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1ª edição - 2020
CDU 342.722
CDD 342
Coordenação
Prof. Dr. Marco José de Oliveira Duarte (Faculdade de Serviço Social)
Profra Dra Joana de Souza Machado (Faculdade de Direito)
Profra. Dra. Juliana Perucchi (Departamento de Psicologia/ICH)
Graduandes - bolsistas de Extensão, TP e Pesquisa:
Camila Campos Moura – Serviço Social (TP)
Carolina Pereira Fernandes – Serviço Social (PIBIC)
Gabriella Kathleen Venancio de Paula – Serviço Social (TP)
Igor Gabriel de Oliveira Morais – Bacharelado CH (EXT/CeR)
Jessica Marques Toledo – História (EXT/Diverse)
Karina Rodrigues de Almeida Delgado – Direito (EXT/CeR)
Marcos Lucas Henrique Garcia Pires – Bacharelado CH (EXT/CeR)
Sidney Aurum Monteiro Vieira – Serviço Social (PIBIC) e Força Trans
Graduandes Voluntáries de Extensão, TP e Pesquisa:
Danielle de Oliveira Santos – Direito (EXT/CeR)
Ítalo Henrique Nunes Carneiro de Araujo – Bacharelado CH (EXT/Diverse)
e Força Trans
Jude de Oliveira Bento da Silva – Bacharelado CH (EXT/CeR) e Força
Trans
Pós-Graduandes Voluntários:
Bruna da Silva Rocha (CEGS/FACED/UFJF) – Ciência da Religião
Brune Coelho Brandão (PPGP/DP/ICH/UFJF) - Psicologia
Dandara Felícia Silva Oliveira (PPGSS/FSS/UFJF) – Gastronomia/C. Soci-
ais
Larissa Batista da Silva (CEGS/FACED/UFJF) - Psicologia
Mateus de Oliveira Duarte (CEGS/FACED/UFJF) - Psicologia
Colaboradores-Voluntáries/Ativistas da Sociedade Civil:
Cleber Giliard Rodrigues Miranda – Investigador de Polícia Civil (DEAM-
PC-MG)
Eduardo Novais Dias – Designer (Força Trans)
Francielle Pereira Santos – Educadora Física (Academia particular)
Júlio Mota de Oliveira – Advogado (CDS/OAB)
Maria José Figueira Pereira – Psicóloga (IEC/CRDH-JF)
Sarah de Melo Salles – Advogada (CDH/OAB)
Apresentação............................09
Introdução.................................10
Glossário...................................15
Datas importantes.....................19
Direitos......................................23
Saúde........................................................24
Adoção......................................................32
Direito ao Trabalho................................................39
Educação...............................................................41
Serviços............................................48
Eventos e Campanhas.........50
APRESENTAÇÃO
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Esta cartilha é resultado do trabalho desenvolvido pelo Centro de Referência de
Promoção da Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgê-
neros, Não-Binaries e Intersexuais (CeR-LGBTQI+). Completando um ano de atividade
no dia 5 de agosto, o CeR-LGBTQI+, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),
apresenta-se à população do município de Juiz de Fora como um espaço de promoção
da cidadania, de proteção, assistência e acolhimento das demandas de um segmento
que é vítima constante de diferentes discriminações, violações, violências e mortes.
Comprometido com a garantia dos direitos humanos e fundamentais da comunidade
LGBTQI+, o Programa de Extensão - delineado pela Faculdade de Serviço Social com o
suporte da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFJF - oferece diversos serviços, ati-
vidades, apoios e atendimentos específicos à população juiz-forana, visando à redução
da violência LGBTfóbica e ao combate à discriminação ainda muito presente na cidade.
Identidades de Gênero:
Cisgênero: toda pessoa que se identifica com o gênero e sexo que lhe foi atri-
buído no momento do nascimento de acordo com a sua genitália.
Transgênero/Transexual: toda pessoa que não se identifica com o gênero que
lhe foi atribuído no momento do nascimento de acordo com a sua genitália.
- Homem Trans: indivíduo que foi atribuído o sexo e gênero feminino no momen-
to do nascimento, mas que se identifica com uma identidade de gênero masculina.
- Mulher Trans: indivíduo que foi atribuído o sexo e gênero masculino no mo-
mento do nascimento, mas que se identifica com uma identidade de gênero femini-
na.
Travesti: Identidade de gênero feminina construída na América Latina, hoje em
dia utilizada principalmente de modo político, para reverter o processo estigmati-
zante e marginalizador que a palavra recebeu ao longo do tempo. Toda travesti é
uma pessoa trangênera, as travestis não necessariamente se identificam como
mulheres, mas toda travesti reinvidica para si o feminino. Vale dizer que travesti é
uma identidade, portanto você não pode se dizer "um pouco" travesti ou "às vezes
sou" travesti porque não é uma questão de estar mas de ser. Pode ser utilizada no
neologismo "transvestigêneres" usado pela ativista Indianare Siqueira que melhor
explica tal identidade e a torna inclusiva a todas as pessoas trangêneras que não
se sentem confortável com o termo importado do exterior.
Não binarie: é o termo usado para definir as identidades de gênero que
não se encaixam na definição de homem e mulher. Existem inúmeras identi-
dades dentro da não binariedade, veja alguns exemplos para entender me-
lhor:
- Gênero fluído: pessoas que fluem entre duas ou mais identidades de gê-
nero.
- Agênero: identidade usada para definir a ausência de gênero em um indi-
víduo.
- Homem não-binário: pessoas cuja identidade está mais voltada para o
masculino, porém não inteiramente.
- Mulher não-binária: pessoa cuja identidade está mais voltada para o fe-
minino, porém não inteiramente.
Queer: é uma definição importada que agrega a todos aqueles que diver-
gem de alguma forma da cisheteronormatividade.
Linguagem Neutra: é uma forma criada para se referir a pessoas sem de-
terminar um gênero específico para que se pudesse sair das definições biná-
rias de gênero da linguagem (ela/ele) e fazer a inclusão de pessoas não-
binárias.
Usam-se então os pronomes elu/delu. Para se definir gênero em substan-
tivos e adjetivos usa-se "e" ao final, substituindo o "a" ou "o". Por exemplo:
Elu é muito carinhose.
A blusa delu é bonita.
DEZEMBRO
08 Dia da Pansexualidade
> Portaria GM/MS nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, sobre o uso do nome social no
cartão de saúde do SUS. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2009/prt1820_13_08_2009.html
> Nota Técnica nº 18/2014 sobre a impressão do Cartão Nacional de Saúde apenas
com o Nome Social. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/
pdf/2014/setembro/24/NOTA-TECNICA-NOME-SOCIAL-18-2014.pdf
> Nota técnica do CFP sobre o Processo Transexualizador e demais formas de as-
sistência às pessoas trans. Disponível em: http://site.cfp.org.br/wp-content/
uploads/2013/09/Nota-t%C3%A9cnica-processo-Trans.pdf
> Resolução CFP n° 001, de 22 de março de 1999, que estabelece normas de atuação
para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual. Disponível em: http://
site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf
> Provimento CNJ nº 52, de 14 de março de 2016. Dispõe sobre o registro de nasci-
mento e emissão da respectiva certidão dos filhos havidos por reprodução
assistida. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/
arquivo/2016/03/6bd953c10912313a24633f1a1e6535e1.pdf.
SUICÍDIO E POPULAÇÃO LGBTQI+
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Os números de tentativa de suicídio e o próprio suicídio consumado tem
crescido cada vez mais. Entretanto a chance de um LGBTQI+ cometer um sui-
cídio é cinco vezes maior que a de um heterossexual, principalmente, se con-
siderarmos as diversas formas de preconceito, violência e violação de direi-
tos que a comunidade vive cotidianamente.
Contudo, mesmo diante de dados, que mostram radicalmente a dificuldade
de acesso da comunidade LGBTQI+ ao sistema de saúde, em particular, pela
falta de preparo da rede e do estigma vivenciado pelos sujeitos LGBTQI+, ain-
da não se tem nenhuma política pública direcionada diretamente a atender a
essa demanda da comunidade.
O que se tem em relação ao número crescente de suicídios é a Lei nº
13.819/2019, que instituí a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e
do Suicídio, com o intuito de promover a saúde mental e reduzir o número
das automutilações, tentativas e suicídios, mas como já dito anteriormente,
sem nenhum enfoque na comunidade que mais sofre com a questão a au-
to violação.
ATENÇÃO!
Em caso de agressão, como fazer uma denúncia formal ou
anônima?
Caso deseje, a denúncia poderá ser feita em qualquer delega-
cia mais próxima de sua casa. Em Minas Gerais, apenas Belo Ho-
rizonte possui um Núcleo de Atendimento e Cidadania à Popula-
ção LGBT (NAC-LGBT). Como em Juiz de Fora não existem dele-
gacias especializadas em crimes de LGBTIfobia, as denúncias po-
dem ser feitas pelo 190 (número da Polícia Militar), pelo Dis-
que 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Hu-
manos), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
(DEAM) e em delegacias comuns. A ocorrência também pode ser
registrada de modo virtual pelo site da Polícia Civil do seu esta-
do.
Legislação e jurisprudências relacionadas:
> Enunciados da COPEVID-GNDH-CNPG (Comissão Permanente de Combate
à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, integrante do Grupo Nacio-
nal de Direitos Humanos, criado pelo Conselho Nacional de Procuradores Ge-
rais):
> Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006): Cria mecanismos para coibir a vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as For-
mas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/
leil11340.htm
> Nota Técnica da Comissão de Diversidade Sexual do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a aplicabilidade da Lei Maria da
Penha à Violência doméstica contra transexuais e traves-
tis. Dispon´vel em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2014/08/03
-Nota-t%C3%A9ncica-Maria-da-Penha-para-trans-1.pdf
As bases são:
> Código Civil Brasileiro, de 10 de janeiro de 2002. Em seu artigo 1.829 Dis-
põe sobre a sucessão de bens. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm
Confere:
> Convenção n° 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 25
de junho 1958. Dispõe sobre Discriminação em emprego e profissão. Disponí-
vel em: http://www.nepp-dh.ufrj.br/onu10-7.html
> Convenção n° 200 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 02
de junho de 2010. Dispõe sobre o HIV e a AIDS e o mundo do trabalho. Disponí-
vel em: https://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_242768/lang--pt/
index.htm
> Manual sobre direitos LGBT no mundo do trabalho da Organização das
Nações Unidas (ONU), de 30 de setembro de 2014. Dispõe sobre as condições
de trabalho da comunidade LGBT. Disponível em: http://www.ilo.org/
wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-brasilia/documents/
publication/wcms_421256.pdf
> Documento 36/15 da Organização dos Estados Americanos (OEA), de 12
de novembro de 2015. Dispõe sobre violência contra LGBTI nas Américas. Dis-
ponível em: http://www.oas.org/pt/cidh/docs/pdf/
ViolenciaPessoasLGBTI.pdf
EDUCAÇÃO
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O direito à educação também deve ser garantido a todas as pessoas. En-
tretanto, o que se tem acerca do âmbito escolar, quando relacionado às pes-
soas LGBTQI+, é uma realidade violadora de direitos, na qual vários grupos
são marginalizados e negligenciados.
Legislação relacionada:
> Portaria nº 33, de 17 de janeiro de 2018. Homologa o Parecer CNE/CP nº
14/2017, definindo o uso do nome social de travestis e transexuais nos regis-
tros escolares da Educação Básica do país. Disponível em: https://
www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/
id/1932471/do1-2018-01-18-portaria-no-33-de-17-de-janeiro-de-2018-
1932467
> Parecer CNE/CP nº 14/2017 do Conselho Nacional de Educação. Propõe
normatização nacional sobre o uso do nome social na educação básica. Dis-
ponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
opti on=com_d ocman&vi ew =d ow nload &ali as =72921 -pcp014-17-
pdf&category_slug=setembro-2017-pdf&Itemid=30192
> Decreto nº 8.727 de 28 de abril de 2016. Dispõe sobre o uso do nome so-
cial e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e tran-
sexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fun-
dacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2016/decreto/d8727.htm
PERSPECTIVAS ESTADUAL E MUNICIPAL
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