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Roteiro - Debate radiofônico

Importância do envolvimento da comunidade para o acesso aos cuidados de


saúde: Casos de HIV e TUBERCULOSE

1. O que é envolvimento da comunidade (para o acesso aos cuidados de saúde)?

R: Envolvimento da comunidade para a saúde significa participação activa de pessoas


de todos os grupos sociais, (homens, mulheres, jovens, crianças e velhos) que vivem
juntas, de forma organizada e coesa, para identificar os seus problemas de saúde e
definir acções visando a promoção da sua saúde e a prevenção de doenças usando
recursos locais. O Envolvimento Comunitário é um dos pilares da Estratégia Nacional
de Promoção á Saúde do Ministério da Saúde.

2. De que maneira a comunidade pode participar na melhoria do acesso aos cuidados


de saúde?
R: Através de maior afluência as reuniões de educação em saúde nos bairros,
organizados pelos líderes comunitários ou chefes de quarterões, com o apoio dos
supervisores de campo, Paralegais e Activistas. Geralmente nesses encontros, são
colhidas as críticas e sugestões sobre o funcionamento dos hospitais, visando a
melhoria da relação dos membros da comunidade-Hospital, como também, são
partilhadas informações sobre os mecanismos de encaminhamento de queixas e
sugestões. E principalmente através do funcionamento eficaz dos Comités de Saúde,
como representantes comunitários e elo de ligação hospital – comunidade.
3. Qual é a estratégia usada pelo CCS e parceiros de modo a envolver a comunidade
no acesso aos cuidados de saúde?
R: O Centro de Colaboração em Saúde é um parceiro do Ministério da Saúde e tem
vindo a apoiar os Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social e Unidades
Sanitárias na promoção de encontros comunitários "Diálogos comunitários",
palestras, capacitação de diferentes actores comunitários para empoderamento dos
mesmos sobre várias temáticas relacionadas a saúde com enfoque para o HIV,
Tuberculose e Direitos Humanos. Estas actividades são realizadas em 7 províncias e
24 distritos de implementação, por uma equipa alocada pelo CCS que dentre eles os
Paralegais, e como paralegais fazemos parte com vista a salvaguardar os direitos e
deveres que todos temos dentro e fora da Unidade Sanitária e principalmente das
pessoas vivendo com HIV e Tuberculose.

4. Quem é o Paralegal?
R: paralegal é uma pessoa treinada em questões legais com vista a apoiar às
comunidades na resolução de alguns conflitos sociais que requeiram uma
intervenção jurídica ou legal.
O Paralegal apoia as populações carentes na resolução dos seus problemas de
carácter legal e administrativo.
- Dá a conhecer às comunidades as instituições competentes para onde estas devem
apresentar ou encaminhar os seus problemas de carácter laboral, civil e criminal;
- Realiza junto das comunidades locais, campanhas de educação cívica e legal sobre
os direitos humanos, bem como sobre os direitos e deveres fundamentais dos
cidadãos;
- Mante encontros regulares com os grupos vulneráveis para consciencializa-los sobre
os seus direitos, ausculta as suas barreiras e apoia-los legalmente no que necessitam;
- Participa nos diálogos comunitários, com vista a auscultar violações com grupos
específicos e com as comunidades para identificar as barreiras ou violações de
direitos colectivos e individuais e dar o devido seguimento.
5. Em casos da violação de um direito de que forma é resolvido o Caso pelo Paralegal?

R: O Paralegal após receber a denúncia por uma das partes faz uma análise do caso, para se
apurar a natureza do conflito.
 Se o caso for de natureza cível o mesmo procura resolver reunindo as partes em
conflito, o Líder comunitário e aquem de direito possa interessar para se chegar-se a
um certo acordo pacífico.
 Para os casos de natureza criminal o Paralegal (homicídios, violência domestica,
violência sexual, violação da integridade fica de alguém) encaminha as instituições de
justiça para o seu seguimento.

6. Antes falou de Comités de Saúde… o que é um comité de Saúde? E qual é o seu


objectivo.
R: É uma estrutura sócio - comunitária composta por membros escolhidos ou eleitos
pela comunidade, para a “representar” em todas ocasiões e para tomar decisões
sobre saúde; É um organismo independente e não deve – se subordinar as
instituições de saúde. Tem como principal objectivo, mobilizar os membros da
comunidade, para a identificação dos problemas de saúde em geral e os que afectam
as pessoas vulneráveis que incluí; pessoas vivendo com HIV/Tuberculose, mulheres e
crianças em particular; bem como as respectivas soluções dentro e fora da
comunidade.

7. Quem deve ser membro de um Comité de Saúde?


R: É desejável uma representatividade dos diferentes grupos que compõem a
comunidade, como por exemplo as pessoas mais afectadas e necessitadas,
marginalizadas e interessados na questão, pessoas influentes e credíveis como é o
caso dos líderes religiosos, régulos (independentemente da sua filiação política),
professores, secretários de bairros, comerciantes, representantes de grupos de
mulheres (sugere-se um mínimo de 60% de Mulheres), de jovens, de profissionais,
Agentes Polivalentes Elementares (APEs), Parteiras tradicionais, Praticantes de
Medicina Tradicional, diferentes partidos, e voluntários de Saúde.
O número de membros do Comité de Saúde deve ser estipulado pela própria
comunidade em função do número de bairros/casas/extensão da comunidade, bem
como dos desafios identificados.
Recomenda-se o mínimo de 5 pessoas para o grupo de gestão e alguns grupos de
trabalho por áreas segundo os problemas identificados na comunidade

8. Qual é a importância da participação da comunidade no acesso aos cuidados de


saúde?
R: - Garantir acesso aos cuidados básicos de saúde, através da promoção das
capacidades da comunidade para a identificação, análise e tomada de decisões para
resolução dos seus problemas de saúde;
- Satisfazer um direito e um dever - todo o ser humano tem o direito e o dever de
participar individual ou coletivamente na planificação e na implementação dos
cuidados de saúde que lhe são destinados. O envolvimento das comunidades num
processo de satisfação dos seus direitos conduz a que essas comunidades possam
reivindicar esses direitos;
- Melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados – quando as comunidades
ganham o poder de identificar e priorizar os seus problemas de saúde e de tomar
decisões sobre as formas de os resolver, desenvolvem a sua capacidade de análise
critica e ganham consciência dos seus direitos, pelo que se tornam mais exigentes,
mas igualmente, mais construtivas nas suas reivindicações;
- Melhorar o funcionamento das Unidades Sanitárias - tornar o funcionamento das
unidades sanitárias mais amigáveis e conveniente para as comunidades;
- Abrir largas perspetivas para priorizar acções de promoção da saúde e de prevenção
de doenças;
- Aumentar a eficácia e eficiência do sistema - um sistema de saúde sob a supervisão e
controlo directo das comunidades, isto e, dos beneficiários, será de certo modo
melhor gerido, o que aumentara a sua eficácia e eficiência, através de uma melhoria
da utilização dos recursos (recursos humanos, materiais, financeiros e
infraestruturais, de tecnologia e de tempo);
- Comunidade empoderada.

9. Como é que a comunidade pode ajudar na retenção de pacientes em TARV e


Tratamento de Tuberculose?
R: A comunidade somos todos nós e se cada um de nós lutar contra cada doença que
enfrenta é mais fácil solucionar. Porém, existe uma grande maioria que por falta de
conhecimento tem sofrido ou então se coloca em risco. Daí que a comunidade só
poderá apoiar na retenção de PVHIV e Tuberculose bem como na prevenção se
estiver bem informada sobre as doenças, modos de transmissão, prevenção ,
tratamento e agora seus direitos e deveres com relação a cada doença, por isso que
o Paralegal está inserido dentro das comunidades para partilhar estes conhecimentos.

10. Fale um pouco sobre esta nova abordagem de Direitos Humanos a alcançar em
relação aos PVHIV e os pacientes com Tuberculose?
R: O principal objectivo da abordagem de Direitos Humanos é reduzir barreiras que
contribuem para a promoção do estigma e discriminação em pacientes com
Tuberculose as pessoas vivendo com HIV, e acima de tudo contribuir para o
incremento da retenção dos pacientes em TARV e TB, com base no melhoramento do
acesso a saúde que é a grande preocupação do sector de Saúde, daí o trabalho
constante dos Paralegais virados as comunidades e USs, para zelar, salvaguardar,
sensibilizar e proporcionar melhor atendimento e apoio aos pacientes.

11. O que as pessoas que vivem com HIV precisam saber sobre a COVID-19?
R: As pessoas que vivem com HIV/TB, idosos, diabéticos… correm o maior risco de
desenvolver complicações graves devido à COVID-19.
As PVHIV não podem parar de tomar os antirretrovirais, a toma dos antirretrovirais é
fundamental para que possam ficar saudáveis.
12. Qual a mensagem que gostaria de deixar para a comunidade, principalmente para as
pessoas vivendo com HIV/TB?
R: Primeiro dizer que juntos somos mais fortes. Se esta em tratamento, não deixe de
fazer a sua medicação normalmente para que possamos continuar firmes nesta luta.

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