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Laboratório de
M icrobiologia
• Qualquer procedimento só deve se iniciar depois que todos os objetos necessários estejam o
mais próximo possível do operador e deve ser realizado o mais rapidamente possível;
• Os frascos que precisam ser abertos devem ser fechados o mais rapidamente possível; o
trabalho deve ser feito ao redor do bico de Bunsen e não são admitidas correntes de ar;
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• Todos os frascos abertos devem ter suas “bocas” flambadas imediatamente; eles devem ser
mantidos abertos ao redor do bico de Bunsen, na posição mais horizontal possível e deve ter sua
“boca” novamente flambada antes de ser fechado. Quando você flamba o tubo, o calor cria uma
corrente de convexão, que força o ar para fora, impedindo a entrada de contaminantes;
• Durante as manipulações, as superfícies internas estéreis das placas de Petri devem entrar em
contato com o ar o menor tempo possível;
• As partes estéreis de alças ou pipetas que entrarão em contato com as culturas ou com frascos
estéreis não podem ser tocadas nem entrar em contato com outras superfícies não estéreis
como, por exemplo, panos, superfície da bancada, paredes externas de placas ou tubos, etc.
alça de níquel-cromo: Segura-se a alça perto de sua parte superior, como se faz com um lápis
(dedo polegar, indicador e médio), num ângulo próximo à posição vertical. Essa posição deixa o dedo
mínimo livre para segurar os tampões dos tubos.
alças calibradas: que carregam um volume conhecido do material, podendo ser usadas em
determinações quantitativas.
"Flambagem": aquecimento gradual da ponta da alça, pois depois do uso em culturas, o
aquecimento rápido pode produzir a liberação de pequenas gotículas e formação de aerossóis. Deve-se
proceder da seguinte maneira:
1. Posicionar a ponta da alça na região azul claro da chama - essa é a região "fria" da chama;
2. Mover lentamente a alça para dentro da região mais quente da chama, acima do cone azul claro,
mantendo-a até que fique completamente vermelha;
3. Mover a alça para que toda a extensão seja aquecida adequadamente ("ao rubro");
4. Esfriar a alça no ar, mantendo-a na mão, sem colocá-la em nenhum local (para que ela não se
contamine outra vez); alternativamente ela pode ser resfriada nas paredes internas de um tubo
ou placa de Petri (regiões estéreis);
5. Usar imediatamente;
6. Re-esterilizar a alça imediatamente após o uso.
Os movimentos que devem ser realizados na flambagem de alças e agulhas encontram-se na figura 2.
3
Segure a alça como se
fosse um lápis, quase na
vertical
Posicione a ponta na
região fria da chama
4
Remova o tampão com
o dedo mínimo
Recoloque o tampão,
girando o tubo
3. Manuseio de pipetas
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PREPARO DE MATERIAL DE LABORATÓRIO
LABORATÓRIO PARA ANÁLISES
MICROBIOLÓGICAS
I - INTRODUÇÃO
a) Descontaminação
Descontaminação e descarte de resíduos contaminados
Todo material proveniente de análises microbiológicas é muito contaminado, um vez que os
métodos analíticos promovem a multiplicação dos micro-organismos presentes, elevando seu número
em vários milhares de vezes, em comparação com as contagens normalmente encontradas nas
amostras. Esse material não inclui somente os meios de cultura, onde foi obtido o crescimento
microbiano, mas também toda a vidraria e demais utensílios que tenham entrado em contato com os
micro-organismos. Para a descontaminação, deve-se submeter todo o material à esterilização em
autoclave, a 121o C por 30 minutos, observando-se os seguintes cuidados:
afrouxar as tampas de todos os frascos com tampa de rosca;
adicionar água ou solução detergente aos estojos de descarte de pipetas, para amolecer os
resíduos e facilitar a posterior remoção.
b) Lavagem
É uma etapa fundamental no preparo do material de laboratório, principalmente quanto à
escolha dos detergentes e aos métodos de enxágüe.
Os detergentes mais utilizados são aniônicos, principalmente aqueles que contêm substâncias
alcalinas como silicatos, carbonatos ou fosfatos.
O enxágüe dos utensílios deve ser feito de maneira que garanta a completa remoção dos
resíduos de detergente ou outro agente de limpeza empregado. Os resíduos podem interferir
negativamente nos resultados das análises. São necessárias entre seis e doze enxágües sucessivos em
água corrente, seguidos de pelo menos um enxágüe em água destilada. Procedimento para lavagem:
1. A remoção de todo o material descontaminado presente nos frascos e utensílios deve preceder
à lavagem. Meios de cultura sólidos devem ser removidos das placas com espátula e quando contidos
em tubos e outros frascos de boca estreita, devem ser aquecidos até fusão e vertidos em recipiente para
posterior solidificação e descarte.
2. Mergulhar todo o material em solução detergente e deixar de molho por 2 horas ou um pouco
mais. Fazer uma pré-lavagem dos frascos e utensílios em água corrente (com isso evita-se o
desenvolvimento de maus odores nas bacias de lavagem). Os tubos de Durhan devem ser colocados de
molho em frasco separado, resistente ao calor e submetidos a vapor fluente por 15 minutos, para
remoção dos resíduos de meios de cultura. Remover o algodão do bocal das pipetas antes de deixá-las
de molho.
3. Com auxílio de esponjas e escovas, esfregar os frascos e demais utensílios, removendo
também anotações de lápis e canetas vidrográficas.
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4. Enxaguar todo o material em água corrente, por dez vezes. A seguir, enxaguar em água
destilada. Recomenda-se o uso de um lavador de pipetas, onde o enxágüe deve ser contínuo por pelo
menos uma hora.
c) Acondicionamento
a. Placas de Petri: devem ser acondicionadas em estojo porta-placas metálico, em grupos de mesma
dimensão ou embrulhadas em papel Kraft, em grupos de até 10 placas.
b. Pipetas: preenher o bocal com algodão e acondicionar em estojos porta-pipetas metálicos, em grupos
de mesma capacidade, com as pontas para baixo, na extremidade oposta à tampa do estojo. Colocar um
chumaço de gaze ou algodão no fundo do estojo para proteger as pontas das pipetas. Alternativamente,
embrulhar individualmente em papel Kraft, lembrando-se de identificar a extremidade do embrulho que
deve ser aberta no momento da análise.
c. Tubos de ensaio vazios: fechar com tampão de algodão ou com as respectivas tampas, no caso de
tubos rosqueáveis. Acondicionar em grupos, em cestas apropriadas, lembrando-se de afrouxar as
tampas dos tubos de rosca. Cobrir a parte superior dos tubos com papel Kraft e amarrar com barbante.
d. Espátulas, pinças, tesouras e demais utensílios: embrulhar individualmente em papel Kraft,
lembrando-se de identificar a extremidade do embrulho que deve ser aberta no momento da análise.
d) Esterilização
Todo o material de laboratório vazio (placas, pipetas, tubos de ensaio, frascos, pinças, tesouras,
etc) pode ser esterilizado em estufa a 170oC por 1 hora ou em autoclave a 121o C por 15 minutos. Ao
sair da autoclave, o material deverá ser seco em estufa.
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MICROB 01 - MANOBRAS ASSÉPTICAS
I - INTRODUÇÃO
As manobras assépticas são técnicas que impedem a entrada de micro-organismos onde estes não
são desejados, ou seja, garantem a boa assepsia. Estas impedirão que micro-organismos presentes
no ar ou depositados sobre as diversas superfícies com a poeira, venham a contaminar materiais
estéreis do laboratório como meios de cultura, soluções e equipamentos ou, ainda, culturas puras de
micro-organismos. Também impedem que os micro-organismos com que estamos trabalhando nos
contaminem ou ao ambiente.
* Operações com micro-organismos patogênicos que podem gerar aerossóis, como por exemplo,
agitação intensa, centrifugação, seguidas da abertura do frasco que contém a suspensão microbiana
devem ser realizadas em cabine de segurança (capela de fluxo laminar vertical) e alças e agulhas
devem ser esterilizadas em forno esterilizador (Figura 5).
II - MATERIAL NECESSÁRIO
- pipetador
- pipetas de 1 mL e 10 mL embaladas em papel kraft ou similar
- estante para tubos
- tubos de ensaio contendo 10 mL de solução de corante (simulando meio de cultura
estéril)
- tubos de ensaio contendo 9 mL de água (simulando diluente estéril)
- alça de platina ou de níquel-cromo
- tubos de ensaio vazios
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- Erlenmeyer contendo 200 mL de solução de corante (simulando meio de cultura
estéril), com tampão de algodão
- bico de Bunsen
- placas de Petri embaladas em papel Kraft ou similar
III - OBJETIVOS
1. Identificar e manipular corretamente a vidraria principal e outros objetos de uso mais
frequente em Microbiologia.
3. Desenvolver habilidade de: a. manipular tubos contendo meios estéreis, b. realizar diluições
seriadas, c. distribuir meios de cultura estéreis em placas de Petri previamente esterilizadas.
IV - PROCEDIMENTOS
Parte A. Mostrar a vidraria principal (pipetas, placas, tubos, etc) e outros objetos de frequente
manipulação (alça, agulha de inoculação, bico de Bunsen, etc).
4. Distribuir 1 mL de solução de corante, contida em um tubo, para outro tubo vazio, usando
pipeta estéril de 1 mL. (Atenção!
Atenção! flambar rapidamente a boca dos tubos contendo a solução de
corante, imediatamente após abri-los e antes de fechá-los. A tampa nunca deve ser colocada sobre
a bancada, sendo retirada e mantida segura pelo dedo mínimo da mão que detém a alça ou agulha
durante a inoculação; este procedimento deve ser realizado na zona de segurança do bico de
Bunsen). Repetir quantas vezes julgar necessárias até o domínio da técnica.
1. A partir do tubo contendo solução de corante, transferir, com auxílio de pipeta de 1 ou 2 mL,
de maneira asséptica (próximo ao bico do Bunsen), 1 mL para tubo contendo 9 mL de água. Agitar
suavemente até que o corante se distribua de maneira uniforme. A partir deste tubo, transferir 1 mL
para outro tubo contendo 9 mL de água, agitando suavemente. Deste último tubo, transferir 1 mL para
outro tubo contendo 9 mL de água.
- Transferência
Transferência de meio de cultura contido em Erlenmeyer para placas de Petri
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3. Retirar as placas vazias da embalagem e mantê-las próximas ao bico de Bunsen.
V – Questões
Questões para fixação de conhecimento
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MICROB 02 - COLORAÇÃO DE GRAM E MORFOLOGIA BACTERIANA
I - INTRODUÇÃO
As células bacterianas são caracterizadas quanto aos seguintes aspectos:
Tamanho: as bactérias são microscópicas, medindo desde 0,3 por 0,8 µm até 10 por 25 µm. Sendo
assim, não é possível visualizá-las a olho nu, precisando de um microscópio óptico comum.
Forma: as bactérias podem ser classificadas quanto à forma em três grupos básicos:
Cocos: células esféricas;
Bacilos: células cilíndricas, em forma de bastonetes;
Espirilos: células espiraladas. Algumas células comportam-se como bacilos curvos, que podem
ser denominados víbrios. Entre as bactérias espiraladas, existem as espiroquetas, as quais são
células flexíveis que se movimentam por rotação e flexão.
Arranjo:
Arranjo grupamentos bacterianos. Dependendo do plano e do número de divisões através das quais as
bactérias continuam unidas, podem aparecer os seguintes arranjos:
- Cocos:
Divisão em um plano:
- Aos pares: diplococos
- Em cadeias: estreptococos
- Bacilos e Espirilos:
Apresentam-se, em geral, como células isoladas, porém, ocasionalmente, pode-se observar: bacilos aos
pares (diplobacilos) ou em cadeias (estreptobacilos).
Coloração de Gram
Em 1884, o médico dinamarquês Christian Gram descobriu, empiricamente, ao corar cortes
histológicos com violeta de genciana, através do método de Ehrlich (1882), que bactérias que eles
continham não eram descoradas pelo álcool, se previamente tratadas com solução de iodo. Ele
adicionou a este procedimento um contra-corante (safranina, fucsina básica) e estabeleceu, a partir daí,
uma nova metodologia de coloração diferencial.
Ao longo desses anos, o mecanismo da coloração de Gram foi intensamente estudado. Surgiram
muitas modificações, contudo sem afetar substancialmente a idéia original.
O mecanismo da coloração de Gram refere-se à composição da parede celular, sendo que as
Gram-positivas possuem várias camadas de peptideoglicano e ácidos teicóicos, e as Gram-negativas,
uma fina camada de peptideoglicano sobre a qual encontra-se uma camada constituída de
lipoproteínas, fosfolipídeos e lipopolissacarídeos. Durante o processo de coloração de Gram, o
tratamento com álcool (ou álcool-acetona) extrai os lipídeos, daí resultando uma porosidade ou
permeabilidade aumentada da parede celular das bactérias Gram-negativas. Assim, o complexo cristal
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violeta-iodo (CV-I) pode ser retirado e as bactérias Gram-negativas são descoradas. A parede celular
das bactérias Gram-positivas, em virtude de sua composição diferente, torna-se desidratada durante o
tratamento com álcool, a porosidade diminui, a permeabilidade é reduzida e o complexo CV-I não pode
ser extraído.
Outra explicação baseia-se também em diferenças de permeabilidade entre os dois grupos de
bactérias. Nas bactérias Gram-positivas, o complexo CV-I é retido na parede após tratamento pelo
álcool-acetona, o que causa, provavelmente, uma diminuição do diâmetro dos poros da camada de
peptideoglicano da parede celular. Os poros da parede das bactérias Gram-negativas permanecem
suficientemente grandes, mesmo após tratamento com álcool-acetona, possibilitando a extração do
complexo CV-I.
De acordo com Trabulsi (2008), na etapa diferencial com álcool-acetona, as bactérias Gram-
negativas, devido à pequena espessura da camada basal e às descontinuidades existentes nesta
camada, em pontos de aderência entre a membrana externa e a membrana celular, têm o complexo
corado extraído pelo álcool, que deixa as células descoradas.
A reação de Gram é extremamente dependente do estado fisiológico da célula. As culturas jovens
respondem melhor à diferenciação tintorial. As culturas velhas de Gram-positivas podem se apresentar
com Gram variável, pela perda da capacidade de retenção do corante. Enzimas líticas, excretadas
normalmente por culturas envelhecidas, podem causar danos à parede celular, como por exemplo,
alterando a permeabilidade aos solventes (álcool-acetona). Conseqüentemente, o complexo iodo-cristal
violeta poderá ser retirado da célula.
II - OBJETIVOS
Executar a técnica de coloração de Gram, relacionar a composição da parede celular das
bactérias com os corantes de Gram, classificar as bactérias de acordo com a coloração de Gram, verificar
a importância de realizar a coloração de Gram a partir de um material clínico, citar as formas das
bactérias e descrever seus arranjos.
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III – MATERIAL
IV – MÉTODO
As etapas da preparação do esfregaço a partir de meios líquido e sólido encontram-se na figura 6.
4. Em seguida, realizar a fixação, passando duas ou três vezes a lâmina na chama do bico de Bunsen;
1. Colocar uma pequena gota de solução salina fisiológica na superfície de uma lâmina, com auxílio de
uma alça de platina;
2. Flambar a alça, esfriá-la e coletar o inóculo bacteriano, fazendo uma suspensão homogênea;
5. Em seguida, realizar a fixação, passando duas ou três vezes a lâmina na chama do bico de Bunsen;
1. Cobrir todo o esfregaço com solução de cristal violeta, aguardar um minuto e desprezar o corante na
pia;
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2. Cobrir todo o esfregaço com solução de lugol, aguardar um minuto e 30 segundos e desprezar o
corante na pia;
3. Inclinar a lâmina e gotejar solução álcool-acetona até que não haja desprendimento de corante (cerca
de 30 segundos). Lavar a lâmina rapidamente em água corrente;
4. Cobrir o esfregaço com fucsina (ou safranina) e aguardar 30 segundos. Lavar a lâmina e secá-la ao ar
(sem esfregá-la).
5. Observar ao microscópio, com objetiva de imersão.
6. Desenhar as estruturas e arranjos observados.
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V – Questões para fixação de conhecimento
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MICROB 03 - COLORAÇÃO DE ESPOROS BACTERIANOS – MÉTODOD
MÉTODOD DE
WIRTZ
I – INTRODUÇÃO
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II – OJBJETIVOS
III - PROCEDIMENTO
1. Em uma lâmina limpa, preparar um esfregaço fino a partir de cultura de Bacillus subtilis mantida
há vários dias em meio sólido (por exemplo: ágar triptona-soja).
2. Deixar secar ao ar naturalmente;
3. Fixar sobre a chama do bico de Bunsen (3 a 4 vezes);
4. Deixar esfriar;
5. Cobrir o esfregaço com uma solução aquosa de verde malaquita a 5% e aquecer até
desprendimento de vapores durante 5 minutos sobre a chama do bico de Bunsen (ou em banho-maria a
100o C por 5 a 10 minutos). Não deixar a preparação secar, acrescentando mais corante;
6. Deixar esfriar;
7. Lavar em água corrente;
8. Corar rapidamente, por 30 segundos, com uma solução aquosa de safranina a 1%;
9. Lavar em água corrente;
10. Deixar secar;
11. Observar ao microscópio ótico com a objetiva de 100 X (imersão).
IV - INTERPRETAÇÃO
Células vegetativas: cor vermelha
Endosporo: cor verde
Bactérias não esporuladas: cor vermelha
Esporos bacterianos livres: cor verde
1. Explique o que ocorre com as células de Bacillus subtilis quando estas são deixadas por vários
dias em meio de cultura.
2. Quais gêneros bacterianos são capazes de formar esporos?
3. Por que o esfregaço e a solução de corante verde-malaquita devem ser aquecidos?
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4. Se a coloração de Wirtz tivesse sido aplicada a um esfregaço proveniente de células de Bacillus
subtilis reativadas há 24 horas sob condições ideais de cultivo, que estruturas seriam observadas
na lâmina após a coloração?
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MICROB 04 - PREPARAÇÃO DE MEIOS DE CULTURA
I - INTRODUÇÃO
Até cerca de 1880 os micro-organismos eram cultivados em meios líquidos, quando Robert Koch
e sua equipe introduziram os meios de cultura sólidos, os quais permitiram o estudo de espécies
isoladas (culturas puras), separando-as de espécies contaminantes.
Os meios de cultura consistem da associação qualitativa e quantitativa de substâncias que
fornecem os nutrientes necessários ao desenvolvimento (cultivo) de micro-organismos fora do seu meio
natural. Tendo em vista a ampla diversidade metabólica dos micro-organismos, existem vários tipos de
meios de cultura para satisfazerem as variadas exigências nutricionais. Além dos nutrientes é preciso
fornecer condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento dos micro-organismos, tais como pH,
pressão osmótica, umidade, temperatura, atmosfera (aeróbia, microaeróbia ou anaeróbia), dentre
outras.
Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos,
sólidos quando contêm
agentes solidificantes, principalmente ágar entre 1 e 2%. O ágar é um polímero - sulfato de ácido
poligalacturônico, extraído de várias espécies de algas, principalmente do gênero Gellidum, cuja função
é solidificar os meios de cultura. Geralmente, a maioria das bactérias não metaboliza o ágar. Os meios
semi-
semi-sólidos contêm de 0,075 a 0,5 %, de ágar, dando uma consistência intermediária, de modo a
permitir o crescimento de micro-organismos em tensões variadas de oxigênio ou a verificação da
motilidade e também para conservação de culturas; os meios líquidos,
líquidos não contêm agentes
solidificantes, apresentando-se como um caldo, utilizados para ativação das culturas, repiques de
micro-organismos, provas bioquímicas, dentre outros.
Os meios de cultura podem ainda ser classificados quanto à procedência dos constituintes em
naturais ou complexos,
complexos quando emprega ingredientes com composição química não definida,
definida tais como
extratos de vegetais (malte, tomate, amido de tubérculos, peptona de soja, etc.) de animais (carne,
cérebro, fígado, caseína, etc.) e de micro-organismos (levedura) e artificiais,
artificiais sintéticos ou ainda
quimicamente definidos quando a composição química
química é conhecida (usados para trabalhos de pesquisa)
e seus componentes servem para suprir as exigências nutritivas dos micro-organismos, em fontes de
carbono, nitrogênio, vitaminas, energia, sais minerais, dentre outros, quando então são conhecidas as
necessidades nutricionais específicas. Quanto à composição química podem ser simples (meios básicos)
ou complexos.
Básicos são aqueles que permitem o crescimento bacteriano sem satisfazer, contudo, nenhuma
exigência em especial (Ex. caldo e ágar simples).
Especiais quando cumprem com as exigências vitais de determinados micro-organismos, como meio de
infusão de cérebro e coração, ágar sangue, ágar chocolate (ágar simples fundido, adicionado de sangue
e aquecido a 80°C), meio de carne cozida (com fragmentos de fígado - para anaeróbios), meios Shahidi
Ferguson Perfringens (SFP), Triptose Sulfito Ciclosserina (TSC) , Baird-Parker (com gema de ovo) (meios
ricos ou meios enriquecidos com as substâncias citadas), etc.
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Meios de pré-
pré-enriquecimento - são aqueles que permitem a recuperção/multiplicação de micro-
organismos injuriados, ou seja, para amostras que sofreram algum tipo de tratamento (térmico ou
químico). Ex. água peptonada tamponada, caldo lactosado (isolamento de Salmonella sp em alimentos).
Diferenciais - quando contêm substâncias que permitem estabelecer diferenças entre micro-organismos
muito parecidos, tais como meio de Eosina Azul de Metileno – EMB (diferencial para coliformes), Ágar
MacConkey para a diferenciação de Enterobactérias, Ágar sangue, agar Baird-Parker para isolamento e
diferenciação de cocos Gram positivos (sólidos).
Meios de triagem - meios que avaliam determinadas atividades metabólicas permitindo caracterização e
identificação perfunctória ou presuntiva de muitos micro-organismos (ágar tríplice açúcar e ferro, meio
Escola Paulista de Medicina – EPM, meio motilidade, indol, lisina – MILi, caldo ou ágar uréia, etc.)
II – OBJETIVOS
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III - PROCEDIMENTOS
2. Aquecer em banho-maria (ou em chama de bico de Bunsen), agitando freqüentemente com auxílio de
bastão de vidro, até completa dissolução do meio de cultura (o meio torna-se translúcido);
3. Adicionar tampão de algodão e gaze, proteger o tampão com papel manilha ou Kraft (ou similar);
5. Após a esterilização, armazenar o meio de cultura em geladeira (ou em lugar fresco e ao abrigo da
luz).
1. Em um béquer de 150 mL, pesar quantidade necessária para o preparo 50 mL de caldo triptona e soja
– TSB e adicionar 100 mL de água destilada. Com auxílio de um bastão de vidro, agitar até completa
dissolução do meio e cultura;
2. Transferir, com auxílio de pipeta graduada, 5 mL de caldo para tubos de ensaio com tampa
rosqueável (Atenção! Não fechar completamente as tampas dos tubos);
Observação: Alguns meios de cultura são preparados da mesma forma, porém se for necessário utilizar
algumas substâncias termolábeis (por exemplo: uréia) ou que reajam com as substâncias dos meios
(aminoácidos, açúcares), as mesmas são esterilizadas à parte por filtração, através de membranas (de
nitrocelulose ou acetato de celulose) com poros de 0,22µm de diâmetro (Millipore, Sartorius), e depois
incorporadas, assepticamente, ao meio previamente esterilizado.
1. Em um béquer de 250 mL, pesar 0,85 g de cloreto de sódio (NaCl) e adicionar 100 mL de água
destilada. Com auxílio de um bastão de vidro, agitar até completa dissolução;
2. Transferir, com auxílio de pipeta graduada, 5 mL de solução para tubos de ensaio com tampa
rosqueável (Atenção! Não fechar completamente as tampas dos tubos);
1. De acordo com orientação de seu professor, embrulhar 4 placas de Petri e 5 pipetas graduadas de 2
mL em papel manilha (ou similar);
2. Esterilizar este material em estufa a 180o C por 1 hora ou em autoclave a 121o C por 15 minutos
(neste caso, o material deverá ser seco em estufa antes de ser utilizado);
2. Cite dois exemplos de meios de cultura que sejam simultaneamente seletivos e diferenciais.
4. Por que o tempo de esterilização é maior em estufa a 180ºC do que em autoclave a 121ºC?
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MICROB 05 - ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS EM AUTOCLAVE
I – INTRODUÇÃO
II – OBJETIVOS
Demonstrar o funcionamento de uma autoclave vertical elétrica e manual, de acordo com as
normas de segurança.
III - PROCEDIMENTO
1. Abrir cuidadosamente a tampa da autoclave.
2. Adicionar água limpa e em quantidade suficiente à autoclave.
3. Colocar o cesto contendo o material a ser autoclavado (distribuir adequadamente os recipientes
de maneira a permitir que o vapor permeie todos eles).
4. Fechar a autoclave através de suas presilhas de segurança.
5. Ligar a autoclave, deixando o botão de controle de velocidade de aquecimento no máximo.
6. Deixar a válvula (situada na tampa da autoclave) aberta até perceber a saída de vapor
condensado.
7. Assim que o vapor começar a sair pela mangueira, indicando que o ar quente foi expulso e a
câmara está saturada de vapor, fechar a válvula.
8. Observar o manômetro/termômetro e aguardar até atingir a pressão e a temperatura desejadas
(geralmente: 1 atm e 121ºC, respectivamente).
9. Assim que se atingirem pressão e temperatura desejadas, reduzir a velocidade de aquecimento e
marcar o tempo de esterilização (geralmente, 15 minutos). Atenção!!! Não deixar que haja
oscilação da pressão e temperatura! Posicionar o contra-peso (situado na tampa da autoclave)
para frente para diminuir a pressão ou para trás para aumentar a pressão.
10. Após o tempo de esterilização, desligar o equipamento.
11. Aguardar que a temperatura decaia para 100º C (ou menor).
12. Com auxílio de luvas de cano longo, abrir a válvula (situada na tampa) para que haja saída total
do vapor.
13. Abrir todas as presilhas de segurança e finalmente, levantar a tampa.
14. Com auxílio de luvas de cano longo retirar da câmara o material esterilizado.
b.
a.
Figura 7 - Autoclave vertical. a. cesto; b. resistência para aquecimento da água e geração de vapor 23
MICROB 06 - ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E DA MICROBIOTA
HUMANA
1 - OBJETIVOS
1. Aplicar as técnicas de manobras assépticas.
2. Verificar a presença de micro-organismos em partes do corpo humano, superfícies e ar.
2 - PROCEDIMENTOS
1. Verter o meio de cultura “ágar de contagem padrão” ou ágar triptona de soja previamente fundido em
banho-maria em placas de Petri estéreis. (Atenção! Realizar esta etapa de distribuição dos meios de
cultura na “zona de segurança” da chama do bico de Bunsen para evitar contaminação);
3. Expor uma placa com o meio de cultura solidificado em um local de sua preferência (laboratório,
elevador, rampa, saguão, etc) durante 15 minutos;
• Com auxílio de um swab, retirar material de partes do corpo humano: saliva, língua, ouvido,
superfície das mãos, região inferior da unha, nariz e, em seguida, espalhá-lo na superfície dos
meios de cultura;
1. Observar a presença de diferentes colônias na superfície dos meios de cultura, com diferentes
tamanhos, aspectos, cor.
1. Quais os cuidados que devem ser observados durante a distribuição de meio de cultura estéril
nas placas de Petri?
2. Qual técnica pode ser empregada para se estimar o grau de contaminação microbiana presente
em um ambiente? Como esta técnica é denominada? Quais suas vantagens e limitações?
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MICROB 07 - AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DE SUPERFÍCIES ATRAVÉS
DE MÉTODOS RÁPIDOS – PETRIFILMTM E RODAC
I - Introdução
Introdução
A placa de RODAC - Replicate Organism Detection And Counting contém meio de cultura
destinado a diferentes micro-organismos. Quando colocada em contato com a superfície a ser avaliada
(por exemplo: equipamentos, mesas, etc), os micro-organismos são transferidos para a placa. Este
método limita-se a superfícies planas.
II - Procedimento
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3. Recolocar o swab na solução salina (cortar, com auxílio de tesoura, a porção da haste tocada
pela mão do operador) e homogeneizar vigorosamente, para que os micro-organismos se
desprendam do algodão e migrem para a solução salina.
4. Com auxílio de pipeta estéril, transferir 1 mL da solução salina contendo o swab para outro tubo
contendo 9 mL do mesmo diluente (esta é a diluição 10-1).
5. Com auxílio de pipeta estéril, inocular 1 mL das duas diluições da amostra em Petrifilm para
micro-organismos heterotróficos e para coliformes. Para tanto seguir as orientações do
fabricante, apresentadas a seguir: colocar a placa em uma superfície plana, levantar o filme
superior e posicionar a ponta da pipeta perpendicular ao centro do filme inferior. Depositar o
volume de 1 mL e baixar o filme superior sobre o líquido, evitando a formação de bolhas.
Posicionar o difusor plástico sobre o centro do filme superior, com o lado liso para baixo. Com
leve pressão, espalhar o líquido sobre todo o filme inferior. Não arrastar o difusor sobre a placa,
apenas pressionar levemente. Remover o difusor e aguardar 2 a 5 minutos, para total
solidificação do gel.
6. Incubar as placas com o lado transparente para cima a 35º C por 24 horas.
9. No Petrifilm para coliformes, contar apenas as colônias típicas, vermelhas com bolhas de gás.
10. Determinar o número de UFC/mL multiplicando o número de colônias típicas pelo inverso da
diluição.
Método de RODAC
• Amostrar a superfície, colocando o meio de cultura (Ágar Padrão para Contagem) da placa de
RODAC em contato com a mesma por 30 segundos.
26
c) Avaliação do grau de higienização de mãos pelo método de esponja
1. Colocar 10 mL de solução de água peptonada no interior de um saco plástico contendo uma esponja
de celulose previamente esterilizada em autoclave, hidratando a esponja;
2. Retirar o excesso da solução segurando-a e espremendo-a com a mão envolvida em saco plástico ou
luva estéril;
3. Amostrar a mão direita, passando a esponja umedecida na palma da mão da seguinte forma: passe a
esponja da porção proximal (punho) para a porção distal (dedos) da mão, repetindo este movimento 6
vezes, sempre neste sentido, de modo que toda a palma seja amostrada; depois passe a esponja entre
os dedos; não amostre o dorso da mão.
6. Plaquear as diluições em ágar para contagem padrão (PCA) pelo método "pour plate"; (item I.1)
c.2) Sanitização
27
MICROB 08 - CONTROLE MICROBIANO – AÇÃO DO CALOR E DA PRESSÃO
OSMÓTICA
I - INTRODUÇÃO
Os micro-organismos podem ter seu desenvolvimento controlado por agentes químicos e físicos,
os quais podem eliminá-los completamente ou impedir seu crescimento.:
II - OBJETIVOS
Avaliar a resistência térmica de diferentes bactérias e o efeito da pressão osmótica sobre estes
organismos.
Avaliar diferentes tipos de anti-sépticos empregados no controle do crescimento de micro-
organismos.
III - PROCEDIMENTOS
Ação do calor
calor
Esta prática deve ser feita para os dois micro-organismos. Cada grupo escolhe uma das cepas
bacterianas: Escherichia coli ou Staphylococcus aureus
Separar cinco tubos contendo caldo triptona de soja ou similar estéril e inocular cada tubo com
duas gotas de cultura bacteriana. Em seguida, os meios inoculados devem ser submetidos às diferentes
condições apresentadas a seguir e incubados a 37o C por 24-48 horas.
- Primeiro tubo: controle (sem aquecimento)
- Segundo tubo: Banho-maria, 100o C, 5 minutos
- Terceiro tubo: Banho-maria, 100o C, 10 minutos
- Quarto tubo: Banho-maria, 100º C, 15 minutos
- Quinto tubo: Banho-maria, 100º C, 20 minutos
Separar quatro tubos contendo caldo triptona de soja ou similar estéril com diferentes
concentrações de NaCl (0%, 5%, 10% e 20%) e inocular cada um deles com duas gotas de cultura
bacteriana. Incubar os tubos a 37oC por 24-48 horas. Após este período, realizar interpretação dos
resultados.
Ação de anti-sépticos
Demarcar na placa de Petri, contendo o meio sólido ágar triptona de soja, com caneta para
retroprojetor três regiões distintas: 1, 2 e 3.
- Região 1: pressionar levemente o polegar
- Região 2: lavar o polegar com sabonete comum, deixar secar e pressionar nesta região
- Região 3: aplicar solução anti-séptica em estudo, deixar secar e pressionar nesta região.
Incubar as placas a 37ºC por 48 horas. Após este período, realizar a interpretação dos resultados.
28
IV – Questões para fixação de conhecimento
2. Como será possível determinar o tempo à temperatura de aproximadamente 100º C necessário para
destruir as células bacterianas em estudo?
3. Após aplicar um anti-séptico nas mãos, deixando-o pelo tempo estabelecido pelo fabricante, toda a
microbiota das mãos será eliminada? Por quê?
29
MICROB 09 - ISOLAMENTO E CONTAGEM DE MICRORGANISMOS
MICRORGANISMOS
Introdução
Os diversos métodos existentes para contagem de microrganismos podem ser divididos em dois
grupos principais, aqueles que quantificam o número de células e aqueles que quantificam a massa
celular. Alguns métodos determinam somente as células viáveis (vivas), enquanto outros determinam as
células totais (vivas e mortas).
Contagem em Placas
Este é o principal método de contagem de células viáveis. É demorado, visto que é necessário
aguarda a multiplicação de uma célula isolada no meio sólido, de modo que esta forme uma colônia
macroscopicamente visível, a ser contada. Pode ser empregado tanto para materiais com alta
concentração microbiana, neste caso sendo utilizado o método das diluições seriadas, como também
para materiais líquidos com pouca concentração microbiana, nos quais o método da filtração é o mais
apropriado.
32
Método da filtração
É utilizado para materiais líquidos nos quais se espera uma pequena quantidade de
microrganismos, como por exemplo, a água de abastecimento das cidades, que deve apresentar um
baixo número de bactérias, uma vez que é previamente tratada com cloro ou outro agente desinfetante.
Neste método, volumes de cerca de 100 mL da amostra são filtrados em uma membrana porosa
adequada, que deverá reter os microrganismos. Em seguida, esta membrana é colocada na superfície de
uma placa de Petri contendo meio de cultura. A difusão dos nutrientes pela membrana permite que os
microrganismos retidos se multipliquem e formem colônias, as quais poderão então ser contadas. Nesta
técnica, em virtude do tamanho da membrana filtrante, são consideradas significativas as contagens em
placas que apresentem de 20 a 200 colônias.
Deve-se ressaltar que o método exige que se trabalhe com repetições para que os resultados
possam ser estatisticamente válidos.
Alguns sistemas utilizados para filtração são fabricados pelas indústrias Millipore e Gelre. Estes
podem ser feitos de aço inox ou de material polimérico resistente ao calor.
Contagem de microrganismos do ar
Diferentes metodologias são propostas para quantificação dos microrganismos no ar. Algumas
delas são bastante simples, como o “método da exposição de placas ou de sedimentação”. Neste caso,
as placas são expostas ao ar do ambiente por um determinado tempo, quando os microrganismos se
depositam pela ação da gravidade sobre o meio de cultura. As colônias que ali se desenvolvem poderão,
então, ser contadas. Apesar de sua simplicidade, este método, por todas as suas imprecisões técnicas e
por não quantificar os microrganismos em relação a um volume de ar, não é muito recomendável.
É possível também fazer a impactação, ou borbulhamento de um volume definido de ar em um
diluente, e depois quantificar os microrganismos capturados pelo líquido pelo método de contagem em
placa. Embora apresente vantagens em relação ao anterior, o método é muito trabalhoso, sendo
também pouco utilizado.
Outro método sugerido é a filtração de um volume definido de ar através de uma membrana, e a
posterior quantificação dos microrganismos de forma semelhante ao descrito no item Método da
filtração. No entanto, este método apresenta a desvantagem de expor os microrganismos capturados na
membrana a um fluxo muito elevado de ar, que, por sua ação desidratante, pode causar a morte de
muitos deles.
O método considerado mais adequado para contagem de microrganismos no ar é o de
impactação em um meio sólido, que emprega um equipamento chamado de amostrador de Andersen.
Neste, uma corrente de ar de alta velocidade incide sobre a superfície de um meio de cultura sólido que
capturará as partículas de ar contendo os microrganismos. A placa contendo o meio é incubada, e o
número de colônias que se desenvolvem poderá ser quantificado e correlacionado ao volume analisado.
33
Este método fornecerá a contagem total de células vivas e mortas, e não se aplica a qualquer
microrganismo. Assim sendo, não será possível utilizá-lo para contagem de fungos ou bactérias
filamentosas. Microrganismos móveis, tais como alguns protozoários e bactérias também não podem
ser contados. Apresenta como vantagem a rapidez na execução, dispensando incubações. Um exemplo
de câmara para contagens é a câmara de Petroff-Hausser.
Contadores eletrônicos de partículas também são muito utilizados em laboratórios de análises
clínicas para contagem de células sangüíneas. Estes podem registrar a magnitude e duração de
mudanças de condutividade de ma suspensão de células bacterianas à medida que as mesmas passam
através de um pequeno orifício. Desta maneira, podem ser registrados o número e a distribuição do
tamanho de uma população de células. É um método rápido, porém apresenta como inconveniente a
possibilidade de partículas inanimadas poderem ser tratadas erroneamente como células.
Turbidimetria
Este é um método indireto no qual são contadas células totais, a partir da turvação observada no
meio líquido onde ocorre o crescimento microbiano. Dentro de certos limites, quanto maior o número
de células presentes, maior a turvação do meio. Aplica-se apenas a microrganismos capazes de crescer
como células isoladas, não sendo útil para bactérias ou fungos filamentosos.
Para esta contagem, é necessário que se seja obtida uma curva-padrão para cada microrganismo
estudado, onde será relacionado o número de células conhecido com a turvação correspondente
(expressa pela absorbância ou densidade ótica), medida em espectrofotômetro ou colorímetro.
Este método não é muito sensível, uma vez que exige um número mínimo de células bastante
alto para ser significativo. Apresenta as vantagens de ser rápido, fácil e de não destruir a amostra.
A escala de McFarland também é considerada um método turbidimétrico e utiliza uma escala de
turvação baseada numa suspensão de sulfato de bário, um sal insolúvel.
Neste caso, adquire-se um conjunto de tubos lacrados contendo suspensões do referido sal em
quantidades crescentes, em que quanto maior a quantidade de sal, maior a turvação da suspensão. A
medida é feita através de comparação visual entre as turvações da escala de McFarland e a turvação da
suspensão microbiana. Existe uma equivalência, descrita pelo fabricante, entre densidade a densidade
ótica de cada tubo da escala e a concentração de bactérias ou leveduras presentes.
34
MICROB10
MICROB10 - IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS ATRAVÉS DE TÉCNICA DE
MICROCULTIVO EM LÂMINA
Introdução
Os fungos de interesse médico, agentes de micoses, são de dois tipos morfológicos: leveduras,
leveduras
que são unicelulares e bolores ou fungos filamentosos, que são multicelulares. Existe um subgrupo
dentro dos filamentosos, chamados fungos dimórficos,
dimórficos que se apresentam sob ambas as formas,
dependendo principalmente da temperatura, mas sob influência também do teor de CO2 e condições
nutricionais.
As leveduras têm como estrutura primária, células que se reproduzem por brotamento,
brotamento único ou
múltiplo, em geral, de forma arredondada.
arredondada Estas células são esporos de origem assexual e se
denominam blastoconídios.
blastoconídios Alguns gêneros de leveduras menos importantes em micologia médica,
reproduzem-se por fissão.
Os fungos filamentosos possuem como elemento constituinte básico a hifa,
hifa que pode ser
septada ou não septada (cenocítica). A partir da hifa formam-se esporos,
esporos para propagação das espécies.
Na grande maioria dos fungos, os esporos podem ser chamados de conídios, pois nascem
diretamente delas ou sobre estruturas ligadas a elas.
Esses conceitos fundamentais representam a base para a identificação de um fungo,
fungo pois a
classificação de filamentosos é feita, em regra, pelas características morfológicas,
morfológicas tanto macroscópicas
(cor, aspecto, textura da colônia, etc.), quanto microscópicas
microscópicas (forma e cor da hifa, presença ou não de
septos, tipo e arranjo de esporos, etc.), além da velocidade de crescimento (lenta, moderada ou rápida).
A identificação de leveduras,
leveduras ao contrário, é feita, principalmente, por características fisiológicas,
fisiológicas desde
que, a morfologia destes fungos não é muito variada e não permite distinção entre espécies e, em regra,
entre gêneros.
35
No microcultivo em lâmina, as estruturas permanecem íntegras além de ser utilizado um meio de
cultura (ágar batata ou ágar Sabouraud), que estimula a produção de macro e microconídeos, que na
maioria das vezes identificam o fungo. Estimula, também, a formação de pigmento.
Procedimento
· Esterilizar placas de Petri com 3 lâminas no interior (duas servem para suporte e a outra para realizar
o microcultivo).
· Preparar ágar batata em placa.
· Cortar em quadradinhos (um pouco menores do que uma lamínula) com auxílio de bisturi estéril.
· Colocar um pedaço de ágar batata (ou Sabouraud) no centro da lâmina do microcultivo.
· Com a alça em “L”, cortar pedaços bem pequenos da colônia do fungo filamentoso cultivado
previamente em ágar batata ou Sabouraud e colocar nos quatro lados do pedaço de ágar batata (ou
Sabouraud).
· Cobrir com lamínula estéril, pressionando levemente.
· Colocar um pouco de água destilada estéril e incubar a 25ºC, repondo a água estéril, sempre que
necessário. O período de incubação deve ser de 10 a15 dias, dependendo da velocidade do crescimento
do fungo.
· Para fazer a montagem, retirar a lamínula com pinça estéril. Fixar o fungo na lamínula colocando 1 a 2
gotas de álcool e esperar secar. Montar essa lamínula em lâmina limpa, com 1 gota de Lactofenol
azulalgodão.
· A lamínula pode ser vedada com esmalte de unha ou Entellan para conservar por mais tempo.
Retirar a lamínula com auxílio de uma pinça, cuidadosamente, uma vez que nela deverão estar
aderidas as hifas e esporos do fungo. Pingar uma gota de corante azul de lactofenol-algodão (“Cotton
Blue”) e montar sobre uma lâmina. Desprezar o cubo de ágar e, em seu lugar, pingar outra gota de
corante azul e recobrir com lamínula, para visualizar esporos e hifas também aderidos à lâmina.
Observar em microscópio ótico com objetiva de 40 X, o tipo e cor da hifa, forma disposição e formação
de esporos.
O corante azul de lactofenol-azul algodão, utilizado na microscopia de culturas de fungos
filamentosos, é formulado e preparado da seguinte forma:
36
Preparação do Lactofenol azul-
azul-algodão:
37
MICROB 11
11 - ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA
ONT
I – INTRODUÇÃO
Entende-se por água potável a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos,
físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde
(BRASIL, 2004).
A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico estabelecido pela
Portaria nº518, de 25 de março de 2004, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), apresentado na Tabela
abaixo:
(2)
Água para consumo humano
NOTAS:
(1) Valor Máximo Permitido.
(2) água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços,
minas, nascentes, dentre outras.
II – OBJETIVOS
Avaliar a qualidade microbiológica de amostras de água de abastecimento e de água mineral.
III - PROCEDIMENTOS
Utilizar frascos com tampas à prova de vazamentos, de material aprovado para contato com água
destinada ao consumo humano e, de preferência, autoclaváveis ou pré-esterilizados. Podem-se também
38
empregar recipientes descartáveis (sacos plásticos) previamente esterilizados, comercialmente
disponíveis.
heterotróficos
I. Contagem de heterot róficos-
róficos - plaqueamento em profundidade (“pour plate”)
Também conhecida como contagem padrão em placas, é um procedimento que objetiva estimar
o número de bactérias heterotróficas na água, particularmente como uma ferramenta para acompanhar
variações nas condições de processo, no caso das águas minerais, ou a eficiência das diversas etapas de
tratamento, no caso de águas tratadas, permitindo ainda verificar as condições higiênicas em diferentes
pontos da rede de distribuição.
1. Inoculação: através de pipeta estéril, adicionar 1 mL e 0,1 mL da amostra de água em placas de Petri
vazias estéreis.
39
3. Incubação:
Incubação aguardar a completa solidificação do meio de cultura, distribuindo as placas numa
superfície plana. Após a solidificação, inverter as placas e incubar a 35o C por 48 horas.
Contagem as colônias e cálculo dos resultados: selecionar as placas com 30 a 300 colônias e contar as
colônias com o auxílio de uma lupa, em um contador de colônias. Calcular o UFC por mL da amostra
multiplicando o número de colônias pelo inverso da diluição inoculada. Usar notação exponencial e
apenas uma casa decimal depois da vírgula, na apresentação dos resultados.
UFC/mL = No de colônias/diluição
II. Número Mais Provável de Coliformes Totais e Termotolerantes – Técnica dos Tubos Múltiplos
Introdução
Grupo dos coliformes totais: este grupo inclui as bactérias na forma de bastonetes Gram
negativos, não esporogênicos, aeróbias ou anaeróbias facultativas, capazes de fermentar a lactose com
produção de gás em 24 a 48 horas a 35o C. O grupo inclui cerca de 20 componentes, dentre os quais
encontram-se tanto bactérias do trato intestinal de humanos e de outros animais de sangue quente,
como também diversos gêneros e espécies não entéricas, como Serratia e Aeromonas. Por essa razão,
sua quantificação em água e alimentos é menos representativa, como indicação de contaminação fecal,
do que a quantificação de coliformes fecais ou de E. coli.
1. A partir de cada tubo positivo no item anterior, transferir uma alçada bem carregada de cultura
para tubos de caldo Verde brilhante (VB). Incubar os tubos a 35oc por 24 a 48 h e observar se há
crescimento com produção de gás, confirmativo de coliformes totais.
40
2. Anotar o número de tubos de VB com gás e determinar o Número Mais Provável (NMP) de
coliformes totais/50mL em tabela de NMP apropriada às diluições inoculadas (Tabela 1).
3. A não ocorrência de gás após 48 h de incubação indica ausência de coliformes totais na amostra.
1. A partir de cada tubo positivo de LST (item II.1) transferir uma alçada bem carregada da cultura
para tubos de caldo EC.
Número Mais Provável (NMP) - nível de 95% de probabilidade, para diversas combinações de tubos
positivos e negativos na inoculação de 5 alíquotas de 10 g ou 10 mL da amostra por tubo.
1 < 2,2
2 2,2
3 4,4
4 7,2
5 10,2
Fonte: SILVA et al. (2005)
IVIIV - V -
41
MICROB 12
12 - DETECÇÃO DE COLIFORMES EM ÁGUA – MÉTODO
CROMOGÊNICO
ONT ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA
ÁGUA
Interpretação dos
dos resultados - COLILERT
Incolor:
Incolor frasco com 100 mL de amostra de água.
Amarelo:
Amarelo teste positivo para presença de coliformes totais.
Amarelo/Fluorescência azul teste positivo para presença de E. coli. AMBIENTAL
Amarelo/Fluorescência azul:
42
Passos para uso do COLITEST:
1) Coletar a amostra de água até a marca de 100mL 2) Adicionar o meio de cultura COLItest,
incubando-o a 37ºC por 18-48h
43
13 - PROVAS BIOQUÍMICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE Escherichia
MICROB 13
coli
I- Introdução
II - Procedimentos
a. Princípio:
Princípio testar a habilidade de um micro-organismo em produzir ácido orgânicos relativamente
estáveis, a partir da fermentação da glicose, de modo a suplantar a capacidade tampão existente no
meio de cultivo.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas neste teste será pesquisada a fermentação ácida mista, em que as bactérias
utilizam a glicose como substrato e liberam grande concentração de ácidos como produto final. E. coli
realiza esta fermentação.
c. Composição do meio:
meio
Meio de Clark & Lubs (VM-VP)
peptona tamponada 7,0 g
fosfato dipotássico 5,0 g
glicose 5,0 g
água destilada 1000 mL
d. Técnica:
Técnica
Inocular uma alçada de cultura contida em caldo triptona soja ou em caldo nutriente em tubo
contendo 3,5 mL de meio VM-VP e incubar a 35-37oC por 2 a 5 dias.
No momento da leitura, retirar 2,5 mL do meio e acrescentar cinco gotas de uma solução
hidroalcólica de corante vermelho de metila. O vermelho de metila é um indicador que já é ácido e
indicará os graus de acidez por alterações de cor de uma escala de pH de 4,4 a 6,0. Em pH 4,4 o
indicador ficará vermelho. Com a diminuição da acidez (pH = 6,0), o indicador passará para a cor
amarela.
44
Resultados Cor do meio
meio Interpretação
positivo vermelho pH 4,5
negativo amarelo pH 6,0
e. Interpretação:
Interpretação
Com o pH ácido de 4,4, o meio fica suficientemente ácido para manter o indicador vermelho.
Os micro-organismos VM (-) produzem ácidos, porém o pH é mais elevado (pH = 6,0) porque
a. Princípio:
Princípio determinar a habilidade de um certo micro-organismo em produzir um composto neutro, o
acetilmetilcarbinol (acetoína), a partir da fermentação da glicose.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas neste teste será pesquisada a fermentação butilenoglicol, na qual as bactérias
utilizam a glicose como substrato e liberam acetoína como principal produto final. Os principais gêneros
que realizam esta fermentação são Enterobacter e Aeromonas.
c. Composição do meio:
meio Meio de Clark & Lubs (item anterior)
d. Técnica:
A inoculação da bactéria-teste deve seguir as normas do item anterior.
No momento da leitura, retirar 1,0 mL do meio VM-VP e adicionar o seguintes reativos de Barrit,
nesta ordem:
1. 0,6 mL de solução de alfa-naftol a 5%;
2. 0,2 mL de solução de KOH a 40%;
3. agitar o tubo suavemente para oxigenar o meio, a fim de oxidar a acetoína e obter uma
reação de cor;
4. deixar o tubo em repouso pro aproximadamente 15 minutos antes de iniciar a interpretação.
e. Interpretação:
Interpretação
Depois de unir o alfa-naftol e KOH, deve-se agitar suavemente o tubo, para o oxigênio
atmosférico entrar e oxidar a acetoína, em diacetil, sendo que o KOH atua como agente oxidante o alfa-
naftol, como catalisador e intensificador da cor.
Como emprego de um agente oxidante, a cor produzida desaparece rapidamente, sobretudo
porque o complexo de reação diacetil-peptona pode ser rapidamente oxidado em um composto incolor.
Portanto, o resultado positivo será de rosa a vermelho, e o negativo será cobre, que é a reação
entre o KOH e o alfa-naftol.
45
Teste do citrato:
a. Princípio:
Princípio determinar se um micro-organismo é capaz de utilizar o citrato como única fonte de
carbono para seu crescimento com conseqüente alcalinização do meio de cultura.
b. Bases bioquímicas: neste teste serão observadas as bactérias que metabolizam o substrato citrato
pelo ciclo de Krebs (oxidação) ou pelo ciclo de fermentação, resultando como produto final pH alcalino,
acetato e formiato. O meio utilizado para a fermentação do citrato contém sais de amônia inorgânica.
Um micro-organismo que é capaz de de usar citrato como uma única fonte de carbono utiliza também
sais de amônia como sua única fonte de nitrogênio. Os sais de amônia são desdobrados em amoníaco
com conseqüente alcalinização do meio reacional.
Indicador de pH azul de br
bromotimol:
omotimol
d. Técnica:
Técnica
Inocular uma alçada de cultura de bactéria-teste contida em caldo triptona soja ou caldo
nutriente em superfície de ágar inclinado de citrato Simmnos. Incubar a 35-37oC por 24 horas ou mais
tempo, se necessário.
e. Interpretação
As bactérias que utilizam o citrato como única fonte de carbono farão com que o meio adquira
cor azul (pH alcalino), que é um produto do metabolismo do sal inorgânico acrescentado ao meio, pois o
produto do metabolismo do citrato é difícil detectar, porque são dois sais. Assim sabe-se que o citrato
foi metabolizado, através do produto do metabolismo do sal inorgânico de amônia.
No teste negativo o meio ficará verde e sem crescimento, pois a bactéria, por não conseguir
utilizar as fontes de carbono e de nitrogênio do meio, não sobreviverá.
46
Teste de produção de indol:
a. Princípio:
Princípio determinar a habilidade de um determinado micro-organismo em produzir o indol a partir
da molécula de triptofano.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas o triptofano é um aminoácido que, quando degradado por certas bactérias, leva à
formação principalmente dos seguintes produtos metabólicos intermediários: indol, escatol (metil-indol)
e ácido indol-acético. As várias enzimas intracelulares envolvidas neste processo fisiológico são
coletivamente denominadas de triptofanases. Os produtos intermediários formados em maior
quantidade na degradação do triptofano são representados pelo ácido indol-pirúvico, que produz indol
por desaminação, e pelo escatol formado pela descarboxilação do ácido indol-acético.
c. Composição do meio:
meio
Caldo triptona 1%
triptona 10,0g
NaCl 5,0g
Água destilada 1000 mL
d. Técnica:
Técnica
Inocular uma alçada de cultura de bactéria-teste contida em caldo triptona soja ou caldo
nutriente em caldo triptona 1%. Incubar a 35-37oC/24h.
No momento da leitura, adicionar 5 gotas de reativo de Kovacs.
Obs: o anel será formado na superfície do meio e ás vezes fica alaranjado devido à presença de escatol
(metil-indol).
e. Interpretação:
Interpretação
No teste positivo, a presença de indol no meio de cultivo é revelada pela adição do reativo de
Kovacs, ocorrendo então a seguinte reação química: o p-dimetl-amino-benzaldeído liga-se à molécula
de indol, produzindo um composto quinoidal de coloração vermelha, evidenciado pela formação de um
anel na camada alcoólica superficial do meio. A reação de cor, na realidade, é devida à reação dos
grupos CH2 do anel pirrólico da molécula do indol com o aldeído, que em um meio ácido forma uma
quinona.
No teste negativo, o meio fica amarelo, que é a cor do reativo de Kovacs.
1. Uma bactéria foi semeada em caldo VM-VP e incubada a 35ºC por 48 horas. Após este período,
transferiu-se uma alíquota de 2,5 mL deste meio de cultura para outro tubo de ensaio estéril e
47
adicionaram-se cinco gotas de solução de corante vermelho de metila. Observou-se
descoramento no meio de cultura. O que se pode afirmar sobre a bactéria em estudo?
2. Para verificar se a bactéria da questão 1 é produtora de indol, explique como deve ser realizada a
prova bioquímica e sua interpretação.
3. Após cinco dias de incubação a 35ºC em ágar citrato, observou-se coloração azul intensa. O que
se pode afirmar sobre a bactéria semeada neste meio?
48
MICROB 14
14 - TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM, HOMOGENEIZAÇÃO E DILUIÇÃO
SERIADA DE ALIMENTOS SÓLIDOS PARA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
1 - PROCEDIMENTOS
1. Com auxílio de garfo e faca estéreis, retirar, no mínimo 100g de alimento (por exemplo: queijo
Minas-frescal)* e transferir para saco plástico apropriado para acondicionamento de alimento.
Se o alimento a ser analisado estiver na embalagem original, enviá-lo desta maneira, ao laboratório
de análise.
1. Fazer a desinfecção da embalagem do alimento que será analisado, através de algodão embebido
em solução de álcool a 70%.
2. Abrir a embalagem do alimento na zona de segurança da chama do bico de Bunsen, com auxílio
de tesoura ou faca estéril (ou previamente mergulhada em solução de álcool a 70% e flambada).
3. Cortar o alimento em pedaços menores, na zona de segurança do bico de Bunsen, com auxílio
de faca e garfo estéreis,
5. Transferir, de maneira asséptica, a alíquota de 25g para copo de liquidificador estéril e adicionar
225mL de diluente (solução salina a 0,85% estéril).
8. Através de pipeta estéril, transferir 1mL da diluição 10-1 para tubo de ensaio contendo 9 mL de
diluente e agitar manualmente (ou em vortex) por 10 a 15 segundos. Esta é a diluição 10-2.
9. Transferir 1mL da diluição 10-2 para tubo de ensaio contendo 9 mL de diluente e agitar por 10 a
15 segundos. Esta é a diluição 10-3.
49
II – Questões para fixação
fixação de conhecimento
1. Cite o nome de um diluente normalmente utilizado em análises microbiológicas de alimentos.
2. Uma alíquota de 1mL de uma suspensão bacteriana foi transferida para 9mL de diluente e
submetida à homogeneização. A partir desta diluição, 1mL foi transferido para 9mL de diluente.
Desta diluição, 1mL foi novamente transferido para 9mL de diluente. Finalmente, 1mL desta
última diluição, foi transferido para 9mL de diluente. Qual o valor da última diluição realizada?
3. Descreva como deve ser a coleta de alimentos dispostos em balcão de restaurantes self service
para análise microbiológica.
4. Quais cuidados devem ser observados durante o transporte dos alimentos coletados que serão
submetidos a análise microbiológica?
50
MICROB 15
15 - CONTAGEM E IDENTIFICAÇÃO DE STAPHYLOCOCCUS COAGULASE
POSITIVA EM ALIMENTOS
I - INTRODUÇÃO
O queijo Minas frescal é um alimento de alto valor nutricional, além de possuir elevado teor e
umidade (superiores a 40%). Tais características contribuem significativamente para a alta perecibilidade
deste produto alimentício.
II – Procedimento
1. Fazer a desinfecção da embalagem do alimento que será analisado, através de algodão embebido
em solução de álcool a 70%.
2. Abrir a embalagem do alimento na zona de segurança da chama do bico de Bunsen, com auxílio
de tesoura ou faca estéril (ou previamente mergulhada em solução de álcool a 70% e flambada).
3. Cortar o alimento em pedaços menores, na zona de segurança do bico de Bunsen, com auxílio
de faca e garfo estéreis,
5. Transferir, de maneira asséptica, a alíquota de 25g para copo de liquidificador estéril e adicionar
225mL de diluente (solução salina a 0,85% estéril).
8. Através de pipeta estéril, transferir 1 mL da diluição 10-1 para tubo de ensaio contendo 9 mL de
diluente e agitar manualmente (ou em vortex) por 10 a 15 segundos. Esta é a diluição 10-2.
9. Transferir 1mL da diluição 10-2 para tubo de ensaio contendo 9mL de diluente e agitar por 10 a
15 segundos. Esta é a diluição 10-3.
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Staphyloco
b) Contagem de Staphylo coccus
co aureus
ccus aureus
1. Com auxílio de micropipeta e ponteira estéril, transferir assepticamente 0,1mL (100 µL) de cada uma
das diluições realizadas no item anterior para a superfície de placas contendo ágar Baird Parker.
4. Após o período de incubação, realizar contagem das colônias típicas e submeter entre 3 e 5 colônias
à confirmação através de coloração de Gram, catalase e coagulase (ou DNAse)
Observação: As células de S. aureus são cocos Gram positivos, catalase e coagulase positivas.
c) Identificação de S. aureus
2. Preparar um esfregaço em lâmina, fixá-lo na chama do bico de Bunsen e realizar coloração de Gram.
Descrever morfologia, arranjo e Gram das duas colônias.
a. catalase: transferir uma pequena porção da colônia para uma lâmina limpa e adicionar uma gota
de solução de peróxido de hidrogênio (H2O2) a 10%. Se houver liberação de bolhas, o teste é
considerado positivo para catalase (presença de enzima catalase que degrada o H2O2
transformando-o em água e oxigênio.
b. coagulase: transferir 0,5mL de plasma de coelho reidratado para tubo de ensaio estéril e
adicionar 0,2mL de caldo infusão de cérebro coração (ou caldo triptona e soja) contendo células
suspeitas de S. aureus reativadas a 35ºC/24 h. Incubar a 35ºC e observar após 6 horas se houve
formação de coágulo. Caso o resultado seja negativo, reincubar por até 24 horas.
c. DNAse: transferir uma alçada do caldo infusão de cérebro e coração (ou caldo triptona e soja)
contendo células suspeitas de S. aureus reativadas a 35oC/24h de para superfície de ágar DNA.
Incubar a 35ºC por 24 horas. Após incubação, adicionar solução de ácido clorídrico na superfície
do ágar. Uma zona mais clara ao redor do crescimento bacteriano indica presença de DNAse.
I - PROCEDIMENTO
1. Fazer a desinfecção da embalagem do alimento que será analisado, através de algodão embebido
em solução de álcool a 70%.
2. Abrir a embalagem do alimento na zona de segurança da chama do bico de Bunsen, com auxílio
de tesoura ou faca estéril (ou previamente mergulhada em solução de álcool a 70% e flambada).
3. Cortar o alimento em pedaços menores, na zona de segurança do bico de Bunsen, com auxílio
de faca e garfo estéreis,
5. Transferir, de maneira asséptica, a alíquota de 25g para copo de liquidificador estéril e adicionar
225mL de caldo lactosado ou solução peptonada tamponada.
b) Detecção de Salmonella sp
1. Incubar o frasco contendo a mistura de alimento + caldo lactosado (ou solução peptonada
tamponada) em estufa a 35ºC por 24h para permitir o enriquecimento das células de Salmonella.
3. A seguir, retirar uma alçada de cada um dos tubos (TT e SC) e realizar estrias por esgotamento em
superfície dos meios: xilose desoxicolato (XLD) e Hektoen-Enteric (HE), com incubação a 35ºC por 24 h.
4. Selecionar entre 3 e 5 colônias típicas de cada um dos meios sólidos (róseas com ou sem centro preto
no XLD e azuis com ou sem centro preto no HE) e submetê-las às provas bioquímicas descritas a seguir
para Salmonella.
c) Identificação de Salmonella sp
Observar as placas de ágar XLD e de ágar HE e anotar as características morfológicas das colônias
(tamanho, cor, brilho, etc).
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2. Provas bioquímicas:
a. Princípio:
Princípio testar a habilidade de um micro-organismo em produzir ácido orgânicos relativamente
estáveis, a partir da fermentação da glicose, de modo a suplantar a capacidade tampão existente no
meio de cultura.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas neste teste será pesquisada a fermentação ácida mista, em que as bactérias
utilizam a glicose como substrato e liberam grande concentração de ácidos como produto final. E. coli
realiza esta fermentação.
Glicose → ácido pirúvico várias enzimas ácido lático
ácido acético
ácido fórmico → H2 + CO2
ácido succínico
c. Técnica:
Técnica
Inocular uma alçada de cultura contida em caldo triptona soja ou em caldo nutriente em tubo
contendo 3,5 mL de meio VM-VP e incubar a 35-37oC por 2 a 5 dias.
No momento da leitura, retirar 2,5 mL do meio e acrescentar cinco gotas de uma solução
hidroalcólica de vermelho de metila. O vermelho de metila é um indicador que já é ácido e indicará os
graus de acidez por alterações de cor de uma escala de pH de 4,4 a 6,0. Em pH 4,4 o indicador ficará
vermelho. Com a diminuição da acidez (pH = 6,0), o indicador passará para a cor amarela.
d. Interpretação:
Interpretação
Com o pH ácido de 4,4, o meio fica suficientemente ácido para manter o indicador vermelho.
Os micro-organismos VM (-) produzem ácidos, porém o pH é mais elevado (pH = 6,0) porque
a. Princípio:
Princípio determinar a habilidade de um certo micro-organismo em produzir um composto neutro, o
acetilmetilcarbinol (acetoína), a partir da fermentação da glicose.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas neste teste será pesquisada a fermentação butilenoglicol, na qual as bactérias
utilizam a glicose como substrato e liberam acetoína como principal produto final. Os principais gêneros
que realizam esta fermentação são Enterobacter e Aeromonas.
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H2 O
c. Técnica:
Técnica
A inoculação da bactéria-teste deve seguir as normas do item anterior.
No momento da leitura, retirar 1,0 mL do meio VM-VP e adicionar o seguintes reativos de Barrit,
nesta ordem:
5. 0,6 mL de solução de alfa-naftol a 5%;
6. 0,2 mL de solução de KOH a 40%;
7. agitar o tubo suavemente para oxigenar o meio, a fim de oxidar a acetoína e obter uma
reação de cor;
8. deixar o tubo em repouso pro aproximadamente 15 minutos antes de iniciar a interpretação.
d. Interpretação:
Depois de unir o alfa-naftol e KOH, deve-se agitar suavemente o tubo, para o oxigênio
atmosférico entrar e oxidar a acetoína, em diacetil, sendo que o KOH atua como agente oxidante o alfa-
naftol, como catalisador e intensificador da cor.
Como emprego de um agente oxidante, a cor produzida desaparece rapidamente, sobretudo
porque o complexo de reação diacetil-peptona pode ser rapidamente oxidado em um composto incolor.
Portanto, o resultado positivo será de rosa a vermelho, e o negativo será cobre, que é a reação
entre o KOH e o alfa-naftol.
a. Princípio:
Princípio determinar se um micro-organismo é capaz de utilizar o citrato como única fonte de
carbono para seu crescimento com conseqüente alcalinização do meio de cultura.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas neste teste serão observadas as bactérias que metabolizam o substrato citrato
pelo ciclo de Krebs (oxidação) ou pelo ciclo de fermentação, resultando como produto final pH alcalino,
acetato e formiato. O meio utilizado para a fermentação do citrato contém sais de amônia inorgânica.
Um micro-organismo que é capaz de utilizar o citrato como uma única fonte de carbono utiliza também
sais de amônia como sua única fonte de nitrogênio. Os sais de amônia são desdobrados em amoníaco
com conseqüente alcalinização do meio reacional.
c. Técnica:
Técnica
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Inocular uma alçada de cultura de bactéria-teste contida em caldo triptona soja ou caldo
nutriente em superfície de ágar inclinado de citrato Simmnos. Incubar a 35-37oC por 24 horas ou mais
tempo, se necessário.
d. Interpretação:
Interpretação
As bactérias que utilizam o citrato como única fonte de carbono farão com que o meio adquira
cor azul (pH alcalino), que é um produto do metabolismo do sal inorgânico acrescentado ao meio, pois o
produto do metabolismo do citrato é difícil detectar, porque são dois sais. Assim sabe-se que o citrato
foi metabolizado, através do produto do metabolismo do sal inorgânico de amônia.
No teste negativo o meio ficará verde e sem crescimento, pois a bactéria, por não conseguir
utilizar as fontes de carbono e de nitrogênio do meio, não sobreviverá.
a. Princípio:
Princípio determinar a habilidade de um determinado micro-organismo em produzir o indol a partir
da molécula de triptofano.
b. Bases bioquímicas:
bioquímicas o triptofano é um aminoácido que, quando degradado por certas bactérias, leva à
formação principalmente dos seguintes produtos metabólicos intermediários: indol, escatol (metil-indol)
e ácido indol-acético. As várias enzimas intracelulares envolvidas neste processo fisiológico são
coletivamente denominadas de triptofanases. Os produtos intermediários formados em maior
quantidade na degradação do triptofano são representados pelo ácido indol-pirúvico, que produz indol
por desaminação, e pelo escatol formado pela descarboxilação do ácido indol-acético.
c. Técnica:
Técnica
Inocular uma alçada de cultura de bactéria-teste contida em caldo triptona soja ou caldo
nutriente em caldo triptona 1%. Incubar a 35-37oC/24h.
No momento da leitura, adicionar 5 gotas de reativo de Kovacs.
Obs: o anel será formado na superfície do meio e ás vezes fica alaranjado devido à presença de escatol
(metil-indol).
d. Interpretação:
Interpretação
No teste positivo, a presença de indol no meio de cultivo é revelada pela adição do reativo de
Kovacs, ocorrendo então a seguinte reação química: o p-dimetl-amino-benzaldeído liga-se à molécula
de indol, produzindo um composto quinoidal de coloração vermelha, evidenciado pela formação de um
anel na camada alcoólica superficial do meio. A reação de cor, na realidade, é devida à reação dos
grupos CH2 do anel pirrólico da molécula do indol com o aldeído, que em um meio ácido forma uma
quinona.
No teste negativo, o meio fica amarelo, que é a cor do reativo de Kovacs.
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2.5. Teste de urease
a. Princípio: a urease é uma enzima microbiana muito importante relacionada com a decomposição de
substâncias orgânicas. Esta enzima é considerada constitutiva porque é sintetizada por determinadas
bactérias, independentemente da presença ou ausência do seu substrato (uréia). O meio para o teste da
uréase contém uréia, fatores essenciais para o crescimento e o indicador de pH vermelho de fenol. O
indicador possui uma cor amarela ou amarelo/laranja em pH abaixo de 8,4. e vermelho em pH acima de
8,4. O meio para o teste foi desenvolvido para determinar a habilidade microbiana em converter uréia
em amônia (que é utilizada pela bactéria como fonte de carbono para produção de aminoácidos e
nucleotídeos), que aumenta o pH do meio com conseqüente mudança de cor do indicador.
b. Técnica: inocular o material a ser testado no meio teste com auxílio de uma agulha ou alça estéril.
Incubar a 35º C/24h para posterior análise da mudança de cor.
c. Interpretação: a enzima urease hidrolisa a uréia, dando origem a produtos finais alcalinos (ilustrado
na reação abaixo) que promovem aumento do pH do meio, causando uma mudança de cor do indicador,
para rosa, representando um resultado positivo. Para o teste. Nenhuma mudança de cor, ou uma
coloração levemente alaranjada, representa um teste de uréase negativo.
H2N urease
C=O → 2 NH3 + CO2
H2N
2.6. Teste de fermentação de carboidratos e produção de H2S – meio Três Açúcares e Ferro (TSI)
Este teste tem como objetivo determinar se ocorre a fermentação de açúcares (glicose, lactose e ou
sacarose), além da liberação de ácido sulfídrico (H2S) gasoso, promovida pelo metabolismo microbiano
de aminoácidos que contêm enxofre em sua estrutura. É muito utilizado para diferenciar membros
positivos da família Enterobacteriaceae, especificamente dos gêneros Salmonella, Francisella e Proteus,
dos membros negativos como Morganella morgagnii e Providencia rettigeri, além de outras bactérias
como Escherichia coli e Shigella flexneri.
Emprega-se um meio que contém glicose (0,5%), lactose (1%) e sacarose (1%), peptona (rica em
aminoácido cisteína → fonte de enxofre), tiossulfato de sódio, além de sulfato ferroso.
a. Princípio: o catabolismo do aminoácido cisteína pela enzima cisteína dessulforase durante o processo
de putrefação, ou ainda pela redução do tiossulfato no processo de anaerobiose, leva a uma redução do
enxofre, produzindo gás sulfídrico. Nos processos de putrefação, aminoácidos contendo enxofre, como
a cisteína, sofrem degradação pela ação da enzima dessulfurase, gerando ácido pirúvico, amônia e H2S
como produtos finais de reação. A amônia e o sulfeto de hidrogênio são excretados, pois são tóxicos
para a célula, e o ácido pirúvico é mantido no interior da célula para produção de energia, uma vez que
é intermediário do ciclo de Krebs. Nos processos de respiração anaeróbica, o enxofre inorgânico (neste
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caso, proveniente do tiossulfato adicionado ao meio) torna-se o aceptor final do elétron na cadeia
transportadora de elétrons. Assim, as bactérias capazes de utilizar os compostos que contêm enxofre
em sua estrutura podem ser identificadas por este teste pela detecção do gás sulfídrico liberado no
meio de reação.
b. Técnica:
Técnica: inocular o material a ser analisado com auxílio de uma agulha estéril de maneira
perpendicular, da superfície até o fundo do tubo contendo o meio de cultura. Após inoculação, incubar
o material a 35º c/24-48h.
Se a bactéria for capaz de fermentar apenas a glicose, somente a base do tubo ficará amarela (e o ápice
vermelho). Caso ela seja de fermentar dois ou mais açúcares, tanto a base como o ápice do meio de
cultura mudam para amarelo. Também é possível observar a produção de gás (CO2) oriundo da
fermentação dos carboidratos, pela presença de bolhas no meio de cultura.
Salmonella fermenta apenas glicose, enquanto E. coli fermenta glicose e lactose, com produção de gás.
Técnica: inocular o material a ser analisado com auxílio de uma agulha estéril de maneira perpendicular,
da superfície até o fundo do tubo contendo o meio de cultura. Após inoculação, incubar o material a
35ºC/24 h.
Os testes de produção de gás, na fermentação da glicose, H2S e produção da enzima urease, são verificados
na base. O teste da enzima L-triptofano desaminase, na superfície do meio.
b) H2S
Prova positiva: base preta.
Prova negativa:: base amarela, azul ou inalterada.
c) UREASE
Prova positiva: base azul.
Prova negativa:: base amarela ou inalterada.
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d) TRIPTOFANO DESAMINASE
Prova positiva:: superfície verde escuro.
Prova negativa:: superfície azulada, amarela ou inalterada.
Técnica: inocular o material a ser analisado com auxílio de uma agulha estéril de maneira
perpendicular, da superfície até 1/3 do fundo do tubo contendo o meio de cultura. Após inoculação,
incubar o material a 35ºC/24h.
os testes de Motilidade e L-Lisina descarboxilase são verificados na base e o teste do Indol é
feito, adicionando-se algumas gotas do reativo de Kovacs (dietilaminobenzaldeído) na superfície do
meio, retirando-se a tampa.
a) MOTILIDADE
Prova positiva: meio turvo.
Prova negativa:: meio límpido ou crescimento só no local do inóculo.
b) INDOL
Prova positiva: coloração vermelha.
Prova negativa:: coloração amarela.
c) L-LISINA
Prova positiva: coloração roxa.
Prova negativa:: coloração amarela.
Observação
Agar TSI: base amarela (ácido) e ápice vermelho (alcalino), uma vez que Salmonella fermenta apenas
glicose, com ou sem precipitado preto de sulfeto de ferro (indicando produção de H2S).
Agar citrato: crescimento com viragem da cor do meio de cultura para azul.
Caldo uréia: sem alteração da cor do meio (este permanece amarelo), uma vez que Salmonella não
produz urease. No teste positivo ocorre a viragem do meio para rosa.
2. Se uma colônia bacteriana apresentar coloração negra no ágar XLD, o que pode-se afirmar sobre esta
bactéria?
5. Se após inoculação e incubação de uma bactéria, o caldo uréia apresentar cor rósea, o que se pode
afirmar sobre este micro-organismo?
6. Qual o resultado esperado no teste de citrato para Salmonella? De que cor fica o meio de cultura?
7. Qual o nome do reagente utilizado para se verificar a produção de indol a partir do triptofano por
uma bactéria?
8. Qual a cor do ágar MILI após inoculação e incubação de uma bactéria capaz de realizar a
descarboxilação da lisina?
9. Uma cepa bacteriana foi inoculada em ágar TSI. Após incubação, observou-se o seguinte: fundo e
ápice (rampa) amarelos. O que se pode afirmar sobre esta bactéria?
10. Se após adição do corante vermelho de metila ao caldo VM-VP, este adquirir uma coloração
vermelha, o que se pode afirmar sobre a bactéria em estudo?
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC n.12, de 2 jan. 2001. Regulamento técnico
sobre padrões microbiológicos
microbiológicos para alimentos.
alimentos Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/legis/02_01.html>.
SILVA, N. da; CANTÚSIO NETO, R.; JUNQUEIRA, V. C. A.; SILVEIRA, N. F. A. Manual de métodos de análise
microbiológica da água. São Paulo: Varela, 2005. 164 p.
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