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Programa Formação pela Escola

Programa Nacional de Alimentação Escolar

Alunas: Gleiciani Venturine Ahnert Agustine

Ireni Aparecida Partelli Pessin

Sheila Cândido da Silva

Tutora: Geórgia do Nascimento Capelli Sodré

Vila Valério – ES 2021


Introdução

Nos últimos anos a agricultura familiar ganhou enfoque em vários debates,


principalmente com a implantação da lei de agricultura familiar e a criação de
uma série de políticas públicas que preconizam o aumento da produção e
inovação tecnológica no campo. Por outro lado, depara-se com os entraves da
comercialização, principalmente pela dificuldade de acesso ao mercado. Dentre
a diversidade dos assuntos pautados dentro do desenvolvimento rural, a
comercialização dos produtos da agricultura familiar e sua dinâmica de
organização são instigantes. Consegue-se produzir, porém armazenar,
processar e escoar a produção, quando se trabalha com volumes pequenos,
torna-se um dos grandes entraves do agricultor.

Atualmente, a legislação determina que pelo menos 30% dos recursos


repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
sejam destinados para a alimentação escolar na compra de produtos oriundos
da agricultura familiar. Assim, a compra institucional promove uma oferta de
alimentos mais saudáveis e diversos, oriundos da agricultura familiar, mais
próxima dos consumidores, por meio de instituições sócio assistenciais,
equipamentos públicos de alimentação e nutrição, incluindo bancos de
alimentos, cozinhas comunitárias, restaurantes populares, entre outros, e
escolas da rede pública e filantrópica de ensino. Essa proposta também visa ao
fortalecimento da agricultura familiar, ao desenvolvimento de sistemas locais de
Segurança Alimentar e Nutricional e à redução da pobreza rural. Os órgãos
adquirem produtos mais frescos e diversificados, além de contribuírem para o
desenvolvimento da economia na região.
Desenvolvimento

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação


escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as
etapas da educação básica pública. O governo federal repassa, a estados,
municípios e escolas federais, valores financeiros de caráter suplementar
efetuados em 10 parcelas mensais (de fevereiro a novembro) para a cobertura
de 200 dias letivos, conforme o número de matriculados em cada rede de
ensino.

O PNAE é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio


dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), e também pelo FNDE, pelo
Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU)
e pelo Ministério Público.

Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo
para cada aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino:

 Creches: R$ 1,07
 Pré-escola: R$ 0,53
 Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64
 Ensino fundamental e médio: R$ 0,36
 Educação de jovens e adultos: R$ 0,32
 Ensino integral: R$ 1,07
 Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral: R$
2,00
 Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contra
turno: R$ 0,53

O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no Censo


Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O Programa é
acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos
Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas
da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério
Público.
Com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado pelo Programa
Nacional de Alimentação Escolar – PNAE deve ser investido na compra direta
de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento
econômico e sustentável das comunidades.

Entre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores, destaca-se a questão da


adequação os padrões de qualidade relacionados às questões sanitárias e
registro de estabelecimento, quebrar barreiras entre os técnicos dos serviços
sanitários e estabelecer uma relação de confiança entre os autores envolvidos
é fundamental para que os produtos das agroindústrias rurais, que possuem
valor agregado considerável, possam fazer parte da merenda escolar. A
dificuldade de precificação dos itens das chamadas públicas, que muitas vezes
são comparados aos do varejo e atacado, que fornecem produtos com
qualidade inferior aos dos produtos dos agricultores familiares. Impossibilidade
de emissão de nota fiscal para associações, que inviabiliza a participação na
chamada pública, pois em alguns locais a exigência é definida no edital, a
questão da entrega regular de alguns gêneros (sazonalidade), condições
higiênicas e sanitárias inadequadas e a dificuldade de articulação entre os
órgãos, são desafios a serem enfrentados
Considerações finais

PNAE se apresenta como uma política pública promotora do direito humano à


alimentação adequada e ao desenvolvimento do país. Contudo, é importante
ressaltar que existem desafios no processo de operacionalização desse
programa. O agricultor familiar capixaba ligado ao PNAE tem a opção de
diversificar sua produção, uma vez que o programa demanda vários tipos de
alimentos, mas é necessário que seja verificada a aceitação e eficácia desse
programa no município, e como as entidades executoras estão empenhando
seus recursos. A aquisição dos gêneros alimentícios se mostra diversificada e
produzida em âmbito local e regional, no entanto acreditamos que também seja
importante verificar se ocorre o fornecimento regular de alimentos nas escolas
municipais.

Como Teixeira (2002), também entendemos que as políticas públicas


abrangem a distribuição e redistribuição de poder, o papel do conflito social nos
processos de decisão, a repartição de custos e benefícios sociais, em que
vários atores sociais, com interesses diferenciados, e até contraditórios, estão
envolvidos. Vimos que para os estudos de políticas públicas é preciso levar em
consideração as questões referentes à articulação das políticas públicas
territoriais a partir de sua concepção numa escala descentralizada
interdependente. Lotta e Favareto (2016) apresentam três variáveis na
implantação de políticas públicas no quesito de arranjos institucionais, e o
PNAE tem na sua proposta essas variáveis, abarcando não um território
específico, e sim o segmento da agricultura familiar, mesmo que priorize
aquisição de produtores municipais.

Referências
https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/bitstream/123456789/3812/1/desafios-
contribuicoes-pnae-es-cruz.pdf

https://www.fnde.gov.br/programas/pnae

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