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TORTURA E A LEI

9455/97
TORTURA ATRAVÉS DO TEMPO

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS EM QUE O BRASIL É SIGNATÁRIO

• Conceito
Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penais Cruéis, Desumanos ou
Degradantes firmadas pelo ONU (dec. nº 40/91)
• Repúdio à tortura
• Tortura no cenário
Declaração Internacional
Universal e Nacional
dos Direitos do Homem

Pacto Internacional para a Defesa de Direitos Civis e Políticos

Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (dec. nº 98.386/89)

Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)


PREVISÃO CONSTITUCIONAL CONTRA A TORTURA

• ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


Art.DEMAIS
5°, III PREVISÕES LEGAIS DO ORDENAMENTO BRASILEIRO

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n° 8.069/90): artigo 233


• a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
Lei dos Crimes Hediondos - Lei
terrorismo e osn°definidos
8.072 como crimes hediondos, por eles respondendo os
Art. 5°, mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIII
Lei de Tortura (Lei n° 9.455/97)

Lei n° 12.847/13: institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura


(CNPCT) e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT)
• é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Art. 5º,
XLIX
CASO
FAVELA
NAVAL
Ocorrido nos dias 3-5-6-7
de Março de 97
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA

• Art. 1º Constitui crime de tortura:

CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS MODALIDADES


É um crime material
É possível a TENTATIVA e a DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Não se admite arrependimento EFICAZ nem arrependimento POSTERIOR
Ação penal pública incondicionada
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA

• Art. 1º Constitui crime de tortura:


Núcleo do tipo Meio empregado
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Consequências à vitima
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa;
Finalidade
Pretendida
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
Constrangimento ilegal
MODALIDADES DE TORTURA
        Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade deInfligida
resistência,
comaanão fazer o de
finalidade queobter
a leiinformação,
permite, ou a
fazer oTORTURA
que ela não–manda:
PROVA ou TORTURA declaração ou confissão da vítima ou de terceira
PERSECUTÓRIA
        Pena - detenção, pessoa (inciso I, alínea “a”).
de três meses a um ano, ou multa.
       TORTURA
Aumento PARAde pena
PRÁTIA DE CRIME ou Infligida para provocar ação ou omissão de
        § 1º - As TORTURA-
penas aplicam-se
CRIMEcumulativamente enatureza
em dobro, quando,(inciso
criminosa para a I,execução do crime, se
alínea “b”).
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
        § TORTURA
2º - Além dasDISCRIMINATÓRIA ou
penas cominadas, aplicam-se Infligida
as em razão de
correspondentes discriminação racial ou
à violência.
TORTURA
        § 3º - Não - RACISMO
se compreendem religiosa
na disposição deste artigo: (inciso I, alínea, “c”).
        I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
        II - a coação exercida para impedir suicídio.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA

• Art. 1º Constitui crime de tortura: Crime bi próprio


Núcleo do tipo Meio empregado
II- submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
Consequências à vitima
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Finalidade

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

INTENSO SOFRIMENTO ≠ LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE

CASTIGO PESSOAL ≠ MEDIDA DE CARÁTER PREVENTIVO


TORTURA VS CRIME DE MAUS-TRATOS

  Maus-tratos
        Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina:
        Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
anos.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
MODALIDADES DE TORTURA
Infligida com a finalidade de obter informação,
TORTURA – PROVA ou TORTURA declaração ou confissão da vítima ou de terceira
PERSECUTÓRIA pessoa (inciso I, alínea “a”).
TORTURA PARA PRÁTIA DE CRIME ou Infligida para provocar ação ou omissão de
TORTURA- CRIME natureza criminosa (inciso I, alínea “b”).

TORTURA DISCRIMINATÓRIA ou Infligida em razão de discriminação racial ou


TORTURA - RACISMO religiosa (inciso I, alínea, “c”).
Infligida como forma de aplicar castigo pessoal
TORTURA- CASTIGO ou medida de caráter preventivo (inciso II)
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
TORTURA DE PRESO OU DE PESSOA SUJEITA A MEDIDA DE SEGURANÇA
Sujeito passivo
• § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida
de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
não previsto em lei ou não resultante de medida legal. Meio empregado
Tortura do encarcerado
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
OMISSÃO PERANTE A TORTURA
• § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
• Tortura omissiva ou imprópria “ O dever de agir incube a quem:
a) Tenha por lei obrigação de cuidado,
• Dever de evitar sujeito ativo ≠ Dever de apurar proteção e vigilâncoa;
b) De outra forma, assumiu a
Qualquer pessoa Sempre será uma autoridade responsabilidade de impedir o
resultado;
c) Com seu comportamento anterior,
criou o risco da ocorrência do
Quem COMETE TORTURA -> reclusão, de 02 a 08 anos . resultado. “- Art. 13, §2 do CP

Quem SE OMITE à TORTURA -> detenção de 01 a 04 anos.


LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
TORTURA QUALIFICADA

• § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de


reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.

Crime preterdoloso
Não incide sobre os casos de conduta omissiva
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CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENA


• §4º. Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: + 1/6 a 1/3
I – SE O CRIME É COMETIDO POR AGENTE PÚBLICO;
sujeito ativo próprio | crime próprio [exceção]

> no exercício ou uso das funções


> Funcionário Público perante a lei: ART. 327, CP.

• §5º. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e


a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

> esse efeito decorre da condenação > o prazo começa a correr da


automaticamente. condenação e tem seus efeitos sobre
qualquer cargo ou função pública ou
política.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA

CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENA


• §4º. Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: + 1/6 a 1/3
II – SE O CRIME É COMETIDO CONTRA:
> criança: até 12 anos incompletos
> gestante
> portador de deficiência
> adolescente: de 12 anos completos a 18 anos incompletos
> maior de 60 anos: 60 anos e um 1 dia ou mais.

RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA: o agente deve saber ou no


mínimo prever da condição ou qualidade da vítima.
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CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENA


• §4º. Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: + 1/6 a 1/3
III – SE O CRIME É MEDIANTE SEQUESTRO:
> basta uma privação por tempo juridicamente relevante
> diferente do crime de sequestro e cárcere privado: art. 148. CP.
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OUTRAS DISPOSIÇÕES
• §6º. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
graça, anistia e indulto
art. 2º, Lei 8.072/90 – Lei
de Crimes Hediondos
> inafiançável: tanto no decorrer do inquérito quanto no decorrer da Ação Penal.
> não proíbe a concessão de liberdade provisória.

ANISTIA GRAÇA INDULTO


- concedida pelo Congresso concedido pelo Presidente da concedido pelo Presidente da
Nacional através de lei: exclui o República a certo indivíduo República de forma mais
crime e seus efeitos ao réu. ou indivíduos: excluem a genérica: excluem a
culpabilidade. culpabilidade.
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OUTRAS DISPOSIÇÕES
• §7º. O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do §2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
REGRA GERAL CRIME DE TORTURA
Início em regime fechado somente Início em regime fechado
em crimes cuja a pena seja ACIMA independente da pena.
DE 8 ANOS.

> não inicia em regime fechado quando for condenado por crime de omissão.

> o STJ tem afirmado, em julgados recentes, que não é obrigatório que o
condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena em regime
fechado.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI ANTITORTURA
• Art. 2º. O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.
> a lei alcança fatos ocorridos fora do território nacional.
> art. 4º, inciso II da Constituição da República de 1988:
“A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
(...) II - prevalência dos direitos humanos;”

> Internacionalidade das leis contra a tortura e defesa dos direitos humanos.
LEI 9455/97 – LEI DE TORTURA
COMPETÊNCIA

REGRA GERAL
Justiça Comum Estadual
JURISPRUDÊNCIA
EXCEÇÃO
STJ, CC 40666/RJ, relator Jorge Scartezzini: “compete
Justiça Federal a Justiça Federal, processor crime de tortura, praticado
por servidor estadual, que teve como vítima preso
(art. 109, IV, CR/88) provisório recolhido por determinação da Justiça
interesses da União – nos casos em que o crime for Federal”.
praticado por agente público federal, no exercício de sua
função.
INTEGRANTES DO GRUPO

• Luiz Gustavo Gazzola Sant’Ana


• Miguel Chicória da Silva
• Pedro Lucas Santana Ferreira
• Poliana de Oliveira
• Scárlet Mateus

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