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V Encontro PIBID:

Práticas Interdisciplinares e Inovadoras na Escola


para a formação de Professores

Minicurso – Dislexia: Conceito, Sondagem e


Intervenção Educacional

Prof. Dr Vicente Martins


Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
Sobral, Campus da Betânia, 15/09/2015

15/09/2015 Vicente Martins₢ 2013


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Dislexia vem do grego δυσ-,
dificuldade -2 e grego λέξις, leitura
DIFICULDADE EM
LEITURA
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DUAS REFERÊNCIAS IMPORTANTES NOS
ESTUDOS DISLEXIOLÓGICOS

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COMO É A LEITURA DE UM
DISLÉXICO?

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Crianças lindas
(Ruth Rocha)
São duas crianças lindas Uma gosta de gelados,
Mas são muito diferentes! A outra gosta de quentes.
Uma é toda desdentada, Uma tem cabelos longos,
A outra é cheia de dentes… A outra só corta rentes.
Uma anda descabelada, Não queira que sejam iguais,
A outra é cheia de pentes! Aliás, nem mesmo tentes!
Uma delas usa óculos, São duas crianças lindas,
E a outra só usa lentes. Mas são muito diferentes!

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15/09/2015 Vicente Martins₢ 2013
15/09/2015 Vicente Martins₢ 2013
A dislexia é a uma dificuldade específica no módulo
fonológico, ou seja, uma dificuldade para reconhecer,
associar e ordenar os sons e as letras;
os outros campos da linguagem, como o discurso, a
sintaxe e a semântica não são afetados, e também
não há comprometimento intelectual, auditivo ou
visual.

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A PERSISTÊNCIA DA
SÍNDROME DISLÉXICA
As dificuldades da pessoa com dislexia persistem
mesmo quando ela está motivada, quando sua
escolarização é considerada adequada e quando
está inserida em um ambiente sociocultural
favorável.

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O conceito de dislexia surgiu,
inicialmente, na área médica,
atrelado à ideia de patologia.
O primeiro relato foi descrito pelo médico britânico Pringle Morgan, em
1896, que apresentou o caso clínico de um jovem de 14 anos que, apesar
de ser inteligente e não possuir nenhum problema visual ou mental,
tinha uma dificuldade acentuada em relação à linguagem escrita.

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“ APESAR DE MUITO INTELIGENTE,
NÃO SABE LER”

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Em 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, postulou
a existência de uma cegueira verbal congênita.

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DISLEXIA DE DESENVOLVIMENTO

• Na América, o conceito de “dislexia do


desenvolvimento” foi proposto por Samuel T. Orton
(1937), cuja tese das dificuldades no disléxico
baseava-se na distorção dos símbolos.
• No Brasil, a dislexia foi caracterizada por Cacilda
Cuba dos Santos (1984), que sugeriu o conceito de
“dislexia de desenvolvimento”.

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DISLEXIA ADQUIRIDA

A dislexia do desenvolvimento, ou de evolução, diz respeito às


dificuldades no processo de apropriação da escrita pela
criança;
já a DISLEXIA ADQUIRIDA é encontrada em sujeitos
que perderam a capacidade de ler e escrever, em decorrência
de uma doença (AVC) ou um acidente envolvendo
traumatismo craniano

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DISLEXIA HEREDITÁRIA

• Os estudos atuais sobre a DISLEXIA do


desenvolvimento rejeitam a hipótese de
doença neurológica, indicando que ela não
pode ser claramente diagnosticada, e
exploram a hipótese de uma condição
hereditária ou congênita.

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“PARADOXO DA DISLEXIA”

Além disso, chamam atenção para o “paradoxo


da dislexia”, ou seja, o pensar e o raciocinar
dos disléxicos ficam intactos e, às vezes, até
ampliados, mas estes apresentam problemas
elementares envolvendo a CONSCIÊNCIA
FONOLÓGICA.

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OS PROBLEMAS LINGUÍSTICOS DOS
DISLÉXICOS
• Nomear as letras.
• Reconhecer rimas.
• Ordenar as letras na escrita de palavras
(nixuga para enxugar)
• Confusão entre letras parecidas
(cinento para cimento).
• Trocas surdas/sonoras
(ituta para estudar).
• Omissões de letras
(epicacao para explicação)

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OUTRAS MANIFESTAÇÕES DA
SÍNDROME DISLÉXICA

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ESCRITA ESPELHADA

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CONFUSÃO COM LETRAS
SIMÉTRICAS

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PROBLEMAS ORTOGRÁFICOS

Os disléxicos também apresentam dificuldades


na memorização imediata e no acesso rápido
às palavras, mostrando falhas no
processamento linguístico da leitura pela via
lexical. Além disso, possuem problemas
ortográficos frequentes e persistentes.

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Outras dicas para
detectar a dislexia
• Sintomas frequentes
- Dificuldades com a linguagem e escrita
- Dificuldades em escrever
- Dificuldades com a ortografia
- Lentidão na aprendizagem da leitura

• Sintomas que podem ocorrer


- Disgrafia (letra feia)
- Discalculia (dificuldade com a matemática, sobretudo para assimilar símbolos e
decorar a tabuada)
- Dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização
- Dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas
complexas
- Dificuldades para compreender textos escritos
- Dificuldades em aprender uma segunda língua

• Sintomas menos comuns


- Dificuldades com a linguagem falada
- Dificuldade com a percepção espacial
- Confusão entre direita e esquerda

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O MUNDO É DISLÉXICO?

• O número de disléxicos é aumentado porque,


de forma equivocada e apressada, passa a ser
considerada como disléxica qualquer pessoa
com alguma dificuldade de aprender a ler e a
escrever no período da aquisição desse
aprendizado, ou seja, da alfabetização.

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DA BOA LEITURA À
MÁ LEITURA

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DISLEXIA COMO RÓTULO ARBITRÁRIO

Existe um continuum que vai da boa leitura à má


leitura, e o ponto onde podemos traçar uma
linha e dizer que as crianças abaixo desta são
candidatas ao rótulo de disléxicas é
ARBITRÁRIO.

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É PRECISO SUSPEITAR DAS
ESTATÍSTICAS EDUCACIONAIS

É preciso suspeitar de um percentual alto de


crianças em fase escolar com dislexia, pois
uma simples alteração de critérios pode
mudar radicalmente essa percentagem.

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UM PROBLEMA DE
CIRCULARIDADE

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 As crianças se saem mal na leitura porque
não manipulam bem os fonemas?

 As crianças se saem mal na consciência


fonêmica porque ainda não receberam os
benefícios da alfabetização?

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“A consciência fonêmica é particularmente importante para o
desenvolvimento da habilidade de ler através da codificação
fonológica, ou seja, através da conversão das letras ou grupos de
letras em seus sons correspondentes.” (CARDOSO-MARTINS e
PENNINGTON: 2001, 387)

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CONCLUSÃO IMPORTANTE DE
DEHAENE (2012)

 “A hipótese segundo a qual o cérebro das crianças disléxicas sofre


de uma dupla fragilidade, onde confluem as vias do
reconhecimento visual invariante e o tratamento fonológico da
língua falada, me parece, pois, particularmente plausível”
 (DEHAENE: 2012, p. 260)

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TRANSTORNOS DE DESENVOLVIMENTOS DAS
HABILIDADES ESCOLARES (CID-10)
• A CID-10 foi conceituada para padronizar e catalogar as doenças e
problemas relacionados à saúde, tendo como referência a Nomenclatura
Internacional de Doenças, estabelecida pela Organização Mundial de
Saúde
• CID 10 - R48 DISLEXIA E OUTRAS DISFUNÇÕES SIMBÓLICAS,
NÃO CLASSIFICADAS EM OUTRA PARTE.
• F81.0 TRANSTORNO ESPECÍFICO DE LEITURA
• F81.1 TRANSTORNO ESPECÍFICO DA SOLETRAÇÃO
• F81.2 TRANSTORNO ESPECÍFICO DA HABILIDADE EM ARITMÉTICA
• F81.3 TRANSTORNO MISTO DE HABILIDADES ESCOLARES
• F81.8 OUTROS TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO DAS
HABILIDADES ESCOLARES
• F81.9 TRANSTORNO NÃO ESPECIFICADO DO DESENVOLVIMENTO
DAS HABILIDADES ESCOLARES

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NOVAS PERSPECTIVAS
• Criação do Grupo de Trabalho para apresentação de proposta (estudos sobre os
transtornos funcionais específicos e definir diretrizes voltadas para a escolarização
dos alunos com transtornos funcionais específicos) à Secretaria de Educação
Básica e à Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação. Secretaria
de Educação Especial Portaria n 6, de 5 de junho de 2008. (Vicente Martins é um
dos integrantes do GT do MEC)
• Reconhecimento por parte do MEC de atendimento especializado para
universitários com necessidade de atendimento especial por situação de
deficiência (intelectual, física, visual, auditiva, surdocegueira, múltipla),
transtornos globais do desenvolvimento (autismo, síndrome de Asperger e
síndrome de Rett), mobilidade reduzida, dislexia, transtorno de déficit de atenção
e hiperatividade - TDAH, lactante, para participação no ENADE.
• Reconhecimento por parte do MEC de atendimento especializado para
participantes do ENEM (Edital nº 6, de 15 de maio de 2015)

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DISLEXIA NO ENEM
• ATENDIMENTO ESPECIALIZADO: oferecido a pessoas
com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência
física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual
(mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção,
autismo, discalculia ou com outra condição especial. (Item
2.2.1.1 do Edital nº 6, de 15 de maio de 2015 Exame
Nacional do Ensino Médio – ENEM 2015).
• CORREÇÃO DIFERENCIADA DA PROVA DE REDAÇÃO:
Na correção da redação dos PARTICIPANTES com dislexia,
serão adotados mecanismos de avaliação que considerem
as características linguísticas desse transtorno específico
(Item 14.11 do Edital nº 6, de 15 de maio de 2015 Exame
Nacional do Ensino Médio – ENEM 2015).

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ATENDIMENTOS DIFERENCIADOS
DISPONÍVEIS NOS
CONCURSOS PÚBLICOS
• LEDOR: Serviço especializado de leitura da prova para pessoas com
deficiência visual, deficiência física, deficiência intelectual, autismo, déficit
de atenção ou dislexia. O ledor poderá ser responsável também pela
transcrição das respostas do candidato para as folhas de resposta e de
redação, quando se mostrar necessário (item 7.3 do edital de abertura de
inscrição do processo seletivo/2015 cursos técnicos integrados modalidade
PROEJA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia –
IFBA)
• SALA MAIS VAZIA: Locais de prova indicados para pessoas com
deficiência auditiva, deficiência intelectual, transtorno mental grave ou
severo, déficit de atenção ou dislexia (item 7.3 do edital de abertura de
inscrição do processo seletivo/2015 cursos técnicos integrados modalidade
PROEJA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia –
IFBA)

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ATENDIMENTOS DIFERENCIADOS
DISPONÍVEIS NOS
CONCURSOS PÚBLICOS

• NECESSIDADES ESPECIAIS: candidato que apresente autismo; deficiência visual


(cegueira ou visão subnormal), motora, auditiva; diabetes; dislexia; síndrome do
pânico; ou transtorno do déficit da atenção e hiperatividade (TDAH), com laudo
médico que assim o ateste e que implique a necessidade de auxílio no ato de
realização das provas, deverá obrigatoriamente caracterizar sua condição no campo
Necessidades Especiais do Requerimento de Inscrição. (Item 3.2.2 do EDITAL
1/2015 - Universidade Federal Fluminense)
• ATENDIMENTO ESPECIALIZADO E ESPECÍFICO : oferecido a pessoas com baixa
visão, cegueira, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual
(mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, autismo, discalculia ou com
outra condição especial (I do Art. 50 do EDITAL IFPR Nº. 05/2014)
• DILAÇÃO DE TEMPO DA PROVA - Aos portadores de dislexia comprovada por
meio de laudo médico, será garantida a dilação de tempo de 1 (uma) hora para
realização da prova (Item 6.9.2. do EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº 1/2015 -
Universidade Federal de Viçosa)

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ATENDIMENTOS DIFERENCIADOS
DISPONÍVEIS NOS
CONCURSOS PÚBLICOS

• CANDIDATOS SUJEITOS A NECESSIDADES ESPECIAIS: Candidatos


com Dislexia ou TDAH deverão entregar laudo contendo o diagnóstico
(Psicólogo(a), Fonoaudiólogo(a) e Psicopedagogo(a) Clínico(a) ou outros
profissionais de saúde aptos a tal diagnóstico, mantendo-se, todavia, a
multidisciplinaridade). O candidato deverá apresentar laudo médico
contendo informações exatas e fidedignas sob pena de responder contra a
fé pública e de ser eliminado do Processo Seletivo (EDITAL DO PROCESSO
SELETIVO – 2015 - FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS)
• ATENDIMENTOS ESPECIAIS - NECESSIDADES NEUROLÓGICAS • -
auxílio na leitura da prova (ledor – dislexia ou TDAH) • auxílio
preenchimento (dislexia ou TDAH) • tempo adicional — necessidade
comprovada por laudo médico (dislexia)(GUIA DO VESTIBULAR2 2015 –
CESPE – UNB)

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Dia Nacional de Atenção à Dislexia

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 13.085, DE 8 DE JANEIRO DE 2015. Dispõe sobre o Dia Nacional de Atenção à Dislexia.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, a ser comemorado no dia 16 de novembro de cada ano.
Parágrafo único. O Dia Nacional de Atenção à Dislexia será comemorado com eventos sociais, culturais e educativos destinados a
difundir informações sobre a doença, conscientizar a sociedade e mostrar a importância do diagnóstico e tratamento
precoces.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 8 de janeiro de 2015; 194o da Independência e 127o da República.
DILMA ROUSSEFF
Cid Gomes
Arthur Chioro

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DIREITO DOS DISLÉXICOS
• RECUPERAÇÃO DOS ALUNOS DE MENOR RENDIMENTO - Os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e
as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de prover meios
para a recuperação dos alunos de menor rendimento (Item V do
Artigo 12 da Lei 9.394/96).
• ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO - Os docentes incumbir-se-
ão de estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
menor rendimento (Item IV do Artigo 13 da Lei 9.394/96).
• ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO - A verificação do rendimento
escolar observará entre os seguintes critérios o da obrigatoriedade
de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos
(item e do V do do Artigo 24 da Lei 9.394/96).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARDOSO-MARTINS, Cláudia and PENNINGTON, Bruce F.. Qual é a Contribuição da
Nomeação Seriada Rápida para a Habilidade de Leitura e Escrita?: Evidência de
Crianças e Adolescentes com e sem Dificuldades de Leitura. Psicol. Reflex.
Crit. [online]. 2001, vol.14, n.2, pp. 387-397. ISS
DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa
capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012. p. 253-279.
SANTOS, Cacilda Cuba dos. Dislexia específica de evolução. São Paulo: Sarvier,
1984.
SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (Orgs.). Dislexia, fala e linguagem: um
manual do profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SHAYWITZ, Sally. Entendendo a dislexia: um novo e completo programa para todos os
níveis de problemas de leitura. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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Obrigado pela atenção!

E-mail: vicente.martins@uol.com.br
Celular: 88 -999110892

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