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Matilde Carmona Chaia

Neusa Eclésio

Binório Taibo Basílio

Raul Luís Madinga

Valério Armando

Linguagem animal e linguagem humana

Licenciatura em Língua Portuguesa

Universidade Rovuma

Nampula

2023
Matilde Carmona Chaia

Neusa Eclésio

Binório Taibo Basílio

Raul Luís Madinga

Valério Armando

Linguagem animal e linguagem humana

Licenciatura em Língua Portuguesa

Trabalho em grupo de carácter avaliativo da


disciplina de Introdução aos Estudos Linguísticos
a ser apresentado no Departamento da Faculdade
de Letras e Ciências Sociais da Universidade
Rovuma – Extensão de Nampula

Docente: MA. Isidro Samo Chongola

Universidade Rovuma

Nampula

2023
Índice
Introdução......................................................................................................................4

1. Linguagem animal e linguagem humana................................................................5

1.1. Definição da linguagem......................................................................................5

2. Linguagem animal..................................................................................................5

2.1. Definição da linguagem animal..........................................................................5

2.2. Características da linguagem animal..................................................................6

3. Linguagem humana................................................................................................7

3.1. Definição da linguagem humana........................................................................7

3.2. Característica da linguagem humana..................................................................8

4. Diferença entre a linguagem animal e a linguagem humana..................................9

Conclusão.....................................................................................................................10

Bibliografia..................................................................................................................11
INTRODUÇÃO

O presente trabalho da cadeira de Introdução aos estudos linguísticos pretende focalizar


de forma sintética as abordagens relacionadas com o tema de estudo sugerido pelo
docente intitulado Linguagem animal e Linguagem humana.

A questão principal a ter em conta quando se fala de linguagem animal é: podemos


realmente considerar que os animais têm uma linguagem?

A resposta vai depender da definição de linguagem que estejamos dispostos a adoptar.


Se restringirmos essa definição de linguagem ao acto de falar, então podemos dizer que
os animais não têm linguagem. Nem o animal geneticamente mais próximo de nós, o
chimpanzé, consegue reproduzir a nossa linguagem verbal.

Temos por outro lado, o caso das aves, como as araras e os periquitos, que conseguem
reproduzir variadíssimos sons, e entre eles, muitas palavras humanas. No entanto, pode-
se argumentar que se trata de uma mera imitação de sons e que essas palavras não têm
qualquer significado para elas. Associam o som a uma situação ou a uma pessoa, nada
mais.

Os animais não falam porque, ao contrário dos humanos, não desenvolveram


suficientemente o tracto vocal. A evolução da nossa laringe deu-nos a capacidade de
produzir sons que outros animais não possuem.

A linguagem humana expressa sentidos diferentes de acordo com diferentes


experiências e situações, pois o homem aprende a sua língua. O ser humano constrói sua
mensagem a partir de outra mensagem, ou seja, ele tem a capacidade de emitir e captar
sons e a capacidade de organizá-los e ordená-los como símbolos.

Objectivo Geral

 Compreender, de forma parcial, o conceito de linguagem.

Objectivo Específico

 Distinguir a linguagem animal da linguagem humana.

Portanto neste trabalho foi usada a metodologia de Pesquisa bibliográfica de vários


autores como via de concretizar os resultados do trabalho.
1. LINGUAGEM ANIMAL E LINGUAGEM HUMANA
1.1. Definição da linguagem

A definição de linguagem, segundo Noam Chomsky (1957) é um conjunto (finito ou


infinito) de sentenças, cada uma finita em seu comprimento e construída a partir de um
conjunto finito de elementos.

O mesmo autor Noam Chomsky, (2000), a linguagem é um componente da mente ou


cérebro humano especificamente dedicado ao conhecimento e uso da língua. A
faculdade da linguagem é o órgão da linguagem. A língua é então um estado dessa
faculdade.

Para Saussure, linguagem é uma faculdade humana, uma capacidade que os homens têm
para produzir, desenvolver, compreender a língua e outras manifestações simbólicas
semelhantes à língua. A linguagem é heterogénea e a multifacetada.

No tocante à linguagem, segundo Piaget considera que primeiro se tem o conhecimento


enquanto fala, depois que se desenvolve a linguagem.

2. LINGUAGEM ANIMAL
2.1. Definição da linguagem animal

Segundo Cagliari (1997, p. 56), a linguagem animal é natural, e limitada, uma vez que
se limita a sons articulados, não ultrapassa o nível do concreto e do imediato, apena
exprime as necessidades básicas da alimentação e da reprodução.

A linguagem animal é composta por sinais e gestos que são utilizados para comunicação
entre indivíduos da mesma espécie. Esses sinais podem ser visuais, sonoros ou olfativos
e são utilizados para transmitir informações sobre alimentação, perigo, reprodução,
entre outros.

De com Morozov (1988, p. 17) os animais comunicam principalmente por posturas e


movimentos corporais (onde se incluem, por exemplo, posturas e movimentos da cauda
e das orelhas), por cheiros, e por fim por sons. Os sons são particularmente úteis quando
os animais não se podem ver e se encontram a distâncias muito grandes para o cheiro
poder desempenhar qualquer função. A vantagem da linguagem sónica é que lhes
permite comunicar a muitos quilómetros de distância

Portanto, as linguagens animais são formas de comunicação animal não humanas que
apresentam semelhanças com a linguagem humana. Os animais se comunicam através
de uma variedade de sinais, como sons ou movimentos. A sinalização entre os animais
podem ser considerada complexa o suficiente para ser uma forma de linguagem se o
inventário de sinais for grande, os sinais forem relativamente arbitrários e os animais
parecerem produzi-los com um grau de volição (em oposição a comportamentos
condicionados relativamente automáticos ou instintos incondicionados, geralmente
incluindo expressões faciais).

O Caso das Abelhas

Um dos fenómenos mais notáveis de comunicação nos insectos é o das abelhas. Ao


descobrir uma fonte de alimento a abelha comunica a sua localização às outras abelhas
por meio de uma dança. Em 1944, Karl Von Frisch conseguiu decifrar essa linguagem,
percebeu que por meio dessa intrincada dança, pela sua direcção e duração a abelha
exploradora informa as outras sobre a localização exacta da fonte de alimento.

Segundo Slater (1990, p. 70) a abelha desempenha essa dança em forma de oito, e na
parte central desse percurso voa em linha recta com um movimento vibratório. Parece
que o número de vibrações indica a distância do local (cada vibração corresponde a
cerca de 50/75 metros). E a direcção é dada de acordo com a direcção a que a dança é
efectuada.

Contudo, mais tarde, Morozov (1988, p. 63) provou que as abelhas também utilizam
sinais sónicos para ajudar a indicar a distância até ao local do alimento.

As Aves

Embora o canto de algumas espécies faça as delícias dos humanos, estamos longe de
compreender por completo o significado desse canto. No entanto, duas funções foram já
identificadas na linguagem destes animais, são elas: a atracção de parceiros e o
afastamento de rivais (Slater, 1990, 64).
Foram identificados alguns sons específicos para o afastamento de rivais em algumas
espécies, são os chamados: gritos de alarme (“call-notes,r). O carácter simbólico da
linguagem destes animais parece estar assim comprovado.

Um dado som pode servir para avisar os congéneres de que um determinado predador se
aproxima, é um facto. E isto tem sido usado com fins práticos, como por exemplo, para
afastar as aves de locais indesejáveis, como pomares ou aeródromos. Ao reproduzir um
grito de alarme gravado, consegue-se um efeito intimidador nas aves. O mais incrível é
que os gritos de alarme de uma espécie não afectam em nada os indivíduos de outras
espécies, como se falassem idiomas diferentes. (Morozov, 1988, 30).

2.2. CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM ANIMAL

Utilização de sinais sonoros

Os animais também comunicam por sons ou movimentos corporais, mas de uma forma
muito básica.

Arbitrariedade

Na linguagem animal existe uma relação entre o sinal e a mensagem que este quer
transmitir. Ex.: Quando um cão esta contente, abana a cauda.

Necessidade de aprendizagem

A linguagem dos animais é natural e herdam-se geneticamente (passa de pais para


filhos).

Dupla articulação

Os animais comunicam por sinais vocais e possuem um número limitado desses sinais.
A sua capacidade para comunicar limita-se a esses sons.

Diferimento

Os animais já não possuem essa capacidade, tendo uma memória de muito curto prazo.
Se essa memória não for treinada esquecem facilmente.

Criatividade
Os animais apresentam um limite já a sua comunicação baseia-se uma constante
repetição de sons.

Organização em sistema

Os sistemas de comunicação animal possuem uma combinação muito básica de


elementos, os quais não estão organizados, ou seja, não têm nenhuma estrutura.

Dependência da estrutura

A linguagem animal e aleatória, não possui qualquer tipo de estrutura.

3. LINGUAGEM HUMANA
3.1. Definição da linguagem humana

A definição da linguagem humana, segundo Benveniste (1976, p.67) é uma linguagem


adquirida porque resulta de um processo de aprendizagem que se prolonga durante
vários anos e supõe a integração num grupo sociocultural, o primeiro dos quais a
família. A linguagem humana é o resultado de uma herança cultural. A linguagem vai-
se particularizando através da língua que é a expressão máxima. Assim a linguagem
humana é aprendida, generativa, criativa, simbólica e abstrata, uma vez que não se
refere apenas às coisas presentes, como também às coisas ausentes. É uma linguagem
ilimitada podendo exprimir quase tudo (desejos, emoções, pensamentos…).

No entanto, a linguagem humana é tudo e quaisquer sistemas de signos que serve de


meio de comunicação entre indivíduos humanos, e pode ser percebido pelos diversos
órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias espécies de linguagem: visual,
auditiva, tátil, entre outros, ou ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo.

Nos homens, a comunicação é um processo especializado e multifuncional, no qual os


participantes do acto comunicativo e o meio onde esse acto ocorre determinam a
elaboração do significado. Logo, o que estamos é que a comunicação entre os homens é
um mecanismo que vai além da mera missão de alguns sinais e da mera transmissão de
mensagens.
A linguagem humana expressa sentidos diferentes de acordo com diferentes
experiências e situações, pois o homem aprende a sua língua. O ser humano constrói sua
mensagem a partir de outra mensagem, ou seja, ele tem a capacidade de emitir e captar
sons e a capacidade de organizá-los e ordená-los como símbolos. Toda palavra é um
símbolo, um produto, parte, instrumento de uma civilização. A língua é por natureza,
uma convenção, um acordo entre os membros componentes de um grupo.

3.2. CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM HUMANA

A linguagem caracteriza-se por ser articulada e é até por isso que sua definição depende
da existência do conceito de "língua", pois esta, por ser composta de inúmeros signos
linguísticos divisíveis e rearranjáveis, é o que dá à linguagem as vértebras que
constituirão sua coluna. Ou seja, o léxico de determinada língua é composto por
diversos vocábulos, esses vocábulos são formados por morfemas que, por sua vez, são
divisíveis em unidades linguísticas mínimas chamadas fonemas.

Contudo, eis algumas características da linguagem humana:

Utilização de sinais sonoros

Os homens comunicam essencialmente por sons/gestos e movimento corporal. No


entanto, possuem a capacidade de interiorizar uma produção comunicativa através de
interacção social (feedback).

Arbitrariedade

Quando o homem verbaliza (fala), o contexto que transmite (palavras) não possui
relação com os objectos de que fala. Ex.: A palavra carro não nos mostra a sua forma,
não está ligada ao objecto dos seres humanos.

Necessidade de aprendizagem

Os seres humanos necessitam de ser constantemente expostos a uma língua natural (oral
ou gestual) para adquirir. Um bebé aprende uma língua em contacto com as pessoas que
o rodeiam. É uma característica genética dos seres humanos.

Dupla articulação
A língua humana tem um determinado conjunto de unidades sonoras – os fonemas. Os
fonemas isolados não têm significado, mas se os juntarmos adquirirem-no e a
informação é transmitida.

Diferimento

O homem possui uma capacidade de armazenagem ilimitada, possuindo uma memória


na qual guarda informações de curto e longo prazo. Por isso pode aprender coisas que
não utilize por muito tempo e que não esquece.

Criatividade

O homem possui a capacidade de criar e essa capacidade humana é ilimitada. Todos os


dias e todas as horas os seres humanos criam enunciados originais.

Organização em sistema

A linguagem humana tem uma estrutura complexa de regras e um número ilimitado de


combinações que podemos utilizar para construir diferentes contextos. Cada
combinação tem o seu lugar nessa estrutura de regras.

Dependência de estrutura

As operações da linguagem humana são dependentes da sua estrutura, ou seja, os


elementos da sua estrutura podem ser alterados, mudando de local ou até mesmo ser
ocultadas.

4. DIFERENÇA ENTRE A LINGUAGEM ANIMAL E A LINGUAGEM


HUMANA

A linguagem humana, é uma linguagem adquirida porque resulta de um processo de


aprendizagem que se prolonga durante vários anos e supõe a integração num grupo
sociocultural, o primeiro dos quais a família. A linguagem humana é o resultado de uma
herança cultural. A linguagem vai-se particularizando através da língua que é a
expressão máxima de uma cultura. Assim a linguagem humana é aprendida, generativa
criativa, simbólica e abstracta, uma vez que não se refere apenas às coisas presentes,
como também às coisas ausentes. É uma linguagem ilimitada podendo exprimir quase
tudo (desejos, emoções, pensamentos, entre outros). É extremamente variável porque
cada país tem sua língua e também apresenta variações regionais. A linguagem não é
para o ser humano apenas um meio de comunicação, é o horizonte dentro do qual nasce
e vive numa cultura. A linguagem é uma potencialidade existente em cada individuo.

Por outro lado os animais comunicam graças a um sistema de signos, cujo reportório é
exclusivo de cada espécie, a linguagem animal é inata, limitada, uma vez que se limita a
sons articulados, não ultrapassa o nível do concreto e do imediato, apenas exprime as
necessidades básicas da alimentação e da reprodução. Por muito inteligente que seja o
animal para comunicar, apenas dispõem dos seus meios naturais e instintivos. Os
diversos sons reflecte a génese da linguagem animal como produtos da natureza. A
linguagem está presente como objecto social.

Ao contrário, a linguagem humana terá sido um produto natural da actividade do


homem e uma faculdade de adaptação humana às necessidades sociais, assim o homem
inventou diversificadores sistemas de signos, que lhe permitem comunicar conforme as
circunstancias que mais lhe convém: a linguagem oral, escrita, gestual ou pictórica.
Através da música, dança, da mimica, por bandeiras, por sinais de fumo ou por morse é
possível comunicar.
CONCLUSÃO
Depois de várias consultas de obras bibliográficas de diferentes autores ligados ao
estudo de linguagem animal e linguagem humana, o autor deste trabalho teve como
resultado conhecimentos mais sólidos e convincentes sobre o tema em alusão. Onde a
linguagem animal é uma forma de comunicação animal, ela usa sinais vocais e
movimentos corporais.

Ao passo que linguagem humana é uma linguagem adquirida porque resulta de um


processo de aprendizagem que se prolonga durante vários anos. Ela usa sons, gestos e
movimentos corporais e verbalização.

A linguagem humana tem uma capacidade de armazenagem ilimitada, possuindo


memória que guarda informações de curto e longo prazo já na comunicação animal é o
contrário.

Portanto, face as abordagens aqui apresentadas, concluímos que, a linguagem animal e


humana é um factor importante da socialização humana que o homem, que o homem vai
manter relações e interações dentro do ambiente inserido e está importância não se
verifica somente no homem, mais também nos animais.

No entanto, por razões metodológicas, existem outros aspectos que não foram
analisadas os quais poderão ser objetos de estudos.
BIBLIOGRAFIA
CHOMSKY, N. (1957). Estruturas Sintácticas, ed. Siglo XXI.

CHOMSKY, N. (2000). A arquitetura da linguagem.

CAGLIARI, L. C. (1997) Análise Fonológica- Introdução à teoria e à prática com


especial destaque para o modelo fonémico.

MOROZOV, V. (1988). - A Linguagem dos Animais. Moscovo: Editora Mir.

SLATER, PETER (1990). - Comportamento Animal. Lisboa: Círculo de Leitores.

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