OPERAÇÃO RECLUSÃO

LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja

INDÍCE DO MATERIAL

01. EQUIPARADO A HEDIONDO.............................................................................................................................. 2

02. CRIMES DE TORTURA ....................................................................................................................................... 2
02.1 TORTURA PROVA / TORTURA CRIME / TORTURA RACISMO ........................................................................ 2
>> TOTURA PROVA/PERSECUTÓRIA/CONFISSÃO ............................................................................................ 3
>> TORTURA CRIME ....................................................................................................................................... 3
>> TORTURA DISCRIMINATÓRIA/RACISMO/PRECONCEITO ............................................................................. 3
2.02 TORTURA CASTIGO..................................................................................................................................... 4
2.03 TORTURA AO PRESO................................................................................................................................... 4
2.04 TORTURA ANÔMOLA / IMPRÓPRIA / ATÍPICA ............................................................................................. 4
03. QUALIFICADORAS ............................................................................................................................................ 5
04. AUMENTO DE PENA ......................................................................................................................................... 5
05. EFEITOS DA CONDENAÇÃO............................................................................................................................... 6
06. CUMRPIMENTO DA PENA EM REGIME INICIAL FECHADO ................................................................................. 6
07. EXTRATERRITORIALIDADE DA TORTURA ........................................................................................................... 7
ESQUEMATIZAÇÕES DA LEI .................................................................................................................................... 8

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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 OPERAÇÃO RECLUSÃO
LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja

LEI Nº 9.455/97 – LEI DE TORTURA

Salve, futuros e futuras policiais! Insanidade pura? Dessa forma, o crime de tortura será classificado
Eu espero que sim! Iremos agora dar início aos estudos da nas seguintes modalidades:
lei que estabelece as condutas que serão incriminadas como
* TORTURA PROVA ou PERSECUTÓRIA (art. 1º, I, a)
TORTURA. Mas, antes de adentrarmos nos crimes
propriamente, vamos analisar alguns pontos preliminares * TORTURA CRIME (art. 1º, I, b)
acerca da tortura.
* TORTURA RACISMO (art. 1º, I, c)

01. EQUIPARADO A HEDIONDO * TORTURA CASTIGO (art. 1º, II)

* EQUIPARADO A HEDIONDO: em regra, os crimes de * TORTURA AO PRESO (art. 1º, § 1º)

tortura são EQUIPARADOS A HEDIONDOS. Por que “em
PENA: para as modalidades de tortura elencadas acima, a
regra”? Porque não são todos os crimes, mas, a sua grande
pena aplicada será de RECLUSÃO de 02 a 08 ANOS.
maioria.
ATENÇÃO!! EQUIPARADO A HEDIONDO é diferente de ser
HEDIONDO. Portanto, fique ligado – se a questão afirmar ATENÇÃO! TODAS AS MODALIDADES de tortura elencadas
que determinado crime de tortura é HEDIONDO, marque acima são consideradas EQUIPARADAS A HEDIONDO.
como ERRADO. Não é hediondo, é EQUIPARADO A
HEDIONDO.
02.1 TORTURA PROVA / TORTURA CRIME / TORTURA RACISMO
E o que isso interfere nos crimes de tortura?
Determina que tais crimes terão um tratamento A prática da TORTURA está voltada para uma
diferenciado, uma aplicação mais severa da pena. Vejamos conduta que envolve:
quais as consequências de a tortura ser equiparada a
• CONSTRANGIMENTO
hediondo:
• VIOLÊNCIA ou GRAVA AMEAÇA
I – INAFIANÇÁVEL: o indivíduo preso por tortura • SOFRIMENTO – FÍSICO ou MENTAL
não poderá obter o benefício da fiança.
Entretanto, esse constrangimento, praticado
II – INSUSCETÍVEL DE GRAÇA, ANISTIA ou mediante violência ou grave ameaça, que ocasione um
INDULTO: são benefícios de perdão penal, ou seja, sofrimento FÍSICO ou MENTAL, apenas será considerado
geram a chamada EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. TORTURA se tiver presente as FINALIDADES ESPECÍFICAS
Aquele que comete o crime de tortura não poderá previstas na lei.
ser beneficiado por tais institutos.
Quais finalidades?
III – REQUISITOS MAIS SEVEROS PARA OBTER O
▪ Obter informação, declaração ou
LIVRAMENTO CONDICIONAL: o indivíduo terá que
confissão.
cumprir 2/3 da pena e NÃO poderá ser reincidente
▪ Provocar que alguém faça ação ou
específico.
omissão de natureza criminosa.
▪ Discriminação racional ou religiosa.

02. CRIMES DE TORTURA “Art. 1º Constitui crime de tortura:

Primeiro ponto que devemos avaliar é que o crime
de tortura é taxativo. Como assim? Só será considerado
crime de tortura se a conduta for praticada para atender as
FINALIDADES ESPECÍFICAS (DOLO ESPECÍFICO) elencadas na
lei nº 9.455/97.
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

Observação: NÃO HÁ MODALIDADE CULPOSA PARA
TORTURA. c) em razão de discriminação racial ou religiosa;”

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PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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>> TOTURA PROVA/PERSECUTÓRIA/CONFISSÃO
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
da vítima ou de terceira pessoa;
Tal modalidade de tortura ocorre quando o
indivíduo pratica um constrangimento, mediante
VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, causando sofrimento
FÍSICO ou MENTAL, com finalidade de obter:
INFORMAÇÃO, DECLARAÇÃO ou CONFISSÃO.
-> EXEMPLO I: policial que tortura um suspeito
para que ele confesse o crime ou lhe entregue
alguma informação.
-> EXEMPLO II: esposa que tortura o marido para
que este confesse determinada traição ou
entregue a amante.
CRIME COMUM: no primeiro exemplo, o sujeito que pratica
o crime de tortura é um agente público. Já no segundo
exemplo quem pratica a tortura é uma mulher comum.
Portanto, o crime de tortura na modalidade “TORTURA
PROVA” é um crime comum – pode ser praticado por
qualquer pessoa.
CRIME FORMAL: para que tal modalidade de tortura seja
configurada, ou seja, consumada, NÃO é exigido que a
finalidade de “obter informação, declaração ou confissão”
seja alcançada.
Nesse sentido, no exemplo I citado, mesmo que o policial ao
torturar o suspeito não consiga obter a informação
pretendida, continuará a responder pelo crime de tortura,
na modalidade CONSUMADA. De igual forma, no exemplo II
citado, mesmo que a mulher não consiga obter a declaração
ou informação do marido, ainda restará configurado o
crime de tortura.
>> TORTURA CRIME
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
(...)
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Tal modalidade de tortura ocorre quando a prática
da conduta de constranger, mediante VIOLÊNCIA ou
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QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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GRAVE AMEAÇA, causando sofrimento FÍSICO ou MENTAL,
possui a finalidade específica que alguém PRATIQUE
(provoque) AÇÃO ou OMISSÃO CRIMINOSA.
-> EXEMPLO I: “A” tortura “B” para que este mate
“C” (ação criminosa – matar alguém).
-> EXEMPLO II: Traficante, ameaça caminhoneiro,
alegando que se este não fizer o transporte de
100kg de cocaína, irá matar sua família. Aqui temos
um exemplo de uma grave ameaça, que gera um
sofrimento mental, buscando que alguém
pratique uma conduta criminosa.
-> EXMPLO III: Um traficante que, mediante grave
ameaça, tortura testemunha para que esta minta
em juízo. (omissão criminosa – omitir fatos
criminosos).
CONCURSO MATERIAL DE CRIME: no caso da Tortura
Crime, o torturador responde em concurso material pelo
crime de tortura e pelo crime cometido pela vítima, ou seja,
somam-se as penas.
CRIME FORMAL: a Tortura Crime é crime formal, ou seja,
NÃO se exige que a AÇÃO ou OMISSÃO criminosa seja
efetiva.
O simples constrangimento, com violência ou grave
ameaça, causador de sofrimento físico ou mental, com essa
finalidade específica já é o suficiente para configurar
(consumar) o crime.
>> TORTURA DISCRIMINATÓRIA/RACISMO/PRECONCEITO
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
(...)
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;”
Atente-se para essa modalidade de tortura, pois a
razão discriminatória (finalidade específica) deverá ser por
motivos RACIAL ou RELIGIOSO.
Observação: qualquer outra forma de discriminação, que
não seja RACIAL ou RELIGIOSA – não configura tortura.
-> EXEMPLO I: Nazista que tortura seu vizinho por
este ser negro (motivo racial).
-> EXEMPLO II: Islâmico, residente no brasil, que
tortura sua esposa brasileira (islâmica), pois esta
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LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja
resolveu mudar de religião e tornar-se espírita
(motivo religioso).
ATENÇÃO! Torturar alguém por questão de discriminação
SEXUAL ou de GÊNERO NÃO configura tortura.
2.02 TORTURA CASTIGO
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
(...)
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo.”
Para configurar tal modalidade de tortura é
necessário que o indivíduo tenha a finalidade específica de
APLICAR CASTIGO ou MEDIDA DE CARÁTER PREVENTIVO.
CRIME BIPRÓPRIO: diferentemente das outras
modalidades de tortura vistas, onde o crime era “comum”,
aqui, a tortura castigo é classificada como um CRIME
BIPRÓPRIO – exige uma qualidade específica daquele que
pratica o crime (sujeito ativo), bem como, daquele que sofre
o crime (sujeito passivo).
> Sujeito Ativo – pessoa que possui guarda, poder ou
autoridade de alguém. Somente será SUJEITO ATIVO
aquele que tem a qualidade de “garante”. Ex: pai/mãe,
babás, professores, curadores, etc.
“GARANTE” – aquele que exercer a guarda, poder ou
autoridade por intermédio de uma relação jurídica ou por
lei. (ENTENDIMENTO DO STJ)
> Sujeito Passivo – aquele que está sob a guarda, poder ou
autoridade do torturador. Ex: filhos, alunos, deficientes
mentais ou físicos, etc.
SOFRIMENTO INTENSO: diferentemente das outras
modalidades de tortura, na Tortura Castigo nota-se um plus
a mais – não basta haver sofrimento, é necessário que o
SOFRIMENTO seja INTENSO.
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QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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2.03 TORTURA AO PRESO
“Art. 1º, § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em
lei ou não resultante de medida legal.”
Essa modalidade de tortura é praticada
diretamente contra aquele indivíduo que está “preso” ou
“sob medida de segurança”.
VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA: diferentemente das outras
modalidades de tortura, onde há a necessidade do emprego
de violência ou grave ameaça – aqui a violência e ou grave
ameaça são DISPENSÁVEIS (não necessárias).
CONSUMAÇÃO DO DELITO: para configurar tal crime basta
que o preso seja submetido a ato NÃO PREVISTO EM LEI ou
aplicação de MEDIDA NÃO LEGAL.
CRIME COMUM: Diferente do que pensam, não são apenas
policiais ou carcereiros que praticam tal crime. É um crime
comum – qualquer pessoa pode praticar.
Como assim? Tanto autoridades públicas, como também
particulares, podem prender qualquer pessoa que se
encontre em flagrante delito. Até mesmo o particular,
enquanto estiver na figura ou na função de “custodiador”
poderá responder por tal modalidade.
-> EXEMPLO I: Cidadão que prende
indivíduo que tentara assaltar uma mulher. Não
satisfeito com o que fez e querendo aplicar uma
medida mais sevara, o cidadão começa despir o
criminoso e o expõe ao público.
-> EXEMPLO II: autoridade policial ou
agente penitenciário que determina que o preso
fique 02 dias sem dormir, causando-lhe sofrimento
físico ou mental.
Observação: se a medida for LEGAL, prevista em lei, mesmo
que gere sofrimento ao preso, não configura tortura. A
exemplo temos o RDD (regime disciplinar diferenciado).
2.04 TORTURA ANÔMOLA / IMPRÓPRIA / ATÍPICA
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
(...)
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
detenção de um a quatro anos.”
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LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja
Nesta modalidade de tortura tem-se uma omissão
imprópria. O agente tem o dever de agir, mas nada faz para
evitar o resultado.
EXCEÇÃO A REGRA DOS CRIMES COMISSIVOS
IMPRÓPRIOS: segundo art. 13, § 2º, do Código Penal,
aquele que tem o dever de agir para evitar o crime, tendo
condições para e SE OMITE, responderá pelo resultado do
crime ocorrido.
Entretanto, a lei antitortura traz uma aplicação diferente.
Aqui, aquele que tem o dever legal de agir e evitar a tortura,
se omitindo perante a ela, não responderá pelo resultado
tortura, ou seja, não responderá na mesma pena. O
indivíduo que se omitir irá responder pela chamada tortura
imprópria – crime de tortura com pena mais branda.
NÃO EQUIPARADO A HEDIONDO: o crime de tortura
imprópria é o único crime de tortura que NÃO é equiparado
a hediondo.
CRIME PRÓPRIO: somente poderá ser praticado por
funcionário público ou quem estiver no lugar de
garantidor.
DOLO: o dolo do agente NÃO pode ser direcionado a
torturar, pois, caso contrário, haverá a figura do coator ou
partícipe, onde acabara por responder na mesma pena que
o torturador.
PENA: a pena é mais branda – DETENÇÃO de 01 a 04 ANOS.
Ao fato de a pena mínima ser 01 ano, é cabível a
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (SURSI
PROCESSUAL).
ATENÇÃO
* Todos os crimes de tortura exigem a presença de
VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA? NÃO!! A modalidade de
TORTURA AO PRESO é DISPENSÁVEL a presença de
violência ou grave ameaça – basta que o preso sofra
fisicamente ou mentalmente, mediante a prática e ato não
previsto em lei.
* Todos os crimes de tortura exigem a presença de
SOFRIMENTO? SIM!! Em todas as modalidades de tortura,
apenas haverá se causar SOFRIMENTO – FÍSICO ou
MENTAL.
-> Portanto, mesmo o indivíduo submetido a
situação que não lhe cause sofrimento, não há
como se falar em tortura.
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PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
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OPERAÇÃO RECLUSÃO
03. QUALIFICADORAS
Para analisarmos as qualificadoras, precisamos
antes entender O QUE É UMA QUALIFICADORA.
-> QUALIFICADORA: situação em que o crime
ocorre alterando a pena base – a pena torna-se
mais grave.
A Lei Antitortura prevê duas modalidades de
qualificadoras:
I – Se a tortura resulta lesão GRAVE ou GRAVÍSSIMA.
PENA: RECLUSÃO de 04 a 10 ANOS.
II – Se a tortura resulta MORTE.
PENA: RECLUSÃO de 08 a 16 ANOS.
“Art. 1º, § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.”
ATENÇÃO!! A TORTURA QUALIFICADA é um crime
PRETERDOLOSO, ou seja, o dolo específico da conduta está
voltado para a TORTURA. O resultado morte ou a lesão
grave/gravíssima é tido a título de culpa, ou seja, o agente
não queria/almejava tal resultado – a morte aconteceu por
erro (imperícia, negligência ou imprudência da ação).
Isso é importante, pois, se a intenção do agente for de fato
causar a morte da vítima, este não responderá por tortura,
mas sim, por homicídio qualificado pela tortura (art. 121,
§2º, III, CP)
04. AUMENTO DE PENA
A Lei Antitortura prevê as seguintes modalidades
de AUMENTO DE PENA.
-> O crime de tortura terá a pena AUMENTADA em
1/6 até 1/3, se:
I – houver a participação de FUNCIONÁRIO PÚBLICO;
▪ GESTANTE;
II – for praticado contra
▪ CRIANÇA/ADOLESCENTE;
III – envolver SEQUESTRO ▪ DEFICIENTE; e
▪ IDOSO (> 60 ANOS)
ATENÇÃO!! Se a vítima for criança ou adolescente? O
indivíduo responde com base na lei nº 9.455/97 (lei de
tortura) ou com base no Estatuo da Criança e do
Adolescente?
Antigamente, o ECA tinha a previsão do crime de tortura
contra a criança ou adolescente, preceituado no art. 233.
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LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja
Entretanto, com o surgimento da Lei de Tortura, o art. 233
do ECA foi REVOGADO.
Nesse ponto, se a vítima for criança ou adolescente, o
indivíduo responde pera a lei nº 9.455/97 e ainda terá um
aumento de pena de 1/6 a 1/3.
ATENÇÃO2!! É importante atentar-se para a diferença entre
QUALIFICADORA e AUMENTO DE PENA (são institutos
distintos). A banca examinadora poderá fazer a troca na
hora da questão.
-> AUMENTO DE PENA: não altera a pena base –
apenas aumenta a pena base.
“Art. 1º, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos.
III - se o crime é cometido mediante sequestro.”
05. EFEITOS DA CONDENAÇÃO
A CONDENAÇÃO por crime de TORTURA, além da
pena imposta, acarretará como EFEITO EXTRAPENAL DA
CONDENAÇÃO, o seguinte:
I – PERDA DO CARGO, EMPREGO ou FUNÇÃO PÚBLICA;
II – INTERDIÇÃO para o exercício de função pública.
-> PRAZO: 2X (DOBRO DA PENA APLICADA)
ATENÇÃO!! Tais efeitos são AUTOMÁTICOS, portanto, são:
* OBRIGATÓRIOS. NÃO PRECISAM SEREM DECLARADOS
NA SENTENÇA.
06. CUMRPIMENTO DA PENA EM REGIME INICIAL
FECHADO
Apesar da lei prevê a disposição do crime de
tortura iniciar em regime inicial FECHADO, o STF o
considera INCONSTITUCIONAL, portanto, sem validade
jurídica – fere o princípio da individualização da pena.
“Art. 1º. § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
em regime fechado. (Declarado Inconstitucional pelo STF)”
Entretanto, precisamos orientar vocês para a visão
de prova, pois, mesmo tal instituto tendo sido declarado
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OPERAÇÃO RECLUSÃO
inconstitucional pelo STF, este não foi revogado da lei,
constando no texto da lei antitortura.
ATENÇÃO! Nesse ponto, o examinador pode muito bem
cobrar tal dispositivo com base na lei nº 9.455/97 (lei de
tortura) e considerar a assertiva como CERTA. Mas com qual
fundamento? Literalidade do texto da lei.
E sim, algumas bancas examinadoras, incluindo o
CEBRASPE, no concurso do DEPEN de 2021, considerou a
questão como correta ao afirmar que o condenado por
crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime
inicial fechado.
CEBRASPE, DEPEN, Agente Federal de Execução Penal,
2021. Com base na legislação especial, julgue o próximo
item.
O crime de tortura é inafiançável, devendo o condenado por
esse crime iniciar o cumprimento da pena em regime
fechado.
CERTO (X) ERRADO ( )
COMENTÁRIO: note que o comando da questão traz por
base a legislação especial, portanto, a lei nº 9.455/97, o que
fez com o examinador considerasse a assertiva CERTA, pois,
de acordo com o texto de lei, conforme visto acima, a pena
iniciará em regime fechado.
Outras bancas examinadoras, como, por exemplo a
FGV, também já cobraram tal entendimento, do regime
inicial fechado, como expresso no Art. 1º. § 7º. Vejamos
abaixo.
FGV, TJ-PI, Escrivão Judicial, 2015. Ressalvada a situação
daquele que se omite, quando tinha dever de evitar ou
apurar, os condenados por crime de tortura, na forma da Lei
nº 9.455/97, devem cumprir a pena em regime:
A) integralmente fechado;
B) inicialmente fechado;
C) inicialmente semiaberto;
D) inicialmente semiaberto, no caso de tortura vindicativa;
E) aberto.
COMENTÁRIO: Gab. letra B. O examinador considerou a
alternativa B como correta, pois essa é a previsão descrita
no Art. 1º. § 7º da lei nº 9.455/97.
Portanto, como devemos responder em prova?
Sempre analisar o comando da questão.
Se a questão estiver utilizando como base somente
a lei de tortura, então, devemos entender que o
cumprimento será em regime INICIAL fechado.
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LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja
ATENÇÃO! O cumprimento da pena é em regime INICIAL
fechado. Cuidado com questões falando regime
INTEGRALMENTE fechado.
O indivíduo não ficará todo o tempo no regime fechado,
apenas o início. Ou seja, o condenado por tortura tem
direito à progressão de regime.
ATENÇÃO2! Não são todos os crimes de tortura em que é
prevista a aplicação da pena em regime inicial fechado.
Tal dispositivo NÃO se APLICA para a chamada TORTURA
IMPRÓPRIA, ou seja, a tortura praticada mediante
OMISSÃO.
Se a questão estiver utilizando como base a lei de
tortura, bem como, os entendimentos
jurisprudenciais, levaremos em conta que a
OBRIGATORIEDADE DO CUMPRIMENTO DA PENA
EM REIGME INCIAL FECHADO é declarado
INCONSTITUCIONAL (S.T.F e S.T.J)
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OPERAÇÃO RECLUSÃO
07. EXTRATERRITORIALIDADE DA TORTURA
A Lei Antitortura é aplicada apenas para os crimes
cometidos em território nacional? NEGATIVO! A lei prevê
uma hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE.
Aplicar-se-á a Lei Antitortura aos crimes de tortura
praticados no EXTERIOR, desde que, preenchidos os
seguintes requisitos:
I – VÍTIMA BRASILEIRA;
II – AUTOR DO CRIME ENTRAR NO TERRITÓRIO
NACIONAL.
Portanto, mesmo que um crime de Tortura tenha
sido praticado no exterior, ainda assim poderá ser aplicada
a lei nº 9.455/97, desde que: a vítima seja brasileira ou o
autor tenha entrado no território nacional.
A dúvida é: professor, para se aplicar a
extraterritorialidade da lei de tortura, deve ser preenchido
os dois requisitos? Não, basta apenas um dos requisitos
(condições).
Exemplo I: Felipeta (brasileiro) foi vítima de crime
de tortura praticado na Argentina. Nessa situação,
poderá ser a aplicada a lei de tortura, pois a vítima
é brasileira.
Exemplo II: Rafael Borges Vittar (francês) praticou
tortura contra Diego Sobrinho Glamour (africano),
quando os dois estavam em uma viagem romântico
no Egito. Rafael Borges fugiu para o Brasil.
Nesse exemplo também poderá ser
aplicada a lei de tortura, tendo em vista o
autor ter ingressado em território
nacional.
“Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.”
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 OPERAÇÃO RECLUSÃO
LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja

ESQUEMATIZAÇÕES DA LEI

>> DISPOSIÇÕES GERAIS TODOS OS CRIMES NECESSITAM DE VIOLÊNCIA OU

GRAVE AMEÇA? → NÃO!
SÃO CRIMES EQUIPARADOS A EX: TORTURA AO PRESO.
HEDIONDO
-> TODOS? NÃO! TORTURA
EX: TORTURA IMPRÓPRIA
TODOS OS CRIMES NECESSITAM CAUSAR
SOFRIMETO? → SIM!
CRIMES INAFIANÇÁVEIS - FÍSICO
- MENTAL

>> TORTURA PROVA / TORTURA CRIME / TORTURA DISCRIMINATÓRIA

I – TORTURA PROVA / PERSECUTÓRIA / CONFISSÃO

C/ FINALIDADE DE OBTER INFORMAÇÃO, DECLARAÇÃO
ou CONFISSÃO
CONSTRANGER II – TORTURA CRIME
CAUSANDO SOFRIMENTO
C/ VIOLÊNCIA C/ FINALIDADE DE PROVOCAR AÇÃO ou OMISSÃO de
FÍSICO
C/ GRAVE AMEAÇA NATUREZA CRIMINOSA
MENTAL

III – TORTURA DISCRIMINATÓRIA / RACISMO

RACIAL
EM RAZÃO DE DRISCRIMINAÇÃO
RELIGIOSA

CLASSIFICAÇÃO ATENÇÃO – TORTURA CRIME Vs

CONCURSO FORMAL
* CRIME COMUM: pode ser praticado por
qualquer pessoa. * O torturador responderá em CONCURSO
MATERIAL DE CRIMES – responde pela
* CRIME FORMAL: se consuma no memento
“Tortura Crime” e responde pelo crime
do constrangimento, pouco importando o
praticado pela vítima.
resultado da finalidade.

>> TORTURA CASTIGO CASTIGO

C/ FINALIDADE DE APLICAR
SUBMETER MEDIDA
VIOLÊNCIA PREVENTIVA
PESSOA SOB * GUARDA MEDIANTE
* PODER CAUSANDO INTENSO
GRAVE AMEAÇA SOFRIMENTO
* AUTORIDADE
FÍSICO
MENTAL

CLASSIFICAÇÃO ENTENDIMENTO DO STJ: A GUARDA, PODER

ou AUTORIDADE, elementos para configurar
* CRIME BIPRÓPRIO: exige uma qualidade específica de quem
a TORTURA CASTIGO, decorrem de uma
pratica o crime (sujeito ativo – torturador) e uma qualidade
RELAÇÃO JURÍDICA ou LEGAL.
específica de quem sofre o crime (sujeito passivo – vítima).

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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 OPERAÇÃO RECLUSÃO
LEI DE TORTURA – Prof. Kelsen Pantoja

>> TORTURA AO PRESO

SUBMETER ATO NÃO PREVISTO EM LEI

FÍSICO
PRESA CAUSANDO SOFRIMENTO
PESSOA MENTAL
SUJEITA À MEDIDA
DE SEGURANÇA

CLASSIFICAÇÃO ATENÇÃO

* CRIME COMUM: pode ser praticado por qualquer pessoa. O crime de TORTURA AO PRESO NÃO EXIGE
a presença de VIOLÊNCIA ou GRAVE
→ Particulares também poderão efetuar prisões em
AMEAÇA – basta o preso SOFRER – física ou
flagrante. Quando estiverem em tal situação, terão a custódia da
mentalmente – por intermédio de ato NÃO
pessoa presa, podendo serem sujeitos do crime de TORTURA AO
PREVISTO EM LEI.
PRESO.

>> TORTURA IMPRÓPRIA / ANÔMOLA / ATÍPICA

AGENTE PÚBLICO POSSUI O DEVER DE AGIR RESPONDE C/ PENA:

MAS, SE OMITE PERANTE A TORTURA DETENÇÃO – 01 A 04 ANOS

CLASSIFICAÇÃO

* CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO: ocorre quando indivíduo tem o * NÃO É CONSIDERADO CRIME
dever de agir, de evitar a prática criminosa, mas nada faz, se OMITE. EQUIPARADO A HEDIONDO.

* É PERMITIDA A APLICAÇÃO DE
→ Também denominado de CRIME COMISSIVO POR
FIANÇA
OMISSÃO
* PENA MÍNIMA: 01 ANO
ATENÇÃO
→ É PERMITIDA A APLICAÇÃO
Apesar de ser o crime omissivo impróprio, o agente não responde DA SUSPENSÃO CONDICIONAL
na mesma pena do torturador – responde em pena diversa (mais DO PROCESSO (SURSI).
branda).

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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