente, em que necessitam
de algum tempo para se adaptarem e perceberem o que fazer nessa mesma situação, passando depois para um estado
inconsciente, em que os nossos jogadores já conseguem identificar claramente a situação e, fruto do inúmero de repetições
prévias da mesma situação, com sucesso, já realizam os comportamentos correctos e adequam-se facilmente às diversas
situações de forma inconsciente.

O primeiro problema que os nossos atletas se irão deparar será a ansiedade de interceptar a bola o mais rapidamente
possível, que irão atacar o portador da bola no “timming” errado, criando espaço entre si, podendo o adversário aproveitar e
Descrição do Exercício: receber a bola enquadrado com a baliza, para uma situação de finalização, passando de uma situação de 4 amarelos contra 3
A bola inicia no rectângulo a tracejado vermelho,
roxos, para uma possível situação de 1x0+GR / 4x2+GR / 2x1+GR, etc etc.
na equipa de roxo, e o objectivo é marcar golo
numa das 3 balizas. O objectivo dos 3 amarelos é Aqui, existem dois pontos que devemos ter em conta para que possamos tentar resolver este problema com sucesso, que são
recuperar a bola e atacar rapidamente, com a bola os seguintes:
controlada, a baliza defendida pelo GR de • A bola encontra-se “descoberta”, com o portador a atacar a última linha defensiva em progressão com a bola controlada
cinzento. 2 amarelos podem transitar para o contra- • Estamos em inferioridade numérica, logo, vantagem numérica para o adversário nesse momento (4x3+GR)
ataque. A equipa amarela tem 7 segundos para
finalizar.Um dos 2 roxos deve seguir na Como resolvemos isto?
perseguição para tentar parar/retardar o contra-
ataque. Se a equipa roxa recuperar a bola, tem 5 No Futebol moderno, em que os jogos são disputados a alta velocidade e as decisões têm de ser tomadas em milésimos de
segundos para passar a bola ao roxo que se segundo, é o pormenor e o mais ínfimo detalhe que fazem a diferença. Mais que o bom posicionamento, é essencial estar com
encontra no quadrado para finalizar. A equipa com uma boa orientação corporal (adequada ao tipo de situação que está a ocorrer), porque caso isso não aconteça, esse
mais golos ganha.
milésimo de segundo que vamos perder pode ser suficiente e fatal para que o adversário consiga marcar golo.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Transição em Desequilíbrio -
3x2 / 5x3+GR (2x10’)
1º Problema
(Continuação)

Dessa forma, o posicionamento da linha defensiva, como já abordamos anteriormente nesta obra, deverá respeitar o sub-princípio relativo à
orientação corporal em que definimos “pés em diagonal, pernas-semi flectidas, apoio na parte anterior dos pés e peito orientado para a bola”,
adoptando um posicionamento lateral, para que possamos subir caso o portador da bola esteja a ser pressionado - sub-princípio “Bola
Coberta” - e para baixar caso o portador da bola não esteja a ser pressionado - sub-princípio “Bola Descoberta”.

O facto de acreditarmos que a posição defensiva a adoptar é a que referimos anteriormente, tem que ver com o facto dos nossos atletas
estarem mais preparados para reagirem, ao contrário de que, caso adoptassem um posicionamento em que se encontrassem com os pés
paralelos à baliza adversária, a reacção seria sempre mais lenta, visto que teriam de realizar uma rotação sobre todo o eixo do seu corpo.

Neste tipo de situação concreta, a orientação corporal, em primeira instância, é preponderante. A bola encontra-se “descoberta”, o adversário
está em progressão com a bola controlada e nós estamos em inferioridade numérica, portanto o comportamento a adoptar é baixar, fechando o
corredor central, respeitando também o sub-princípio “Campo pequeno e defesa do lado forte”, também já previamente abordado.

Se existe uma travagem precipitada de um dos defesas centrais, poderá acontecer um passe para as costas da linha defensiva, com o
atacante a receber a bola de forma orientada para a nossa baliza, criando uma oportunidade de golo, sendo impossível alcançarmos o
Descrição do Exercício: atacante após o passe.

A bola inicia no rectângulo a tracejado vermelho, Para evitarmos essa situação e para retirarmos o espaço nas costas da linha defensiva, fazendo com que o adversário tenha menos espaço
na equipa de roxo, e o objectivo é marcar golo para decidir “a linha defensiva deverá baixar até à linha da grande área, fechando o corredor central, sempre com os apoios orientados
numa das 3 balizas. O objectivo dos 3 amarelos é de forma lateral, com o peito virado para a bola, olhando para a bola por cima do ombro”, definido como sub-princípio em situações
recuperar a bola e atacar rapidamente, com a bola momentâneas de desequilíbrio em Transição Defensiva, porque estando a baixar e com uma orientação corporal correcta, conseguiremos
controlada, a baliza defendida pelo GR de atacar a bola chegando a tempo em caso de uma tentativa de passe.
cinzento. 2 amarelos podem transitar para o contra-
Após reduzirmos o espaço nas costas da linha defensiva (linha da grande área) e aguardando a chegada do médio mais próximo que tentará
ataque. A equipa amarela tem 7 segundos para
condicionar a acção da equipa atacante, um dos centrais sairá na pressão procurando o “timming” certo (mau toque na bola, indefinição do
finalizar.Um dos 2 roxos deve seguir na atacante…) com os outros dois cobrindo o espaço deixado pelo central que saiu na pressão.
perseguição para tentar parar/retardar o contra-
ataque. Se a equipa roxa recuperar a bola, tem 5 Sempre que for possível, a linha defensiva deve tentar direccionar o ataque para os corredores laterais, de forma a proteger o corredor central
segundos para passar a bola ao roxo que se e a garantir mais tempo para os restantes companheiros chegarem e a equipa se voltar a reorganizar.
encontra no quadrado para finalizar. A equipa com
mais golos ganha. O objectivo do médio centro mais próximo do portador da bola que se encontra em progressão é o de “perseguir o portador da bola de
forma a recuperar a bola, retardar o ataque obrigando o adversário a progredir para o corredor lateral ou, em último caso, recorrer à
falta” de forma que possamos reorganizar a equipa, definindo também este sub-princípio de Transição Defensiva em desequilíbrio.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Seguindo a lógica utilizada em todas as sessões, crescente em complexidade, neste exercício o que
se pretende é continuar a trabalhar a reacção à perda da posse de bola em situações que temos a
Jogo Condicionado - equipa equilibrada, mas também, em situações em que a equipa se encontra desequilibrada, de
GR+10x10+GR forma a cimentarmos o que foi abordado durante toda a sessão.

Desta forma, criámos um exercício em contexto colectivo, de GR+10x10+GR, com uma linha
condicionante para cada equipa.

Uma das equipas estará organizada num sistema de 3x4x3 (o nosso sistema foco) e a outra
organizada num sistema de 3x5x2.

A equipa com a posse de bola, tem liberdade total para ocupar todas as áreas do campo, fazendo
cumprir com os princípios já abordados.

A equipa que defende tem uma condicionante que é, a linha defensiva (constituída por 3 centrais),
não pode passar a linha representada na imagem pela sua própria cor.

A equipa que ataca, caso entre no sector ofensivo (à frente da linha da cor do adversário), tem 7
segundos para tentar marcar golo, sendo que um dos médios da equipa que defende poderá invadir o
sector defensivo para tentar recuperar a bola ou retardar o ataque do adversário.

Mas qual é a razão desta condicionante das linhas? O que é que se pretende com isto?
Descrição do Exercício:
Pois a razão desta condicionante é exactamente para “partir” o jogo, fazendo com que exista espaço
Jogo formal, com condicionantes. Equipa que entre sectores, para fomentar e promover a ocorrência de situação de desequilíbrio para que a equipa
defende, linha de 3 centrais não pode ultrapassar a que está a defender consiga resolver as situações que lhes vão ser criadas, aplicando os princípios
linha tracejada e só 1 médio pode entrar nessa
zona para tentar recuperar a bola / retardar a
previamente abordados e trabalhados.
progressão. Equipa que ataca, chegando à zona
de ataque tem 7 segundos para finalizar. Equipa A equipa que marcar mais golos, ganha.
com mais golos, ganha.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com 101
TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Fazendo o balanço do que foi abordado em termos de Transição Defensiva, estes serão os princípios que iremos ter em
conta, na abordagem e análise ao 2º jogo-treino:

Princípio: “Recuperar a bola o mais rapidamente possível / Se não for possível, retardar/parar a progressão do
adversário”

Em equilíbrio

Sub-Princípios:
• “Pressionar o portador da bola pelo jogador mais próximo”
• “Fechar o corredor central e cortar linhas de passe para roubar a bola, ou forçando o adversário a ir para os
corredores laterais”

Em desequilíbrio

Sub-Princípios:
• “A linha defensiva deverá baixar até à linha da grande área, fechando o corredor central, sempre com os apoios
orientados de forma lateral, com o peito virado para a bola, olhando para a bola por cima do ombro”
• “O jogador mais próximo deverá perseguir o portador da bola de forma a recuperar a bola, retardar o ataque
obrigando o adversário a progredir para o corredor lateral ou, em último caso, recorrer à falta”

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 2

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Foram claras as dificuldades sentidas aquando da recuperação da posse de bola.

O facto de estarmos a defender em bloco médio-baixo, faz com que o posicionamento dos Avançados / Ponta de
Lança aquando da recuperação de bola seja fulcral para a manutenção da posse de bola / saída para o contra-ataque,
bem como a mobilidade e trocas posicionais na procura de espaços serão essenciais para a criação de situações de
finalização.

Os problemas identificados após o último jogo foram:

• Dificuldade em retirar a bola da zona de pressão por falta de apoios para manter a posse de bola
• Pouca mobilidade na procura de espaços livres para ligar o jogo aquando do ganho da bola por parte da nossa
equipa
• Poucas diagonais em ruptura, arrastando adversários e com o intuito de criar espaços

Tendo em conta estas dificuldades, iremos construir uma sessão de forma a que possamos criar contextos de jogo em
que estes problemas surjam em grande volume, para que possamos abordá-los e, em resolvê-los em conjunto.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Rápida Circulação p/ retirar da
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR Jogo Condicionado -
Zona de Pressão GR+10x10+GR
(2x10’) GR+10x10+GR
(2x12’)

Q
U
I
N
T
A TRANSIÇÃO
-
 OFENSIVA
F

E

I
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

R
 Uma equipa inicia com a bola e o Jogo formal, com condicionantes.


objectivo é fazer 12 passes, se o Equipa que defende, linha de 3
A Jogo formal com uma condicionante.
conseguir marca 1 golo. Se a equipa centrais não pode ultrapassar a linha
Cada vez que uma equipa recuperar a
contrária ganhar a bola deve realizar tracejada da sua cor e só 1 médio
bola, tem que fazer 4 passes na
um passe para um dos 3 avançados pode entrar nessa zona para tentar
mesma zona para poder tirar daquela
e depois iniciar um contra-ataque (3 recuperar a bola / retardar a
zona e transitar para outra, para que
podem juntar-se), finalizando em 5 progressão. Equipa que ataca,
possa marcar golo. Quem marcar mais
segundos (máximo). A bola inicia chegando à zona de ataque tem 7
golos, ganha.
sempre na equipa que mantém a segundos para finalizar. Equipa com
posse. mais golos, ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Entre vários problemas detectados no Jogo-Treino 1, ao nível do momento de Transição Ofensiva,
um deles foi que a equipa teve “Dificuldade em retirar a bola da zona de pressão por falta de
Rápida Circulação p/ retirar da apoios para manter a posse de bola”.
Zona de Pressão GR+10x10+GR
(2x12’) Uma das razões para que isso possa ter acontecido poderá ser o facto dos jogadores perto da
zona onde recuperávamos a bola “se escondiam do jogo”, não garantindo uma linha de passe
imediata ao portador da bola, de forma que pudéssemos tirar a bola da zona de pressão (zona de
recuperação da bola em que nos encontramos rodeados de jogadores adversários), para posterior
exploração do contra-ataque (caso o adversário esteja desorganizado), ou para reiniciar o ataque
(caso o adversário se encontre organizado).

De forma a representar esse problema, fomentando que os jogadores trabalhem no sentido de o


resolver, fazendo posteriormente o “transfer” para o jogo, criámos uma situação de jogo formal,
com uma condicionante.

A condicionante é que, a equipa que recupera a posse de bola, tem de fazer 4 passes na mesma
zona (campo dividido em 4 zonas), para poder tirar a bola daquela zona e transitar para outra,
sempre com o objectivo de marcar golo.

Descrição do Exercício: O objectivo dessa condicionante é “obrigar” a que existam apoios imediatos ao portador da bola
aquando do momento imediato à recuperação da posse de bola, de forma a podermos chamar o
Jogo formal com uma condicionante. adversário à pressão, criando espaço para depois tirarmos a bola da zona de pressão e acelerar o
Cada vez que uma equipa recuperar a jogo.
bola, tem que fazer 4 passes na mesma
zona para poder tirar daquela zona e Uma equipa estará organizada em 3x4x3 e a outra em 4x3x3, de forma a recriarmos os problemas
transitar para outra, para que possa que nos foram surgindo no passado jogo-treino, contra uma equipa organizada nesse sistema.
marcar golo. Quem marcar mais golos,
ganha. O exercício desenvolve-se em 2 períodos de 12 minutos cada.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Rápida Circulação p/ retirar da
Zona de Pressão GR+10x10+GR 1º / 2º Problema
(2x12’)

Com a condicionante dos 4 passes na mesma zona, após a recuperação da posse de bola, para a equipa
poder transitar progredindo para outra zona, um dos problemas (naturais) que vão ocorrer é que a equipa que
ganha a posse de bola, na ansiedade de realizar rapidamente os 4 passes para poder tirar a bola da zona (de
pressão) e progredir no campo, irá aglomerar jogadores demais nessa mesma zona.

Ora, isto criará ainda mais problemas à equipa em ter sucesso e, consequentemente, resolver o problema que
foi visível no jogo-treino do fim de semana.

Primeiro, o facto de muitos jogadores se aproximarem do portador da bola para realizar os 4 passes o mais
rapidamente possível, fará com que, por consequência, muitos adversários também lá estarão porque seguem
os mesmos jogadores em marcação, fazendo com que exista uma aglomeração enorme na zona da bola,
dificultando na realização dos 4 passes.
Descrição do Exercício:
Segundo, fruto da aglomeração de jogadores na zona da bola, oferecendo uma linha de passe para garantir
Jogo formal com uma condicionante. os 4 passes, a equipa não conseguirá garantir o princípio do nosso Jogar, definido como “Rápida circulação
Cada vez que uma equipa recuperar a de bola, para desequilibrar o adversário e criar espaços para progredir, usando a largura e a profundidade”.
bola, tem que fazer 4 passes na mesma
zona para poder tirar daquela zona e Assim, para que possamos ter sucesso, não só no exercício, mas em situações semelhantes, existe um sub-
transitar para outra, para que possa princípio que deveremos ter em conta.
marcar golo. Quem marcar mais golos,
ganha. Esse princípio já foi abordado aquando do momento de Organização Ofensiva e deverá também ser aplicado
ao momento mediatamente após a recuperação da bola que é a “garantia do 2º passe”, ou seja, na zona de
pressão garantir uma linha de passe e, após o passe garantir imediatamente outra linha de passe para que
possamos manter a posse de bola.
TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Rápida Circulação p/ retirar da
Zona de Pressão GR+10x10+GR
1º / 2º Problema
(2x12’) (Continuação)

Já nos focámos no comportamento dos jogadores próximos do portador da bola, vamos focar-nos agora nos
jogadores mais distantes da bola.

Para que possamos, após a realização dos 4 passes (atraindo o adversário à zona de pressão), tirar a bola
dessa zona, podendo progredir em direcção à baliza adversária, é essencial que o jogo posicional seja exímio.

Dessa forma, as 4 zonas devem ser imediatamente ocupadas, garantindo a progressão pelos 3 corredores e
respeitando o princípio deste momento do jogo , “Rápida circulação de bola, para desequilibrar o adversário e
criar espaços para progredir, usando a largura e a profundidade”.

Definimos então sub-sub-princípios (linhas orientadoras por posição) que garantam essa largura e
profundidade, garantindo a progressão em ambas e também, arrastando o adversário, criando espaço para
Descrição do Exercício: jogar na zona de pressão.

Os Avançados/Ponta de Lança deverão então, imediatamente após da recuperação de bola “Atacar o


Jogo formal com uma condicionante.
espaço nas costas da linha defensiva, garantido a progressão em profundidade e/ou arrastando
Cada vez que uma equipa recuperar a
adversários para criar espaço para jogar na zona de pressão”.
bola, tem que fazer 4 passes na mesma
zona para poder tirar daquela zona e
Os Avançados/Alas deverão “Abrir explorando o seu corredor, garantindo a largura/profundidade e/ou
transitar para outra, para que possa
arrastando adversários para criar espaço para jogar na zona de pressão”.
marcar golo. Quem marcar mais golos,
ganha.
O Médio Centro do lado contrário deverá “Adoptar uma posição que garanta uma linha de passe válida,
no centro do terreno, para poder ligar o jogo e funcionar como ponte para uma mudança do centro de
jogo”.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Para o 2º exercício da sessão, voltamos a repetir o exercício da semana transacta,


focando nos princípios do momento de Transição Ofensiva, quando o adversário se
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR
(2x10’) encontra desorganizado.

Este exercício representa esse mesmo momento, sendo natural e expectável que
surjam novos problemas por resolver, de forma a que a equipa que desenvolve o
contra-ataque possa ser mais imprevisível e consiga ter mais sucesso nesse momento
do jogo.

Descrição do Exercício:

Uma equipa inicia com a bola e o


objectivo é fazer 12 passes, se o
conseguir marca 1 golo. Se a equipa
contrária ganhar a bola deve realizar um
passe para um dos 3 avançados e
depois iniciar um contra-ataque (3
podem juntar-se), finalizando em 5
segundos (máximo). A bola inicia
sempre na equipa que mantém a posse.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR
(2x10’) 1º Problema

O foco continuará a ser o mesmo da semana transacta, fomentando e incentivando a


cumprir com os princípios previamente abordados, porém precisamos de mais, muito
mais, para que possamos criar instabilidade no bloco defensivo adversário, criando
uma variabilidade de acções e movimentos para esse mesmo efeito.

A dinâmica entre os Avançados e o Ponta de Lança são fundamentais para criar essa
instabilidade na última linha defensiva, e daí, é essencial que os jogadores percebam
que qualquer acção que estes realizarem irá desencadear uma reacção do
Descrição do Exercício: adversário.
Uma equipa inicia com a bola e o
objectivo é fazer 12 passes, se o Dessa forma, o que devemos procurar são movimentações que nos garantam a
conseguir marca 1 golo. Se a equipa manutenção da posse de bola (em apoio), e imediatamente uma desmarcação em
contrária ganhar a bola deve realizar um ruptura, explorando o espaço que foi libertado pelo jogador que realizou essa
passe para um dos 3 avançados e
depois iniciar um contra-ataque (3 desmarcação em apoio.
podem juntar-se), finalizando em 5
segundos (máximo). A bola inicia Definimos então um sub-sub-princípio do nosso “Jogar”, para os Avançados/Ponta
sempre na equipa que mantém a posse.
de Lança: “Um a jogar em apoio, outro em profundidade explorando o espaço
libertado pelo colega e o outro em apoio ou em profundidade consoante a
situação assim o solicite”, como demonstra a imagem acima.
TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Respeitando o princípio da progressão complexa, ou seja, progredindo durante o processo,


crescente em complexidade, este exercício é uma evolução do exercício final da sessão da
Jogo Condicionado - semana anterior.
GR+10x10+GR
Enquanto que no exercício da semana transacta o campo era dividido em 3 zonas, fazendo
com que o jogo ficasse muito “partido” e houvesse mais espaço para explorar, promovendo
um maior índice de sucesso e auxiliando a que os jogadores compreendessem o que era
proposto, desta vez o exercício é dividido em apenas 2 zonas, fazendo com que, na zona de
criação e de finalização (zona média e avançada do campo) exista menos espaço para se
jogar e, consequentemente menos tempo para pensar, decidir e executar.

Dessa forma, os jogadores deverão aplicar o que foi trabalhado até então, criando dinâmicas
entre si realizadas com uma velocidade de execução e decisão bastante elevadas, já muito
próximo do que pretendemos no nosso “Jogar”.

É aqui que, em termos de processo aquisitivo, os jogadores já conhecem o que devem fazer
para ter um maior índice de sucesso (consciente), procurando que agora o façam a uma
velocidade e dinâmica muito mais elevada, praticamente já “nem necessitando de
pensar” (inconsciente).
Descrição do Exercício:
O exercício desenvolve-se então sob um jogo formal, com algumas condicionantes.
Jogo formal, com condicionantes. Equipa que
defende, linha de 3 centrais não pode
ultrapassar a linha tracejada da sua cor e só 1 A equipa que defende, tem que ter sempre a linha defensiva atrás da linha definida com a sua
médio pode entrar nessa zona para tentar
recuperar a bola / retardar a progressão. cor, enquanto que a equipa que ataca, após entrar nessa zona tem 7 segundos para finalizar.
Equipa que ataca, chegando à zona de ataque
tem 7 segundos para finalizar. Equipa com
mais golos, ganha.
Um dos médios da equipa que defende pode entrar na zona defensiva para tentar recuperar a
bola.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Estes são os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios abordados e que serão analisados na performance da equipa
no próximo jogo-treino:

Princípio: “Exploração do Contra-Ataque para aproveitar a desorganização do adversário ou reiniciar o ataque em


segurança”

Adversário Organizado

Sub-Princípios:
• “Tirar a bola da zona de pressão para reiniciar o ataque”
• “Garantir o 2º passe”
• “Atrair o adversário à zona de pressão, libertando espaço no lado contrário/em profundidade”

Sub-Sub-Princípios:
• Médios Centro:
• “O Médio Centro do lado contrário deve adoptar uma posição que garanta uma linha de passe válida, no centro do
terreno, para poder ligar o jogo e funcionar como ponte para uma mudança do centro de jogo”

• Alas/Avançados:
• “Abrir explorando o seu corredor, garantindo a largura/profundidade e/ou arrastando adversários para criar espaço
para jogar na zona de pressão”

• Avançados/Ponta de Lança:
• “Atacar o espaço nas costas da linha defensiva, garantido a progressão em profundidade e/ou arrastando
adversários para criar espaço para jogar na zona de pressão”

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Adversário Desorganizado

Sub-Princípios:
• “Passe vertical como primeira opção para jogar entre linhas, ou no espaço nas costas”
• “Atacar rápido o corredor central para explorar o Contra-Ataque, ocupando os 3 corredores”
• “Movimentos diagonais em ruptura para arrastar adversários e criar espaços para progressão”

Sub-Sub-Princípios:
• Avançados/Ponta de Lança:
• “Um a jogar em apoio, outro em profundidade explorando o espaço libertado pelo colega e o outro em apoio
ou em profundidade consoante a situação assim o solicite”
• Centrais:
• “Responsáveis por fazer a equipa subir, reduzindo o espaço entre-linhas e aproximando para que o bloco
defensivo possa estar perto para uma possível perda de bola”

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PREPARAÇÃO
DO JOGO
JOGO -TREINO 2

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

Á semelhança da semana transacta, o objectivo desta sessão é relembrar tudo o que foi trabalhado durante a semana e que irá ser alvo de
observação e análise durante o próximo jogo-treino.

Aproveitaremos também para adicionar alguns lances de bola parada, adicionando aos que foram abordados na semana anterior.

Nesta semana, o foco foi e voltará a ser apenas no nosso processo, no nosso “Jogar”, de forma a consolidarmos as ideias e as dinâmicas
colectivas e que os jogadores se sintam confortáveis, começando a sentir que este não é um processo do treinador, mas sim, o seu processo, o
processo que os valoriza e que os promove.

Relativamente às bolas paradas, iremos introduzir dois livres defensivos em que tentaremos justificar o porquê do posicionamento adoptado:

• Livre Defensivo (Distante da nossa baliza)

Em situação de livre defensivo distante da nossa baliza, estaremos sempre organizados com 1 jogador na barreira, 7 jogadores numa última linha
e 2 jogadores à frente da última linha. Existem várias razões para esse posicionamento.
A primeira, caso questionem os vossos Guarda-Redes, eles com certeza preferirão que a bola seja batida para uma zona mais longe da sua
baliza do que para uma zona mais próxima. A segunda, é que o facto de estarmos tão próximos do jogador que vai bater a bola, causará
desconforto no mesmo, e devido a esse posicionamento, não conseguirá bater a bola nas costas da defesa de forma a que algum dos jogadores
consiga chegar a tempo, a única forma que tem de colocar a bola nas costas da defesa de forma que algum jogador a consiga alcançar é “picar”
a bola, de forma a que esta apesar sobrevoe a barreira, sem força no passe, tornando-se inofensiva em caso de boa abordagem por parte da
linha defensiva.

De forma que a abordagem da linha defensiva seja correcta, os jogadores, à semelhança do que acontece em jogo corrido, deverão ter uma
orientação corporal correcta, baixando imediatamente quando o jogador adversário realiza o deslocamento para bater o livre. Os dois jogadores
que estão colocados à frente da última linha deverão baixar também de forma a que possam estar bem colocados para recuperar a bola num
possível ressalto.

• Livre Defensivo Lateral (Dentro do limite da grande área)

A razão deste posicionamento tem que ver com os princípios definidos da Defesa da Área, em que a linha defensiva deverá estar orientada com a
linha da bola, estando mais uma vez os dois jogadores colocados à frente dessa linha, para um possível ressalto e/ou para atacar a bola em caso
de passe atrasado para fora da área.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Organização Defensiva c/ Bloco Bolas Paradas
Médio/Baixo + Saída para Organização Ofensiva - Cantos já trabalhados + Livre
Contra-Ataque - 10x9+GR / 10x8+GR (2x8’) Defensivo (Longe) + Livre Defensivo
3x2+GR (2x8’) Lateral (dentro do lim. área)

S
E
X
T
A
TODOS OS
-

MOMENTOS
F

E

I

R
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:
A A bola inicia sempre na equipa Jogo entre as 2 equipas, com cada
que ataca e o objectivo é marcar A equipa com bola inicia sempre o equipa a bater 5 cantos de cada lado
golo. O objectivo da outra equipa ataque e tem como objectivo marcar (ofensivos e defensivos), de acordo com
golo. Se perder a bola, a outra os seguintes posicionamentos. A equipa
é não sofrer golo e, se ganhar a
equipa marca golo passando com a que sofre 1 golo paga 15 flexões,
posse de bola tem que transitar mantendo os jogadores empenhados e
bola controlada na linha. Ganha a
com passe para o PL ou AVs, equipa com mais golos no final de motivados, numa tarefa que normalmente
tendo 5 segundos para finalizar. cada período. é pouco intensa e que os jogadores
Perde a equipa com menos golos. facilmente perdem o foco.

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO
2

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO 2

Voltamos a aproveitar o aquecimento para aprimorar as dinâmicas entre jogadores, através de exercícios já utilizados
em treino, para que possamos melhorar os princípios abordados até à data.

Na nossa ideia, o aquecimento não deve ser estanque, visto que o processo de construção do nosso “Jogar” é contínuo
e o aquecimento deverá ter esse facto em consideração, acompanhando esse ritmo de progressão.

Como já referimos anteriormente, os níveis de concentração dos jogadores antes de um jogo são muito elevados, sendo
o aquecimento um momento com um potencial de aprendizagem muito significativo, servindo este, na nossa óptica,
para reforçar princípios e comportamentos abordados em treino.

Dessa forma, o aquecimento para este jogo será o seguinte:

TOMÁS PEREIRA
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EXERCÍCIO 5 EXERCÍCIO 5
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3 EXERCÍCIO 4
(SIMULTÂNEO) (SIMULTÂNEO)
Controlo da
Passe com profundidade +
Meinho 4x1 com Organização Defensiva Organização Ofensiva Combinações
mudanças de Coberturas com os 3
mobilização - 9x10+GR contra 4x3x3 - 9x8+GR (8’) + com finalização
direcção (2’) + centrais + 3
articular (5’) (8’) + Hidratação (1’) Hidratação (1’) (10x2) (5’) antecipações de
Hidratação (1’)
cabeça (5’)

J
O
G
O


T
R
E
I
N Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do
Descrição do Exercício:
O Exercício: Exercício: Exercício: Exercício: Exercício:
A bola inicia sempre na equipa Combinações com a O treinador vai simular situações
Meinho 4x1, a 1 que ataca e o objectivo é A equipa com bola inicia
bola a sair sempre de “bola coberta” e de “bola
toque, para sempre o ataque e tem
2 desenvolver a Utilizando toda a
marcar golo. O objectivo da
outra equipa é não sofrer golo como objectivo marcar
dos centrais.
descoberta” com os jogadores a
reagirem ao estímulo, adoptando
posição. Foco na posição dos
Exercício realizado
qualidade do 1º largura do meio campo, e, se ganhar a posse de bola golo. Se perder a bola, a apoios e na orientação do peito/
com suplentes no ombros. O treinador vai lançando
toque. Pausas para passes com mudança tem que passar com a bola outra equipa marca golo bolas para que um dos centrais
lugar dos centrais.
realização de de direcção, seguindo controlada na linha para passando com a bola dispute a bola no ar, com os
marcar golo. Equipa EXERCÍCIO 5 outros 2 centrais em cobertura. 3
exercícios de de hidratação controlada na linha. Após o jogadores (suplentes) a circular a
adversária organizada em REALIZADO EM
mobilização exercício, hidratação e bola e os centrais a trabalharem
4x3x3. Após o exercício, SIMULTÂNEO COM as coberturas quando um sai no
articular pausa completa. portador da bola
hidratação e pausa completa. O EXERCÍCIO 6

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DA
SEMANA 3

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DA SEMANA 3

Depois do 2º Jogo-Treino, é altura para voltarmos a reflectir sobre o que tem sido o processo ensino-aprendizagem até então, e como
foi a performance no referido jogo-treino.

Iremos apresentar alguns problemas que normalmente são evidenciados nesta fase, bem como, alguns aspectos positivos, que nos
dão sinais de que podemos evoluir em termos da construção do nosso “Jogar”, sobretudo ao nível da agressividade e rapidez com
que procuraremos recuperar a bola após a perda da mesma.

Problemas / Aspectos Positivos no Jogo-Treino 2:

Organização Ofensiva
• Problema: Avançados a realizarem o movimento para receber entre-linhas, não recebem e não aclarar, criando espaço
• Aspecto Positivo: Rápida circulação, já com muito envolvimento de toda a equipa, explorando a largura e profundidade

Organização Defensiva
• Problema: Adversário organizado em 4x3x3, o médio ala adversário realizava por diversas vezes um movimento interior,
arrastando o nosso ala, e o lateral adversário garantia a profundidade nas costas, causando-nos problemas
• Aspectos Positivo:
• Defesa da Área controlada, princípios a serem cumpridos, com comunicação e feedback constantes da linha defensiva
• Bloco Médio-Baixo consolidado, com indicadores positivos para a abordagem ao bloco médio-alto

Transição Defensiva
• Aspecto Positivo: Rápida reacção à perda, muito agressivos pelos jogadores mais próximos da bola e com os jogadores mais
longe da zona de pressão a fecharem o corredor central e a cortarem linhas de passe

Transição Ofensiva
• Aspecto Positivo: Avançados já a procurar espaços “mortos” para garantirem uma linha de passe após o momento de
recuperação da bola e já alguma dinâmica entre os 3 atacantes, com diagonais de ruptura e aproveitamento de espaços
libertados

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DA SEMANA 3

Apesar de alguns bons indicadores após o jogo-treino 2, vamos entrar numa semana que traz algumas
particularidades.

Não existem processo iguais, os grupos de trabalho são dispares, com atletas com personalidades distintas, sendo
difícil prever o que poderá acontecer e quando, visto que cada processo é singular.

Vamos entrar numa fase em que existem jogadores que se sentem confortáveis com a metodologia de treino utilizada,
com a abordagem, porém, esta é uma metodologia que os desafia, que os leva a pensar e a reflectirem sobre o jogo, os
problemas que o jogo nos traz e, por vezes, a reflectir sobre alguns dos seus próprios problemas, o que faz com que
alguns jogadores tenham dificuldades em algumas situações de treino/jogo, não se sintam confortáveis, e esse
desconforto traz-lhes desmotivação e, por vezes que tenham comportamentos desviantes.

Na dificuldade, esses jogadores tentarão testar ao máximo as barreiras e as regras definidas no seio do grupo,
existindo por vezes um atrito entre atletas e treinador e/ou entre atletas, pondo a autoridade do treinador em “cheque”.

O comportamento e postura do treinador nesta fase é crucial para a ultrapassar, evitando fricções e stress por parte
dos jogadores, garantindo que o rendimento e performances não serão afectados por esse facto e que o processo
continua, “ganhando” o grupo e fazendo com que todos procurem e trabalhem para um objectivo comum.

A esta fase, chamamos de “Storming”, ou fase de Tempestade, que iremos abordar nos próximos capítulos desta obra.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com 122
SEMANA
3

TOMÁS PEREIRA
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SEMANA 3

Mais uma semana de trabalho, mais desafios para os jogadores e para o treinador e sua equipa técnica.

Tal como abordámos anteriormente, e mais uma vez realçando que não existem processos iguais, porque os jogadores são únicos, com personalidades
singulares e com vivências dispares, que fazem com que nenhuma época seja igual à anterior nem à que se sucede, esta semana em grande parte dos casos
é uma semana especial, de alguns sobressaltos e casos que irão testar a autoridade do treinador.

É uma semana em que os atletas já conhecem o treinador e a sua equipa técnica, a sua forma de trabalhar e também os colegas de equipa, começando a
surgir os primeiros atritos e frustrações, com alguns jogadores sentindo desconforto por ser uma metodologia que os leva a pensarem, a reflectirem
constantemente, e por vezes a fazerem-nos perceber as suas limitações, que nem sempre é bem aceite por todos.

Este período de “tempestade” ocorre em qualquer processo de formação/gestão de grupos, porém, o período temporal que dura esta fase depende muito do
trabalho do treinador e da coerência das suas acções.

Para que consigamos reduzir ao máximo este período e para que reine um clima de confiança e de grande união em torno dos objectivos da equipa,
reconhecendo autoridade natural ao treinador é fundamental que o treinador cumpra alguns procedimentos essenciais aquando da formação e gestão de
grupos, tais como:

• Definir e estabelecer procedimentos e regras


• Fomente a confiança e os bons relacionamentos
• Resolva os conflitos rapidamente e com segurança
• Dê suporte, especialmente, aos atletas mais inseguros
• Permaneça positivo e firme diante dos desafios à sua liderança ou ao objectivo da equipa
• Explique como funciona este modelo de gestão de grupos, para que todos percebam que os problemas que vão ocorrendo são normais e naturais e que
tudo vai melhorar no futuro
• Discuta com a sua equipa técnica situações de assertividade e de resolução de conflitos para que possam estar melhor preparados e resolver com
eficácia sempre que surgir

Conhecendo e preparando bem a sua equipa, conhecendo bem os seus jogadores, sendo confiante, coerente, resiliente e com os objectivos no seio do grupo
bem definidos, este período será bastante curto, os comportamentos desviastes serão mínimos e o processo de ensino-aprendizagem não sofrerá quebras no
sentido aquisitivo e do rendimento.

Nesta semana, e depois de alguns sinais positivos após o último jogo-treino, iremos continuar com o foco no desenvolvimento do nosso “Jogar”, ainda sem
atender ao que poderá ser o 1º jogo oficial visto que ainda restam 3 semanas para esse mesmo jogo.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 3

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

O último jogo-treino trouxe-nos outro problema que teremos que resolver nesta próxima sessão, porém também nos
trouxe bons indicadores de que a dinâmica da circulação da bola, com o intuito de desorganizar o adversário e criar
espaços de progressão, com vista à criação de situações de finalização, usando a largura e profundidade, está a
evoluir, e que as relações entre jogadores estão a crescer, e isso é um excelente sinal.

Mas ainda há muito a trabalho a fazer para que possamos estar a um bom nível no 1º jogo oficial e para que
continuemos a crescer durante a época.

Nesta semana, e de forma a criarmos mais problemas aos jogadores para que estes os possam resolver, iremos
trabalhar sempre contra uma equipa organizada no sistema 3x5x2.

É fundamental que estejamos preparados para qualquer nuance do ponto de vista táctico que possa surgir nos jogos,
de forma a nos podermos adaptar rapidamente, conseguindo explorar o nosso “Jogar” com qualidade, mas
simultaneamente, conhecendo quais as valências e problemas que poderemos encontrar no nosso opositor.

Iremos igualmente aumentar o nível de dificuldade dos exercícios, acrescentando mais opositores, dificultando a nossa
tarefa e exigindo ainda mais qualidade no respeito pelos princípios já abordados, de forma a que possamos estar
sempre mais próximos do sucesso.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Posse por posição específica - 10x8 (4x5’) Organização Ofensiva - 10x8+GR (2x12’) Jogo Formal - GR+10x10+GR

S
 Descrição do Exercício:
A equipa com posse inicia sempre com a bola e
E
 pontua caso faça 10 passes sem que a outra equipa
toque na bola, com os jogadores organizados por

G
 posições de acordo com o 3x4x3. A equipa sem bola,


se ganhar a bola, tem que tentar marcar numa das 3
balizas, obrigando a reacção rápida à perda.
U
 Combinações Sect. - Avançados 5x2+GR
N
 (1x15’ - 1x10’)

D

ORGANIZAÇÃO
A

OFENSIVA
-

F

E

I

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre nos médios centro que iniciam o A equipa com bola inicia sempre o ataque e tem
exercício com um passe, de forma a que os como objectivo marcar golo. Se perder a bola, a
Jogo formal, com os mesmos objectivos dos
Avançados trabalhem as combinações definidas. No outra equipa marca golo passando com a bola
exercícios anteriores.
2º período, os jogadores definem um número de golos controlada na linha. Ganha a equipa com mais
e, sendo criativos devem tentar atingir esse número. golos no final de cada período.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Para o primeiro exercício, voltaremos a repetir o exercício utilizado na Semana 1, de


forma a potenciarmos a qualidade no nosso jogo posicional, em espaço reduzido,
Posse por posição específica -
10x8 (4x5’) aumentando a oposição (passamos de 7 defesas para 8 defesas).

Os princípios abordados serão todos os que foram abordados até à data, ao nível do
momento de Organização Ofensiva, sendo que um dos objectivos será resolver o
problema que nos surgiu no último jogo-treino.

Descrição do Exercício:

A equipa com posse inicia sempre com a


bola e pontua caso faça 10 passes sem
que a outra equipa toque na bola, com os
jogadores organizados por posições de
acordo com o 3x4x3. A equipa sem bola,
se ganhar a bola, tem que tentar marcar
numa das 3 balizas, obrigando a reacção
rápida à perda.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 De forma a continuarmos a crescer na qualidade das relações entre jogadores, neste
Combinações Sect. - Avançados caso específico, sectorial, entre os Avançados e Ponta de Lança, resultando na
5x2+GR (1x15’ - 1x10’)
qualidade da dinâmica colectiva da equipa, voltamos a repetir o exercício da semana
transacta, acrescentando uma nova combinação.

O objectivo é “dar ferramentas” ao nosso sector atacante para que possam


desenvolver a conexão entre si e com os médios, criando mais situações de
finalização, com vista à obtenção do golo.

Na nova combinação, o Avançado do lado da bola realiza o movimento para receber


a bola, abre as pernas deixando a bola passar para o Ponta de Lança, que por sua
vez realizará uma combinação directa com o mesmo para que este apareça numa
situação de 1x0+GR.

O exercício voltará a ser realizado com a mesma dinâmica, em que o 1º período será
mais aquisitivo, realizado a um ritmo mais baixo e com mais feedback por parte do
treinador, com a duração de 15 minutos, e o 2º período, com menor feedback e
realizado a alta velocidade, com a duração de 10 minutos.

Descrição do Exercício:
A bola inicia sempre nos médios centro que iniciam o
exercício com um passe, de forma a que os Avançados
trabalhem as combinações definidas. No 2º período, os
jogadores definem um número de golos e, sendo
criativos devem tentar atingir esse número.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1
Posse por posição específica -
10x8 (4x5’) 1º Problema

Um problema diagnosticado no último jogo-treino que nos condiciona bastante a capacidade de manter a
posse de bola foi o facto dos Avançados, apesar de estarem bem posicionados (entre-linhas), fazerem o
movimento dando uma linha de passe ao central com bola, porém, caso esse passe não fosse realizado,
estes mantinham a posição, o que fazia com que, ou tínhamos a capacidade de mudar o centro de jogo
sob pressão, ou perderíamos a posse de bola, ficando expostos e vulneráveis na zona onde a bola fosse
perdida, devido ao facto do adversário ter muitos jogadores nessa zona.

Assim, existe a necessidade de resolver esse problema logo que surja no decorrer do exercício, fazendo a
ligação às dificuldades sentidas no jogo-treino derivadas dessa situação.

Descrição do Exercício: Mas como resolvemos isto? O que poderá o Avançado fazer para criar espaço de forma que possamos
continuar com a posse de bola e de forma a podermos criar espaço no bloco defensivo adversário para
progredir?
A equipa com posse inicia sempre com a
bola e pontua caso faça 10 passes sem Voltamos atrás, a algo que nos deverá fazer pensar. Se eu me mover, o que fará o adversário? Não virá
que a outra equipa toque na bola, com os comigo? E se vier o que acontece? Não estarei a criar espaço para um colega meu explorar? E se não vier?
jogadores organizados por posições de Não estarei a dar outra linha de passe válida ao meu colega que tem a bola?
acordo com o 3x4x3. A equipa sem bola,
se ganhar a bola, tem que tentar marcar Qualquer acção provoca uma reacção, é assim em todos os jogos de oposição, como é o caso do Futebol.
numa das 3 balizas, obrigando a reacção
rápida à perda. E é dessa forma que devemos resolver este problema, não só aplicado aos avançados mas a todos os
jogadores que joguem entre-linhas. Dessa forma definimos um sub-princípio do nosso “Jogar”, definido
por “Após movimento de apoio para garantir linha de passe entre-linhas, caso não seja feito o passe,
aclarar, criando espaço para ser aproveitado por outro jogador”.
TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Progredindo, voltamos a aumentar a complexidade, com mais espaço, e realizado na


zona onde realmente as acções acontecem maioritariamente, numa situação de jogo
Organização Ofensiva - 10x8+GR
(2x12’) formal.

Com o foco em todos os princípios abordados, iremos incidir mais no princípio


trabalhado no exercício anterior, para que os atletas consigam interpretar e fazer o
transfer de um exercício para o outro.

A equipa que defende estará organizada num sistema de 3x5x2, com a ausência dos
2 avançados, jogando assim com os 3 centrais, 2 alas e os 3 médios centro.

Descrição do Exercício:

A equipa com bola inicia sempre o ataque


e tem como objectivo marcar golo. Se
perder a bola, a outra equipa marca golo
passando com a bola controlada na linha.
Ganha a equipa com mais golos no final de
cada período.

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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Finalizamos com uma situação de jogo formal, em 3/4 do campo, contra uma equipa
organizada em 3x5x2, mas desta vez já com os avançados incluídos.
Jogo Formal - GR+10x10+GR

Descrição do Exercício:

Jogo formal, com os mesmos objectivos


dos exercícios anteriores.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Depois dos bons indicadores que obtivemos no jogo-treino anterior, partimos para o 3º jogo-treino com o intuito de crescer e
cimentar os princípios já abordados, crescendo ainda mais na qualidade da circulação da bola, na procura de criar espaços
para a progressão, na procura do golo.

Os princípios em que nos focaremos são os seguintes:

Princípio: “Rápida circulação de bola, para desequilibrar o adversário e criar espaços para progredir, usando a largura e a
profundidade”

Sub-Princípios:
• Receção orientada para acelerar o jogo
• Garantir a ocupação racional do espaço
• Garantir o “2º Passe”
• Mobilidade e variação entre o passe curto e longo, explorando a largura e profundidade
• Após movimento de apoio para garantir linha de passe entre-linhas, caso não seja feito o passe, aclarar, criando espaço
para ser aproveitado por outro jogador

Sub-Sub-Princípios:
• Fase de Construção
• Defesas Centrais:
• Aquando da progressão no terreno, subir e fechar no corredor central para preparar a Transição Defensiva em
caso de perda da bola
• Médios Centro:
• MCs a jogar nas costas da 1ª linha de pressão adversaria
• MC do lado da bola deverá garantir uma linha de passe válida, no corredor central, não fechando linhas de passe
• Ponta de Lança:
• PL é responsável por arrastar os DCs e criar espaço

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

• Fase de Criação
• Médios Centro:
• Um dos MC tem liberdade para subir apoiando o ataque, porém, um MC tem que ficar mais atrás, no
corredor central, garantindo o equilíbrio
• Alas / Avançados:
• Alas bem profundos, realizando contra-movimentos com os Avançados, criando espaço entre-linhas ou em
profundidade
• Avançados:
• Provocação do adversário directo, com movimento para receber entre-linhas

• Fase de Finalização
• Alas / Avançados:
• Do lado da bola, em caso de possibilidade de cruzamento no último terço do campo por parte do Ala, o
Avançado deverá adoptar uma posição de cobertura / Caso seja o AV com possibilidade de cruzamento, é
o Ala que deverá ficar em cobertura
• Ponta de Lança / Avançado do lado contrário / Ala do lado contrário:
• Aguardar fora da área para terem espaço de demarcação e atacarem o passe/cruzamento de trás para a
frente
• Ponta de Lança / Avançado do lado contrário:
• Partindo do lado cego do adversário (costas) atacar o 1º poste ou posição perto da marca de penalty
• Ala do lado contrário:
• Em caso de cruzamento, deverá atacar a zona do 2º poste
• Médio Centro:
• Deve estar em posição central, fora da área

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ORGANIZAÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 3

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Depois das boas indicações acerca da qualidade com que abordámos situações de Defesa da Área, sendo que a
comunicação e feedbacks constantes da linha defensiva são indicadores muito positivos de que os jogadores
acreditam no processo e na eficácia do trabalho que temos vindo a desenvolver, bem como das boas indicações e
conforto na defesa em Bloco Médio-Baixo, fazem-nos acreditar que o processo ensino-aprendizagem tem sido eficaz e
que a equipa, mais que acreditar no processo, já começa a sentir que este é o seu processo, o “Jogar” que gostam,
que os promove e os valoriza.

Com estes indicadores, decidimos progredir e assumir um maior risco, subindo o bloco defensivo, para um Bloco
Médio-Alto.

Este tipo de bloco defensivo, por um lado faz com que, se cumprido com eficácia, consigamos recuperar a bola mais
perto da baliza adversária (estando mais próximos de conseguir marcar golo), mas também, por outro lado, em caso de
uma interpretação incorrecta do que fazer em campo, existe um espaço grande entre a nossa linha defensiva e a nossa
baliza, que poderá ser explorado pelo adversário e ser fatal para a nossa equipa.

Neste tipo de bloco defensivo, a posição do Guarda-Redes é essencial, na medida que este deverá estar mais subido
no campo, estando mais próximo de conseguir interceptar um possível passe do adversário que seja colocado nas
costas da nossa linha defensiva.

À semelhança do treino anterior, a equipa contrária (neste caso, a equipa que ataca), estará organizada num sistema
de 3x5x2, de forma que nos possamos preparar para o tipo de problemas que esse sistema nos poderá trazer.

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MOMENTO DO EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Controlo da Profundidade - 5x3 / Organização Defensiva c/ Bloco Médio/
Baixo + Finalização - 9x9+GR (2x12’) Jogo Formal - GR+10x10+GR
5x2+GR (2x12’)

T
E
Descrição do Exercício:
R A bola inicia sempre na equipa que ataca (amarela).
5x3 no meio, o objectivo dos amarelos é logo que
Ç ganhem a bola, ou em passe curto ou em passe
longo, passar para os dois avançados que têm 7
A
 segundos para finalizar. 2 médios podem acompanhar

ORGANIZAÇÃO o ataque para criar superioridade no ataque. O


objectivo dos roxos que estão no rectângulo é roubar
-
 e fazer golo numa das 3 balizas. Se a bola for batida
DEFENSIVA para os avançados, pode ir um dos roxos para tentar
F
 retardar o contra-ataque e o objectivo dos 3 centrais é
recuperar a bola e marcar numa das 4 balizas.

E
 Finalização sob pressão - GR+3x3+GR (2’


I
 ou 3 golos)

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre na equipa que ataca e o
objectivo é marcar golo. O objectivo da outra
O objectivo do exercício é o golo. Trabalhar a equipa é não sofrer golo e, se ganhar a posse de Jogo formal com os mesmos princípios
finalização, sob pressão, de diversas bola tem que passar com a bola controlada na em Org. Defensiva já trabalhados durante
posições. linha seguindo para uma situação de 1x0+GR, toda a sessão.
para marcar golo, tendo 3 segundos. Perde a
equipa com menos golos.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Se queremos subir o nosso Bloco Defensivo, pressionando mais alto, com as linhas juntas para que a pressão seja
eficiente, e tentando recuperar a bola mais próxima da baliza adversária e mais longe da nossa própria baliza,
Controlo da Profundidade - 5x3 / correremos também mais riscos, visto que o espaço nas costas da linha defensiva também será maior, e caso não
5x2+GR (2x12’) sejamos competentes na pressão sobre o adversário, poderemos ter problemas.

Com base nesse facto, uma das prioridades e de forma a continuar a trabalhar esse sub-princípio que é essencial
no rendimento da equipa aquando de uma pressão mais alta, iremos incidir sobre a Orientação Corporal dos 3
centrais, focando nas particularidades e comportamentos aquando da “Bola Coberta” e “Bola Descoberta”.

Nesse sentido foi criado um exercício para que esse sub-princípio seja solicitado constantemente, de forma a que
possamos exercitar e cimentar os comportamentos a adoptar nesse tipo de situações.

O exercício inicia sempre no rectângulo delimitado a cor vermelha, sendo criada uma situação de jogo de 5x3.

O objectivo da equipa de amarelo é, imediatamente após o ganho da bola, realizar um passe longo ou curto para
os dois avançados que se encontram fora do rectângulo, sendo que 2 médios poderão progredir, acompanhando
os avançados e terão 7 segundos para marcar golo.

O objectivo da equipa de roxo que se encontra dentro do rectângulo é o de tentar interceptar a bola e marcar golo
numa das 3 balizas. Se ocorrer o passe por parte da equipa de amarelo para os avançados, 1 dos roxos do
rectângulo deverá perseguir os atacantes, com o objectivo de retardar/interceptar o contra-ataque. Caso os 3
Descrição do Exercício: roxos mais o outro roxo que virá do rectângulo consigam interceptar a bola, têm de marcar numa das 4 balizas e a
outra equipa tem que tentar evitar esse golo.
A bola inicia sempre na equipa que ataca
(amarela). 5x3 no meio, o objectivo dos Tendo em conta que existe superioridade no rectângulo, a bola será constantemente batida, tanto com tentativas
amarelos é logo que ganhem a bola, ou em nas costas dos 3 centrais, como com passes para os pés dos avançados, sendo fulcral que os 3 centrais adoptem
passe curto ou em passe longo, passar para uma orientação corporal correcta de forma a poderem antecipar o lance.
os dois avançados que têm 7 segundos para
finalizar. 2 médios podem acompanhar o
ataque para criar superioridade no ataque. O São indicadores para os 3 centrais baixarem pelo perigo de um passe longo para as suas costas, a bola estar
objectivo dos roxos que estão no rectângulo é descoberta (sem ninguém a pressionar o portador da bola), uma recepção orientada na direcção da sua baliza, e
roubar e fazer golo numa das 3 balizas. Se a também deverão manter a atenção na posição corporal dos atacantes. Devem sempre antecipar a acção e nunca
bola for batida para os avançados, pode ir um reagirem depois do passe ter saído porque esses milésimos de segundo podem fazer toda a diferença.
dos roxos para tentar retardar o contra-ataque
e o objectivo dos 3 centrais é recuperar a bola 2 Períodos de 12’ cada.
e marcar numa das 4 balizas.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Golos, golos, golos, de diferentes posições, com pressão do adversário, com o pé
esquerdo, com o pé direito, de cabeça, em pontapé de bicicleta… com este exercício
Finalização sob pressão -
GR+3x3+GR (2’ ou 3 golos) procuramos melhorar a qualidade da finalização, em contexto competitivo.

Descrição do Exercício:

O objectivo do exercício é o golo.


Trabalhar a finalização, sob
pressão, de diversas posições.

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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Mantendo o mesmo foco do 1º exercício, aqui já trabalharemos numa escala


intersectorial (linha defensiva de 5, e linha média de 4), com uma complexidade mais
Organização Defensiva c/ Bloco
Médio/Baixo + Finalização - 9x9+GR elevada.
(2x12’)
Exercício semelhante ao exercício realizado para a defesa em Bloco Médio-Baixo,
mas desta vez mais alto, tendo como referência a linha a tracejado vermelho (Bloco
Médio-Alto).

O objectivo da equipa de amarelo, organizada em 3x5x2, é de marcar golo, sendo


que o objectivo da equipa de roxo é o de passar com a bola controlada na linha a
tracejado e, esse jogador ficará numa situação de 1x0+GR, tendo 3 segundos para
tentar marcar golo para a sua equipa.

O exercício decorrerá em 2 períodos de 12’ sendo que a equipa que obtiver menos
golos no final de cada período, terá um “prémio”.
Descrição do Exercício:
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola
controlada na linha seguindo para
uma situação de 1x0+GR, para
marcar golo, tendo 3 segundos.
Perde a equipa com menos golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Finalizando com o mesmo exercício da semana transacta, adicionando o Ponta de


Lança, e defendendo contra uma equipa organizada em 3x5x2, à semelhança dos
Jogo Formal - GR+10x10+GR restantes exercícios.

Descrição do Exercício:

Jogo formal com os mesmos


princípios em Org. Defensiva já
trabalhados durante toda a sessão.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Focados em recuperar a bola mais subidos no terreno de jogo, estes serão os princípios que vão ser analisados no próximo jogo-treino:

Princípio: “Zona Pressionante Agressiva, defendendo de acordo com o bloco defensivo utilizado”, que no caso será o Bloco Médio-Alto

Sub-Princípios:
• “Campo pequeno e defesa do lado forte”
• “Coberturas defensivas, dobras e “sliddings””
• “Orientação Corporal - “Bola coberta” / “Bola descoberta””

• “Características específicas da Defesa da Área:”


• Com a bola fora da área, em zona lateral, com possibilidade de cruzamento, linha defensiva 2/3 passos atrás da linha do jogador em contenção
• Com a bola dentro do limite da área, linha defensiva definida pela linha da bola
• Com a bola na linha final, linha defensiva orientada pela linha da pequena área
• Com passe atrasado / drible em direcção para fora da área, linha defensiva ajusta imediatamente para a linha da bola, colocando o adversário fora de
jogo
• Com passe atrasado para fora da área, subir imediatamente para fora da área, fechando o corredor central, evitando combinações pelo corredor
central, colocando o adversário fora de jogo, e estando preparada para baixar em caso de possibilidade de bola nas costas
• Com o ala batido:
• o Central do lado da bola assume a posição de contenção
• o Ala entra em cobertura
• o Médio Centro ajusta, adoptando a posição do Defesa Central (do meio), que saiu da posição para adoptar a posição do central do lado da bola

Sub-Sub-Princípios:
• Defesas Centrais:
• Contra o 4x4x2, central do meio na cobertura e os outros dois a marcar
• Contra o 4x3x3, central do meio na cobertura, central do lado do médio ofensivo do adversário pronto para sair na marcação caso este receba a bola, e
o outro central na marcação ao Ponta de Lança
• Avançados:
• Devem reduzir o espaço entre jogadores, fechando o corredor central e convidando a jogar para o corredor lateral
• O avançado do lado contrário, de forma a podermos aumentar a pressão sobre o lado da bola, deve encostar no médio centro mais próximo de si
• Cobertura ao ala, sempre que possível, criando superioridade numérica sobre o portador da bola

• Ponta de Lança:
• Isolar a equipa adversária e condicionar a jogar num só lado do campo

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 3

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

As melhorias foram visíveis do 1º jogo-treino para o 2º jogo-treino.

Enquanto que no 1º jogo notava-se uma clara intenção de recuperar a bola rapidamente através dos jogadores mais
próximos da bola, o facto de não existir reacção por parte dos jogadores mais longe da mesma, fazia com que o
adversário, sempre que conseguia tirar a bola da zona de pressão nos criasse dificuldades. Neste 2º jogo, a reacção já
foi colectiva, sendo realizada de forma agressiva, tanto pelos jogadores mais próximos do portador da bola, como dos
elementos mais distantes.

Nesta sessão voltaremos a reforçar esses mesmos comportamentos, tentando passar de acções e comportamentos
conscientes (em que os jogadores necessitam de tempo para pensar e reagir) para acções inconscientes (em que os
jogadores agem imediatamente aquando de uma situação que identificam e em que já foram estimulados por diversas
vezes, em treino). Para que isso aconteça, a repetição é uma ferramenta indispensável que temos à nossa disposição.

Estamos a crescer, também na forma de defender, mais subidos. Como tal, o momento de Transição Defensiva é
fundamental visto que, caso não sejamos agressivos no momento da perda da bola, cumprindo com os princípios
definidos e abordados, o adversário facilmente tirará a bola da zona de pressão, tendo bastante espaço nas costas da
nossa linha defensiva que poderá tentar explorar.

O objectivo é consolidar comportamentos, de forma que possamos continuar a melhorar, sendo este momento
essencial no sucesso, ou não, do nosso bloco defensivo.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO

Transição grupal com 2 Jogo Condicionado -


Transição grupal - 4+4x4 (5x3’)
balizas - 6x6+2GR (4x5’) GR+10x10+GR

Q
U
A
R
T
A
 TRANSIÇÃO
-
 DEFENSIVA
F

E

I
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

R
 2 equipas com a posse da bola, 1 Uma equipa com o objectivo de


Jogo formal, com 4 zonas, com
A equipa sem a posse. A equipa manter a posse de bola e não
os mesmos objectivos dos
que perde a bola vai para o meio sofrer golos. A outra com o
exercícios anteriores. Golo vale 3
e os restantes devem contar objectivo de tentar roubar a
e se uma equipa perder a bola
quantos passes fazem. A cada 5 bola e marcar numa das duas
numa zona e recuperar sem que
passes a equipa que está no balizas. A equipa com mais
a equipa contrária tenha tirado
meio ganha 1 ponto. A equipa golos sofridos no final de cada
dessa zona ganha 1 ponto extra.
que tiver mais pontos perde. 2 períodos perde.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Voltamos a repetir os exercícios da 1ª Semana, desta vez já mais competentes,


focando nos detalhes.
Transição grupal - 4+4x4 (5x3’)
Neste 1º exercício, o ênfase será para uma reacção conjunta dos jogadores mais
próximos do portador da bola (espaço reduzido).

Descrição do Exercício:

2 equipas com a posse da bola, 1


equipa sem a posse. A equipa que
perde a bola vai para o meio e os
restantes devem contar quantos
passes fazem. A cada 5 passes a
equipa que está no meio ganha 1
ponto. A equipa que tiver mais
pontos perde.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 De novo crescendo em complexidade, mantendo o foco na reacção conjunta dos


jogadores mais próximos do portador da bola, e adicionando o comportamento dos
Transição grupal com 2 balizas -
6x6+2GR (4x5’) jogadores mais distantes da bola (espaço de jogo mais amplo).

Descrição do Exercício:

Uma equipa com o objectivo de


manter a posse de bola e não
sofrer golos. A outra com o
objectivo de tentar roubar a bola e
marcar numa das duas balizas. A
equipa com mais golos sofridos no
final de cada 2 períodos perde.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Terminamos, mais uma vez, aumentando a complexidade, num jogo condicionado de
GR+10x10+GR, exactamente com os mesmos objectivos dos exercícios anteriores.
Jogo Condicionado -
GR+10x10+GR

Descrição do Exercício:

Jogo formal, com 4 zonas, com os


mesmos objectivos dos exercícios
anteriores. Golo vale 3 e se uma
equipa perder a bola numa zona e
recuperar sem que a equipa
contrária tenha tirado dessa zona
ganha 1 ponto extra.

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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Os princípios a serem analisados no próximo jogo-treino serão os mesmos da semana transacta, complementando com
o “Controlo da Profundidade” por parte da linha defensiva, em situação de equilíbrio, reduzindo o espaço entre-linhas, e
intensificando a qualidade da pressão exercida:

Princípio: “Recuperar a bola o mais rapidamente possível / Se não for possível, retardar/parar a progressão do
adversário”

Em equilíbrio

Sub-Princípios:
• “Pressionar o portador da bola pelo jogador mais próximo”
• “Fechar o corredor central e cortar linhas de passe para roubar a bola, ou forçando o adversário a ir para os
corredores laterais”
• “Subir a linha defensiva, em caso de pressão sobre o portador da bola”

Em desequilíbrio

Sub-Princípios:
• “A linha defensiva deverá baixar até à linha da grande área, fechando o corredor central, sempre com os apoios
orientados de forma lateral, com o peito virado para a bola, olhando para a bola por cima do ombro”
• “O jogador mais próximo deverá perseguir o portador da bola de forma a recuperar a bola, retardar o ataque
obrigando o adversário a progredir para o corredor lateral ou, em último caso, recorrer à falta”

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TRANSIÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 3

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Melhorias significativas!

Nesta subida do nosso bloco defensivo, o sucesso do momento de Transição Ofensiva é crucial por 2 motivos:

• Em caso de recuperação da posse de bola em zonas mais altas, o adversário estará por diversas vezes,
desorganizado, sendo um momento favorável para atacar a baliza adversária, com uma probabilidade de sucesso
elevada
• O facto de nos posicionarmos mais subidos no terreno, faz com que deixemos mais espaço nas costas da nossa
linha defensiva, sendo que, caso a transição ofensiva não seja realizada com qualidade e critério, analisando as
condicionantes e percebendo se podemos/devemos forçar o contra-ataque ou se devemos manter a posse de bola
entrando no momento de organização ofensiva, podemos correr o risco de entrar numa situação de Transição
Defensiva com a nossa equipa desorganizada, caso percamos a bola num passe de risco que tentemos realizar

Dessa forma, o momento de Transição Ofensiva, à semelhança do momento de Transição Defensiva, assume particular
destaque e relevância.

Para podermos continuar o nosso desenvolvimento ao nível da qualidade das decisões tomadas neste momento do
jogo, iremos repetir os exercícios realizados na 1ª semana, com vista à melhoria do critério no momento da retirar a bola
da zona de pressão, bem como, no desenvolvimento das relações e comportamento no momento de contra-ataque,
finalizando, fomentando a qualidade da ligação entre-linhas para a exploração do contra-ataque.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Retirar a bola da zona de
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR Jogo Condicionado por
pressão / Ataque Rápido
(2x10’) sectores - GR+10x10+GR
GR+8x8+GR + apoios (4x5’)

Q
U
I
N
T
A TRANSIÇÃO
-
 OFENSIVA
F

E

I
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

R
 Uma equipa inicia com a bola e o Jogo Condicionado por sectores. Com
Para marcar golo, a bola tem que objectivo é fazer 12 passes, se o bola, pode entrar sempre 1 jogador da
A ir fora pelo menos uma vez. Não é conseguir marca 1 golo. Se a equipa zona acima para criar superioridade
contrária ganhar a bola deve realizar na zona abaixo. Central com bola
um exercício de posse de bola, o
um passe para um dos 3 avançados pode transitar em progressão na zona
objectivo é tirar a bola da zona de e depois iniciar um contra-ataque (3 média se baixar um Médio. Quando a
pressão o mais rapidamente podem juntar-se), finalizando em 5 bola entra na zona de ataque, tem que
possível, utilizando os alas ou segundos (máximo). A bola inicia finalizar em 7 segundos. Sem bola,
médios centro/avançados. sempre na equipa que mantém a têm que se manter e pressionar só nas
posse. suas zonas.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Procurar o passe vertical, entre-linhas, para acelerar o jogo, ou tirar da pressão
usando a largura? E se procurarmos a largura para os fazermos moverem-se, criando
Retirar a bola da zona de pressão
/ Ataque Rápido GR+8x8+GR espaço no corredor central para depois procurarmos o passe vertical entre-linhas?
+(4x5’)
É o que procuramos com este exercício, fomentar a capacidade de decisão dos
jogadores, analisando o contexto.

Descrição do Exercício:

Para marcar golo, a bola tem que ir


fora pelo menos uma vez. Não é
um exercício de posse de bola, o
objectivo é tirar a bola da zona de
pressão o mais rapidamente
possível, utilizando os alas ou
médios centro/avançados.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Voltamos a repetir o 2º exercício que, a nosso ver, é fundamental para desenvolver as
relações entre o sector intermédio e o sector avançado, criando depois espaços de
Contra-Ataque - 4x4 / 6x2+GR
(2x10’) progressão, com movimentações de apoio e de ruptura.

5 segundos para finalizar promovendo a decisão dos jogadores. Rápida e com


critério!

Descrição do Exercício:

Uma equipa inicia com a bola e o


objectivo é fazer 12 passes, se o
conseguir marca 1 golo. Se a equipa
contrária ganhar a bola deve realizar um
passe para um dos 3 avançados e
depois iniciar um contra-ataque (3
podem juntar-se), finalizando em 5
segundos (máximo). A bola inicia
sempre na equipa que mantém a posse.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Terminamos a sessão com o mesmo exercício que terminámos a sessão da 1ª


semana.
Jogo Condicionado por sectores
- GR+10x10+GR
O objectivo é criar representações mentais (com a definição de sectores), para que
os jogadores consigam perceber quais os espaços entre-linhas que deverão explorar,
afim de podermos realizar a ligações entre sectores com qualidade e depois definir
com critério e sucesso no último terço do campo.

Mais uma vez, rapidez na decisão no último terço do campo, com 7 segundos para
finalizar o ataque.

Descrição do Exercício:

Jogo Condicionado por sectores. Com bola,


pode entrar sempre 1 jogador da zona acima
para criar superioridade na zona abaixo.
Central com bola pode transitar em progressão
na zona média se baixar um Médio. Quando a
bola entra na zona de ataque, tem que finalizar
em 7 segundos. Sem bola, têm que se manter
e pressionar só nas suas zonas.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Os princípios sob os quais irá recair a nossa análise no próximo jogo-treino, relativamente ao momento de Transição
Ofensiva, são os seguintes:

Princípio: “Exploração do Contra-Ataque para aproveitar a desorganização do adversário ou reiniciar o ataque em


segurança”

Adversário Organizado

Sub-Princípios:
• “Tirar a bola da zona de pressão para reiniciar o ataque”
• “Garantir o 2º passe”
• “Atrair o adversário à zona de pressão, libertando espaço no lado contrário/em profundidade”

Sub-Sub-Princípios:
• Médios Centro:
• “O Médio Centro do lado contrário deve adoptar uma posição que garanta uma linha de passe válida, no centro do
terreno, para poder ligar o jogo e funcionar como ponte para uma mudança do centro de jogo”

• Alas/Avançados:
• “Abrir explorando o seu corredor, garantindo a largura/profundidade e/ou arrastando adversários para criar espaço
para jogar na zona de pressão”

• Avançados/Ponta de Lança:
• “Atacar o espaço nas costas da linha defensiva, garantido a progressão em profundidade e/ou arrastando
adversários para criar espaço para jogar na zona de pressão”

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

Adversário Desorganizado

Sub-Princípios:
• “Passe vertical como primeira opção para jogar entre linhas, ou no espaço nas costas”
• “Atacar rápido o corredor central para explorar o Contra-Ataque, ocupando os 3 corredores”
• “Movimentos diagonais em ruptura para arrastar adversários e criar espaços para progressão”

Sub-Sub-Princípios:
• Avançados/Ponta de Lança:
• “Um a jogar em apoio, outro em profundidade explorando o espaço libertado pelo colega e o outro em apoio
ou em profundidade consoante a situação assim o solicite”
• Centrais:
• “Responsáveis por fazer a equipa subir, reduzindo o espaço entre-linhas e aproximando para que o bloco
defensivo possa estar perto para uma possível perda de bola”

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO
DO JOGO
JOGO -TREINO 3

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

Mais uma vez, este será um treino para relembrar tudo o que foi trabalhado até à data, com repetição de exercícios, de
forma que os jogadores identifiquem claramente o que procuramos para o jogo-treino que se avizinha.

Entramos numa fase em que o 1º jogo oficial se aproxima, sendo fundamental observar todos os sinais que os
jogadores nos possam dar, dentro e fora do treino, bem como, fazer um acompanhamento permanente de todos, na
medida de percebermos se as ideias que temos tentado passar foram bem transmitidas, percebendo o seu grau de
conhecimento, de compromisso para com a equipa e com as ideias para a equipa, com os seus objectivos pessoas e
colectivos, e também a possível discussão de algumas ideias e sugestões por parte dos mesmos.

Nenhum processo é estanque e serão sempre os jogadores os protagonistas principais do espectáculo, daí que
deveremos estar sempre abertos a sugestões e ideias vindas dos nossos jogadores, porque todo o jogador gosta de
ser ouvido para se sentir importante dentro do grupo, e nós enquanto treinadores devemos fomentar o ego dos
mesmos, fazendo crescer a sua motivação e auto confiança.

Em termos de situações de bola parada, iremos voltar a relembrar todas as situações que já foram abordadas.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Organização Defensiva c/ Bloco
Organização Ofensiva - Bolas Paradas
Médio/Baixo + Finalização -
10x8+GR (2x8’) Bolas paradas já trabalhadas
9x9+GR (2x8’)

S
E
X
T
A
TODOS OS
-

MOMENTOS
F

E

I

R
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:
A A bola inicia sempre na equipa que Jogo entre as 2 equipas, com cada
ataca e o objectivo é marcar golo. O A equipa com bola inicia sempre o equipa a bater 5 cantos de cada lado
objectivo da outra equipa é não sofrer ataque e tem como objectivo marcar (ofensivos e defensivos), de acordo com
golo e, se ganhar a posse de bola tem golo. Se perder a bola, a outra os seguintes posicionamentos. A equipa
que passar com a bola controlada na equipa marca golo passando com a que sofre 1 golo paga 15 flexões,
linha seguindo para uma situação de bola controlada na linha. Ganha a mantendo os jogadores empenhados e
1x0+GR, para marcar golo, tendo 3 equipa com mais golos no final de motivados, numa tarefa que normalmente
segundos. Perde a equipa com menos cada período. é pouco intensa e que os jogadores
golos. facilmente perdem o foco.

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO
3

TOMÁS PEREIRA
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JOGO-TREINO 3

Aproveitaremos, mais uma vez, o aquecimento para o Jogo-Treino 3, para evoluir no nosso processo de construção do
“Jogar”, são 30/35 minutos preciosos, com um tempo potencial de aprendizagem enorme dado o grau de concentração
que os jogadores apresentam.

Subiremos o bloco defensivo neste jogo mas nunca poderemos descurar o que foi abordado anteriormente, sendo
fundamental relembrar constantemente.

Assim, para além da parte introdutória, em Organização Defensiva iremos abordar uma situação de Defesa da Área, e
em Organização Ofensiva, o exercício será semelhante ao realizado no jogo anterior, porém, devido ao papel
fundamental que o momento de Transição Defensiva assume quando pressionamos em zonas mais altas, iremos criar 4
zonas para que os jogadores tenham referências visuais e que, no momento da perda de bola, imediatamente
pressionem o portador da bola, as possíveis linhas de passe circundantes e os jogadores mais longe da bola fechem
imediatamente a zona onde a bola oi perdida, intensificando a pressão e não deixando o adversário tirar a bola da zona
de pressão.

O nosso aquecimento para o 3º Jogo-Treino será o seguinte:

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EXERCÍCIO 5 EXERCÍCIO 5
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3 EXERCÍCIO 4
(SIMULTÂNEO) (SIMULTÂNEO)
Controlo da
Passe com profundidade +
Meinho 4x1 com Defesa da Área - Organização Ofensiva Combinações
mudanças de Coberturas com os 3
mobilização 8x9+GR contra 4x4x2 - 10x8+GR (8’) + com finalização
direcção (2’) + centrais + 3
articular (5’) (8’) + Hidratação (1’) Hidratação (1’) (10x2) (5’) antecipações de
Hidratação (1’)
cabeça (5’)

J
O
G
O


T
R
E
I
N Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do
Descrição do Exercício:
O Exercício: Exercício: Exercício: Exercício: Exercício:
Meinho 4x1, a 1 A bola inicia sempre na equipa A equipa com bola inicia Combinações com a O treinador vai simular situações
que ataca e o objectivo é sempre o ataque e tem como bola a sair sempre
toque, para de “bola coberta” e de “bola

3 Utilizando toda a marcar golo. O objectivo da objectivo marcar golo. Se dos centrais.
descoberta” com os jogadores a
desenvolver a outra equipa é não sofrer golo perder a bola, a outra equipa
reagirem ao estímulo, adoptando
largura do meio Exercício realizado posição. Foco na posição dos
qualidade do 1º
campo, passes com e, se ganhar a posse de bola marca golo passando com a apoios e na orientação do peito/
com suplentes no ombros. O treinador vai lançando
toque. Pausas tem que passar com a bola bola controlada na linha. a bolas para que um dos centrais
mudança de controlada na linha para equipa que perder a bola e
lugar dos centrais.
para realização EXERCÍCIO 5
dispute a bola no ar, com os
direcção, seguindo marcar golo. Equipa recuperar na mesma zona outros 2 centrais em cobertura. 3
de exercícios de REALIZADO EM jogadores (suplentes) a circular a
de hidratação adversária organizada em que perdeu, ganha 2 pontos. bola e os centrais a trabalharem
mobilização 4x3x3. Após o exercício, Após o exercício, hidratação SIMULTÂNEO COM as coberturas quando um sai no
portador da bola
articular hidratação e pausa completa. e pausa completa. O EXERCÍCIO 6

TOMÁS PEREIRA
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SEMANAS
4/5

TOMÁS PEREIRA
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SEMANAS 4 / 5

Restam ainda duas semanas para o início do período competitivo, dos tão desejados jogos oficiais, os jogos onde vamos
poder e querer demonstrar o que foi trabalhado durante o período pré-competitivo, na conhecida “pré-época”. É nesse
período que vamos querer continuar a crescer no NOSSO “Jogar”, a valorizar o jogo e a valorizar os jogadores, sempre na
busca de objectivos comuns.

Durante estas duas semanas, o processo de treino deverá seguir na mesma lógica, sempre de forma progressiva, incidindo
cada vez mais no detalhe, porque é esse detalhe que faz toda a diferença no Futebol moderno.

Nesta fase existe a necessidade de trabalhar a saída de trás, sendo que, com as novas leis de jogo, podendo os defesas
centrais estar dentro da área para receber a bola do guarda-redes no pontapé de baliza, pensamos não ser muito
relevante, pois no nosso “Jogar” já assumimos um risco elevado, e nesta situação específica voltamos a correr esse mesmo
risco, fazendo cumprir os princípios já por diversas vezes abordados, podendo apenas variar dentro do plano estratégico
do jogo, consoante o posicionamento do adversário. Aproveitaremos os exercícios em que trabalhamos com o Bloco
Defensivo para parar e fazer algumas saídas de trás.

Relativamente ao conteúdo a abordar nestas duas semanas, não variará muito do já trabalhado até à data, visto que os
princípios do nosso “Jogar” estão todos abordados, assumindo a repetição um papel fulcral na consolidação das ideias e
comportamentos, variando depois aquando da entrada no período competitivo, de acordo com situações estratégicas de
acordo com os comportamentos dos adversários que iremos defrontar.

O crescente de complexidade irá continuar, acrescentando mais oposição nos exercícios, aproximando do jogo formal e
dificultando a tarefa dos jogadores, fazendo com que sejam obrigados a usar o espaço com qualidade e a decidir mais
rápido e com critério.

Na Semana 5 já será abordado muito do que será a Semana 6, ou seja, a 1ª Semana do Período Competitivo, na qual já
inserimos muitos aspectos estratégicos acerca do comportamento do adversário, nomeadamente o Sistema de Jogo,
presente nos exercícios para que nos possamos adaptar, nuances do seu Modelo de Jogo, etc etc.

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PERÍODO
COMPETITIVO

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE
RENDIMENTO E
SCOUTING

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

De forma a prepararmos o 1º jogo oficial da melhor forma, iremos ter sempre um diagrama como referência:

Performance do último jogo

Análise do adversário Modelo de Jogo

Estratégia para o Jogo

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Se queremos fazer um bolo, temos que saber quais os passos e os ingredientes que necessitamos para o fazer.

Á semelhança do restante processo que aqui apresentámos, é fundamental que, chegando à altura da fase competitiva, nos
consigamos situar, perceber onde estamos, para onde queremos ir e, sobretudo, por que caminhos deveremos seguir.

Por exemplo, será que nesta fase, em que o nosso Bloco Alto ainda não foi abordado, sendo que o Bloco Médio-Alto já
apresenta sinais interessantes, será que faria sentido arriscar num Bloco Alto, sabendo que o mais provável é que não tivesse a
eficácia e nível de sucesso esperado, tendo em conta que não foi abordado e cimentado em treino?

Estes sinais, são-nos dados pela Performance do último jogo. É com base nessa performance que nos deveremos basear para
perceber em que estado está o nosso “Jogar” e para onde deveremos caminhar. Qual o nível de conforto dos jogadores, que
nuances poderão ser adoptadas que não criem desconforto, mantendo o rendimento elevado, porque nesta fase, deveremos
sempre trabalhar para alcançar a vitória, dotando a nossa equipa de armas que nos aproximem dessa vitória, tendo em conta o
que tem sido o processo até então.

Essa análise da performance do último jogo realizado deverá ser analisada em estreita relação com o Modelo de Jogo, porque
cada grupo de trabalho é único, e os ritmos de aprendizagem também divergem de grupo de trabalho para grupo de trabalho.

Às vezes poderemos ter uma ideia de que no mês X gostaríamos de abordar determinados conteúdos em treino mas, na
realidade, o grupo de trabalho demorou mais tempo do que o previsto a assimilar determinados conteúdos e, como tal,
deveremos ter a sensibilidade de perceber esse facto e de nos adaptarmos ao ritmo de aprendizagem do grupo, de forma a
que os conteúdos sejam efectivamente aprendidos e consolidados, porque ensinar será sempre diferente de aprender.

Tendo em conta este facto e o ritmo de aprendizagem nas primeiras 3 semanas apresentadas, com bastante repetição e foco
nos detalhes nas duas semanas seguintes de forma a consolidar o que foi abordado previamente, iremos analisar o adversário
para perceber de que forma deveremos abordar o jogo, com vista à eficácia na estratégia a adoptar e na apresentação de um
rendimento elevado.

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Acreditamos que, com a evolução do Futebol, actualmente, quando existem muitos treinadores a trabalharem muito bem na potenciação dos seus
atletas, com as equipas a apresentar um nível de organização de excelência, muito do sucesso das equipas prende-se com eficácia e precisão
das análises aos seus adversários e na operacionalização dessas mesmas ideias no campo, de forma a explorar as debilidades do adversário e a
precaver-se para as suas potencialidades.

Na análise do adversário tentaremos sempre observar 3 jogos. Um jogo em “casa”, um jogo “fora” e o terceiro jogo, se possível, frente a uma
equipa que se apresente de forma semelhante à nossa forma de jogar.

O facto de se observar um jogo em casa e outro jogo fora é porque pode ocorrer que o adversário se apresente de forma diferente nas duas
situações, abordando os jogos em casa de uma forma, e os jogos fora de outra. A razão de tentarmos analisar o terceiro jogo contra uma equipa
que tenha uma forma de jogar muito próximo da forma como nos apresentamos, prende-se com a análise de algumas nuances tácticas e
estratégicas que a equipa possa apresentar, estando nós melhor preparados para essas situações.

Para além da análise do histórico de jogos da equipa em questão, a nossa análise será dividida em 3 partes:

• Análise individual dos atletas

Nesta parte, será feito o levantamento dos destaques individuais da equipa, tanto positivos, com os jogadores que fazem a diferença e que nos
podem criar mais problemas, bem como os negativos, ou seja, os jogadores que poderemos explorar tirando partido das suas debilidade.

• Caracterização geral do “Jogar” da equipa

Aqui, será feita uma avaliação geral à equipa e à sua forma de jogar, ou seja, em traços gerais como poderemos caracterizar a equipa, tendo em
conta os jogos observados.

• Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções realizadas em cada Momento do Jogo

Finalizamos analisando comportamentos recorrentes, que se repetem em todos os jogos, mostrando que são princípios/comportamentos/acções
trabalhadas em treino e que devem ser analisadas, de forma a podermos estar preparados e que poderemos explorar, caso seja alguma
debilidade observada.

Analisaremos então o adversário, de forma a perceber que tipo de equipa teremos pela frente, e qual a estratégia a adoptar.

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise Individual dos atletas


Destaques positivos

Jogador com grande qualidade técnica, fortíssimo em situações de 1x1, e Posição no campo Pé Preferencial
muito veloz. Explora situações de 1x1 quase sempre que tem a bola.
Parte sempre de uma posição exterior, bem perto da linha lateral, para
depois encarar o defesa com a bola controlada e em velocidade. Sai do
drible com facilidade para a direita e para a esquerda. Qualidade no
momento de finalização, especialmente em remates de fora da área, sem
pressão.

Atleta muito alto, ágil, com muita qualidade técnica no seu pé esquerdo. Posição no campo Pé Preferencial
Sempre muito sereno com a bola no pé, a decidir bem na maioria das
vezes. No pontapé de baliza, a referência foi sempre o avançado que se
deslocava para o lado direito do campo para disputar a bola de cabeça.
Muita força no pontapé de baliza, com boa precisão. Entre os postes,
seguro. Saída a cruzamentos, alguma insegurança.

Destaques negativos

Posição no campo Pé Preferencial


Atleta de baixa envergadura física e muito limitado tecnicamente. Quando
pressionado sente sempre muitas dificuldades. Dificuldades também no
posicionamento, tanto em bloco mais subido como em situações de
defesa da área.

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Caracterização geral da equipa

Em Organização Defensiva, a equipa adversária encontra-se estruturada em 4x3x3, com os médios centro em 1+2
(1 Médio Defensivo e 2 Médios Centro). Tentam pressionar alto na saída de trás da equipa adversária, com os 3
avançados a pressionar imediatamente após o passe curto do Guarda-Redes. É uma equipa que, caso seja
Momento do Jogo superada a primeira linha de pressão, apresenta algum espaço para ser explorado na costas dessa mesma linha.
Os médios centro optam sempre pela marcação Homem-a-Homem, sendo susceptíveis a arrastos para criar
Organização Defensiva espaços entre linhas. Na Defesa da Área, a linha defensiva nem sempre está bem definida, sendo que o Médio
Defensivo joga sempre muito perto dos centrais, saindo sempre na pressão em caso de possível remate de fora da
área. Os Defesas Centrais também são atraídos pelos movimentos de arrasto dos Avançados adversários.

A equipa adversária, em fase de construção, caso fosse condicionada não arriscava em sair a jogar curto,
aproveitando o forte pontapé do seu Guarda-Redes, batendo longo para o lado direito do seu ataque, onde o Ponta
de Lança se posicionava para tentar um “flick” para os Extremos que tentavam aparecer nas costas para receber.
Momento do Jogo
Quando tentaram sair com a bola controlada desde trás, tentaram sempre explorar o corredor central para
Organização Ofensiva progredir. Na fase de criação, existe muita movimentação dos 2 médios centro para receber no corredor central,
muitas vezes até os dois do mesmo lado da bola, fazendo com que seja possível explorar o espaço no lado
contrário em caso de transição ofensiva. Os extremos partem sempre de uma posição exterior, bem abertos, para
receber a bola e tentar o 1x1, ou para tentar receber a bola entre o Lateral e o Central adversário. Em fase de
finalização, o Ponta de Lança ataca sempre o 1º poste, vindo de trás do Defesa Central adversário, sendo o MC e o
Extremo do lado contrário a atacar o 2º poste e a marca de grande penalidade.

Momento do Jogo Muito expostos no corredor central devido ao facto dos 2 Médios Centro procurarem muitas vezes garantir uma
Transição Defensiva linha de passe do mesmo lado, juntando-se por vezes também o Médio Defensivo.

Momento do Jogo Recuperação em Zona Baixa tentam explorar o espaço nas costas entre o central e lateral para os Extremos
aparecerem ; Recuperação em Zona Intermédia / Alta sempre com os extremos como referência para primeiro
Transição Ofensiva passe, caso não consigam voltam atrás e reiniciam ataque.

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Organização Ofensiva

Fase de Construção

Na imagem à esquerda, em situações sem pressão, procuram


sair a jogar pelo corredor central.

Na imagem à direita, com pressão, fazem subir o bloco e o


Guarda-Redes bate sempre procurando o Ponta de Lança, que
se desloca para o lado direito, tentando um “flick” para o extremo
direito aparecer nas costas entre o Central e o Lateral.

Fase de Criação

Após conseguirem ligar por dentro em fase de construção, na


fase de criação existe muita mobilidade entre os Médios Centro,
fazendo com que, muitas vezes, estejam os dois no mesmo
corredor e, tendo em conta que os extremos se posicionam em
zonas exteriores, cria um espaço muito grande para a exploração
da Transição Ofensiva pelo lado contrário.

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Organização Ofensiva

Fase de Criação

Os extremos sempre a partirem de posições exteriores, para


forçarem o 1x1, sendo o extremo esquerdo o jogador mais
evoluído tecnicamente e mais veloz, com uma enorme facilidade
em sair da finta tanto para o lado direito, como para o esquerdo.
Importante também o facto de, para preparar a transição
defensiva, o Médio Defensivo posiciona-se sempre muito perto
dos Centrais.

Fase de Finalização

Em situação de cruzamento, o Ponta de Lança, tentando


esconder-se nas costas do central, ataca sempre o 1º poste,
sendo o Extremo do lado contrário e o Médio Centro e a variar
entre o ataque ao 2º Poste e o ataque à zona de grande
penalidade.

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Organização Defensiva

Sector Avançado

Partindo da posição inicial que está representada na imagem,


tentam pressionar alto a saída de trás do adversário, deixando
sair o primeiro passe curto para o central e de imediato
pressionam com os 3 avançados. O facto de tentarem pressionar
muito alto apenas com os 3 avançados, faz com que, caso se
consiga ultrapassar a 1ª linha de pressão, exista muito espaço
entre os avançados que estavam na pressão e os médios.

Sector Intermédio

Como foi referido anteriormente, o facto dos avançados tentarem


pressionar a saída de bola muito em cima, cria muito espaço
entre a linha de 3 avançados e os médios.

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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Organização Defensiva

Sector Intermédio

Os médios centro optam sempre pela marcação Homem-a-


Homem, saindo facilmente de posição através de arrastos
protagonizados pelo adversário, criando espaços de progressão
entre linhas.

Defesa da Área
Em termos de Defesa da Área, em situação de cruzamento, a
linha defensiva nem sempre está bem definida, havendo a
possibilidade de exploração do passe atrasado ou da
combinação com penetração. Os defesas centrais, à semelhança
dos Médios Centro também são atraídos por movimentos de
arrasto dos Avançados adversários, o que, mais uma vez, vem
criar a oportunidade de exploração de tabelas e de passes
atrasados para a criação de situações de finalização.

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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Transição Defensiva

A muita mobilidade dos Médios Centro, faz com que a equipa


adversária muitas vezes se desequilibre, mesmo com a posse de
bola, juntando os 3 médios no mesmo corredor, criando muito
espaço para ser explorado no corredor contrário.

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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Transição Ofensiva

Recuperação em Zona Baixa

Em situações de recuperação em zonas baixas, tentam sempre


explorar o espaço nas costas entre o central e o lateral
adversário, para que os extremos apareçam, em velocidade e
enquadrados com a baliza adversária. Sempre que possível,
procuram o Extremo Esquerdo.

Recuperação em Zona Intermédia / Alta

Recuperando a bola em zonas mais altas, a procura continua a


ser os extremos, sendo que, não havendo espaço nas costas da
linha defensiva, procuram o passe no pé. Caso não tenham
espaço de progressão, tiram a bola da zona de pressão e
reiniciam o ataque.

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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Cantos Ofensivos

Posicionam sempre dois jogadores na zona do canto, sempre


com um destro e um canhoto, podendo variar a trajectória do
cruzamento dependendo de quem cruza. Colocam sempre um
jogador no 1º poste para tentar desviar para trás com um “flick” e
depois atacam com 5 que variam entre o 1º poste, zona central e
2º poste. Deixam 1 jogador fora da área em equilíbrio e 1 jogador
no meio campo.

Livres Laterais Ofensivos

À semelhança do canto ofensivo, colocam sempre dois jogadores


na bola, um destro e um canhoto, criando surpresa na trajectória
da bola. Foi visível que, aquando da bola ao 2º poste, o MC e o
DE fazem bloqueio aos dois últimos jogadores da linha defensiva,
de forma que os 3 jogadores que estão fora da área possam
atacar o 2º poste, livres de marcação.

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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Análise pormenorizada dos princípios/comportamentos/acções em cada Momento do Jogo

Cantos Defensivos

Defesa mista, com uma linha na pequena área em defesa à zona


e 2 jogadores à frente dessa linha com referências individuais,
procurando marcar os Defesas Centrais e Ponta de Lança
adversários. Com 2 jogadores na bola, colocam 3 jogadores
também, saindo um jogador que estava à entrada da área e o
jogador do 1º poste. Possibilidade de criação de superioridade
no 2º poste, com muitas dificuldades para o Defesa Direito
devido à sua baixa altura.

Livres Laterais Defensivos

Defesa mista. Linha defensiva orientada pela marca de grande


penalidade, 1 jogador em frente a essa linha em marcação
individual (procurando os Defesas Centrais e o Ponta de Lança),
e 3 jogadores fora da área, preparados para a Transição Ofensiva
(Jogador da barreira mais os outros dois jogadores) . Mais uma
vez existe a possibilidade de criação de superioridade no 2º
poste, e poderemos tirar partido da altura do Defesa Direito,
posicionado na última posição da última linha (em caso de livre
do lado esquerdo).

TOMÁS PEREIRA
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ANÁLISE DE RENDIMENTO E SCOUTING

Perante a análise ao adversário, iremos apresentar a Semana de preparação para o jogo, tentando representar os
pontos fortes do adversário de forma que estejamos preparados para o que vamos enfrentar, bem como, explorar os
pontos mais débeis do adversário, para que possamos surpreender e conseguir vencer o jogo.

TOMÁS PEREIRA
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EXEMPLO DE UMA
SEMANA EM
PERÍODO COMPETITIVO

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 6

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Perante a análise pormenorizada do adversário realizada, pensamos que existem várias situações que nos mostraram
que poderemos e deveremos aproveitar para desorganizar o adversário, com vista à criação de espaços em zonas que
nos poderão trazer algumas vantagens numéricas e espaciais, produzindo situações de finalização que tragam perigo
à baliza adversária.

De acordo com a análise, vamos tentar ser os mais precisos possível, de forma a transmitir ao leitor a nossa ideia e
alguns possíveis comportamentos que acreditamos que nos poderiam levar ao sucesso:

• Problema 1 - Ligação entre a Fase de Construção e a Fase de Criação

O adversário deixa que o adversário saia a jogar de trás, e de imediato, após a recepção do passe, pressionam com os
3 avançados tentando pressionar até à linha final, caso recebamos a bola nessa posição. Pressionam sempre e apenas
com os 3 avançados, tentando recuperar a bola o mais rapidamente possível. Os médios centro, tal como analisado,
optam pela marcação Homem-a-Homem sendo muito susceptíveis a serem atraídos por movimentos de arrasto, criando
espaços entre linhas para progressão. Apresentam um jogador claramente muito limitado, em relação à qualidade da
restante equipa (Defesa Direito).

Tendo em conta esse facto a forma como iremos tentar fazer a ligação entre a nossa Fase de Construção e a Fase de
Criação, de forma que possamos receber a bola com espaço para decidir, em posições vantajosas e com a bola
controlada e orientada para a baliza adversária, tendo em conta as condicionantes com o adversário nos coloca será a
seguinte:

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Organizados no nosso sistema habitual (3x4x3), este será o


posicionamento inicial que adoptaremos, com o intuito de sair a
jogar de trás de forma curta, atraindo os 3 avançados
adversários a pressionarem-nos alto. Teremos os 2 médios centro
colocados na 1ª linha de pressão do adversário, tal como trabalhado
no nosso “Jogar” e os Alas numa posição subida.

Iremos então forçar essa pressão alta por parte dos 3 avançados,
optando pelo passe para um dos centrais laterais. Após esse
passe, o Central do meio que se encontrava à frente da 1ª linha de
pressão, passa para trás da mesma e o objectivo é garantir uma
linha de passe entre linhas para progressão ou garantir um
apoio frontal ao colega que também vai aparecer entre linhas.
Os dois Médios Centro que se encontravam nas costas da 1ª linha
de pressão, aproveitando a marcação Homem-a-Homem dos
Médios Centro adversário, irão realizar movimentos de arrasto na
direcção da baliza contrária, levando os seus “marcadores
directos” consigo e libertando espaço para o Avançado lateral do
lado da bola que irá aparecer no espaço deixado pelos Médios
Centro com esses movimentos de arrasto que realizaram. O Ala do
lado da bola também é uma solução para sair da pressão.

TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com 185
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

E com estes movimentos simples, resolvemos o 1º problema criado pelo adversário. Vamos então ao 2º e ao 3º
problema a tentar resolver:

• Problema 2 - Ligação entre a Fase de Criação e a Fase de Finalização

Médios Centro são facilmente atraídos por movimentos de arrasto,


defendendo sempre com referências individuais, criando espaço entre
linhas, espaço esse que procuramos e que trabalharemos para receber a
bola de forma controlada e orientada para a baliza adversária, podendo
acelerar o jogo e tendo apenas a linha defensiva pela frente. De forma a
podermos também explorar essa lacuna, é fundamental que os jogadores
posicionados entre linhas (Avançados) estejam confortáveis em
procurar linhas de passe constantemente após o movimento de arrasto
dos Médios Centro. Fundamental garantir também a profundidade com
os nossos Alas, bem como, com 1/2 Avançados, explorando o espaço
entre o lateral e o central.

• Problema 3 - Decisão na Fase de Finalização


Na Fase de Finalização, a equipa adversária nem sempre tem a linha
defensiva alinhada, sem grandes referências quando a bola se encontra
dentro e fora da área. Os Defesas Centrais também são atraídos por
movimentos de arrasto, sendo que essa “perseguição” faz com que exista
mais espaço para ser explorado, ou com passe atrasado, ou com
combinação para atacar a baliza em drible, em velocidade. Deveremos
explorar também situações de 1x1 com o Defesa Direito.
TOMÁS PEREIRA
tomaspereiracoach@gmail.com 186
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Com base na abordagem estratégica definida para o jogo, o treino de segunda-feira, em que iríamos recair o nosso
foco na Organização Ofensiva seria da seguinte forma:

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO

Saída de Trás - GR+9x8 (2x12’) Organização Ofensiva - 10x9+GR (2x12’) Jogo Condicionado - GR+10x10+GR

S

E

G

U

Descrição do Exercício:
N
 A equipa que sai a jogar de trás sai sempre com a
D
 bola. O objectivo da equipa que sai de trás é

ORGANIZAÇÃO progredir tentar marcar golo numa das 3 balizas. O


objectivo da outra equipa é recuperar a bola e marcar
A
 golo na baliza onde inicia o exercício. Os avançados
OFENSIVA da equipa que defende devem posicionar-se
-
 inicialmente atrás da linha a tracejado e logo após o
passe para um dos centrais são obrigados a entrar na

F
 zona dos 3 centrais, tentando interceptar a bola. Os


Médios centro que defendem marcam Homem-a-
Homem. A equipa que defende, se marcar golo
E
 através do Extremo Esquerdo ganha 3 pontos.A
equipa com menos golos perde.
I
 Fase de Finalização 7x4+GR - (4x5’) Descrição do Exercício:
R

A A equipa com bola inicia sempre o ataque e tem
como objectivo marcar golo. Se perder a bola, a
outra equipa marca golo passando com a bola
controlada na linha. Na equipa que defende, os
Descrição do Exercício: Médios Centro marcam Homem-a-Homem. Ganha Descrição do Exercício:
a equipa com mais golos no final de cada período.
A bola inicia sempre na equipa roxa que ataca. O A equipa que defende, se marcar golo através do
objectivo da equipa roxa é marcar golo. Caso a Extremo Esquerdo ganha 3 pontos. A equipa com Jogo condicionado com as mesmas regras e
equipa de amarelo recupere a bola marca golo numa menos golos perde. condicionantes do Exercício 1 (Saída de Trás).
das 3 balizas. O objectivo é provocar arrastamentos
para entrada na área. Equipa com menos golos perde.

TOMÁS PEREIRA Sector Intermédio


tomaspereiracoach@gmail.com 188
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Com este exercício, o que se pretende é representar exactamente o que iremos
vivenciar no jogo.
Saída de Trás - GR+9x8 (2x12’)

Foi analisado que o adversário deixa as equipas adversárias saírem a jogar e logo
após o 1º passe, pressionam com os 3 avançados tentando interceptar/recuperar a
bola rapidamente.

A regra criada para os avançados em que estes devem deixar sair o 1º passe e
depois pressionar os 3 na zona onde se encontram os 3 centrais é para recriar
exactamente essa situação, fazendo com que a equipa que ataca vivencie essa
situação com vista à resolução desse mesmo problema.

Descrição do Exercício: O facto de termos também criado a regra da marcação homem-a-homem para os
Médios Centro da equipa que defende, é igualmente para recriar os comportamentos
A equipa que sai a jogar de trás sai sempre
com a bola. O objectivo da equipa que sai da equipa adversária que defende com referências individuais, forçando os nossos
de trás é progredir tentar marcar golo numa jogadores a trabalharem muito sem bola, principalmente através de movimentos de
das 3 balizas. O objectivo da outra equipa
arrasto para criação de espaços, auxiliando na progressão da equipa.
é recuperar a bola e marcar golo na baliza
onde inicia o exercício. Os avançados da
equipa que defende devem posicionar-se Por fim, o golo do Extremo Esquerdo valer 3 pontos, prende-se com o facto desse ser
inicialmente atrás da linha a tracejado e
logo após o passe para um dos centrais
o jogador mais forte individualmente da equipa adversária, requerendo uma atenção
são obrigados a entrar na zona dos 3 elevada durante todo o exercício, com qualidade nos posicionamentos ao nível das
centrais, tentando interceptar a bola. Os coberturas e da entreajuda defensiva.
Médios centro que defendem marcam
Homem-a-Homem. A equipa que defende,
se marcar golo através do Extremo
Esquerdo ganha 3 pontos.A equipa com
menos golos perde.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Exercício para trabalhar a Fase de Finalização.


Fase de Finalização 7x4+GR -
(4x5’) Aqui, o nosso objectivo será a criação de situações de finalização através da
provocação de arrastamentos da linha defensiva, sabendo que estes são atraídos por
movimentações de ruptura do adversário.

Descrição do Exercício:

A bola inicia sempre na equipa roxa que


ataca. O objectivo da equipa roxa é marcar
golo. Caso a equipa de amarelo recupere a
bola marca golo numa das 3 balizas. O
objectivo é provocar arrastamentos para
entrada na área. Equipa com menos golos
perde.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Voltamos a colocar a regra da marcação Homem-a-Homem dos Médios Centro


adversários, de forma a trabalhar, com este exercício, a Fase de Criação e a Fase de
Organização Ofensiva - 10x9+GR
(2x12’) Finalização.

Repetiremos, igualmente, a regra de que caso o Extremo Esquerdo consiga um golo/


ponto, este vale por 3, pelas razões já invocadas.

Descrição do Exercício:
A equipa com bola inicia sempre o ataque
e tem como objectivo marcar golo. Se
perder a bola, a outra equipa marca golo
passando com a bola controlada na linha.
Na equipa que defende, os Médios Centro
marcam Homem-a-Homem. Ganha a
equipa com mais golos no final de cada
período. A equipa que defende, se marcar
golo através do Extremo Esquerdo ganha 3
pontos. A equipa com menos golos perde.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Finalizamos com um Jogo Condicionado, em que juntamos tudo o que trabalhámos
durante a Sessão, de forma a criar rotinas e automatização dos comportamentos a ter
Jogo Condicionado -
GR+10x10+GR perante as condicionantes do adversário.

Descrição do Exercício:

Jogo condicionado com as mesmas regras


e condicionantes do Exercício 1
(Saída de Trás).

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 6

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Ofensivamente, a análise realizada mostra que é uma equipa perigosa, capaz de criar muitos problemas caso a nossa
abordagem em termos de Organização Defensiva não seja eficaz.

Iremos então apresentar a nossa ideia, da forma como deveremos defender, anulando os pontos fortes da equipa adversária
e tentando explorar as suas debilidades, visto que apresenta alguns momentos de desorganização quando está a atacar:

Problema 1 - Condicionar a Fase de Construção

Na análise individual realizada, foi identificado um atleta claramente abaixo dos restantes, em termos técnicos, mas também
em termos do seu posicionamento defensivo e da sua baixa estatura. Esse atleta tem que ser explorado constantemente
durante o jogo e da forma como pensamos condicionar a Fase de Construção, iremos tentar canalizar a decisão para esse
jogador.

Outra situação que deveremos ter em conta é a qualidade técnica do Guarda-Redes adversário, tanto com a bola nos pés,
como na reposição e colocação de pontapés de baliza, procurando sempre o Ponta de Lança, que se desloca quase
sempre para o lado direito do ataque, para tentar um “flick” para o extremo direito que entra em velocidade nas costas da
linha defensiva.

Em Fase de Criação, a procura pelo seu extremo esquerdo é recorrente. Possui uma qualidade de drible no 1x1 acima da
média, saindo bem do drible para a esquerda e para a direita. Nesta fase, o Médio Defensivo fica sempre muito recuado,
perto dos centrais, para preparar uma possível perda de bola da sua equipa.

Na Fase de Finalização, o Ponta de Lança posiciona-se sempre numa zona “cega” do central, partindo das suas costas para
atacar o 1º poste, sendo o Médio Centro e o Extremo do lado contrário a variar, atacando o 2º poste e a zona da marca de
grande penalidade, ficando o outro Médio Centro fora da área em equilíbrio.

Tendo em conta esta análise, esta será a nossa abordagem a este momento do jogo:

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

O objectivo principal será condicionar o adversário, de forma a que


saia a jogar de trás, curto, canalizando o jogo para o seu lateral direito,
onde iremos efectuar uma pressão mais acentuada tendo em conta
que é um jogador que tem bastantes dificuldades técnicas e que, sob
pressão, as suas decisões não são as melhores. Para que isso
aconteça, o Ponta de Lança deverá posicionar-se do lado contrário,
garantindo que o passe sai para o Central do lado esquerdo, enquanto
que o Avançado Esquerdo deverá estar colocado numa posição
interior, libertando espaço para o Defesa Direito contrário poder
receber a bola e depois exercermos a pressão.

Através da análise efectuada, o recurso ao pontapé longo do


Guarda-Redes, no pontapé de baliza, sempre em direcção ao Ponta
de Lança, que se deslocava para o lado direito (nosso lado
esquerdo), para tentar tocar de cabeça (“flick”) para a entrada do
Extremo Direito nas costas entre o lateral e o central, foi recorrente.
Desta forma, e como não existe forma de condicionar essa intenção,
teremos de abordar essa situação em treino, dando ênfase na
importância da cobertura e equilíbrio defensivo, fechando nas
costas de quem disputa o lance de cabeça, bem como no
aproximar dos nossos 2 Médios Centro para ganhar um possível
ressalto ou tentativa de “amorti” de cabeça para um colega que
esteja de frente para o jogo.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Apresentando soluções para contrariar as potencialidades do adversário, condicionando a sua Fase de Construção,
tentaremos apresentar quais as preocupações e de que forma tentaríamos condicionar a Fase de Criação da seguinte
forma:

Problema 2 - Condicionar a Fase de Criação

Sabendo que o ataque da equipa adversária passa muito pela


capacidade de desequilíbrio no 1x1 do Extremo Esquerdo, teremos
de ter a cobertura ao jogador que lhe sai na contenção muito perto,
de forma a que, caso este seja batido, tenhamos outro jogador para
“saltar” imediatamente nesse jogador, tentando o desarme e/ou
condicionar a sua acção/decisão.

Problema 3 - Controlo da Fase de Finalização

Relativamente à Fase de Finalização, esta será trabalhada em treino,


passando a infor mação aos jogadores e simulando as
movimentações efectuadas pelo adversário, com o Ponta de Lança
a “esconder-se no lado cego” do central, partindo das suas costas
para depois atacar o 1º poste, sendo que o Médio Centro e o
Extremo do lado contrário variam no ataque ao 2º poste e à zona da
marca de grande penalidade.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Tendo em conta o apresentado, apresentamos a Sessão de Treino de Terça-Feira, com o foco na Organização
Defensiva:

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Condicionar a Fase de Construção - Organização Defensiva c/ Bloco Médio/Alto
+ Finalização - 9x9+GR / 2x2+GR (2x12’) Jogo Formal - GR+10x10+GR
GR+7x7 / 3x3+GR (2x12’)

T
E
R Descrição do Exercício:

Ç A bola inicia na equipa de branco e o objectivo é fazer


chegar a bola aos seus 3 avançados que criarão uma

A
 situação de 3x3 com os 3 defesas contrários. O


objectivo da equipa de roxo é recuperar a bola e
ORGANIZAÇÃO tentar marcar golo. Uma vez chegando à área
-
 delimitada pelo tracejado, nenhum jogador de fora
DEFENSIVA pode entrar e desenrola-se uma situação de 3x3., em
F
 que a equipa atacante tem 5 segundos para finalizar.
A equipa com menos golos perde.

E
 Finalização sob pressão - GR+3x3+GR (2’


ou 3 golos)
I

R

A

Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:


A bola inicia sempre na equipa que ataca e o Jogo formal com os mesmos comportamentos
objectivo é marcar golo. O objectivo da outra trabalhados durante a sessão.
equipa é não sofrer golo e, se ganhar a posse de
O objectivo do exercício é o golo. Trabalhar a bola tem que passar com a bola controlada na Para a equipa de branco: Golo da equipa de
finalização, sob pressão, de diversas linha ou em passe para o Ponta de Lança, branco vale 2, golo do Extremo Esquerdo vale 2,
posições. seguindo para uma situação de 2x2+GR, para Golo após pontapé de baliza longo vale 3.
marcar golo, tendo 5 segundos. Golos do Extremo
Para a equipa de Roxo: Golo após recuperação
Esquerdo, contam 3. Perde a equipa com menos
golos. no corredor esquerdo vale 3.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 O objectivo do exercício é condicionar o adversário ao que pretendemos: sair a jogar


curto, direccionar a sua progressão para o lado direito (visto que é onde está o
Condicionar a Fase de Construção -
GR+7x7 / 3x3+GR (2x12’) jogador mais frágil da equipa - defesa direito) e depois aí intensificar a pressão para
recuperarmos a bola.

O facto de termos criado a zona de 3x3 caso a equipa que ataca consiga transitar
para essa zona com um passe, para além da questão motivacional que a
possibilidade de golo cria à equipa branca, é para estimular a defesa agressiva por
parte dos roxos, não permitindo que esse passe entre, posicionando-se bem e com
os centrais sempre próximos dos atacantes contrários, tentando a antecipação.

Descrição do Exercício:

A bola inicia na equipa de branco e o objectivo


é fazer chegar a bola aos seus 3 avançados
que criarão uma situação de 3x3 com os 3
defesas contrários. O objectivo da equipa de
roxo é recuperar a bola e tentar marcar golo.
Uma vez chegando à área delimitada pelo
tracejado, nenhum jogador de fora pode entrar
e desenrola-se uma situação de 3x3., em que a
equipa atacante tem 5 segundos para finalizar.
A equipa com menos golos perde.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Golos, golos, golos, de todas as maneiras e feitios.


Finalização sob pressão -
GR+3x3+GR (2’ ou 3 golos)

Descrição do Exercício:

O objectivo do exercício é o golo.


Trabalhar a finalização, sob
pressão, de diversas posições.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Voltamos a manipular o exercício, estimulando a qualidade das coberturas para


Organização Defensiva c/ Bloco
anular a qualidade dos extremos, nomeadamente o Extremo Esquerdo.
Médio/Baixo + Finalização - 9x9+GR
(2x12’)

Descrição do Exercício:
A bola inicia sempre na equipa que
ataca e o objectivo é marcar golo.
O objectivo da outra equipa é não
sofrer golo e, se ganhar a posse de
bola tem que passar com a bola
controlada na linha ou em passe
para o Ponta de Lança, seguindo
para uma situação de 2x2+GR,
para marcar golo, tendo 5
segundos. Golos do Extremo
Esquerdo, contam 3. Perde a
equipa com menos golos.

TOMÁS PEREIRA
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 O sistema de pontuação que colocamos, vai aproximar o jogo do que será o jogo do
fim de semana e, do que procuramos que seja realizado, com vista ao sucesso.
Jogo Formal - GR+10x10+GR
Para a equipa de roxo, o facto de obter 3 pontos após recuperação da bola no
corredor esquerdo, prende-se com o facto de praticar o que foi abordado
anteriormente, condicionando o jogo para esse lado.

Para a equipa de branco, o sistema de pontuação assenta nos pontos fortes do


adversário:
• Qualidade do Extremo Esquerdo
• Necessidade de anular os Pontapés de Baliza longos do GR, trabalhando as
coberturas ao jogador que disputa a bola no ar, bem como a aproximação dos
Médios Centro para um possível “amorti” do Avançado
• Apelo à concentração total durante todo o exercício, visto que qualquer golo da
equipa de branco vale 2
Descrição do Exercício:

Jogo formal com os mesmos comportamentos


trabalhados durante a sessão.

Para a equipa de branco: Golo da equipa de


branco vale 2, golo do Extremo Esquerdo vale
2, Golo após pontapé de baliza longo vale 3.
Para a equipa de Roxo: Golo após
recuperação no corredor esquerdo vale 3.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
DEFENSIVA
SEMANA 6

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Em termos de Transição Defensiva, após a análise ao adversário foram observados alguns comportamentos que
deveremos ter em conta, de forma a não sermos surpreendidos. Passamos então a apresentar, a forma como
abordaremos essas situações:

Problema 1 - Antecipar comportamentos após recuperação em Zona Baixa

Foi visível que, após a recuperação de bola numa zona baixa do terreno de jogo, o adversário procurava imediatamente
o espaço nas costas do lateral e do central, através de um passe longo, explorando a velocidade dos dois extremos,
preferencialmente o Extremo Esquerdo.

O 1º objectivo fundamental será exercer uma pressão imediata ao


portador da bola, pelo jogador/es mais próximo/s, de forma a
condicionar e/ou evitar que o adversário tenha tempo para decidir o
tentar o passe longo para as costas da nossa linha defensiva. Caso
essa pressão imediata não seja suficientemente rápida para evitar que
saia o passe longo (não estando a bola “coberta”), a linha defensiva
deverá baixar, antecipando esse mesmo passe, sempre com o foco
em que os Defesas Centrais laterais deverão estar sempre próximos
dos Alas, garantindo a cobertura, sabendo que possivelmente o
adversário tentará uma situação de 1x1 nos corredores laterais.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Problema 2 - Antecipar comportamentos após recuperação em Zona Alta

Aquando da recuperação da bola em zonas mais altas do terreno de jogo, a tendência foi, mais uma vez, procurar os
extremos mas desta vez através de passe curto, para que estes explorassem o drible em situações de 1x1, partindo de
posições exteriores e atacando em velocidade o jogador em contenção. Caso não fosse possível e o bloco defensivo
do adversário estivesse fechado, voltavam atrás, recomeçando o ataque.

Aqui, e como em todo o processo, deveremos ser fieis às nossas


ideias e princípios, não deixando o portador da bola decidir sem
qualquer tipo de pressão. Deveremos pressionar imediatamente,
obrigando a jogar para trás e garantindo-nos tempo para reorganizar
o nosso bloco defensivo. Caso o adversário tenha tempo de realizar
o passe para um dos extremos, como é a intenção, relembrar que
deveremos ter jogadores em cobertura, próximos do jogador em
contenção, de forma a poder estar preparado caso o adversário
consiga ultrapassar o defensor, em drible numa situação de 1x1.

Esta será a forma como abordaremos o jogo, em termos de Transição Defensiva, criando então uma sessão de treino,
em que debruçaremos o nosso foco para estas situações específicas.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO Transição grupal com 2 Jogo Condicionado -
Transição grupal - 4+4x4 (5x3’)
balizas - 6x6+2GR (4x5’) GR+10x10+GR

Q Descrição do Exercício:
U Uma equipa com o objectivo de manter a posse de
bola e não sofrer golos. A outra com o objectivo de
A tentar roubar a bola e marcar numa das duas
balizas. A equipa com mais golos sofridos no final
R de cada 2 períodos perde.

Transição em Desequilíbrio -
T 3x2 / 5x3+GR (2x10’)
A
 TRANSIÇÃO
-
 DEFENSIVA
F

E

I

R

A Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

A bola inicia no rectângulo a tracejado vermelho, na


equipa de roxo, e o objectivo é marcar golo numa das 3
Jogo formal, com condicionantes. Equipa
2 equipas com a posse da bola, 1 equipa balizas. O objectivo dos 3 amarelos é recuperar a bola e que defende, linha de 3 centrais não pode
sem a posse. A equipa que perde a bola vai atacar rapidamente, com a bola controlada, a baliza ultrapassar a linha tracejada e só 1 médio
para o meio e os restantes devem contar defendida pelo GR de cinzento. 2 amarelos podem pode entrar nessa zona para tentar recuperar
transitar para o contra-ataque. A equipa amarela tem 7
quantos passes fazem. A cada 5 passes a segundos para finalizar.Um dos 2 roxos deve seguir na a bola / retardar a progressão. Equipa que
equipa que está no meio ganha 1 ponto. A perseguição para tentar parar/retardar o contra-ataque. ataca, chegando à zona de ataque tem 7
equipa que tiver mais pontos perde. Se a equipa roxa recuperar a bola, tem 5 segundos para segundos para finalizar. Equipa com mais
passar a bola ao roxo que se encontra no quadrado para
golos, ganha.
finalizar. A equipa com mais golos ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Os exercícios escolhidos para o dia em que o foco principal é a Transição Defensiva
serão alguns já trabalhados anteriormente.
Transição grupal - 4+4x4 (5x3’)
Aqui o foco é na reacção à perda através dos jogadores mais próximos da bola.

Descrição do Exercício:

2 equipas com a posse da bola, 1


equipa sem a posse. A equipa que
perde a bola vai para o meio e os
restantes devem contar quantos
passes fazem. A cada 5 passes a
equipa que está no meio ganha 1
ponto. A equipa que tiver mais
pontos perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Aumentamos o espaço, sendo que os objectivos continuam a ser os mesmos, mas
com ênfase também no comportamento dos jogadores mais distantes da zona onde a
Transição grupal com 2 balizas -
6x6+2GR (4x5’) bola foi perdida.

Descrição do Exercício:

Uma equipa com o objectivo de


manter a posse de bola e não
sofrer golos. A outra com o
objectivo de tentar roubar a bola e
marcar numa das duas balizas. A
equipa com mais golos sofridos no
final de cada 2 períodos perde.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Passamos para uma situação em que trabalharemos a Transição Defensiva quando a
nossa equipa se encontra desequilibrada.
Transição em Desequilíbrio -
3x2 / 5x3+GR (2x10’)

Descrição do Exercício:
A bola inicia no rectângulo a tracejado vermelho,
na equipa de roxo, e o objectivo é marcar golo
numa das 3 balizas. O objectivo dos 3 amarelos é
recuperar a bola e atacar rapidamente, com a bola
controlada, a baliza defendida pelo GR de
cinzento. 2 amarelos podem transitar para o contra-
ataque. A equipa amarela tem 7 segundos para
finalizar.Um dos 2 roxos deve seguir na
perseguição para tentar parar/retardar o contra-
ataque. Se a equipa roxa recuperar a bola, tem 5
segundos para passar a bola ao roxo que se
encontra no quadrado para finalizar. A equipa com
mais golos ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO DEFENSIVA

EXERCÍCIO 3 E finalizaremos com um exercício estimulando a pressão agressiva no momento sem


bola, sendo criadas situações de desorganização momentânea, cumprindo os
Jogo Condicionado -
GR+10x10+GR princípios já abordados para as resolver.

Descrição do Exercício:
Jogo formal, com condicionantes. Equipa que
defende, linha de 3 centrais não pode ultrapassar a
linha tracejada e só 1 médio pode entrar nessa
zona para tentar recuperar a bola / retardar a
progressão. Equipa que ataca, chegando à zona
de ataque tem 7 segundos para finalizar. Equipa
com mais golos, ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO
OFENSIVA
SEMANA 6

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

No 4º Momento do Jogo analisado, pensamos que existe uma situação recorrente que deverá ser explorada e que
passamos a mencionar.

O facto dos médios centro adversários terem muita mobilidade na


procura de linhas de passe para garantir a posse de bola, por
diversas vezes, faz com que os 3 médios estejam colocados no
mesmo corredor, fazendo com que exista espaço no corredor
contrário para explorarmos, em caso de Transição Ofensiva. Nessa
situação, deverá ser o Avançado do lado contrário a procurar ligar o
jogo, oferecendo uma linha de passe, com a projecção imediata dos
alas e com movimentos de ruptura na frente, para desorganizar a
última linha defensiva e criar situação de finalização.

Esta seria a situação que iríamos explorar, tendo em conta os comportamentos apresentados pela equipa adversária.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Rápida Circulação p/ retirar da
Contra-Ataque - 4x4 / 5x4+GR Jogo Condicionado por zonas -
Zona de Pressão GR+10x10+GR
(2x10’) GR+10x10+GR
(2x12’)

Q
U
I
N
T
A TRANSIÇÃO
-
 OFENSIVA
F

E

I
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:

R
 Uma equipa inicia com a bola e o


objectivo é fazer 12 passes, se o
Jogo formal, com condicionantes. Na
equipa que ataca, jogador com bola
A Jogo formal com uma condicionante. conseguir marca 1 golo. Se a equipa
pode progredir para a zona seguinte.
contrária ganhar a bola deve realizar
Cada vez que uma equipa recuperar a Pode baixar sempre 1 jogador para criar
um passe para o Avançado do lado
bola, tem que fazer 4 passes na superioridade na zona abaixo. Na zona
esquerdo e depois iniciar um contra-
mesma zona para poder tirar daquela de finalização, podem entrar 2 jogadores
ataque (o Ala Direito pode juntar-se),
zona e transitar para outra. Quem e a equipa tem 7 segundos para finalizar.
finalizando em 7 segundos (máximo). A
marcar mais golos, ganha. A equipa que defende, só pode defender
bola inicia sempre na equipa que
com os jogadores dessa zona. Equipa
mantém a posse. Equipa com mais
com mais golos, ganha.
pontos, ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 1 Neste primeiro exercício, voltaríamos a repetir um exercício já bastante utilizado, que
no nosso entender, é essencial para dotar a equipa na qualidade da sua reacção ao
Rápida Circulação p/ retirar da Zona
de Pressão GR+10x10+GR (2x12’) ganho da bola, na medida que teremos sempre muitos jogadores adversários perto
da zona da bola e, como tal, precisamos de apoios para que consigamos manter a
posse de bola (evitando nova perda da posse) e, posteriormente podermos progredir,
retirando a bola da zona de pressão.

Descrição do Exercício:

Jogo formal com uma


condicionante. Cada vez que uma
equipa recuperar a bola, tem que
fazer 4 passes na mesma zona
para poder tirar daquela zona e
transitar para outra. Quem marcar
mais golos, ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 2 Aqui, tentaremos representar uma situação estratégica que poderemos explorar no
jogo. O facto do adversário colocar muitas vezes os 3 médios centro no mesmo
Contra-Ataque - 4x4 / 5x4+GR
(2x10’) corredor, faz com que, após a recuperação da posse de bola, possamos explorar o
lado contrário com velocidade, tendo apenas pela frente a linha defensiva.

Nesse momento, com movimentos de arrasto para ajudar na criação de espaços,


deveremos decidir rapidamente, com vista à criação de situações de finalização.

Exercício muito similar ao que temos realizado, mas desta vez realizado no corredor
lateral fruto dessa situação estratégica já enunciada.

Descrição do Exercício:

Uma equipa inicia com a bola e o objectivo


é fazer 12 passes, se o conseguir marca 1
golo. Se a equipa contrária ganhar a bola
deve realizar um passe para o Avançado
do lado esquerdo e depois iniciar um
contra-ataque (o Ala Direito pode juntar-se),
finalizando em 7 segundos (máximo). A
bola inicia sempre na equipa que mantém a
posse. Equipa com mais pontos, ganha.

TOMÁS PEREIRA
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TRANSIÇÃO OFENSIVA

EXERCÍCIO 3 Por fim, terminaremos com um jogo por zonas, em que procuraremos “ligar” o nosso
jogo, criando superioridade nos diferentes sectores.
Jogo Condicionado por zonas -
GR+10x10+GR
Entrando no sector avançado, hora de decidir rápido, mais uma vez utilizando
movimentos de arrasto de forma a podermos desorganizar a linha defensiva contrária,
criando espaços de progressão para que possamos chegar ao golo.

Descrição do Exercício:

Jogo condicionado por zonas, com condicionantes.


Na equipa que ataca, jogador com bola pode
progredir para a zona seguinte. Pode baixar
sempre 1 jogador para criar superioridade na zona
abaixo. Na zona de finalização, podem entrar 2
jogadores e a equipa tem 7 segundos para finalizar.
A equipa que defende, só pode defender com os
jogadores dessa zona. Equipa com mais golos,
ganha.

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO
DO JOGO
JOGO OFICIAL 1

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

No último dia de sessão de treino antes do jogo, à semelhança do que fizemos nas semanas anteriores, o objectivo
passa por relembrar o plano de jogo e as situações estratégicas adjacentes a esse mesmo plano.

Algo que abordaremos neste dia serão as bolas paradas, visto que o adversário apresenta também algumas valências
e potencialidades que deverão ser tidas em conta, bem como algumas debilidades que poderemos e deveremos
explorar.

Desta forma, esta será a nossa ideia na abordagem às situações de bola parada:

Problema 1 - Cantos Ofensivos do adversário

Nas análises efectuadas, conseguimos observar que o adversário coloca sempre dois jogadores perto da bola (um
destro e um canhoto), causando alguma imprevisibilidade na possível trajectória do cruzamento e podendo criar
também uma situação de 2x1 através do canto. Colocam também sempre um jogador no 1º poste que, em caso de
canto ao 1º poste, tenta um “flick” para trás atacando 5 jogadores vindos de trás, que variam entre o 1º poste, zona
central e 2º poste. Deixam um jogador fora da área em equilíbrio e um jogador no meio campo.

De forma a respondermos ao posicionamento e comportamentos da equipa adversária,


adoptaríamos um posicionamento semelhante ao que tenhamos definido, com duas variações. O
jogador que normalmente se encontra em frente à linha posicionada em frente ao 1º poste, ficaria
perto da bola de forma a estarmos preparados para o canto curto, bem como o jogador que
normalmente está posicionado mais à frente, do lado da bola, também estaria mais próximo, de
forma a estarmos preparados caso existisse a tentativa de 2x1 no canto. É esse jogador (destacado
na imagem) que é o 1º a preparar uma possível transição ofensiva, visto que, caso não seja
realizado canto curto, deverá progredir em velocidade em direcção à baliza contrária, afim de poder
receber a bola do guarda-redes ou de um colega após o canto. Fundamental que esse jogador seja
o jogador mais forte em termos técnicos e com uma velocidade acima da média dos seus colegas.
TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

Problema 2 - Livres Laterais Ofensivos do adversário

Em termos de livres laterais, é onde nos parece que poderão ser criados mais problemas à nossa equipa. A
movimentação do adversário é bastante interessante, não sendo fácil de contrariar.

O adversário coloca 2 jogadores na bola (canhoto e destro) para criar imprevisibilidade acerca da trajectória que a bola
tomará. Um Médio centro fora da área garantindo o equilíbrio. Depois, na zona de decisão, coloca 2 jogadores perto da
barreira, que irão tentar bloquear os dois últimos jogadores da barreira, de forma a que os 3 jogadores que estão fora
da área consigam entrar ao 2º poste, soltos de marcação, ou para cabecear para a baliza, ou para cabecear para o
lado, onde tentará aparecer o Ponta de Lança que parte de uma posição de fora de jogo.

Tendo em conta estas particularidades, vamos tentar contrariar desta forma.

Vamos tirar um dos jogadores que se encontram normalmente fora da área, para uma
situação de marcação homem-a-homem ao jogador mais alto do adversário. Os últimos
dois jogadores da linha defensiva irão estar constantemente a mudar de lugar entre si
de forma a criarem dúvida e dificuldade aos jogadores que tentarão bloquear. O 3º
último jogador sairá da posição após o jogador adversário partir para a bola,
procurando um dos jogadores que irá ao 2º poste. Os restantes irão ajustar de forma a
suprimirem o espaço que esse jogador criou ao sair da posição. Fundamental que,
após observarmos que o jogador está a partir para a bola, adoptando o
posicionamento corporal adequado, possamos baixar antecipando o que irá acontecer.

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

Problema 3 - Cantos Defensivos

Chegando aos cantos defensivos, o adversário apresenta-se com uma defesa mista, com uma linha de jogadores na
pequena área em defesa à zona, um jogador no 1º poste e outro jogador no 2º poste. Apresentam também 3 jogadores
à frente dessa linha em marcação homem-a-homem, procurando sobretudo os Defesas Centrais e os Ponta de Lança
adversários. Em caso de tentarmos o canto curto, colocarão 2 jogadores também garantindo igualdade numérica.
Existe a possibilidade de criação de superioridade no 2º poste, devido à baixa estatura do Defesa Direito.

Com base nesta análise, a nossa abordagem será a seguinte:

O canto, no caso de do lado direito, será batido por um canhoto, de forma a que a bola
consiga levar a trajectória de aproximação da baliza na parte final. Caso seja do lado
esquerdo, será batido por um jogador destro. Se podemos tirar mais um jogador de dentro
da área, assim o faremos, colocando 2 jogadores perto da bola, atraindo 2 jogadores
adversários. Depois, juntaremos o nosso quarteto para atacar a bola, com 2 jogadores a
realizarem bloqueio para que os outros dois possam seguir soltos de marcação em
direcção à baliza adversária. Após a bola ser batida e do bloqueio realizado 1 jogador
deve atacar o 1º poste e o outro jogador deverá atacar o 2º poste, aproveitando as
debilidades do Defesa Direito adversário, que irá ser bloqueado pelo Médio Centro, que
estará colocado perto do mesmo aquando do batimento do canto. Os dois jogadores que
realizaram o bloqueio devem atacar a zona central.

TOMÁS PEREIRA
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PREPARAÇÃO DO JOGO

Problema 4 - Livres Laterais Defensivos

Quanto aos livres laterais, à semelhança do Canto Defensivo, o adversário também se apresenta com uma defesa
mista, com a linha defensiva orientada pela marca de grande penalidade e 1 jogador em frente a essa linha em
marcação individual, procurando os Defesas Centrais e os Pontas de Lança adversários.. Colocam 3 jogadores fora da
área preparados para a Transição Ofensiva, algo que deveremos ter em atenção. Mais uma vez, poderemos tirar
partido do Defesa Direito adversário, que em livres do lado direito, posiciona-se no último lugar da linha defensiva.

Tendo em conta estas condicionantes, esta é a nossa ideia para tentar tirar vantagem das mesmas:

Á semelhança do que o adversário faz no seu livre lateral ofensivo, nós também iremos
colocar 2 jogadores na bola, criando dúvida na forma como a bola vai ser batida e,
acima de tudo, obrigar a que o adversário coloque 2 jogadores na barreira, tirando-o da
zona de marcação/transição. Médio Centro mais próximo para preparar a Transição
Defensiva, de forma que estejamos perto dos jogadores da barreira que poderão sair
de forma rápida. Depois voltaremos a colocar os 4 juntos, sendo marcados por 2
jogadores adversários (os que se encontram com referências de marcação individual).
2 jogadores irão bloquear esses 2 adversários, de forma que tenhamos 2 jogadores a
saírem sem qualquer marcação. Um irá atacar a zona do 1º poste, atacando a bola de
frente para a baliza, o outro atacará o 2º poste em que, fruto de um bloqueio do Médio
Centro que se encontra posicionado ao lado do Defesa Direito (jogador mais débil),
surgindo sem qualquer marcação por parte do adversário. Os jogadores do bloqueio
atacarão a zona central.

TOMÁS PEREIRA
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MOMENTO DO
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3
JOGO
Condicionar a Fase de Construção - Organização Ofensiva - Jogo Bolas Paradas
GR+7x7 / 3x3+GR (2x8’) Condicionado GR+10x10+GR (2x8’) Situações Estratégicas + Penaltys

S
E
X
T
A
TODOS OS
-

MOMENTOS
F

E

I

R
 Descrição do Exercício: Descrição do Exercício: Descrição do Exercício:
A A equipa que sai a jogar de trás sai sempre com a
bola. O objectivo da equipa que sai de trás é
progredir tentar marcar golo numa das 3 balizas. O
A bola inicia na equipa de branco e o objectivo é fazer
objectivo da outra equipa é recuperar a bola e
chegar a bola aos seus 3 avançados que criarão uma Jogo entre as 2 equipas, com cada equipa a bater 5
marcar golo na baliza onde inicia o exercício. Os
situação de 3x3 com os 3 defesas contrários. O cantos de cada lado (ofensivos e defensivos), de
avançados da equipa que defende devem
objectivo da equipa de roxo é recuperar a bola e acordo com os seguintes posicionamentos. A equipa
posicionar-se inicialmente atrás da linha a
tentar marcar golo. Uma vez chegando à área que sofre 1 golo paga 15 flexões, mantendo os
tracejado e logo após o passe para um dos
delimitada pelo tracejado, nenhum jogador de fora jogadores empenhados e motivados, numa tarefa que
centrais são obrigados a entrar na zona dos 3
pode entrar e desenrola-se uma situação de 3x3., em normalmente é pouco intensa e que os jogadores
centrais, tentando interceptar a bola. Os Médios
que a equipa atacante tem 5 segundos para finalizar. facilmente perdem o foco.
centro que defendem marcam Homem-a-Homem.
A equipa com menos golos perde.
A equipa que defende, se marcar golo através do
Extremo Esquerdo ganha 3 pontos.A equipa com
menos golos perde.

TOMÁS PEREIRA
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JOGO OFICIAL
1

TOMÁS PEREIRA
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JOGO OFICIAL 1

Chegamos ao dia “D”. O dia das decisões e o dia para o qual tanto trabalhámos para nos apresentarmos a um nível
elevado, que nos permita obter os primeiros 3 pontos, os primeiros da época.

E o aquecimento para este jogo, como vai ser? Vai mudar? Vamos repetir?

Uma coisa é certa. Foram 6 semanas de preparação, 6 jogos realizados com 35 minutos de aquecimento cada, o que
perfaz um total de 210 minutos de treino extra, ou seja, 2 treinos completos de 90 minutos e mais 30 minutos.

Para nós é claro que o aquecimento pré-jogo tem um potencial enorme na preparação do mesmo, mas acima de tudo, na
melhoria do nosso “Jogar”, na criação de uma dinâmica colectiva, de comportamentos, de relações entre jogadores.

O aquecimento para jogo será, mais uma vez, recriando tudo o que será importante termos no nosso inconsciente para
podermos levar de vencido o adversário que iremos defrontar.

Assim, para além da rotina de início de aquecimento pré-jogo, iremos fazer uma abordagem à forma como queremos
condicionar a saída de trás do adversário, passando para a nossa saída de trás em Organização Ofensiva condicionada
pelo comportamento habitual do nosso opositor, de seguida trabalharemos a qualidade do mesmo momento mas com o
foco na Fase de Criação e na Fase de Finalização, finalizando com trabalho específico de combinações ofensivas e de
coberturas e controlo da profundidade.

De referir também que iremos para aquecimento mais cedo, para que possamos regressar ao balneário com alguma
antecedência afim de reunirmos para as últimas palavras, visualização das bolas paradas que se encontrarão na parede
para que todos possam ter a certeza do que realizar e onde se devem posicionar, finalizando, antes de sair para o campo,
com um exercício de ESR (“Emotional Stress Release”), de forma a que se possam libertar do stress sentido antes do 1º
jogo oficial, e para que se possam inspirar e motivar de forma saudável, sem quaisquer tipo de bloqueios, fazendo com
que a qualidade do seu jogo flua naturalmente.

TOMÁS PEREIRA
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EXERCÍCIO 5 EXERCÍCIO 5
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2 EXERCÍCIO 3 EXERCÍCIO 4
(SIMULTÂNEO) (SIMULTÂNEO)
Meinho 4x1 com Controlo da
mobilização articular Organização Defensiva - profundidade +
Organização Ofensiva - Saída
(5’) + Passe com Condicionar a Saída - Organização Ofensiva - Combinações com Coberturas com os 3
de trás - GR+9x8 (6’) +
mudanças de GR+10x10+GR (6’) + 10x9+GR (6’) + Hidratação (1’) finalização (10x2) (5’) centrais + 3
Hidratação (1’)
direcção (2’) + Hidratação (1’) antecipações de cabeça
Hidratação (1’) (5’)

J
O
G
O


O
F

I

C

I

Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do Descrição do
A
 Descrição do Exercício:
Exercício: Exercício: Exercício: Exercício: Exercício:
L Meinho 4x1, a 1 toque,
A equipa que sai a jogar de trás sai
sempre com a bola. O objectivo da O treinador vai simular situações
para desenvolver a equipa que sai de trás é passar com a de “bola coberta” e de “bola
qualidade do 1º toque. A bola inicia na equipa de bola controlada na linha de meio A equipa com bola inicia sempre o descoberta” com os jogadores a
campo. O objectivo da outra equipa é Combinações com a bola a reagirem ao estímulo, adoptando
Pausas para realização de branco e o objectivo é fazer ataque e tem como objectivo marcar
1 exercícios de mobilização chegar a bola aos seus 3 recuperar a bola e marcar golo. Os
avançados da equipa que defende
golo. Se perder a bola, a outra equipa
sair sempre dos centrais.
Exercício realizado com
posição. Foco na posição dos
apoios e na orientação do peito/
articular. avançados que devem passar marca golo passando com a bola
devem posicionar-se inicialmente atrás suplentes no lugar dos ombros. O treinador vai lançando
—————————— com a bola controlada na linha controlada na linha. a equipa que
da linha a tracejado e logo após o centrais. EXERCÍCIO 5 bolas para que um dos centrais
Utilizando toda a largura do de meio campo. O objectivo da perder a bola e recuperar na mesma dispute a bola no ar, com os
passe para um dos centrais são REALIZADO EM
meio campo, passes com equipa de roxo é recuperar a zona que perdeu, ganha 2 pontos. outros 2 centrais em cobertura. 3
obrigados a entrar na zona dos 3 SIMULTÂNEO COM O
mudança de direcção, bola e tentar marcar golo. A Após o exercício, hidratação e pausa jogadores (suplentes) a circular a
centrais, tentando interceptar a bola. Os EXERCÍCIO 6
seguindo de hidratação
 equipa com menos golos perde. completa. bola e os centrais a trabalharem

 Médios centro que defendem marcam as coberturas quando um sai no
Homem-a-Homem. A equipa que portador da bola
defende, se marcar golo através do
Extremo Esquerdo ganha 3 pontos.
equipa com menos golos perde.

TOMÁS PEREIRA
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GESTÃO DO
GRUPO

TOMÁS PEREIRA
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GESTÃO DO GRUPO

Ensinar é diferente de aprender, e são muitas as razões para que a mensagem do treinador não passe para os atletas,
fazendo com não seja visível no campo o que se pretende.

Para que consigamos retirar o máximo do potencial de cada atleta, temos que atender que cada um possui uma
personalidade única, objectivos distintos, egos diferentes, níveis de confiança diferenciados, que também diferem
durante os vários períodos da época, alguns que sofrem de patologias que não são visíveis e outros que têm problemas
laterais que são igualmente invisíveis a qualquer adepto (problemas familiares, no seu emprego, entre outros).

É igualmente fundamental atender ao grupo de idade com que se está a trabalhar porque a forma como nos dirigimos e
abordamos uma criança de 12 anos, não é nem pode ser a mesma forma de abordagem de um atleta sénior.

Todos estes factores podem influenciar o rendimento e performance do atleta e, cabe-nos a nós treinadores influenciar
de forma positiva os atletas para que possamos “tirar todo o sumo” que estes têm para dar.

Desta forma vamos tentar partilhar, algo que é para nós uma autêntica bíblia da forma como devem ser geridos os
grupos de trabalho, seja em contexto desportivo, empresarial, ou em qualquer outro contexto que envolva gestão de
pessoal.

TOMÁS PEREIRA
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FASES DA
GESTÃO DE
GRUPOS

TOMÁS PEREIRA
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FASES DA GESTÃO DE GRUPOS

Formar uma verdadeira equipa demora algum tempo, e os atletas passam por fases que são perceptíveis, desde um
grupo de indivíduos estranhos entre si, para um grupo coeso e unido, com objectivos comuns.

Existe um modelo e abordagem em que nos revemos e nos focamos, aquando da construção e gestão do nosso grupo
de trabalho, “Forming, Storming, Norming and Performing” do psicólogo Bruce Tuckman, porque acreditamos que é um
modelo que realmente espelha o progresso na construção de um grupo e que, conhecendo as suas fases, nos ajuda
bastante na gestão do mesmo.

TOMÁS PEREIRA
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FASES DA GESTÃO DE GRUPOS

FASE 1 - “Forming”

Nesta fase, a maioria dos atletas são positivos e respeitadores. Alguns podem estar ansiosos por não ter compreendido
completamente a tarefa a realizar e outros extremamente excitados pela tarefa que têm pela frente.

Como líder, temos um papel dominante nesta fase, visto que os atletas ainda não têm as suas posições e
responsabilidades completamente clarificadas.

Esta fase pode demorar algum tempo, consoante as tarefas e actividades realizadas, sendo um objectivo fundamental
da mesma, a promoção do trabalho colectivo e de fomentar que os atletas se possam conhecer entre si. Com esse
intuito, para além dos exercícios de campo, a criação de um contexto social importante e confortável a todos é
essencial.

TOMÁS PEREIRA
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FASES DA GESTÃO DE GRUPOS

FASE 2 - “Storming”

De seguida, o grupo entra na fase de “tempestade”, na fase em que vários atletas tentam “lutar” e testar ao máximo os
limites, as barreiras e as regras definidas anteriormente e é nesta fase que muitas das equipas falham e nesta fase que
muitos líderes “perdem o barco”, perdendo a confiança do grupo e acabando por sair do clube.

A turbulência e atrito surgem quando existe um conflito entre as formas de trabalhar dos membros do grupo e quando
essas diferentes formas de trabalhar afectam os restantes membros, causando frustrações. Outra forma de atrito
poderá ser quando a autoridade do treinador é posta em causa, por não definição ou má definição acerca das tarefas/
objectivos de cada atleta, da forma como a equipa deve trabalhar, incongruências na metodologia utilizada, causando
desconforto nos atletas.

Outros poderão não se sentirem confortáveis com o objectivo definido para a equipa, resistindo ou opondo-se às
tarefas a realizar.

Os membros do grupo que se revêem nos objectivos definidos e na forma de trabalhar, em caso de atrito entre o grupo
de trabalho, podem sentir “stress” por quererem obter rendimento mas sentirem que o grupo não está a contribuir para
isso, desenvolvendo também algum atrito.

TOMÁS PEREIRA
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FASES DA GESTÃO DE GRUPOS

FASE 3 - “Norming”

O grupo, gradualmente, começa a resolver as suas diferenças, valorizam os pontos fortes de cada membro do grupo e
respeitam a sua autoridade como líder, estabilizando o funcionamento da equipa.

Nesta fase, os membros do grupo já se conhecem, já se apoiam na procura do sucesso, com feedbacks construtivos
entre todos e com grande dedicação ao objectivo da equipa, notando-se uma melhoria progressiva no rendimento de
todos.

Ainda existe alguma sobreposição entre comportamentos de “storming” e de “norming” à medida que vão surgindo
novas tarefas, tendendo a estabilizar caso a gestão continue a ser feita de forma consistente e segura.

TOMÁS PEREIRA
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FASES DA GESTÃO DE GRUPOS

FASE 4 - “Performing”

A equipa chega à fase de performance/rendimento, quando o trabalho árduo, sem atrito, leva à aproximação ao
objectivo da equipa, e as estruturas e normas definidas por si suportam toda essa via.

Como líder, a sua função nesta fase deverá ser a de delegar o máximo possível, focando-se no desenvolvimento
individual de cada atleta, com vista à melhoria do mesmo, fazendo crescer ainda mais o rendimento da equipa, em
termos colectivos.

É uma fase em que parece fácil fazer parte do grupo, e os atletas que possam entrar ou sair não vão causar distúrbios
no desempenho porque os alicerces para esse caminho estão estáveis e consolidados.

TOMÁS PEREIRA
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TAREFAS DE
LIDERANÇA PARA AS
DIFERENTES FASES DA
GESTÃO DE
GRUPOS

TOMÁS PEREIRA
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TAREFAS DE LIDERANÇA PARA AS DIFERENTES FASES DA
GESTÃO DE GRUPOS

Tudo certo, foi interessante a descrição das diferentes fazes, mas de que forma é que poderemos passar do papel para
o campo? Que actividades/tarefas podemos desenvolver com o nosso grupo de trabalho?

Vamos tentar discriminar algumas tarefas/actividades que podem ser realizadas com o grupo de trabalho, afim de
podermos melhorar a qualidade do processo evolutivo do crescimento mesmo, em cada uma das fases:

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TAREFAS DE LIDERANÇA PARA AS DIFERENTES FASES DA
GESTÃO DE GRUPOS

FASE 1 - “Forming”
• Direcione o grupo e defina objectivos colectivos (equipa) e individuais (cada atleta)

FASE 2 - “Storming”
• Definir e estabelecer procedimentos e regras
• Fomente a confiança e os bons relacionamentos
• Resolva os conflitos rapidamente e com segurança
• Dê suporte, especialmente, aos atletas mais inseguros
• Permaneça positivo e firme diante dos desafios à sua liderança ou ao objectivo da equipa
• Explique como funciona este modelo de gestão de grupos, para que todos percebam que os problemas que vão
ocorrendo são normais e naturais e que tudo vai melhorar no futuro
• Discuta com a sua equipa técnica situações de assertividade e de resolução de conflitos para que possam estar
melhor preparados e resolver com eficácia sempre que surgir

FASE 3 - “Norming”
• Resguarde-se e ajude os membros da equipa a responsabilizarem-se pela procura e progresso em direcção ao
objectivo definido
• Esta é uma fase importante para se marcar um evento de “team building”

FASE 4 - “Performing”
• Delegue o máximo que conseguir, focando-se no pormenor e nos detalhes para tirar o máximo rendimento de cada
atleta, com vista à melhoria da performance da equipa
• Nesta fase são os líderes naturais da equipa que fazem a gestão do plantel, funcionando o treinador como
mediador

TOMÁS PEREIRA
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TAREFAS DE LIDERANÇA PARA AS DIFERENTES FASES DA
GESTÃO DE GRUPOS

Cada plantel é único e a duração de cada fase da gestão de grupos também diferem e são influenciadas por múltiplos
factores.

Cabe-nos a nós, treinadores, avaliar as personalidades que constituem o nosso plantel, ter a sensibilidade e
clarividência para analisar os comportamentos dos mesmos, canalizando todos para um objectivo colectivo comum,
atendendo sempre aos objectivos individuais de cada um, adoptando sempre um comportamento exemplar, de forma a
podermos ser respeitados por todos que constituem o grupo e que se revejam em si e que sintam como alguém que
lhes irá ajudar a atingirem patamares de performance de excelência.

TOMÁS PEREIRA
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TÉCNICA DE RELAXAMENTO
ANTI-STRESS

“ESR - Emotional Stress Release”

TOMÁS PEREIRA
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TÉCNICA DE RELAXAMENTO ANTI-STRESS -
“ESR - Emotional Stress Release”

“Emotional Stress Release”…o que é e qual é a pertinência de fazer parte desta obra?

Tudo o que envolve a descoberta de algo que não dominamos, cria stress, desconforto e dúvida, sendo que qualquer que
seja a técnica que nos consiga ajudar a libertar, a relaxar, só vem favorecer e contribuir para uma melhor performance, seja
em termos desportivos, profissionais, e em demais contextos.

Quando sentimos stress, seja de forma emocional ou física, os nossos organismos passam por uma série de mudanças
bioquímicas que variam em termos de intensidade, dependendo da gravidade do trauma ou do stress sentido, fazendo-nos,
por vezes, ficar presos na emoção ou na resposta física a esse estímulo.

Segundo George Joseph Goodheart Jr., mentor e inventor da Kinesiologia Aplicada, o “Emotional Stress Release” (ESR) é uma
técnica rápida e fácil, que pode ser usada para ajudar a reequilibrar as nossas emoções e a libertar a energia reprimida. Os
seus efeitos físicos podem incluir uma sensação geral de leveza e relaxamento, libertação de um possível nevoeiro mental e
uma maior claridade ao nível da visão e audição.

A ESR activa os reflexos (pontos neuro-vasculares) que facilita o transporte de mais sangue para os lobos frontais do cérebro.

A parte traseira do cérebro é definida como o modo de sobrevivência, de resposta de luta e de fuga, na qual geramos
respostas automáticas baseadas no medo, situações alarmantes e em experiências passadas.

A parte frontal é criativa, que nos guia a novas opções e a novas alternativas. Quando é estimulada a parte frontal, tendemos
a encontrar novas formas de analisar problemas antigos, procurando novas possibilidades e soluções alternativas.

Os efeitos químicos do stress provocam uma desintegração cerebral, não nos permitindo ter pensamentos criativos sob stress
e é aqui que a ESR tem um papel fundamental, na medida que fomenta a chegada de sangue ao lobo frontal, reduzindo o
estímulo do ponto bioquímico relativo a memórias antigas de stress, libertando e deixando fluir o stress emocional, que é
benéfico e desejável.

TOMÁS PEREIRA
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TÉCNICA DE RELAXAMENTO ANTI-
STRESS

“ESR - Emotional Stress Release”

APLICAÇÃO PRÉ-JOGO

TOMÁS PEREIRA
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TÉCNICA DE RELAXAMENTO ANTI-STRESS -
“ESR - Emotional Stress Release” - APLICAÇÃO PRÉ-JOGO

Os pontos de “Emotional Stress Release” são pontos de acupuntura, na testa, acima da zona ocular (saliências
proeminentes). Estes pontos ajudam no transporte de sangue para a área do cérebro que facilita o processamento do
stress.

De forma que possamos aplicar a técnica de relaxamento da melhor forma, libertando o stress acumulado, podendo
ajudar os nossos atletas a obterem o máximo rendimento e a melhor performance possível estes são os passos que
deveremos seguir:

1) Colocar uma música ambiente que promova o relaxamento (bater das ondas, floresta, etc etc);

2) Pressione de forma leve, os pontos definidos (na testa, acima da zona ocular);

3) Pense num evento passado que lhe tenha causado stress, segurando esses pontos e respirando profundamente durante
1 minuto. Faça-o de olhos fechados;

É fundamental estimularmos o pensamento na direcção dos nossos medos e fobias, sentidos em eventos passados, de
forma que nos possamos libertar completamente e focar nas acções positivas que pretendemos alcançar, sem quaisquer
distracções.

4) Foque-se agora no evento futuro que irá decorrer, segurando de novo esses pontos e respirando profundamente durante
1 minuto, pensando em como deseja sentir-se durante o evento. Permita que qualquer sentimento de ansiedade ou stress
flua e se solte no seu pensamento. Faça-o de olhos fechados;

Este exercício simples irá ajudar os seus atletas a, por um lado manterem-se focados no jogo que irá realizar-se em alguns
minutos, mas também libertar-se de qualquer sentimento de stress e ansiedade que o possa bloquear nas suas acções em
campo, sentindo-se motivado e confiante em obter um rendimento superior.

TOMÁS PEREIRA
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS

TOMÁS PEREIRA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não existem certezas absolutas no Futebol, existem crenças e muito do sucesso depende da qualidade da mensagem que conseguimos passar aos nossos
jogadores, porque no final, são eles que jogam e eles que decidem no campo.

De nada nos vale termos uma quantidade infindável de ideias, que muitas vezes são válidas, se estas efectivamente não chegam aos artistas, aos que farão a
magia acontecer em campo.

Esta obra é assente num sistema de 3x4x3 porém, esta abordagem ao jogo e ao treino poderá ser aplicada a qualquer sistema de jogo, sendo que cada
sistema terá as suas singularidades e particularidades, proporcionando alguns problemas distintos dos apresentados ao longo deste longo processo.

Factores como a idade do grupo de trabalho e a qualidade do mesmo deverão ter-se em consideração. O processo é dinâmico e nunca deverá ser estanque, a
progressão depende da resposta dos jogadores aos problemas que vão surgindo. Enquanto que em alguns grupos, os problemas poderão não surgir porque o
grupo tem um conhecimento do jogo que lhe permite resolvê-los por si só, noutros grupos os problemas serão tão rudimentares que nem chegaremos aos de
complexidade mais elevada, sendo o treinador responsável por conseguir analisar a situação e perceber qual a via mais pertinente para esse grupo de
trabalho.

Numa era em que a informação está à distância de um “click” e que muito se discute acerca de princípios de jogo, aspectos táctico-estratégicos do jogo, muito
fruto do que vemos e ouvimos nos jogos das equipas dos nossos treinadores de referência, nos programas televisivos, em “blogs” e em outros locais, por vezes
poderemos ter a tendência de complicar o que pode e deve ser simples. Por vezes poderá haver a tendência de definir modelos, com princípios, micro-
princípios, sub-princípios, sub-sub-principios, sub-princípios dos sub-microprincípios, quando estes só devem surgir apenas para resolver problemas que o
caos do jogo nos presenteie, porque se não houver oposição entre o portador da bola e a baliza adversária, o princípio é o portador avançar com a bola
controlada em direcção à baliza adversária com o intuito de marcar o golo.

Relativamente os exercícios, e de forma que o problema que queremos solucionar possa surgir com maior frequência, para que possamos identificá-lo e,
através da repetição, solucioná-lo, condicionaremos esses mesmos exercícios, manipulando o seu espaço, número de jogadores, duração do exercício, regras,
Somos criadores criativos!

Na nossa opinião, outro ponto fundamental na concepção do exercício, é a criação do mesmo sob a forma de jogo, com um sistema de pontuação para todas
as equipas envolvidas no mesmo. O exercício é a maior e melhor ferramenta que o treinador tem ao seu dispor e, como tal, deverá aproveitá-la da melhor
forma, sendo que a melhor forma, é aproximá-lo do que teremos ao fim de semana, ou seja, através de um jogo. Os atletas querem jogar, é para isso que vêm
treinar e essa será a resposta de 99% dos jogadores. A questão de incluirmos sistema de pontuação em todos os jogos, para além de ser essa a génese dos
jogos, também vem trazer uma motivação máxima aos atletas, fazendo com que o treino possa atingir um nível de entrega, predisposição, compromisso e
“intensidade” superiores, sendo fundamental no desenvolvimento da sessão de treino para podermos ter uma grande velocidade na tomada de decisão,
aspecto essencial do Futebol Moderno.

TOMÁS PEREIRA
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O primeiro objectivo é que os próprios jogadores consigam resolver o problema por si só (aprendizagem “garantida”), e só depois, caso não o
consigam resolver, funcionaremos como guias na procura pelas soluções para os problemas que vão surgindo. Os jogadores, no nosso
processo, serão sempre as “personagens principais”. Optamos sempre por uma Descoberta Guiada e aberta, visto que, caso os atletas
apresentem outras soluções de resolução, desde que bem fundamentadas, diferentes das que tínhamos inicialmente pensado, na nossa
liderança a flexibilidade é palavra chave até porque não existem certezas absolutas num jogo caótico, existem decisões que resultam em
sucesso ou insucesso, que por si só, depende de inúmeras variáveis.

Nesta obra, foram criados vários cenários, fazendo o leitor envolver-se no processo, neste processo que foi único, tal como serão todos os
restantes, aqueles em que os treinadores vivenciam todos os dias, com jogadores diferentes, com personalidades ímpares e com vivências
distintas, o que faz com que todo e qualquer processo seja diferenciado.

A capacidade adaptava é fundamental para o sucesso de um treinador.

No final da obra foi igualmente abordada uma técnica de relaxamento que utilizamos com bastante frequência (“ESR - Emotional Stress
Release”), porém, existem diversas técnicas que poderão ser utilizadas de forma a ajudar os jogadores a aliviarem o stress em excesso antes
de um jogo importante, transformando esse stress em motivação e ansiedade saudável, ajudando a libertarem-se e conseguirem centrar-se
mais nas suas tarefas dentro de campo, sem quaisquer tipo de bloqueios, com vista a níveis de performance elevados.

Um obrigado do tamanho do mundo a todos os treinadores que, com muita gentileza fizeram questão de se associar a esta obra, deixando o
seu testemunho bastante valioso e significativo.

Um enorme obrigado também à minha família por tudo o que fez e tem feito por mim, à minha namorada pela compreensão e amor nesta
imensas horas de pensamento, reflexão e escrita e a todos os treinadores que tive o prazer de privar durante toda a minha vida, com a sua
aprendizagem que foi fundamental para que pudesse fazer a minha própria reflexão, escolhendo o meu próprio caminho.

Não é o fim da viagem! É o fim desta viagem, porque quem anda no Futebol, quem respira Futebol e quem é responsável por coordenar o
processo de treino e de gestão de uma equipa tem que ser mágico, um inventor, um criativo e, assim, tal como esta viagem de
questionamento e de reflexão permanentes, também o leitor as fará, para o resto da sua vida, enquanto Treinador de Futebol, curioso ou
apaixonado por esta modalidade fantástica!

TOMÁS PEREIRA
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