Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sequência1
1. Fernando Pessoa Sequência 1. Fernando Pessoa Teste 3
Grupo I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.
A
Lê o poema de Mensagem.
15
1
OEXP12TQA © Porto Editora
Sequência 1. Fernando Pessoa Teste 3
1. Descreve o retrato que o sujeito poético faz de si mesmo, relacionando-o com a conceção de
herói apresentada no poema.
. O sujeito poético apresenta-se como alguém investido por Deus para levar a cabo a sua “santa
guerra” (v. 2). Assume-se como um “escolhido” (vv. 6-9) que, ao receber o “gládio” divino (v. 1),
com ele se “Sagrou” (v. 3). Por isso, declara a sua coragem, já que “Cheio de Deus” (v. 13),
inspirado, nada será maior que a sua “alma” (v. 15), ou seja, que a sua determinação. A
conceção messiânica da História torna-se evidente no retrato que o sujeito poético faz de si
mesmo, pois o sacrifício a que se submeteu só foi possível por ter sido eleito por Deus para
cumprir uma alta e exemplar missão, ascendendo, assim, a herói.
3. Identifica, no poema, uma marca do discurso épico e outra do discurso lírico, citando um
exemplo significativo para cada um dos casos.
Constituem marcas do discurso épico a apresentação de um acontecimento histórico realizado por
um protagonista de alta estirpe (social e moral), que concretiza uma ação heroica e admirável,
com a ajuda de Deus (vv. 1-2, 6-7, 13-15). O discurso lírico evidencia-se na forma fragmentária,
na utilização da primeira pessoa, que confere ao discurso um tom subjetivo, e na interiorização da
matéria histórica e épica pelo sujeito lírico, que faz interferir a sua afetividade na apresentação da
realidade.
Grupo II
Sinto-me muito honrado com a distinção conferida pela Câmara Municipal de Lisboa.
2
OEXP12TQA © Porto Editora
Sequência 1. Fernando Pessoa Teste 3
Agradeço ao Senhor Presidente Fernando Medina, a quem se deve a iniciativa, a todos os Se-
nhores Vereadores que a aprovaram por unanimidade e saúdo todos os partidos políticos e
movimentos de cidadãos por eles representados.
Eu nasci em Águeda, nasci uma segunda vez em Coimbra e agora, ao receber a Medalha
de Honra da Cidade de Lisboa, tenho a sensação, apesar da minha idade, de estar a nascer
uma terceira vez.
Completam-se hoje 42 anos sobre o dia em que regressei a Lisboa, depois de 10 anos de
5 exílio […]. Pisar o chão de Lisboa no dia 2 de maio de 1974 foi um dos momentos mais emo-
cionantes da minha vida. […]
Vivo em Lisboa há 42 anos. Mas na verdade eu estou em Lisboa desde as crónicas de Fer-
não Lopes, andei por aqui na Revolução de 1383, assisti nas páginas de Camões à partida das
naus que foram à Índia, pela mão de Jorge de Sena, Urbano Tavares Rodrigues e António
Borges Coelho, estive com António Prior do Crato na Batalha de Alcântara, que sendo uma
batalha perdida é uma das mais extraordinárias porque foi travada pelo povo de Lisboa mal
armado e por uns restos de cavalaria, contra o mais poderoso exército da Europa, comandado
pelo Duque de Alba. […]
10
Passei a ser poeticamente de Lisboa desde “O sentimento dum ocidental” de Cesário Verde,
até Fernando Pessoa de “Tabacaria”, “Ode Marítima” e “Lisboa cidade alegre e triste”. Sou de Lis-
boa há séculos, desde o início da extraordinária aventura das navegações, em que, pelo mar fora,
fomos Europa antes de a Europa o ser e em que pela primeira vez os portugueses conseguiram,
como disse Fernando Pessoa, que “A Terra fosse toda uma” e “O Mar unisse já não separasse”.
Estou aqui, perdoem-me esta divagação um pouco estranha, mas que os poetas meus
amigos por certo compreendem, estou aqui há séculos, nesta capital de Império que, mesmo
sem Império, continua a ser uma das grandes capitais do mundo.
Lisboa da Resistência, das grandes manifestações operárias e estudantis, da luta clandes-
15
tina e da campanha de Humberto Delgado, até à chegada de Salgueiro Maia ao Largo do
Carmo. Lisboa da Assembleia Constituinte, onde os deputados de todas as forças políticas,
apesar das desavenças ideológicas, conseguiram concretizar o imperativo patriótico de elabo-
rar e aprovar a Constituição da República, que continua a ser a garantia da Liberdade e dos
Direitos Políticos e Sociais conquistados com o 25 de Abril. […]
Lisboa do poeta Ary dos Santos, “Lisboa Menina e Moça” na voz de Carlos do Carmo.
Lisboa de todas e todos os fadistas e compositores, que ajudaram a fazer do Fado Património
Imaterial da Humanidade.
20 Lisboa onde Sophia escreveu:
25
3
OEXP12TQA © Porto Editora
Sequência 1. Fernando Pessoa Teste 3
30
35
“Digo: / Lisboa / Quando atravesso – vinda do sul – o rio / E a cidade a que chego abre-se
como se do seu nome nascesse.”
Eu também vinha do Sul a 2 de maio de 1974. Vinha da Argélia, que acolheu os exilados
portugueses com uma solidariedade que não podemos esquecer.
42 anos depois, apetece-me dizer como Sophia:
“A cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse”.
1. Na primeira frase do texto, o constituinte “muito honrado com a distinção conferida pela
Câmara Municipal de Lisboa” desempenha a função sintática de
(A) complemento direto, integrando dois complementos do adjetivo.
(B) complemento direto, integrando um predicativo do complemento direto e um complemento do
adjetivo.
(C) predicativo do sujeito, integrando um complemento do nome e um complemento agente da
passiva.
(D) predicativo do sujeito, integrando dois complementos do adjetivo.
4
OEXP12TQA © Porto Editora
Sequência 1. Fernando Pessoa Teste 3
4. Com o recurso a “andei por aqui” (l. 12), “assisti” (l. 12) e “estive com” (l. 14), Manuel Alegre destaca
(A) a sua longevidade.
(B) o poder sugestivo dos autores referidos.
(C) vitórias e conquistas da História nacional.
(D) a propensão histórica e épica dos escritores portugueses.
5
OEXP12TQA © Porto Editora