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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
CURSO: HISTÓRIA (LICENCIATURA)
DISCIPLINA: HISTÓRIA MEDIEVAL
DOCENTE: BENILTON TORRES DE LACERDA
DISCENTE: DÉBORA DIAS GUIMARÃES

Resumo do 1° capítulo do livro “A civilização do Ocidente Medieval”


Débora Dias Guimarães

Caxias
2022
No primeiro capítulo do livro “A civilização do Ocidente Medieval”, A instalação
dos bárbaros (séculos V-VII), Jacques Le Goff expõe de maneira simples e clara o início da
Idade Medieval. Há uma influência do mundo romano importantíssima no futuro do ocidente,
mesmo que antes (século III), o império já estivesse em aparente declínio, perdendo o poder e
seu controle sobre outras terras. As diversas guerras que os romanos estavam enfrentando,
levaram à uma crise demográfica e de mão de obra servil, prejudicando ainda mais o que já
estava frágil; seus deuses foram abandonados e adotaram o Deus cristão para si, buscando
novos rumos, sendo o cristianismo, no futuro, o agente principal na transmissão da cultura
romana ao Ocidente medieval.
As invasões bárbaras no século V são o anúncio catastrófico de um império com os
dias contados, no ano 276, a grande incursão dos alamanos, dos francos e de outros povos
germânicos assolam a Gália, a Espanha e a Itália do Norte, sendo a grande investida do
século, os campos são devastados e há uma queda na economia, forçando os camponeses a se
colocarem sob a proteção (quase escravidão) de grandes proprietários, que também acabaram
virando chefes militares. Atração por territórios mais ricos, dificuldades para cultivo e a
criação de animais, não há uma causa específica para o início dessas investidas, mas se pode
afirmar que os invasores estão sempre fugindo de algo, a superioridade militar se torna um
impasse, não só o armamento, como também a cavalaria impressiona os romanos, mas esse
não foi o único motivo para terem se sobressaído. Os bárbaros também foram favorecidos
pela população romana que era esmagada pelos ricos e poderosos do império, o elo mais fraco
chega ao ponto de emigrar para dentre os bárbaros, preferindo deixar os tempos de escravidão
que pareciam liberdade.
No início do século VI, o Ocidente está partilhado entre os anglo-saxões na Grã-
Bretanha, os francos que detêm a Gália, os burgúndios na Savoia, os visigodos com a
Espanha, os vândalos que estão na África e os ostrogodos que conquistam a Itália. A política
dos imperadores do Oriente tentou impedir os bárbaros de tomar Constantinopla, já que o
mare nostrum continuava sendo a artéria essencial de seu comércio e abastecimento,
Justiniano em 527 d.C abandona essa política mais passiva e buscar reconquistar, pelo menos
o essencial do domínio mediterrâneo. Apesar dos esforços empregados, acontecem apenas
sucessos pequenos, que enfraquecem Bizâncio diante dos perigos orientais, para acrescentar
ainda há no ano de 543 a chegada da peste negra aumentando ainda mais a devastação das
guerras e da fome.
A fuga e a mobilidade da mão de obra rural fizeram com que os imperadores do
baixo Império tornassem obrigatórias hereditariamente certas profissões, a Cristandade
medieval também transformará em um pecado maior o desejo de escapar à própria condição, é
o início de uma sociedade estratificada e horizontalmente compartimentada. Há um retrocesso
técnico enorme, no Ocidente medieval, a pedra, que já não se sabe mais como trabalhar, some
e dá lugar à madeira como material essencial, além do retrocesso dos costumes, como
ressurgimento das velhas superstições camponesas. E a Igreja, em meio à desordem das
invasões, torna-se chefe de um mundo desorganizado, que exerce além de seu papel religioso
um papel político, negociando com os bárbaros, distribuindo esmolas e até organizando
resistências; enfim, a Igreja tenta paralisar e neutralizar o Estado e os reis, enquanto eles
tentam o mesmo e é com essa abertura que se inicia a Idade Média.
REFERÊNCIAS

GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente Medieval. In:______. A instalação dos bárbaros


(séculos V-VII). Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2015. p. 1-31.

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