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RELATÓRIO ANÁLITICO O PANTANAL

Fernando Silva

O Pantanal

O Pantanal é uma planície inundável peculiar e sensível, com altitudes


variando de 80 a 150 metros, inserida na parte central da bacia hidrográfica do
Alto Paraguai. É uma depressão geográfica circundada pelos planaltos da bacia.
As partes altas têm altitudes entre 200 e 1.000 metros.
Ao todo, a bacia transfronteiriça, abrange uma área de 624.320 km2,
sendo aproximadamente 62% no Brasil, 20% na Bolívia e 18% no Paraguai, com
recursos hidrológicos importantes para o abastecimento das cidades, onde
vivem aproximadamente três milhões de pessoas. Para a conservação do
Pantanal, é importante levar em conta a bacia hidrográfica como um todo e não
só a planície alagável. Afinal, tudo está interligado. O equilíbrio ambiental e os
processos ecológicos do Pantanal são determinados por eventos, naturais ou
não, que ocorrem nas partes altas da bacia hidrográfica.
As inundações anuais e a baixa fertilidade dos solos são as principais
razões pelas quais o Pantanal ainda está praticamente intacto. Essas
características naturais impediram a ocupação humana, o avanço da fronteira
agrícola e o uso intenso dos solos. A água que nasce nas partes altas corre para
baixo, para a planície inundável, carregando o que estiver pelo caminho. É o
pulso das águas que dita o ritmo da vida, dinâmico, complexo e delicado.
A aula foi ministrada pelo professor Aguinaldo Silva, graduado em
geografia pela Universidade do Estado do Mato Grosso, Mestre em Geografia
pela Universidade Estadual de Maringá e Doutor em geociência e meio
ambiente pela Universidade Estadual Paulista.
O tema abordado na apresentação foi o Pantanal, ministrada em um
ponto de vista de mudanças ambientais e morfológicas, apresentando a
situação atual da região, segundo professor Antônio a bacia sedimentar recebe
sedimentos dos planaltos adjacentes, por estar localizada em uma área
deprimida os processos são muitos atuantes e ainda se encontra em formação,
sendo importante entender que todos as mudanças que acontecerem no
planalto vão influenciar alterações na planície, por este motivo professor
ressalva a importância de entender de processos de erosão e sedimentação.
Utilizando um esboço da vazão da bacia do Alto Paraguai relata que na
região de Cáceres tem uma média de vazão de 37m³/s na saída da bacia
próximo a Lapa possui 2.729 m³/s mostrando que a bacia produz muito
sedimento e cerca de 75% se mantem na planície pantaneira contribuindo para
mudança da paisagem, e relatado que fatores externos como clima influencia
na evolução do ambiente da bacia.
No vídeo e mostrado a existe de diferentes classificações de Pantanais,
alguns não levaram em conta parâmetro geomorfológico como Hamilton e Silva
e Abdon que se baseavam somente na vegetação, inundação e nomes
regionais, e mais recente Padovani, porem professor Antônio deixou claro a
necessidade de avançar, começar a discutir e estudar o pantanal no ponto de
vista sedimentológico formado por sistema deposicionais.
E apresentado um modelo de simulação feita em 2006 por Padovani
demostrando o fluxo de inundação e o movimento das águas do pantanal, nos
por volta de abril a região norte fica completamente inundada e aos poucas
essas águas deslocam pelo sul do pantanal criando novos cursos de agua nos
períodos chuvosos, chegando na região de Corumbá em Junho, retornando
para região de porto Murtinho, esta simulação e de suma importância para
compreender o deslocamento das águas que ocorre de forma lenta,
demorando meses para percorrer as regiões, ajudando entender a dinâmica de
inundação Pantanal.
E relatado a dificuldade de navegação em alguns pontos devido ao
acumulo de sedimentos, principalmente a região do Barranco Vermelho na
cidade de Cáceres, em 2015 próximo a ilha Taiaman foi construído pela
marinha 5 novos canais com uma vazão entre 148,87 m³/s e 697/25m³/s, antes
destas construções o rio tinha em média 12 metros de profundidade nas partes
mais fundas, estes novos canais foram criados com objetivo da criação de
novos postos hidroviário na região, mudando o funcionamento do sistema do
rio, formando multicanais.
Na Lagoa Uberaba e mostrando as macrófitas avançando para norte e
sul, isto de da devido a matéria orgânica e devido a sedimentos trazidos do rio
Paraguai, na qual há possibilidade do rio vim a fluir no futuro devido à ainda
estar em fase de construção do seu canal, foi identificado rio Uberaba no
período de estiagem canais vindo da Bolívia conseguindo adentra no rio
Uberaba, no decorrer do vídeo mostra vários outros exemplos de
transformação desta área devido aos processos de sedimentação como no Rio
Cuiabá que sofre influência dos sedimentos trazidos pelo rio e morro Caracara
e por mudanças antrópicas, na qual pessoas abriram canais e depois
abandonava mudando ali sua dinâmica.
No vídeo traz uma reconstituição do ambiente mostrando que o Pantanal
está em constante mudança paleoambientais, com mudanças constantes nos
cursos d’água e a abertura de novos cursos e a reabertura de cursos antigos.
Professor deixa em evidencia a importância de ver o pantanal como um
todo, explicando como a geomorfologia pode contribuir com para preservação
da mesma, através da dinâmica dos funcionamentos dos rios e processo de
mutação pode se planejar o uso de ocupação, embora só isso não e o
suficiente sem a conscientização da população local.

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