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ESTADO DO PARÁ

PREFEITURA DE BUJARU
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

Parecer nº. 130/2023 – PROGE/BUJARU


Processo nº. 17.578/2023
Assunto: Solicitação de Aquisição de Material Elétrico, para manutenção da rede
elétrica da Administração Pública Direta e Indireta do Município de Bujaru.

Versam os presentes autos sobre pedido elaborado pela Chefia de Gabinete da


Prefeitura Municipal de Bujaru, por meio de Solicitação escrita, na qual solicita providências
relativas à abertura do devido processo licitatório para Aquisição de Material Elétrico, para
manutenção da rede elétrica da Administração Pública Direta e Indireta do Município
de Bujaru. Foi anexada relação solicitando os itens necessários.
Consta nos autos o respectivo Termo de Referência.
Foram os autos encaminhados à Comissão Permanente de Licitação – CPL para
realização de cotação de preços para estimativa do custo médio do que fora solicitado e
análise da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.
Isto posto, foram encaminhados pedidos de cotação a diversas empresas,
conforme constam nos autos.
Com a apresentação das propostas, foi elaborado o Mapa de Cotação de Preços,
juntado aos autos. Com preço médio de R$56.425,31 (cinquenta e seis mil quatrocentos e
vinte e cinco reais e trinta e um centavos).
Com a finalização dos trabalhos pelo setor de cotação de preços, foram os autos
encaminhados à CPL/Bujaru, a qual apresentou sua manifestação técnica acerca do Processo
de Contratação Direta, opinando pela Dispensa de Licitação em razão do valor, nos moldes do
artigo 72 da Lei nº. 14.133/2021, bem como Lei 8.666/1993.
Dentre as propostas apresentadas, a de menor valor foi a da empresa G R
COMÉRCIO E DISTRIBUIDORA LTDA, sob o custo total de R$56.015,70 (cinquenta e seis
mil e quinze reais e setenta centavos), obedecidas as determinações do pedido de Cotação de
Preços.
Em seguida, foram os presentes autos processuais enviados ao Departamento
Financeiro/Setor de Orçamento, o qual informou a disponibilidade orçamentária, juntando
Declaração de Adequação Orçamentária e Financeira.
Vieram os autos à Procuradoria Geral do Município de Bujaru, para análise e
Parecer Jurídico.

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É o Relatório.
Passemos à análise.
A regra, no direito brasileiro, é a obrigatoriedade de prévia licitação para
celebração dos contratos administrativos. Entretanto, a própria Constituição Federal atribuiu
ao legislador a competência para definir casos excepcionais em que a licitação não é
realizada, note-se:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações. (destaquei).

O complemento ao preceito constitucional veio com a Lei 8.666/93 (Lei de


Licitações e Contratos Administrativos), que previu inúmeros casos em que é autorizada,
excepcionalmente, a contratação direta, sem licitação. Entretanto, com o advento da Lei
Federal nº. 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações), novas regras foram estabelecidas, bem
como novos valores. Neste diapasão, compete à Administração Pública a escolha, nos
próximos 24 (vinte e quatro) meses, da legislação a ser aplicada. No presente caso, aplica-se a
nova Lei de Licitações.
Nas hipóteses de dispensa de licitação, embora haja possibilidade de competição,
algumas razões justificam que se deixe de efetuá-la em nome de outros interesses públicos
que merecem acolhida, segundo o que estabelece o legislador.

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As situações de Dispensa de Licitação encontram-se listadas no artigo 75 da Lei


14.133/2021, sendo que o presente caso se enquadra no inciso II, o qual determina que é
dispensável a licitação para contratação que envolva valores inferiores a R$50.000,00
(cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e compras.
O Decreto 11.317 de 29 de dezembro de 2022, em seu artigo 1º atualizou os
valores estabelecidos n Lei nº 14.133/21 de 1º de abril de 2021, na forma abaixo:
Art. 75. É dispensável a licitação:
II – para contratação que envolva valores inferiores a R$57.208,33 (cinquenta e
sete mil duzentos e oito reais e trinta e três centavos).
Entretanto, deve-se obedecer aos ditames do artigo 72 do mesmo diploma legal.
Neste caso, observa-se que consta nos autos:
- documento de formalização do pedido;
- estimativa de despesa;
- Parecer Jurídico (documento em elaboração no momento);
- Dotação Orçamentária;
- Razão da Escolha do Contratado;
- Justificativa de Preço;
- Autorização do Ordenador de Despesas
Assim, presente toda documentação que comprove a regularidade fiscal,
trabalhista, jurídica e econômico-financeira da empresa que apresentou a melhor e menor
proposta.
Já consta o fornecimento de Dotação Orçamentária para custeio dos serviços
pretendidos, Declaração do Ordenador de Despesa.
Considerando as disposições legais ao norte citadas e se abstendo, obviamente, da
apreciação dos aspectos inerentes à conveniência e oportunidade da Administração Pública,
esta Procuradoria opina pela possibilidade de aquisição direta dos equipamentos solicitados,
mediante dispensa de licitação, em razão do valor, ressaltando, desde já, a necessidade de:
autorização expressa do Ordenador de Despesas para a realização da despesa, com posterior
publicidade dos atos.

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Outrossim, se a entrega do material for feita de forma imediata e de uma única


vez, não há necessidade de elaboração de Contrato, restando a garantia do material, a
legalmente prevista conforme o prazo determinado.
É o parecer.
À apreciação superior.
Bujaru, 14 de fevereiro de 2023

Alcemir da Costa Palheta Júnior


Procurador Geral do Município

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