Aula penal 3

Art. 244: Abandono material - Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de
ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou
ascendente, gravemente enfermo.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário
mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de
qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o
pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
Esse tipo penal é omissivo próprio, já que, a omissão está no verbo que consta no artigo
( a título de revisão, o tipo penal omissivo impróprio é aquele em que a omissão se dá
pelos garantes[artigo 13, parágrafo 2ª), aqueles que tem o dever jurídico de agir, apesar
de esses serem agente do crime a título omissivo impróprio, eles respondem na verdade
por crime comissivo).
Ex: A mãe deixou os filhos dentro de um cômodo, e saiu para a balada uma vez,
gastando o pouco dinheiro que tinha na festa. Nesse caso a mulher praticou o crime 244,
pois a subsistência das crianças fora posta em risco.
OBS: Neste crime, o termo “justa causa”, mediante comprovação pela arguição da
defesa do agente da conduta delituosa, torna-se uma excludente da ilicitude.
OBS: Majoritariamente, entende-se que, na hipótese da vítima está sendo sustentada por
um terceiro, ou seja, não tem a sua subsistência prejudicada pela falta do pagamento de
pensão, aquele não ficará imune ao ilícito penal.
OBS: A natureza da prisão civil é coercitiva, o intuito dela é fazer com que o devedor
pague o seu débito em face do credor, já a natureza da prisão penal é retributiva e
repressiva. Caso seja decretada a prisão civil de uma pessoa por falta de pagamento da
pensão alimentícia, ela pode também, se cometer esse ilícito penal, ser condenada a
prisão penal, é importante observar que a cumulação das duas prisões não incorre em
Bis In Iden, já que, as duas prisões possuem natureza jurídica diferente.