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COMITÊ COMO PARTE DO PROGRAM A DE ERGONOMIA NA EMPRESA:

ESTADO DA ARTE E OPORTUNIDADES DE PESQUISA

Gabriela Salome Nunes1, Nathália Vieira Ghilarducci Caterina²

1. MBA em Ergonomia- Process o, Projeto e Produção – Faculdade Inspirar


Campinas/SP/Bras il. Fisio.gabrielanunes@gmail.com
2. Médica do Trabalho- Especialista – Associação Nacional de Medicina do Trabalho
– SESI SP/Brasil – Nathalia.santalucia@gmail.com

RESUM O

Atualm ente têm -se verificado um aum ento do núm ero de em presas que dem onstram
preocupações relativas à aplicação da NR17 em am biente industrial com o intuito de
reduzir a ocorrência de desvios às recom endações oferecidas pela norm a bem como
m elhoria das condições de trabalho, preocupação advinda principalm ente pela
instauração do sistema eSocial. Dentre as diversas m edidas a serem utilizadas pela
em presa em um program a de ergonom ia, pode-se destacar a criação de um a equipe
focada na m itigação de riscos identificados, o denom inado com itê de ergonomia
(COERGO). Com o intuito de levantar inform ações acerca do tem a, verificar o estado
da arte e oportunidades de estudo, realizou-se um a pesquisa bibliográfica a qual
perm itiu obter as inform ações básicas acerca da aplicação do com itê bem com o sua
estrutura, funcionam ento e aplicações em am biente industrial.

Palavras-chaves: comitê de ergonomia, coergo, ergonomia, ges tão.

ABSTRACT

Nowadays is possible to observe an increase in the num ber of com panies


dem onstrating the use of the NR17 application in the industrial environm ent in order to
reduce deviations from norm al standard recom m ended applications, as well as
im prove working conditions, and im prove m ainly by installing the eSocial system.
Am ong the various m easures used by the com pany in an ergonom ics program , it can
be created a team focused on m itigating the risks caused, or called ergonomics
com m ittee (COERGO). In order to gather inform ation on the subject, check the state
of the art and study opportunities, was perform ed a literature search to obtain
inform ation about how to apply the com mittee as its structure, operation and
applications in the industrial environm ent.
Keywords : ergonom ics committee, coergo, ergonom ics, m anagement.

1 INTRODUÇÃO
Atualm ente, têm -se verificado um aum ento do núm ero de em presas que
dem onstram preocupações relativas à aplicação da NR17 em am biente industrial com
o intuito de reduzir a ocorrência de desvios às recom endações oferecidas pela norma
bem com o m elhoria das condições de trabalho. Em bora a NR17 esteja vigente desde
1990, a aplicação das ações ergonôm icas apresentou m aior expressividade nos
últim os 5 anos em decorrência do Decreto nº 8373/2014 que instituiu o Sistem a de
Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
A obrigatoriedade da prestação de inform ações a respeito das condições
ergonôm icas dos postos de trabalho através da tabela 23 na atualização 2.2. do
m anual de aplicação do sistema suscitou discussões acerca das m elhores formas
para aplicação de soluções ergonôm icas nos am bientes ocupacionais com o intuito
de m itigar suas ocorrências e oferecer à em presa respaldo em situações de
acom panhamento pelos órgãos fiscalizatórios.
Dentre as diversas práticas para a proposição de ações na em presa destaca-
se a criação dos COERGOs (com itês de ergonom ia), grupo destinado à tratativa de
ações e m elhoria das condições de trabalho em am biente industrial. No entanto,
pouco têm -se difundido acerca das m elhores form as de criação, estrutura e
gerenciam ento do com itê e, é justam ente esta lacuna de pesquisa que este artigo
pretende preencher.
Neste contexto, foi realizada um a revisão na literatura buscando oferecer bases
para a discussão do estado da arte, dos conhecim entos já produzidos acerca do tema
e oportunidades de pesquisa relativos ao objeto de estudo.

2 METODOLOGIA
2.1 Delineamento do estudo

O estudo consiste em um a revisão bibliográfica seguida de análise crítica dos


dados obtidos com o intuito de oferecer bases para conhecim ento do estado da arte.
As principais perguntas de pesquisa a serem respondidas são:

a) O que é um com itê de ergonom ia?


b) Qual sua im portância e responsabilidades?
c) Qual sua com posição básica?

d) Quais as m aiores dificuldades apresentadas pela em presa na


estruturação de um program a de ergonom ia com form ação de um
com itê?

2.2 Procedimento

Foram realizadas pesquisas em 5 diferentes fontes, com a utilização das


seguintes palavras chave: com itê de ergonom ia; ergonom ia; gestão e coergo. Foram
tam bém utilizados filtros com o objetivo de selecionar apenas os artigos publicados
nos últim os vinte anos (2000-2019). Os artigos apresentados foram previam ente para
selecionados para análise criteriosa conform e representado abaixo:

Relevância Pré Pós


Base Tipo Resultado
científica seleção seleção
Google scholar Base de dados N/A 51 13 9

Scielo Base de dados N/A 6 3 0 Comentado [S1]:

Produção online Periódico B3 36 0 1

Ação Ergonômica Periódico B3 12 1 0

Revista brasileira
de medicina do Periódico B3 17 2 0
trabalho

Tabela 1- Fontes de busca utilizadas

2.3 Critérios de inclusão

Após pesquisa inicial, foram selecionados para posterior análise todos os


artigos que: continham em seu abstract/introdução ao m enos 2 das 5 palavras chave
apresentadas; apresentassem texto com pleto disponível; estivessem publicados no
idiom a português.
A seguir, realizou-se a leitura do resum o/abstract de todos os artigos com o
intuito de verificar a pertinência do estudo em relação ao tem a de pesquisa.
2.4 Critérios de exclusão

Foram excluídos da pesquisa todos os artigos que não atendiam aos critérios
descritos no item 2.3.

2.5 Analise de dados

Após processo de leitura realizou-se a análise crítica das inform ações


apresentadas em cada um dos trabalhos com o intuito de provocar discussões a
respeito do tem a.

3 RESULTADOS

Ao final da análise realizada conform e os critérios descritos no item 2, foram


selecionados para com por este artigo os seguintes trabalhos:

Periódico/
Trabalho Autor Publicação Tipo
Instituição

A ergonomia como fator de


Trein, F.A.; Revista Tecnologia e
otimização do processo industrial-
Renner, 2003 Artigo Tendências
um caso do setor metal mecânico
J.S.
da indústria calçadista
Desenvolvimento e aplicação de Universidade Federal
Tomasini,
modelo de gestão ergonômia para 2001 Dissertação do Rio Grande do Sul
A.
empresa da indústria metalurgica
Modelo de gestão da ergonomia
integrado às práicas da produção Universidade Federal
Junior, Tese de
enxuta- ErgoPro: o caso de uma 2013 de Santa Catarina
J.R.M doutorado
empresa de embalagem de
papelão ondulado
Tabela 2- Caracterização dos trabalhos selecionados
Periódico/
Trabalho Autor Publicação Tipo Instituição

Ação ergonômica e estratégia de Universidade Federal


Gonçalves, Tese de de
operações: proposta de 2014 de São Carlos
J.M doutorado
integração na prática
Análise de processo de
implementação de um comitê de Escola Politécnica da

melhoria s de condições de Neiva, A.G. 2012 Dissertação Unviersidade de São

trabalho em uma instituição Paulo

pública de saúde
Material de Instituto Federal do
Ergonomia, Saúde e Segurança Wachow icz,
2013 Educação à Paraná
do Trabalho M.C.
distância
Implantação de um processo de
gestão ergonômica.
Passos para a escolha de um Universidade do Vale
Junior,
modelo eficiente e viável que 2018 Artigo do Rio dos Sinos
D.L.M
atenda aos requisitos da NR17 e
eSocial em uma indústria
química.
Soares,
M.M; Silva,
Os primeiros passos de um G.F.A; Universidade Federal

programa de ergonomia na Ramos, de Pernambuco.


2007 Artigo Publicado em: Revista
empresa: duas experiências D.T.F;
distintas Cabral, Gestão Industrial
G.G; Cruz,
J.L.
Análise da contribuição e dos
limites na implementação de um
programa de ergonomia para Lugão, Fundação Osw aldo
2014 Dissertação cruz
melhoria das condições de S.S.M
trabalho: estudo de caso em uma
instituição pública.
Tabela 2 (Continuação) - Caracterização dos trabalhos selecionados
Periódico/
Trabalho Autor Publicação Tipo Instituição

Diretrizes de gestão em Universidade Federal


Trindade,
ergonomia: a normalização e a 2017 Tese de São Carlos
M.A.L
prática nas empresas
Tabela 2 (Continuação) - Caracterização dos trabalhos selecionados

4 DISCUSSÃO

A leitura dos trabalhos selecionados permitiu elucidar diversas questões a


respeito do tem a. O prim eiro ponto que cham ou a atenção durante a análise foi que a
m aioria dos arquivos (seis em dez) referem -se a trabalhos de dissertação/teses sendo
orientados em sua m aior parte por professores renom ados no estudo da ergonomia
no Brasil, dentre eles: Cam arotto, J.A.; Sznelwar , L. e Oliveira, P.A.B., todos atuantes
em instituições públicas. Isto nos rem ete ao fato de que, o estudo das ações
relacionadas à gestão de ergonom ia é ainda objeto de estudo de interesse
prioritariam ente acadêm ico embora aplicado à situações práticas. Tam bém chamou a
atenção o baixo núm ero de publicações acerca do tem a.
Em relação aos conteúdos dos trabalhos selecionados foi possível verificar que
a im plementação de um program a de ergonom ia na em presa, não requer,
necessariamente a criação de um com itê (usualm ente denom inado de COERGO),
dado que, pequena parte das em presas atua através da criação dos m esmos como
cita Trindade, 2017. No entanto, alguns autores consideram im portante a atuação de
um a equipe m ulti e interdisciplinar com o parte integrante do program a ergonôm ico
(Vidal, 2002, apud Gonçalves, 2014; Trein & Renner, 2003). Segundo Silveira, 2004
apud Gonçalves, 2014, os com itês de ergonom ia aliados ao plano estratégico de
im plementação constituem elem entos da ação ergonôm ica e, para isso, deve
apresentar m étricas capazes de evidenciar a eficácia do program a (Tom asini, 2001;
Junior, 2013; Gonçalves, 2014 e Trindade, 2017).
Junior, 2018 ressalta ainda que o program a de ergonom ia não deve ser uma
ação isolada e sim ser inserido com o parte de um conjunto de dem ais iniciativas da
em presa com o objetivo de propiciar a preservação da saúde e integridade dos
trabalhadores. Desta form a, é im portante que este seja um processo continuado e
caracterizado por visão sistêmica e abordagem m ultidisciplinar considerando para isso
produtividade e aspectos hum anos (Trein & Renner, 2003; Tom asini, 2001).
Um a das grandes m otivações para criação do com itê, além das obrigações
apresentadas na introdução deste trabalho, podem ser tam bém o crescim ento da
incidência de afastam ento por problem as m usculoesqueléticos e problemas
associados conform e evidenciado por (BELLEMAR et al, 2001; COCKELL e
VASCOCNELOS, 2002; ST VICNENT, TOULOUSE e BELLEMARE, 2000;
SIMONEAU, 2005 apud Gonçalves, 20014).
A responsabilidade operacional destes com itês geralm ente fica com os
departam entos de saúde ocupacional, de segurança do trabalho ou ainda no
departam ento de ergonom ia quando este é parte da em presa. Wachowiz, 2013
ressalta ainda que o com itê pode estar vinculado ao SESMT, CIPA ou RH consistindo
um a reunião de pessoas que se interessam com a m elhoria da qualidade de vida no
trabalho sem com prom eter a produtividade e desem penho. Neste âm bito, é
im portante o estabelecimento de um responsável que coordene a equipe de forma
direta.
Não há, na literatura, consenso quanto à com posição do com itê de ergonom ia,
no entanto, grande m aioria dos autores defendem a participação equilibrada de equipe
de gestão e produção (Neiva, 2012). Diferentes autores (Trein & Renner, 2003 ,Vidal,
2002 apud Gonçalves; Neiva, 2012) inferem que o COERGO deve ser
preferencialm ente form ado por equipe m ultidisciplinar, representantes do SESMT, da
engenharia de m étodos e processos, do setor de qualidade, de chefias im ediatas,
representantes da direção, de recursos hum anos, de ergonom ista e de representantes
das áreas estudadas. Segundo Trein & Renner, 2003; Tom asini, 2001 e Gonçalves,
2014 devem participar desta equipe trabalhadores de form a que se sintam íntegros e
integrados ao processo de trabalho. Ressaltam ainda que é im portante respeitar o
ponto de vista de cada integrante considerando suas experiências profissionais com
o intuito de obter um trabalho eficaz. O envolvim ento dos trabalhadores gera a
denom inada ergonom ia participativa na qual cada trabalhador pode contribuir com sua
experiência e conhecim ento oferecendo m elhorias ao am biente de trabalho e
processo industrial (Trein & Renner, 2003; Hagg, 2003 apud Gonçalves, 2014; Junior,
2018; soares, et al, 2007).
Segundo Gonçalves, 2014, a participação dos funcionários no processo de
m odificação das condições de trabalho cria representações em relação à ergonomia
contribuindo tam bém para o desenvolvim ento de com petências para a organização e
para a organização de um processo robusto de gestão em ergonom ia.
Michel, 2000 apud Trein & Renner, 2003 infere que os principais objetivos do
com itê referem -se à discussão e im plementação de estratégias preventivas estando
relacionadas às funções desem penhadas na em presa, as possíveis repercussões na
saúde do trabalho e à otim ização do processo produtivo. Assim , o com itê deve
assessorar a em presa na sedimentação de um program a de ergonom ia com foco na
form ação de cultura ergonôm ica com o objetivo de inseri-la na cultura da em presa
(Tom asini, 2001). Marras e Allread, 2005 apud Gonçalves, 2014 afirm am que cabe a
esta equipe estruturar o processo de inform ação acerca das ações ergonôm icas
dentro da em presa bem com o a criação de um espaço de interação entre todos os
níveis hierárquicos. Os objetivos do com itê podem ser sintetizados na transform ação
das situações de trabalho para redução dos efeitos negativos da saúde dos
trabalhadores (Neiva, 2012). As ações do com itê devem focar em elim inar ou reduzir
drasticam ente as m aiores fontes causadoras de danos e a seguir, focar em m elhorar
a perform ance nas áreas de produtividade, qualidade e qualidade de vida (Tom asini,
2001).
A ações do com itê podem ser traduzidas em aspectos positivos capazes de
serem identificadas em am biente industrial. Além disso, ação do com itê pode auxiliar
na redução da incidência de lesões, m elhora da saúde física, psicológica além de
aum ento da produtividade e satisfação por parte dos trabalhadores (Gonçalves, 2014).
Já Moreau, 2003, apud Gonçalves, 2014 afirm a que as considerações ergonôm icas
na concepção de trabalhos e am bientes de produção podem , além dos fatores já
citados, pode tam bém atrair novos em pregados para a em presa.
Para Soares et al., 2007, a im plantação do program a de ergonom ia na em presa
pode contribuir com a realização de ações m ais consistentes, aum entar o núm ero de
pessoas mobilizadas para participarem das ações prom ovidas pela em pesa; prom over
ações de m elhorais nas condições de trabalho com m elhores resultados e m enores
custos; gerar prom oção progressiva da reflexão coletiva sobre a experiência e
oferecer um espaço para negociação e prom oção dos agentes.
De acordo com Tom asini, 2001. Junior, 2018; Trindade, 2017 deve-se
utilizar alguns indicadores para verificar a eficácias da atuação do com itê, dentre eles:
absenteísm o, turnover, acidentes, desconforto e queixas que, podem fazer parte de
indicadores de m aior abrangência com o indicadores de estresse e qualidade de vida
no trabalho. Joseph, 2003; Butler, 2003; Hagg, 2003 apud Junior, 2013 ressaltam
ainda a possibilidade de utilização de resultados relacionados à eficiência global dos
equipam entos, m elhora no lead tim e, redução de reclam ações de consum idor, que
podem ser utilizados com o fatores de convencim ento para entrada da ergonomia
com o ferram enta estratégica. É im portante que haja validação consensual dos
resultados obtidos (Gonçalves, 2014).
Wachowicz, 2013 e Soares et al, 2007, Lugão, 2014 ressalta a im portância da
realização e reuniões periódicas com o objetivo de acom panhamento e m anutenção
do foco de ação.
Poucas em presas investem na capacitação em ergonom ia, estim ulando
preferencialm ente a autoform ação com participação de cursos e eventos de curta
duração (Tom asini, 2001). Foi consenso em todos os trabalhos analisados a
im portância da capacitação da equipe form adora do com itê (Tom asini, 2001;
Gonçalves, 2014, Trein & Renner, 2003, Lugão, 2014).
Diversas dificuldades podem ser encontradas pela em presa e podem estar
relacionadas ao fato de que, talvez, a ergonom ia não seja corretam ente im plantada
com o um program a não perm itindo portanto a sustentabilidade acerca dos benefícios
esperados pelos trabalhadores e em presa Tom asini, 2001). Neste contexto, pode-se
tam bém citar: a falta de com prom etimento da alta gerencia, o entendim ento do
conceito de ergonom ia pela em presa, as restrições orçam entarias e a disponibilização
de pessoas para atuar no com itê, capacitação da equipe e, gerenciam ento
relacionado com retorno financeiro im ediato levando, por m uitas vezes, o programa
ao fracasso (Duarte, 1999 apud Tom asini, 2001, Junior, 2018). Tom asini, 2001 e
Gonçalves, 2014 afirm am que o insucesso de um program a de ergonom ia pode estar
relacionado à presença de barreiras, dentre elas: tem po insuficientes, falta de aporte
financeiro, falta de habilidades para identificação de oportunidades e justificar custos
e falta de interesse gerencial.
Dos trabalhos publicados, três apresentaram propostas de m odelagem para
atuação dos com itês de ergonom ia, conform e exem plificado a seguir:
Figura 1: Modelos de aplicação propostos

Não há direcionam ento quanto ao m elhor m odelo de utilização dado que o


m esmo deve ser escolhido de acordo com a adequação do m esmo ao am biente ao
qual o program a se destina.
Os estudos de caso apresentados nos trabalhos relataram diferentes
experiências em em presas de diversos portes de m étodos de produção. Gonçalves,
2014 resssaltou que a ação ergonôm ica realizada através da aplicação do com itê no
program a de ergonom ia garantiu o envolvim ento de todos os níveis de em pregados
gerando repercussões nas condições de trabalho. Além disso, coube ao com itê
difundir toda a cultura de ergonom ia dentro da em presa bem com o validação dos
princípios de ergonom ia, função tam bém apresentada por NEIVA, 2012. Dentre as
dificuldades encontradas, a autora ressaltou a liberação dos participantes do com itê
para as ações do com itê devido a im possibilidade de com prometer a produção durante
o processo. No m esmo sentido, foi dificultada a participação dos supervisores devido
à restrição tem poral ou resistência
Trein & Renner, 2003 relataram que a experiência de atuação do com itê na
em presa objeto de estudo apresentou resultados positivos contribuindo para m elhoria
de condições de trabalho, bem estar dos trabalhadores repercutindo tam bém em
índices de produção e redução do refugo e retrabalho.
No trabalho de Tom asini, 2001 o principal achado foi a im portância da
participação dos funcionários e da criação de um canal form al de com unicação para
a exposição de dem andas.
Para Neiva, 2012 ficou evidente a im portância da participação dos executivos
de m aior nível hierárquico no com itê devido sua autoridade frente aos órgãos a
instituição facilitando assim o desenvolvim ento das ações
Por fim , Junior, 2018 concluiu em seu trabalho que a criação de um com itê
pode servir com o filtro e bússola para as inform ações a serem reportadas para o
sistema eSocial.

5 CONCLUSÃO
A análise dos artigos revisados perm itiu com preender a im portância do
estabelecimento de um com itê de ergonom ia com o intuito de contribuir com índices
de saúde e industriais das em presas, quando o m esmo é inserido dentro de um
program a estruturado de gestão ergonôm ica.
Ficou claro a im portância da participação de funcionários de diferentes níveis
hierárquicos sendo trabalhadores, ergonom istas e gestores peças fundam entais nesta
estrutura. Tam bém ficou bem clara a im portância da capacitação específica e do
acom panhamento periódicos das ações do com itê.
Com o oportunidade de pesquisa, considera-se a im portante o avanço dos
estudos que visem a criação de diretrizes ou até m esmo a m odelização do processo
com o intuito de validá-lo em diferentes am bientes a fim de garantir às em presas a
estruturação de um COERGO, dentro de um program a de ergonom ia, de m aneira
m ais assertiva.

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