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Gramática: Morfossintaxe Do Período Composto
Gramática: Morfossintaxe Do Período Composto
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Sumário
Morfossintaxe do Período Composto. . ..................................................................................................................3
1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas.. ......................................................................................................................5
1.1. Orações Subordinadas Substantivas.............................................................................................................5
1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.............................................................................................6
1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa........................................................................................7
1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta................................................................................8
1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta. ............................................................................9
1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal. ....................................................................9
1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva......................................................................................... 10
2. Orações Subordinadas Adjetivas. . ................................................................................................................... 10
2.1. Explicativa X Restritiva. . ....................................................................................................................................12
2.2. Função Sintática do Pronome Relativo. ....................................................................................................13
2.3. Regência do Pronome Relativo.. ....................................................................................................................16
2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”. ...........................................................................................................18
3. As Orações Reduzidas............................................................................................................................................21
4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas. . .............................................................................................................. 22
4.1. Orações Subordinadas Adverbiais..............................................................................................................25
4.2. Orações Coordenadas.. .......................................................................................................................................30
Questões de Concurso................................................................................................................................................37
Gabarito............................................................................................................................................................................ 104
Gabarito Comentado..................................................................................................................................................105
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EXEMPLO
1) Um Jornal de São Paulo anunciou, no início da tarde, a prisão do deputado.
Primeiramente, perceba que há apenas um verbo. Isso nos revela que estamos diante de
um período simples. Vamos fazer a análise sintática da construção, com base nos conheci-
mentos que adquirimos até aqui:
EXEMPLO
(2) Um jornal que é de São Paulo anunciou, quando entardeceu, que o deputado foi preso.
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• “que é de São Paulo” caracteriza o substantivo “jornal”, assim como “de São Paulo”, que
é adjunto adnominal. Em outras palavras, ele também é um adjunto adnominal, só que
oracional.
• “quando entardeceu” indica quando a ação de anunciar foi praticada, assim como “no
início da tarde”, que é adjunto adverbial. Em outras palavras, ele também é um adjunto
adverbial, só que oracional.
• “que o deputado foi preso” é o que foi anunciado, funciona como o complemento do
verbo “anunciou”, assim como “a prisão do deputado”, que é objeto direto. Em outras
palavras, ele também é objeto direto, só que oracional.
Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-
daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-
da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que
• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.
• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.
• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.
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Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre
orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais
e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em questões
acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da
pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-
posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá
no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência
didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!
Sem mais, vamos aprofundar no assunto!
Veja que todas elas são orações baseadas em funções sintáticas estudadas ao longo do
curso! Ou seja, você já sabe!
As orações subordinadas substantivas, quando desenvolvidas1, são introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes QUE ou SE.
1
Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.
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Existe um teste: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas por isso,
conforme no exemplo abaixo:
Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido
isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —
Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —
animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).
Certo.
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A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é
isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-
tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou
a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a
oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!
Letra b.
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Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-
ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a
oração é objetiva direta.
Letra d.
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substantiva objetiva direta, mas não é! O pronome “se” é uma partícula apassivadora (que é
responsável por transformar o objeto direto em sujeito paciente). Portanto, a oração subordi-
nada substantiva é classificada como subjetiva.
Eis, então, que nasce um outro ensinamento: o verbo que tem como sujeito uma oração su-
bordinada substantiva subjetiva sempre ficará no singular. Vou dizer de outra forma: o verbo
dotado de sujeito oracional só pode ficar no singular! Por isso, “conta-se” deve permanecer no
singular, pois o seu sujeito é oracional.
Detalhe: “as marcas de sangue da negra” é sujeito, mas do verbo “saíam”.
Errado.
Obs.:
1: As objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposi-
ção. A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.
Obs.: 2: A preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é con-
siderada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa
é uma polêmica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em
provas mostra que a preposição pode ou não ser empregada. Mas há as divergên-
cias: a IADES considera essa preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou
facultativa em uma prova e obrigatória em outra (para acabar com a nossa vida). Deta-
lhe: nessas duas orações, antes da conjunção integrante se, a preposição sempre fica
implícita.
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ONDE CUJO(A)(S)
Eu gosto de ensinar duas formas para você reconhecer uma oração adjetiva:
• Pelo valor adjetivo da oração (ela caracteriza um substantivo – ou um pronome substan-
tivo – anteposto)
2
Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em provas de concursos públi-
cos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.
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• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por
o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e
todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.
Adendo: PR x CI
São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candidato
diferencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predominam!
No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a
oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por
CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há
pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).
A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem
mais cuidado!
Letra e.
É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está
no segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demons-
trativo – que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe
pedia). Agora, você pode analisar de duas formas:
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Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-
dos acerca desse conteúdo.
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II – Errado. A mudança entre explicativa e restritiva sempre altera o sentido original do texto!
A diferença é:
Restringir, em termos gerais, significa separar. Explicar significa dizer quem/o que é.
III – Certo. Há duas orações: “os alunos foram punidos” é a oração principal; “que são muito
indisciplinados” é a oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra e.
Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-
te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-
nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4
A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-
tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-
tivo “locais”.
Certo.
4
Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua! O link é
este: bit.ly/explicativarestritiva.
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Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-
pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”
é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos
relacionar as duas orações5 em um único período.
Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,
a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-
ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais
5
Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne adjetiva
de algum termo da outra.
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Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-
pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:
• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)
• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo
pronome relativo é objeto direto.)
Errado.
Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!
Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,
a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso
que passaremos à próxima seção!
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EXEMPLO
(21) As mudanças que o Brasil precisa são lentas. *
Sinto informar, mas a construção 21 está gramaticalmente incorreta! E ela passaria fácil,
sem qualquer reprovação, no nosso dia a dia – aliás, nem o Word identificou a agramaticalidade!
E o tudo pode ser resolvido se você souber identificar a função sintática do pronome relativo!
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Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não
a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode
ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não
preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar
algumas questões!
O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-
bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-
rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.
Certo.
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A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto
a ele. No caso, é o verbo “surge”
Errado.
A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-
tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a
construção ficaria sem sentido.
Errado.
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez
que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa
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estar no referente do pronome. Na questão, “em que” retoma “rede”, que é um lugar. A troca
por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que a substituição
não pode ocorrer).
Errado.
Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez
que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa
estar no referente do pronome. Na questão, “no qual” retoma “regime político”, que não é um
lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.
Errado.
O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,
portanto, seria na qual.
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Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome onde.
Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta ra-
ciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!
(4) A casa onde moramos será reformada. (o verbo morar pede a preposição em)
(5) A praia aonde ele vai está interditada. (o verbo ir pede a preposição em)
(6) O parque onde corro é arborizado. (o verbo correr pede a preposição em)
(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes. (o verbo vir pede a preposição de)
(8) A estrada por onde passo está esburacada. (o verbo passar pede a preposição por)
Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para o
uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.
(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.
Características:
I – Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome (basta
notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou termos
de natureza substantiva).
II – Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo pos-
terior (“cujas” concorda com “portas”).
III – Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas)
IV – Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa finalidade!
V – O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para
outros pronomes relativos). Veja exemplos:
(10) Esse é o país de cujas praias falamos. (falamos das praias do país)
(11) O seriado a cujos episódios me referi foi cancelado. (referi-me aos episódios do seriado).
Errado.
017. (IDECAN/PROFESSOR/SEARH-RN/2016) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai
ser apenas a de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um
ERRO se o autor substituísse o excerto grifado por:
a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.
b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.
c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.
d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.
A presença do artigo após “cujas” constitui erro gramatical. Nas demais alternativas, a presen-
ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a
preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo
“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).
Letra a.
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3. As Orações Reduzidas
Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-
mentais as marcam:
I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);
II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.
As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:
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Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso
fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.
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Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-
ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);
com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?
No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem
algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações
subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios
semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-
tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito
semelhantes.
Veja que a banca nem faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordina-
da. Você precisa saber o sentido da oração e a conjunção adequada. A questão está errada,
pois “enquanto” é uma conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída
por “como”.
Errado.
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a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do
interesse público.
Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse substituído por
Por conseguinte.
Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem faz
questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber o
sentido da oração e a conjunção adequada. A questão está certa, pois tanto a conjunção “por-
tanto” quanto “por conseguinte” possuem valor conclusivo. Se você fez uso da tabela, notou
pelas cores que a primeira diz respeito às orações subordinadas adverbiais, ao passo que a
segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas questões do Cespe, mas é assim que cai em
praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas serão fáceis assim – ainda mais com a
tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em provas de concursos.
Certo.
Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos
oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos
em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-
tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-
tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender
com facilidade. Vamos juntos?
6
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
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Obs.: Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complemen-
tares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada
como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou
a que está reduzida por alguma forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo
que a outra é a oração principal. Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao
mesmo tempo!
Obs.: Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acon-
tecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos
perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em
algum momento, saberá tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica.
Por isso, aconselho que você estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão
(ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!
Obs.: Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem
implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe
ressaltar que a contração “do” é facultativa!
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Obs.: Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresen-
ta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque
bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situ-
ação hipotética.
020. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2013) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência en-
trou em vigor muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da his-
tórica revolução imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o
caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais
impactados por esta revolução, o das relações trabalhistas.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.
É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há
70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação
das Leis de Trabalho (CLT).
Certo.
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Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-
te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-
lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na
área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,
recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma
vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E
essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!
Certo.
MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto
quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.
Compare comigo esses dois períodos:
• Se você vier, ganhará um presente.
• Quando você vier, ganhará um presente.
O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir é uma certe-
za, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil enxergar. Mas, em um texto
de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso, saiba: essa troca de conjunções de
semânticas diferentes altera o sentido do texto, mesmo que não prejudique a correção.
Errado.
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Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corretamente subs-
tituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído por o usasse.
No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-
guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.
Errado.
Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-
valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito
comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!
Errado.
Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-
todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.
Certo.
Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,
principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-
cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme
vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-
máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da
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polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como
em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para
sentir a estranheza).
As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.
Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-
ticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles.
7
A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
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4.2.1. Aditivas
Obs.: As orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as
orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula
pode ser inserida.
EXEMPLO
Ele chegou, e ela se jogou no sofá.
4.2.2. Adversativas
Obs.: Você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-
cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!
As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-
matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.
EXEMPLO
Ele correu, e não cansou.
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Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência
da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe
ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-
sativa, e pode ser substituída por mas.
EXEMPLO
Ele ouviu mas também copiou tudo.
Certo.
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Adendo: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas!
Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:
P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.
P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.
P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.
Obs.:
Não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção para
construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”, pois
a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a
conjunção.
Nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,
deslocada.
4.2.3. Alternativas
EXEMPLO
(2) Ora você estuda, ora você trabalha.
Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas são classi-
ficadas como sindéticas. Além disso, neste tipo de período, o emprego da vírgula é obrigatório.
4.2.4. Conclusivas
EXEMPLO
(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.
Obs.: A pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apre-
sentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.
A conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!
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4.2.5. Explicativas
EXEMPLO
(4) Pratique o amor, porque ele é a cura.
Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portuguesa.
Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em mente:
• Essa diferença cai pouco em provas.
• As orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas conjun-
ções.
A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal
ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma
questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-
la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?
Certo.
Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-
cativa. Chegou a hora de entender o porquê.
Veja a estrutura abaixo:
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Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue
perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-
meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é
a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica
temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve
apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que
a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a
segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.
O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria
faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que
provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.
Serei ainda mais objetivo:
Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que, temporal-
mente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração principal.
EXEMPLO
A rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.
Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma confirma-
ção, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que está na outra oração)
ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).
EXEMPLO
As leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Estude, porque seu futuro depende disso.
Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza
explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-
dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.
Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como
isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e
gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus
percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!
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EXEMPLOS
Trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.
Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor conclusivo.
Está muito frio; vista, pois, um casaco.
Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.
Certo.
“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.
Por isso, a substituição é proibida.
Errado.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (VUNESP/SECRETÁRIO DE ESCOLA/PREF. ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUE-
TÁ/2019) Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.
Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva, as evidências até aqui colhidas sugerem
que a proliferação dos meios digitais pode ter impactos sobre a formação do cérebro leitor.
A oração “Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” estabelece, em relação ao
restante do período, relação com sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação.
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sobrevivência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse
assunto. Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.
(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)
Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) tempo.
b) finalidade.
c) condição.
d) comparação.
e) conclusão.
A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro
quadrinho, ideia de
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) proporção.
e) comparação.
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Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes
de tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em
um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do
que o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio
governo mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engor-
dava. Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio,
presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da
pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do
abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)
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de todas”, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que
também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de apli-
cativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse:
“Entendi. O senhor tem razão”.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou
despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem
entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou
pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito
por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e
mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fasci-
nante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade.
São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o
que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade
é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que
cada autor conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum
tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,
quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem
somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)
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Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-
ção temporal.
a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?
b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-
dos por causa de certos estados emocionais.
c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-
te as ideias com mais facilidade.
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d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com
mais facilidade.
e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.
O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo
mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.
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No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função
sintática que a oração grifada em:
a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.
b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.
c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.
d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.
e) Seria preferível que você continuasse a compor.
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Verifica-se uma relação de causa e consequência, nessa ordem, entre os enunciados separa-
dos pela vírgula no seguinte trecho:
a) transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, im-
possibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores
do que ouvem (3º parágrafo)
b) em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, ve-
mos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores
(3º parágrafo)
c) No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua
cultura quanto a cultura de seu receptor (2º parágrafo)
d) Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema ele-
mentar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm (2º parágrafo)
e) não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo (1º parágrafo)
Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de:
a) causa.
b) consequência.
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c) comparação.
d) oposição.
e) condição.
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confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
(3º parágrafo)
Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) condição.
c) concessão.
d) consequência.
e) oposição.
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E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.
Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava
em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cum-
pra, por mais difícil que seja!
Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição,
à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.
Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.
A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego
e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder
do rei para ser usufruído.
(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com)
E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa
relação de
a) conformidade e proporção.
b) intensidade e condição.
c) causa e consequência.
d) proporção e conformidade.
e) condição e causa.
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que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer que o leitor elegerá títulos apenas
entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado sem exone-
rar a crítica.
Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da
maioria? A resposta é simples. A despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os
prêmios literários não foram criados para corresponder a critérios objetivos de mercado.
Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e cora-
josas - e a coragem não costuma ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas,
selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados, acredita que deve ser defendido
em termos de subjetividade e exceção.
Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão
idiossincrática, mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar
literatura.
Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes cor-
porações de internet. É o que torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários
brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica pleonástica dos algoritmos que estruturam
a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma perspectiva subjetiva,
mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do “leitor”
(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).
Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia ge-
neralizada de leitor. Mas fazer o indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender
o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a propaganda da Bienal) tem menos a ver
com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo, reflexivo, do que com
a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes intelec-
tuais e subjetivos.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso
em: 10/3/2018)
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Posso explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um
edifício. A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de
modo a permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da
causalidade mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar,
o fato passa a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do
seu corpo pela mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e
meu juízo é apenas o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o
seu gesto, tenho que compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível
integridade. Será sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da
vontade, embora destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna
insuportável.
Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua
liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história
a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente
emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-
-no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.
(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28-29)
Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:
a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)
b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)
c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)
d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º parágrafo)
e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)
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hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem cons-
truídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à
mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta
por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem
fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que
permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cére-
bro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de
que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessa-
riamente um empecilho.
3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no com-
portamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de
predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande
maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos
especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimen-
tos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria
bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências
do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencia-
lidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para
“montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células
nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que
seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generali-
zações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre
homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no
cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões
de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou
menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastan-
te precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do
que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o
tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da
psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espa-
ciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são
limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)
Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possí-
vel transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de
genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de
conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
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Estabelece-se entre as ideias das orações Era uma exceção, mas certamente os outros deviam
ser quase semideuses (...) relação de
a) coordenação, articulada pelo emprego do sentido de adversidade do conectivo.
b) paralelismo, efetuado pela independência entre as orações.
c) subordinação, efetuada pelo sentido de oposição entre as orações.
d) situação, marcadamente designada pela presença de advérbios.
e) nominação, efetuada pelo emprego de substantivos.
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e pelo tempo e viver as vidas que não tinham nem nunca teriam em sua miúda e sucinta rea-
lidade. Sairmos de nós mesmos, sermos outros, graças à fantasia, nos entretém e enriquece.
Mas, além disso, nos ensina como é pequeno o mundo real comparado com os mundos que
somos capazes de fantasiar, e deste modo nos incita a agir para transformar nossos sonhos
em realidade. O progresso nasceu assim, da insatisfação e do mal-estar com o mundo real que
inspirava nos humanos a mesma ficção que os deleitava.
As histórias que inventamos constituem a vida secreta de todas as sociedades, aquela
dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma
forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e
invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela
existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, mui-
tos séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados
contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de
perigos que os espreitavam em qualquer parte.
(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)
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pivôs centrais. “Assim, uma necessidade para o presente e o futuro é tornar mais eficiente a
prática da irrigação. Estima-se hoje uma perda de 40% devido a sistemas inadequados de irri-
gação ou vazamentos nas tubulações”, diz o chefegeral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo
Augusto Boechat Morandi.
(Adaptado de: KAFRUNI, Simone. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. 04/03/2019)
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5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papi-
rus, 1995, p. 155-158)
Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.
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elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco
pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.
São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)
O emprego da conjunção como elemento coesivo, com efeito de estabelecer oposição entre
ideias, está presente em:
a)... uma vez que cinco pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
b) Nesse mesmo dia ficou decretado que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das
quais as bolas pudessem ser lidas pelo público...
c) Mas os vencidos não se contentaram de dormir sobre os louros do vencedor;
d)... delito, se o era, puramente literário.
e) Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia.
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ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá
cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.
(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)
...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1º parágrafo)
Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de
a) causa.
b) comparação.
c) consequência,
d) proporção.
e) conclusão.
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Na frase Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma, mantém-se o sen-
tido caso se substitua o segmento sublinhado por:
a) Ainda que a tarefa seja arrematada
b) À proporção que se finalize a tarefa
c) Conquanto se ultime a tarefa
d) Uma vez concluída a tarefa
e) À medida que se implemente
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3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas
décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-
tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e
smartphones.
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos
eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-
sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso
excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-
bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar
sem celular.
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.
Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos
viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que
estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-
bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.
(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)
Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recom-
pensa (último parágrafo) pode ser substituído por
a) Conforme
b) Desde que
c) Pois que
d) Ainda que
e) Conquanto
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Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fiquei
olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte, es-
pinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé, a
sandália pesada de lama.
[...]
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)
No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme
032. (IBFC/ARQUITETO/IAP-PR/2021)
Texto associado
Altos e baixos na política
(Milton Santos)
É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)
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a) causa.
b) finalidade.
c) consequência.
d) conformidade.
e) condição.
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( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.
( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.
034. (IBFC/ENFERMEIRO/SEAP-PR/2021)
Texto associado
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-
cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-
goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-
reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por
onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os
corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)
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é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.
Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.
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Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um
corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
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Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
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c) causa.
d) comparação.
As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
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IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas
De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
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“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro
deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio
a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)
aprovado pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-
cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior
parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de
meninas (52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html
Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de
apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. Assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.
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Morfossintaxe do Período Composto
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Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-
mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram acasa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança
máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.
Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-
dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-
guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às
grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo
Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.
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você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe com quem
está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmonioso de re-
solver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O “jeitinho”
tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma mulher
encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a forma
que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma um
estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalonado
e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais alta,
a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).
No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.
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“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).
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Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: - Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.
P672-674 (Adaptado).
Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.
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caldo, vou inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil.
Fonte: Armazém de Texto - Blogspot
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agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão
urgente, de extrema importância e interesse geral.
Fonte: Criança e Consumo
Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.
Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
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No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher
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os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai ex-
perimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano,
se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem
te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
b) condição
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c) concessão
d) causa
Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).
A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem
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revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
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ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou?
[...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
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Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
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e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve (5º§).
A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
063. IBFC/MÉDICO/EBSERH/2017)
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
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Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-
glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade
de revolução.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite” (5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
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Morfossintaxe do Período Composto
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jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicio-
nário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso,
eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)
065. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013)
Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.
066. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito
magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a
relação de:
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que
expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo
do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)
Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
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Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
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Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
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a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
nesse pau-brasil
nessas matas despovoadas
nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé
Nesse norte de secas
e de literatura
A esperança vem do sul
Vem de mansinho
contagiosa e sutil
vem no café que produzimos
vem nas indústrias que criamos
A esperança vem do sul
do coração calmo de São Paulo
É preciso ter caridade
e ter carinho
perdoar o ódio que nos cerca
que nos veste
e trabalhar para os irmãos pobres...
(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)
É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.
079. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2018)
Somos todos vítimas
Ivan Angelo
Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda
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a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças,
louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a rou-
pa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou as conversas
naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na metrópole que
mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na grande fazen-
da de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido e depositado
com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo
na rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias deses-
truturadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abando-
no, das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais
ausentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos,
dos maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar,
da doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela
água envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cam-
buci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos
dos viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que
os caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódi-
cas das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um
risco para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna,
micoses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai
gerar propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer
isso,será levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor. Esses ban-
dos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e fumando crack
são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, punitivos: são infratores,
malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam:
estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los de volta, cuidar dos
nossos e mandar o resto de volta.
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Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos
empurrar para o lado mais escuro de nós. Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procu-
rando seu menino desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente
entre uma queda e outra; há uma irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encon-
trar; há uma filha tentando salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura
do marido, ainda com esperança... Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
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se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira
dizer nada.
Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber res-
ponder. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência. Assim
como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os eleitores,
mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde a briga
de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambientais,
acidentes de trabalho.
O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é
um grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção
no que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer
queira, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enor-
mes custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio
futuro do negócio.
Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.
(Luiz Antônio Gaulia)
Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27
Acesso em 19/07/2013
No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
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GABARITO
1. d 37. e 73. a
2. a 38. a 74. e
3. b 39. c 75. b
4. d 40. c 76. c
5. e 41. b 77. c
6. d 42. e 78. c
7. b 43. d 79. b
8. d 44. c 80. b
9. a 45. a
10. b 46. b
11. d 47. a
12. a 48. c
13. a 49. b
14. b 50. b
15. b 51. b
16. c 52. d
17. e 53. d
18. d 54. d
19. a 55. d
20. a 56. a
21. e 57. b
22. e 58. b
23. a 59. b
24. c 60. b
25. c 61. b
26. c 62. e
27. a 63. d
28. e 64. a
29. d 65. d
30. b 66. c
31. d 67. a
32. a 68. d
33. a 69. c
34. e 70. b
35. a 71. e
36. c 72. e
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GABARITO COMENTADO
001. (VUNESP/SECRETÁRIO DE ESCOLA/PREF. ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUE-
TÁ/2019) Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.
Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva, as evidências até aqui colhidas sugerem
que a proliferação dos meios digitais pode ter impactos sobre a formação do cérebro leitor.
A oração “Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” estabelece, em relação ao
restante do período, relação com sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação.
“Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” é uma oração subordinada adverbial
concessiva. O embora é uma conjunção muito usada nas construções adverbiais concessivas.
Outros exemplos de conectivos com valor de concessão: conquanto, ainda que, não obstante,
a despeito de, em que pese, malgrado
Letra d.
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E, no balanço final, os bovinos são responsáveis por apenas 33% das proteínas e 17% das ca-
lorias consumidas ao redor do mundo.
Isso significa que todos devem pensar em consumir apenas produtos de origem ve-
getal? É prematuro dizer isso. Previsivelmente, não há como impor de cima para baixo uma
proposta como essa. Existem tradições, culturas, hábitos arraigados (o churrasco brasileiro é
um exemplo) que não serão abandonados de uma hora para outra. Existe também toda uma
cadeia econômica fundamentada na proteína animal que certamente vai lutar por sua sobrevi-
vência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse assunto.
Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.
(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)
Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) tempo.
b) finalidade.
c) condição.
d) comparação.
e) conclusão.
Quando expressa ideia de tempo. Outros exemplos de conectivos temporais: enquanto, logo
que, desde que, depois que, até que.
Letra a.
A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro
quadrinho, ideia de
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) proporção.
e) comparação.
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d) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização
do produto.
e) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser sau-
dável às pessoas.
“que engordava” é uma oração subordinada adjetiva explicativa. Uma forma de identificar uma
oração adjetiva é substituindo o que por o qual, a qual, os quais ou as quais. Assim, saberemos
que se trata de um pronome relativo, o qual é presença marcante nas adjetivas. Feito isso, a
dúvida seria entre o valor de explicação ou restrição. Em regra, as explicativas possuem pon-
tuação; as restritivas, não.
Letra d.
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laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir
casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente
ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua
fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars
– quem controla o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)
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No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fasci-
nante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade.
São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o
que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade
é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que
cada autor conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum
tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,
quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem
somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)
Assim como indica a ideia de comparação: “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a
livraria (não fazem falta) a eles.”
Outros exemplos de conectivos comparativos: tanto...quanto, tão...como, mais/menos...do que
Letra d.
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por eles batizada de Homunculus. Era apenas um devaneio que o tempo e a ciência se encar-
regaram de trazer para o plano das realidades.
E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a
concretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em
que a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em
um sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unâ-
nime comemoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres
humanos desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque
na agenda do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresa-
riais em Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos
perdidos para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios
mais afetadas serão as administrativas e as industriais.
Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%
das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,
no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,
o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-
tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão
aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.
Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Sus-
skind, ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas,
ou modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-
fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à
criação de novos tipos de emprego.
(Veja, 31.01.2018. Adaptado)
O fato de a preocupação ser tamanha foi a causa para que o tema ganhasse lugar de destaque
na agenda do Fórum Econômico Mundial (consequência)
Exemplos de conectivos consecutivos: tão...que, tal...que, de modo que, de maneira que
Letra b.
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Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-
ção temporal.
a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?
b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-
dos por causa de certos estados emocionais.
c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-
te as ideias com mais facilidade.
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d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com
mais facilidade.
e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.
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O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo
mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.
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No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função
sintática que a oração grifada em:
a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.
b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.
c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.
d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.
e) Seria preferível que você continuasse a compor.
No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a função sintática
de objeto direto. O “que” é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada
substantiva objetiva direta.
a) Errada. O trecho sublinhado pode ser substituído por “caso fosse capaz”, que expressa uma
condição. Logo, é uma oração subordinada adverbial condicional.
b) Errada. O “mesmo que” é um conectivo que indica concessão. Logo, a frase sublinhada é
uma oração subordinada adverbial concessiva.
c) Errada. O “para” indica finalidade, ou seja, é um caso de oração subordinada adverbial final.
d) Certa. O verbo “previu” é VTD. O “que” introduz uma oração subordinada substantiva direta.
e) Errada. O trecho sublinhado exerce função de sujeito em relação à oração principal. Portan-
to, é um caso de oração subordinada substantiva subjetiva.
Letra d.
Verifica-se uma relação de causa e consequência, nessa ordem, entre os enunciados separa-
dos pela vírgula no seguinte trecho:
a) transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, im-
possibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores
do que ouvem (3º parágrafo)
b) em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, ve-
mos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores
(3º parágrafo)
c) No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua
cultura quanto a cultura de seu receptor (2º parágrafo)
d) Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema ele-
mentar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm (2º parágrafo)
e) não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo (1º parágrafo)
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Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de:
a) causa.
b) consequência.
c) comparação.
d) oposição.
e) condição.
Neste caso, o “como” é um conectivo causal, o qual, no caso, inicia uma oração subordinada
adverbial causal.
Outros conectivos causais que poderiam ser substituídos e ajudar na identificação semântica:
já que, visto que, uma vez que
Letra a.
casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade econô-
mica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.
9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas,
com as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual.
É como se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual
entendimento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as
contradições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.
10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de
um conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)
Geralmente, as frases que indicam finalidade possuem os seguintes conectivos: Para, para
que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque
a) Errada. A frase passa ideia de tempo (simultaneidade).
b) Certa. O “para” é um conectivo que indica finalidade.
c) Errada. O “mesmo” indica concessão.
d) Errada. O “mas” indica adversidade.
e) Errada. O “por”, em alguns casos, pode indicar causa.
Letra b.
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grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer.
Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!
− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendís-
sima está vendo. Isto é todos os dias.
− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre
de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas,
é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista,
depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana,
e puramente científica, e disso trato...
− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente!
(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)
confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
(3º parágrafo)
Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) condição.
c) concessão.
d) consequência.
e) oposição.
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E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa
relação de
a) conformidade e proporção.
b) intensidade e condição.
c) causa e consequência.
d) proporção e conformidade.
e) condição e causa.
O fato de ter se aproximado do velho filósofo (causa) fez com que sua sobra se projetasse
sobre ele (consequência).
Outros conectivos consecutivos: tão (tamanho, tanto, tal)...que, de modo que, de maneira que
Letra c.
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que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer que o leitor elegerá títulos apenas
entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado sem exone-
rar a crítica.
Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da
maioria? A resposta é simples. A despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os
prêmios literários não foram criados para corresponder a critérios objetivos de mercado.
Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e cora-
josas - e a coragem não costuma ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas,
selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados, acredita que deve ser defendido
em termos de subjetividade e exceção.
Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão
idiossincrática, mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar
literatura.
Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes cor-
porações de internet. É o que torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários
brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica pleonástica dos algoritmos que estruturam
a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma perspectiva subjetiva,
mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do “leitor”
(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).
Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia ge-
neralizada de leitor. Mas fazer o indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender
o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a propaganda da Bienal) tem menos a ver
com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo, reflexivo, do que com
a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes intelec-
tuais e subjetivos.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso
em: 10/3/2018)
Geralmente, as frases com noção de finalidade possuem os seguintes conectivos: Para, para
que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque.
Letra e.
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Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:
a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)
b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)
c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)
d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º parágrafo)
e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)
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tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da
psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espa-
ciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são
limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)
Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possí-
vel transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de
genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de
conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectiva-
mente a ideia de:
a) Condição − finalidade − consequência
b) Causa − conformidade − temporalidade
c) Concessão − finalidade − consequência
d) Conclusão − conformidade − causa
e) Conclusão − finalidade − causa
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amor! Que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física,
a Alquimia!... Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado ofício!
(Adaptado de: BARRETO, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971, p.49)
Estabelece-se entre as ideias das orações Era uma exceção, mas certamente os outros deviam
ser quase semideuses (...) relação de
a) coordenação, articulada pelo emprego do sentido de adversidade do conectivo.
b) paralelismo, efetuado pela independência entre as orações.
c) subordinação, efetuada pelo sentido de oposição entre as orações.
d) situação, marcadamente designada pela presença de advérbios.
e) nominação, efetuada pelo emprego de substantivos.
a) Certa. As orações são coordenadas, ou seja, independentes entre si. Além disso, o “mas” é
um dos conectivos mais usados para indicar adversidade.
b) Errada. Não se nota paralelismo nas orações.
c) Errada. Na subordinação, uma oração depende da outra. As orações analisadas são coorde-
nadas, ou seja, independentes entre si.
d) Errada. Não é uma oração adverbial.
e) Errada. Não há relação de nominação nas orações.
Letra a.
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forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e
invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela
existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, mui-
tos séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados
contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de
perigos que os espreitavam em qualquer parte.
(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)
Geralmente, as frases que indicam finalidade possuem os seguintes conectivos: para, para
que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque.
Letra e.
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Outros exemplos de conectivos concessivos: Embora, conquanto, não obstante, ainda que,
mesmo que, se bem que, posto que, por mais que, por pior que, apesar de que, a despeito de,
malgrado, em que pese.
Letra e.
Não confunda: geralmente, o “mas” sozinho tem valor adversativo. No entanto, neste caso,
o “mas” está acompanhando do “também”. Os dois juntos formam a conjunção aditiva “mas
também”. Ao substituir pelo “e”, fica mais claro o valor aditivo da frase: “Trata-se de um momen-
to de deslumbramento e de dura incerteza.”.
Letra a.
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mundial deverá aumentar 40% até 2030 e 55% até 2050, ano no qual se estima que mais de
40% da população mundial viverá em áreas de grave estresse hídrico.
No Brasil, que tem a sorte de estar sobre o maior aquífero do globo, o Guarani, a de-
manda aumentou 80% nas últimas duas décadas, segundo dados da Agência Nacional de
Águas (ANA). A previsão do órgão é de que, até 2030, a retirada aumente 24%. “O histórico da
evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e
ao processo de urbanização do país”, diz estudo da agência. No entanto, o maior consumo de
água é na irrigação agrícola.
O uso da água no meio rural representa 83% da demanda de captação de água total bra-
sileira, dos quais 72% são destinados à irrigação, prática em franca expansão no Brasil. Passou
de 462 mil hectares em 1960 para 6,1 milhões de hectares em 2014, em especial por meio de
pivôs centrais. “Assim, uma necessidade para o presente e o futuro é tornar mais eficiente a
prática da irrigação. Estima-se hoje uma perda de 40% devido a sistemas inadequados de irri-
gação ou vazamentos nas tubulações”, diz o chefegeral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo
Augusto Boechat Morandi.
(Adaptado de: KAFRUNI, Simone. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. 04/03/2019)
“No entanto” é uma conjunção adversativa. Para entendê-la dentro do contexto, basta reler a
frase anterior à conjunção. Observe que a autora cita um estudo que aponta a relação do uso
da água e do processo de urbanização no país. Logo em seguida, a autora apresenta a infor-
mação de que o maior consumo de água é na irrigação agrícola. Portanto, temos uma quebra
de expectativa entre essas duas fases.
Letra c.
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prepara o prazer. O cozinheiro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da alma e do cor-
po. Mas não sei cozinhar. Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como quem cozinha.
2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pelos escri-
tores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores. Nas suas
origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só tempo,
tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português que
não se fala mais, usava- -se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.
3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se
assim não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais
belos textos, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de
todos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo
possível de sabor”. Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como
seus mestres.
4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges
aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes agra-
dam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda
quanto a felicidade obrigatória”.
5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)
Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.
É preciso cuidado com o “pois”, pois ele pode aparecer em três sentidos: conclusivo, expli-
cativo e causal. No caso, poderíamos substituir por “porque”. Observe: “Caso contrário, não
continuem, porque a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a felicidade obrigatória.”.
Letra c.
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O emprego da conjunção como elemento coesivo, com efeito de estabelecer oposição entre
ideias, está presente em:
a)... uma vez que cinco pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
b) Nesse mesmo dia ficou decretado que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das
quais as bolas pudessem ser lidas pelo público...
c) Mas os vencidos não se contentaram de dormir sobre os louros do vencedor;
d)... delito, se o era, puramente literário.
e) Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia.
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...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1º parágrafo)
Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de
a) causa.
b) comparação.
c) consequência,
d) proporção.
e) conclusão.
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Na frase Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma, mantém-se o sen-
tido caso se substitua o segmento sublinhado por:
a) Ainda que a tarefa seja arrematada
b) À proporção que se finalize a tarefa
c) Conquanto se ultime a tarefa
d) Uma vez concluída a tarefa
e) À medida que se implemente
O verbo “terminada” está no particípio. A oração passa uma ideia de tempo. Portanto, temos
uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.
a) Errada. “Ainda que” tem valor concessivo.
b) Errada. “À proporção que” tem valor proporcional.
c) Errada. “Conquanto” tem valor concessivo.
d) Certa. “Uma vez”, neste caso, tem valor temporal.
e) Errada. “À medida que” tem valor proporcional.
Letra d.
humor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na
esteira de dispositivos que emitem luz azul.
2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz ama-
relo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque
o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul
é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.
3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas
décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-
tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e
smartphones.
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos
eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-
sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso
excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-
bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar
sem celular.
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.
Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos
viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que
estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-
bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.
(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)
Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recom-
pensa (último parágrafo) pode ser substituído por
a) Conforme
b) Desde que
c) Pois que
d) Ainda que
e) Conquanto
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No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme
A expressão indica uma situação de causa e consequência: “sacudi a cabeça, porque não sabia”.
A segunda oração representa o motivo pelo qual o sujeito sacudiu a cabeça. A conjunção
“porque” pode ser coordenada explicativa ou causal. Quando causal, indica motivo, e quando
explicativa, indica a evidência. Nesse caso, ele não saber a resposta do questionamento que
havia sido feito é a razão pela qual ele sacode a cabeça.
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A letra A não cabe nesse contexto, uma vez que é uma conjunção adversativa. A letra B é uma
conjunção temporal, que indica tempo. As letras C e E são conjunções concessivas, equiva-
lentes a “apesar de”. Portanto, a única opção capaz de representar o contexto apresentado é
a letra D.
Letra d.
032. (IBFC/ARQUITETO/IAP-PR/2021)
Altos e baixos na política
(Milton Santos)
É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)
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“Não lhe cabe fazer o que chamam de política e, por isso, é criticado como inadequado”.
Causa
Consequência
Letra a.
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( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.
Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções, a par-
tir da qual se podem classificar as conjunções que introduzem as orações.
Na primeira oração, a conjunção “quando” introduz oração subordinada adverbial temporal
(questão certa).
Na segunda expressão, o “se” é uma conjunção condicional, e não concessiva (questão errada).
Na terceira opção, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva dire-
ta. Para exemplificar, pode-se substituir por “isso”: “a habilidade narrativa determina isso”. No
caso, determina “algo”: objeto direto (questão errada).
Na quarta opção, o verbo existir é pessoal. Ao colocar a oração em sua ordem direta, tem-se:
Narrador isento não existe, sendo que “narrador isento” é o sujeito da oração (questão errada).
Na quinta e última opção, a oração é introduzida por conjunção concessiva (mesmo que), que
é equivalente a “ainda que, apesar de, embora etc. (questão errada).
Letra a.
034. (IBFC/ENFERMEIRO/SEAP-PR/2021)
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-
cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-
goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-
reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por
onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os
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corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)
Nas quatro primeiras opções, o vocábulo “que” é um pronome relativo. Apenas na letra E, é
uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. A
questão pede que indique a classificação morfológica diferente, portanto, a alternativa correta
é a letra E.
Letra e.
mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver
câncer de mama reduz drasticamente.”
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-
sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio
2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para
cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-
tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e
ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza
Carina Hechenberger. [...]
A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-
sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,
históricofamiliar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-
dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobre-
peso e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse
tipo de câncer. [...]
Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-
lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar
o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por
semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,
é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.
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Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
Alternativas
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.
Na expressão, observam-se objeto indireto e objeto direto, respectivamente. Quem diz, diz algo
a alguém. No caso, diz “à mãe (alguém – objeto indireto) que eu falei isso (algo – objeto dire-
to)”. Como há um verbo no objeto direto, ele passa a ser uma oração, introduzida por conjun-
ção integrante. Isso faz com que ela seja uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra c.
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corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
Inicialmente, o autor disserta acerca das formas como, frequentemente, se observam as pia-
das no mundo geral, como sendo um retrato dos contextos sociais e culturas predominantes
na sociedade em que se inserem, porque trazem as temáticas com as quais essas sociedades
têm problemas ou preconceitos. No segundo parágrafo, introduzido por uma conjunção ad-
versativa (mas), apresentam-se argumentos que indicam também as contraposições acerca
dos argumentos que foram anteriormente apresentados, ou seja, as piadas não são somente
uma forma de explicitar irônica e superficialmente os problemas e preconceitos, mas também
podem proporcionar reflexões mais aprofundadas, capazes de direcionar a uma análise com-
preensiva acerca desses assuntos.
Letra e.
falecido Alberto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou
Raul como uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que
fizera dele a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do
adversário. A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando
os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo.
Depois de uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz
procedeu à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este
que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)
A primeira oração, introduzida pela conjunção “quando”, classifica-se como oração subordina-
da adverbial temporal, em razão da presença da conjunção temporal. Na segunda oração, o
“que” constitui uma conjunção integrante, que é usada para introduzir as orações substantivas.
Nesse caso, a segunda oração é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra a.
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- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)
Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.
As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
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“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas
Na opção IV, a oração subordinada é introduzida pela conjunção “se”, o que faz com que seja
classificada como oração subordinada adverbial condicional. Nas opções incorretas, a alter-
nativa I tem como sujeito “os alunos”, e a alternativa III não pode ser objeto direto, uma vez que
apresenta preposição (a expressão, nesse caso, é um objeto indireto).
Letra c.
De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
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Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de
apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. Assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.
A questão pede a alternativa incorreta: letra E. O vocábulo “que”, nesse caso, é um pronome re-
lativo, usado para retomar “Tatiana Klix, diretora da Porvir”. Reescrevendo a oração, obtém-se:
Tatiana Klix, diretora da Porvir, também esteve à frente da pesquisa”.
Letra e.
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Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.
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e seus familiares, as babás e os bebês não podiam passar pelo portão sem se identificar para
a guarda.”
Letra d.
No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.
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ou menos injusta.” Nesse caso, pode-se substituir pela expressão: “A verdade é isso”. Sujeito
determinado pelo artigo definido + verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Letra a.
Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.
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e, na letra D, o “que” é um pronome relativo que retoma a palavra “pergunta”. A questão pede a
alternativa em que o vocábulo “que” exerce função diferente das demais, portanto, letra B.
Letra b.
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Para responder a essa questão, basta ter os conhecimentos da tabela de conjunções, na qual
consta a classificação da conjunção “ou, ou”: conjunção coordenada alternativa.
Letra b.
Para observar a presença do objeto direto com mais clareza, basta substituir: “É só não per-
mitir isso.”
Assim, quem permite, permite algo, que é “que a maldade do mundo te pareça normal”.
Letra b.
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Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.
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Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
c) orações subordinadas sindéticas explicativas
d) orações coordenadas sindéticas aditivas
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Na alternativa II, o vocábulo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “dados”. Na
opção III, o vocábulo “que” é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada
objetiva direta.
Letra d.
No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
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b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.
A primeira oração classifica-se como oração coordenada sindética, porque é introduzida pela
conjunção explicativa “como”.
Sindéticas: possuem conjunções.
Assindéticas: não possuem conjunções.
Coordenadas: Introduzidas pelas conjunções: alternativas, aditivas, adversativas, conclusi-
vas e explicativas e conclusivas.
Subordinadas: introduzidas pelas demais conjunções (decorar tabela de conjunções).
Letra d.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher
os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai ex-
perimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano,
se não houver outra saída.
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Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem
te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
b) condição
c) concessão
d) causa
A ideia que vem depois da vírgula indica uma consequência em relação à expressão anterior-
mente apresentada. “O fato de seus amigos gostarem muito de você faz com que eles mere-
çam saber...”
O FATO DE = causa // FAZ COM QUE = consequência
Letra a.
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dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo. [...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).
A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem
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revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
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Opção I, incorreta: o período é composto por coordenação e subordinação, uma vez que o pri-
meiro pronome relativo introduz oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra b.
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“Meio” é um advérbio, e é invariável. O adjetivo não modifica outro adjetivo, mas sim um
substantivo.
Letra b.
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As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
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b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
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b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
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Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve (5º§). A
conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
Nesse caso, ficar sem dormir é uma consequência de nada mais servir, após experimentar a
primeira classe.
Nada mais servia e, por isso, ficou sem dormir.
Causa
Consequência
Letra e.
063. IBFC/MÉDICO/EBSERH/2017)
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, me-
tido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvi-
da, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quan-
do em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia
desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no
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dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E
eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bos-
sa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-
glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade
de revolução.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite” (5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
A expressão “depois” indica ideia de tempo, portanto, pode ser substituída pela conjunção
temporal “quando”.
Letra d.
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a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.
065. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013)
Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.
Tanto a conjunção “porque” quanto a conjunção “pois” são conjunções coordenadas explicati-
vas, o que faz com que se possa substituir uma pela outra, nesse caso.
A conjunção “pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra d.
066. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito
magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a
relação de:
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.
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A conjunção “pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra c.
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Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-
carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu
uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de
perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-
ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-
der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que
não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)
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Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
Alternativas
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.
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Na primeira ocorrência, deve ser utilizada a conjunção integrante “que”, para introduzir a oração
subordinada substantiva objetiva direta. Na segunda ocorrência, deve ser utilizada a conjunção
coordenada explicativa “pois”, que exprime ideia de explicação e introduz a oração coordenada
sindética explicativa.
Letra b.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida urbana
comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominantemen-
te em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
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Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
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Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
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Na alternativa I, a incorreção está quando se afirma que o período é composto por coordena-
ção, uma vez que podem ser identificadas duas orações subordinadas no período: uma adver-
bial condicional, introduzida pela conjunção “se”, e outra oração subordinada adjetiva restriti-
va, introduzida pelo pronome relativo “que”, que retoma o vocábulo “tecnologias”.
A incorreção da alternativa II está na hipótese de substituição pela conjunção temporal “quan-
do”. A relação dos dois primeiros períodos não é de tempo, e sim de adição. Portanto, a con-
junção adequada seria a conjunção coordenada aditiva “e”. Também se poderia substituir por
uma conjunção subordinada proporcional, formando as orações “O mundo envelhece, à medi-
da que as cidades crescem.”
Letra e.
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Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três
Para calcular o número de orações, basta calcular o número de verbos. Nesse caso, observam-
-se dois verbos: “tomo” e “é”.
Letra a.
Em ambas as ocorrências, a pontuação está correta. A presença das vírgulas apenas altera o
sentido, uma vez que, na opção I, apresenta-se a ideia de generalização e, na opção II, percebe-
-se a ideia de restrição.
Na opção I, observa-se a presença de uma oração subordinada adjetiva explicativa, que expri-
me ideia de generalização.
Letra e.
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A regência do verbo “ir” exige a preposição “a”: vai a algum lugar. O pronome relativo “que”
retoma a palavra cidade: Conheci a cidade a que ele foi em julho. Na alternativa B, para que
a expressão “a qual” fosse adequada, seria necessário acrescentar o acento grave, junção da
preposição “a” + “a qual”= “à qual”.
Na alternativa D, também é necessário respeitar a exigência da preposição: “a + onde= aonde”
(Conheci a cidade aonde ele foi em julho”.
Letra c.
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É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.
“É preciso isso.” No texto, aparecem como Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo: ao ser reescrita, tem-se, por exemplo: “é preciso que se tenha fé”. Introduzida pela
conjunção integrante, a oração subordinada exerce a função de sujeito.
Letra c.
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c) em que
d) onde
079. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2018)
Somos todos vítimas
Ivan Angelo
Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda
a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças,
louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a rou-
pa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou as conversas
naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na metrópole que
mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na grande fazen-
da de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido e depositado
com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo
na rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias deses-
truturadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abando-
no, das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais
ausentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos,
dos maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar,
da doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela
água envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro,
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Cambuci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, bai-
xos dos viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados,
que os caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmó-
dicas das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um
risco para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna,
micoses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai
gerar propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer
isso,será levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor. Esses ban-
dos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e fumando crack
são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, punitivos: são infratores,
malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam:
estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los de volta, cuidar dos
nossos e mandar o resto de volta.
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos
empurrar para o lado mais escuro de nós. Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procu-
rando seu menino desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente
entre uma queda e outra; há uma irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encon-
trar; há uma filha tentando salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura
do marido, ainda com esperança... Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
A locução “de Perdizes” exerce função de adjunto adnominal: substantivo concreto + preposição.
O adjetivo “consternados” exerce função de predicativo do sujeito: sujeito + verbo + adjetivo.
Letra b.
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No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
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