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GRAMÁTICA

Morfossintaxe do Período Composto

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sumário
Morfossintaxe do Período Composto. . ..................................................................................................................3
1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas.. ......................................................................................................................5
1.1. Orações Subordinadas Substantivas.............................................................................................................5
1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.............................................................................................6
1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa........................................................................................7
1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta................................................................................8
1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta. ............................................................................9
1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal. ....................................................................9
1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva......................................................................................... 10
2. Orações Subordinadas Adjetivas. . ................................................................................................................... 10
2.1. Explicativa X Restritiva. . ....................................................................................................................................12
2.2. Função Sintática do Pronome Relativo. ....................................................................................................13
2.3. Regência do Pronome Relativo.. ....................................................................................................................16
2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”. ...........................................................................................................18
3. As Orações Reduzidas............................................................................................................................................21
4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas. . .............................................................................................................. 22
4.1. Orações Subordinadas Adverbiais..............................................................................................................25
4.2. Orações Coordenadas.. .......................................................................................................................................30
Questões de Concurso................................................................................................................................................37
Gabarito............................................................................................................................................................................ 104
Gabarito Comentado..................................................................................................................................................105

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MORFOSSINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO


Olá, querido(a) amigo(a)!
Depois de alguns percursos gramaticais, chegamos a um ponto do estudo de que muitos
alunos não gostam: o período composto. E há uma razão para não gostarem – as nomenclatu-
ras dessa parte da gramática assustam qualquer pessoa, pois não é nem um pouco agradável
falar em oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo, por exem-
plo. Em muitas oportunidades, a nomenclatura adotada é maior que a oração analisada! Antes
de começar as análises oracionais, vamos fazer a engenharia reversa!
Veja comigo a seguinte construção:

EXEMPLO
1) Um Jornal de São Paulo anunciou, no início da tarde, a prisão do deputado.

Primeiramente, perceba que há apenas um verbo. Isso nos revela que estamos diante de
um período simples. Vamos fazer a análise sintática da construção, com base nos conheci-
mentos que adquirimos até aqui:

Agora, vamos realizar algumas alterações:


i. Em vez de “de São Paulo” (o adjunto adnominal), usaremos que é de São Paulo;
ii. Em vez de “no início da tarde” (o adjunto adverbial), usaremos quando entardeceu;
iii. Em vez de “a prisão do deputado” (objeto direto), usaremos que o deputado foi preso.
O resultado será:

EXEMPLO
(2) Um jornal que é de São Paulo anunciou, quando entardeceu, que o deputado foi preso.

A que conclusões podemos chegar?


• Antes, o período era simples; agora, composto. Basta perceber a ocorrência dos verbos
“é”, “entardeceu”, “foi preso” e “anunciou”.
• “Anunciou” é o verbo que estava desde o começo, quando o período ainda era simples.
Por isso, ele integra a nossa oração principal.

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• “que é de São Paulo” caracteriza o substantivo “jornal”, assim como “de São Paulo”, que
é adjunto adnominal. Em outras palavras, ele também é um adjunto adnominal, só que
oracional.
• “quando entardeceu” indica quando a ação de anunciar foi praticada, assim como “no
início da tarde”, que é adjunto adverbial. Em outras palavras, ele também é um adjunto
adverbial, só que oracional.
• “que o deputado foi preso” é o que foi anunciado, funciona como o complemento do
verbo “anunciou”, assim como “a prisão do deputado”, que é objeto direto. Em outras
palavras, ele também é objeto direto, só que oracional.

Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-
daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-
da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que
• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.
• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.
• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.

O período composto da língua portuguesa é dividido em duas partes: subordinação e co-


ordenação. No primeiro caso, falamos de orações que apresentam dependência sintática em
relação a outros termos do período. No segundo, falamos de orações que apresentam uma
interação semântica entre outras orações do período. No mapa mental abaixo, você entenderá
a divisão do período composto:

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Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre
orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais
e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em questões
acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da
pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-
posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá
no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência
didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!
Sem mais, vamos aprofundar no assunto!

1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas


1.1. Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas se dividem em:

Subjetivas (função de sujeito) Predicativas (função de pred. suj.)

Objetivas diretas (função de OD) Objetivas indiretas (função de OI)

Completivas nominais (função de CN) Apositivas (função de aposto)

Veja que todas elas são orações baseadas em funções sintáticas estudadas ao longo do
curso! Ou seja, você já sabe!
As orações subordinadas substantivas, quando desenvolvidas1, são introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes QUE ou SE.
1
Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.

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Existe um teste: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas por isso,
conforme no exemplo abaixo:

Vamos aos casos:

1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva


Exerce função de sujeito. Tome muito cuidado! Você deve perguntar ao verbo o que,
e não quem.

001. (CESPE/SOLDADO OPERACIONAL/CBM-DF/2011) É sabido que a bactéria em questão


— Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes
— animais ou humanas.
O trecho “que a bactéria em questão — Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo
quando, nele, estão presentes fezes — animais ou humanas” exerce a função de sujeito da
locução “É sabido”.

Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido
isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —
Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —
animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).
Certo.

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1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa


Exerce função de predicativo do sujeito. Mais cuidado ainda! Parece muito com o exem-
plo 3! Veja:

O que difere uma da outra: em 3, “fundamental” é o predicativo; em 7, “o fundamental” é o


sujeito. Como você vai saber a diferença? Pelo artigo! Quando houver verbo de ligação na OP,
perceba se a palavra que o acompanha está com ou sem artigo. Se não houver, o.s.s. subjetiva;
se houver, o.s.s. predicativa.

002. (FUNCAB/ADVOGADO/DETRAN-PB/2013) “Porque a verdade é que eu também não sei.”


A respeito desse período, analise as afirmativas a seguir.
• I – O período é composto por coordenação.
• II – O QUE é uma conjunção integrante.
• III – A segunda oração é subordinada substantiva predicativa.
A alternativa que indica apenas a (s) afirmativa (s) correta (s) é:
a) II
b) II e III
c) III
d) I e III
e) I

A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é
isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-
tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou
a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a
oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!
Letra b.

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1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta


Exerce função de objeto direto.

003. (IADES/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/CAU-RJ/2014) Só não conseguiu antecipar


que a medida não seria suficiente para tantos cargos e que os vãos, típicos das obras dele,
acabariam ocupados por salas de lideranças, reuniões, postos médicos, gabinetes, lojas.
Quanto ao período “Só não conseguiu antecipar que”, é correto afirmar que a conjunção “que”
introduz uma oração
a) subordinada adverbial consecutiva.
b) coordenada sindética explicativa.
c) subordinada adjetiva restritiva.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) coordenada sindética adversativa.

Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-
ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a
oração é objetiva direta.
Letra d.

004. (CESPE/ASPIRANTE DO CORPO DE BOMBEIROS/CBM-CE/2014) Conta-se que as mar-


cas de sangue da negra não saíam nunca da parede, mesmo que a caiassem continuamente.
A forma verbal “Conta-se” (R.26) poderia estar flexionada no plural, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, em concordância com “as marcas de sangue da negra”, dada a presença
do pronome apassivador.

Primeiramente, tome MUITO CUIDADO ao classificar a oração “que as marcas de sangue na


negra não saíam nunca da parede”. Sei que você, com a substituição, encontrou conta-se
isso. Sei também que você pensou: quem conta, conta algo. A oração parece subordinada

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substantiva objetiva direta, mas não é! O pronome “se” é uma partícula apassivadora (que é
responsável por transformar o objeto direto em sujeito paciente). Portanto, a oração subordi-
nada substantiva é classificada como subjetiva.
Eis, então, que nasce um outro ensinamento: o verbo que tem como sujeito uma oração su-
bordinada substantiva subjetiva sempre ficará no singular. Vou dizer de outra forma: o verbo
dotado de sujeito oracional só pode ficar no singular! Por isso, “conta-se” deve permanecer no
singular, pois o seu sujeito é oracional.
Detalhe: “as marcas de sangue da negra” é sujeito, mas do verbo “saíam”.
Errado.

1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta


Exerce a função de objeto indireto.

1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal


Exerce função de complemento nominal.

Obs.:
 1: As objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposi-
ção. A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.
 Obs.: 2: A preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é con-
siderada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa
é uma polêmica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em
provas mostra que a preposição pode ou não ser empregada. Mas há as divergên-
cias: a IADES considera essa preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou
facultativa em uma prova e obrigatória em outra (para acabar com a nossa vida). Deta-
lhe: nessas duas orações, antes da conjunção integrante se, a preposição sempre fica
implícita.

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1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva


Exerce função de aposto. São as mais fáceis, pois são as únicas marcadas por pontuação.

Adendo: a pontuação e as orações subordinadas substantivas.


Nenhuma oração subordinada substantiva pode ser separada por pontuação, exceto a apo-
sitiva. E isso é simples de entender: como vimos na aula de pontuação, não se separa o su-
jeito do verbo por vírgula, nem o verbo do complemento, nem o verbo do predicativo, nem o
substantivo do complemento nominal! A diferença só é que essas funções sintáticas, agora,
são desempenhadas por orações!

2. Orações Subordinadas Adjetivas


São divididas em dois tipos:
• Explicativas (com pontuação)
• Restritivas (sem pontuação)

São introduzidas, quando desenvolvidas, por pronomes relativos2:

QUE O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS

ONDE CUJO(A)(S)

Eu gosto de ensinar duas formas para você reconhecer uma oração adjetiva:
• Pelo valor adjetivo da oração (ela caracteriza um substantivo – ou um pronome substan-
tivo – anteposto)

2
Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em provas de concursos públi-
cos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.

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• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por
o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e
todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.

Adendo: PR x CI
São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candidato
diferencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predominam!

005. (CESGRANRIO/TÉCNICO BANCÁRIO/BANCO DA AMAZÔNIA/2013) No trecho “cons-


tataremos que são áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano”, a palavra que tem
a mesma classificação do que se destaca em:
a) “O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade.”
b) “pensar um novo modelo de desenvolvimento que una a questão ambiental à econômica.”
c) “principalmente por ser o Brasil um país que agrega a maioria do território amazônico”.
d) “deveríamos levar adiante algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replicadas em
cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo.”
e) “Vamos imaginar que sou do Rio Grande do Sul,”

No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a
oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por
CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há
pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).
A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem
mais cuidado!
Letra e.

006. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT10/2012) Não existem dúvidas de que lhe diziam


que determinado amante tramava contra ele ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele
sempre fazia o que a mulher lhe pedia e logo se livrava daqueles homens.
O vocábulo “que”, em “diziam que” e em “fazia o que”, pertence a classes gramaticais distintas.

É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está
no segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demons-
trativo – que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe
pedia). Agora, você pode analisar de duas formas:
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i. A oração “que a mulher lhe pedia” caracteriza aquilo (“o”);


ii. Trocar o QUE por o qual, gerando aquilo o qual.
Dessa forma, você perceberá que o primeiro QUE é uma conjunção integrante; o segundo, um
pronome relativo.
Certo.

Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-
dos acerca desse conteúdo.

2.1. Explicativa X Restritiva


A diferença entre uma oração subordinada adjetiva explicativa e uma restritiva reside, vi-
sualmente, na pontuação3. Mas a principal característica está ligada à semântica. Você vai
entender melhor com a questão que vou apresentar.

007. (IBFC/PESQUISADOR/INEP/2012) Considere o período e as afirmações abaixo.


Os alunos que são muito indisciplinados foram punidos.
• I – A pontuação está correta.
• II – Se a oração adjetiva estivesse entre vírgulas, não haveria mudança de sentido.
• III – Há duas orações no período.
Está correto o que se afirma apenas em
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III

Vou justificar cada uma das alternativas:


I – Certo. A pontuação está correta. O trecho “que são muito indisciplinados” é uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Caso ela estivesse entre vírgulas, passaria a ser uma oração
subordinada adjetiva explicativa. Isso não afeta a correção gramatical.

Restritiva (sem vírgulas) Explicativa (com vírgulas)

Só parte dos alunos são


Todos os alunos são
indisciplinados. Há uma parte
indisciplinados.
sem essa característica.
3
Você se lembra de que, no PDF de pontuação, falei sobre explicação e restrição? Se não, volte lá!

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II – Errado. A mudança entre explicativa e restritiva sempre altera o sentido original do texto!
A diferença é:
Restringir, em termos gerais, significa separar. Explicar significa dizer quem/o que é.
III – Certo. Há duas orações: “os alunos foram punidos” é a oração principal; “que são muito
indisciplinados” é a oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra e.

Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-
te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-
nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4

008. (CESPE/TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR/ANS/2013) O seu con-


trole é difícil, porque o inseto é muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus
ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada
de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em
larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. O único modo possível de se evitar
a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito transmissor da doença, combatendo-se
os focos de acúmulo de água — locais que propiciam sua criação.
As orações “que são extremamente resistentes” e “que propiciam sua criação”, embora se-
jam introduzidas pelo mesmo pronome relativo, denotam sentido explicativo e restritivo, res-
pectivamente.

A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-
tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-
tivo “locais”.
Certo.

2.2. Função Sintática do Pronome Relativo


Agora, precisamos entender que todo pronome relativo desempenha uma função sintática
na oração subordinada adjetiva. Analise comigo a seguinte construção:

4
Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua! O link é
este: bit.ly/explicativarestritiva.

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Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-
pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”
é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos
relacionar as duas orações5 em um único período.

Entre as duas construções, há poucas diferenças: dois períodos foram transformados em


um só; o pronome pessoal do caso reto “eles” foi substituído pelo pronome relativo “que”, e eu
preciso que você coloque uma informação na sua cabeça: assim como “eles” retoma e substi-
tui “sapatos novos” na construção 15, “que” retoma e substitui “sapatos novos” na construção
16. Logo, se “eles” é sujeito em 15, “que” é sujeito em 16!
Há um passo a passo simples para descobrir a função sintática de um pronome relativo:
I – Identifique o pronome relativo e o referente dele.
II – Construa uma nova oração em que, no lugar do pronome relativo, você colocará o refe-
rente dele.
III – Faça a análise sintática da nova construção, com o objetivo de descobrir a função
sintática do referente.
IV – Pronto! Você identificou a função sintática do pronome relativo!
Veja comigo em alguns exemplos:

Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,
a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-
ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais
5
Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne adjetiva
de algum termo da outra.

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automático, e você conseguirá fazer a análise sintática de qualquer pronome relativo em um


piscar de olhos!
Vejamos mais duas construções:

009. (CESPE/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2015) Para a surpresa de


muitas pessoas, acostumadas a ver em nosso país tantas leis que não saem do papel, a LRF,
logo nos primeiros anos, atinge boa parte de seus objetivos, notadamente em relação à obser-
vância dos limites da despesa com pessoal, o que permitiu uma descompressão da receita
líquida e propiciou maior capacidade de investimento público. O regulamento marca avanços
também no controle de gastos em fins de gestão e em relação ao novo papel que as leis de
diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar.
Os pronomes relativos “que” (R.9) e “que” (R.15), embora retomem elementos distintos do tex-
to, desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.

Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-
pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:
• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)
• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo
pronome relativo é objeto direto.)
Errado.

Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!
Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,
a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso
que passaremos à próxima seção!

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2.3. Regência do Pronome Relativo


Como você sabe, existem funções sintáticas não preposicionadas (como sujeito e objeto
direto, apresentadas em 2.2, por exemplo) e outras preposicionadas. Veja comigo:

EXEMPLO
(21) As mudanças que o Brasil precisa são lentas. *

Sinto informar, mas a construção 21 está gramaticalmente incorreta! E ela passaria fácil,
sem qualquer reprovação, no nosso dia a dia – aliás, nem o Word identificou a agramaticalidade!
E o tudo pode ser resolvido se você souber identificar a função sintática do pronome relativo!

Como o pronome relativo desempenha a função de objeto indireto, ele obrigatoriamente


será preposicionado! E isso aparece demais em provas de concursos públicos! Vamos analisar
mais algumas orações:

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Adendo: O pronome relativo e a crase.


No PDF sobre crase, eu disse que falaríamos mais sobre o assunto quando chegássemos
aos pronomes relativos. Veja a seguinte construção:
- A lei a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.
O pronome relativo está preposicionado, por desempenhar a função de objeto indireto do
verbo “se referiu”. Note que não há crase, uma vez que só estão presentes a preposição e
o pronome relativo (e o artigo é proibido antes de “que”). Mas podemos trocar “que” por “a
qual”. E o resultado será
- A lei à qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.
Agora, há a necessidade da crase, uma vez que foi realizada a fusão entre a preposição a e a
qual. Não há qualquer relação com o artigo! O pronome relativo é a qual (a parte sublinhada
integra o pronome relativo. Se trocarmos, por exemplo, “a lei” por “o regimento”, os resul-
tados seriam
- O regimento a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.
- O regimento ao qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.

Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não
a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode
ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não
preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar
algumas questões!

010. (CESPE/TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR/ANS/2013) Na fase


do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue para garantir o desenvolvimento dos
ovos, ocorre a transmissão da doença.
Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “em que” por na qual.

O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-
bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-
rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.
Certo.

011. (CESPE/ TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR/ANS/2013) Uma vez


imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais
surge o adulto.
O emprego de preposição em “das quais” é exigido pela regência de “origem”.

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A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto
a ele. No caso, é o verbo “surge”
Errado.

012. (CESPE/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/FUB/2013) A educação superior no Brasil


não pode ser discutida sem que se tenha presente o cenário e o contexto em que ela surgiu.
Caso expressão “em que” fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerên-
cia do texto.

A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-
tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a
construção ficaria sem sentido.
Errado.

013. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013) “Pois há uma única coisa de que o próprio


Deus está privado: fazer que o que foi não tenha sido”.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição ‘de’.

A preposição anteposta ao pronome relativo é exigida pelo vocábulo “privado”. Se substituirmos


o pronome pelo referente, o resultado será o próprio Deus está privado de uma única coisa.
Errado.

2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”


Vamos começar o estudo sobre o onde com duas questões:

014. (IADES/ANALISTA-DIREITO/SEAP-DF/2014) No período “Teodoro Freire punha o pilão


na rede em que dormia para disfarçar”, “em que” não poderia ser substituído por onde.

I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez
que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa

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estar no referente do pronome. Na questão, “em que” retoma “rede”, que é um lugar. A troca
por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que a substituição
não pode ocorrer).
Errado.

015. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/MJ/2013) Marilena Chaui, filósofa


brasileira, afirma que, para a classe dominante brasileira (os “liberais”), democracia é o regime
da lei e da ordem. Para a filósofa, no entanto, a democracia é “o único regime político no qual
os conflitos são considerados o princípio mesmo de seu funcionamento”.
A expressão ‘no qual’ poderia ser substituída pelo vocábulo onde, sem prejuízo para a correção
e para as ideias do texto.

Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez
que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa
estar no referente do pronome. Na questão, “no qual” retoma “regime político”, que não é um
lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.
Errado.

Veja outra questão:

016. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/MI/2013) Esse volume de investi-


mentos estrangeiros tende a permanecer forte com a aproximação de eventos internacionais
sediados no Brasil — como a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016) — e a exploração
do pré-sal, a faixa litorânea de oitocentos quilômetros entre o Espírito Santo e Santa Catarina
onde estão depositados petróleo (mais fino, de maior valor agregado) e gás a seis mil metros
abaixo de uma camada de sal no Oceano Atlântico.
Sem prejuízo gramatical ou alteração de sentido, o pronome “onde” (R.29) poderia ser substi-
tuído por no qual.

O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,
portanto, seria na qual.

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Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome onde.
Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta ra-
ciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!
(4) A casa onde moramos será reformada. (o verbo morar pede a preposição em)
(5) A praia aonde ele vai está interditada. (o verbo ir pede a preposição em)
(6) O parque onde corro é arborizado. (o verbo correr pede a preposição em)
(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes. (o verbo vir pede a preposição de)
(8) A estrada por onde passo está esburacada. (o verbo passar pede a preposição por)
Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para o
uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.
(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.
Características:
I – Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome (basta
notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou termos
de natureza substantiva).
II – Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo pos-
terior (“cujas” concorda com “portas”).
III – Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas)
IV – Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa finalidade!
V – O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para
outros pronomes relativos). Veja exemplos:
(10) Esse é o país de cujas praias falamos. (falamos das praias do país)
(11) O seriado a cujos episódios me referi foi cancelado. (referi-me aos episódios do seriado).
Errado.

017. (IDECAN/PROFESSOR/SEARH-RN/2016) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai
ser apenas a de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um
ERRO se o autor substituísse o excerto grifado por:
a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.
b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.
c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.
d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.

A presença do artigo após “cujas” constitui erro gramatical. Nas demais alternativas, a presen-
ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a
preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo
“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).
Letra a.

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3. As Orações Reduzidas
Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-
mentais as marcam:
I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);
II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.
As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:

Já as orações adjetivas podem se reduzir com verbos no infinitivo, no particípio ou


no gerúndio.

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4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas


Nesta seção, fecharemos o período composto da língua portuguesa! Claro que, nas gramá-
ticas, há muito mais acerca do assunto. Todavia, você não adquiriu este material para aprender
tudo, mas para aprender o que cai. Você se lembra das nossas primeiras conversas? Meu pri-
meiro objetivo não é ensinar a você gramática, mas ensinar a você como resolver questões de
gramática! Eu quero que você se torne uma máquina de destruição em massa de itens e ques-
tões! Eu quero que língua portuguesa deixe de ser seu entrave, e passe a ser seu diferencial.
Sabe por que eu quis relembrar toda essa conversa inicial? Porque vamos, agora, falar so-
bre orações subordinadas adverbiais e orações coordenadas. Eu poderia passar o PDF inteiro
ensinando como identificar e classificar orações (o que ensinarei), mas preciso dar prioridade
ao que aparece em provas. O assunto deste módulo é muito importante, mas o seu principal
foco será:
• Identificação de conjunções.
• Semântica oracional.

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Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso
fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.

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 Obs.: Parte escura: conjunções coordenativas.


 Parte clara: conjunções subordinativas adverbiais.
 1: é muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas em orações com
semântica explicativa, e vice-versa.
 2: sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas juntas!
  e : Comparar (adversativas com concessivas; condicionais com temporais)
 Conjunções em negrito: estudar com atenção! Costumam confundir, por serem seme-
lhantes.

Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-
ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);
com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?
No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem
algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações
subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios
semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-
tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito
semelhantes.

018. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-ES/2013) De acordo com o estudo A Cor


dos Homicídios no Brasil, desenvolvido pelo coordenador da área de estudos da violência da
Faculdade Latino-Americana no Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortali-
dade entre jovens brancos no país caiu 27,1%.
O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, poderia ser subs-
tituído, coerentemente, por como.

Veja que a banca nem faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordina-
da. Você precisa saber o sentido da oração e a conjunção adequada. A questão está errada,
pois “enquanto” é uma conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída
por “como”.
Errado.

019. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-SC/2016) O fenômeno da corrupção, em


virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atu-
ação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular

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a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do
interesse público.
Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse substituído por
Por conseguinte.

Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem faz
questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber o
sentido da oração e a conjunção adequada. A questão está certa, pois tanto a conjunção “por-
tanto” quanto “por conseguinte” possuem valor conclusivo. Se você fez uso da tabela, notou
pelas cores que a primeira diz respeito às orações subordinadas adverbiais, ao passo que a
segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas questões do Cespe, mas é assim que cai em
praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas serão fáceis assim – ainda mais com a
tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em provas de concursos.
Certo.

Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos
oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos
em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-
tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-
tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender
com facilidade. Vamos juntos?

4.1. Orações Subordinadas Adverbiais


As orações subordinadas adverbiais se comportam como adjuntos adverbiais oracio-
nais. Quando desenvolvidas, apresentam conjunções subordinativas adverbiais. A estrutura
do período é

ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL __________________6.

Existem nove tipos de orações subordinadas adverbiais. Vamos a elas.

4.1.1. Causais: Expressam uma Causa em Relação à OP

6
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.

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4.1.2. Consecutivas: Expressam uma Consequência em Relação à OP

 Obs.: Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complemen-
tares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada
como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou
a que está reduzida por alguma forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo
que a outra é a oração principal. Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao
mesmo tempo!

4.1.3. Concessivas: Expressam uma Concessão em Relação à OP

 Obs.: Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acon-
tecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos
perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em
algum momento, saberá tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica.
Por isso, aconselho que você estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão
(ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!

4.1.4. Comparativas: Oferecem uma Comparação em Relação à OP

 Obs.: Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem
implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe
ressaltar que a contração “do” é facultativa!

4.1.5. Condicionais: Oferecem uma Condição em Relação à OP

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 Obs.: Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresen-
ta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque
bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situ-
ação hipotética.

4.1.6. Conformativas: Oferecem uma Conformidade em Relação à OP

4.1.7. Finais: Oferecem uma Finalidade em Relação à OP

4.1.8. Proporcionais: Oferecem uma Proporção em Relação à OP

4.1.9. Temporais: Oferecem o Tempo em Relação à OP

020. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2013) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência en-
trou em vigor muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da his-
tórica revolução imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o
caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais
impactados por esta revolução, o das relações trabalhistas.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.

É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há
70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação
das Leis de Trabalho (CLT).
Certo.

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021. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJDFT/2013) Mesmo com os avanços na área de segu-


rança, os crimes virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros,
como mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mes-
mo com os” fosse substituída por A despeito dos.

Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-
te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-
lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na
área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,
recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma
vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E
essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!
Certo.

022. (CESPE/ANALISTA/MPU/2013) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civiliza-


ção e a humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organiza-
ção da miséria.
Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se
inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.

MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto
quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.
Compare comigo esses dois períodos:
• Se você vier, ganhará um presente.
• Quando você vier, ganhará um presente.
O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir é uma certe-
za, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil enxergar. Mas, em um texto
de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso, saiba: essa troca de conjunções de
semânticas diferentes altera o sentido do texto, mesmo que não prejudique a correção.
Errado.

023. (CESPE/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/TCE-RO/2013) É assim que


funciona o Square, sistema de pagamentos em uso nos Estados Unidos da América. Ele, hoje, é
uma das maiores referências em pagamentos por celular. É aceito em 200 mil estabelecimen-
tos, entre restaurantes, bares, cafés, salões de beleza, spas, lojas e até agências funerárias.
Para usá-lo, o cliente precisa instalar um programa no celular.

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Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corretamente subs-
tituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído por o usasse.

No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-
guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.
Errado.

024. (CESPE/ASSISTENTE SOCIAL/SUFRAMA/2014) Com efeito, a habitação em cidades é


essencialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida
em que esses se opõem à natureza.
Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia ser substi-
tuída por à medida que.

Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-
valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito
comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!
Errado.

025. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJDFT/2013) O problema é que, na transmissão, pode


haver um espião conectado à rede, interessado em bisbilhotar a comunicação para obter os
dados pessoais e, principalmente, o número do cartão de crédito do comprador. Para evitar a
espionagem, as lojas virtuais utilizam a criptografia por meio de um método conhecido como
protocolo de chave pública.
A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo de chave
pública pelas lojas virtuais.

Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-
todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.
Certo.

4.1.10. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais

Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,
principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-
cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme
vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-
máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da
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polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como
em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para
sentir a estranheza).

4.1.11 As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas

As orações subordinadas adverbiais podem se reduzir em infinitivo, particípio ou gerúndio.


Nesses casos, nem sempre haverá o auxílio da conjunção para que você defina a classificação
da oração. Sua obrigação será identificar a relação semântica entre as partes.
• Infinitivo
− De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)
− Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (consecutiva)
− Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)
− Sem comer, você não melhorará. (condicional)
− Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)
− Antes de comer, lave as mãos. (temporal)
• Particípio
− Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)
− Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)
− Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)
• Gerúndio
− Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)
− Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)
− Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)
− Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)

4.2. Orações Coordenadas


As orações coordenadas são entendidas como sintaticamente independentes entre si (por
isso, não há mais uma oração principal). Essa independência entre elas permite, por exemplo,
o emprego de ponto final ou ponto e vírgula entre elas (o que não ocorre nas subordinadas).
As orações coordenadas se conectam exclusivamente por semântica. A estrutura do período é

ORAÇÃO COORDENADA ASSINDÉTICA + ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA ____________7.

As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.
Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-
ticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles.
7
A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.

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4.2.1. Aditivas

 Obs.: As orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as
orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula
pode ser inserida.

EXEMPLO
Ele chegou, e ela se jogou no sofá.

4.2.2. Adversativas

 Obs.: Você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-
cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!

026. (CESPE/PROFESSOR/SEE-AL/2013) Segundo a avaliação do movimento Todos pela


Educação, o PNE a ser aprovado perpassa os pontos principais da educação no país, mas
ainda deixa arestas.
A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção gramatical e
para os sentidos originais do texto.

As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-
matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.

 Obs.: A conjunção “e” pode ser usada como adversativa!

EXEMPLO
Ele correu, e não cansou.

Isso também já apareceu em prova.


Errado.

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027. (CESPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2013) Leio que a ciência deu agora


mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência
da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para
que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade
de que dispomos.
Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por de-
ficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.

Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência
da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe
ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-
sativa, e pode ser substituída por mas.

 Obs.: A conjunção “mas” é adversativa; no entanto, mas também é aditiva!

EXEMPLO
Ele ouviu mas também copiou tudo.

Certo.

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Adendo: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas!
Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:
P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.
P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.
P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.

Obs.:
 Não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção para
construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”, pois
a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a
conjunção.

Caso 2: com as demais conjunções adversativas:

Nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,
deslocada.

4.2.3. Alternativas

EXEMPLO
(2) Ora você estuda, ora você trabalha.

Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas são classi-
ficadas como sindéticas. Além disso, neste tipo de período, o emprego da vírgula é obrigatório.

4.2.4. Conclusivas

EXEMPLO
(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.

 Obs.: A pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apre-
sentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.
 A conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!
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4.2.5. Explicativas

EXEMPLO
(4) Pratique o amor, porque ele é a cura.

 Obs.: As orações subordinadas explicativas são sempre separadas por vírgula.

ADENDO: A diferença entre orações subordinadas adverbiais causais e orações coordena-


das sindéticas explicativas.

Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portuguesa.
Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em mente:
• Essa diferença cai pouco em provas.
• As orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas conjun-
ções.

028. (CESPE/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/ANS/2013) A fiscalização do cumprimento das


garantias de atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por
ele contratada, pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de prestadores e a me-
lhorarem o seu relacionamento com o cliente.
Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se substi-
tuir o termo “pois” por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que, porquanto.

A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal
ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma
questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-
la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?
Certo.

Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-
cativa. Chegou a hora de entender o porquê.
Veja a estrutura abaixo:

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Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue
perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-
meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é
a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica
temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve
apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que
a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a
segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.
O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria
faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que
provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.
Serei ainda mais objetivo:
Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que, temporal-
mente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração principal.

EXEMPLO
A rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.

Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma confirma-
ção, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que está na outra oração)
ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).

EXEMPLO
As leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Estude, porque seu futuro depende disso.

Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza
explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-
dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.
Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como
isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e
gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus
percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!

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Adendo: a conjunção “pois”.

Já falamos um pouco sobre isso, mas não custa frisar:


Quando a conjunção “pois” aparece no início da oração, possui valor causal ou explicativo.

EXEMPLOS
Trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.
Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor conclusivo.
Está muito frio; vista, pois, um casaco.

029. (CESPE/SECRETÁRIO ESCOLAR/SEE-AL/2013) Às vezes, esse profissional é a ponte


entre aqueles que tomam decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes,
porém, ele toma decisões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nesse momento,
verdadeiro assessor, função que exige competências básicas bem específicas e formação vol-
tada essencialmente para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.

Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.
Certo.

030. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013) O passado jamais pode ser objeto de esco-


lha: ninguém escolhe ter havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao
passado, mas ao futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto substitu-
ísse “pois”.

“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.
Por isso, a substituição é proibida.
Errado.

O que cai, Elias?

Minhas recomendações para você arrebentar na prova:


• DECORE AS CONJUNÇÕES (e as semânticas associadas a elas);
• Cuidado com o QUE;
• Veja com amor os casos de pontuação.

Com essas ideias na cabeça, você não perderá nenhuma questão!


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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (VUNESP/SECRETÁRIO DE ESCOLA/PREF. ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUE-
TÁ/2019) Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.
Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva, as evidências até aqui colhidas sugerem
que a proliferação dos meios digitais pode ter impactos sobre a formação do cérebro leitor.
A oração “Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” estabelece, em relação ao
restante do período, relação com sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação.

002. (VUNESP/AUXILIAR DE PROMOTORIA/MPE-SP/2019)


Um grande teste de sustentabilidade
Ao se considerar que a raça humana já está consumindo anualmente 50% a mais do que
a Terra produz nesse período, torna-se forçoso planejar como conseguiremos alimentar toda a
população prevista para o futuro – em 2050, de acordo com as estimativas, seremos mais de
9 bilhões. É quando pensamos nas variáveis envolvidas nessa questão que começamos a ter
uma ideia do desafio à nossa frente.
Não basta pensar simplesmente em produzir alimentos para essa enorme quantidade
de pessoas. A solução tem que levar em conta simultaneamente premissas como minimizar
as emissões de gases de efeito estufa, inibir a expansão de áreas cultivadas, impedir a extin-
ção de espécies animais e preservar a água. Além de aumentar o volume de alimentos produ-
zidos nas terras agrícolas existentes, é necessário reduzir à metade o desperdício de comida
registrado principalmente nas sociedades mais desenvolvidas.
Um fator comum aos estudos existentes, inclusive ao que deu origem à chamada “dieta
da saúde planetária”, é que a criação de bovinos para abate nas atuais proporções precisa ser
revista urgentemente. Esses animais realmente exercem uma pressão substancial sobre os
recursos naturais – boa parte da produção agrícola mundial, aliás, é destinada a alimentá-los.
E, no balanço final, os bovinos são responsáveis por apenas 33% das proteínas e 17% das ca-
lorias consumidas ao redor do mundo.
Isso significa que todos devem pensar em consumir apenas produtos de origem ve-
getal? É prematuro dizer isso. Previsivelmente, não há como impor de cima para baixo uma
proposta como essa. Existem tradições, culturas, hábitos arraigados (o churrasco brasileiro é
um exemplo) que não serão abandonados de uma hora para outra. Existe também toda uma
cadeia econômica fundamentada na proteína animal que certamente vai lutar por sua

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sobrevivência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse
assunto. Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.
(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)

Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) tempo.
b) finalidade.
c) condição.
d) comparação.
e) conclusão.

003. (VUNESP/AUXILIAR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE MONTE ALTO-SP/2019)

A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro
quadrinho, ideia de
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) proporção.
e) comparação.

004. (VUNESP/JORNALISTA/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA-SP/2018)


Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico
Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo
mais do que petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais
de uma variação da fruta fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa
das famílias tradicionais, sendo usado como condimento e indo parar em pratos requintados
nos restaurantes.
Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em
maneiras de preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros
para além de crises econômicas e sociais em todo o mundo.
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Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes
de tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em
um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do
que o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio
governo mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engor-
dava. Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio,
presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da
pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do
abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)

¹ Hipster: Alguém que pensa e se veste diferentemente do que é moda dominante.


² Fitness: Relativo à boa condição física.
No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa,
que engordava.” –, a oração destacada tem a função de
a) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado
atualmente.
b) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo
sempre foi bem visto.
c) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele
engorda as pessoas.
d) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização
do produto.
e) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser sau-
dável às pessoas.

005. (VUNESP/MÉDICO JUDICIÁRIO/TJ-SP/2019)


Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia
Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do
maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mes-
ma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o con-
trole sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo
a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames
e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, hou-
ve avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo

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dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos


pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver
progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o pa-
ciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova revi-
ravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que
sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando
muita tecnologia, mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento bio-
médico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam
alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consul-
tas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com
laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir
casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente
ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua
fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars
– quem controla o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Observe os trechos destacados nas frases do texto.


• A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não
os solicite. (3º parágrafo)
• Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. (último parágra-
fo)
Nesses trechos, notam-se, correta e respectivamente, as ideias de
a) advertência e causa.
b) conclusão e concessão.
c) finalidade e oposição.
d) reiteração e simultaneidade.
e) condição e consequência.

006. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/SEDUC-SP/2019)


Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos li-
vros”. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava

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de todas”, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que
também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de apli-
cativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse:
“Entendi. O senhor tem razão”.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou
despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem
entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou
pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito
por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e
mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fasci-
nante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade.
São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o
que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade
é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que
cada autor conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum
tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,
quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem
somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)

* Congraçamento: ato ou efeito de congraçar(-se); conciliação, reconciliação.


A expressão em destaque no trecho “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a
eles.” estabelece relação entre as orações com sentido de
a) proporção.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) condição.

007. (VUNESP/ENGENHEIRO CIVIL/PREFEITURA DE SERRANA-SP/2018)


Elas vão substituir você
Quando, em 1956, o cientista da computação americano John McCarthy cunhou o ter-
mo “inteligência artificial”, durante uma conferência na universidade de Dartmouth, nos Esta-
dos Unidos, a intenção já era desenvolver máquinas capazes de livrar os seres humanos de
tarefas de alguma complexidade, porém largamente enfadonhas.

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“A proposta é usar todo o nosso conhecimento para construir um programa de compu-


tador que saiba e, também, conheça”, resumiu McCarthy, expressando uma ambição que vem
de muito antes de ele proferir tais palavras. Uma narrativa mitológica judaica, por exemplo, já
apresentava, milênios atrás, a ideia de um ser artificial pensante, o Golem, feito de barro e que
serviria os humanos. Na Idade Média, alquimistas chegaram a sonhar em dar vida à criatura
por eles batizada de Homunculus. Era apenas um devaneio que o tempo e a ciência se encar-
regaram de trazer para o plano das realidades.
E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a
concretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em
que a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em
um sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unâ-
nime comemoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres
humanos desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque
na agenda do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresa-
riais em Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos
perdidos para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios
mais afetadas serão as administrativas e as industriais.
Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%
das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,
no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,
o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-
tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão
aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.
Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Sus-
skind, ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas,
ou modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-
fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à
criação de novos tipos de emprego.
(Veja, 31.01.2018. Adaptado)

O trecho iniciado pela conjunção “que”, destacado na passagem – A preocupação é tamanha


que o tema ganhou lugar de destaque na agenda do Fórum Econômico Mundial –, expressa,
em relação ao trecho que o precede, o sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) modo.
d) lugar.
e) concessão.

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008. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/2018)


Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está “faltando ser-
viço”. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega,
acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de mensagens instantâneas. Nes-
se cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em vez de si-
nalizar ociosidade, rir com os colegas for algo que favoreça a colaboração da equipe e estimu-
le a inovação? Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando
a chegar a essa conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo neuro-
cientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimore,
nos Estados Unidos.
Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de trabalho, o riso é desencadeado
principalmente por conversas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito nisso”,
“acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem não se lembra de situações no trabalho
em que um simples bate-papo tenha acabado em risada? Não são piadas, mas momentos de
conexão com os colegas.
O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um estado de relaxamento e segu-
rança, afirma a professora Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino Unido.
Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, mas podem ser
interrompidos por causa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os membros
de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que eles baixaram a guarda. Isso é importante,
pois há pesquisas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, conseguimos as-
sociar livremente as ideias com mais facilidade, o que pode potencializar a criatividade.
Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na Pensilvânia, e Mark Beeman, da
Universidade Northwestern, em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava um
grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo mostrou que uma breve gargalhada
aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, a aparente
falta de concentração relacionada ao riso permite à mente manipular e conectar conceitos de
uma forma que a concentração estrita não conseguiria.
(Bruce Daisley. “Como o riso ajuda a melhorar o desempenho no trabalho”. www.bbc.com, 27.06.2018. Adap-
tado)

Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-
ção temporal.
a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?
b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-
dos por causa de certos estados emocionais.
c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-
te as ideias com mais facilidade.

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d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com
mais facilidade.
e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.

009. (VUNESP/PROFISSIONAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS/UNICAMP/2019)


Hostil mundo novo
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores
que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas ava-
rias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o
aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar
cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras
ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e lín-
guas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela,
tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e
outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada,
a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “pre-
sencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online
e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se
perder tudo se digitar algo errado.
A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É ver-
dade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar.
Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e
a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que
seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hos-
til-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)

O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo
mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.
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010. (VUNESP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/PREF. RIBEIRÃO PRETO-SP/2019)


Leia o texto para responder a questão.
Saudáveis loucuras
São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum pa-
drão da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de
botões amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança
a parar de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo
sobre o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustra-
dora exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. As-
sim, nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel
pedindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias
que não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram
contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.
Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a con-
venções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60
livros publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que,
certa vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar
o canto, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.
Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da linguagem
comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as persona-
gens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que são cha-
mados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem
ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam
fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem
reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucuri-
nha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro,
inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”
(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)

Considere o trecho para responder a questão.


Assim, Dona Tinzinha vai à loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões amarelos para
o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar de fazer xixi na
cama. Ou então o irmão mais velho – ao ser questionado pelo mais novo sobre o que vai ser
quando crescer – conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
Ao se eliminar o primeiro travessão e substituí-lo por uma conjunção de causa, a frase seguinte
deve se iniciar por:
a) a fim de que ela descobrisse…
b) já que ela descobriu

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c) logo que ela descobriu…


d) à medida que ela descobriu…
e) para que ela descobrisse…

011. (FCC/AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2019) Texto associado:


Da alegria
Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da música que Chico Buarque escreveu
para a filha recém-nascida, dizendo o seu melhor desejo: “... e que você seja da alegria sempre
uma aprendiz...”
Haverá coisa maior que se possa desejar? Acho que não. E penso que Beethoven con-
cordaria: ao final de sua maior obra, a Nona Sinfonia, o que o coral canta são versos da “Ode
à alegria” de Schiller. Já o filósofo Nietzsche não se envergonhava de tratar desse assunto de
tão pouca respeitabilidade acadêmica (em nossas escolas a alegria não é tópico de nenhum
currículo), ele dizia que o nosso único pecado original é a falta de alegria.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41)

No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função
sintática que a oração grifada em:
a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.
b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.
c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.
d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.
e) Seria preferível que você continuasse a compor.

012. (FCC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP


/2019) Texto associado
A comunicação pode ser entendida como o compartilhamento de um significado entre
dois ou mais indivíduos e, na maioria dos casos, não ocorre espontaneamente, sem qualquer
objetivo. Ela é iniciada por alguém que visa alcançar um determinado resultado.
No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a
sua cultura quanto a cultura de seu receptor. Do ponto de vista teórico, tais recomendações
não se distanciam muito do esquema elementar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm,
nos primórdios dos estudos da comunicação. Ao transmissor competia codificar uma ideia
e gerar um sinal − ou mensagem − através de um meio, de modo que o receptor pudesse de-
codificá-lo e absorver o seu significado. Esse processo desenrolava-se sobre um cenário, ou
contexto, e dizia-se que cabia ao transmissor dimensionar a mensagem no nível de percepção
e entendimento do receptor.
São comuns, entretanto, as situações em que, em lugar de assumir esperadas posições
de competência na comunicação intercultural, vemos transmissores emitindo mensagens que

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não são compreendidas pelos seus receptores, impossibilitando-os de produzir significados


próprios e transformando-os em meros repetidores do que ouvem − numa clara relação de
dominação. Os exemplos seriam muitos; para lembrar apenas um, no campo da comunicação
empresarial, podemos mencionar o grande número de empresas internacionais que utiliza, no
Brasil, slogans ou lemas publicitários em inglês − sem tradução − a despeito do fato de que
não mais do que dez por cento da população seja fluente nesse idioma.
(Adaptado de: PENTEADO, José Roberto Whitaker. “A comunicação intercultural: nem Eco nem Narciso”. In:
SANTOS, Juana Elbein dos (org.). Criatividade: Âmago das diversidades culturais − A estética do sagrado. Sal-
vador, Sociedade de Estudo das Culturas e da Cultura Negra no Brasil, 2010, p. 204-205)

Verifica-se uma relação de causa e consequência, nessa ordem, entre os enunciados separa-
dos pela vírgula no seguinte trecho:
a) transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, im-
possibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores
do que ouvem (3º parágrafo)
b) em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, ve-
mos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores
(3º parágrafo)
c) No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua
cultura quanto a cultura de seu receptor (2º parágrafo)
d) Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema ele-
mentar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm (2º parágrafo)
e) não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo (1º parágrafo)

013. (FCC/AGENTE CERIMONIAL/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção: Para


responder à questão considere a fábula abaixo.
Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-
-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca,
a única que possuía, e, na presença dele, colocou-a à venda. Então chegou um comprador e
quis saber se a porca era parideira. Ele afirmou que ela não apenas paria, mas que ainda o fazia
de modo extraordinário: para as festas da deusa Deméter, paria fêmeas e, para as de Atena,
machos. E, como o comprador estivesse assombrado com a resposta, o credor disse: “Mas
não se espante, pois nas festas do deus Dioniso ela também vai lhe parir cabritos.”
(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 22)

Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de:
a) causa.
b) consequência.

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c) comparação.
d) oposição.
e) condição.

014. (FCC/ANALISTA DESENVOLVIMENTO GESTÃO JÚNIOR/METRÔ-SO/2019)


1 Sem deixar de reconhecer seus méritos, o crítico Richard Brody classificou “Parasita”,
do coreano Bong Joon-ho, como um filme conservador. Entre outras coisas, por expressar a
urgência de uma correção da ordem social e econômica, sem romper com as regras do entre-
tenimento comercial.
2. Já entendemos que as coisas perderam o rumo, mas continuamos caminhando para
o precipício. Bong se apoia nesse consenso para transmitir uma parábola admonitória que nos
faz rir ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio.
3. Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que
já está estabelecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico.
Bong inverte a lógica. Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das estruturas.
4. Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de uma família de párias, considera,
diante da miséria à sua volta, o quanto “tudo é metafórico”. Na comédia proposta por Bong,
para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas são evidentes.
Rimos do que já entendemos.
5. O filme opõe uma família de desempregados, condenados a viver como parasitas, a
uma família de ricos frívolos, enredados em pequenas neuroses e ambições previsíveis, entre
os muros que os separam da realidade.
6. Atentos às menores chances de sobrevivência, em pouco tempo pai, mãe e os dois
filhos da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos, graças a uma
série de circunstâncias.
7. A casa onde vivem os ricos, representativa de uma tradição moderna de elegância e
conforto minimalista, é mal-assombrada, a julgar pelas visões do filho menor.
8. O que se instila na parábola de Bong Joon-ho é um conservadorismo estético. É fato
que o estado político, social e econômico do mundo desautorizou as ambições da moderni-
dade. A casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade
econômica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.
9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas,
com as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual.
É como se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual
entendimento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as
contradições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.
10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de
um conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

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No contexto, expressa noção de finalidade o seguinte trecho:


a) ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio (2º parágrafo)
b) para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo (4º parágrafo)
c) Mesmo ironizando o projeto modernista (9º parágrafo)
d) mas continuamos caminhando para o precipício (2º parágrafo)
e) Entre outras coisas, por expressar a urgência de uma correção da ordem social e econômica
(1º parágrafo)

015. (FCC/CONSULTOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)


Texto associado
De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram
mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de qua-
tro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-
-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a
existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por
exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente
um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de
grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer.
Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!
− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendís-
sima está vendo. Isto é todos os dias.
− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre
de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas,
é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista,
depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana,
e puramente científica, e disso trato...
− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente!
(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)

confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
(3º parágrafo)
Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) condição.
c) concessão.
d) consequência.
e) oposição.

016. (FCC/TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIO/SEGEP-MA/2018)


Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedô-
nia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo,
disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia.

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E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.
Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava
em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cum-
pra, por mais difícil que seja!
Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição,
à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.
Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.
A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego
e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder
do rei para ser usufruído.
(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com)

E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa
relação de
a) conformidade e proporção.
b) intensidade e condição.
c) causa e consequência.
d) proporção e conformidade.
e) condição e causa.

017. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/ALESE/2018) Para responder a questão abaixo, conside-


re o texto abaixo:
Um filme publicitário traz um ator interpretando um boçal no pavilhão de uma Bienal.
O almofadinha, vestindo pulôver escuro com gola rolê, cita autores como Nietzsche e Méliès,
entre outros, para compor um discurso afetado e vazio por meio do qual definia uma suposta
obra de arte. É o velho clichê do crítico intelectual.
Vi a propaganda no mesmo dia em que a Câmara Brasileira do Livro e a Amazon anun-
ciaram uma nova categoria do prêmio Jabuti: a dos melhores romances, contos, crônicas e
poesia, na opinião dos leitores.
O prêmio da Escolha do Leitor foi anunciado em tom de inovação democrática. O mes-
mo argumento tem sustentado algumas das estratégias de mercado draconianas de grandes
corporações de internet. Afinal, dá-se voz ao leitor, que agora pode pôr em xeque decisões
arbitrárias de um punhado de críticos que não representam a opinião da maioria.
Nesse sentido, a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência que já
coroava as edições anteriores do prêmio: o Livro do Ano. Escolhido pelos livreiros, ele contem-
pla os títulos com mais chances de corresponder às expectativas do mercado, muitas vezes
contrariando os resultados das categorias literárias.
A principal ressalva à inovação democrática do Jabuti, entretanto, é que já existe um
prêmio do leitor. Ele se chama lista dos mais vendidos e é outorgado no mundo inteiro. É claro

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que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer que o leitor elegerá títulos apenas
entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado sem exone-
rar a crítica.
Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da
maioria? A resposta é simples. A despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os
prêmios literários não foram criados para corresponder a critérios objetivos de mercado.
Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e cora-
josas - e a coragem não costuma ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas,
selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados, acredita que deve ser defendido
em termos de subjetividade e exceção.
Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão
idiossincrática, mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar
literatura.
Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes cor-
porações de internet. É o que torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários
brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica pleonástica dos algoritmos que estruturam
a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma perspectiva subjetiva,
mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do “leitor”
(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).
Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia ge-
neralizada de leitor. Mas fazer o indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender
o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a propaganda da Bienal) tem menos a ver
com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo, reflexivo, do que com
a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes intelec-
tuais e subjetivos.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso
em: 10/3/2018)

O segmento que assinala noção de finalidade está em:


a) selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados (7º parágrafo)
b) a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência (4º parágrafo)
c) mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar literatura (8º
parágrafo)
d) o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo (último parágrafo)
e) para compor um discurso afetado e vazio (1º parágrafo)

018. (FCC/FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO/MÉDICO VETERINÁRIO/SEGEP-MA/2018)


Explicar ou compreender?
Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa hu-
mana, em sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada.

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Posso explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um
edifício. A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de
modo a permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da
causalidade mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar,
o fato passa a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do
seu corpo pela mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e
meu juízo é apenas o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o
seu gesto, tenho que compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível
integridade. Será sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da
vontade, embora destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna
insuportável.
Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua
liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história
a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente
emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-
-no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.
(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28-29)

Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:
a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)
b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)
c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)
d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º parágrafo)
e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)

019. (FCC /TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT-5ª REGIÃO-SP/2018) Atenção: Leia o texto a seguir


para responder a questão.
1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro
nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do
cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos
antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano.
Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as ques-
tões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de
determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.
2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que
a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à
própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que
encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e
somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a aparecer

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hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem cons-
truídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à
mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta
por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem
fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que
permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cére-
bro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de
que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessa-
riamente um empecilho.
3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no com-
portamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de
predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande
maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos
especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimen-
tos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria
bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências
do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencia-
lidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para
“montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células
nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que
seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generali-
zações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre
homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no
cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões
de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou
menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastan-
te precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do
que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o
tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da
psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espa-
ciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são
limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)

Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possí-
vel transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de
genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de
conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.

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No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectiva-


mente a ideia de:
a) Condição − finalidade − consequência
b) Causa − conformidade − temporalidade
c) Concessão − finalidade − consequência
d) Conclusão − conformidade − causa
e) Conclusão − finalidade − causa

020. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020)


Texto associado
Entrando na Câmara, verifiquei que a grandiosa representação que eu fazia do legislador,
não se me tinha diminuído com o exame da opaca figura do doutor Castro. Era uma exceção,
mas certamente os outros deviam ser quase semideuses, mais que homens, pois eu queria-os
com força e com faculdades capazes de atender e de pesar tão vários fatos, tão desencon-
tradas considerações, tantas e tão sutis condições da existência de cada e da de todos. Para
tirar regras seguras para a vida total desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de
vontades, o legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido
o alvo incerto para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! Quanto
amor! Que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física,
a Alquimia!... Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado ofício!
(Adaptado de: BARRETO, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971, p.49)

Estabelece-se entre as ideias das orações Era uma exceção, mas certamente os outros deviam
ser quase semideuses (...) relação de
a) coordenação, articulada pelo emprego do sentido de adversidade do conectivo.
b) paralelismo, efetuado pela independência entre as orações.
c) subordinação, efetuada pelo sentido de oposição entre as orações.
d) situação, marcadamente designada pela presença de advérbios.
e) nominação, efetuada pelo emprego de substantivos.

021. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/SEAD-AP/2018) Atenção: Considere o texto


abaixo para responder à questão.
Contar histórias é o antecedente remoto da literatura, da história, das religiões e talvez,
indiretamente, a locomotiva do progresso. A oralidade contribuiu de maneira decisiva para im-
pulsionar a civilização da época das pinturas rupestres até a viagem dos homens às estrelas.
Oralidade quer dizer pré-literatura, aquela que existia apenas graças à voz humana, antes que
aparecesse a escrita.
Os contos, as histórias inventadas, davam mais vida aos nossos ancestrais, tiravam ho-
mens e mulheres das prisões asfixiantes que eram suas vidas e os faziam viajar pelo espaço

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e pelo tempo e viver as vidas que não tinham nem nunca teriam em sua miúda e sucinta rea-
lidade. Sairmos de nós mesmos, sermos outros, graças à fantasia, nos entretém e enriquece.
Mas, além disso, nos ensina como é pequeno o mundo real comparado com os mundos que
somos capazes de fantasiar, e deste modo nos incita a agir para transformar nossos sonhos
em realidade. O progresso nasceu assim, da insatisfação e do mal-estar com o mundo real que
inspirava nos humanos a mesma ficção que os deleitava.
As histórias que inventamos constituem a vida secreta de todas as sociedades, aquela
dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma
forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e
invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela
existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, mui-
tos séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados
contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de
perigos que os espreitavam em qualquer parte.
(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)

...para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de perigos... (último parágrafo)


No contexto, o segmento acima assinala noção de
a) causa.
b) temporalidade.
c) oposição.
d) comparação.
e) finalidade.

022. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,


considere o texto a seguir:
ILUMINAÇÃO − 7:800$000
A Prefeitura foi intrujada quando, em 1920, aqui se firmou um contrato para o forne-
cimento de luz. Apesar de ser o negócio referente a claridade, julgo que assinaram aquilo às
escuras. É um BLUFF*. Pagamos até a luz que a lua nos dá.
*BLUFF expressão inglesa que foi aportuguesada como “blefe”: atitude enganadora, em
jogo de cartas, que busca iludir o adversário.
(RAMOS, Graciliano. O relatório do prefeito Graciliano Ramos. Brasília: Conselho Federal de Administração,
2018, p.13)

A expressão Apesar de estabelece entre as orações relação de


a) proporção.
b) consequência.
c) condição.
d) conformidade.
e) concessão.

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023. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)


Texto associado
Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, es-
pecialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas.
Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica
permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se,
assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas rela-
cionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.
Se resiste..I.. ilusão de que..II.. felicidade vem..III.. reboque dessas transformações,
também é fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.
(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”.
In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008)

Em Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza. (1º parágra-


fo), a expressão destacada apresenta valor
a) aditivo.
b) adversativo.
c) conclusivo.
d) explicativo.
e) comparativo.

024. (FCC/ESTAGIÁRIO ENSINO MÉDIO REGULAR/SABESP/2019) Atenção: Considere o


texto abaixo para responder a questão.
Alerta hídrico: demanda mundial por água deve crescer 40% até 2030
O elemento água está presente em quase tudo na Terra. Dois terços do planeta é com-
posto por água. No entanto, apenas 2,5% é doce, e a maior parte está presa nas geleiras das
calotas polares. A economia não gira e a sociedade não vive sem recursos hídricos, mas é
preciso se contentar com 0,5% do suprimento disponível para uso. Contudo, a demanda mun-
dial deverá aumentar 40% até 2030 e 55% até 2050, ano no qual se estima que mais de 40% da
população mundial viverá em áreas de grave estresse hídrico.
No Brasil, que tem a sorte de estar sobre o maior aquífero do globo, o Guarani, a de-
manda aumentou 80% nas últimas duas décadas, segundo dados da Agência Nacional de
Águas (ANA). A previsão do órgão é de que, até 2030, a retirada aumente 24%. “O histórico da
evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e
ao processo de urbanização do país”, diz estudo da agência. No entanto, o maior consumo de
água é na irrigação agrícola.
O uso da água no meio rural representa 83% da demanda de captação de água total bra-
sileira, dos quais 72% são destinados à irrigação, prática em franca expansão no Brasil. Passou
de 462 mil hectares em 1960 para 6,1 milhões de hectares em 2014, em especial por meio de

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pivôs centrais. “Assim, uma necessidade para o presente e o futuro é tornar mais eficiente a
prática da irrigação. Estima-se hoje uma perda de 40% devido a sistemas inadequados de irri-
gação ou vazamentos nas tubulações”, diz o chefegeral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo
Augusto Boechat Morandi.
(Adaptado de: KAFRUNI, Simone. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. 04/03/2019)

Ao final do 2º parágrafo, a expressão No entanto sinaliza


a) a conclusão lógica formulada a partir da afirmação de que o desenvolvimento econômico
gerou maior consumo de água.
b) uma explicação acerca da quantidade de água gasta no processo de urbanização do Brasil.
c) a quebra da expectativa de que o maior consumo de água ocorra nas zonas urbanas.
d) uma comparação entre a quantidade de água necessária no processo de urbanização e na
irrigação agrícola.
e) uma exemplificação de um contexto em que o consumo de água ocorre em consonância
com a preservação ambiental.

025. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção:


Para responder a questão, considere o texto abaixo.
1 Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter um restaurante. Mais
precisamente: gostaria de ser um cozinheiro. As cozinhas são lugares que me fascinam, má-
gicos: ali se prepara o prazer. O cozinheiro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da
alma e do corpo. Mas não sei cozinhar. Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como
quem cozinha.
2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pe-
los escritores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores.
Nas suas origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só
tempo, tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português
que não se fala mais, usava- -se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.
3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se assim
não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais belos
texto s, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de to-
dos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo
possível de sabor”. Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como
seus mestres.
4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges
aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes agra-
dam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda
quanto a felicidade obrigatória”.

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5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papi-
rus, 1995, p. 155-158)
Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.

026. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,


considere o texto a seguir:
Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos. As suas bolas saíram do saco, é verdade, mas
foram inutilizadas, a do primeiro por faltar a primeira letra do nome, a do segundo por lhe faltar
a última. O nome restante e triunfante era o de um argentário ambicioso, político obscuro, que
subiu logo à poltrona ducal, com espanto geral da república. Mas os vencidos não se conten-
taram de dormir sobre os louros do vencedor; requereram uma devassa. A devassa mostrou
que o oficial das inscrições intencionalmente viciara a ortografia de seus nomes. O oficial con-
fessou o defeito e a intenção; mas explicou-os dizendo que se tratava de uma simples elipse;
delito, se o era, puramente literário. Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de or-
tografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei. Nesse mesmo dia ficou decretado
que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das quais as bolas pudessem ser lidas
pelo público, e, ipso facto, pelos mesmos candidatos, que assim teriam tempo de corrigir as
inscrições.
Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia. A mesma porta aberta à
lealdade serviu à astúcia de um certo Nabiga, que se conchavou com o oficial das extrações,
para haver um lugar na assembleia. A vaga era uma, os candidatos três; o oficial extraiu as bo-
las com os olhos no cúmplice, que só deixou de abanar negativamente a cabeça, quando a bola
pegada foi a sua. Não era preciso mais para condenar a ideia das malhas. A assembleia, com
exemplar paciência, restaurou o tecido espesso do regime anterior; mas, para evitar outras

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elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco
pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.
São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)

O emprego da conjunção como elemento coesivo, com efeito de estabelecer oposição entre
ideias, está presente em:
a)... uma vez que cinco pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
b) Nesse mesmo dia ficou decretado que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das
quais as bolas pudessem ser lidas pelo público...
c) Mas os vencidos não se contentaram de dormir sobre os louros do vencedor;
d)... delito, se o era, puramente literário.
e) Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia.

027. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/TÉCNICO DE ARQUIVO E BIBLIOTECA/CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/ 2018) Atenção: Leia abaixo o Capítulo I do romance
Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central
um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se
ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta,
e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que como eu estava
cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitu-
ra e metesse os versos no bolso.
– Continue, disse eu acordando.
– Já acabei, murmurou ele.
– São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava
amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom
Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à
alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade,
e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar
com você.” – “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas
essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro dom Cas-
murro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe
camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no
que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me
fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha
narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem

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ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá
cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.
(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)

...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1º parágrafo)
Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de
a) causa.
b) comparação.
c) consequência,
d) proporção.
e) conclusão.

028. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/PREF. MANAUS-AM/2019) Atenção: Con-


sidere a entrevista abaixo para responder à questão.
1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que
suscita revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes
figuras do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?
2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o
quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo.
Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.
3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um
mundo que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a
diversidade cultural e os biótopos.
4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo
seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie
já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão
demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos?
Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção
entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas “ordens” esta-
rem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza
está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las.
Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão.
Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário
em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo,
nossa nova mitologia.
Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ci-
ência. Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.
(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível em: www.scielo.br)

Considerado o contexto, o segmento com valor concessivo está em:

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a) visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente


b) uma vez que traz a ideia de que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural
c) Contudo, há motivo para inquietação
d) Portanto, é absurdo tentar distingui-las
e) embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo

029. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/DPE-AM/2019)


Texto associado
O inexpugnável mistério
Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr,
segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceite-
mos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas
tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da
origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e
se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem
natural das coisas.
Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do
qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras
palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem
o nosso misterioso mundo.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)

Na frase Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma, mantém-se o sen-
tido caso se substitua o segmento sublinhado por:
a) Ainda que a tarefa seja arrematada
b) À proporção que se finalize a tarefa
c) Conquanto se ultime a tarefa
d) Uma vez concluída a tarefa
e) À medida que se implemente

030. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRF – 3ª REGIÃO/2019)


Texto associado
1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas
incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de hu-
mor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na estei-
ra de dispositivos que emitem luz azul.
2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz ama-
relo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque
o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul
é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.

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3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas
décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-
tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e
smartphones.
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos
eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-
sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso
excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-
bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar
sem celular.
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.
Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos
viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que
estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-
bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.
(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)

Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recom-
pensa (último parágrafo) pode ser substituído por
a) Conforme
b) Desde que
c) Pois que
d) Ainda que
e) Conquanto

031. (IBFC/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIENTE/IAP-PR/2021)


Texto associado
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as
minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da
goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-
sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer
instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-
cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava
sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-
nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-
mar as malas.
- Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Mari-
cota. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respon-
di e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é
essa tal de Inês?

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fiquei
olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte, es-
pinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé, a
sandália pesada de lama.
[...]
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)

No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme

032. (IBFC/ARQUITETO/IAP-PR/2021)
Texto associado
Altos e baixos na política
(Milton Santos)

É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)

Considere o fragmento abaixo para responder à questão.


“é criticado como inadequado e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que
chamam de política.” (1º§)
A locução destacada no trecho cumpre papel coesivo e introduz o valor semântico de:

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) causa.
b) finalidade.
c) consequência.
d) conformidade.
e) condição.

033. (IBFC/ADMINISTRADOR/PREF. SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/2021) Leia o texto


abaixo para responder à questão.
Guerra de narrativas (adaptado)
Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha,
passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território
dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos
50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm
começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama
possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde ter-
mina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor
de um mito ou do que entendemos como senso comum.
Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pes-
soas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colabora-
ção, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de
opressão, perpetuamos sua essência.
A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-
são de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/

Em relação à sintaxe da Língua Portuguesa avalie as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores


de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-
da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.
( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias de-
terminam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como
Subordinada Adverbial Concessiva.
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( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.
( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.

034. (IBFC/ENFERMEIRO/SEAP-PR/2021)
Texto associado
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-
cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-
goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-
reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por
onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os
corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)

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Em todas as alternativas abaixo o vocábulo “que” encontra-se destacado. Assinale a opção em


que sua classificação morfológica é diferente da dos demais.
a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).
b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).
c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).
d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).
e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).

035. (IBFC/EDUCADOR SOCIAL/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia o texto abaixo


para responder à questão.
Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação
Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Oci-
dental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de
câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido
pelas mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Mi-
guel Junior Sordi Bortolini.
O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Quali-
dade de Vida de Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi
apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, atra-
vés da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de
câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de
mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver
câncer de mama reduz drasticamente.”
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-
sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio
2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para
cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-
tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e
ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza
Carina Hechenberger. [...]
A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-
sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,
históricofamiliar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-
dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobrepeso
e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse tipo
de câncer. [...]
Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-
lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar
o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por
semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,

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é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.

036. (IBFC/PSICÓLOGO/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia a tira de “Hagar, o Horrí-


vel”, criada pelo cartunista estadunidense Dik Browne, para responder à questão seguir.

Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.

037. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)


Texto I:
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo[...]

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Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um
corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.

038. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/2017)


O vencedor: uma visão alternativa
Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava
inteiramente fora de forma. Meses de indolência e até de devassidão tinham produzido seus
efeitos. O combativo boxeador de outrora, o homem que, para muitos, fora estrela do pugilismo
mundial, estava reduzido a um verdadeiro trapo. O público não tinha a menor complacência
com ele: sucediam-se as vaias e os palavrões.
De repente, algo aconteceu. Caído na lona, depois de ter recebido um cruzado devasta-
dor, Raul ergueu a cabeça e viu, sentada na primeira fila, sua sobrinha Dóris, filha do falecido Al-
berto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou Raul como
uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que fizera dele
a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do adversário.
A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando os fãs perce-
beram que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo. Depois de
uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz procedeu
à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este
que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)

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Considere o trecho abaixo para responder à questão.


“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram
a incentivá-lo.” (2º§)
As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguin-
tes orações:
a) subordinada adverbial e subordinada substantiva.
b) coordenada sindética e subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva.
d) subordinada substantiva e coordenada sindética.

039. (IBFC/GUARDA MUNICIPAL/PREF. VINHEDO-SP/2020)


Texto associado
Texto I
Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas
ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços
de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo
corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam
as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as
sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)

Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.

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c) causa.
d) comparação.

040. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2019) Para responder à questão, leia com aten-


ção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez sobre a educação a distância.
A discussão sobre ensino a distância na educação básica
(adaptado)

As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez

De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.

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IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas

041. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2017) Leia com atenção a tira abaixo de “Ha-


gar, o Horrível” do cartunista Dik Browne.

De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

042. (IBFC/FARMACÊUTICO/EBSERH/2020) Leia com atenção a reportagem abaixo para


responder à questão.
Adaptado

A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos


ensinos fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo
na escola para atendê-los.
Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com
sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.

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“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro
deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio
a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)
aprovado pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-
cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior
parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de
meninas (52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html

Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de
apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. Assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.

043. (IBFC/SOLDADO/SAEB-BA/2020) Leia o texto abaixo para responder à questão.


Segurança
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas
casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a
área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que contro-
lavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visi-
tantes devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os
ladrões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do
muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá.
Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se
identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidi-
ram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante
era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado.
Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar.
Mas os assaltos continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem
os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.

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Morfossintaxe do Período Composto
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Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-
mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram acasa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança
máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.
Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-
dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-
guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às
grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo

Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.

044. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


Texto
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de conci-
liar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-autoridade
e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas as partes
são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum banal (tor-
cer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual ambos pas-
saram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da relação
pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação
poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica do “jeiti-
nho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o que tam-
bém pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato, quando
se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato de força
que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se busca uma
igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão, mas uma
hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não pode” do
funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe com quem
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você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe com quem
está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmonioso de re-
solver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O “jeitinho”
tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma mulher
encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a forma
que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma um
estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalonado
e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais alta,
a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.

045. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


Texto
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de
conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-
toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas
as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum
banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-
bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da
relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O

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“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

“A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de


outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou me-
nos injusta.”
Em períodos mais longos, deve-se reforçar o cuidado para a análise de suas partes. Nesse sen-
tido, percebe-se que a segunda oração é subordinada à primeira e deve ser classificada como:
Alternativas
a) substantiva predicativa.
b) adverbial concessiva.
c) adjetiva restritiva.
d) adverbial causal.

046. (IBFC/SECRETÁRIO ESCOLAR/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


Texto
Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e
uma moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade,
robusto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o
tal sujeito lhe diz quase gritando: - Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não
contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: - Im-
becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: - Imbecil é a sua mãe! Enquanto
isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente
só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à
genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou
de puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: - Sabe com quem está
falando? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: - Estou falando com um homem, pare-
ce... – Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito
seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era!
E resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: - Entre pela rua Siqueira Campos
e vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança
de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,
salta o delegado, e este fala à sentinela: - Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!
Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: - Eu sou o general.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: - Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.
P672-674 (Adaptado).

Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.

047. (IBFC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EMDEC/2019)


Texto associado
O pensamento correto nos leva à fala e à ação corretas.
Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato
com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscien-
temente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo
mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente
de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é,
no agora, no aqui.
De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as
afirmativas abaixo.
I – O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está conjuga-
do na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
II – A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.
III – Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa III está correta.

048. (IBFC/TÉCNICO EM SANEAMENTO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/2019)


Leia o texto abaixo para responder à questão.
Hino de Pernambuco
Oscar Brandão da Rocha (1908)

Coração do Brasil, em teu seio


corre o sangue de heróis - rubro veio
que há de sempre o valor traduzir.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

És a fonte da vida e da história


desse povo coberto de glória,
o primeiro, talvez, no porvir.
Salve, ó terra dos altos coqueiros,
de belezas soberbo estendal,
nova Roma de bravos guerreiros,
Pernambuco imortal! Imortal!
Esses montes e vales e rios,
proclamando o valor de teus brios,
reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
sentinela indormida e sagrada
que defende da pátria os lauréis.[...].
“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.

049. (IBFC/TÉCNICO EM SANEAMENTO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/2019)


Leia o texto abaixo para responder a questão.
Hino da Independência do Brasil
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Vossos peitos, vossos braços


São muralhas do Brasil. [...] Evaristo Ferreira da Veiga
Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e
expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.
a) Oposição.
b) Alternância.
c) Explicação.
d) Consequência.

050. (IBFC/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTI-


NHO-PE/2019)
Texto associado
“Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final” (Kell Smith)
Observe: “É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal”. De acordo com as
regras de Sintaxe da Oração e Período, assinale a alternativa correta.
a) No enunciado, há a presença de oração subordinada adversativa.
b) No enunciado, há a presença de oração subordinada substantiva objetiva direta.
c) No enunciado, há a presença de oração coordenada completiva nominal.
d) No enunciado, há a presença de oração coordenada adverbial causal.

051. (IBFC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/2018)


Leia o trecho inicial do conto “Muribeca” de Marcelino Freire e observe as duas imagens abaixo
para responder a questão a seguir:
Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pre-
gos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão. É a vida
da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras
crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história,
livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem
as latas, sem as caixas? Vai perambular pelas ruas, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar
agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer
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Morfossintaxe do Período Composto
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caldo, vou inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil.
Fonte: Armazém de Texto - Blogspot

De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que a


classificação da palavra “que” está incorreta.
a) O que é que eu vou dizer pras crianças? – Pronome interrogativo
b) Que não tem mais brinquedo? – Pronome relativo
c) Explique o que é que a gente vai fazer da vida? – Partícula expletiva
d) Não pense que é fácil. – Conjunção integrante
e) E o meu marido, o que vai fazer? – Pronome interrogativo

052. (IBFC/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-


-SP/2018) Leia com atenção o trecho do artigo Consumismo infantil, um problema de todos
do programa Criança e Consumo e responda a questão.
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que
se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa
o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são
impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.
As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vulnerá-
veis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo
com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil,
erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da

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agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão
urgente, de extrema importância e interesse geral.
Fonte: Criança e Consumo

Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.

053. (IBFC/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/PREF. CUIABÁ-MT/2019)


Texto associado
[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que
todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da
ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-
mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior
dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-
rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os
sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza
ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses
numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de
todos os demais. [...]
Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da
felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo
que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos
(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também
os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.
A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral,
qualquer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Por-
quanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um
breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).
(acesso 18/07/2019)

Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
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a) orações subordinadas assindéticas substantivas


b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
c) orações subordinadas sindéticas explicativas
d) orações coordenadas sindéticas aditivas

054. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/SESACRE/2019) Leia atentamente um trecho da en-


trevista realizada pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing Mario Persona para res-
ponder à questão. (Adaptado)
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “sofrem” uma espécie de ansiedade
tecnológica, aquele tipo de situação que envolve a falta de capacidade de controle quando o
assunto é dominar programas e utilização do micro?
Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela necessidade. Hoje saber estar fami-
liarizado com a tecnologia da informação é tão necessário quanto foi no passado estar fami-
liarizado com a pena — saber escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada e saída
de dados que recebemos do ambiente depende agora desses acessórios tecnológicos.
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras e parte para a solução mais
“irracional” possível: pode até mesmo dar umas pancadas no micro...
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. Até hoje o micro resolve in-
ventar uma novidade nas horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de imprimir
aquela proposta urgente. É a Internet que decide ficar muda quando mais preciso enviar ou
receber meus e-mails, ou pesquisar algo.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas de e-mail, a seu ver, isso seria uma
forma de ansiedade ou dispersão? O que acha disso?
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de e-mail, às vezes até por segu-
rança ou prevenção. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. Uma da empre-
sa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira
conta, de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil para ser usada nesses sites de
Internet que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar
essa conta para contatos importantes.
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da in-
formação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução conjuntiva
e tem sentido comparativo.
II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos do
ambiente” é classificada como conjunção integrante.
III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos
três contas” é classificada como pronome relativo.

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a) Apenas a afirmativa III está correta.


b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.

055. (IBFC/TÉCNICO DE ENFERMAGEM/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


Texto associado
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia
que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os pos-
tes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar
com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas.
Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impos-
sibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira
conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do
nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armaze-
nam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o
lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto
aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com
a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São
Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)

No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.

056. (IBFC/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/SEE-MG/2015)


Não canse quem te quer bem
(Martha Medeiros)

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher

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os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai ex-
perimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano,
se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem
te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
b) condição

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c) concessão
d) causa

057. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)


Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo. [...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).

058. (IBFC/TÉCNICO OPERACIONAL/EMBASA/2018) Para a questão, considere o texto a


seguir, escrito por Clarice Lispector, com o pseudônimo de Tereza Quadros, no jornal Comí-
cio, em 1952.
Lar, engenharia de mulher
Tereza Quadros

A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem

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revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.

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I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.


II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujeito
do verbo “costumam”.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.

059. (IBFC/ENGENHEIRO/EMBASA/2017) Para a questão, leia a crônica de Carlos Drum-


mond de Andrade.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, ca-
pitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,
providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de
altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam
praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-
samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-
nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se
alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.
Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,
onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-
tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no
“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse
bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se
eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com
raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem
não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e de-
sacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.

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Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone


chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o portei-
ro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelo-
sos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gen-
te do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada
era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à
grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadi-
nhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde
de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consterna-
ção, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.


“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles
reapareceram.”
I – Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação.
II – “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”.
a) As afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

060. (IBFC/ASSISTENTE SOCIAL/EBSERH/2016)


A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma -
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:
medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não

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ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou?
[...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)

As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa

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061. (IBFC/ODONTOLEGISTA/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/2018)


O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro
de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que com-
primia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando
nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.
A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vi-
vesse mais do que alguns meses. Ao final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara
da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que nascera em uma cesárea planejada em sequência à
operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir,
em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno
nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendá-
vel – e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da
mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh
narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta
semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfian-
ça é um pré-requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais
desafiadoras do que outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as opera-
ções cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções,
memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-medicos-
-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)

Considere o período abaixo para responder à questão.


“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor
semântico de:
a) concessão.
b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.

062. (IBFC/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/AGERBA/2017)


Primeira classe
(Moacyr Scliar)

Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;

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e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve (5º§).
A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.

063. IBFC/MÉDICO/EBSERH/2017)
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]

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Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao


longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, me-
tido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvi-
da, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando em
vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia desses,
no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no dedo.
Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me
casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bos-
sa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)

Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-
glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade
de revolução.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite” (5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.

064. (IBFC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EBSERH/2017)


Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais

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Morfossintaxe do Período Composto
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jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicio-
nário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso,
eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)

Utilize o Texto I para responder a questão.


Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso de
uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor semântico de:
a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.

065. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013)

Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.

066. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito
magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a
relação de:
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.

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067. (IBFC/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/EBSERH/2016) Considere o


fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza
de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (1º§)
Há duas ocorrências do vocábulo “que” no trecho em análise. Contudo, possuem classifica-
ções morfológicas distintas. Assim, nota-se que, respectivamente, são:
a) pronome relativo e conjunção integrante
b) conjunção consecutiva e pronome interrogativo
c) pronome relativo e conjunção explicativa
d) conjunção integrante e pronome relativo
e) conjunção explicativa e pronome relativo

068. (IBFC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. JANDIRA-SP/2016)


O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)

“Todos os relacionamentos fechados se parecem”, diria Tolstói em “Anna Kariênina”.


“Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.”
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma em-
balagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto, há grandes
chances de você se perguntar: “Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse CD. Aliás, ninguém
mais ouve CD”.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras, merecem
que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista um forte risco
de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-
carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu
uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de
perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-
ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-
der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que
não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.

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O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)

Ao participarem da estrutura sintática dos textos, as orações estabelecem entre si relações de


sentido. Desse modo, em “Há relacionamentos cuja abertura é sazonal” (6º§), a oração desta-
cada cumpre o seguinte papel:
a) caracteriza um substantivo
b) completa o sentido de um verbo
c) indica circunstância, possui caráter adverbial
d) exerce a função de sujeito

069. (IBFC/TÉCNICO EM ENFERMAGEM/EBSERH/2016)


Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”.
E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a
emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de
orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um
homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-
bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,
talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação;
logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer
a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando
seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permi-
tem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança

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Morfossintaxe do Período Composto
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que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que
expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo
do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)

Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.

070. (IBFC/MÉDICO DO TRABALHO/COMLURB/2016) Assinale a alternativa que completa


correta e respectivamente as lacunas:
Todos os candidatos ao processo seletivo sabem_____ é importante estudar muito,_______ são
poucas vagas e a concorrência é grande.
a) logo - pois
b) que - pois
c) pois - que
d) pois - logo

071. (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB-BA/2015)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.

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Morfossintaxe do Período Composto
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A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-


lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de
outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento
do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)
A respeito da palavra “que”, em destaque no fragmento, assinale, dentre as alternativas abaixo,
aquela em que tal vocábulo possua as mesmas características morfossintáticas.
a) Espero que tudo ocorra bem.
b) Que lindo!
c) Eu li o livro que você me deu
d) Dormiu tanto que perdeu a hora.
e) O rapaz que chegou era meu amigo.

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072. (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB-BA/2015)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...

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Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-


dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. /As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de
outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento do
lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)
Sobre o trecho, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I – É formado por duas orações absolutas e um período composto por coordenação.
II – Entre os dois primeiros períodos há uma relação temporal que poderia ser expressa pela
conjunção “quando”.
III – O terceiro período é formado por três orações.
IV – No terceiro período, identifica-se uma oração subordinada adjetiva.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Apenas a afirmativas III está correta
c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta
e) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

073. (IBFC/NÍVEL FUNDAMENTAL/MGS/2015)


O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café
vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta
do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-
va gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe
acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pes-
soa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa
que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sa-
bendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)

Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:

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a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três

074. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Considere os períodos abaixo e as-


sinale a alternativa correta.
I – Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo, foram detidos.
II – Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo foram detidos.
a) A pontuação está correta apenas em I.
b) A pontuação está correta apenas em II, pois não se pode separar o sujeito do verbo.
c) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo sentido, sendo o uso das vírgulas uma
questão estilística.
d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.
e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.

075. (IBFC/PROFESSOR/SEAP-DF/2013) Leia as sentenças:


É preciso que ela se encante por mim!
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as orações subordina-
das substantivas (O.S.S.) destacadas
a) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.
b) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
c) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
d) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.

076. (IBFC/ASSISTENTE SOCIAL/ILSL/2013) Assinale a alternativa que completa correta-


mente a lacuna.
Conheci a cidade _______ ele foi em julho.
Alternativas
a) que.
b) a qual.
c) a que.
d) onde.

077. (IBFC/OFICIAL DE CARTÓRIO/PC-RJ/2013)


Fé - Esperança – Caridade
(Sérgio Milliet)

É preciso ter fé nesse Brasil

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nesse pau-brasil
nessas matas despovoadas
nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé
Nesse norte de secas
e de literatura
A esperança vem do sul
Vem de mansinho
contagiosa e sutil
vem no café que produzimos
vem nas indústrias que criamos
A esperança vem do sul
do coração calmo de São Paulo
É preciso ter caridade
e ter carinho
perdoar o ódio que nos cerca
que nos veste
e trabalhar para os irmãos pobres...
(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)

É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.

078. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2013) Assinale a alternativa que completa corretamen-


te a lacuna.
O rapaz contou uma história ________ não acreditei.
a) que
b) a qual
c) em que
d) onde

079. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2018)
Somos todos vítimas
Ivan Angelo

Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda

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a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças,
louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a rou-
pa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou as conversas
naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na metrópole que
mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na grande fazen-
da de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido e depositado
com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo
na rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias deses-
truturadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abando-
no, das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais
ausentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos,
dos maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar,
da doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela
água envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cam-
buci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos
dos viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que
os caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódi-
cas das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um
risco para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna,
micoses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai
gerar propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer
isso,será levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor. Esses ban-
dos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e fumando crack
são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, punitivos: são infratores,
malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam:
estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los de volta, cuidar dos
nossos e mandar o resto de volta.

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Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos
empurrar para o lado mais escuro de nós. Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procu-
rando seu menino desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente
entre uma queda e outra; há uma irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encon-
trar; há uma filha tentando salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura
do marido, ainda com esperança... Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

080. (IBFC/PERITO CRIMINAL/CONTABILIDADE/PC-RJ/2013)


O silêncio é um grande tagarela
Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no
universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-
nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,
uma relação.
Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai
criar uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções
serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e
multiplicarão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando
uma rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou
despercebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.
A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os
empregados vão comentar o que perceberam com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem
uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna.
E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais
vão falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que
não se defende porque não emite sua versão oficial – perde uma grande oportunidade de es-
clarecer, de dar a volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta,
conecta, une; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega.
Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pes-
soas que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira
dizer nada.
Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber res-
ponder. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência. Assim
como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os eleitores,
mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde a briga
de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambientais,
acidentes de trabalho.
O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é
um grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção
no que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer
queira, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enor-
mes custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio
futuro do negócio.
Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.
(Luiz Antônio Gaulia)
Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27
Acesso em 19/07/2013

No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.

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Morfossintaxe do Período Composto
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GABARITO
1. d 37. e 73. a
2. a 38. a 74. e
3. b 39. c 75. b
4. d 40. c 76. c
5. e 41. b 77. c
6. d 42. e 78. c
7. b 43. d 79. b
8. d 44. c 80. b
9. a 45. a
10. b 46. b
11. d 47. a
12. a 48. c
13. a 49. b
14. b 50. b
15. b 51. b
16. c 52. d
17. e 53. d
18. d 54. d
19. a 55. d
20. a 56. a
21. e 57. b
22. e 58. b
23. a 59. b
24. c 60. b
25. c 61. b
26. c 62. e
27. a 63. d
28. e 64. a
29. d 65. d
30. b 66. c
31. d 67. a
32. a 68. d
33. a 69. c
34. e 70. b
35. a 71. e
36. c 72. e

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Morfossintaxe do Período Composto
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GABARITO COMENTADO
001. (VUNESP/SECRETÁRIO DE ESCOLA/PREF. ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUE-
TÁ/2019) Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.
Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva, as evidências até aqui colhidas sugerem
que a proliferação dos meios digitais pode ter impactos sobre a formação do cérebro leitor.
A oração “Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” estabelece, em relação ao
restante do período, relação com sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação.

“Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” é uma oração subordinada adverbial
concessiva. O embora é uma conjunção muito usada nas construções adverbiais concessivas.
Outros exemplos de conectivos com valor de concessão: conquanto, ainda que, não obstante,
a despeito de, em que pese, malgrado
Letra d.

002. (VUNESP/AUXILIAR DE PROMOTORIA/MPE-SP/2019)


Um grande teste de sustentabilidade
Ao se considerar que a raça humana já está consumindo anualmente 50% a mais do que
a Terra produz nesse período, torna-se forçoso planejar como conseguiremos alimentar toda a
população prevista para o futuro – em 2050, de acordo com as estimativas, seremos mais de
9 bilhões. É quando pensamos nas variáveis envolvidas nessa questão que começamos a ter
uma ideia do desafio à nossa frente.
Não basta pensar simplesmente em produzir alimentos para essa enorme quantidade
de pessoas. A solução tem que levar em conta simultaneamente premissas como minimizar
as emissões de gases de efeito estufa, inibir a expansão de áreas cultivadas, impedir a extin-
ção de espécies animais e preservar a água. Além de aumentar o volume de alimentos produ-
zidos nas terras agrícolas existentes, é necessário reduzir à metade o desperdício de comida
registrado principalmente nas sociedades mais desenvolvidas.
Um fator comum aos estudos existentes, inclusive ao que deu origem à chamada “dieta
da saúde planetária”, é que a criação de bovinos para abate nas atuais proporções precisa ser
revista urgentemente. Esses animais realmente exercem uma pressão substancial sobre os
recursos naturais – boa parte da produção agrícola mundial, aliás, é destinada a alimentá-los.

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E, no balanço final, os bovinos são responsáveis por apenas 33% das proteínas e 17% das ca-
lorias consumidas ao redor do mundo.
Isso significa que todos devem pensar em consumir apenas produtos de origem ve-
getal? É prematuro dizer isso. Previsivelmente, não há como impor de cima para baixo uma
proposta como essa. Existem tradições, culturas, hábitos arraigados (o churrasco brasileiro é
um exemplo) que não serão abandonados de uma hora para outra. Existe também toda uma
cadeia econômica fundamentada na proteína animal que certamente vai lutar por sua sobrevi-
vência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse assunto.
Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.
(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)

Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) tempo.
b) finalidade.
c) condição.
d) comparação.
e) conclusão.

Quando expressa ideia de tempo. Outros exemplos de conectivos temporais: enquanto, logo
que, desde que, depois que, até que.
Letra a.

003. (VUNESP/AUXILIAR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE MONTE ALTO-SP/2019)

A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro
quadrinho, ideia de
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) proporção.
e) comparação.

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“Se eu resolver isso aqui...” é uma oração subordinada adverbial condicional.


“Resolver isso aqui” é a condição para “acabar com o suspense”.
Letra b.

004. (VUNESP/JORNALISTA/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA-SP/2018)


Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico
Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo
mais do que petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais
de uma variação da fruta fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa
das famílias tradicionais, sendo usado como condimento e indo parar em pratos requintados
nos restaurantes.
Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em
maneiras de preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros
para além de crises econômicas e sociais em todo o mundo.
Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes
de tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em
um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do
que o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio
governo mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engor-
dava. Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio,
presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da
pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do
abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)

¹ Hipster: Alguém que pensa e se veste diferentemente do que é moda dominante.


² Fitness: Relativo à boa condição física.
No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa,
que engordava.” –, a oração destacada tem a função de
a) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado
atualmente.
b) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo
sempre foi bem visto.
c) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele
engorda as pessoas.

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d) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização
do produto.
e) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser sau-
dável às pessoas.

“que engordava” é uma oração subordinada adjetiva explicativa. Uma forma de identificar uma
oração adjetiva é substituindo o que por o qual, a qual, os quais ou as quais. Assim, saberemos
que se trata de um pronome relativo, o qual é presença marcante nas adjetivas. Feito isso, a
dúvida seria entre o valor de explicação ou restrição. Em regra, as explicativas possuem pon-
tuação; as restritivas, não.
Letra d.

005. (VUNESP/MÉDICO JUDICIÁRIO/TJ-SP/2019)


Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia
Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do
maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mes-
ma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o con-
trole sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo
a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames
e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve
avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos labo-
ratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes
passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver
progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o pa-
ciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova revi-
ravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que
sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando
muita tecnologia, mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento bio-
médico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam
alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consul-
tas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com

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laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir
casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente
ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua
fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars
– quem controla o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Observe os trechos destacados nas frases do texto.


• A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não
os solicite. (3º parágrafo)
• Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. (último parágra-
fo)
Nesses trechos, notam-se, correta e respectivamente, as ideias de
a) advertência e causa.
b) conclusão e concessão.
c) finalidade e oposição.
d) reiteração e simultaneidade.
e) condição e consequência.

Na primeira frase, caso é um conectivo condicional.


Na segunda frase, repare que “o advento da robótica” é a causa para que as cirurgias sejam
feitas a distância.
Letra e.

006. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/SEDUC-SP/2019)


Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos li-
vros”. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava de to-
das”, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que também
gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de aplicativos.
Ele diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse: “Enten-
di. O senhor tem razão”.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou
despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem
entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou
pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito
por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e
mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.

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No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fasci-
nante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade.
São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o
que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade
é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que
cada autor conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum
tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,
quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem
somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)

* Congraçamento: ato ou efeito de congraçar(-se); conciliação, reconciliação.


A expressão em destaque no trecho “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a
eles.” estabelece relação entre as orações com sentido de
a) proporção.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) condição.

Assim como indica a ideia de comparação: “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a
livraria (não fazem falta) a eles.”
Outros exemplos de conectivos comparativos: tanto...quanto, tão...como, mais/menos...do que
Letra d.

007. (VUNESP/ENGENHEIRO CIVIL/PREFEITURA DE SERRANA-SP/2018)


Elas vão substituir você
Quando, em 1956, o cientista da computação americano John McCarthy cunhou o ter-
mo “inteligência artificial”, durante uma conferência na universidade de Dartmouth, nos Esta-
dos Unidos, a intenção já era desenvolver máquinas capazes de livrar os seres humanos de
tarefas de alguma complexidade, porém largamente enfadonhas.
“A proposta é usar todo o nosso conhecimento para construir um programa de compu-
tador que saiba e, também, conheça”, resumiu McCarthy, expressando uma ambição que vem
de muito antes de ele proferir tais palavras. Uma narrativa mitológica judaica, por exemplo, já
apresentava, milênios atrás, a ideia de um ser artificial pensante, o Golem, feito de barro e que
serviria os humanos. Na Idade Média, alquimistas chegaram a sonhar em dar vida à criatura

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Morfossintaxe do Período Composto
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por eles batizada de Homunculus. Era apenas um devaneio que o tempo e a ciência se encar-
regaram de trazer para o plano das realidades.
E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a
concretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em
que a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em
um sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unâ-
nime comemoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres
humanos desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque
na agenda do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresa-
riais em Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos
perdidos para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios
mais afetadas serão as administrativas e as industriais.
Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%
das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,
no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,
o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-
tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão
aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.
Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Sus-
skind, ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas,
ou modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-
fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à
criação de novos tipos de emprego.
(Veja, 31.01.2018. Adaptado)

O trecho iniciado pela conjunção “que”, destacado na passagem – A preocupação é tamanha


que o tema ganhou lugar de destaque na agenda do Fórum Econômico Mundial –, expressa,
em relação ao trecho que o precede, o sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) modo.
d) lugar.
e) concessão.

O fato de a preocupação ser tamanha foi a causa para que o tema ganhasse lugar de destaque
na agenda do Fórum Econômico Mundial (consequência)
Exemplos de conectivos consecutivos: tão...que, tal...que, de modo que, de maneira que
Letra b.

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Morfossintaxe do Período Composto
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008. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/2018)


Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está “faltando ser-
viço”. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega,
acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de mensagens instantâneas. Nes-
se cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em vez de si-
nalizar ociosidade, rir com os colegas for algo que favoreça a colaboração da equipe e estimu-
le a inovação? Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando
a chegar a essa conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo neuro-
cientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimore,
nos Estados Unidos.
Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de trabalho, o riso é desencadeado
principalmente por conversas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito nisso”,
“acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem não se lembra de situações no trabalho
em que um simples bate-papo tenha acabado em risada? Não são piadas, mas momentos de
conexão com os colegas.
O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um estado de relaxamento e segu-
rança, afirma a professora Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino Unido.
Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, mas podem ser
interrompidos por causa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os membros
de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que eles baixaram a guarda. Isso é importante,
pois há pesquisas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, conseguimos as-
sociar livremente as ideias com mais facilidade, o que pode potencializar a criatividade.
Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na Pensilvânia, e Mark Beeman, da
Universidade Northwestern, em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava um
grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo mostrou que uma breve gargalhada
aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, a aparente
falta de concentração relacionada ao riso permite à mente manipular e conectar conceitos de
uma forma que a concentração estrita não conseguiria.
(Bruce Daisley. “Como o riso ajuda a melhorar o desempenho no trabalho”. www.bbc.com, 27.06.2018. Adap-
tado)

Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-
ção temporal.
a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?
b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-
dos por causa de certos estados emocionais.
c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-
te as ideias com mais facilidade.

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Morfossintaxe do Período Composto
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d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com
mais facilidade.
e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.

a) Errada. Noção condicional.


b) Errada. Noção concessiva.
c) Errada. Noção de explicação.
d) Certa. Noção temporal.
e) Errada. Noção de causa e consequência.
Letra d.

009. (VUNESP/PROFISSIONAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS/UNICAMP/2019)


Hostil mundo novo
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores
que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas ava-
rias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o
aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar
cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras
ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e lín-
guas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela,
tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e
outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada,
a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “pre-
sencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online
e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se
perder tudo se digitar algo errado.
A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É ver-
dade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar.
Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e
a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que
seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hos-
til-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo
mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.

O para remete à ideia de finalidade, objetivo, intuito.


Outros conectivos que indicam finalidade: a fim de que, de modo que, para que

Não confunda a fim de com afim.


A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade. Observe a frase: Maria estuda muito
a fim de fazer uma boa prova.
Afim é um adjetivo que significa semelhante, algo que possui afinidade. Observe o exemplo:
Maria e João se conheceram e logo perceberam que possuem interesses afins.
Letra a.

010. (VUNESP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/PREF. RIBEIRÃO PRETO-SP/2019)


Leia o texto para responder a questão.
Saudáveis loucuras
São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum pa-
drão da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de
botões amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança
a parar de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo
sobre o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustra-
dora exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. As-
sim, nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel
pedindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias
que não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram
contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.
Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a con-
venções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60
livros publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que,
certa vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar
o canto, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da linguagem


comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as persona-
gens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que são cha-
mados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem
ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam
fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem
reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucuri-
nha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro,
inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”
(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)

Considere o trecho para responder a questão.


Assim, Dona Tinzinha vai à loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões amarelos para
o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar de fazer xixi na
cama. Ou então o irmão mais velho – ao ser questionado pelo mais novo sobre o que vai ser
quando crescer – conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
Ao se eliminar o primeiro travessão e substituí-lo por uma conjunção de causa, a frase seguinte
deve se iniciar por:
a) a fim de que ela descobrisse…
b) já que ela descobriu
c) logo que ela descobriu…
d) à medida que ela descobriu…
e) para que ela descobrisse…

a) Errada. a fim de indica finalidade.


b) Certa. já que indica causa.
c) Errada. logo que indica tempo.
d) Errada. à medida que indica proporção.
e) Errada. para que indica finalidade.
Letra b.

011. (FCC/AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2019) Texto associado:


Da alegria
Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da música que Chico Buarque escreveu
para a filha recém-nascida, dizendo o seu melhor desejo: “... e que você seja da alegria sempre
uma aprendiz...”
Haverá coisa maior que se possa desejar? Acho que não. E penso que Beethoven con-
cordaria: ao final de sua maior obra, a Nona Sinfonia, o que o coral canta são versos da “Ode

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

à alegria” de Schiller. Já o filósofo Nietzsche não se envergonhava de tratar desse assunto de


tão pouca respeitabilidade acadêmica (em nossas escolas a alegria não é tópico de nenhum
currículo), ele dizia que o nosso único pecado original é a falta de alegria.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41)

No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função
sintática que a oração grifada em:
a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.
b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.
c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.
d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.
e) Seria preferível que você continuasse a compor.

No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a função sintática
de objeto direto. O “que” é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada
substantiva objetiva direta.
a) Errada. O trecho sublinhado pode ser substituído por “caso fosse capaz”, que expressa uma
condição. Logo, é uma oração subordinada adverbial condicional.
b) Errada. O “mesmo que” é um conectivo que indica concessão. Logo, a frase sublinhada é
uma oração subordinada adverbial concessiva.
c) Errada. O “para” indica finalidade, ou seja, é um caso de oração subordinada adverbial final.
d) Certa. O verbo “previu” é VTD. O “que” introduz uma oração subordinada substantiva direta.
e) Errada. O trecho sublinhado exerce função de sujeito em relação à oração principal. Portan-
to, é um caso de oração subordinada substantiva subjetiva.
Letra d.

012. (FCC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP


/2019) Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
A comunicação pode ser entendida como o compartilhamento de um significado entre
dois ou mais indivíduos e, na maioria dos casos, não ocorre espontaneamente, sem qualquer
objetivo. Ela é iniciada por alguém que visa alcançar um determinado resultado.
No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a
sua cultura quanto a cultura de seu receptor. Do ponto de vista teórico, tais recomendações
não se distanciam muito do esquema elementar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm,
nos primórdios dos estudos da comunicação. Ao transmissor competia codificar uma ideia
e gerar um sinal − ou mensagem − através de um meio, de modo que o receptor pudesse de-
codificá-lo e absorver o seu significado. Esse processo desenrolava-se sobre um cenário, ou
contexto, e dizia-se que cabia ao transmissor dimensionar a mensagem no nível de percepção
e entendimento do receptor.
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Morfossintaxe do Período Composto
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São comuns, entretanto, as situações em que, em lugar de assumir esperadas posições


de competência na comunicação intercultural, vemos transmissores emitindo mensagens que
não são compreendidas pelos seus receptores, impossibilitando-os de produzir significados
próprios e transformando-os em meros repetidores do que ouvem − numa clara relação de
dominação. Os exemplos seriam muitos; para lembrar apenas um, no campo da comunicação
empresarial, podemos mencionar o grande número de empresas internacionais que utiliza, no
Brasil, slogans ou lemas publicitários em inglês − sem tradução − a despeito do fato de que
não mais do que dez por cento da população seja fluente nesse idioma.
(Adaptado de: PENTEADO, José Roberto Whitaker. “A comunicação intercultural: nem Eco nem Narciso”. In:
SANTOS, Juana Elbein dos
(org.). Criatividade: Âmago das diversidades culturais − A estética do sagrado. Salvador, Sociedade de Estudo
das Culturas e da Cultura
Negra no Brasil, 2010, p. 204-205)

Verifica-se uma relação de causa e consequência, nessa ordem, entre os enunciados separa-
dos pela vírgula no seguinte trecho:
a) transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, im-
possibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores
do que ouvem (3º parágrafo)
b) em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, ve-
mos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores
(3º parágrafo)
c) No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua
cultura quanto a cultura de seu receptor (2º parágrafo)
d) Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema ele-
mentar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm (2º parágrafo)
e) não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo (1º parágrafo)

A causa é: mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores


A consequência é: impossibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em
meros repetidores do que ouvem
Letra a.

013. (FCC/AGENTE CERIMONIAL/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção: Para


responder à questão considere a fábula abaixo.
Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-
-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca,
a única que possuía, e, na presença dele, colocou-a à venda. Então chegou um comprador e
quis saber se a porca era parideira. Ele afirmou que ela não apenas paria, mas que ainda o fazia
de modo extraordinário: para as festas da deusa Deméter, paria fêmeas e, para as de Atena,
machos. E, como o comprador estivesse assombrado com a resposta, o credor disse: “Mas
não se espante, pois nas festas do deus Dioniso ela também vai lhe parir cabritos.”
(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 22)

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Morfossintaxe do Período Composto
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Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de:
a) causa.
b) consequência.
c) comparação.
d) oposição.
e) condição.

Neste caso, o “como” é um conectivo causal, o qual, no caso, inicia uma oração subordinada
adverbial causal.
Outros conectivos causais que poderiam ser substituídos e ajudar na identificação semântica:
já que, visto que, uma vez que
Letra a.

014. (FCC/ANALISTA DESENVOLVIMENTO GESTÃO JÚNIOR/METRÔ-SO/2019)


1 Sem deixar de reconhecer seus méritos, o crítico Richard Brody classificou “Parasita”,
do coreano Bong Joon-ho, como um filme conservador. Entre outras coisas, por expressar a
urgência de uma correção da ordem social e econômica, sem romper com as regras do entre-
tenimento comercial.
2. Já entendemos que as coisas perderam o rumo, mas continuamos caminhando para
o precipício. Bong se apoia nesse consenso para transmitir uma parábola admonitória que nos
faz rir ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio.
3. Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que
já está estabelecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico.
Bong inverte a lógica. Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das estruturas.
4. Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de uma família de párias, considera,
diante da miséria à sua volta, o quanto “tudo é metafórico”. Na comédia proposta por Bong,
para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas são evidentes.
Rimos do que já entendemos.
5. O filme opõe uma família de desempregados, condenados a viver como parasitas, a
uma família de ricos frívolos, enredados em pequenas neuroses e ambições previsíveis, entre
os muros que os separam da realidade.
6. Atentos às menores chances de sobrevivência, em pouco tempo pai, mãe e os dois
filhos da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos, graças a uma
série de circunstâncias.
7. A casa onde vivem os ricos, representativa de uma tradição moderna de elegância e
conforto minimalista, é mal-assombrada, a julgar pelas visões do filho menor.
8. O que se instila na parábola de Bong Joon-ho é um conservadorismo estético. É fato
que o estado político, social e econômico do mundo desautorizou as ambições da modernidade. A
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casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade econô-
mica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.
9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas,
com as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual.
É como se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual
entendimento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as
contradições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.
10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de
um conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

No contexto, expressa noção de finalidade o seguinte trecho:


a) ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio (2º parágrafo)
b) para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo (4º parágrafo)
c) Mesmo ironizando o projeto modernista (9º parágrafo)
d) mas continuamos caminhando para o precipício (2º parágrafo)
e) Entre outras coisas, por expressar a urgência de uma correção da ordem social e econômica
(1º parágrafo)

Geralmente, as frases que indicam finalidade possuem os seguintes conectivos: Para, para
que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque
a) Errada. A frase passa ideia de tempo (simultaneidade).
b) Certa. O “para” é um conectivo que indica finalidade.
c) Errada. O “mesmo” indica concessão.
d) Errada. O “mas” indica adversidade.
e) Errada. O “por”, em alguns casos, pode indicar causa.
Letra b.

015. (FCC/CONSULTOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)


Texto associado
De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram
mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de qua-
tro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-
-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a
existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por
exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente
um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de

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Morfossintaxe do Período Composto
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grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer.
Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!
− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendís-
sima está vendo. Isto é todos os dias.
− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre
de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas,
é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista,
depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana,
e puramente científica, e disso trato...
− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente!
(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)

confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
(3º parágrafo)
Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) condição.
c) concessão.
d) consequência.
e) oposição.

O “desde que” indica condição.


Outros conectivos que indicam condição: Se, caso, sem que, se não, a não ser que, exceto se,
a menos que, contanto que, salvo se, desde que
Letra b.

016. (FCC/TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIO/SEGEP-MA/2018)


Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedô-
nia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo,
disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia.
E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.
Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava
em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cum-
pra, por mais difícil que seja!
Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição,
à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.

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Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.


A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego
e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder
do rei para ser usufruído.
(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com)

E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa
relação de
a) conformidade e proporção.
b) intensidade e condição.
c) causa e consequência.
d) proporção e conformidade.
e) condição e causa.

O fato de ter se aproximado do velho filósofo (causa) fez com que sua sobra se projetasse
sobre ele (consequência).
Outros conectivos consecutivos: tão (tamanho, tanto, tal)...que, de modo que, de maneira que
Letra c.

017. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/ALESE/2018) Para responder a questão abaixo, conside-


re o texto abaixo:
Um filme publicitário traz um ator interpretando um boçal no pavilhão de uma Bienal.
O almofadinha, vestindo pulôver escuro com gola rolê, cita autores como Nietzsche e Méliès,
entre outros, para compor um discurso afetado e vazio por meio do qual definia uma suposta
obra de arte. É o velho clichê do crítico intelectual.
Vi a propaganda no mesmo dia em que a Câmara Brasileira do Livro e a Amazon anun-
ciaram uma nova categoria do prêmio Jabuti: a dos melhores romances, contos, crônicas e
poesia, na opinião dos leitores.
O prêmio da Escolha do Leitor foi anunciado em tom de inovação democrática. O mes-
mo argumento tem sustentado algumas das estratégias de mercado draconianas de grandes
corporações de internet. Afinal, dá-se voz ao leitor, que agora pode pôr em xeque decisões
arbitrárias de um punhado de críticos que não representam a opinião da maioria.
Nesse sentido, a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência que já
coroava as edições anteriores do prêmio: o Livro do Ano. Escolhido pelos livreiros, ele contem-
pla os títulos com mais chances de corresponder às expectativas do mercado, muitas vezes
contrariando os resultados das categorias literárias.
A principal ressalva à inovação democrática do Jabuti, entretanto, é que já existe um
prêmio do leitor. Ele se chama lista dos mais vendidos e é outorgado no mundo inteiro. É claro

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que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer que o leitor elegerá títulos apenas
entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado sem exone-
rar a crítica.
Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da
maioria? A resposta é simples. A despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os
prêmios literários não foram criados para corresponder a critérios objetivos de mercado.
Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e cora-
josas - e a coragem não costuma ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas,
selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados, acredita que deve ser defendido
em termos de subjetividade e exceção.
Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão
idiossincrática, mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar
literatura.
Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes cor-
porações de internet. É o que torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários
brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica pleonástica dos algoritmos que estruturam
a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma perspectiva subjetiva,
mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do “leitor”
(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).
Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia ge-
neralizada de leitor. Mas fazer o indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender
o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a propaganda da Bienal) tem menos a ver
com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo, reflexivo, do que com
a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes intelec-
tuais e subjetivos.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso
em: 10/3/2018)

O segmento que assinala noção de finalidade está em:


a) selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados (7º parágrafo)
b) a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência (4º parágrafo)
c) mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar literatura (8º
parágrafo)
d) o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo (último parágrafo)
e) para compor um discurso afetado e vazio (1º parágrafo)

Geralmente, as frases com noção de finalidade possuem os seguintes conectivos: Para, para
que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque.
Letra e.

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018. (FCC/FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO/MÉDICO VETERINÁRIO/SEGEP-MA/2018)


Explicar ou compreender?
Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa hu-
mana, em sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada.
Posso explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um
edifício. A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de
modo a permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da
causalidade mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar,
o fato passa a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do
seu corpo pela mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e
meu juízo é apenas o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o
seu gesto, tenho que compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível
integridade. Será sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da
vontade, embora destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna
insuportável.
Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua
liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história
a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente
emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-
-no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.
(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28-29)

Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:
a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)
b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)
c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)
d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º parágrafo)
e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)

A letra d indica causa e consequência.


destroem-se sua escolha e sua liberdade  é a causa
degrada-se a sua história existencial  consequência
Letra d.

019. (FCC /TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT-5ª REGIÃO-SP/2018) Atenção: Leia o texto a seguir


para responder a questão.
1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro
nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do
cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos

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Morfossintaxe do Período Composto
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antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano.


Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as ques-
tões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de
determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.
2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que
a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à
própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que
encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e
somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a apa-
recer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem
construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossí-
vel à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser
posta por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não
tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas
que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu
cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O
fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é
necessariamente um empecilho.
3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no com-
portamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de
predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande
maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos
especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimen-
tos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria
bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências
do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencia-
lidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para
“montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células
nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que
seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generali-
zações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre
homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no
cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões
de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou
menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastan-
te precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do
que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o

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Morfossintaxe do Período Composto
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tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da
psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espa-
ciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são
limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)

Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possí-
vel transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de
genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de
conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectiva-
mente a ideia de:
a) Condição − finalidade − consequência
b) Causa − conformidade − temporalidade
c) Concessão − finalidade − consequência
d) Conclusão − conformidade − causa
e) Conclusão − finalidade − causa

“Somadas” está no particípio (oração reduzida). Para transformá-la em desenvolvida, é preciso


colocar uma conjunção. Neste exemplo, poderíamos acrescentar “caso” e teríamos a seguinte
construção: “Caso fossem somadas a isso influências...”. Percebe-se, portanto, que o valor da
oração é condicional.
No caso do “para”, o sentido é de finalidade (a fim de).
O verbo “criando” está no gerúndio (oração reduzida de gerúndio). Para desenvolvê-la res-
peitando o sentido do texto, poderia ser colocado o conectivo “de modo que”, o qual indica
consequência.
Letra a.

020. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020)


Texto associado
Entrando na Câmara, verifiquei que a grandiosa representação que eu fazia do legislador,
não se me tinha diminuído com o exame da opaca figura do doutor Castro. Era uma exceção,
mas certamente os outros deviam ser quase semideuses, mais que homens, pois eu queria-os
com força e com faculdades capazes de atender e de pesar tão vários fatos, tão desencon-
tradas considerações, tantas e tão sutis condições da existência de cada e da de todos. Para
tirar regras seguras para a vida total desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de
vontades, o legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido
o alvo incerto para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! Quanto

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amor! Que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física,
a Alquimia!... Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado ofício!
(Adaptado de: BARRETO, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971, p.49)

Estabelece-se entre as ideias das orações Era uma exceção, mas certamente os outros deviam
ser quase semideuses (...) relação de
a) coordenação, articulada pelo emprego do sentido de adversidade do conectivo.
b) paralelismo, efetuado pela independência entre as orações.
c) subordinação, efetuada pelo sentido de oposição entre as orações.
d) situação, marcadamente designada pela presença de advérbios.
e) nominação, efetuada pelo emprego de substantivos.

a) Certa. As orações são coordenadas, ou seja, independentes entre si. Além disso, o “mas” é
um dos conectivos mais usados para indicar adversidade.
b) Errada. Não se nota paralelismo nas orações.
c) Errada. Na subordinação, uma oração depende da outra. As orações analisadas são coorde-
nadas, ou seja, independentes entre si.
d) Errada. Não é uma oração adverbial.
e) Errada. Não há relação de nominação nas orações.
Letra a.

021. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/SEAD-AP/2018) Atenção: Considere o texto


abaixo para responder à questão.
Contar histórias é o antecedente remoto da literatura, da história, das religiões e talvez,
indiretamente, a locomotiva do progresso. A oralidade contribuiu de maneira decisiva para im-
pulsionar a civilização da época das pinturas rupestres até a viagem dos homens às estrelas.
Oralidade quer dizer pré-literatura, aquela que existia apenas graças à voz humana, antes que
aparecesse a escrita.
Os contos, as histórias inventadas, davam mais vida aos nossos ancestrais, tiravam ho-
mens e mulheres das prisões asfixiantes que eram suas vidas e os faziam viajar pelo espaço
e pelo tempo e viver as vidas que não tinham nem nunca teriam em sua miúda e sucinta rea-
lidade. Sairmos de nós mesmos, sermos outros, graças à fantasia, nos entretém e enriquece.
Mas, além disso, nos ensina como é pequeno o mundo real comparado com os mundos que
somos capazes de fantasiar, e deste modo nos incita a agir para transformar nossos sonhos
em realidade. O progresso nasceu assim, da insatisfação e do mal-estar com o mundo real que
inspirava nos humanos a mesma ficção que os deleitava.
As histórias que inventamos constituem a vida secreta de todas as sociedades, aquela
dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma

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forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e
invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela
existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, mui-
tos séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados
contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de
perigos que os espreitavam em qualquer parte.
(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)

...para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de perigos... (último parágrafo)


No contexto, o segmento acima assinala noção de
a) causa.
b) temporalidade.
c) oposição.
d) comparação.
e) finalidade.

Geralmente, as frases que indicam finalidade possuem os seguintes conectivos: para, para
que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque.
Letra e.

022. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,


considere o texto a seguir:
ILUMINAÇÃO − 7:800$000
A Prefeitura foi intrujada quando, em 1920, aqui se firmou um contrato para o forne-
cimento de luz. Apesar de ser o negócio referente a claridade, julgo que assinaram aquilo às
escuras. É um BLUFF*. Pagamos até a luz que a lua nos dá.
*BLUFF expressão inglesa que foi aportuguesada como “blefe”: atitude enganadora, em jogo
de cartas, que busca iludir o adversário.
(RAMOS, Graciliano. O relatório do prefeito Graciliano Ramos. Brasília: Conselho Federal de Administração,
2018, p.13)

A expressão Apesar de estabelece entre as orações relação de


a) proporção.
b) consequência.
c) condição.
d) conformidade.
e) concessão.

“Apesar de” é uma locução que indica concessão.

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Outros exemplos de conectivos concessivos: Embora, conquanto, não obstante, ainda que,
mesmo que, se bem que, posto que, por mais que, por pior que, apesar de que, a despeito de,
malgrado, em que pese.
Letra e.

023. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)


Texto associado
Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, es-
pecialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas.
Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica
permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se,
assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas rela-
cionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.
Se resiste..I.. ilusão de que..II.. felicidade vem..III.. reboque dessas transformações, também é
fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.
(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”.
In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008)

Em Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza. (1º parágra-


fo), a expressão destacada apresenta valor
a) aditivo.
b) adversativo.
c) conclusivo.
d) explicativo.
e) comparativo.

Não confunda: geralmente, o “mas” sozinho tem valor adversativo. No entanto, neste caso,
o “mas” está acompanhando do “também”. Os dois juntos formam a conjunção aditiva “mas
também”. Ao substituir pelo “e”, fica mais claro o valor aditivo da frase: “Trata-se de um momen-
to de deslumbramento e de dura incerteza.”.
Letra a.

024. (FCC/ESTAGIÁRIO ENSINO MÉDIO REGULAR/SABESP/2019) Atenção: Considere o


texto abaixo para responder a questão.
Alerta hídrico: demanda mundial por água deve crescer 40% até 2030
O elemento água está presente em quase tudo na Terra. Dois terços do planeta é com-
posto por água. No entanto, apenas 2,5% é doce, e a maior parte está presa nas geleiras das
calotas polares. A economia não gira e a sociedade não vive sem recursos hídricos, mas é
preciso se contentar com 0,5% do suprimento disponível para uso. Contudo, a demanda

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mundial deverá aumentar 40% até 2030 e 55% até 2050, ano no qual se estima que mais de
40% da população mundial viverá em áreas de grave estresse hídrico.
No Brasil, que tem a sorte de estar sobre o maior aquífero do globo, o Guarani, a de-
manda aumentou 80% nas últimas duas décadas, segundo dados da Agência Nacional de
Águas (ANA). A previsão do órgão é de que, até 2030, a retirada aumente 24%. “O histórico da
evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e
ao processo de urbanização do país”, diz estudo da agência. No entanto, o maior consumo de
água é na irrigação agrícola.
O uso da água no meio rural representa 83% da demanda de captação de água total bra-
sileira, dos quais 72% são destinados à irrigação, prática em franca expansão no Brasil. Passou
de 462 mil hectares em 1960 para 6,1 milhões de hectares em 2014, em especial por meio de
pivôs centrais. “Assim, uma necessidade para o presente e o futuro é tornar mais eficiente a
prática da irrigação. Estima-se hoje uma perda de 40% devido a sistemas inadequados de irri-
gação ou vazamentos nas tubulações”, diz o chefegeral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo
Augusto Boechat Morandi.
(Adaptado de: KAFRUNI, Simone. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. 04/03/2019)

Ao final do 2º parágrafo, a expressão No entanto sinaliza


a) a conclusão lógica formulada a partir da afirmação de que o desenvolvimento econômico
gerou maior consumo de água.
b) uma explicação acerca da quantidade de água gasta no processo de urbanização do Brasil.
c) a quebra da expectativa de que o maior consumo de água ocorra nas zonas urbanas.
d) uma comparação entre a quantidade de água necessária no processo de urbanização e na
irrigação agrícola.
e) uma exemplificação de um contexto em que o consumo de água ocorre em consonância
com a preservação ambiental.

“No entanto” é uma conjunção adversativa. Para entendê-la dentro do contexto, basta reler a
frase anterior à conjunção. Observe que a autora cita um estudo que aponta a relação do uso
da água e do processo de urbanização no país. Logo em seguida, a autora apresenta a infor-
mação de que o maior consumo de água é na irrigação agrícola. Portanto, temos uma quebra
de expectativa entre essas duas fases.
Letra c.

025. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção:


Para responder a questão, considere o texto abaixo.
1 Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter um restaurante. Mais preci-
samente: gostaria de ser um cozinheiro. As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos: ali se

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prepara o prazer. O cozinheiro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da alma e do cor-
po. Mas não sei cozinhar. Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como quem cozinha.
2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pelos escri-
tores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores. Nas suas
origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só tempo,
tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português que
não se fala mais, usava- -se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.
3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se
assim não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais
belos textos, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de
todos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo
possível de sabor”. Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como
seus mestres.
4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges
aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes agra-
dam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda
quanto a felicidade obrigatória”.
5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)

Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.

É preciso cuidado com o “pois”, pois ele pode aparecer em três sentidos: conclusivo, expli-
cativo e causal. No caso, poderíamos substituir por “porque”. Observe: “Caso contrário, não
continuem, porque a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a felicidade obrigatória.”.
Letra c.

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026. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,


considere o texto a seguir:
Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos. As suas bolas saíram do saco, é verdade, mas
foram inutilizadas, a do primeiro por faltar a primeira letra do nome, a do segundo por lhe faltar
a última. O nome restante e triunfante era o de um argentário ambicioso, político obscuro, que
subiu logo à poltrona ducal, com espanto geral da república. Mas os vencidos não se conten-
taram de dormir sobre os louros do vencedor; requereram uma devassa. A devassa mostrou
que o oficial das inscrições intencionalmente viciara a ortografia de seus nomes. O oficial con-
fessou o defeito e a intenção; mas explicou-os dizendo que se tratava de uma simples elipse;
delito, se o era, puramente literário. Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de or-
tografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei. Nesse mesmo dia ficou decretado
que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das quais as bolas pudessem ser lidas
pelo público, e, ipso facto, pelos mesmos candidatos, que assim teriam tempo de corrigir as
inscrições.
Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia. A mesma porta aberta à
lealdade serviu à astúcia de um certo Nabiga, que se conchavou com o oficial das extrações,
para haver um lugar na assembleia. A vaga era uma, os candidatos três; o oficial extraiu as bo-
las com os olhos no cúmplice, que só deixou de abanar negativamente a cabeça, quando a bola
pegada foi a sua. Não era preciso mais para condenar a ideia das malhas. A assembleia, com
exemplar paciência, restaurou o tecido espesso do regime anterior; mas, para evitar outras
elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco
pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.
São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)

O emprego da conjunção como elemento coesivo, com efeito de estabelecer oposição entre
ideias, está presente em:
a)... uma vez que cinco pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
b) Nesse mesmo dia ficou decretado que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das
quais as bolas pudessem ser lidas pelo público...
c) Mas os vencidos não se contentaram de dormir sobre os louros do vencedor;
d)... delito, se o era, puramente literário.
e) Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia.

a) Errada. Há relação de causa.


b) Errada. Há relação de consequência.
c) Certa. Há relação de oposição (sentido adversativo).
d) Errada. Há relação condicional.
Letra c.

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027. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/TÉCNICO DE ARQUIVO E BIBLIOTECA/CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/2018) Atenção: Leia abaixo o Capítulo I do romance Dom
Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central
um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se
ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta,
e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que como eu estava
cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitu-
ra e metesse os versos no bolso.
– Continue, disse eu acordando.
– Já acabei, murmurou ele.
– São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava
amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom
Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à
alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade,
e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar
com você.” – “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas
essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro dom Cas-
murro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe
camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no
que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me
fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha
narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem
ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá
cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.
(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)

...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1º parágrafo)
Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de
a) causa.
b) comparação.
c) consequência,
d) proporção.
e) conclusão.

O fato de se estar cansado é a causa para se fechar os olhos.


Letra a.

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028. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/PREF. MANAUS-AM/2019) Atenção: Con-


sidere a entrevista abaixo para responder à questão.
1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que
suscita revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes
figuras do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?
2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o
quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo.
Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.
3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um
mundo que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a
diversidade cultural e os biótopos.
4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo
seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie
já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão
demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos?
Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção
entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas “ordens” esta-
rem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza
está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las.
Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão.
Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário
em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo,
nossa nova mitologia.
Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ci-
ência. Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.
(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível em: www.scielo.br)

Considerado o contexto, o segmento com valor concessivo está em:


a) visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente
b) uma vez que traz a ideia de que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural
c) Contudo, há motivo para inquietação
d) Portanto, é absurdo tentar distingui-las
e) embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo

a) Errada. O segmento tem valor de causa.


b) Errada. O segmento tem valor de causa.
c) Errada. O “contudo” tem valor adversativo.
d) Errada. O segmento tem valor conclusivo.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

e) Certa. O “embora” tem valor concessivo.


Lembre-se de que as conjunções adversativas estão presentes nas orações coordenadas e as
conjunções concessivas estão presentes nas subordinadas.
Letra e.

029. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/DPE-AM/2019)


O inexpugnável mistério
Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr,
segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceite-
mos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas
tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da
origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e
se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem
natural das coisas.
Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do
qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras
palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem
o nosso misterioso mundo.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)

Na frase Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma, mantém-se o sen-
tido caso se substitua o segmento sublinhado por:
a) Ainda que a tarefa seja arrematada
b) À proporção que se finalize a tarefa
c) Conquanto se ultime a tarefa
d) Uma vez concluída a tarefa
e) À medida que se implemente

O verbo “terminada” está no particípio. A oração passa uma ideia de tempo. Portanto, temos
uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.
a) Errada. “Ainda que” tem valor concessivo.
b) Errada. “À proporção que” tem valor proporcional.
c) Errada. “Conquanto” tem valor concessivo.
d) Certa. “Uma vez”, neste caso, tem valor temporal.
e) Errada. “À medida que” tem valor proporcional.
Letra d.

030. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRF – 3ª REGIÃO/2019)


1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas
incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de
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Morfossintaxe do Período Composto
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humor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na
esteira de dispositivos que emitem luz azul.
2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz ama-
relo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque
o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul
é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.
3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas
décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-
tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e
smartphones.
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos
eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-
sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso
excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-
bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar
sem celular.
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.
Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos
viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que
estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-
bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.
(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)

Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recom-
pensa (último parágrafo) pode ser substituído por
a) Conforme
b) Desde que
c) Pois que
d) Ainda que
e) Conquanto

O “contanto que” indica condição.


Exemplos de outros conectivos com valor condicional: Se, caso, sem que, se não, a não ser
que, exceto se, a menos que, contanto que, salvo se, desde que
a) Errada. “Conforme” indica conformidade.
b) Certa. “Desde que” tem valor condicional.
c) Errada. O “pois”, dependendo do contexto e em que parte da frase ele aparece, pode assumir
valor conclusivo, explicativo ou causal.

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d) Errada. O “ainda que” tem valor concessivo.


e) Errada. O “conquanto” tem valor concessivo.
Letra b.

031. (IBFC/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIENTE/IAP-PR/2021)


Texto associado
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as
minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da
goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-
sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer
instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-
cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava
sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-
nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-
mar as malas.
- Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Mari-
cota. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respon-
di e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é
essa tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fi-
quei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte,
espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé,
a sandália pesada de lama.
[...]
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)

No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme

A expressão indica uma situação de causa e consequência: “sacudi a cabeça, porque não sabia”.
A segunda oração representa o motivo pelo qual o sujeito sacudiu a cabeça. A conjunção
“porque” pode ser coordenada explicativa ou causal. Quando causal, indica motivo, e quando
explicativa, indica a evidência. Nesse caso, ele não saber a resposta do questionamento que
havia sido feito é a razão pela qual ele sacode a cabeça.

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A letra A não cabe nesse contexto, uma vez que é uma conjunção adversativa. A letra B é uma
conjunção temporal, que indica tempo. As letras C e E são conjunções concessivas, equiva-
lentes a “apesar de”. Portanto, a única opção capaz de representar o contexto apresentado é
a letra D.
Letra d.

032. (IBFC/ARQUITETO/IAP-PR/2021)
Altos e baixos na política
(Milton Santos)

É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)

Considere o fragmento abaixo para responder à questão.


“é criticado como inadequado e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que
chamam de política.” (1º§)
A locução destacada no trecho cumpre papel coesivo e introduz o valor semântico de:
a) causa.
b) finalidade.
c) consequência.
d) conformidade.
e) condição.

A questão apresenta a relação de causa e consequência. Ser criticado como inadequado é


uma consequência, e não lhe caber fazer política é a causa. Essa expressão poderia, por exem-
plo, ser substituída por:

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“Não lhe cabe fazer o que chamam de política e, por isso, é criticado como inadequado”.
Causa
Consequência
Letra a.

033. (IBFC/ADMINISTRADOR/PREF. SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/2021) Leia o texto


abaixo para responder à questão.
Guerra de narrativas (adaptado)
Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha,
passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território
dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos
50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm
começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama
possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde ter-
mina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor
de um mito ou do que entendemos como senso comum.
Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pes-
soas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colabora-
ção, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de
opressão, perpetuamos sua essência.
A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-
são de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/

Em relação à sintaxe da Língua Portuguesa avalie as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores


de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-
da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.
( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias de-
terminam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como
Subordinada Adverbial Concessiva.
( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.

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( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.

Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções, a par-
tir da qual se podem classificar as conjunções que introduzem as orações.
Na primeira oração, a conjunção “quando” introduz oração subordinada adverbial temporal
(questão certa).
Na segunda expressão, o “se” é uma conjunção condicional, e não concessiva (questão errada).
Na terceira opção, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva dire-
ta. Para exemplificar, pode-se substituir por “isso”: “a habilidade narrativa determina isso”. No
caso, determina “algo”: objeto direto (questão errada).
Na quarta opção, o verbo existir é pessoal. Ao colocar a oração em sua ordem direta, tem-se:
Narrador isento não existe, sendo que “narrador isento” é o sujeito da oração (questão errada).
Na quinta e última opção, a oração é introduzida por conjunção concessiva (mesmo que), que
é equivalente a “ainda que, apesar de, embora etc. (questão errada).
Letra a.

034. (IBFC/ENFERMEIRO/SEAP-PR/2021)
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-
cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-
goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-
reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por
onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os

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corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)

Em todas as alternativas abaixo o vocábulo “que” encontra-se destacado. Assinale a opção em


que sua classificação morfológica é diferente da dos demais.
a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).
b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).
c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).
d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).
e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).

Nas quatro primeiras opções, o vocábulo “que” é um pronome relativo. Apenas na letra E, é
uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. A
questão pede que indique a classificação morfológica diferente, portanto, a alternativa correta
é a letra E.
Letra e.

035. (IBFC/EDUCADOR SOCIAL/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia o texto abaixo


para responder à questão.
Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação
Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Oci-
dental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de
câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido
pelas mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Mi-
guel Junior Sordi Bortolini.
O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Quali-
dade de Vida de Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi
apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, atra-
vés da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de
câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de
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mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver
câncer de mama reduz drasticamente.”
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-
sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio
2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para
cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-
tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e
ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza
Carina Hechenberger. [...]
A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-
sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,
históricofamiliar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-
dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobre-
peso e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse
tipo de câncer. [...]
Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-
lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar
o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por
semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,
é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.

Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções. A


conjunção que introduz a oração destacada é uma conjunção concessiva, equivalente a “em-
bora, ainda que, mesmo que etc.
Letra a.

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036. (IBFC/PSICÓLOGO/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia a tira de “Hagar, o Horrí-


vel”, criada pelo cartunista estadunidense Dik Browne, para responder à questão seguir.

Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
Alternativas
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.

Na expressão, observam-se objeto indireto e objeto direto, respectivamente. Quem diz, diz algo
a alguém. No caso, diz “à mãe (alguém – objeto indireto) que eu falei isso (algo – objeto dire-
to)”. Como há um verbo no objeto direto, ele passa a ser uma oração, introduzida por conjun-
ção integrante. Isso faz com que ela seja uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra c.

037. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)


Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um

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corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.

Inicialmente, o autor disserta acerca das formas como, frequentemente, se observam as pia-
das no mundo geral, como sendo um retrato dos contextos sociais e culturas predominantes
na sociedade em que se inserem, porque trazem as temáticas com as quais essas sociedades
têm problemas ou preconceitos. No segundo parágrafo, introduzido por uma conjunção ad-
versativa (mas), apresentam-se argumentos que indicam também as contraposições acerca
dos argumentos que foram anteriormente apresentados, ou seja, as piadas não são somente
uma forma de explicitar irônica e superficialmente os problemas e preconceitos, mas também
podem proporcionar reflexões mais aprofundadas, capazes de direcionar a uma análise com-
preensiva acerca desses assuntos.
Letra e.

038. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/2017)


O vencedor: uma visão alternativa
Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava
inteiramente fora de forma. Meses de indolência e até de devassidão tinham produzido seus
efeitos. O combativo boxeador de outrora, o homem que, para muitos, fora estrela do pugilismo
mundial, estava reduzido a um verdadeiro trapo. O público não tinha a menor complacência
com ele: sucediam-se as vaias e os palavrões.
De repente, algo aconteceu. Caído na lona, depois de ter recebido um cruzado devas-
tador, Raul ergueu a cabeça e viu, sentada na primeira fila, sua sobrinha Dóris, filha do
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

falecido Alberto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou
Raul como uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que
fizera dele a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do
adversário. A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando
os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo.
Depois de uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz
procedeu à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este
que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)

Considere o trecho abaixo para responder à questão.


“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram
a incentivá-lo.” (2º§)
As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguin-
tes orações:
a) subordinada adverbial e subordinada substantiva.
b) coordenada sindética e subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva.
d) subordinada substantiva e coordenada sindética.

A primeira oração, introduzida pela conjunção “quando”, classifica-se como oração subordina-
da adverbial temporal, em razão da presença da conjunção temporal. Na segunda oração, o
“que” constitui uma conjunção integrante, que é usada para introduzir as orações substantivas.
Nesse caso, a segunda oração é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra a.

039. (IBFC/GUARDA MUNICIPAL/PREF. VINHEDO-SP/2020) Texto associado


Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas
ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços
de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo
corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam
as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as
sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)

Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.

A conjunção “como” pode introduzir ideia de causa ou de comparação. No caso da oração


acima, exprime ideia de causa, e equivale a “já que”. A relação de causa e consequência pode
ser observada na medida em que se percebe a seguinte situação: o menino balbuciava expres-
sões complicadas porque não sabia falar direito. Causa indica motivo, ou seja, em razão de
não saber falar direito (causa), o menino balbuciava expressões complicadas (consequência).
Letra c.

040. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2019) Para responder à questão, leia com aten-


ção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez sobre a educação a distância.
A discussão sobre ensino a distância na educação básica
(adaptado)

As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.

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“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez

De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas

As alternativas II e IV estão corretas. Na opção II, percebe-se que a oração subordinada é


introduzida por pronome relativo – que retoma a expressão “cursos presenciais” - e possui a
presença de vírgulas, o que faz que seja classificada como oração subordinada adjetiva explicativa.
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Na opção IV, a oração subordinada é introduzida pela conjunção “se”, o que faz com que seja
classificada como oração subordinada adverbial condicional. Nas opções incorretas, a alter-
nativa I tem como sujeito “os alunos”, e a alternativa III não pode ser objeto direto, uma vez que
apresenta preposição (a expressão, nesse caso, é um objeto indireto).
Letra c.

041. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2017) Leia com atenção a tira abaixo de “Ha-


gar, o Horrível” do cartunista Dik Browne.

De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

A alternativa I não se refere a um vocativo, que constitui um chamamento. O vocábulo “você”,


nesse caso, é o sujeito da oração. Na alternativa III, o erro está na classificação da oração, que
não é adjetiva como afirma a questão, pois as orações subordinadas adjetivas são introduzi-
das por pronome relativo. Deve-se observar a presença da conjunção subordinativa temporal
“quando”, que é usada para iniciar a oração subordinada adverbial temporal.
Letra b.

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042. (IBFC/FARMACÊUTICO/EBSERH/2020) Leia com atenção a reportagem abaixo para


responder à questão.
A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos
ensinos fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo
na escola para atendê-los.
Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com
sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.
“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro
deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio
a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)
aprovado pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-
cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior
parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de
meninas (52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html

Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de
apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. Assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.

A questão pede a alternativa incorreta: letra E. O vocábulo “que”, nesse caso, é um pronome re-
lativo, usado para retomar “Tatiana Klix, diretora da Porvir”. Reescrevendo a oração, obtém-se:
Tatiana Klix, diretora da Porvir, também esteve à frente da pesquisa”.
Letra e.

043. (IBFC/SOLDADO/SAEB-BA/2020) Leia o texto abaixo para responder à questão.


Segurança
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas
casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a
área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam

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tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes


devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os la-
drões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do
muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os
proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar
para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram ele-
trificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a
segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não
morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas
os assaltos continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem
os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.
Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-
mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram acasa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança
máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.
Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-
dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-
guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às
grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo

Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.

Os vocábulos apresentados apresentam ideia de adição: “Os proprietários e seus familiares


também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás.
Nem os bebês. Ao reescrever a expressão, pode-se obter, por exemplo, a oração: “Os proprietários

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e seus familiares, as babás e os bebês não podiam passar pelo portão sem se identificar para
a guarda.”
Letra d.

044. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma
de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcio-
nário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de
ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em co-
mum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual
ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação
da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.

A presença do artigo definido “A” indica que há uma verdade já determinada.


Letra c.

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045. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma
de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcio-
nário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de
ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em co-
mum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual
ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação
da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

“A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de


outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou me-
nos injusta.”
Em períodos mais longos, deve-se reforçar o cuidado para a análise de suas partes. Nesse sen-
tido, percebe-se que a segunda oração é subordinada à primeira e deve ser classificada como:
a) substantiva predicativa.
b) adverbial concessiva.
c) adjetiva restritiva.
d) adverbial causal.

A segunda oração é: “que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da reli-


gião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória

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ou menos injusta.” Nesse caso, pode-se substituir pela expressão: “A verdade é isso”. Sujeito
determinado pelo artigo definido + verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Letra a.

046. (IBFC/SECRETÁRIO ESCOLAR/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e
uma moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade,
robusto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o
tal sujeito lhe diz quase gritando: - Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não
contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: - Im-
becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: - Imbecil é a sua mãe! Enquanto
isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente
só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à
genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou
de puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: - Sabe com quem está
falando? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: - Estou falando com um homem, pare-
ce... – Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito
seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era!
E resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: - Entre pela rua Siqueira Campos
e vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança
de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,
salta o delegado, e este fala à sentinela: - Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!
Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: - Eu sou o general.
Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: - Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.
P672-674 (Adaptado).

Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.

Na letra A, o “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “senhor”. Na alternativa B, o


“que” é uma conjunção integrante, que introduz oração subordinada objetiva direta: os passa-
geiros do ônibus (sujeito) + sentem (verbo) + que vai ocorrer qualquer coisa (quem sente, sente
algo – objeto direto). Na letra C, o “que é um pronome relativo que retoma a palavra “taponas”

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

e, na letra D, o “que” é um pronome relativo que retoma a palavra “pergunta”. A questão pede a
alternativa em que o vocábulo “que” exerce função diferente das demais, portanto, letra B.
Letra b.

047. (IBFC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EMDEC/2019)


Texto associado
O pensamento correto nos leva à fala e à ação corretas.
Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em
contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar
conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o
processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser.
Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade
do que é, no agora, no aqui.
De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as
afirmativas abaixo.
I – O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está conjuga-
do na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
II – A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.
III – Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa III está correta.

A palavra “conscientemente” é um advérbio.


O trecho é composto por uma oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infiniti-
vo: A chave principal é que se respire conscientemente.
Letra a.

048. (IBFC/TÉCNICO EM SANEAMENTO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/2019)


Leia o texto abaixo para responder à questão.
Hino de Pernambuco
Oscar Brandão da Rocha (1908)

Coração do Brasil, em teu seio


corre o sangue de heróis - rubro veio

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

que há de sempre o valor traduzir.


És a fonte da vida e da história
desse povo coberto de glória,
o primeiro, talvez, no porvir.
Salve, ó terra dos altos coqueiros,
de belezas soberbo estendal,
nova Roma de bravos guerreiros,
Pernambuco imortal! Imortal!
Esses montes e vales e rios,
proclamando o valor de teus brios,
reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
sentinela indormida e sagrada
que defende da pátria os lauréis.[...].
“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.

A oração destacada é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de


gerúndio. Ao ser reescrita, obtém-se: “Esses montes e vales e rios, que proclamam o valor de
teus brios...”
A presença do pronome relativo e das vírgulas evidencia a classificação correta apontada acima.
Letra c.

049. (IBFC/TÉCNICO EM SANEAMENTO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/2019)


Leia o texto abaixo para responder a questão.
Hino da Independência do Brasil
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Brava gente brasileira!


Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil. [...] Evaristo Ferreira da Veiga
Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e
expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.
Alternativas
a) Oposição.
b) Alternância.
c) Explicação.
d) Consequência.

Para responder a essa questão, basta ter os conhecimentos da tabela de conjunções, na qual
consta a classificação da conjunção “ou, ou”: conjunção coordenada alternativa.
Letra b.

050. (IBFC/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTI-


NHO-PE/2019)
Texto associado
“Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final” (Kell Smith)
Observe: “É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal”. De acordo com as
regras de Sintaxe da Oração e Período, assinale a alternativa correta.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) No enunciado, há a presença de oração subordinada adversativa.


b) No enunciado, há a presença de oração subordinada substantiva objetiva direta.
c) No enunciado, há a presença de oração coordenada completiva nominal.
d) No enunciado, há a presença de oração coordenada adverbial causal.

Para observar a presença do objeto direto com mais clareza, basta substituir: “É só não per-
mitir isso.”
Assim, quem permite, permite algo, que é “que a maldade do mundo te pareça normal”.
Letra b.

051. (IBFC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/2018)


Leia o trecho inicial do conto “Muribeca” de Marcelino Freire e observe as duas imagens abaixo
para responder a questão a seguir:
Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pre-
gos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão. É a vida
da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras
crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história,
livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem
as latas, sem as caixas? Vai perambular pelas ruas, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar
agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer
caldo, vou inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil.
Fonte: Armazém de Texto - Blogspot

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que a


classificação da palavra “que” está incorreta.
a) O que é que eu vou dizer pras crianças? – Pronome interrogativo
b) Que não tem mais brinquedo? – Pronome relativo
c) Explique o que é que a gente vai fazer da vida? – Partícula expletiva
d) Não pense que é fácil. – Conjunção integrante
e) E o meu marido, o que vai fazer? – Pronome interrogativo

Na alternativa B, tem-se uma conjunção integrante. Pode-se reescrever o período da seguinte


forma: Vou dizer às crianças que não tem mais brinquedos? Ou seja, “vou dizer às crianças
isso”. A oração classifica-se como oração subordinada objetiva direta (Quem diz, diz algo - que
não têm mais brinquedos – a alguém – às crianças).
Letra b.

052. (IBFC/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-


-SP/2018) Leia com atenção o trecho do artigo Consumismo infantil, um problema de todos
do programa Criança e Consumo e responda a questão.
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado
que se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não im-
porta o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que
são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.
As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vulnerá-
veis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo
com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil,
erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da
agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão
urgente, de extrema importância e interesse geral.
Fonte: Criança e Consumo

Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

O pronome relativo “que”, na alternativa D, retoma o vocábulo “crianças”, portanto, é a alternati-


va correta (todavia, refere-se à sintaxe, e não à morfologia, como aponta a questão).
Na letra A, há um pronome indefinido. Na letra B, há um adjetivo. Na letra C, há um advérbio. Na
letra E, há um artigo indefinido.
Letra d.

053. (IBFC/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/PREF. CUIABÁ-MT/2019)


Texto associado
[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que
todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da
ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-
mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior
dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-
rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os
sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza
ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses
numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de
todos os demais. [...]
Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da
felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo
que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos
(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também
os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.
A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral,
qualquer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Por-
quanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um
breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).
(acesso 18/07/2019)

Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
c) orações subordinadas sindéticas explicativas
d) orações coordenadas sindéticas aditivas

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sindéticas: possuem conjunções.


Assindéticas: não possuem conjunções.
Coordenadas: Introduzidas pelas conjunções: alternativas, aditivas, adversativas, conclusivas
e explicativas e conclusivas.
Subordinadas: introduzidas pelas demais conjunções (decorar tabela de conjunções).
Nesse caso, observam-se a primeira oração coordenada sindética introduzida pela conjunção
coordenada explicativa “como” e a segunda oração coordenada sindética introduzida pela con-
junção coordenada aditiva “e”.
Letra d.

054. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/SESACRE/2019) Leia atentamente um trecho da en-


trevista realizada pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing Mario Persona para res-
ponder à questão. (Adaptado)
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “sofrem” uma espécie de ansiedade
tecnológica, aquele tipo de situação que envolve a falta de capacidade de controle quando o
assunto é dominar programas e utilização do micro?
Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela necessidade. Hoje saber estar fami-
liarizado com a tecnologia da informação é tão necessário quanto foi no passado estar fami-
liarizado com a pena — saber escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada e saída
de dados que recebemos do ambiente depende agora desses acessórios tecnológicos.
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras e parte para a solução mais
“irracional” possível: pode até mesmo dar umas pancadas no micro...
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. Até hoje o micro resolve in-
ventar uma novidade nas horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de imprimir
aquela proposta urgente. É a Internet que decide ficar muda quando mais preciso enviar ou
receber meus e-mails, ou pesquisar algo.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas de e-mail, a seu ver, isso seria uma
forma de ansiedade ou dispersão? O que acha disso?
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de e-mail, às vezes até por segu-
rança ou prevenção. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. Uma da empre-
sa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira
conta, de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil para ser usada nesses sites de
Internet que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar
essa conta para contatos importantes.
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da in-


formação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução conjuntiva
e tem sentido comparativo.
II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos do
ambiente” é classificada como conjunção integrante.
III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos
três contas” é classificada como pronome relativo.
a) Apenas a afirmativa III está correta.
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.

Na alternativa II, o vocábulo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “dados”. Na
opção III, o vocábulo “que” é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada
objetiva direta.
Letra d.

055. (IBFC/TÉCNICO DE ENFERMAGEM/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)


O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia
que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os pos-
tes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo,
desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora
do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades.
[...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões
históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há
segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias.
Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão
dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto
aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com
a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São
Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)

No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.

A primeira oração classifica-se como oração coordenada sindética, porque é introduzida pela
conjunção explicativa “como”.
Sindéticas: possuem conjunções.
Assindéticas: não possuem conjunções.
Coordenadas: Introduzidas pelas conjunções: alternativas, aditivas, adversativas, conclusi-
vas e explicativas e conclusivas.
Subordinadas: introduzidas pelas demais conjunções (decorar tabela de conjunções).
Letra d.

056. (IBFC/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/SEE-MG/2015)


Não canse quem te quer bem
(Martha Medeiros)

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher
os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai ex-
perimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano,
se não houver outra saída.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem
te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
b) condição
c) concessão
d) causa

A ideia que vem depois da vírgula indica uma consequência em relação à expressão anterior-
mente apresentada. “O fato de seus amigos gostarem muito de você faz com que eles mere-
çam saber...”
O FATO DE = causa // FAZ COM QUE = consequência
Letra a.

057. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)


Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo. [...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).

a) Errada. Pronome relativo que retoma a palavra “situação”.


c) Errada. Pronome relativo que retoma o pronome demonstrativo “o” (para quem quer saber
aquilo que é e como funciona).
d) Errada. Pronome relativo que retoma a palavra “piadas”.
e) Errada. Pronome relativo que retoma a palavra “corpus”.
Letra b.

058. (IBFC/TÉCNICO OPERACIONAL/EMBASA/2018) Para a questão, considere o texto a


seguir, escrito por Clarice Lispector, com o pseudônimo de Tereza Quadros, no jornal Comí-
cio, em 1952.
Lar, engenharia de mulher
Tereza Quadros

A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.


II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujeito
do verbo “costumam”.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.

Opção I, incorreta: o período é composto por coordenação e subordinação, uma vez que o pri-
meiro pronome relativo introduz oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra b.

059. (IBFC/ENGENHEIRO/EMBASA/2017) Para a questão, leia a crônica de Carlos Drum-


mond de Andrade.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, ca-
pitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,
providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de
altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam
praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-
samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-
nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se
alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.
Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,
onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-
tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no
“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse
bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se
eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com
raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem
não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e de-


sacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone
chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o portei-
ro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelo-
sos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gen-
te do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada
era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à
grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadi-
nhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde
de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consterna-
ção, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.


“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles
reapareceram.”
I – Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação.
II – “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”.
a) As afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

“Meio” é um advérbio, e é invariável. O adjetivo não modifica outro adjetivo, mas sim um
substantivo.
Letra b.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

060. (IBFC/ASSISTENTE SOCIAL/EBSERH/2016)


A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma -
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:
medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não
ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou?
[...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)

As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa

A conjunção “nem” equivale à conjunção coordenada aditiva “e”.


Letra b.

061. (IBFC/ODONTOLEGISTA/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/2018)


O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro
de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que com-
primia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando
nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.
A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vi-
vesse mais do que alguns meses. Ao final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara
da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que nascera em uma cesárea planejada em sequência à
operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir,
em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno
nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendá-
vel – e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da
mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh
narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta
semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfian-
ça é um pré-requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais
desafiadoras do que outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as opera-
ções cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções,
memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-medicos-
-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)

Considere o período abaixo para responder à questão.


“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor
semântico de:
a) concessão.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.

A conjunção “para” é conjunção subordinada de finalidade e introduz oração subordinada ad-


verbial final.
Letra b.

062. (IBFC/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/AGERBA/2017)


Primeira classe
(Moacyr Scliar)

Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve (5º§). A
conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.

Nesse caso, ficar sem dormir é uma consequência de nada mais servir, após experimentar a
primeira classe.
Nada mais servia e, por isso, ficou sem dormir.
Causa
Consequência
Letra e.

063. IBFC/MÉDICO/EBSERH/2017)
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, me-
tido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvi-
da, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quan-
do em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia
desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E
eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bos-
sa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)

Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-
glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade
de revolução.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite” (5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.

A expressão “depois” indica ideia de tempo, portanto, pode ser substituída pela conjunção
temporal “quando”.
Letra d.

064. (IBFC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EBSERH/2017)


Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais
jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicio-
nário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso,
eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)

Utilize o Texto I para responder a questão.


Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso de
uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor semântico de:

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.

A conjunção “e” é uma conjunção coordenada aditiva (decorar tabela de conjunções).


Letra a.

065. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013)

Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.

Tanto a conjunção “porque” quanto a conjunção “pois” são conjunções coordenadas explicati-
vas, o que faz com que se possa substituir uma pela outra, nesse caso.

A conjunção “pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra d.

066. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito
magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a
relação de:
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

A conjunção “pois” é uma conjunção coordenada explicativa, portanto, exprime ideia de


explicação.

A conjunção “pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra c.

067. (IBFC/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/EBSERH/2016) Considere o


fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza
de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (1º§)
Há duas ocorrências do vocábulo “que” no trecho em análise. Contudo, possuem classifica-
ções morfológicas distintas. Assim, nota-se que, respectivamente, são:
a) pronome relativo e conjunção integrante
b) conjunção consecutiva e pronome interrogativo
c) pronome relativo e conjunção explicativa
d) conjunção integrante e pronome relativo
e) conjunção explicativa e pronome relativo

Na primeira ocorrência, o “que” é pronome relativo e retoma a palavra “noite”. Na segunda


ocorrência, o “que” é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substanti-
va completiva nominal.
Letra a.

068. (IBFC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. JANDIRA-SP/2016)


O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)

“Todos os relacionamentos fechados se parecem”, diria Tolstói em “Anna Kariênina”.


“Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.”
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma em-
balagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto, há grandes
chances de você se perguntar: “Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse CD. Aliás, ninguém
mais ouve CD”.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras, merecem
que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista um forte risco
de intoxicação.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-
carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu
uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de
perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-
ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-
der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que
não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)

Ao participarem da estrutura sintática dos textos, as orações estabelecem entre si relações de


sentido. Desse modo, em “Há relacionamentos cuja abertura é sazonal” (6º§), a oração desta-
cada cumpre o seguinte papel:
a) caracteriza um substantivo
b) completa o sentido de um verbo
c) indica circunstância, possui caráter adverbial
d) exerce a função de sujeito

Na ocorrência, o pronome relativo “cuja” retoma o vocábulo “relacionamentos”, e exprime ideia


de posse. Dessa forma, a oração é estruturada da seguinte forma: A abertura sazonal dos rela-
cionamentos é sensacional.”
Letra d.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

069. (IBFC/TÉCNICO EM ENFERMAGEM/EBSERH/2016)


Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”.
E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a
emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de
orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um
homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-
bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,
talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação; logo
passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer a
barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu
filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permitem - o
ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que
expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo
do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)

Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
Alternativas
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.

Na primeira ocorrência, o pronome relativo retoma “rosto” e, na segunda ocorrência, retoma


“crianças”.
Letra c.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

070. (IBFC/MÉDICO DO TRABALHO/COMLURB/2016) Assinale a alternativa que completa


correta e respectivamente as lacunas:
Todos os candidatos ao processo seletivo sabem_____ é importante estudar muito,_______ são
poucas vagas e a concorrência é grande.
a) logo - pois
b) que - pois
c) pois - que
d) pois - logo

Na primeira ocorrência, deve ser utilizada a conjunção integrante “que”, para introduzir a oração
subordinada substantiva objetiva direta. Na segunda ocorrência, deve ser utilizada a conjunção
coordenada explicativa “pois”, que exprime ideia de explicação e introduz a oração coordenada
sindética explicativa.
Letra b.

071. (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB-BA/2015)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida urbana
comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominantemen-
te em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-


tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de
outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento
do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)
A respeito da palavra “que”, em destaque no fragmento, assinale, dentre as alternativas abaixo,
aquela em que tal vocábulo possua as mesmas características morfossintáticas.
Alternativas
a) Espero que tudo ocorra bem.
b) Que lindo!
c) Eu li o livro que você me deu
d) Dormiu tanto que perdeu a hora.
e) O rapaz que chegou era meu amigo.

Em ambas as ocorrências, o “que” é um pronome relativo e retoma o sujeito da oração anterior.


Letra e.

072. (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB-BA/2015)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. /As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de
outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento do
lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sobre o trecho, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.


I – É formado por duas orações absolutas e um período composto por coordenação.
II – Entre os dois primeiros períodos há uma relação temporal que poderia ser expressa pela
conjunção “quando”.
III – O terceiro período é formado por três orações.
IV – No terceiro período, identifica-se uma oração subordinada adjetiva.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Apenas a afirmativas III está correta
c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta
e) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

Na alternativa I, a incorreção está quando se afirma que o período é composto por coordena-
ção, uma vez que podem ser identificadas duas orações subordinadas no período: uma adver-
bial condicional, introduzida pela conjunção “se”, e outra oração subordinada adjetiva restriti-
va, introduzida pelo pronome relativo “que”, que retoma o vocábulo “tecnologias”.
A incorreção da alternativa II está na hipótese de substituição pela conjunção temporal “quan-
do”. A relação dos dois primeiros períodos não é de tempo, e sim de adição. Portanto, a con-
junção adequada seria a conjunção coordenada aditiva “e”. Também se poderia substituir por
uma conjunção subordinada proporcional, formando as orações “O mundo envelhece, à medi-
da que as cidades crescem.”
Letra e.

073. (IBFC/NÍVEL FUNDAMENTAL/MGS/2015)


O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café
vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta
do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-
va gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe
acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pes-
soa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa
que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sa-
bendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três

Para calcular o número de orações, basta calcular o número de verbos. Nesse caso, observam-
-se dois verbos: “tomo” e “é”.
Letra a.

074. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Considere os períodos abaixo e as-


sinale a alternativa correta.
I – Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo, foram detidos.
II – Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo foram detidos.
a) A pontuação está correta apenas em I.
b) A pontuação está correta apenas em II, pois não se pode separar o sujeito do verbo.
c) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo sentido, sendo o uso das vírgulas uma
questão estilística.
d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.
e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.

Em ambas as ocorrências, a pontuação está correta. A presença das vírgulas apenas altera o
sentido, uma vez que, na opção I, apresenta-se a ideia de generalização e, na opção II, percebe-
-se a ideia de restrição.
Na opção I, observa-se a presença de uma oração subordinada adjetiva explicativa, que expri-
me ideia de generalização.
Letra e.

075. (IBFC/PROFESSOR/SEAP-DF/2013) Leia as sentenças:


É preciso que ela se encante por mim!
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as orações subordina-
das substantivas (O.S.S.) destacadas

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.


b) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
c) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
d) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.

A primeira oração é classificada como oração subordinada substantiva subjetiva:


“É preciso isso” / “Isso é preciso” sujeito (isso) + verbo de ligação (é) + predicativo do sujeito
(preciso).
A segunda oração é classificada como oração subordinada substantiva completiva nominal:
“Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.” Sujeito (ele) + objeto indireto (à conclusão) –
oração principal
“de que saiu no prejuízo.” / conclusão disso: referência preposicionada ao substantivo abstrato
(conclusão).
Letra b.

076. (IBFC/ASSISTENTE SOCIAL/ILSL/2013) Assinale a alternativa que completa correta-


mente a lacuna.
Conheci a cidade _______ ele foi em julho.
a) que.
b) a qual.
c) a que.
d) onde.

A regência do verbo “ir” exige a preposição “a”: vai a algum lugar. O pronome relativo “que”
retoma a palavra cidade: Conheci a cidade a que ele foi em julho. Na alternativa B, para que
a expressão “a qual” fosse adequada, seria necessário acrescentar o acento grave, junção da
preposição “a” + “a qual”= “à qual”.
Na alternativa D, também é necessário respeitar a exigência da preposição: “a + onde= aonde”
(Conheci a cidade aonde ele foi em julho”.
Letra c.

077. (IBFC/OFICIAL DE CARTÓRIO/PC-RJ/2013)


Fé - Esperança – Caridade
(Sérgio Milliet)

É preciso ter fé nesse Brasil


nesse pau-brasil

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

nessas matas despovoadas


nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé
Nesse norte de secas
e de literatura
A esperança vem do sul
Vem de mansinho
contagiosa e sutil
vem no café que produzimos
vem nas indústrias que criamos
A esperança vem do sul
do coração calmo de São Paulo
É preciso ter caridade
e ter carinho
perdoar o ódio que nos cerca
que nos veste
e trabalhar para os irmãos pobres...
(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)

É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.

“É preciso isso.” No texto, aparecem como Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo: ao ser reescrita, tem-se, por exemplo: “é preciso que se tenha fé”. Introduzida pela
conjunção integrante, a oração subordinada exerce a função de sujeito.
Letra c.

078. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2013) Assinale a alternativa que completa corretamen-


te a lacuna.
O rapaz contou uma história ________ não acreditei.
a) que
b) a qual

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

c) em que
d) onde

O pronome relativo retoma a palavra história.


Acredita-se em algo. É exigida a preposição em + artigo definido a, para concordar o substan-
tivo história. Ao reescrever a oração subordinada, tem-se: “Não acreditei em+a história = não
acreditei na história.”
Letra c.

079. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2018)
Somos todos vítimas
Ivan Angelo

Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda
a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças,
louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a rou-
pa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou as conversas
naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na metrópole que
mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na grande fazen-
da de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido e depositado
com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo
na rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias deses-
truturadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abando-
no, das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais
ausentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos,
dos maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar,
da doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela
água envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro,

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Cambuci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, bai-
xos dos viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados,
que os caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmó-
dicas das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um
risco para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna,
micoses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai
gerar propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer
isso,será levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor. Esses ban-
dos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e fumando crack
são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, punitivos: são infratores,
malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam:
estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los de volta, cuidar dos
nossos e mandar o resto de volta.
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos
empurrar para o lado mais escuro de nós. Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procu-
rando seu menino desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente
entre uma queda e outra; há uma irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encon-
trar; há uma filha tentando salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura
do marido, ainda com esperança... Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

A locução “de Perdizes” exerce função de adjunto adnominal: substantivo concreto + preposição.
O adjetivo “consternados” exerce função de predicativo do sujeito: sujeito + verbo + adjetivo.
Letra b.

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Morfossintaxe do Período Composto
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080. (IBFC/PERITO CRIMINAL/CONTABILIDADE/PC-RJ/2013)


O silêncio é um grande tagarela
Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no
universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-
nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,
uma relação.
Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai
criar uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções
serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e
multiplicarão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando
uma rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou
despercebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.
A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os
empregados vão comentar o que perceberam com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem
uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna.
E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais
vão falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que
não se defende porque não emite sua versão oficial – perde uma grande oportunidade de es-
clarecer, de dar a volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta,
conecta, une; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega.
Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pes-
soas que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos
se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira
dizer nada.
Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber res-
ponder. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência. Assim
como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os eleitores,
mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde a briga
de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambientais,
acidentes de trabalho.
O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é
um grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção
no que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer
queira, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enor-
mes custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio
futuro do negócio.
Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.
(Luiz Antônio Gaulia)
Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27
Acesso em 19/07/2013

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.

Ao serem reescritas, as orações evidenciam a referência do pronome relativo “que” ao vocábu-


lo “mundo”.
Um mundo que clama por diálogo. Um mundo que demanda transparência.
Letra b.

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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro­fessor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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