Paciente obeso e hipertenso com diabetes tipo 2 não controlada com metformina. Outros medicamentos como sulfonilureias, metiglinidas, inibidores de alfa-glicosidase ou análogos de GLP-1 podem ser adicionados para melhor controle glicêmico, considerando efeitos e interações de cada classe.
Paciente obeso e hipertenso com diabetes tipo 2 não controlada com metformina. Outros medicamentos como sulfonilureias, metiglinidas, inibidores de alfa-glicosidase ou análogos de GLP-1 podem ser adicionados para melhor controle glicêmico, considerando efeitos e interações de cada classe.
Paciente obeso e hipertenso com diabetes tipo 2 não controlada com metformina. Outros medicamentos como sulfonilureias, metiglinidas, inibidores de alfa-glicosidase ou análogos de GLP-1 podem ser adicionados para melhor controle glicêmico, considerando efeitos e interações de cada classe.
Paciente 54 anos, obeso, sedentário, hipertenso e dislipidêmico é
diagnosticado com diabetes do tipo 2. O médico receita metformina. Três
meses depois o paciente continua com a glicose sanguínea e hemoglobina glicada acima do desejado. Quais os medicamentos você indicaria para o controle da glicemia? Justifique sua escolha com base no mecanismo de ação, interações medicamentosas e efeitos indesejáveis. Para detalhes das interações vocês podem consultar o site www.drugs.com
Dos agentes que estimulam a secreção de insulina:
Da classe das sulfonilureias temos os primeiros hipoglicemiantes a serem usados como a tolbutamida e a clorpropamida (essa última sendo menos indicada), e as de segunda geração como a glibenclamida e glipizida, que são mais potentes porém seu efeito hipoglicemiante máximo não é maior e o controle da glicemia não é melhor que a tolbutamida. A ação ocorre sobre as células B estimulando a secreção de insulina, que possuem receptores de alta afinidade para as sulfonilureias nos canais de Katp, o bloqueio da ativação desses canais causa despolarização, entrada de Ca2+ e secreção de insulina. A maioria dessa classe tem boa absorção, atingindo as concentrações plasmáticas máximas dentro de 2 a 4 horas, sendo eliminada sua maior parte pela urina. O efeito adverso mais comum dessa classe é a hipoglicemia sendo contraindicado na gestação e em casos de insuficiência renal e hepática, esses medicamentos estimulam o apetite e podem levar a um aumento de peso ponderal sendo um risco em pacientes obesos, outros efeitos incluem desconforto gastrointestinal. Alguns medicamentos produzem hipoglicemia quando administrados com as sulfonilureias como anti-inflamatórios não esteroidais, cumarínicos, alguns uricosúricos, álcool, inibidores de monoamino-oxidase, alguns agentes antibacterianos e antifúngicos imidazólicos; e os medicamentos que diminuem sua ação são os diuréticos e corticosteróides. Da classe dos metiglinidas temos a Repaglinida e o nateglinida que estimula a liberação de insulina das células beta funcionantes das ilhotas do pâncreas, agem como as sulfonilureias no bloqueio do receptor das sulfonilureias nos canais Katp nas células pancreáticas porém não possuem a porção sulfonilureia. Apesar desses fármacos serem menos potentes que as sulfonilureias, sua ação é mais rápida e curta, com baixo risco de hipoglicemia e podem ser associados ao uso da metformina. São administradas junto às refeições pois servem para a redução ao aumento pós-prandial da glicemia, a repaglinida é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal que resulta no rápido aumenta da concentração plasmática do fármaco em até uma hora após a sua administração, sendo eliminada em 4 - 6h e sua meia vida de aproximadamente 1h. É contra indicado na gravidez. Usando um exemplo dessa classe, a repaglinida tem 18 principais interações medicamentosas, 446 moderadas e 28 de menor interação, sendo os inibidores da monoaminooxidase (IMAO), agentes betabloqueadores não seletivos, inibidores da ECA ou enzima conversora de angiotensina, salicilatos, antiinflamatórios não-esteróides (NSAIDS), octreotídeo, álcool e esteróides anabólicos as substâncias que podem aumentar o efeito hipoglicemiante; e os contraceptivos orais, tiazidas, corticosteróides, danazol, hormônios tireoideanos e simpatomiméticos são as substâncias que podem reduzir o efeito hipoglicemiante. Os efeitos colaterais comuns menos graves do uso da repaglinida e metformina incluem diarreia e vômito que podem desaparecer durante o tratamento, outros efeitos colaterais comuns que necessitem atenção médica são ansiedade, visão embaçada, dores no corpo, arrepios, suores frios, coma, confusão, pele fria e pálida, tosse, depressão, dificuldade em respirar, tontura, congestão auditiva, batimento cardíaco rápido, febre, dor de cabeça, aumento da fome, perda de voz, congestão nasal, nervosismo, pesadelos, nariz escorrendo, convulsões, tremores, fala arrastada, espirros, dor de garganta, cansaço ou fraqueza incomum.
Outro medicamento que pode ser usado em conjunto a metformina é da classe
dos inibidores da α-glicosidase intestinal como o acarbose que retardam a absorção intestinal da glicose, inibindo as enzimas intestinais (α-glicosidases), envolvidas na degradação dos dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos, reduzindo a elevação da glicemia pós prandial. Seus principais efeitos têm ação no trato gastrointestinal que podem causar flatulência, diarreia e dor abdominal, além de redução discreta da HbA1c, devendo ser evitado por quem tem doença inflamatória intestinal, úlcera ou obstrução intestinal, cirrose hepática, cetoacidose diabética e na gestação. Pode ocorrer hiperglicemia se utilizados com isoniazida, niacina, anticoncepcionais e outros hormônios, diurético, medicamento para coração ou pressão arterial, insulina ou outros medicamento oral para diabetes, pílulas dietéticas, medicamentos para asma, resfriados ou alergias, fenotiazinas, medicamentos para convulsões, esteróides, e medicamentos para tireoide.
Dos agentes que simulam o efeito da incretina ou prolongam a sua ação:
Temos a classe dos mimético e análogo do GLP-1 temos exenatida, liraglutida, lixisenatida, dulaglutida ou semaglutida que aumentam o nível de GLP-1, aumenta a síntese e secreção de insulina e reduz o glucagon além de retardar o esvaziamento gástrico que causa saciedade, porém podem causar hipoglicemia, náuseas, vômitos, diarréia, aumento da frequência cardíaca e possibilidade de pancreatite aguda. Temos a classe dos inibidores da DPP-4, as gliptinas representadas pela sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina, linagliptina e alogliptina, que aumentam o nível de GLP-1, aumenta a síntese e secreção de insulina e reduz o glucagon, podendo causar angioedema e urticária, pancreatite aguda e insuficiência cardíaca Classe das glitazonas: piogitazona aumenta a sensibilidade a insulina em músculo, adipócito e hepatócito. Pode causar retenção hídrica, anemia, ganho ponderal, insuficiência cardíaca e fraturas.
Da classe dos inibidores do SGLT2 temos Dapagliflozina, emagliflozina e
canaglifozina que inibem o receptor SGLT2, previne reabsorção da glicose no túbulo proximal renal e promove glicosúria. Pode causar infecção genital, urinária, poliúria, depleção de volume, hipotensão, confusão mental, aumento do LDL-c, aumento transitório da creatinina e cetose diabética.