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22/09/2017

Avaliação de Condutores – Curso Prático

Formador: Alberto Maurício – aantoniomau@gmail.com


(12 horas de formação)
Apresentação
 Saber receber o pedido
 Programar a avaliação
 Decidir em conformidade com os dados
 Pouca expressão na comunidade cientifica

Porque se justifica esta avaliação nos condutores?

Módulo 1
 A que está mais regulamentada é a rodoviária
 O sistema de circulação rodoviária:
o Avaliar quem se relaciona com um determinado sistema onde ele circula,
realizando um trabalho de pilotagem de um veiculo em que não está
sozinho;
 Sistema de circulação rodoviária
o Constitui um sistema complexo, comporto por 3 tipos de elementos que
interagem com vista à circulação rodoviária segura e livre
 Homem
 Peão
 Passageiro
 Por vezes inclui-se o ambiente mas não faz parte do sistema.

Condutor (máxima interferência)


o Condutor
 Está constantemente em interação com outros utilizadores executa
continuamente ações motoras coordenadas de menor ou maior
precisão, amplitude e rapidez.
o Ambiente

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Está constantemente em mudança, surgindo situações novas
relativamente às quais deve agir, exigindo adaptação sensório-motora
contínua
o Tem de:
 Controlar e regular a velocidade e direção do seu veiculo
 Avaliar e regular as distancias à frente, dos lados e atrás
 Controlar e avaliar a velocidade e direção dos outros veículos
 Controlar e avaliar a posição e o deslocamento de outros utentes
 Avaliar e controlar a sinalização e as regras de ação, que deve
conhecer e respeitar
 NOTA: a falta, ou a falha, nestes processos tem como consequência
a prática de infrações e a ocorrência de acidentes rodoviários)

o Todas estas competências (atras mencionadas) são as que o psicólogo vai


avaliar.

Peão (média a grande interferência) – grande imprevisibilidade


 Os utentes mais vulneráveis
o Fragilidade
o Imprevisibilidade
 Adulto (“normal”)
o Aquele cujo comportamento se espera seja correto, no respeito
pelas regras, atento e preventivo)
 Idoso
o Características ligadas à idade avançada:
 Dificuldades percetivas (visão, audição)
 Dificuldades cognitivas (recolha,
integração/processamento da informação e tomada de
decisão)
 Dificuldades motoras (locomoção mais lenta e instável,
com auxilio, descoordenação)
 Infantil
o Características ligadas ao processo de maturação
 Limitações na avaliação das distancias, das velocidades,
dos volumes e do tempo
 Reduzido reconhecimento do perigo
 Impulsividade, espontaneidade e imprevisibilidade
 Campo visual limitado (baixa estatura)
 Acuidade visual, campo visual, visão estereoscópica
 Com défices

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o Características ligadas a condições de limitação (motora,
neurológica, cognitiva) ou mental
 Limitações de locomoção – autónoma ou assistida – (mais
lenta, insegura, descoordenada)
 Limitação ou incapacidade total de visão ou audição
 Imprevisibilidade de comportamento (nas limitações
cognitivas e mentais)
Passageiro (fraca interferência)
 Deve manter um comportamento neutro para evitar a distração do condutor
 Eventualmente, pode contribuir para ajudar o condutor a intervir pela
segurança
 Tem vindo a subir os casos de interferência dos passageiros…

O veículo (elemento de ligação condutor-via)


 Pode ser: utensilio prático; objeto de culto; símbolo de poder e/ou afirmação
pessoal
 Alem de revolucionar a forma como as pessoas se movimentam, o
automóvel revolucionou também a forma como as pessoas vivem
 Para uns, o automóvel é uma obra de arte. Para outros, não passa de uma
máquina ruidosa e causadora de poluição
 Características
o Potencia
o Velocidade
 Sistema de segurança
o Ativa (para evitar os acidentes: e.g., sistema anti-bloqueio de
travagem – ABS; sistemas de assistência à travagem; controlo de
tração; controlo de estabilidade – ESC, etc.;
o Passiva (para minimizar os efeitos dos acidentes – e.g., cintos e
encontros de cabeça; pré-tensores, airbags e deformação estrutural e
barras de proteção; sistemas de retenção infantil, etc.)
A vida
 Meio de comunicação com a função de permitir a deslocação de pessoas e
bens com liberdade de transito e segurança
 Características
o Tipo de traçado (mais, ou menos sinuoso)
o Dimensão (largura)
o Inclinação
o Tipo de piso (aderência)

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o Número de vias de transito
o Localização (urbana/não urbana)
 Vias urbanas
o Transito intenso
o Elevado número de intersecções (cruzamentos e entroncamentos)
o Grande variedade de utentes (veículos e peões)
o Diversidade de tipos de vias
o Diversidade de sinais de transito e outros painéis (publicidade)
o Velocidade menos elevadas
o Elevado número de ações do condutor sobre os comandos
 Vias não urbanas
o Menor intensidade de transito
o Velocidades mais elevadas
o Menor número de ações do condutor sobre os comandos
o Menor número de interseções (cruzamentos e entroncamentos)
o Menor diversidade de utentes e número de interações

 Vias urbanas /não urbanas


o Diferenças quanto às exigências de atenção do condutor? Riscos?
 Atenção distribuída – urbana (temos que estar a flutuar muito
mais a nossa atenção)
 Atenção não urbana – mais vigilante
Meio envolvente
 As condições do meio envolvente representam um fator de influencia e
condicionamento sobre os 3 elementos do SCR
o Dia (amanhecer) – influência do sol (incidência do sol nos olhos)
o Noite (anoitecer)
o Chuva (poças de água: aquaplanagem – pneus mais largos são mais
suscetíveis de sofrer de aquaplanagem; dificulta a visibilidade; baixa
aderência ao piso)
o Nevoeiro
o Neve/gelo – (gelo: o condutor não tem qualquer controlo no carro,
ausência de aderência)
o Má visibilidade
o Baixa aderência
Condução defensivas
 Adequar a condução ao seu estado físico e psíquico, ao estado de
conservação, potencialidades e características do veiculo, ao estado e

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características da via, às condições do meio envolvente, ao fluxo de trafego e
aos comportamentos dos outros utentes
 Pressupõe utilizar de forma adequada a antecipação e a previsão
2 – Análise da função da condução
 Conduzir um veiculo automóvel constituí uma atividade complexa que exige
ajustamento sensório-motor contínuo para responder à dinâmica das interações
constantes
 Recolha da informação (ver)
o Exploração percetiva visual (sensação)
 Receção de estímulos através dos órgãos sensoriais, com vista à
recolha dos índices necessários à tarefa de condução
 É uma atividade oculomotora orientada (procuramos o que faz
sentido) – deslocamento rápida de um ponto de fixação para outro
 É dificultada pela velocidade e melhora com a experiencia de
condução
o Treino de exploração percetiva (Smith e Cumming – 1956)
 Olhar o mais longe possível
 Perceber o conjunto da situação
 Explorar sistematicamente o meio, incluindo os espelhos
 Procurar um ponto de fuga em caso de emergência
 Ver e ser visto
o Identificação (perceção)
 Organização, reconhecimento e interpretação dos índices (SNC)
relativamente ao tipo de acontecimentos que indicam
 Está associado às experiencias anteriores, à aprendizagem, a fatores
emocionais e motivacionais
 Índices
 Formais – intrínsecos à circulação rodoviária (e.g.,
sinalização – sempre a mesma forma e o mesmo significado)
 Informais – extrínsecos à circulação rodoviária (e.g., painéis
de publicidade)
 Classificação por grau de importância
 Pertinentes – servem de alerta. Predizem um determinado
acontecimento (ter em conta e monitorizar)
 Críticos – transmitem informação de carater urgente. Exigem
sempre ação do condutor sobre os comandos do veiculo
(temos que agir)
 Melhora com a experiencia de condução
 Treino para a identificação
 Formação de categorias de acontecimento de memória

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 Melhoram a capacidade discriminativa de índices permitindo
conhecer o funcionamento de situações distintas de condução
(simulação, filmes, etc.)
o Importância da atenção e de memória
 Atenção
 No conjunto de tarefas de condução, o condutor utiliza várias
dimensões da atenção:
o Atenção distribuída (sobre toda a situação de transito
no seu campo visual)
o Atenção seletiva (pela qual retém a informação
relevante e ignora a irrelevante=
o Atenção concentrada ou sustentada (sobre pontos
específicos que podem significar riscos específicos ou
sinais aos quais deve obedecer)
o Vigilância (com a função de manter a execução da
tarefa sem quebras e o alerta para agir por antecipação
ou reagir face a situações inesperadas)
 O condutor está envolvido por milhares de estímulos que
facilmente podem desviar a sua atenção
 A falta de atenção ou distração é considerada fator
responsável por cerca de 40% dos acidentes
 Memória
 Engloba um conjunto vasto de processos biológicos,
fisiológicos e psicológicos que só se traduzem em atos
através das experiencias anteriores armazenados
 Memória é a retenção de aptidões e informações recebidas
através do processo de aprendizagem. É a persistência das
aprendizagens
 Evocação
o Recordação de experiencias anteriores de modo a
poderem ser reproduzidas ou narradas
 Reconhecimento
o Identificação de representações atuais com outras
passadas. Ter a noção de já ter visto, e onde e quando
se viu.
 Tratamento da informação (pensar)
 Depois de recolhida a informação é tratada pelo SNC para
torná-la significativa e orientar o comportamento
o Antecipação (recolha antecipada de índices)
o Previsão
 Na antecipação e na previsão o condutor dispõe de regras
objetivas:

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o Regras de circulação rodoviária
o Regras do comportamento humano
o Leis que regem a dinâmica do veiculo (mecânica, …)
 Na previsão
o O condutor utiliza não só as regras objetivas mas
também regras internas que resultam da
interiorização/interpretação particular ou “leitura”
pessoal dessas regras no decurso da aprendizagem
(representações)
o A capacidade de previsão está relacionada com a
experiencia, com as capacidades cognitivas, de
raciocínio, de avaliação e de julgamento
 Treino para a previsão
o Técnica da condução comentada
 Decisão
 Conjunto de processos de seleção e eleição de uma opção
entre várias que se traduz a nível observável numa ação
concreta final
 A decisão engloba a recolha de informação (perceção e
identificação) e o tratamento da informação (antecipação e
previsão) naquilo que se designa também como processo
decisional
 Ação
 Utilização dos comandos do veiculo para o seu domínio nas
diversas situações
 Capacidades sensoriomotoras
 Importância da experiencia
 A experiencia de condução influencia as 3 fases do processo
decisional
o Recolha da informação
o Exploração percetiva
o Identificação

 Psicologia do Tráfego
o Em Portugal existe apenas na avaliação psicológica dos condutores e na
formação
o Há psicólogos de trafego em Portugal? Em todas as dimensões não.
o A nível europeu é diferente
o Domínio criado oficialmente em 1994: (Divisão 13 da International
Association of Applied Psychology – Tranfic and Transportation
Psychology)

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o Objeto
 Estuda o comportamento dos utentes das vias e os processos
psicológicos subjacentes, nomeadamente a relação entre
comportamento e acidentes de viação (Rothengatter, 1997)
o Inicio
 1866 – Daimler, Alemanha, Primeiro motor de combustão
 1886 – primeiro automóvel (Karl Benz)
 Inicio das preocupações sobre as “atitudes” necessárias para conduzir
 1900 – médico italiana L. Patriz – “constância da atenção”
 1910 – Musterberg – primeiro teste criado para selecionar
profissionais
 1915 – obrigatório exame psicotécnico para condutores profissionais
de serviço publico ou de transportes coletivos (Caparros, 1985)
 (…)
o Foram desenvolvidos modelos teóricos específicos (Fuller, 2008, etc)
o Áreas atuais de atuação
 Educação rodoviária e formação de condutores e outros agentes
 Campanhas de prevenção rodoviária
 Engenharia de vias e de veículos
 Intervenção na crise
 Reabilitação de condutores
 Avaliação de condutores (em Portugal)
 Seleção de condutores (em Portugal)
o TPI
 Organização internacional de psicologia do tráfego
o Tendência atual
 Tendência para a definição de um identidade do psicólogo do
tráfego, inspirada nas áreas tradicionais da psicologia
Avaliação psicológica de condutores
o Ato exclusivo da psicologia
o Elemento distintivo da autonomia técnica dos psicológicos
o Processo individual e compreensivo
 Abrange as áreas relacionadas com o pedido de avaliação, bem como
os problemas ou dúvidas identificadas durante a mesma
o Processo diversificado e abrangente
 Aquisição de informações
 Vários métodos de recolha de dados
 Interpretação de resultados e tomada de decisão
 Análise integrada de diversos dados/resultados, com vista a uma
conclusão acerca da pessoa e das suas capacidades
o Processo justo

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 Recolhesse e não penaliza diferenças relativas a pessoas com
deficiência, a menos que sejam estas as variáveis a mensurar
 Considera os fatores que podem reduzir a objetividade ou influenciar
os juízos formulados
 Pondera as consequências dos resultados
o Objetivos genéricos
 Rastreio
 Diagnóstico
o Ato especifico no contexto da prática especializada em Avaliação
Psicológica, com enfoque nas aptidões psicológicas
o Objetivo geral
 De acordo com a legislação em vigor, a avaliação psicológica de
condutores destina-se a avaliar as áreas percetivo-cognitiva,
psicomotora e psicossocial relevantes para o exercício da condução,
ou suscetíveis de influenciar o seu desempenho
 Requisito obrigatório para a condução de algumas categorias
de veículos automóveis e funções profissionais
 Obrigatória em alguns casos
 Porquê?
o Fatores humanos, nomeadamente fatores
psicológicos, determinam o comportamento de
condução e segurança.
 Objetivo especifico
o Identificar a presença, ou ausência, de risco para a
segurança da condução, associado aos fatores de
natureza psicológica necessários à condução de
veículos automóveis
o Nota: o nível de aptidões e competências identificado
pode justificar a aplicação de medidas restritivas
(aptidão com restrições e/ou adaptações) ou
impeditivas (inaptidão) com o objetivo de minimizar
ou eliminar a probabilidade de acidente de aviação.
 Avaliação psicológica
o Técnicas
o Protocolos de avaliação
o Em conformidade com a legislação – anexo VI do
RHCL
 População
o Características sociodemográficas diversidades
o Experiencia e hábitos de condução diversificados
o …
 O que se avalia

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o Défices apresentados por candidatos/condutores
 Perturbação mental
 Incapacidade intelectual
 Descoordenação motora
 Ausência/deformação de membros
 Quem avalia?
o Psicólogos - Membro efetivo da OPP
o Não é exigida formação especifica

Módulo 2 – Direito Rodoviário Relacionado com a Avaliação Psicológica no âmbito da


condução
Condutores
 Carta de condução
o Títulos de condução (cartas, licenças e certificados) e tipologia dos veículos
o Data de emissão – quando chega um cliente tem uma carta de condução,
temos que perceber se a carta já está inválida e há quanto tempo.
o Período de revalidação pode iniciar-se no período de 6 meses (antes)
o Podemos ter datas de validade diferentes para categorias diferentes
o No grupo 12 está apresentado as restrições. Na vertical estão as restrições
por categorias e na horizontal estão descritas todas as restrições. Estas
restrições estão por códigos
 Licenças de condução
o Para velocípedes ate 50cm3 ou tratores agrícolas
 Certificados emitidos pelas forças militares e de segurança
o Todas – pode ser requerido ao IMT, I.O., título civil das mesmas categorias,
desde a obtenção dos certificados e até dois anos depois da desvinculação do
serviço militar
 Grupo 2 depende de comprovação de aptidão psicológica
 Títulos estrangeiros
o Os títulos de condução estrangeiros válidos que habilitem a conduzir em
Portugal podem ser trocados por carta de condução portuguesa
 Grupo 2 depende de comprovação da aptidão psicológica

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Matricula amarela precisam de licença de condução e matricula branca precisam de
carta de condução
AM – duas ou três rodas, ou quatro mas não anda mais do que 45 km/j
A1 – até 125cm3, com potencia até 15 KW
A2 – não superior a 35KW
A – motociclos, com ou sem carro lateral e triciclos a motor de potencia superior a
35 KW
B1 – quadriciclos de potencia não superior a 15 KW e cuja massa máxima sem
carga, não exceda 400Kg
B – veículos ligeiros de passageiros até ao máximode 3500 Kg com reboque até
750Kg
BE – B mais reboque superior a 750Kg
C1 – Pesado de mercadores, entre 3500 e 7500Kg
C1E – com reboque até 12000Kg
C – veículos de mercadores
CE – com reboque
Diferenciação dos condutores por grupos
Grupo 1 – AM, A1, A2, A, B1, B, BE
o Ciclomotores, tratores e máquinas agrícolas e industriais
o Não há obrigatoriedade de avaliação psicológica
Grupo 2 – C1; C1E; C; CE; D1; D1E; D; DE; B e BE para conduzir;
ambulâncias, veículos de bombeiros, transporte de doentes, transporte
escolar, táxis
o Exigência de avaliação diferente do grupo 1
o Obrigatoriedade de avaliação psicológica
Ambos os grupos têm avaliação física
Revalidação
Grupo 1
o De acordo com a data de emissão
o Se esquecer de revalidação com 50 anos, durante 2 anos pode revalidar nas
mesmas condições passando isso tem de fazer exame prático
Grupo 2
o Até aos 45 tem sempre avaliação médica
o A partir dos 50 avaliação médica + avaliação psicológica
o A partir dos 68 anos fazem-se avaliação médica + avaliação psicológica
o A validade dos títulos de condução dos cat. D1, D1E, D, DE e de CE com
peso superior a 20t cessa aos 67 anos.
Outras condições de validade
o A validade depende ainda da manutenção pelo seu titular das condições
mínimas de aptidão física, mental e psicológica

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o Podem ser impostas períodos de validade mais curtos de que os
estabelecidos para submeter antecipadamente o condutor a avaliação física,
mental e psicológica
Condutores
Classificação dos condutores para efeitos de avaliação psicológica
Grupo 1
o Candidatos e condutores apenas são submetidos a avaliação psicológica
quando for recomendada na avaliação médica
Grupo 2
o Candidatos realizam sempre avaliação psicológica
o Condutores realizam avaliação psicológica na revalidação dos 50 anos e
seguintes
Grupo 1/ Grupo 2
o Quando haja lugar a avaliação psicológica e médica, os candidatos e
condutores só são considerados “Aptos” com aprovação nas duas. A partir
do momento em que somos solicitados para fazer uma avaliação o nosso
parecer vale, quando emitimos um certificado de emissão temos que enviar
para o IMT
Profissionais
Regime de avaliação de aptidão psicológica para acesso ou revalidação de
Certificados/Credenciais/Licenças profissionais
Examinadores
O acesso à formação depende da comprovação de aptidão psicológica nos termos
exigidos para os condutores de grupo 2.
A revalidação da credencial de 5 em 5 anos exige a comprovação de aptidão
psicológica
Pode ser utilizado o certificado de avaliação psicológica usado para a reavaliação do
título de condução, se estiver válido.
A validade de um certificado de avaliação psicológica é 6 meses.
Instrutores
O acesso à profissão depende da comprovação de aptidão psicológica nos termos
exigidos para os condutores do grupo 2.
Nos processos de revalidação da licença de instrutor e de carta de condução, pode
ser utilizado o mesmo certificado de avaliação psicológica
A revalidação da credencial de 5 em 5 anos exige a comprovação de aptidão
psicológica

Motoristas de Táxi

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Para obtenção e para renovação de Certificado de Motorista de Táxi (CMT) basta
ser titular de habilitação legal válida para conduzir automóveis da categoria B, com
averbamento do grupo 2.
Comprovação de aptidão psicológica só é exigida se não for detentor de um título de
condução do grupo 2, válido
A comprovação de aptidão psicológica só será exigida se o titular de condução do
grupo 2 não estiver válido
Motoristas de transporte escolar
Obtenção – comprovação obrigatoriedade de aptidão psicológica
Renovação – comprovação de aptidão psicológica na renovação aos 50 anos e
seguintes.
Deve ser mostrada a aptidão antes de se iniciar os cursos de formação.

Condutores de mercadorias perigosas


Se for titular de CC grupo 1
o Na emissão e na revalidação – comprovação de aptidão psicológica é
obrigatória
se for titular de CC grupo 2
o na emissão e na revalidação – só é obrigatória a comprovação de aptidão
psicológica se não tiver comprovado a aptidão para emissão ou reavaliação
de titulo de condução nos últimos 5 anos.
Breve abordagem à avaliação da aptidão física e mental (médica)
competências para realizar avaliação médica
o Médico de família, do trabalho, de associações profissionais, clinicas,
hospitais, etc., em contexto público ou privado
o Avalia-se
 Visão
 Audição
 Membros/aparelhos de locomoção
 Doenças cardiovasculares
 Diabetes mellitus
 Doenças neurológicas
 Epilepsia e perturbações graves do estado de consciência
 Perturbações mentais
 Álcool
 Drogas e medicamentos
 Insuficiência renal
 Disposição diversas (e.g., doenças de sono, DPOC, etc.)

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Avaliação Psicológica
Competência
o Candidatos a condutores do grupo 2, em que a avaliação psicológica é
obrigatória
o Candidatos a condutores do grupo 1, cuja avaliação psicológica tenha sido
recomendada na avaliação médica
o Estrangeiros do grupo 1 ou 2
o Ex-militares
o Candidatos e profissionais de condução, nomeadamente:
 Examinadores
 Instrutores
 Motoristas de táxi
 Motoristas de transporte escolar
 Condutores de mercadorias perigosas
 Condutores de ambulâncias
 Condutores de veículos de bombeiros
 Condutores de transporte de doentes

Carta de condução cassada – perde a carta de condução. Durante dois anos não pode
adquirir nova carta e quando voltar a requerer tem que fazer avaliação psicológica
(IMT a entidade responsável pela avaliação)
Áreas e Fatores a Avaliar (tempo de aplicação de testes cerca 45 minutos)
 Percetivo-cognitiva
o Inteligência (candidatos)
o Atenção e concentração
o Estimação do movimento
o Memória
o Integração percetiva
 Psicomotora
o Coordenação bimanual
o Reações de escolha
o Reações múltiplas e discriminativas
o Resistência vigilante à monotonia
o Segurança gestual
o Destreza manual (sensíveis a questões neuro e consumo de substâncias;
destreza dos movimentos finos)
o Capacidade multitarefa (e.g., condutores de autocarros, na seleção de
condutores e operadores de algum tipo pode ser útil)
 Psicossocial

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o Fatores de personalidade (maturidade e responsabilidade; estabilidade
emocional; despiste psicopatológico; atitudes e comportamentos de risco
face à segurança do tráfego; competências sociais)

 As provas de avaliação das competências e aptidões complementares serão usadas


sempre que o Psicólogo identifique dúvidas relativamente às funções que avaliam e
serão integradas no processo de decisão.
 Não é obrigatório usar as baterias, no entanto, estão mais preparadas (i.e., Testes de
Viena e Bapcon)
 Testes devem estar adaptados e aferidos à população portuguesa

 Áreas percetivo-cognitiva e psicomotora


o Grupo 1 – condutores e candidatos
 Percentil superior a P>16, na maioria dos fatores e variáveis
o Grupo 2 - candidatos
 Resultado > P16, em todos os fatores e variáveis
 Resultado > P25, na maior parte dos fatores e variáveis
o Grupo 2 – condutores
 Resultado > P20, na maior parte dos fatores e variáveis
 Área psicossocial
o Grupo 1 e 2
 É considerado «inapto» no exame psicológico o candidato ou
condutor que manifestamente evidencie, na área psicossocial:
a) perturbação grave da personalidade ou manifestações
psicopatológicas
b) instabilidade emocional
c) agressividade, impulsividade ou irritabilidade de tipo
explosivo;
d) comportamento antissocial;
e) comportamentos que traduzam atitudes inadaptadas ou de
risco face à segurança do tráfego; (posso verificar isto na
informação que obtenho na entrevista)
f) comportamentos que revem a tendência para abusar de
bebidas alcoólicas ou evidenciem dificuldades em dissociar o
seu consumo da condução automóvel;
g) comportamentos que revelem a tendência para abusar de
sustâncias psicotrópicas ou evidenciem dificuldades em
dissociar o seu consumo da condução automóvel.
 Restrições e adaptações
o 138 – Avaliação Psicológica antecipada
 Nunca antes de 6 meses / 1 ano

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 Quando a pessoa já tem obrigação de avaliação psicológica e eu
quero antecipar (e.g., grupo 2 depois dos 50)
o 140 – Avaliação Psicológica obrigatória
 Recebo um condutor do grupo 2 sem obrigações e utiliza-se esta
restrição.
o 61 – Condução limitada a deslocações durante o dia
 Decréscimo da acuidade visual (é normalmente o médico que coloca
esta restrição)
o 62 - Condução limitada a deslocações num raio de … Km da residência do
titular ou apenas na cidade/região…;
 Podemos fazer com objetivo de limitar as condições de condução
para um ambiente favorável, mais confortável
o 64 - Condução limitada a deslocações a velocidade inferior a … Km/h;
 Sobretudo nos idosos
 Baseado nos resultados de avaliação realizada
 A velocidade é selecionada de acordo com a pessoa que é avaliada.
Por norma, reduz-se em tudo. Se a limitação é suficientemente
importante para retirar 20 km mas não para retirar da autoestrada,
diminui-se o mesmo em todas (100, 80, 60). Se não for necessária
tanta exigência baixa-se 10 em todas. Ver os médicos na página 2535
do decreto de lei.
 Dentro das localidades não se aplica restrição dentro das localidades
o 67 - Condução não autorizada em autoestrada
o 997 – Apto para o grupo 2
 O psicólogo pode instituir ou recomendar adaptações ao veiculo tendo em conta as
aptidões que avalia no contexto das conduções físicas que o candidato/condutor
apresenta. No entanto, se não tiver conhecimento aprofundado da ergonomia dos
veículos e dos comandos associados, não deve fazê-lo.

 Quem impôs a restrição pode retirá-la.

1) O psicólogo assegura-se que tem competência para realizar a avaliação


o O psicólogo deve assegurar se o candidato cumpre os requisitos para a carta.
Se é condutor do grupo 2 ou grupo 1 e ver se tem restrições, se pretende ter
equivalência ao grupo 2 (e.g., taxistas), ou sendo condutor com titulo de
ligeiros tem solicitação médica para o efeito.
2) Certifica-se que estão garantidas as condições do espaço físico, ambientais, e
instrumentais adequadas
o Se os testes são adequados, se os instrumentos funcionam…
3) Realiza-se entrevista inicial breve, de acolhimento, adaptação e recolha de
informação sobre os objetivos da avaliação e condições do avaliado.
4) Utiliza os testes adequados à análise dos fatores obrigatórios, bem como os que se
revelem necessários para esclarecer dúvidas que se coloquem durante a avaliação
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5) Durante a avaliação preenche o relatório de avaliação (mas não tem que ser
necessariamente), melhor no final. Durante a avaliação fazer-se registos
(observação, falas, etc.)
o Garantir que o psicólogo não intervém nem positiva nem negativamente no
desempenho das provas.
6) Terminado a avaliação, o psicólogo emite o certificado com o resultado de «apto»
ou «inapto» ou de «apto» com restrições e/ou adaptações, indicando-as. Colocando
a vinheta da OPP e entrega o certificado ao avaliado (seja de aptidão ou inaptidão)
7) Quando o resultado for de «inapto», o psicólogo que efetuou a avaliação remete,
sob forma confidencial, cópia do relatório e do certificado da avaliação psicológica
ao serviço competente do IMT, I.P.
o Não partilhar a informação com mais ninguém
o No envelope a enviar para o IMT escrever “CONFIDENCIAL”
8) Um psicólogo que na sua atividade detete um condutor que sofra de perturbação de
foro psicológico ou mental suscetíveis de afetar a segurança da condução, deve
notificar o serviço competente do IMT, I.P. (Laboratório de Psicologia), através de
relatório fundamentado
9) Quando o psicólogo que realizar uma avaliação detete limitações físicas, mentais ou
psicológicas que não permitam a um candidato ou condutor pertencer ao grupo 2,
pode aprová-lo para o grupo 1, se reunir as condições mínimas exigidas.
o Neste caso, o psicólogo emite o certificado da avaliação psicológica com a
menção “inapto para o grupo 2”.
10) O certificado da avaliação psicológica com a menção de «apto», tem validade de 6
meses da data da sua emissão.
11) O examinado considerado «inapto» em avaliação psicológica, só pode ser
submetido a novo exame passados 6 meses, ficando impedido de conduzir ate ser
considerado «apto», ainda que a sua carta se encontre válida.
12) O candidato ou condutor pode recorrer do resultado de «inapto» nos 30 dias
seguintes à data de emissão do certificado de avaliação psicológica, para o
IMT/LAPSI, que notifica o recorrente para exame.
13) Se o examinado que recorreu for considerado «apto» o IMT/LAPSI emite novo
certificado de avaliação psicológica
14) Se for considerado «inapto» pelo IMT/LAPSI, o examinado pode requer nova
avaliação no IMT/LAPSI, passados 6 meses, ou no prazo que lhe seja fixada.
15) Se o condutor for considerado «inapto» pelo IMT/LAPSI fica impedido de conduzir
até ser considerado «apto», ainda que a carta de condução esteja válida.

NOTA: O relatório deve ser guardado pelo menos 2 anos. O certificado que entrega é
sempre original ao cliente. Se desejar o relatório é entregue a cópia. O psicólogo fica com a
cópia de certificado e original do relatório. Para o IMT vão cópias dos relatórios.

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Fatores e grupos de risco intervenientes em acidentes de viação
 Aptidões cognitivas
 Traços de personalidade
 Aptidões psicomotoras
 Sintomas psicopatológicas
 Experiencia de condução
 Atitudes e comportamento de risco
 Habilidade/destreza
 Estilo (Driving style)
Grupos de risco:
 Consumidores de substancias psicoativas
 Pessoas com doenças psiquiátricas
 Pessoas com doença neurológica
 Outras doenças médicas

29/09/2017
Formadora: Inês Ferreora
ines.rsferreira@gmail.com

Sistema de Testes de Viena


 Na folha de resposta devemos colocar as variáveis que são fornecidas pelas provas,
fornecidas pela bateria.

 Instrumentos não informatizados que podem ser usados:


o Inteligência
 Inteligência short form WAIS
 Matrizes Coloridas de Raven (crianças, baixa indiferenciação
intelectual, idosos – superior a 65 anos)
 Dominós para avaliar inteligência
 TIG 1 (não muito aconselhados para um nível de diferenciação alta)
o Atenção e concentração
 D2
 Trail Making Test (parte A) – usar a plataforma (Neuropsi) –
universidade do porto
 STROOP
 Toulouse-Pierón
o Memória
 Figura de Rey
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 Subteste da memória da WAIS
 (optar pela memória visual)
 Tabuleiro de corsi
o Integração percetiva
 Cópia da Figura de Rey
 Indice factorial de organização pecetiva da WAIS (ver que provas)
 Matrizes de raven (?)
o Avaliação da personalidade
 NEO-PR (versão reduzida): NEO – FFI (margarida Lima da
Universidade de Coimbra)
 EPQR – questionário de personalidade de Eizenk
o Despiste psicopatológico
 BSI
 BDI
 STAI
 GDS (depressão em pessoas idosas)
 GAI (ansiedade em pessoas idosas)

30/09/2017
Bapcon
 Inteligência é a da BPRD
o Prova sensível para o índice geral
Quando damos um parecer de inaptidão temos que enviar um documento de
confidencialidade.

Restrições nas conduções na autoestrada – se o indivíduo não é capaz de responder a


muitos estímulos, campo de visão mais limitado.
Há estradas nacionais mais perigosas do que autoestrada, para esse efeito é importante
compreender em que tipo de estradas conduz…
Restrições de raio de ação – pessoas mais idosas podem acontecer.
Restrições para durante a dia – quanto mais limitações sensoriais houver menos é
aconselhável é permitir conduzir à noite.

Construir um guião de entrevista para pessoas mais jovens e mais idosas.

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Teste dia 9 de outubro: verdadeiro e falso (20 afirmações).
carinacgoncalves1@gmail.com – área da neuropsicologia e reabilitação
marinainesfigueiredo@gmail.com
ramatos12@gmail.com
monica_ribeiro@msn.com
telmarodrigues12@hotmail.com
sandra.miranda10069@gmail.com
sandraprodrigues86@gmail.com
ana.r.durao@gmail.com
claudiasilvapsi@gmail.com
andreiadanielasa@sapo.pt

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