Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Os desafios escolares podem ser maiores para alguns profissionais, porém, podem
ser leves quando considerados uma realização pessoal e de contribuição para a
sociedade. Neste material, serão apresentados três tópicos que abordam a
temática da ludicidade na escola e a sua importância, a contribuição social e
demais áreas que a brincadeira traz e, também, como aplicar a teoria na prática
com alguns projetos aplicados em escolas. Lembre-se de que o desafio é ir além
das entrelinhas aqui apresentadas, busque sempre mais conhecimento.
Objetivos de Aprendizagem
Para cada fase da criança, existem as etapas que são descritas por Piaget, para a
utilização adequada de jogos e brincadeiras:
Nesse sentido, Bueno (1998) afirma que no ato do brincar a criança estabelece uma
afinidade consigo mesma e com o outro, alargando as suas percepções e
organizando, junto à afetividade, os seus gestos, a noção das formas, das cores, dos
sons e, até mesmo, do pensamento. Dessa maneira, na relação da criança com o
lúdico:
Nesse contexto, compete ao educador fazer com que seja despertado esse grande
interesse pelo lúdico realizando sua aula de forma mais dinâmica e com
criatividade, construindo estratégias metodológicas que propiciem alcançar os
objetivos da aprendizagem. A prática pedagógica do docente de Educação Infantil
deve garantir à criança um lugar especial para a utilização do lúdico e, por meio
dele, o professor deve ter um olhar atento para perceber o que a criança conseguiu
aprender ou avançar na sua aprendizagem.
Segundo Vygotsky (2003), o brinquedo não deve ser identificado como um objeto
que oferece somente prazer à criança, primeiramente, porque muitas atividades,
além do brinquedo, proporcionam prazer a ela e, segundamente, porque existem
jogos que só irão ocasionar prazer à criança se ela considerar o resultado
interessante. Por exemplo, a criança pode ser rejeitada pelas demais que
participam da brincadeira, devido à falta de habilidade com o jogo ou à ausência
de um bom relacionamento com os participantes, assim, existem diversos fatores
que devem ser observados.
É considerável destacar que crianças de pouca idade não têm ainda essa
facilidade de imaginação, elas não conseguem ainda se envolver em uma situação
imaginária, essa situação só é alcançada na idade pré-escolar, mas isso não se
aplica de um modo geral, isto é, que todas as vontades não possíveis de realização
serão satisfeitas pela imaginação.
Conforme Vygotski (2003), é por meio do brinquedo que a criança torna-se livre
para determinar algumas de suas ações, mas ao mesmo tempo em que ela tem
essa possibilidade, acaba se tornando uma ilusão o sentimento de liberdade, já que
a maioria dos brinquedos possui regras, o que acaba fazendo com que a criança
brinque seguindo essas normas, que são estabelecidas pelo significados dos
objetos que serão utilizados.
Para a criança com idade menor que três anos, o brinquedo é encarado como algo
muito sério, pois ela não consegue separar a situação imaginária vivida com o
brinquedo da situação real que vive. Já em idade escolar, isso não ocorre, pois a
criança já possui a capacidade de separação dessas duas situações, deixando
assim de identificar o mesmo significado que uma criança em idade pré-escolar
consegue.
Dessa forma, o brinquedo passa a fazer parte da vida das crianças, visto que está
presente, mas não pode ser considerado uma atividade que está constantemente
no imaginário e no real da criança. O mundo dela não é o mundo do brinquedo,
mais sim o mundo da criança é que tem brinquedos e brincadeiras inseridos nele.
Partindo das pesquisas que Vygotski (2003) fez sobre o brinquedo na educação
infantil, também é possível ver a brincadeira como instrumento importante para o
desenvolvimento das crianças. De acordo com o autor, tanto brinquedos como
brincadeiras favorecem o crescimento pessoal e intelectual das crianças que os
utilizam.
Da mesma forma que a criança imita sua mãe em uma situação imaginária, ela se
comporta da mesma forma quando brinca de irmã com uma coleguinha ou
mesmo com sua própria irmã, assim, ela vai agir de acordo com o que ela
considera ser o correto de uma irmã ou uma mãe agir. A criança tem em sua
cabeça regras de comportamento de tais personagens e, portanto, se comportará
e seguirá sua conduta durante a brincadeira da forma que julga ser a correta no
papel que está representando.
Restabelece Kishimoto (2010) que a criança não nasce sabendo brincar, ela precisa
aprender por meio das interações com outras crianças e com os adultos. Dessa
forma, descobre em contato com objetos e brinquedos certas formas de uso desses
materiais por meio da observação de outras crianças ou das intervenções da
professora. Assim, garante-se a circulação e preservação da cultura lúdica.
Saiba mais!
Onze escolas mais incríveis do mundo
Clique Aqui
A Cultura Lúdica na Infância
Segundo os teóricos, não há uma definição exata para a cultura lúdica, de acordo
com o autor Brougère (1998), foi ele o precursor dessas atitudes de criança serem
consideradas uma cultura, assim, explica que é um conjunto de procedimentos que
permitem o jogo se tornar possível. Para se dispor de uma cultura lúdica, há
necessidade de romper com as significações do cotidiano e passar a assimilar o
máximo de número possível que o “fazer-de-conta” passa a ser real nas
manifestações da vida. Conforme o autor, para os adultos, é mais difícil assimilar
que uma briga de brincadeira é apenas uma manifestação de uma briga que
poderia ser real, porém, as crianças sabem quando a representação acaba.
A criança conhece e compõe o seu próprio jogo, inventa as suas regras e convida
os seus participantes para a sua estrutura. Algumas crianças, dentro de uma
brincadeira, inventam outro jogo e individualmente começam outra atividade.
Assim, a cultura lúdica é diversificada e cheia de vida, não é um bloco sólido, mas
político e para todas as crianças (BROUGÈRE, 1998).
Atenção!
“Contaram-me e esqueci. Vi e entendi. Fiz e aprendi” (Confúcio).
Segundo a autora, as crianças que antigamente brincavam nas ruas e nos quintais
foram para espaços limitados e com pouco contato de proximidade à natureza.
Sendo assim, havia a ineficiência de espaço para as vivências e convivências
lúdicas entre crianças e também adolescentes em relação à utilização dos
equipamentos para jogos em tempo e ambientes diferenciados. Esses seriam
escolas, espaços públicos, áreas verdes e locais públicos, todos devidamente
sintonizados para um novo aprendizado.
O material criado por Montessori pressupõe que a criança desenvolva seu papel a
partir dela mesma, manifestado pela sua própria espontaneidade intelectual. Os
principais objetivos são: promover atividades motoras e sensoriais, um ambiente
escolar com objetos que estimulam os sentidos, utilizar jogos e materiais
pedagógicos para que a criança faça o seu potencial de construção do
conhecimento (MOUTINHO, on-line).
Ainda nas reflexões, apresenta-se o Projeto Brincar. Como o nome já diz, trata-se de
um projeto que leva a brincadeira para as escolas e, no trabalho lúdico, as crianças
são ensinadas naturalmente, a viver e a socializar-se. Logo em seguida, será
realizada a descrição de como esse projeto atua nas escolas.
Para promover todas as ações que precisam, o Projeto Brincar possui objetivos
apresentados a seguir.
No Projeto Brincar, apresentado em Vinhedo e em Jundiaí, ambas cidades do
interior do estado de São Paulo, todos os professores, educadores, cozinheiros,
zeladores, ou seja, todos os funcionários da escola receberam treinamento para
trabalharem com as crianças. Isso, na prática, agrega valores educacionais e não
rompem com as dinâmicas que são elaboradas pelas próprias crianças no
processo de aprendizagem. Dessa maneira, a merendeira pode assessorar a
criança quando ela for servi-la, também ajudar no lúdico e na imaginação, quando
for solicitada.
Nessas escolas, o ensino é oferecido para crianças de cinco meses até cinco anos
de idade, sendo primordial que não se perca a imaginação para que se tornem
adultos produtivos e bem resolvidos emocionalmente. Para as crianças brincarem,
são utilizados sucatas, materiais do dia a dia de cozinha, panelas, jarras de
alumínio, copos de plásticos, rolos de papel toalha, rolos de papel higiênico, tampas
de garrafas pet, garrafas pet, pneus, barbantes, latas, bolas, rolos de fios elétricos
usados em casas de construção, caixas de armazenamento de alimentos, caixas de
papel de vários tamanhos etc. São infinidades de materiais, praticamente tudo o
que é possível tocar é usado como fonte inspiradora para as crianças brincarem.
Como é feita a brincadeira? Tudo é trazido para as crianças pensarem em algo, por
exemplo, os rolos grandes para fios elétricos, quando foram levados para a escola,
imaginava-se que as crianças fariam mesas para servir, pelo contrário, fizeram
cadeiras de rodas. Sentaram-se no meio e saíram a manusear como cadeiras de
rodas. Segundo Maria Alice Junqueira, formadora do Projeto Brincar, há necessidade
de formar o educador para brincar, tornando-o a ponte do projeto com a criança.
O professor está atento ao brincar da criança, mas não impõe: “faça assim ou
daquele jeito”. A própria criança aprende o que machuca e o que não machuca. A
coordenadora pedagógica Valéria Sanches trabalha com a formação dos
professores na escola em que atua para o Projeto Brincar, ela conta que o
profissional precisa se conhecer para ensinar as crianças. Então, nesse processo,
eles têm reuniões pedagógicas em que são realizadas atividades com músicas,
danças e mímicas. O professor se encontra nas brincadeiras, pois um dia ele
também já foi criança e, assim, é mais fácil para trabalhar o lúdico nas escolas.
De acordo com Sandra Moraes, diretora de um CMEI em Vinhedo (São Paulo), antes
do Projeto Brincar perdia-se muito tempo em organizar o horário em que as
crianças iriam para o pátio e quanto tempo poderiam ficar para voltar à sala de
aula para aprender. Depois da implantação do projeto, percebeu-se que as
crianças podem aprender no pátio com as brincadeiras, apenas desloca-se os
professores para esse local. Também foi explicado aos pais e/ou responsáveis que
as crianças maiores poderiam estar no pátio e no parque com os bebês, sem
necessidade de separação, cada um brinca com a supervisão dos professores e,
também, interagem, assim, a escola trouxe a família para o contexto da prioridade
de brincar.
Paulo Netho é o poeta que apresenta poesia para as crianças, ele explica que com
naturalidade a criança irá aprender com trava-línguas, poesias e poemas. Por
exemplo: “crianças repitam: Cara suja, chão sujo. Repita rápido”. Em tom de
brincadeira, a criança usa da fonética e brinca também.
Mesmo não sendo explícitas, todas as teorias são aplicadas de forma lúdica na
criança, como o aprender matemática, o fazer movimentação com o corpo para a
motricidade e o desenvolver a personalidade.
Saiba mais!
Você é patriota?
Clique Aqui
Atenção!
Método Montessori no Brasil
Agora que você concluiu a leitura deste estudo, veja, nos vídeos a seguir, temas que
complementarão seus estudos:
Indicação de Leitura
Livro: Brinquedo e infância - um guia para pais e educadores em creche.
Ano: 2011.
Editora: Vozes.
ISBN: 8532621694.
Sinopse: É o ensinar por meio de atividades lúdicas e do brincar que a escola torna-
se um espaço diferenciado para criança e bebês. Dependendo da atuação do
profissional, é necessário quebrar paradigmas e voltar-se para a Educação sem os
modismos e sem os medos de quebrar imposições filosóficas. Contextualizar as
brincadeiras com a vida é a base para uma educação consolidada no ensino e
aprendizagem.
Questão 1
Questão 2
Atividade
Síntese
Neste material, foram apresentados os temas sobre brincar, os jogos e as
brincadeiras necessários para o aprendizado infantil. Agora, com a busca de mais
conhecimentos, acredita-se que você seja capaz de identificar o momento, as
brincadeiras e, até mesmo, os jogos que serão adequados no contexto escolar para
os seus educandos. Fique atento para proporcionar aos seus estudantes momentos
de aprendizagem significativa e que eles possam fazer a diferença ao se tornarem
adultos.
Referências Bibliográficas
ARAUJO, L. G. A. N. Você é patriota? Aprendendo com os símbolos nacionais: a
bandeira nacional. Portal do Professor. 2014. Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5601>. Acesso em
23 jul.2019.,
BROUGÈRE, G. A Criança e a Cultura Lúdica. In: KISHIMOTO, T.M. (org.). O brincar e suas
teorias. 6 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.,
KISHIMOTO, T. M.. Jogo, brinquedo, Brincadeira e a Educação. 8 ed. São Paulo: Cortez
Editora, 2005.,
PALMA, P. F. Da ‘Casa dei Bambini’ aos Cieps. Revista Educação. Disponível em:
<https://www.revistaeducacao.com.br/da-casa-dei-bambini-aos-cieps/>. Acesso
em: 9 ago. 2019.,
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 2003. São Paulo: Martins Fontes, 1998.