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INTRODUÇÃO

A internação compulsória para tratamento de pacientes que sofrem de transtorno mental,


seja por utilização de entorpecentes ou transtornos psíquicos diversos, é amparada pela
lei 10.216/2001, representando assim um divisor de águas na questão da valorização da
vontade do paciente, até mesmo quando fica reconhecido que, em alguns momentos a
vontade expressa fica de sobremaneira impraticável.

Diversos pedidos de internação para tratamento compulsório buscam, na verdade o


ingresso de pacientes em ambientes hospitalares, com a intervenção de ordem
judicial,sem uma intermediação do SUS que em primeira instância deveria ser o
principal intermediário da regulação nos casos de internação involuntária e
compulsória.A falta de vagas no Sistema Único de Saúde em vários estados da
Federação,tende a agravar o problema tornando - o ainda mais distante de uma
resolução.
1- A INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA

Internação realizada para o tratamento de casos extremos, não necessitando de


autorização prévia da família ou do paciente em questão. O dependente químico
é avaliado por profissionais da saúde e um pedido formal sempre requerido por
um médico.O Ministério Público intervém nestes casos, autorizando ou não a
internação.Esta intervenção somente é requerida quando o paciente está muito
debilitado, quando a falta de condições psicológicas e físicas fica evidente.
Outro tipo de internação que pode agir neste contexto e que frequentemente é
confundida com a internação compulsória é a internação involuntária, porém
neste tipo de intervenção se dá sem o consentimento do usuário, porém, agora
sob o pedido de terceiros que habitualmente é realizado pela família ou por
alguma instituição específica.A internação é comum quando há surtos ou
grandes episódio de agressividade, havendo a necessidade de contenção do
paciente.Um médico necessita ser consultado para que o procedimento de
internação seja viabilizado.

2 – A INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA EM OUTROS PAÍSES

Também utilizada como medida interventiva em outros países na atualidade, a


internação compulsória é adotada por exemplo, nos Estados Unidos da América,sendo
praticada em doze estados que possuem leis e normas de aplicação próprias da
internação involuntária ou compulsória .

Desde o ano de 1975 a suprema corte norte – americana decretou a


inconstitucionalidade do tratamento contra a vontade do paciente que não oferece
nenhum tipo de perigo tanto para si quanto para a sociedade. É exigida uma avaliação
minuciosa e especializada, que necessita ser consolidada por equipe multidisciplinar
integrada por psicólogos, médicos e psiquiatras que eventualmente determinarão a
condição de toxicodependente, fundamentando assim uma decisão judicial para o
tratamento compulsório.

O sistema norte – americano tem como via de regra o procedimento de


reavaliações periódicas para que assim possam ser evitadas internações
equivocadas,podendo o paciente também, contar com a apresentação de habeas corpus
como mais um recurso contra a internação compulsória.

Em território canadense temos ainda legislações aprovadas desde 1978 que


prevêem a internação para tratamento compulsório da dependência em heroína.
Na Suécia também é prevista a internação compulsória quando o paciente entra
em surto psicótico ou por dependência de entorpecentes, ocasionando perigo para si e
para o próximo.O tratamento contra a vontade do paciente é uma medida alternativa à
prisão criminal e visa reabilitar o paciente sob um tratamento que pode durar até seis
meses no caso de adultos

3 – POSICIONAMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

A psicóloga Marcia Totugui, colaboradora do CFP, frisou o posicionamento do


órgão regulador, ponderando que é preciso dar maior importância à rede de atenção
psicossocial. Disse que a rede construída em torno da política de saúde mental é pouco
conhecida, fazendo com que isto sobrecarregue o sistema de saúde e como
consequência disso acabe assumindo o papel de outras áreas.Enfatizou a necessidade do
cuidado com os sintomas ocasionados pela dependência nos casos de drogadição. ‘Não
podemos cair no erro de uma política reducionista”,alerta.A psicóloga defende que o
tratamento de dependentes químicos seja majoritariamente realizado em CAPS/AD,
onde internações programadas, possam atender demandas mais complexas,em
detrimento às internações compulsórias.

FONTES:

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Entenda o que é a internação


compulsória para dependentes químicos. Disponivel em:
www.saopaulo.sp.gov.br . Acessado em 02 de Maio de 2018 às 18:30 hrs.

MARCHMAN ACT FLORIDA. About Intervention.Disponível em :


HTTPS://www.marchmanactflorida.com / Acessado em 02 de maio de 2018 às 14:15
hrs.

INSTITUTO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS. As internações dos usuários


de drogas.Disponível em: HTTPS://ibccrim.jusbrasil.com.br>noticias .Acessado em
03 de maio de 2018 às 15:00 hrs.

NATIONAL DRUG POLICY: SWEDEN – Prepared For the Senate Special Commitee
On Illegal Drugs .Disponível em : HTTPS://senacanada.ca>library>gerald-e .
Acessado em 02 de maio de 2018 as 05:12 hrs.

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