Você está na página 1de 1

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO


1º ANO DIURNO - 2º SEMESTRE DE 2022
REGENTE: PROFESSORA ASSOCIADA PATRÍCIA IGLECIAS

ESTUDO DIRIGIDO – FRAUDE CONTRA CREDORES, AÇÃO PAULIANA E AÇÃO REVOCATÓRIA


09/11/2022

QUESTÃO 1

João é CEO do grupo W, conglomerado de empresas que atua no ramo de mineração e de logística
de minérios. Diante do crescente sucesso das empresas, iniciaram a construção de um porto no Rio
de Janeiro para escoamento e venda de minérios no exterior. No entanto, a localização e o projeto do
porto trouxeram muitos entraves e consequentes custos ao grupo W. A venda do minério também foi
reduzida diante da descoberta de novas fontes mais sustentáveis e a agenda ESG que ‘minou’ o
negócio do grupo W. Para fazer caixa, João decide começar a vender bens das empresas.

a) A venda de bens das empresas pode ser considerada uma fraude contra credores? Quais os
requisitos para tanto?
b) A situação mudaria se João doasse parte dos bens da empresa, como jatinhos e carros
corporativos, a seus filhos e esposa? Qual a ação cabível por parte dos credores?

QUESTÃO 2

Joana, artista plástica, tinha uma pequena galeria em Montes Claros, onde vendia os quadros que
pintava, bem como quadros de outros colegas artistas. Em determinado momento, Joana parou de
repassar os valores recebidos pela venda de quadros para os seus colegas. Alguns de seus colegas,
como Tenório e José, ingressaram com ação de cobrança em face de Joana, tendo o juiz reconhecido
em sentença o direito dos colegas, que começaram a executar o valor reconhecido como devido na
sentença. Joana, temendo as consequências dessas cobranças e estressada com toda a situação, decide
vender a galeria, único bem que possuía, e ir tirar um ano sabático viajando pela América Latina.
Considerando tal situação, é possível afirmar que Joana cometeu fraude contra credores? Explique.

QUESTÃO 3

Patrícia, empresária que se encontrava afundada em dívidas, com receio de futuras execuções, começa
a vender seu vasto patrimônio com o intuito de enviar o dinheiro para fora do país. Rebeca, amiga de
Patrícia e sabendo de sua situação, vê uma oportunidade de lucro e adquire uma de suas casas por um
preço abaixo do preço de mercado mas, logo em seguida, decide vender a João, seu amigo que não
conhecia Patrícia, por receio de ter problemas com a transação face à proximidade que tinha com
Patrícia. João, ciente da situação e também vendo oportunidade de lucro, compra de Rebeca por um
bom preço. Alguns meses depois, Paulo, procurando sua primeira casa para morar com sua família,
vê a oferta da casa de João na imobiliária e toda a família se apaixona. De forma cuidadosa, Paulo
levanta os documentos necessários sobre o imóvel e sobre Rebeca e, não identificando problemas,
adquire de boa-fé o bem. Meses depois é surpreendido com a citação de uma ação pauliana
reivindicando o bem. Qual atitude deve ser tomada pelo/a juiz/juíza do caso?

Você também pode gostar